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UNIVERSIDADE CATÓLICA PORTUGUESA

FACULDADE DE PSICOLOGIA E DE EDUCAÇÃO


MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO
ESPECIALIZAÇÃO EM INFORMÁTICA EDUCACIONAL

PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM – UNIDADE 2 SESSÃO 1

Docente: Guilhermina Miranda

Grupo 2
Mestrandos:
- Ângela Santos
- Délia Freitas
- José Augusto Martins
- Mª de Fátima Tomé
- Samuel França

Funchal, 14 de Fevereiro de 2009


A origem dos computadores no ensino

As potencialidades pedagógicas do computador «começaram a ser encaradas como


máquina com potencialidades para o ensino a partir de 1950, altura em que os behavioristas
(Skinner, Holland, Crowder) dão forma ao chamado ensino programado. É de salientar que o
«ensino programado» não nasceu com os computadores. Em 1929, Sidney Pressey
desenvolveu uma máquina, cujas características anteciparam as bases do ensino programado.
Na programação linear, os itens seguem-se uns aos outros, com um único caminho a ser
seguido. A programação ramificada é mais flexível, progressão menos linear, excepto se
todas as respostas estão correctas. As incorrecções conduzem o aluno por caminhos paralelos.
O surgimento de novas perspectivas da utilização dos computadores levou à
substituição do conceito de Ensino Assistido por Computador (EAC) para o de uma
Educação Baseada no Computador (EBC), que inclui a Instrução Gerida por Computador. O
conceito de Ambientes de Aprendizagem Informatizados é o que melhor caracteriza as
possibilidades da informática aplicada ao ensino.
A aprendizagem operante segundo Skinner

Skinner foi considerado o psicólogo comportamentalista mais importante e foi um dos


discípulos de Thorndike. No entanto, reformulou algumas das ideias de Thorndike,
nomeadamente, designou a Lei do Efeito por Reforço.
Skinner encarava a aprendizagem como uma associação estímulo-resposta ou resposta-
estímulo, baseando-se na observação de respostas manifestas. Estas dividem-se em dois tipos:
Respondentes e Operantes.
As respostas respondentes são respostas reflexas, inatas, que podem ser
automaticamente desencadeadas por um determinado estímulo antecedente, não aprendido ou
incondicionado. A sua frequência depende da frequência com que aparece o estímulo e não é
afectada pelos efeitos que provoca. Estas respostas correspondem aos reflexos estudados por
Pavlov.
As respostas operantes são respostas voluntárias do organismo, cuja produção não está
dependente do aparecimento prévio de um estímulo, mas cujos efeitos são identificáveis por
aplicação da Lei do Condicionamento Operante.
Existem três tipos de mecanismo de Condicionamento Operante: a discriminação de
estímulos, a diferenciação de respostas e a generalização de estímulos.
A discriminação de estímulos é a capacidade de distinguir o estímulo condicionado de
outros estímulos e passar a responder diferencialmente.
Na diferenciação de respostas as habilidades são aperfeiçoadas através do reforço
diferenciado de respostas variáveis.
A generalização de estímulos corresponde ao processo inverso da discriminação de
estímulos, ou seja, é a capacidade de perceber semelhanças entre estímulos e responder de
maneira semelhante ou igual a todos.
Os mecanismos anteriores permitem diminuir ou aumentar a probabilidade de um
indivíduo executar uma determinada resposta em relação ao nível operante, através do reforço
ou da punição, respectivamente. A probabilidade de uma resposta também pode diminuir
através da extinção, que corresponde a um processo no qual é removido o reforço
correspondente a essa resposta.
O reforço pode ser positivo ou negativo consoante a apresentação ou remoção de um
estímulo após a resposta que provoca uma satisfação ao indivíduo.
A administração do reforço pode ser efectuada através de cinco programas:
• reforço contínuo: proporciona o reforço cada vez que o operante é emitido;
• razão fixa: o reforço só ocorre após a fixação prévia do número de vezes que o
indivíduo deve apresentar um determinado comportamento;
• intervalo fixo: refere-se à presença de reforço em intervalos previamente definidos – o
tempo decorrido entre a produção de uma resposta e a aplicação do reforço ser sempre o
mesmo;
• razão variável: refere-se à aplicação do reforço sem o estabelecimento do número de
comportamentos adequados que justifique a aplicação do reforço;
• intervalo variável: refere-se à presença de reforço em intervalos não fixos, sendo
impossível, por parte do indivíduo, fazer qualquer previsão.
Os casos 1 e 2 ilustram exemplos de um reforço positivo e contínuo. No caso 1, a
professora de Matemática tece elogios e comentários encorajadores (reforço positivo) sempre
que o comportamento operante é emitido pela Rita (reforço contínuo). No caso 2, como
inicialmente apenas eram destacadas as qualidades do Miguel, este considerava que esse facto
não era suficiente para o motivar a ser pontual. Após lhe ter sido proposto que, cada vez que
obtivesse um "relatório de progresso positivo", poderia assistir aos jogos de futebol e de
basquetebol (algo que este gostava de fazer), o Miguel aumentou a frequência com que era
pontual. Neste caso, assistir aos jogos de futebol e de basquetebol dos alunos de 10.º ano é a
consequência reforçadora para que o Miguel seja pontual.
No nosso dia-a-dia deparamos com situações idênticas. Por exemplo, uma directora de
turma da escola do Porto da Cruz elaborou uma mini-caderneta para cada aluno, na qual os
professores deviam somente indicar os bons resultados obtidos por estes. Cada vez que um
aluno apresentava um bom resultado numa dada disciplina, era colocada nessa caderneta uma
estrelinha. Este facto fez com que alguns alunos estivessem mais motivados a estudar e a
obter melhores resultados. A colocação de uma estrelinha na caderneta é a consequência
reforçadora do estudo dos alunos.
O segredo para o sucesso destes casos (e de muitos outros que existem nas nossas salas
de aula) devem-se à definição e programação dos reforços a serem atribuídos aos alunos, no
primeiro caso, pelo seu bom desempenho nas aulas de matemática; no segundo caso, pela
pontualidade.
A punição resulta da aplicação de estímulos aversivos imediatamente após o
comportamento indesejável (punição positiva). No caso 5, como a Vera apresentava um
comportamento inadequado, a mãe acaba por a mandar para o quarto. Estamos perante uma
punição positiva, pois a mãe deu algo de desagradável à Vera (o castigo). A retirada do
reforço positivo pode também ser considerada uma punição (punição negativa). Os casos 4 e 6
são exemplos de uma punição negativa. No caso 4, para o treinador de basquetebol evitar
comportamentos desviantes por parte dos seus jogadores, afirma que lhes retira algo
agradável, a possibilidade de jogar. No caso 6, a mãe do Luís, como castigo, retirou-lhe algo
que esta tinha prometido, a ida ao jardim zoológico e o gelado. Este facto fez com que o Luís
se comportasse bem o resto do dia.
No que concerne ao caso 3, a professora repreendeu o Vicente (punição positiva) pelo
seu mau comportamento. Contudo, o seu comportamento só foi de encontro ao pretendido
pela professora enquanto este esteve sentado na sua secretária. Assim, consideramos que o
facto de o Vicente estar na secretária da professora poderá ser um reforço positivo para que o
aluno em questão permaneça sem perturbar o funcionamento da aula. Após a remoção do
reforço positivo, o Vicente voltou a demonstrar o comportamento que tinha anteriormente.
Em relação ao ensino, Skinner deu ênfase a alguns princípios:
• o ensino deve ser organizado a partir de objectivos claramente definidos – o professor
deve explicitar com exactidão o que o aluno deve ser capaz de fazer e sob que condições;
• o que precisa ser ensinado deve ser colocado sob controlo de certas contingências de
reforço – o professor deve definir e programar as contingências de reforço para
possibilitar/aumentar a probabilidade de ocorrência do comportamento desejado (a ser
apreendido);
• a informação deve ser apresentada em pequenas etapas – facilita a emissão de
respostas a serem reforçadas e diminui a probabilidade de erros. Este princípio ainda é muito
utilizado em softwares e nalguns livros didácticos;
• o aluno aprende melhor se participar activamente na sua aprendizagem e se verificar
imediatamente sua resposta;
• cada aluno progride ao seu próprio ritmo. Este princípio é, actualmente, utilizado pela
academia de inglês Wall Street Institute.
Em suma, a presença de um reforço positivo fortalece um dado comportamento, a sua
remoção diminui a frequência do comportamento que se pretende. A presença de uma punição
enfraquece um dado comportamento, a sua remoção fortalece o comportamento que não se
pretende.
De acordo com o Condicionamento Operante de Skinner, que estratégias devem os
professores desenvolver numa sala de aula para motivar os seus alunos e fomentar
aprendizagens? Devem utilizar o reforço? A punição? Como aplicá-los?!

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