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Assuntos Tratados

1º Horário
 NOÇÕES INTRODUTÓRIAS DO DIREITO ADMINISTRATIVO
 Conceitos
 Fontes
 Regras de Interpretação próprias do Direito Administrativo
 Codificação
 Competência legislativa
 Funções do Estado
 Sistemas Administrativos

2º Horário
 Administração Pública e Governo
 Atividade Administrativa (Sentido Estrito)
 Regimes jurídicos da Administração Pública
 Regime jurídico-Administrativo
 Princípios Do Direito Administrativo
 Princípios Expressos no caput do art. 37 da CF/88: Legalidade

1º HORÁRIO

Leis que mais caem nos concursos


- Lei 9.784/99 (Processo Administrativo);
- Lei 8.429/92 (Improbidade Administrativa);
- Lei 8.987/95 (Concessão de Serviços Públicos);
- Lei 11.079/04 (Parcerias Públicas e Privadas);
- Lei 8.112/90 (Estatuto do Servidor público Federal);
- Art. 37 ao art. 41 da CR/88.

NOÇOES INTRODUTÓRIAS DO DIREITO ADMINITRATIVO

1. Conceito: é o ramo do Direito Público que disciplina a prestação da atividade administrativa,


bem como os sujeitos encarregados de prestá-la. Tiramos três idéias centrais do conceito: “ramo
do direito público”; “que estuda uma das atividades do Estado” (administrativa); “sujeitos
encarregados” (pessoas jurídicas, órgãos públicos e agentes públicos).

2. Fontes: meios pelos quais o direito nasce e se torna obrigatório. São fontes:

A) Primárias → a doutrina aponta a CF e as Leis.

B) Secundárias → são os outros meios pelos quais surge o direito. As fontes secundárias não
podem contrariar as fontes primárias.

São fontes secundárias:


- Doutrina é o direito administrativo em consciência, são os estudos as teses.
- Jurisprudência são decisões reiteradas de Tribunais. Poderosa fonte do direito administrativo,
que dá caráter nacional ao direito administrativo.
Hely Lopes diz que enquanto a doutrina tende para a universalização do direito, a jurisprudência
tende para a nacionalização do direito administrativo.

Importante lembrar que a Emenda Constitucional 45/04 inseriu a súmula com efeito vinculante.

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Todos os órgãos do Poder Judiciário e da Administração não podem decidir de forma diferente da
súmula vinculante. Se administração se negar a aplicar a súmula vinculante, caberá uma
reclamação administrativa. Antes de propor uma reclamação constitucional no STF, o interessado
deve esgotar as vias administrativas. Quando esgotadas as vias administrativas é que se recorre
ao STF. Quando o STF julga reclamação por desobediência de súmula vinculante, ele age como
órgão administrativo.

Obs.: não confundir esse esgotamento das vias administrativas com o direito de propor ação
judicial contra atos da administração. Na reclamação constitucional de desobediência da súmula
com efeito vinculante, o STF funciona como última instância administrativa e não como órgão
jurisdicional.

- Costumes: é um comportamento repetido (requisito objetivo) com a crença de que aquela


conduta é amparada pelo direito (requisito subjetivo).

- Princípios Gerais do Direito: são idéias fundamentais, são postulados universalmente


conhecidos, ainda que não positivados.

3. Regras de Interpretação próprias do Direito Administrativo

3.1. Desigualdade entre a Administração e o Administrado → cabe à Administração cuidar do


interesse público, por isso se reconhece a ela uma condição de supremacia sobre o administrado.

3.2. Presunção de legitimidade dos atos administrativos → os atos administrativos, até que se
prove o contrário (presunção relativa), são presumidos como estando de acordo com o direito.

3.3. Reconhecimento de poderes discricionários em favor da Administração → à


Administração cabe o dever de cuidar, proteger, garantir o interesse público, e para isso é preciso
reconhecer poderes discricionários, ou seja, a lei dá uma margem de escolha para o administrador
escolher, no caso concreto, o melhor para o interesse público.

4. Codificação: codificar é reunir em único instrumento jurídico todas as normas da disciplina,


para garantir segurança jurídica. O Direito Administrativo não é codificado, a legislação é esparsa.

5. Competência Legislativa: todos os entes políticos da federação podem legislar sobre direito
administrativo. A competência legislativa é comum. Tal fundamentação está no art. 1º da CF, onde
estabelece que todos os entes têm autonomia, o que pressupõe capacidade de se auto-
organizarem. A norma administrativa da União só vale para essa competência, não se aplica aos
Estados-membros ou para os Municípios.

Obs.: excepcionalmente a norma da União será obrigatória para todos os demais entes, quando a
CF determinar que cabe à União a competência privativa para legislar sobre normas gerais de
administração. O que não exclui a competência dos demais entes para legislar sobre norma
específica. Ex., art. 22, XXVII da CF (cabe à União legislar sobre normas gerais sobre licitação e
sobre contratos administrativos de observância obrigatória pelos outros entes). Segundo o STF, a
Lei 8.666/93 contém normas gerais de observância obrigatória para todos e contém normas de
natureza específica obrigatória apenas para a União.

6. Funções do Estado: O Estado é uma pessoa jurídica de Direito Público formada por um
território que contém um povo, e é dotado de soberania. A personalidade jurídica é do Estado.

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São quatro funções desempenhadas pela pessoa jurídica Estado:

A) Legislativa → consiste em produzir direito novo. Realiza atos gerais, abstratos, obrigatórios e
inovadores.
B) Jurisdicional → consiste em aplicar a lei ao caso concreto. Resolver conflitos sociais com força
de coisa julgada.
C) Administrativa → consiste em aplicar a lei ao caso concreto de forma direta, imediata, para
realizar os fins do Estado.
D) Política ou de Governo → consiste em gerir os negócios superiores do Estado. Formar a
vontade, definir o futuro político do País.

Para tornar mais eficiente a realização dessas funções pelo Estado, houve o que a doutrina
chama de especialização de funções. Devido a isso, a CF deu a cada órgão uma função precípua
do Estado.

Órgão não tem personalidade, ele integra a pessoa jurídica de que faz parte. Ter CNPJ não é ter
personalidade jurídica.

Existe atividade administrativa que é desempenhada no âmbito dos três poderes do Estado.
Portanto o poder judiciário pode revogar um ato administrativo praticado por ele.

7. Sistemas Administrativos (DECORAR) − meios de controle da Administração Pública

A) Sistema Francês − Contencioso Administrativo → nele existe dualidade de jurisdição, isso é, ao


lado de uma jurisdição comum existe uma administrativa. Dois órgãos exercem tipicamente função
de jurisdicional. Em conflito de interesse entre particulares, quem é competente para resolver é o
Poder Judiciário. Em conflito de interesse entre o particular e o Estado, quem é competente para
resolver é o Poder Executivo.

B) Sistema Inglês − Sistema da Unidade da Jurisdição, Controle Jurisdição → nele apenas um


órgão exerce atividade jurisdicional de forma típica, que é o poder judiciário. O Brasil adota o
sistema Inglês (art. 5º, XXXV, CF/88).

2º HORÁRIO

8. Administração Pública e Governo

A) Administração Pública em Sentido Amplo: abrange governo + Administração Pública em


sentido estrito.

B) Governo:
1º − Sentido Subjetivo (Sujeito) → são os órgãos constitucionais encarregados de desempenhar a
função política (órgãos do Poder Executivo e Poder Legislativo).
2º − Sentido Objetivo (Atividade) → a própria atividade política é uma das funções do Estado.

C) Administração Pública em Sentido Estrito:


1º − Sentido subjetivo, formal, orgânico → são as pessoas jurídicas, os órgãos públicos e os
agentes públicos encarregados de desempenhar a atividade administrativa.
2º − Sentido Objetivo → refere-se à atividade administrativa, umas das funções do Estado.

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9. Atividade Administrativa (Sentido Estrito)

A) Poder de polícia → conceito no art. 78 do CTN.

B) Serviços Públicos (Lei 8.987/95 e Lei 11.079/04) → é atividade material de interesse público,
prestada pelo Estado ou por quem lhe faça as vezes e que consiste em oferecer uma utilidade
concreta à coletividade segundo normas de interesse público.

C) Fomento → é a atividade administrativa que consiste em estimular a atividade privada de


interesse público, através de recursos e incentivo fiscais.

D) Intervenção do Estado no Domínio Econômico → alguns doutrinadores dizem que não é


atividade administrativa. Para aqueles que dizem que é atividade administrativa, há uma distinção:
- Intervenção Direta → quando o Estado atua como empresário nos termos do art. 173 da CF,
não está realizando uma atividade administrativa e, sim, de exploração de atividade
econômica.
- Intervenção Indireta → quando o Estado regula, fiscaliza, normatiza setores da economia.
Essa intervenção é uma atividade administrativa. Ex.: Banco Central.

10. Regimes jurídicos da Administração Pública: administração se sujeita às regras de direito


público e de direito privado, vai depender do interesse a ser protegido. Quando a Administração
se submete às relações de direito privado, ela também se submete às regras de direito público,
portanto a relação nunca é predominantemente privada.

11. Regime jurídico-Administrativo: é o conjunto de princípios e regras que dá identidade ao


Direito Administrativo. Fundamenta-se em dois pontos chaves:

1. Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o interesse particular, que se traduz no


reconhecimento de prerrogativas (poderes) à Administração pública.

2. Princípio da Indisponibilidade do Interesse público, que se traduz na imposição de restrições à


Administração, que vai administrar no interesse do outro.

PRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO

Princípios são idéias fundamentais que informam todo modo de atuar da Administração.

Princípios expressos no caput do art. 37 da CF/88 − LIMPE

Legalidade;
Impessoalidade;
Moralidade;
Publicidade;
Eficiência.

Aplicáveis a Administração Direta e Indireta no âmbito dos três poderes. Foram introduzidos pela
Emenda Constitucional nº19.

A Constituição deu status de constitucionais a esses princípios. O STF, na súmula vinculante


nº13, julgou a questão do nepotismo com base no princípios da Administração.

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1. Legalidade:
A origem mais moderna da legalidade remonta ao surgimento do Estado Democrático de Direito.
O Estado Democrático de Direito é soberano para legislar, conseqüentemente a norma torna-se
obrigatória para todos, inclusive para o Estado. O Estado Democrático de Direito é subordinado à
lei.

A legalidade tem dois sentidos:


Sentido amplo → a Administração deve obedecer à lei e ao Direito (sentido mais amplo,
abrange os princípios do direito).

Sentido Estrito → a Administração deve obedecer à lei, ou seja, fazer o que a lei manda (atos
vinculados) ou autoriza (atos discricionários). Atos vinculados → presentes os requisitos
legais, a Administração simplesmente pratica o ato. Atos discricionários da Administração → a
lei deixa uma margem de escolha para o administrador de acordo com a conveniência e
oportunidade. A Administração faz o que a lei autoriza.

A idéia de legalidade em sentido amplo é a de ampliar o poder do órgão Judiciário para apreciar
os atos administrativos, não só apenas de acordo com a lei, mas também de acordo com todo
ordenamento jurídico.

Legalidade Constitucional, prevista no art. 5º da CF, refere-se à autonomia da vontade.

Legalidade Administrativa, prevista no art. 37, caput, estabelece que a Administração só faz o que
a lei manda, a vontade não existe, o que existe é função pública.

Situações em que a legalidade é restringida: Estado de Defesa, Medida Provisória, Intervenção


Federal, Estado de Sítio.

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