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De Deus e da vida
Assim o charuto rezava
Seu pau partiu e caiu
No meio de uma praça
Levantando uma poeira.
Inferno celestial do mundo
Tinha no olhar a doidice
No mundo a cabriolice
E no seu focinho o porco.
Ainda o penso ver
Deitando cinza do charuto
Como de um gelado de limão.
Ouço no passado do mundo
O seu espaço já desejado.
É esse o feito do mundo.
O mundo está já feito. O charuto.
O SER DE DEUS
Sou um pingo
Entrando nesse funil
Sou uma dor
De enorme tamanho
Como numa dor de sapato
Para entrar nessa flor
Sou um Deus de valor
E o coração muda
Ser de ser
E de amor
E de valor.
O valor
É um zero
Meu irmão.
Meu Deus
Que será de mim
No Mundo
Sendo assim.
Deus está comigo
O deserto
Está bem aqui.
SONHEI COM O AMOR
Limpei o cd
Me recordo
De avisar cá para fora
Poderiam lá estar outras palavras
Que a música não atende
Português e outra língua.
Cantos de aves
Música falando
Entoando no ouvido
Do compositor
As teclas batendo suave
No mundo do amor.
Eu bem que te ouço
Eu bem que ouvi
Tudo
Bem tudo.
O amor do compositor
O amor de tudo
No meu mundo do além
Escrevendo o amor.
Amor defenido
É bem mais visto.
Amor à vista é amor de escrita.
Amor à vista.
DEUS E O MEU ENTERRO
Esquina já famosa
Quatro andares com restaurantes
E que fazem neste mundo
Que não os proibem de andar para cima
Andamos a ver navios
Bravo e aonde se come melhor
Num restaurante do mercado
E diz-me e o pior
Naquele andar do meio.
Assim foi e fomos almoçar no meio.
MAIS QUE TEMOR
O guarda florestal
Dentro de um frasco de vidro
Olhava para mim e sorria
Movia-se ágil depois de o saudar
E éramos todos os lobos.
A AQUECER O MEU TRABALHO
Esqueci as chaves
E continuei
A porta não se fechava sempre.
Condicionei o meu trabalho
E aqueci o dia
Comprei uma tv já acesa
Agora nunca se apagam
E fazem o ambiente também.
Corri e fechei o dia
Assim regressei ao meu trabalho.
Continuei a correr
E aqueci o meu trabalho.
Fonte de tv.
A LIGAÇÃO DO AMOR
A rua fina
A lira esperta
A vida esbelta
O rumo incerto
Quem será e o que será.
O poeta que se desperta
O mundo que se encobre
A cidade que se descobre
Aqui o que tem.
A minha vida bela e assim.
A cidade desperta
O mundo e a Lua
O que é.
As vidas que encobrem
O poeta que se é real
E assim e finalmente.
A vida e o poeta enfim.
Sim é a verdade
A raiz de uma cidade.
A SURPRESA DO LUGAR
Camisa de cerveja
Caneca de cerveja
Exclamou o vendedor
Passando a mesma
Colarinho branco
Escorrendo tinta azul
Riscada.
Traga mais outra
Imaginando
Por dentro do casaco.
Mais adiante vi de novo
E servia na perfeição.
Beijo de baton
Riu-se então
Colarinho defeituoso
E chique
É a moda
E desapertou a camisa.
O colarinho estava apertado
Vejo que sim
E a ofereci de volta.
Depois a paguei.
Continuei a pagar
Vida de então
Ainda a paguei.
O SONHO DO MAIS BELO
Só eu olho
Na realidade interior do planeta
Verdade ou uma treta
Não o sei bem
Minha escrivaninha
Uma barata gigante
Amarela linda
Minha luz uma flor
Seria assim meu amor
Perguntei eu a essa flor
Depois a vi com mais
Era demais o ver
Até que eu fui acontecer.
Pedi um chá
Paguei minha conta
E fui tomar um banho.
Deus a proteja
E fechei a torneira.
Deus a proteja
Disse eu elegantemente.
Paguei o piano
Escrevi no mesmo
Estava desiludido
O mesmo tom escrevia eu à Lua.
A alegria voltara.
Corri para a luz
Estava na rua
Cantava baixinho
De novo o caminho.
Baixara o recado
Deixara o Mundo.
Certo disse eu sorrindo
Estava eu sonhando.
Estava eu sorrindo.
HAVER DO TEMPO
VIDA
SENTIDA
SOFRIDA
QUE É.
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