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Assuntos Tratados

1º Horário
 Poder Disciplinar
 Poder Hierárquico
 Poder Regulamentar

2º Horário
 Poder Regulamentar (Continuação)
 Poder de Polícia
 Atos Administrativos

1º HORÁRIO

Poderes Administrativos (continuação)

PODER DISCIPLINAR

Conceito
É poder da administração pública apurar infrações e aplicar penalidades em relação aqueles
sujeitos à disciplina administrativa. Estão sujeitos a disciplina administrativa: Servidores públicos,
contratados pela administração (cláusula exorbitante no contrato administrativo), estudante de
escola pública, doente de hospital público.

Principal característica
Segundo a doutrina majoritária é discricionário, ou seja, reside na aplicação da pena. Pois,
constatada uma infração a autoridade tem o dever (é vinculado) de abrir procedimento para punir,
agora a aplicação da pena é de acordo com conveniência e a oportunidade, sempre obedecendo
à lei e o direito (princípios). Porém, a aplicação da penalidade nem sempre será discricionária. Em
alguns casos, a lei estabelece a única penalidade cabível, ou seja, será vinculado nesse caso.
Caso apareça na prova que o poder disciplinar tem como característica a discricionariedade, está
correto, porém, nem sempre será discricionário.

Qualquer ato administrativo pode ser apreciado pelo poder judiciário no que tange a legalidade (no
sentido amplo), mas o poder judiciário não pode dizer à Administração qual pena deve ser
aplicada.

PODER HIERÁRQUICO

Conceito
É o poder da Administração Pública de distribuir e escalonar as funções de seus órgãos, bem
como o poder de rever e fiscalizar os atos de seus agentes criando uma relação de subordinação
e de hierarquia. (Súmula 510 do STF)

É uma realidade intra-subjetiva, ou seja, o poder hierárquico só existe no âmbito interno de


pessoa, entre pessoas não há hierárquica. O Estado é uma pessoa jurídica de direito que cria
outras pessoas vinculadas a ele. Ex.: Estado cria uma autarquia, empresas públicas. Assim, entre
União e uma autarquia federal não há hierarquia.

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Na relação entre os vários órgãos da administração o que mantém a unidade funcional é a
hierárquica.
Desconcentração é a repartição interna de competências, e o que mantém a unidade entre os
órgãos é o vínculo hierárquico, e esse vínculo é uma realidade intra-subjetiva.

As conseqüências do vínculo hierárquico

- Poder de comando: gera para o inferior o dever de obediência;


- Poder de fiscalizar: o superior fiscaliza o inferior;
- Poder de revisão: o superior pode rever os atos praticados pelo inferior, com base no princípio
da autotutela;
- Poder de aplicar penalidades: alguns doutrinadores dizem que o poder de aplicar penalidade é
poder disciplinar, portanto não seria matéria a ser tratada dentro do poder hierárquico. Porém,
outros doutrinadores dizem o poder de aplicar pena tem por base o poder disciplinar, mas é
impossível separar o poder de aplicar penas de uma relação subordinada;
- Poder de delegação e avocação: vide art. 11 ao art. 17 da lei 9.784/99 (guardar esses artigos).
A competência decorrer de norma legal.

Delegar é transferir para o subordinado o exercício da competência do superior.


Avocar é chamar o exercício da competência do inferior para o superior. A delegação tem
característica de ser ordinária (corriqueiro). A avocação é extraordinária (excepcional). Há
situações em que não é permitido delegar (art. 13 da Lei 9.784/99). O art. 15 dispõe sobre as
circunstâncias da avocação.

Obs.: É possível delegar competência para órgão não subordinado, porém isso não decorre da
hierárquica, mas sim em razão do interesse público (art. 12 da Lei 9.784/99).
Existe atividade administrativa no âmbito dos três poderes, e onde existe atividade administrativa
existe hierárquica.

PODER REGULAMENTAR

Sentido da expressão

- Em sentido Amplo: É o poder da administração pública de editar atos de caráter normativo.


Não é atividade legislativa, pois só o ato legislativo pode criar direito novo. E quando a
Administração edita um ato normativo, não está criando direito novo, ela está editando atos
gerais e abstratos para aplicar a lei. Maria Silvia denomina de poder normativo.

Exemplos de atos normativos da administração: Regulamento (só pode ser expedito pelo Chefe
do poder Executivo), a portaria, a resolução, a instrução normativa.

- Sentido estrito: É o poder que cabe ao Chefe do Executivo de editar regulamentos.

Obs.: Decreto é a forma de qualquer ato praticado pelo chefe do executivo, seja esse ato de
conteúdo normativo seja de conteúdo individual. Decreto é o nome do ato praticado pelo Chefe do
Poder Executivo. Ex.: Se o governador faz um regulamento para disciplinar o ICMS, ele o faz pela
forma de decreto; nomeia-se um servidor, ele o faz pela forma de decreto.

Espécies de regulamento (Chefe do Poder Executivo):

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- Regulamento executivo ou de execução: É aquele que é expedido para dar fiel execução a lei.
Jamais pode contrariar a lei, portanto o regulamento executivo nunca inova a ordem jurídica. O
chefe do executivo não pode delegar a competência para expedir regulamento (art. 84 § único
da CF). O fundamento legal do regulamento executivo está no art. 84, IV da CF.

- Regulamento autônomo ou independente: É aquele que disciplina relação jurídica não prevista
pela lei, portanto inova a ordem jurídica. Após a EC 32/2001 reabre a discussão sobre se
existe ou não regulamento autônomo no Brasil. Celso Antonio de Melo diz que não existe
regulamento autônomo. Para Maria de Pietro existe apenas na hipótese da alínea “a” do art.
84, VI da CF, e para outros doutrinadores existe com base no art. 84, inciso VI da CF.
- O Chefe do Poder Executivo pode delegar a competência para editar regulamento autônomo
(art. 84 § único).

- Regulamento autorizado ou delegado (não é previsto na CF e nem na lei, mas a doutrina e


jurisprudência o reconhecem): É quando a lei autoriza um órgão da Administração a editar
regulamentos que versem sobre matéria legislativa. É como se o congresso fizesse uma lei
permitindo que Administração através de regulamento tratasse uma matéria reservada à lei; ao
invés do legislativo legislar, ele autoriza o órgão da Administração legislar através de
regulamento.

O STF não admite regulamento em branco, ou seja, o poder legislativo não pode renunciar uma
prerrogativa constitucional dando ao órgão administrativo poder de legislar através de
regulamento, mas é possível para edição de critérios técnicos previstos na lei.

2º HORÁRIO

PODER REGULAMENTAR (continuação)

Controle do poder regulamentar

- Controle administrativo: É o controle que a própria administração faz, baseia-se na autotutela;


- Controle legislativo: É o controle que o poder legislativo exerce sobre o poder de regulamentar
da Administração (art. 49, V, da CF);
- Controle jurisdicional: É o controle (de legalidade e de constitucionalidade) que o poder
judiciário faz sobre o poder regulamentar. No regulamento autônomo só é cabível o controle
constitucional, pois não existe lei.

PODER DE POLÍCIA

Sentido da expressão
- Em sentido amplo: Expressão que abrange tanto as leis quanto os atos administrativos que
condicionam o exercício de direitos relacionados à liberdade e a propriedade para conciliar o
interesse público ao interesse individual. É o Estado que define onde o direito começa e onde
termina. Funda-se em atos de supremacia Geral.

- Em sentido estrito: Abrange apenas os atos administrativos que condicionam o exercício de


direitos relacionados à liberdade e a propriedade para conciliar o interesse público com o
interesse individual. É chamado de polícia administrativa.

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Conceito

Legal: art. 78 do CTN.

Doutrinário: É atividade administrativa que consiste em restringir, limitar, condicionar o exercício


de direito relacionados à liberdade e a propriedade para conciliar o interesse público com
interesse individual, e se funda em atos de supremacia geral e se expressa através de atos gerais
ou individuais de forma preventiva repressiva ou fiscalizadora.

- Fundamento do poder de policia: Fundamenta-se em atos de supremacia geral, ou seja, todos


sujeitam-se ao império do Estado.

- Características:

Discricionariedade.

Obs.: Mas existem atos de poder de polícia vinculados, quando a lei expressa uma única
alternativa para Administração.

Coercitividade: os atos de polícia impõe-se ao seu destinatário, independentemente, da vontade


desse.

Auto-executoriedade: Ato de polícia pode ser praticado sem intervenção do poder judiciário. Nem
todo ato de polícia é auto-executoriedade.

A auto-executoriedade existe:

- Quando a lei estabelece;


- Quando as circunstâncias exigem devido ao interesse público.

Poder de polícia originário e poder de polícia delegado:

- Poder de polícia originário é aquele exercido pelas pessoas políticas (União, Estado-
Membros, DF e os Municípios);
- Poder de polícia delegado é quando o poder de polícia é exercido por uma pessoa
administrativa (autarquias, fundações públicas de Direito Público).

É possível pessoa administrativa de direito privado exercer o poder de polícia delegado?

São pessoas administrativas de Direito privado: Fundações Públicas de Direito Privado, Empresas
Públicas, Sociedade de Economia Mista, Consórcios Públicos de Direito Privado.

- Primeira corrente: Não é posponde, porque as pessoas administrativas de direito privado não
têm as prerrogativas do poder público;
- Segunda corrente: É possível, mas tem que ter lei, integrar a Administração Pública indireta
(não é possível contrato delegando ao particular), e a atividade tem que ser apenas
fiscalizatória.

Não é possível que a administração delegue ao particular a prática do poder de polícia (Art. 4, III
da Lei 11.079/04). Celso Antônio de Melo diz que existe uma exceção no caso do capitão do
navio.

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Obs.: É possível delegar ao particular da prática de ato material que antecede ou sucede o ato de
polícia. Ex.: Empresa que é contratada pela Administração para implodir um prédio. O ato de
polícia foi praticado pela Administração e a empresa apenas vai executar.

Polícia Administrativa e Polícia Judiciária

Ambas exercem atividade administrativa.

Diferenças.

Polícia Administrativa Polícia Judiciária


Regime jurídico Direito Administrativo Código de Processo Penal

Órgãos competentes Qualquer órgão do Estado Apenas os órgãos de


que a lei atribuir esse papel. segurança (polícia civil,
militar e federal). Apenas
corporações específicas.

Finalidade Combater as atividades anti- Apurar a violação da lei


sociais (art. 78 do CTN). penal.

Objeto É a atividade relacionada É a pessoa, possível


com o exercício ao direito da infratora.
liberdade com o exercício do
direito da propriedade.

Atos Administrativos

Fato administrativo e fatos da Administração.

- Fato administrativo são atos materiais praticados no exercício da atividade administrativa.

Fato não é manifestação de vontade é o acontecimento de algo. Quando o Estado exerce a


função administrativa, ele pratica atos administrativos. Os fatos administrativos são atos materiais
que concretizam o ato administrativo. Ex.: Professor que ministrar aulas em escola Públicas.

Maria Silva de Pietro apresenta outro sentido à expressão fato administrativo, ela diz que é o
acontecimento que repercute no direito administrativo (morte do servidor – gera vacância no cargo
administrativo). Para Maria de Pietro o fato da administração seria o acontecimento que não
repercute no direito administrativo.

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Atos da Administração

Expressão ampla que abrange todos os atos praticados no exercício da função administrativa. E
alcança:

- Os atos de direito privado praticados pela administração;


- Os atos materiais (chamado pela doutrina de fato administrativo);
- Atos políticos;
- Os contratos;
- Atos normativos, praticados com base no poder regulamentar;
- Os atos administrativos propriamente ditos.

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