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O SONHO DE UMA CRIANÇA

Sou um lenhador de gelo


Me disse sorrindo
Engraçado afirmei
E para quê pergunto
Para vidraças do iglu
E saindo correndo para a brincadeira
Juntou-se às crianças da aldeia.
Uma criança encanta a aldeia
E então afirmou
Eu sou um iglu
E saindo sorriu.
O ESPAÇO DE UM CHARUTO

De Deus e da vida
Assim o charuto rezava
Seu pau partiu e caiu
No meio de uma praça
Levantando uma poeira.
Inferno celestial do mundo
Tinha no olhar a doidice
No mundo a cabriolice
E no seu focinho o porco.
Ainda o penso ver
Deitando cinza do charuto
Como de um gelado de limão.
Ouço no passado do mundo
O seu espaço já desejado.
É esse o feito do mundo.
O mundo está já feito. O charuto.
O SER DE DEUS

Sou um pingo
Entrando nesse funil
Sou uma dor
De enorme tamanho
Como numa dor de sapato
Para entrar nessa flor
Sou um Deus de valor
E o coração muda
Ser de ser
E de amor
E de valor.
O valor
É um zero
Meu irmão.
Meu Deus
Que será de mim
No Mundo
Sendo assim.
Deus está comigo
O deserto
Está bem aqui.
SONHEI COM O AMOR

Risquei um fósforo seria no Natal


Carreguei no acelerador no mundo
No botão do festival
Nesse mundo lindo de fogo
Meia noite de fantasia
No Mundo mudando de cor
A hora do festival fogo no ar
Mudança de ano
Amor celestial
Choram os corações
Nesta hora de alegria
Votos ao ar
E artistas a chegar
Um dia de amor total
Menino 2009 a brincar.
O AMOR DA COMPOSIÇÃO

Limpei o cd
Me recordo
De avisar cá para fora
Poderiam lá estar outras palavras
Que a música não atende
Português e outra língua.
Cantos de aves
Música falando
Entoando no ouvido
Do compositor
As teclas batendo suave
No mundo do amor.
Eu bem que te ouço
Eu bem que ouvi
Tudo
Bem tudo.
O amor do compositor
O amor de tudo
No meu mundo do além
Escrevendo o amor.
Amor defenido
É bem mais visto.
Amor à vista é amor de escrita.
Amor à vista.
DEUS E O MEU ENTERRO

Essa caricatura meu Deus


Essa caricatura meu Deus
Como a desejamos a ver
Assim como no dia do enterro.
A VERDADE DE DOMINGO

Saiu para a rua


Tinha no chão o seu chão
No ar o seu amor
Na avenida o seu olor
Rosto companheiro de meu irmão
Na sua vida o meu tostão
No seu calor o seu Deus
Estamos na previsão do ano 20021
Anunciou o homem por detrás do livro
E finalmente fomos a jantar
Com a sua mesa redonda bem cheia
E mais não tinha porque não cabia lá dentro
Assim começaram os dias e acabaram as noites
Os homens nunca mais rezaram por mim
Mas compreenderam afinal que não estariam no segundo.
Os homens voltaram da guerra e a paz compreenderam
Ser afinal a realidade deles todos
Não a traição.
Deus.
O MUNDO DE CORDEL

Tem algo dentro desse autocarro


Disse o rei felizardo
Mas que então tem.
Está para cima daquele monte
E que lá tem
Nada apenas subia e descia
Redondo e nem caia
E que lá fazia
Nada
Apenas vou a ver a vista.
O mundo está redondo
O façamos de quadrado
Sim está definitivamente acabado.
O mundo de atile.
O CANTO DO SENHORIO

A minha cabeça é de lata


A minha viúva é também
O mundo de ser sapateiro
Ou o mundo do vintém.
Separei-me da cabeça
E corri galguei o ganso
Corro corro dia de descanso
Vejo o alto da masmorra
Alto lá com a história
Na minha pobre memória
De armadura já limpa.
De século avisto o feitio
Daquela cabeça de ouro
Naquela cabeça de prata
Daquele cabeçudo de tudo
Da minha cabeça de lata.
Da minha cabeça o futuro
Naquela cabeça de furo
Ou o sopro de asneirada
Naquele tesouro tão lindo
Que o mundo seja benvindo.
Meu Deus triste vintém
Naquele terreno além
De o Mundo tão carente
E tão triste o presente
Que nada vejo mas a mente.
Vejo a minha e vejo a tua
E no fundo estão na rua.
Rua essa que vadio
E do Mundo o desafio
De sermos anos a fio
Veados ou começados enfim
Mas de outro sim de fim.
O Mundo está acabado
Mas de outro o começado
Acabou na via pública
E de outra história é bonita.
A FATIA DO PODER

Esse meu irmão boneco


Que filho que cara esperta
De tanto duvidar o farei
E meu mundo assim entrei.
Cópia fiel de meu vizinho
O destino deste mundo
O desenho de seu focinho
Me orgulham para tudo.
Nada existe nada triste
Que famoso eu já lá estou
Seu boneco é minha glória
Ele fala na sua história.
Pronto está acabado
E o ponho na internet
Balões vizinhos vilões
Tudo tudo ele tolera
Não havia de ser calado
Sem dizer tanta espera.
A VENDA DA SALSA

Esquina já famosa
Quatro andares com restaurantes
E que fazem neste mundo
Que não os proibem de andar para cima
Andamos a ver navios
Bravo e aonde se come melhor
Num restaurante do mercado
E diz-me e o pior
Naquele andar do meio.
Assim foi e fomos almoçar no meio.
MAIS QUE TEMOR

Não sei o que vou dizer


Mas sei que vou temer
O que vou ver
Um sapato apertado
Uma flecha no coração.
E esse líquido
Dentro desse líquido
Uma medida mais certa.
O que vou dizer não me arrepia
Mas não gostaria
Que dizer
Apenas que vou ver.
LIXO OU LITERATURA DE CORDEL

Abre as tuas asas


Assim para cima
Mais um pouco mais ao vento
E corre para cima
Corre como o vento
Contra o vento
Mais certo
Repete as falhas
Assim diante de mim
Não estou a querer-te iludir-te
Assim mesmo diante de mim mesmo
Conseguiste
Olha toma as tuas asas primeiro
Não vamos a ficar parados o dia inteiro.
Primeiro abre as asas
O poema morto.
A VIDA NO CIRCO

Avô tenho uma idéia


Fala avozinho
Crescer num palco
Amar a sua vida
Destroçar o seu palhaço
Subir no arame
E de lá descer
Nos pés os aquários
Redondos
Bravo
Dizia o avô
Espera dizia o avozinho
E estas vassouras disse
A mana anã também
As antas faltavam.
A MARAVILHA ON

Meu país rectangular


Meu sonho de Abril
Construção de O. Niemeyer
Arquitecto.
De nele inserir
Sua bandeira final
No meio dele
E em cima de um risco
Um redondo
E aí o centro.
E para o fundo
Na visão do espaço
Certo
A bandeira
Da Terrra
Nesse amor afinal.
Tanta gente que trabalha
No mundo e não se iguala
Desde mais de 100.
O CASO DE DIVINO

A vida estava fácil no Mundo


As nuvens se agitavam rápidas
Começavam a chover
A fustigar a poeira.
Não a lamento
Mas a borboleta voou
Assim a sua estrada se apagou
Seria a verdade
Ou a mesma idade.
Nem isso eu sei
A ensinei a voar
Para um rei estar.
Começo de Primavera
A ensinei a amar.
O AMOR DE PERDIÇÃO

Que havia antes da Mona Lisa


Meu filho que seria
Eu penso que muitas bolas
E muitos xx´s
É verdade seria
Sim penso que sim
Ela nua primeiro
Assim como um cavalete
É depois a compraram vestuário.
É mesmo.
Antes de ela aparecer.
Deus e a Mona Lisa.
Deus é perfeito
A Mona imperfeita.
A VERDADE AO DE CIMA

O guarda florestal
Dentro de um frasco de vidro
Olhava para mim e sorria
Movia-se ágil depois de o saudar
E éramos todos os lobos.
A AQUECER O MEU TRABALHO

Esqueci as chaves
E continuei
A porta não se fechava sempre.
Condicionei o meu trabalho
E aqueci o dia
Comprei uma tv já acesa
Agora nunca se apagam
E fazem o ambiente também.
Corri e fechei o dia
Assim regressei ao meu trabalho.
Continuei a correr
E aqueci o meu trabalho.
Fonte de tv.
A LIGAÇÃO DO AMOR

Luz que vem do alto


Luz de verdade
A paz para já
Deste mundo
Já farta.
A verdade de Alfa
A verdade da ave
A pomba de chegada.
A façamos verdadeira
E o momento de infinito.
A alegria recomeçada
A Alfa pesada
A Alfa reconhecida
Paz minha amiga
Luz da verdade
Que eu me comprazo.
O MUNDO E A CIDADE

A rua fina
A lira esperta
A vida esbelta
O rumo incerto
Quem será e o que será.
O poeta que se desperta
O mundo que se encobre
A cidade que se descobre
Aqui o que tem.
A minha vida bela e assim.
A cidade desperta
O mundo e a Lua
O que é.
As vidas que encobrem
O poeta que se é real
E assim e finalmente.
A vida e o poeta enfim.
Sim é a verdade
A raiz de uma cidade.
A SURPRESA DO LUGAR

Camisa de cerveja
Caneca de cerveja
Exclamou o vendedor
Passando a mesma
Colarinho branco
Escorrendo tinta azul
Riscada.
Traga mais outra
Imaginando
Por dentro do casaco.
Mais adiante vi de novo
E servia na perfeição.
Beijo de baton
Riu-se então
Colarinho defeituoso
E chique
É a moda
E desapertou a camisa.
O colarinho estava apertado
Vejo que sim
E a ofereci de volta.
Depois a paguei.
Continuei a pagar
Vida de então
Ainda a paguei.
O SONHO DO MAIS BELO

Só eu olho
Na realidade interior do planeta
Verdade ou uma treta
Não o sei bem
Minha escrivaninha
Uma barata gigante
Amarela linda
Minha luz uma flor
Seria assim meu amor
Perguntei eu a essa flor
Depois a vi com mais
Era demais o ver
Até que eu fui acontecer.
Pedi um chá
Paguei minha conta
E fui tomar um banho.
Deus a proteja
E fechei a torneira.
Deus a proteja
Disse eu elegantemente.
Paguei o piano
Escrevi no mesmo
Estava desiludido
O mesmo tom escrevia eu à Lua.
A alegria voltara.
Corri para a luz
Estava na rua
Cantava baixinho
De novo o caminho.
Baixara o recado
Deixara o Mundo.
Certo disse eu sorrindo
Estava eu sonhando.
Estava eu sorrindo.
HAVER DO TEMPO

Saber libertar a linha


O mundo
E a sua esquina
É a virtude do meu ver.
A sua linha
No meu ver
A sua esquina.
E o meu ver.
A liberdade
Num poster
Adiantado
A sua liberdade.
VERBO QUE É SUBTIL

Essa uma parábola


Uma espiral desse tamnho
Calor se aproximando
Vida e amor também.
Cultura que se realiza
Fé que se imortaliza
Desgraça de pedaço
Abanico sem ter tico.
Tico e isso é bonito.
Tico é uma verdade oca
Pobre apanhando do chão
Verdadeira a sua mão
Rosto de uma sementeira
Desejo de uma asneirada.
Vadio que se enfastia
E funil que se aparta
É assim que o mundo se mata.
SONHO DE VIDA VADIA

Este boneco avança


Depois desta dança
Como num jogo de dados
Ou mesmo garrafa de bowling
Colocado no milheral
Todo o pardal afujenta
É a liberdade do momento
O sítio chegando do espaço.
O vinho verde começa
Ao almoço desta dança.
Produto nacional refrescado
O vinho de todo o lugar.
A menina dança
Pergunta inglória do mestre
E assim a aula termina.
Dança.
Dança novamente.
A aula termina assim.
Dança.
E novamente começa a música.
O boneco avança
E dança.
A VIDA QUE COMEÇA

VIDA
SENTIDA
SOFRIDA
QUE É.

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