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COISAS NO MUNDO

A máquina da cerveja
Será que tem cerveja no futuro
Tem também.
E isso se usa.
Essa é não tem.
Mas teu relógio funciona.
A fábrica se acabou.
E tem relógio desse na tua casa.
Isso é tem.
Se acabou este verso.
É que tem. Sim.
A CONFUSÃO DE UMA BOLA

Bola e redonda
Castanha
De couro.
Que fazer
A ver
Mas será do espaço
Apenas a bola.
No espaço está a bola.
CONHECER O MUNDO

Trabalho comendo
Comida de formiga.
Veneno é isso
Não.
Acredito pois
Para me modificar geneticamente.
E como te vês agora
Como um astronauta.
Será que te desvias um pouco da Lua
Íamos embatendo.
Sei pois.
O AMOR DO SANTO DEUS

Tenho tanta visão do mundo


Que se do meu écran branco
Aparecessem sempre as palavras
Ou as imagens para dizer a você.
Nada seria de tudo.
Será.
É verdade.
Também não é virtude
Mas no desemprego não está.
Melhor seria eu a rezar.
A Deus.
Deus.
ESTÁS EU SEI

Abri o livro
E olhei para a marca.
Era de um livreiro.
Uma bola na ponta
E o rectângulo.
Um santo pensei.
No entanto continuei.
A luz com que me enfeitei.
Sei que gostas de meus perfis
E de tudo o que eu consigo
És audaz ousado e um ladrão
Acabei assim a leitura com medo de ouvir.
Estás aí eu sei mas não te toco.
E assim empurrei a cinza do cigarro para fora de mim.
Sou de um verso que será de mim no terceiro.
E assim empurrei o cigarro
Para fora da cama
E adormeci.
O OLHAR DO MATO

É um estouro na cidade
Um planeta de laboratório
A árvore do açúcar
De novo num planeta.
Tem quilómetros de altura
Mais de mil
Num planeta redondo
Deserto.
Quase completo pela árvore.
Andam todos lá para cima
Pensei.
E fintei
Nada disso
Aconteceu comigo ainda.
Perdão tem um cigarro
Ninguém me ouviu.
Sim é frio.
ALGO DO MEU MÉTODO

Uma garrafa de água


Como um bébé
Olho por cima de minha cabeça
E me assusto.
Será o Mundo assim regado.
A Lua
Ou antes as crianças brinquem.
Será Deus assim
Ou o mudamos de novo.
Deus a vida certa.
Deus meu
Porque acertaste na garrafa.
Penso que sim em mim.
CASO DE UM ESTUDO

Caso contigo
Fado meu amigo
Distância alvo de tudo.
No entanto eu me declaro
Cada vez mais eu imploro
Saber ler ou escrever.
Sabia que um dia aconteceria.
Sairia entornado
Visão
Mas não decepção.
Fácil de escrever
Dificil de o ver.
Sempre é mesmo ler.
ARCO-ÍRIS DESFOLHADO

A minha poesia é mundial


A minha alma é que chora
No seu segredo e no seu conteúdo
A alma que gera o amor
A vida que de distante é de valor
E na minha criação o seu doutor.
Amo de ser o artista
Mas não de o ver a chorar
Amo de ser o artista
Mas não tenho tempo
Nem o louco.
Começo a chorar de verdade
Mas no mundo a sua eternidade.
Assim é o tempo
Azul e claro
Com o jumento.
O MUNDO DE BONECAS

Olhou para o chão e esquece


De seu nariz de madeira
E que o mundo não existe
Pois de colo
E de sonho triste
Ambos se riam do chão.
A menina muito linda
E as duas tão bem compostas
Que não sejam assim tão tristes
Mas antes disso idiotas.
O amor que assim é
No mundo não arreda pé.
E as duas se sentaram
E na certeza conversam
Pois não sejam delas próprias
No amor e sua derrota.
E porquê
Porque o mundo do chão não vê.
E assim cairam tristes
E ficaram um bocado lindas
E depois foram brincar.
O COMEÇO DE UMA ERA

Dentro de um tubo redondo enorme


Vertical existiram escadas rolantes
Nelas se dependuraram poesias
Livros esforços e estudos
Estas geram energia
Fecharam o tubo.
Mas nada mudou
O mundo estava feito.
DEUS E O MUNDO

Queria ver uma foto do Sol


Mesmo tirada por ele Deus
Da sua cor do seu fervor
Dessa bola redondinha
Incólume
De aonde sairiam
Milhões de esferas coloridas
Como se saissem transparências
Flores divinas de amor.
DEUS E A PERIFERIA

Conheces o monte
Sabes o nome do monte
Tem mais três metros.
Um barril de petróleo
Em cimento armado
E um ferro pintado.
O mesmo para os montes todos.
Tem feitio de idiota o meu nome
Mas não
Pareço-me com um cão.
Assim o chamam de monte.
O AMOR DE DEUS E A IDIOLATRIA

Estou naqueles dias


E naquelas horas
Que acredito que a inclinação de um eixo
Ou de se reduzir o movimento
Ou de se o pôr este a andar ao contrário.
Inclina as pessoas nesse mundo
Parabéns pois Povo de Deus.
Deus.
A REUNIÃO DA FAMÍLIA

Sempre existiram em minha vida bonecos que


caminham
Que seria de mim sem isso sem os ver electicidade
Forma de se ver a pedir escreve pois também
Sua forma de viver de ver de esquecer ou permanecer.
Minha vida é de inventor por isso os quero de amor
Eles existem no meu coração e no meu amor
A minha coleção é de valor. Minha família é assim.
Adeus vou permitir que os vejas se um dia me realizar.
Todos são espertos mas são bonecos também dispersos.
AMAR O VERBO

Tenho uma caixa em coração


Abrindo cerca de um piano
Olhando para dentro tem caramelo
Quente ócio
Redondo o seu abrir.
Tenho uma caixa de um piano
Nunca no mundo sonhei tão alto.
Amo de a ver tocar.
Amo de a ver tocar em mim.
Surpresa.
Abram a caixa
Deitem o conteúdo fora
Ela não toca.
Amo a sua caixa.
O AMOR DE UM DEUS MADURO

Recebi um presente muito maduro


Era um caixote muito grande
O abri na ocasião depressa
Me ri pois o tempo ingressa.
Era uma perna de avião das maiores
Linda metalizada e com ar
A coloquei no quintal ao Sol.
Assim vivo eu em Petronápolis.
Vivia eu. Me mudei.
O AMOR DE UM DEUS

Estamos a ver os maiores prédios do mundo


E no fundo debaixo desta condução impecável
Um prédio baixo que vende gasolina ou hamburgers
Aparece ao fundo
Estamos numa cidade
Não num atoleiro de petróleo.
Algo me diz que nos matámos.
O AMOR DE UM BELO

Deixei ao acaso ao vento


A minha história ou biografia
E que seria de minha vida
Sem uma ilustração.
A encomendo rápido
E em resposta
Recebo um cesto com flores
E qua as pintasse eu.
Fui para o campo para a vindima
E deitei abaixo uma maçã
Para o lado de uma parra de vinha
E as fotografei do alto dentro do cesto de maçãs.
O vazio de as vindimas.
O amor de um cisne.
LIMPAR NO AMOR

Vejo uma bola beijando as malhas


Algo que eu sinto no fundo
Seria um chuto de um menino
Ou seria na rua na minha cara.
Um vírus na minha cabeça
Pois bem acertaram
Não os vejo muito.
Uma bola acerta na minha cabeça
Neste momento
E que seria
Ilusão.
DEUS NA CERTEZA DE TUDO

Fecho-me em mim e no meu recado


Adivinho o seu formato
De cor e de salteado
Da nave que tendo quatro longos bicos
Uma esfera divinal
Sala especial ligando as nossas casas
Transportando Dide
O meu quadro no firmamento
E já sem ar na sua caixa.
E choro de ver esse bocado
Amado e por seu povo conjugado.
Dide tu serás eterna
E teu povo te fará.
Amor divinal será.
O AMOR SOBRENATURAL

Sobre tudo o que eu faço algo está de tudo.


Sobre tudo o que eu vejo algo está no mundo.
Sobre as coisas do meu mundo algo estará de tudo.
Sobre as coisas assim tudo estará de tudo.

De tudo o que eu vou ver e falar no mundo é lume.


De tudo o que eu vou ver no meu mundo de tudo.
Ver.
OS SONHOS DE UM ABRIL CINZENTO

O deserto se abriu e petrificou


Lá em baixo corre uma carruagem
Quase não se usa deveria ter escrito combóio
Seria o mesmo
Pois é uma função e não uma divisão de estado.
Começo a duvidar que a rima seria mais linda acima
Aonde me encontro.
Nessa rima e nesse espelho me vejo.
Estou fumando mas não o desencanto do dia todo.
Conheço os cavalos
Estamos no planalto
E deveríamos lá em baixo cair.
Verbo estacionado.
A pedra.
Na mão da porta arredondada o mesmo infinito
A esperança vaga.
O amor de Deus.
Deus está acima o vejo. O Sol.
Deus está próximo.
O Sol está também.
O AMAR DE SER

O silêncio está no ar e no corpo da luz


Dela adoramos essa visão ou sinal derramado
Desse enxame de mel do princípio
Como se houvesse um outro fruto.
Desse gelado.
Amo a solidão e não ver essa concha afamada
O cisne que dessa hora é formado
Caindo no ar e em tudo no vinho
Mas visão deformada do estar.
Deus está livre o amamos e o duvidamos.
A TRISTEZA DO MEU AVÔ

Todo o seio é um rabo na sua forma


Todo o rabo se assemelha também o seio.
Alma de uma ave ou de um i minúsculo.
A esperança rege a criança
Assim somos depois de ficarmos velhos.
Ficamos inaptos mas sabemos a mel
Comemos de tudo e olhamos e em tudo.
Abraçamos a vida e perdemos a razão.
Começamos a rir e paramos mais não.
Como as coisas são hoje em dia.

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