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1º Horário
Crimes contra Pessoa (continuação)
Capitulo II (art. 129)
Capítulo III (art. 130 a 136)
2º Horário
Continuação do Capítulo III (art. 130 a 136)
Capítulo IV – Crime de Rixa
Capítulo V − Crimes Contra Honra
1º HORÁRIO
Dolosa
- simples (caput do art. 129) → ofensas superficiais.
- grave (§1º do art. 129) → resultados específicos.
- gravíssima (§ 2º do art. 129) → resultado mais gravoso.
Crime preterdoloso (§ 3º do art. 129, lesão corporal seguida de morte) → doloso no antecedente e
culpa no conseqüente.
Parágrafos introduzidos pela Lei Maria da Penha: §§ 9º, 10, 11 (lesão corporal dolosa no âmbito
familiar).
Perdão judicial (§ 8º do art. 129) → o juiz pode conceder o perdão judicial, apesar de reconhecer
que o fato é típico, antijurídico e culpável; deixa de aplicar a pena (causa de extinção da
punibilidade). Essa sentença tem natureza declaratória. Obs.: só é aplicado o perdão judicial para
fato típico, antijurídico e culpável. Não se aplica para fatos extraordinários.
O legislador busca proteger a saúde, a integridade física e mental do agente. É possível cogitar
lesão corporal quando a ofensa se der no plano psicológico.
Relação entre o art. 121 (homicídio) e o art. 129 (lesão corporal) → a lesão corporal será
absorvida pelo crime fim (homicídio).
Obs.: art. 171, § 2º, IV é crime contra o patrimônio. Não se pune a auto-lesão.
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Art. 129, § 1º (crimes qualificados pelo resultado). Exasperação da pena. Todas as situações
admitem dolo no antecedente e dolo no conseqüente, exceto no inciso II (culpa no conseqüente,
porque, se for dolo, será tentativa de homicídio).
Art. 129, § 2º (crime qualificado pelo resultado). O inciso V não aceita o resultado advindo de dolo.
É indispensável que seja por culpa (se for dolo, responderá o agente por concurso formal
imperfeito).
Art. 129, § 3º – crime qualificado pelo resultado, dolo no antecedente e culpa no conseqüente.
Crime subsidiário explícito.
Observações
- É possível aplicar-se o Princípio da Insignificância ou da bagatela (conduta é materialmente
atípica) nos crimes de lesão corporal. Não se aplica o princípio da insignificância para crimes
de grave ameaça.
- § 9º do art. 129 (introduzido pela lei Maria da Penha). Lesão praticada dentro do contexto
familiar. Aplica-se esse parágrafo a todas as pessoas (do sexo feminino ou masculino) que
sofrerem as situações narradas no tipo.
- § 10 do art. 129 → aplica-se para a lesão corporal grave, gravíssima e lesão corporal seguida
de morte.
- Crime de perigo (teoria objetivista) − a simples exposição do bem jurídico a risco já é suficiente
para caracterizar o tipo penal.
- Crime de perigo abstrato → o perigo não precisa ser demonstrado.
- Crime de perigo real → o perigo deve ser comprovado.
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Art. 130 – Perigo de contágio venéreo
- Crime próprio quanto ao sujeito ativo – a pessoa tem que estar contaminada.
- Crime de forma vinculada – a lei penal exige a prática de relações sexuais ou de atos
libidinosos.
- Crime transeunte – não deixa vestígios (a vítima não se contaminou). Pode também não ser
transeunte – deixa vestígios.
- Crime doloso pela doutrina (entendimento unânime). Porém, na Exposição de Motivos (art.
44), é admitida a forma culposa. A Exposição de Motivos não vincula os operadores do direito,
não é uma interpretação autêntica.
- § 1º do art. 130 − aplica-se o princípio da especialidade – apesar de ser crime de dano. Se a
morte ocorrer em decorrência da moléstia venérea, aplica-se o art. 129, § 3º. Se os dois
estiverem contaminados, aplica-se o art. 17 do CP (crime impossível).
Obs.: pela doutrina o uso de preservativo afasta o dolo. Prostituta pode cometer esse crime.
AIDS – não é doença venérea. Sujeito que se relaciona com outra pessoa querendo transmitir
AIDS, age com propósito de matar. Vai responder por tentativa de homicídio (se a pessoa não
morre) ou por homicídio, podendo responder por homicídio qualificado, art. 121, §2º (dissimulado).
Crime de forma livre → o agente pode praticar atos de qualquer natureza que possuam eficácia
para transmissão da moléstia. Se ocorrer a morte em decorrência da transmissão da moléstia, o
agente responde pelo art. 129 § 3º. É norma penal em branco, pois o conceito de moléstia grave
deve ser fornecido pela medicina. É um delito subsidiário.
Observações
- Art. 15 da lei do Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826): se houver perigo, fora das situações
previstas nesse artigo, responderá pelo art. 132 do CP.
- Se várias pessoas forem expostas a perigo, segundo a melhor doutrina, teremos concurso
formal art. 70 do CP.
- Parágrafo único do art. 132 → Transporte de bóias frias, transporte clandestino se não atende
às disposições legais para transporte; responde pelo art. 132.
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Art. 133 − Abandono de incapaz
Crime próprio – é necessário ter vínculo especial com o agente. Se não existir vínculo especial, o
agente responderá pelo art. 135 (omissão de socorro).
Exemplos:
- Cuidado → significa assistência a pessoa que, via de regra, são capazes de se valer sozinhas,
mas que temporariamente não o conseguem (marido que cuida da esposa doente).
- Guarda → maior cuidado pela segurança pessoal.
- Vigilância → zelo pela segurança pessoal de outra pessoa.
- Autoridade → vínculo de poder sobre outra pessoa.
O individuo que abandona e que depois muda de atitude e volta, responderá pelo art. 133 da
mesma forma, mas de maneira mais branda.
Se do abandono resultar lesão corporal de natureza grave e gravíssima, será necessário haver
laudo. A lesão corporal gravíssima também se enquadra no § 1º do art. 133.
Obs.: Lugar ermo – pouco visitado. Lugar abandonado – responde por tentativa de homicídio.
2º HORÁRIO
Se existir vinculação especial entre o agente e a vítima, aplica-se ao art. 133 e não o art. 135.
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Erro de tipo → o indivíduo supõe que está dormindo quem na verdade está passando mal.
Médico que se recusa ao atendimento, alegando que não foram pagos os honorários, que a vítima
não faz parte do convenio, que já terminou o horário de plantão etc. → aplica-se o art. 135.
Obs.: art. 97 do Estatuto do Idoso – prevalece esse artigo em razão do principio da especialidade.
Art. 304 do CTB: aplica-se esse artigo para aquele indivíduo que se envolveu em acidente, mas
não teve responsabilidade pelo sinistro.
Obs. 2: a mulher não pode ser vítima de maus tratos praticados pelo marido.
Lei de tortura – o art. 1º, II da Lei 9.455/97 na parte final, diferencia a tortura de maus tratos. A
finalidade no crime de tortura é a de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.
Estatuto do idoso (maus tratos contra idoso), o art. 99 prevalece devido ao princípio da
especialidade. Se eventualmente o idoso for submetido a castigo para fins de educação,
tratamento ou custódia, aplica-se o art. 136 do CP.
CAPÍTULO IV
Mais três pessoas, devido a uma interpretação lógica, pois o legislador, quando quis mencionar
duas pessoas, ele o fez expressamente.
O Código Penal adota o Sistema da autonomia do crime de rixa – admite a punição da rixa
independe da punição dos danos causados pela rixa.
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Rixa + mais resultado morte (rixa qualificada)
Se ficar identificado quem provocou o resultado morte, ele responderá por Rixa qualificada +
homicídio (divergências doutrinárias); os outros responderão por rixa qualificada. Para o professor,
quem provocou o resultado morte deveria responder por Rixa simples + morte. Se não se puder
identificar quem provocou o resultado morte, todos responderão por Rixa qualificada.
Rixa + lesão Corporal = todos respondem pela rixa qualificada, inclusive aquele que sofreu a lesão
corporal (parágrafo único do art. 137).
É possível legítima defesa em rixa? Sim. Entretanto, os participantes do crime responderam por
rixa qualificada, mesmo que a morte ou lesão tenha ocorrido em legítima defesa.
É possível integrante menor em rixa? Sim, porém esses menores praticarão ato infracional.
CAPITULO V
Obs.: art. 339 do CP – denunciação criminosa. Nesse crime, o agente dá início à investigação
criminal, processo judicial, processo administrativo.
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§1º → é necessário o dolo direto; o agente propala ou divulga a calúnia e tem ciência da falsidade
da imputação.
Calúnia reflexa → quando se faz uma imputação diretamente a alguém e que atinge também
terceira pessoa que não era o alvo principal. A consumação do crime de calúnia exige que se
chegue ao conhecimento de terceira pessoa.
Parágrafo único → admite exceção da verdade desde que envolva funcionário público na
atividade funcional.
HC 82424 do STF (Rio Grande Sul) → não existe diferença entre os seres humanos, mas embora
não existam diferenças é possível falar em raça (contexto cultural).