You are on page 1of 6

Assuntos Tratados

1ª Horário

 Concurso de Pessoas

Paralelo entre CP de 1940 e 1980


Requisitos
Natureza Jurídica

2º Horário

 Concurso de Pessoas (continuação)

Natureza Jurídica
Crime Próprio, Comum e de Mão Própria
Natureza Jurídica da Autoria

1º HORÁRIO

CONCURSO DE PESSOAS

PARALELO DO CP DE 1940 E 1984

1984 1940
Título “da co-autoria” (isso porque o CP
1940 confundia co-autoria com concurso.
Título: “do concurso de pessoas” Cuidado, pois co-autoria não é sinônimo
de concurso de pessoa e sim uma
espécie de concurso de pessoas)
Art. 29, CP “(...) na medida de sua
culpabilidade. A inserção de tal
expressão demonstra que as pessoas
que concorrem para a prática do crime Não havia essa expressão.
responderão segundo sua própria
culpabilidade – a culpabilidade é
individual – é reprovabilidade.
Participação de menor importância, mas
Participação de menor importância
é causa de diminuição de pena
(somenos) era uma atenuante (art.48)
(minorante)
Desvio subjetivo (art.48, parágrafo único).
Desvio subjetivo (art.29, §2º). Cada um
Mas este artigo conduzia-se à
responde segundo o seu dolo.
responsabilidade objetiva (Monista Pura)

Obs.: Modificação 1 – entendeu a doutrina que se ressentia da ausência de preocupação com a


participação.

Obs.: Modificação 2 – no CP/84 o legislador acrescentou a expressão “na medida de sua


culpabilidade”, que não interfere na Teoria Monista, mas assegura que a reprovabilidade será feita
de forma individual.

1
Obs.: O desvio subjetivo sofreu profunda modificação permitindo agora que cada concorrente
responda pela pena cominada ao crime, segundo ao seu dolo. Isso em substituição ao tratamento
de 1940, que conduzia à responsabilidade objetiva.

CRIME UNIPESSOAL, UNISSUBJETIVO ou MONOSSUBJETIVO → é aquele pode ser praticado


por uma só pessoa. Este crime permite o concurso eventual de pessoas. A classificação leva em
conta o tipo penal em abstrato. Ex.: Homicídio.

CRIME UNISSUBJETIVO É ≠ UNISUBSISTENTE → este último não admite tentativa porque ele
é crime de ato único. Ex.: crime contra a honra na forma verbal.

CRIME PLURISSUBJETIVO ou PLURIPESSOAL → é aquele em que o tipo penal exige para


realização do delito mais de uma pessoa, não podendo ser praticado por uma só pessoa. É crime
de concurso necessário (pois o concurso de agentes é parte da conduta típica). Ex.: crime de rixa
– Art. 137, CP (exige numero mínimo de 3 pessoas – os contendores, que não precisam ser todos
imputáveis); Formação de quadrilha ou bando – Art. 288, CP (exige o numero mínimo de 4
pessoas); Motim de presos – art. 354, CP

CRIME PLURISSUBJETIVO É ≠ PLURISSUBSISTENTE → neste último há pluralidade de atos.


Desta forma, admite-se a tentativa.

Nos crimes unissubjetivos para caracterização do concurso de agentes se faz necessário o uso da
norma de reenvio constante no Art. 29, CP – também conhecida por norma de extensão,
ampliação, adequação típica por subordinação indireta ou por subordinação mediata. Esta norma
existe porque é impossível que o legislador preveja todas as formas de se atuar em uma conduta
típica.

Já nos crimes plurrisubjetivos o concurso de agentes é parte da conduta típica, já prevista


diretamente na norma incriminadora (tipicidade direta).

Obs.: Pode, excepcionalmente, ocorrer concurso eventual de pessoas em um crime de concurso


necessário (usar o art. 29 em um crime de concurso necessário). Ex: sujeito quer está fora da
prisão auxilia a execução de um motim de presos (art. 354, CP)

REQUISITOS

1) Pluralidade de condutas (mais de uma conduta): pode ser em crime de ação ou de


omissão.

2) Liame subjetivo (liame psicológico): é convergência psicológica. Identidade e unidade do


elemento psicológico (dolo+dolo ou culpa+culpa). Não pode haver concurso com
colaboração culposa em crime doloso ou vice-versa (a colaboração tem que ser do mesmo
tipo do crime).

Na autoria colateral, duas ou mais pessoas praticam a mesma infração penal, no entanto, um não
sabe do outro. Não há ajuste de vontade, ou seja, não há concurso de pessoas.

Autoria incerta (está dentro da autoria colateral). Aqui, não se sabe, exatamente, quem deu causa
ao resultado, mas os agentes são conhecidos – não há concurso de pessoas. Os agentes

2
responderão por tentativa, mesmo tendo o fato sido consumado (art. 13, CP – o resultado só pode
ser imputado a quem lhe deu causa).

Autoria desconhecida: ocorre quando não é possível saber quem deu causa ao resultado (não se
conhece; não se sabe quem é o agente).

3) Nexo causal ou liame físico → art. 13, CP – Teoria da equivalência dos Antecedentes
Causais. Tem que se valer da Teoria do Processo Hipotético de Eliminação de Thirèn.
Para saber se determinada conduta é causa ou não daquele resultado, tem que se fazer a
supressão da conduta analisada e ver se, com esta conduta, o resultado ocorreria como
ocorreu. O exame da conduta dolosa ou culposa impede uma regressão ad infinitum.

4) Identidade de Infração Penal (crime único).

Obs.: Nucci ainda coloca um quinto requisito, o “fato punível”, mas o professor considera tal
requisito obvio.

Obs.: Crime de mera conduta ou crime formal: não tem resultado material, que é mero
exaurimento dos crimes. Aqui não há nexo causal (que é a ligação ao resulta do material) – PODE
OCORRER CONCURSO DE PESSOAS SEM O NEXO CAUSAL.

Obs.: Cespe – o acordo prévio não é requisito para concurso de pessoas (é prescindível). Ex.:
Empregada dolosamente abre a porta para ladrão, que não sabe da ação da empregada
(empregada age em concurso e ladrão age sem concurso).

NATUREZA JURÍDICA

Obs.: Autoria e participação - Observações: Os CP de 1830, 1890 e 1932, conceituaram autor e


partícipe, o que não aconteceu em 1940 e 1984. CP de Portugal, arts. 26 e 27 (1995), e da
Espanha, arts. 27 a 29 (1995) conceituaram autor e partícipe.

Teoria Monista, Monismo ou Unitária

Independentemente de o agente ser autor ou partícipe, ele responderá pelo mesmo delito. Existe
um só crime, independente do número de concorrentes. É a teoria adotada pelo nosso CP.
Expressamente o art. 29 coloca no singular a palavra “crime” (a responsabilidade é individual, mas
o crime é só um).

Só haverá punição do partícipe se autor iniciar a execução (partícipe depende do autor –


respondem pelo mesmo crime) – art. 31, CP.

Temos ainda, o art. 62, I e II, CP que também se refere a “crime”→ todos (autores e participes)
respondem por um único crime (alguns com pena agravada).

Teoria Dualista ou Dualismo

Os concorrentes serão agrupados em dois delitos, conforme a natureza da colaboração, existindo,


portanto, um delito para os autores e outro para os partícipes.

3
Teoria Pluralista ou Pluralismo

Tantos serão os crimes quantos forem os concorrentes.

Obs.: A teoria Unitária não é absoluta. O CP adota a Teoria Unitária Relativa ou Temperada ou
Matizada ou Mitigada, porque existem exceções ao Monismo.

Exceções à Teoria Monista:

1) Art. 29, §2º, CP.

2) Arts. 124 e 126, ambos do CP – cada um responde por um crime (não há concurso de
pessoas entre eles, pois são crimes distintos, mas é possível haver concurso nestes crimes
quando uma terceira pessoa instiga um ou outro a cometer o crime).

2º HORÁRIO

3) Arts. 317 e 333, CP – cada um responde por um crime (separação das pessoas envolvidas em
uma mesma corrupção) – entre eles não há concurso (mas pode haver concurso de pessoas
com um terceiro).

4) Art. 318 e 334, CP– cada um responde por um crime (separação das pessoas envolvidas em
um mesmo contrabando) – entre eles não há concurso (mas pode haver concurso de pessoas
com um terceiro).

5) Art. 342 e 343, CP – cada um responde por um crime (entre eles não há concurso, mas pode
haver concurso de pessoas com um terceiro).

Obs.: Para Bittencourt, estas exceções são Dualistas (seguir na prova). Para Damásio são
exceções Pluralistas (é a posição mais correta – adotar em São Paulo).

CRIME PRÓPRIO, COMUM E DE MÃO PRÓPRIA

- Crime próprio: é aquele em que o tipo penal exige uma qualidade do sujeito ativo. Não é crime
que pode ser praticado por qualquer pessoa. Ex: Art. 319-A, 312, 316, 317, 318, 269, CP

- Crime Impróprio: no delito comum não exige o tipo penal qualidade alguma do sujeito passivo,
razão pela qual pode ser praticado por qualquer pessoa. Ex: art. 121, CP.

- Crime de mão própria ou crime de atuação pessoal – neste delito o legislador, no tipo penal,
exige que o agente realize a conduta com o emprego do seu corpo, sendo por esse motivo
impossível a ocorrência da co-autoria e da autoria mediata. Ex: art. 342, 323, CP.

Obs.: O art. 123, CP – não é de mão própria, pois é possível a co-autoria. Art. 213, CP – não é de
mão própria, pois admite a autoria mediata (inclusive mulher pode ser autora de estupro –
“constranger”). Art. 312, CP – não é crime de mão própria, pois admite tento co-autoria quanto
autoria mediata.

Obs.: O art. 342, CP – STF (RHC 81327/SP): falou que advogado é co-autor (mas confundiu co-
autoria com participação). O mesmo problema ocorreu no STJ (Resp. 402783). – se na prova não
falar “segundo o STF/STJ”, seguir orientação da doutrina, pois os tribunais erraram. Crime de

4
mão-própria e problema nos Tribunais: (STJ 5ª Turma - Resp - 402783/SP -13.10.2003)
“Entendimento desta Corte de que é possível, em tese, atribuir a advogado a co-autoria pelo crime
de falso testemunho” e (STF 2ª Turma - RHC 81327/SP - 05.04.2002) Co-autoria. Participação.
Advogado que instrui testemunha a prestar depoimento inverídico nos autos de reclamação
trabalhista.

Conduta que contribuiu moralmente para o crime, fazendo nascer no agente a vontade delitiva.
Art. 29 do CP. Possibilidade de co-autoria.

Obs.: 22º Concurso MPF - Questão 99 - Contratado para patrocinar defesa de rica empresa, em
reclamação trabalhista contra ela ajuizada, o advogado Rogério deu dinheiro a Marisa e
conseguiu, assim que a mencionada testemunha fizesse afirmação falsa em juízo. Diante destes
fatos, é certo afirmar que:
a) Rogério praticou o crime de corrupção ativa de testemunha e pode, igualmente, ser enquadrado
como co-autor do falso testemunho qualificado pelo suborno, pois concorreu moralmente para
este delito, fazendo nascer em Marisa a vontade delitiva;
b) a conduta de Rogério caracteriza corrupção ativa de testemunha, mas ele não pode ser
considerado como co-autor do falso testemunho qualificado pelo suborno, que é delito de mão-
própria, somente podendo ser cometido pela própria testemunha;
c) Marisa perpetrou falso testemunho, sendo co-autora do delito de corrupção ativa de
testemunha;
d) o falso testemunho não deixará de ser punível, ainda que Marisa venha a se retratar ou
declarar a verdade antes da sentença.

NATUREZA JURÍDICA DA AUTORIA

TEORIA EXTENSIVA (Mezger)

Será autor o agente que, com seu comportamento, der causa à produção do resultado.
Crítica: quem presta mero auxílio responde como autor; crimes sem resultado não é possível
identificar quem deu causa, pois o resultado não existe.

- Teoria causal subjetiva: tentando salvar a teoria extensiva, Von Buri


acrescentou um aspecto subjetivo para separar autoria de participação,
trazendo as figuras do “animus actoris” e do “animus socii”, sendo o
primeiro, autor por estar próximo do resultado e segundo, partícipe por
estar distante do resultado.

TEORIA OBJETIVO-FORMAL (Franz Von Liszt)

Liszt, abandonando o causalismo, procurou separar o autor do partícipe pelo exame da tipicidade,
assegurando que autor é aquele agente que realiza total ou parcialmente a conduta típica (um
trecho da conduta típica) e a conduta do partícipe gravita na zona periférica do tipo.

Esta teoria não explica à autoria mediata (art. 22) e ao mandante.

Entre mandante e executor há concurso de pessoa, mas na autoria mediata não há concurso.

5
TEORIA OBJETIVO-MATERIAL (FRANK)

Frank, divergindo parcialmente de Liszt, apesar de admitir que o autor realize a conduta típica,
acrescenta como imprescindível a relevância causal da conduta (tem que ser um trecho da
conduta com eficiência causal) – é errado, pois nosso sistema trabalha com a teoria da
equivalência dos antecedentes.

TEORIA DO DOMÍNIO FINAL (Hans Welzel – 1939)

Com origem em Welzel explica a autoria no controle do curso dos acontecimentos admitindo ser
autor o agente que controla as rédeas e que pode interromper o curso dos acontecimentos.

Obs.: Tem quem entenda que o CP no seu art. 62, IV, CP adotou implicitamente a teoria objetivo-
formal – não há consenso (tem que ser marcada na prova).

Obs.: Graus da Participação – Acessoriedade pode ser:

1) Mínima: pode punir o partícipe se o sujeito principal realizar fato típico.

2) Limitada: pode punir o partícipe se o sujeito principal realizar fato típico e ilícito – É A
ADOTADA NO BRASIL.

3) Extrema: pode punir o partícipe se o sujeito principal realizar fato típico, ilícito e culpável
- minoritária.

4) Hiperacessoriedade: pode punir o partícipe se o sujeito principal realizar fato típico, ilícito,
culpável e punível.

Obs.: Imaginada por Zaffaroni, surge a Autoria por determinação para resolver no crime de mão
própria o vazio de punibilidade em hipótese onde não cabe a autoria imediata ou a participação,
sugerindo o referido autor a possibilidade de se responsabilizar o agente pela determinação dada
a outrem para a execução material do fato. Ex: advogado não será punido por autoria imediata
pelo crime de falso testemunho, mas sim como autor de determinação, pois ele não pode ser
autor direto e nem partícipe. Não existe no CP do Brasil, só podendo ser usado ampliando-se o
art. 29, fragilizando a reserva legal.

Obs.: A Teoria do domínio final, não pode ser usada em crimes culposos. Neles tem que ser
usada a teoria extensiva, pois o tipo penal é aberto (tem que se pesquisar quem deu causa).

You might also like