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QUE CURAM
Enciclopédia das Plantas Medicinais
AO LEITOR
J
I
gnoradas n u m a s épocas da Após uma época de bilhantes
história, e até desprezadas progressos científicos, em que a
noutras, as plantas medici- terapêutica —ciência da cura—,
nais têm esperado vários milé- d e p o s i t o u t o d a s as suas espe-
nios, calada e pacientemente, que ranças exclusivamente em sofis-
nós, os seres humanos, dirijamos ticados laboratórios e em dispo-
para elas a nossa atenção, a fim sitivos de alta tecnologia, volta a
de conhecê-las, estudá-las, aplicá- r e s s u r g i r o interesse pelos re-
las —e porque não?—amá-las. médios simples que a Natureza
oferece: n ã o só as plantas, mas
também a água (hidroterapia), o
sol (helioterapia) ou as terras
m e d i c i n a i s (geoterapia), entre
outros.
3. F o r m a s de p r e p a r a ç ã o e e m p r e g o 54 » j**}
• A ai te de prepai ar tisanas ^* * « ^ ^ ^ ^ ^
• Vantagens e inconvenientes dos extractos '^^
• Técnica de aplicação das lomenlações ^ V\
Formas de preparación y ernpleo, cap. 3
• O uso seguro das plantas medicinais &_/jj
4. Princípios activos 76 nl m
.. * r • • . Precauções e toxicidade
V
• A lotossintese 5
• Procedimentos para a obtenção das
essências
Princípios activos, cap. 4 • A aromaterapia
6. Da planta ao m e d i c a m e n t o 110
l
Plantas para o aparelho genital
20. Plantas para o intestino
21. Plantas para o ânus e o recto
22. Plantas para o aparelho urinário
23. Plantas para o aparelho genital masculino.
24. Plantas para o aparelho genital feminino ..
25. Plantas para o metabolismo
476
538
548
602
614
644
masculino, cap. 23
26. Plantas para o aparelho locomotor 654
27. Plantas para a pele 680
28. Plantas para as infecções 736
29. Plantas para outras doenças 774
* Glossário 778
Unidades de medida 782
Procedência das ilustrações 783
Bibliografia 784
; índices alfabéticos 786
Plantas para a pele, cap. 27 índice geral alfabético 794
7
índice de doenças
Abcesso dentário, ver Fleimão dentário 188 Antocianinas, plantas com 128
Abcessos 689 Ânus, eczema 539
Acidez do estômago 418 Ânus. fissura 539
Ácido úrico, excesso de, ver Gota 647 Apetite, excesso de, ver Bulimia 648
Acne 687 Apetite, falta de 347
Açúcar no sangue, excesso, ver Diabetes 648 Ardor de garganta, ver Garganta, irritação 201
Afecções do coração 213 Ardor dos olhos (legenda de foto) 130
Afonia 203 Areias na urina, ver Litíase urinária 550
Afrodisíacas, plantas 602 Arritmia 214
Aftas 187 Arrotos, ver Gases no estômago 421
Alcalinizantes, plantas 645 Arteriosclerose 228
Alcoolismo 776 Articulação, entorce, ver Entorse 657
Alergias 777 Artrite úrica 659
Alimentar, infecção tóxica, ver Salmonelose 740 Artritismo, ver Atrite úrica 659
Alopecia, ver Cavície 688 Artrose 659
Alternativas ao café 177 Ascite, ver Barriga de Água 380
Alternativas ao chá 177 Asma 283
Amcbíasc 740 Astenia 140
Amigdalite e faringite 201 Atonia intestinal 485
Analgésicas, plantas, ver Dor e nevralgia 142
Anemia 263 Balsâmicas, plantas 289
Angina de peito 214 Barriga de água 380
Anginas, ver Amigaclalite e faringite 201 Beleza da pele 686
Angor pectoris, ver Angina de peito 214 Béquicas, plantas, ver Garganta, irritação 201
Anorexia, ver Apetite, falta de 347 Bexiga, infecção, ver Cistite 554
Ansiedade 141 Blefarite 129
Ansiolíticas, plantas, ver Nervosismo e ansiedade . . . . 141 Boca, aftas, ver Aftas 187
Antidiarreicas, plantas 480 Boca, inflamação, ver Eslomatite, plantas 189
Antiescorbúlicas, plantas 645 Boca, mau hálito 187
Anliespasmódicas, plantas 147 Boca, mau sabor 187
Anliespasmódicas uterinas, plantas 621 Bolhas nos pés, ver Pés, transtornos 660
Anti-inflamalórias urinárias, plantas 549 Broncodilatadoras, plantas 288
Antilactagogas, plantas 615 Bronquite 282
Anti-reumálicas, plantas 655 Brucelose 740
Antitússicas, plantas 288 Bulimia 648
Esclerose em placas,
ver Doenças orgânicas do sistema nervoso 144
Escorbuto, plantas contra o 645
Esfbladelas dos pés, ver Pés, transtornos 660
Esgotamento e astenia 140
Espasmo intestinal, ver Cólica intestinal 483
Esterilidade feminina 616
Esterilidade masculina 603
Estômago, acidez 418
Estômago descaído 420
Estômago, dor • 420
Estômago, falia de sucos 418
Estômago, gases 421
Estômago, hemorragia 421
Estômago, nei*vos 421
Estômago, úlcera 423
Estomatite, plantas 189
Estrias da pele 688 Garganta, irritação 201
Estudantes, ver Rendimento intelectual insuficiente .. 143 Gargarejos, plantas para 204
Excesso de apetite, ver Bulimia 648 Gases intestinais 478
Excitação sexual excessiva 604 Gases no estômago 421
Expectoração, sangue na, ver Hemoptise 284 Gastrentcrite 481
Expectorantes, plantas 286 Gastrite 422
Gastrite crónica 423
F a l t a de apetite 347 Gengivas, transtornos,
Falta de irrigação sanguínea 228 ver Piorreia, gengivite e parodontose 188
Falta de sucos gástricos 418 Gengivite 188
Faringite 201 Gesíação, ver Gravidez 616
Febre, ver Doenças febiis 738 Gota 647
Febre de Malta, ver Brucelose 740 Gravidez 616
Febre tifóide 741 Gretas da pele 683
Febris, doenças 738 Gretas do lábio 187
Feridas e úlceras 682 Gretas do mamilo 616
Fermentações intestinais 479 Gripe 742
Fígado, intoxicação 380
Fígado, mau funcionamento 379 Jtlálito fétido, ver Mau hálito 347
Fissura anal 539 Halitose, ver Mau hálito 347
Flebite 249 Hematoma 263
Fleimão dentário 188 Hematúria 552
Flora intestinal, alterações. Hemicrania, ver Enxaqueca 143
ver Disbactcriose intestinal 479 Hemoptise 284
Fluidificanles do sangue, plantas 263 Hemorragia 264
Fluxo vaginal, ver Leucorreia 620 Hemorragia gástrica 421
Frieiras 229 Hemorragia nasal, ver Nariz, hemorragia 203
Frio, frieiras 229 Hemorróidas 540
Fungos da pele, ver Micose da pele 689 Hemostáticas, plantas 262
Furúnculos e abcessos 689 Hepatite 379
Herpes 690
Cjralactagogas, plantas 615 Hidropisia 552
Garganta, ardor, ver Garganta, irritação 201 Hiperexcitação sexual, ver Excitação sexual excessiva . 604
Garganta, infecção, ver Amigdalite e faringite 201 Hipermenorreia, ver Regras excessivas 618
10
índice de doenças (continuação)
oahnonelose 740
Sangue na expectoração, ver Hemoptise 284
Sangue na urina, ver Hematúria 552 Tonificantes, plantas, ver Esgotamento e astenia 140
Sarna 690 Torcedura, ver Entorse 657
Secura da pele 687 Tosse 285
Sedativas, plantas 145 Tosse convulsa 74\
Sedativas para as crianças, plantas 146 Trombose 264
Seio, infecção, ver Maslile 616 Tuberculose 743
Serpentes, mordedura, ver Mordedura de répteis 776
Sexual, excitação excessiva, cera do estômago 423
ver Excitação sexual excessiva 604 Úlcera varicosa 250
Sida 742 Úlceras da pele 682
Sífiles 740 Unhas frágeis 688
Sinusite 202 Uretrite 555
Sistema nervoso, doenças orgânicas 144 Úrica, artrite, ver Artrite úrica 659
Sono, falta de, ver Insónia 142 Úrico, ácido, excesso de, ver Gota 647
Sopoiiferas, plantas, ver Insónia 142 Urina, cálculos, ver Litíase urinária 550
Stress 141 Urina, infecção, ver infecção urinária 554
Substitutos do café 177 Urina, sangue na, ver Hematúria 552
Substitutos do chá 177 Urinária, incontinência 555
Sucos gástricos, falta de 418 Urinária, infecção 554
Sudação excessiva 687 Urinária, litíase 550
Sudação excessiva dos pés, ver Pés, transtornos 660 Urinários, cálculos, ver Litíase urinária 550
Sudoríficas, plantas 737
Vaginite, ver Leucorreia 620
Varizes 249
1 abagismo 776 Vasoconstritoras, plantas 229
Taquicardia 213 Vasodilatadoras, plantas 229
Tensão alta, ver Hipertensão arterial 227 Veias, inflamação, ver Flebite 249
Tensão baixa, ver Hipotensão arterial 227 Vermes intestinais, ver Parasitas intestinais 486
Tensão nervosa, ver Stress 141 Verrugas 683
Terçol 130 Vesícula biliar, transtornos 380
Tifóide, febre 741 Visão, diminuição 130
Tinha 690 Vitamina C, plantas contra a sua carência,
Tiróide, hiperfunção. ver Hipertiroidismo 648 ver Plantas contra o escorbuto 645
Tiróide, hipofunção, ver Hipotiroidismo 648 Vómitos 420
índice de plantas
Abacateiro (Persea americana), 719
Abelmosco
(Hibiscus abelmoschus), 362
Abeto-branco (Abies alba), 290
Abeto-do-canadá,
cm Abeto-branco, 291
Abóbora (Cucurbita pepo), 605
Abrótano, em Absinto, 429
Abrótano-fêmea (Santolina
cha ma ecypa rissi is), 470
Abrunheiro-bravo
(Prunus spinosa), 372
Absinto (Ariemisia absinthium), 428
Acácia-bastarda
(Robitiia pseudoacacia), 469
Açafrão (Crocus sativus), 448
Açafrão-bastardo = Cólquico, 666
Açafrão-da-índia = Cúrcuma, 450
Açafroa (Carthamus tinctorins), 751
Acónito (Aconitum napeUus), 148 Algodoeiro Argentina (Potentilla anserina), 371
Acoro-cheiroso = (Gossypium herbaceum), 710 Aristolóquia
Cálamo-aromático, 424 Alho (Allium sativum), 230 (Aristolochia clematitis), 699
Açucena (Lilium candidum), 716 Alho-de-urso, em Alho, 233 Arnica (Arnica montaria), 662
Adónis-da-itália Aliaria (Alliaria officinalis), 560 Arruda (Ruía graveolens), 637
(Adónis venudis), 215 Aljôfar (Lithospermum officbiale), 579 Artemísia (Artemísia vulgaris), 624
Agave = Piteira, 558 Almeirão = Chicória, 440 Artemísia-mexicana,
Agrião (Nasturtium officinalis), 270 Aloés (Aloé vera), 694
em Sanlónico, 431
Agrimónia Alquemila = Pé-de-leão, 622
Árvore-da-goma-arábica,
(Agiimonia eupatoria), 205 Alquequenje (Physalis alkekengi), 585
Agripalma (teouorus cardíaca), 224 Alteia (Althaea officinalis), 190 em Acácia-bastarda, 469
Aipo (Apium graveolens), 562 Amieiro (Alnus glutinosa), 487 Árvore-das-gotas-de-neve,
Álamo-negro = Choupo-negro, 760 Amieiro-negro em Freixo, 669
Alcachofra (Cynara scolymus), 387 Asaro (Asarum europaeum), 432
(Rliamnus frangida), 526
Alcaçus (Glycyrrhiza glabra), 308 Amieiro-rubro, em Amieiro, 488 Asclépia (Asclepias tuberosa), 298
Alcaravia (Camm can>i), 355 Amor-de-hortelão, Aspérula-odorífera
Alecrim (Rosmarinns officinalis), 674 em Erva-coalheira, 361 (Aspenda odorata), 351
Aleluia, em Azedas, 275 Amor-perfeito-bravo Assa-fétida (Ferida assafoetida), 359
Alface-brava-maior (Viola tricolor), 735 Aveia (Avena saliva), 150
(Lactuca virosa), 160 Ananás (Ananás sativus), 425 Aveleira (Coiylus avellana), 253
Alfalfa = Luzerna, 269 Anémona-hepática Avenca
Alfarrobeira (Ceratonia siliqua), 497 (Anemone hepática), 383 (Adiantum capillus-veneris), 292
Alfarrobeira-das-antilhas, Ancto = Endro, 349 Azedas (Rumex acetosa), 275
em Alfarrobeira, 497 Angélica (Angélica archangelica), 426 Azevinho (Ilex aquifolium), 672
Alfairobcira-negra, Anis-estrelado (Illicium verum), 455 Azinheira, em Carvalho, 210
em Alfarrobeira, 497 Anis-verde (Pimpinela anisum), 465
Alfazema Anona (Anno)ia mnricata), 489 B a d i a n a = Anis-estrelado, 455
(Lavandula anguslifolia), 161 Ansarinha - Argentina, 371 Balsamita, em Tanaceto, 537
Alfazema-brava, em Alfazema, 162 Antenária (Antennaria dioica), 297 Bardana (Arctium lappa), 697
Alforva (Trigonella Aquileia = Milefólio, 691 Barosma (Barosma betulina), 567
foennm-graecitm), ATA Arando (Vaccinium myrtillus), 260 Barrele-de-padre = Evónimo, 707
Alga-perlada (Cliondrns crispus), 301 Arando-vermelho, em Arando, 261 Basílico = Manjericão-grande, 368
Alga-vcsiculosa = Bodelha, 650 Arenária (Spergularia rubra), 596 Baunilha (Vanilla planifolia), 376
Em letra negrita figuram os nomes das plantas principais,
que servem de título nas páginas de descrição.
Baunilha-dos-jardins,
em Tomassol, 713
Bccabunga, em Verónica, 475
Bela-sombra, em Fitolaca, 722
Beladona (Atropa belladonna), 352
Beldroega (Portulaca oleracea), 518
Bérberis (Berberis vulgatis), 384
Betónica (Stachys officinalis), 730
Belónica-dos-pânlanos,
em Estaque, 641
Bétula (Beiula alba), 568
Bico-de-cegonha
(Erodium cicutariutn), 631
Bico-dc-ccgonha-moscada,
em Bico-de-cegonha, 631
Bico-de-grou =
Erva-de-são-roberto, 137
Bisnaga (Aimni visnaga), 561
Bistorta (Pofygonum bistortum), 198 Canela-da-china, em Caneleira, 443 Castanheiro-da-índia
Bodclha (Facas vesicalasas), 650 Caneleira (Aescalas hippocastanum), 251
Bola-de-neve = Noveleiro, 642 (Cinnamomum zeylanicum), 442 Cavalinha (Equisetum arvense), 704
Boldo (Peumus boklus). 390 Canforeira Ceanoto = Chá-de-nova-jersey. 191
Bolsa-de-pastor (Cinnamomum camphora), 217 Cebola (Allium cepa), 294
(Capsdla bursa-pastoris), 628 C â n h a m o (Camiabis saliva), 152 Cebola-albairã, em Cebola, 296
Bonina (Bellis perenais), 744 Capilária = Avenca, 292 Celidónia (Chelidoniion majas), 701
Bons-dias (Calysiegia sepium), 491 Capsela = Bolsa-de-pastor, 628 Cenoura (Daucus carola), 133
Borragem (Borago officinalis), 746 Capucha, em Fisale, 721 Centáurea-áspera,
Bonagem-bastarda = Buglossa, 696 Cardo-corredor em Fel-da-terra, 437
Borragem-brava, em Borragem, 747
(Eryngium campestre), 573 Cerejeira (Prunus aviam), 586
Briónia (Bryonia àioica), 490
Cardo-de-santa-maria Cerejeira-da-virgínia
Briónia-branca, em Briónia, 490
(Silybum marianum), 395 (Primas serotina), 330
Buglossa (Anchasa azurea), 696
Cardo-leilciro = Cardo Cersefi-bastardo
Buglossa-oficinal, em Buglossa, 696
Buxo (Buxus sempervirens), 748 de-santa-maria, 395 (Tmgopogon pratensis), 243
Cardo-marítimo, Chá (Tliea sinensis), 185
em Cardo-corredor, 574 Chá-apalache, em Azevinho, 673
Cacaueiro (Theobroma cacao), 597
Cardo-morto = Tasneirinha, 640 Chá-de-java = Ortossifão, 653
Cacto-grandifloro
Cardo-penteador Chá-de-nova-jersey
(Cerens grandi floras), 216
(Dipsacus salivas), 572 (Ceanothus americanas), 191
Cafeeiro (Cofjea arábica), 178
Cardo-santo (Cnicas benedictas), 444 Chagas (Tropaeolam majas), 772
Cainito (Chrysophyllutn caimito), 302
Cardo-santo-mexicano, Chicória (Cichorium iulybas), 440
Calaguala (Palypodiam calaguala), 724
em Cardo-santo, 445 Choupo-branco,
Cálamo-aromático Carlina (Cadina acatais), 749 em Choupo-negro, 761
(Acorns calamus), 424 Carlina-ornamental, em Carlina, 750 C h o u p o - n e g r o (Papaias nigra), 760
Calêndula • Maravilha, 626 Carriço, em Grama-francesa, 559 Choupo-tremedor, ^
Calumba (Cacadas pahnatus), 446
Cártamo = Açafroa, 751 em Choupo-negro, 761
Camomila
Carvalhinha Cicuta (Conium muculalam), 155
(Matricaría chamomitta), 364
(Teacriam chaniaediys), 473 Cicuta-menor, em Cicuta, 155
Camomila-romana = Macela, 350
Carvalho (Quercus robur), 208 Cidra, em Limoeiro, 267
Cana (Arando dottax), 566
Cana-amarga, em Cana, 566 Caivalho-branco, em Carvalho, 210 Cinco-em-rama
Cana-de-açúcar Cáscara-sagrada (Potentilla reptans), 520
(Saccharun officinarum), 332 (Rhamnus purshiana), 528 Cinco-em-rama americana,
Canafístula (Cássia fistula), 494 Castanheiro (Castanea saúva), 495 em Cinco-em-rama, 520
índice de plantas (continuação)
A
obra que, em boa hora, a uso das plantas como importante
Publicadora Atlântico, em agente curativo e preventivo.
colaboração com a Edito-
rial Safeliz, de Madrid, acaba de edi- É sabido que muitos dos medica-
tar, marca uma viragem na forma mentos usados pela Medicina oficial
como o público em geral e a comu- têm a sua origem nas plantas ou são
nidade médica em particular po- inspirados nelas. No entanto a for-
dem, de aqui em diante, encarar o ma empírica, muitas vezes sem base
científica e tocando mesmo as raias
do charlatanismo, com que estas,
muitas vezes, são usadas tem causa-
do uma marcada oposição entre as
tradicionais crenças populares e o
rigor científico da Medicina. Por
isso esta notável obra vem, oportu-
namente, reafirmai- o valor da cura
pelas plantas, ancestralmente con-
hecido, mas agora assente em bases
científicas e expurgado de toda a es-
peculação e crendice popular.
T
em-se produzido nas últi- visíveis e importantes. Harold
mas décadas um desen- Burn, catedrático de farmacolo-
volvimento tão especta- gia da Universidade de Oxford,
cular da indústria farmacêutica, afirma: «Toda a substância elabo-
assim como da produção de me- rada num laboratório, e portanto
dicamentos sintéticos, que se e s t r a n h a aos organismos vivos,
torna razoável perguntar se um tem de ser aceita com a máxima
livro sobre plantas medicinais precaução por médicos e doentes,
pode ter ainda algum valor prá- e não deve considerar-se inofen-
tico. Acaso não existem já medi- siva sem provas válidas.»
camentos específicos para cada
doença?
E m b o r a seja certo que os con-
trolos a que tem de ser submeti-
Os medicamentos de síntese d o q u a l q u e r m e d i c a m e n t o são
química proporcionados pela
agora m a i s rigorosos do q u e
moderna indústria farmacêutica
nunca antes foram, e que os fár-
têm provado a sua eficácia em
m a c o s a c t u a i s são, em geral,
caso de processos agudos e de
b a s t a n t e seguros, os efeitos se-
afecções graves, devido em parte
ao carácter imediato dos seus cundários continuam a aparecer.
efeitos. Ora bem, nenhum produ- O n ú m e r o de doentes alérgicos
to químico é isento de efeitos se- aos antibióticos e a outros medi-
cundários mais ou menos impre- camentos aumenta continua-
m e n t e ; os f e n ó m e n o s de into-
lerância digestiva aos medica-
mentos, especialmente aos anti-
inflamatórios, são motivo de nu-
m e r o s a s c o n s u l t a s médicas;
cada vez há mais pessoas "pre-
sas" a d e t e r m i n a d o s sedativos,
t r a n q u i l i z a n t e s e o u t r o s psico-
fármacos. Calcula-se q u e u m a
em cada dez consultas médicas
tem a ver com efeitos indesejá-
veis de algum medicamento.
• J -Vir* ^W^VJ
I,
.
PLANTAS
QUE CURAM
Enciclopédia das P l a n t a s Medicinais
*
PRIMEIRA PARTE O
rENERALIDADEO
4>v
* -
«Os prados e as colinas são as
melhores farmácias.»
PARACELSO
Médico e naturalista
do século XVI
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í.
te
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O MUNDO VEGETAL
S
UE SURPRESA! Este pedacinho sa uniforme e contínua, como acontece
de cortiça é formado por milha- com uma pedra ou um mineral, mas pela
res de minúsculos alvéolos, uni- união de muitas pequenas unidades inde-
dos uns aos outros. Parece um pendentes.
favo fabricado pelas abelhas...!-, -Vou chamar células -disse Hooke- a es-
exclama Robert Hooke, célebre tes pequenos alvéolos que formam a cor-
físico inglês do século XVII, surpreendido tiça. Porque, em latim, cellula significa pe-
por aquilo que contempla através do mi-
quena cavidade.
croscópio.
O seu espírito científico fá-lo assombrar-
-se diante do que a outros passaria desper-
cebido. Hooke acaba de descobrir que a A célula: unidade de vida
matéria viva não é formada por uma mas-
Estudando os vegetais com o microscó-
pio, os cientistas notaram que não era só a
casca do sobreiro que era constituída por
células. Todos os seres vivos, quer sejam ve-
getais quer animais, são formados por uma
A célula vegetal ou por muitas células agrupadas.
Cada célula é uma unidade de vida. É a
porção mais pequena de um ser vivo que
tem vida própria; ou seja, que nasce, se ali-
menta, cresce, se reproduz e morre.
O tamanho das células oscila geralmente
Núcleo entre 5 e 50 míerones (milésimas de milí-
metro). Isto quer dizer que, num milíme-
tro, caberiam de 20 a 200 células, segundo
o seu tamanho.
Algumas células são predestinadas a viver
apenas durante alguns minutos, renovan-
do-se continuamente, enquanto outras vi-
vem tanto tempo como o ser vivo de que
fazem parte.
Constituição celular
Cada célula é formada por:
Vacúolo
• O núcleo, que contém a informação ge-
nética que recebeu da sua antecessora,
em que se encontram impressas todas as
Membrana de celulose Cloroplastos
suas características sob a forma de cro-
mossomas e genes, as quais, por sua vez,
transmitirá às suas descendentes.
z>
A SAÚDE P E L A S P L A N T A S M E D l C l N A i S
1 * Parte: G e n e r a l i d a d e s
I
Observando ao
microscópio a cortiça,
proveniente da casca do
sobreiro, Robert Hooke
descobriu, no século XVII,
que a matéria viva é
formada por pequenas
unidades chamadas
• O citoplasma, de consistência viscosa se- células.
melhante à clara de ovo, o n d e se produ-
zem todos os processos bioquímicos.
• A membrana riloplásmica, q u e r o d e i a
completamente a célula e filtra selectiva-
mente as substâncias q u e elevem p e n e -
trar no seu interior.
Características d a c é l u l a v e g e t a l
As células q u e c o n s t i t u e m os vegetais
apresentam duas características funda-
mentais, que as células animais n ã o pos-
suem:
As células vegetais
diferenciam-se das
/. A membrana de celulose animais por se
encontrarem rodeadas
Trata-se de uma espessa m e m b r a n a celu- de uma espessa
lar, situada por fora da m e m b r a n a cito- membrana de celulose
plásmica e formada por celulose. É c o m o que as envolve, e por
um estojo poroso (pie a isola e protege, e conterem cloroplastos
que persiste quando a célula m o r r e , lians- cheios de clorofila.
Assim, a celulose
lormando-se no seu sarcófago. As células (também chamada fibra
animais não têm esta espessa m e m b r a n a vegetal) e a clorofila
celulósica, pelo que, q u a n d o m o r r e m , se são as substâncias mais
decompõem completamente, não deixan- representativas do reino
do rasto. vegetal.
2. Osplastas
Esta é outra peculiaridade das células ve-
getais. Os plastas são uns c o r p ú s c u l o s si-
23
Cap. 1: O MUNDO VEGETAL
Á esquerda:
As colossais sequóias dos
bosques da Califórnia
contam-se entre as árvores
mais aftas do planeta.
À direita:
A ilha de Tenerife, nas
Canárias, alberga vários
exemplares de dragoeiros
como este, árvores
rnilenárias que chegam a
ter 5000 anos de idade.
1 " Parte: G e n e r a l i d a d e s
Variedade d e t a m a n h o
O tamanho dos vegetais p o d e oscilar des-
de algumas milésimas de milímetro, c o m o
os micróbios, até mais de 80 melros, c o m o
as colossais sequóias da Califórnia, ou mes-
mo lf)0 melros, c o m o os eucaliptos gigan-
tes da Austrália, c o n s i d e r a d o s as árvores
mais altas do m u n d o . Mas liá a i n d a um ve-
getal que os ultrapassa em t a m a n h o : o sar-
gaço gigante, uma alga marinha q u e p o d e
atingir 300 metros de c o m p r i m e n t o .
Variedade d e v o l u m e
Quanto ao volume, a m a i o r árvore do
mundo, e também uma das mais longevas
(calcula-se q u e l e n h a e n t r e -1000 a 5000
anos), é possivelmente o cipreste de Moc- O famoso cipreste de Moctezuma". t a m b é m conhecido
como "árvore de Tule", encontra-se no belo estado mexica-
tezuma, que existe no cemitério de Santa no de Oaxaca. Segundo a informação que é dada ao visi-
Maria de Tule, no estado mexicano de Oa- tante, mede 41,8 metros de altura e o seu gigantesco tron-
xaca. Debaixo da sua imensa copa de 132 co atinge 14 metros de diâmetro. Calcula-se que tenha um
metros d e d i â m e t r o , única n o m u n d o , volume de 816,8 metros cúbicos, e um peso de 636,1 tone-
acampou o conquistador espanhol 1 lernán ladas, o que o torna a árvore mais volumosa do m u n d o (em-
bora não seja a mais alta) e, possivelmente, a criatura viva
Cortês com todas as suas tropas, no a n o de de maior peso e volume que existe sobre o planeta Terra |as
1519. baleias maiores não ultrapassam as 150 toneladas de peso}.
Botanicamente, trata-se de um ahuehuete ou sabino (Taxo-
Variedade de habitat dium m u c r o n a t u m ) , da família das Taxodiáceas.
2b
c o n h e c e n e n h u m a o u t r a árvore q u e tenha
ultrapassado esta idade.
Variedade de estrutura:
de uma a milhões de células
• Os vegetais mais simples, ou protófitos,
são formados por uma única célula de di-
m e n s ã o microscópica. È por e x e m p l o o
caso da alga espirulina, q u e se evidencia
pelas suas extraordinárias propriedades
medicinais. Q u a n d o a ingerimos, engo-
limos milhões de indivíduos, todos eles
formados por células idênticas. Como é
lógico, nestes seres vivos não faz sentido
identificar q u a l q u e r parte diferenciada.
• Os talófitos são vegetais cujo c o r p o ou
Toda a terra é um imenso
lalo é formado geralmente por uma mas-
jardim ou, peio menos, esse sa de múltiplas células p o u c o diferencia-
foi o desejo do Criador. Mas umas em regiões polares como os musgos das, ou seja, m u i t o semelhantes e n t r e si.
além de servirem de ou líquenes, outras em regiões tropicais. Não possuem verdadeiros tecidos e
adorno, as flores e as c o m o o guaiaco ou o abacateiro. órgãos; n ã o têm raízes n e m caules, nem
plantas, muitas das quais folhas nem ílores. K o t aso das algas, dos
possuem propriedades
fungos e dos líquenes. Usam-se os talos
medicinais, contribuem Variedade de duração
grandemente para o bem- da alga-perlada. da laminaria, do líquen-
-estar e para a saúde. A vida dos vegetais tem uma duração -da-islándia. do sargac<»-\ esiculoso ou bo-
m u i t o variável: a l g u m a s bactérias vivem delha, também chamado fuco.
apenas d u r a n t e uns minutos; a grama e ou-
tras ervas p o d e m ler u m a existência limi- • As corinófítas são os vegetais superiores,
tada a alguns dias. em caso de seca. Toda- vulgarmente c h a m a d o s plantas. São for-
via o abeto chega até aos (SOO anos, e o cas- m a d a s por m i l h õ e s de células, e n t r e as
tanheiro e a oliveira p o d e m passar do mi- quais há s e t e n t a ou o i t e n t a tipos dife-
lénio. rentes. Cada um destes tipos de células é
especializado em realizar d e t e r m i n a d a s
No cemitério de Yorkshire, na Inglaterra, funções, f o r m a n d o assim os diferentes
existe um teixo que se calcula ter cerca de órgãos ou partes da planta: a raiz, o cau-
3000 anos. I lá sequóias na Califórnia, e ba- le, as folhas, as Ílores, etc.
obás em Africa, que têm mais de 1000 anos
de existência. Estas veneráveis árvores con-
tinuam vivas, impassíveis, depois de terem Variedade de forma
visto surgir e desaparecer grandes impé-
rios, civilizações e outras criações humanas. A forma dos vegetais também apresenta
e n o r m e s contrastes: desde a delicadeza de
Porém o recorde da longevidade é os- u m a violeta até à agressividade de um cac-
tentado por um dragoeiro do vale da Oro- to, desde a simplicidade do tomilho até á
tava, na ilha e s p a n h o l a de Tenerife, q u e sofisticação de u m a orquídea. E q u e dizer
em l«S(')H loi a r r a n c a d o por um furacão. No da sua cor, dos diversos tons de verde das
seu tronco foi possível contar mais de 5000 folhas, todos eles parecidos, mas n e n h u m
anéis (que equivalem a 5000 anos)! Não se e x a c t a m e n t e igual; ou da g r a n d e diversi-
2b
A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S
1* P a r t e : G e n e r a d a d e s
I
Unidade de o r i g e m
Tubórcufo
Raiz
W
'4T
28
A SAÚDE PELAS PLANTAS MEDICINAIS
o
I Parte: G e n e r a l i d a d e s
Raiz
A raiz é o órgão encarregado de extrair
do solo os sais minerais e a á g u a . e de
bombeá-los para as folhas, com o fim de ali-
mentar toda a planta. Km geral, todas as
plantas produzem e armazenam na sua raiz.
amido, inulina e outros glícidos (a q u e ge-
ralmente se dá o n o m e de hidratos de car-
bono) como por e x e m p l o a alcachofra, a
bardana, a rarlina, o cersefi-bastardo, a chi-
cória, o dente-de-leão, a equinácea, a jala-
|),i c ,i ratânía. A bardana (Arctium lappa
L.') é uma das plantas cuja
No e n t a n t o , na raiz de o u t r a s p l a n t a s assim c o m o o u t r o s princípios activos. F.m
raiz é mais rica em
também se p r o d u z e m alcalóides ( p o r m u i t o s casos é p r e f e r i d o à raiz. p r o p r i a - princípios activos: contém
exemplo: ipecacuanha, rauvólfia). glicósi- m e n t e dita (historia, c á l a i n o - a r o m á t i c o . substâncias antibióticas,
dos (por exemplo: acónito, cinoglossa, cúrcuma, polipódio, ruibarbo). diuréticas e
hipogficemiantes (que
equinácea, saxífraga) ou vitaminas ( p o r fazem descer o nível de
exemplo: a c e n o u r a ) . glicose no sangue).
Bolbo
Nalguns casos, apenas se aproveita a cas-
ca da raiz, por se acumularem nela os prin- Chamasse b o l b o a um e n g r o s s a m e n t o
cípios activos, c o m o no caso da bérberis, s u b t e r r â n e o d o caule, formado por n u m e -
do buxo, do chá-dc-nova-jcrsey ou da goia- rosas c a m a d a s sobrepostas. No b o l b o en-
beira. contram-se essências enxofradas (alho, ce-
b o l a ) , substâncias a r o m á t i c a s ( a ç u c e n a ) ,
ou alcalóides (o c ó l q u i c o ou a ç a l í ã o -
Rizoma -bastardo).
O rizoma é um caule s u b t e r r â n e o , q u e
tem aparência de raiz, p o r é m na realidade
Tubérculo
não cresce para baixo mas sim horizontal-
mente. Também acumula glícidos (hidra- Um t u b é r c u l o é um caule s u b t e r r â n e o
tos de carbono) e substâncias de reserva. especializado em a r m a z e n a r substâncias de
C a p . 1 : O MUNDO V E G E T A L
"TTT T*TO
sw&
Gema
Cada gema é o esboço de um futuro
ramo. Contém resinas e essências. Km fito-
terapia usam-se, por exemplo, as gemas de
abeto-branco, hétula, choupo-negro e pi-
nheiro.
Folhas
Podemos dizer que as folhas são o labo-
ratório químico por excelência da planta.
Nelas se realiza a fotossíntese, isto é, o con-
junto de reacções químicas mediante as
quais a planta produz substâncias comple-
xas a partir das substâncias inorgânicas da
terra e do ar. As células das folhas contêm
clorofila, qtie capta a energia da luz solar e
a transforma em energia química.
As folhas produzem a maior parte dos
Além de beleza e aroma princípios activos das plantas, especial-
agradável, as flores
oferecem numerosos
mente os alcalóides, essências, glicósidos e
reserva. Assim, por exemplo, o do satirião- taninos. Por isso são a parte mais usada das
princípios activos de acção -macho, uma orquídea de cujo tubérculo
medicinal: óleos essenciais, plantas medicinais. Algumas das folhas
alcalóides, pigmentos,
se extrai uma farinha medicinal. mais úteis em fitoterapia são as de: aloés,
glicósidos e outros. aveleira, boldo, damiana, dedaleira, uva-
Córtex -ursina, hamamélia, loureiro, nogueira,
oliveira, silva, videira e visco-branco
O córtex ou casca é a camada que cobre
o caule e a raiz. Nela se acumulam abun-
dantes princípios activos (amieiro, amiei- Flores
ro-negro, caneleira, carvalho, cáscara-
-sagrada, condurango, quina, tília, etc.) As llores são o órgão reprodutor da plan-
ta. Contêm numerosos princípios activos:
óleos essenciais (acácia-basiarda, açucena,
Caule chagas, tanaceto, tília), alcalóides (buglos-
sa, papoila, passiflora), pigmentos (lidal-
O caule serve de comunicação entre a
guinhos, roseira), glicósidos (cacto, laran-
raiz e o resto da planta, e nalguns casos
jeira, lúpulo, maravilha, sabugueiro), e
contém princípios activos (alcachofra,
muitos outros.
cana-de-açúcar, cavalinha, costo-espigado,
éfedra, espargo). O caule pode ser herbá- • Estigmas: De algumas flores, como as do
ceo (no caso das plantas chamadas herbá- açafrão OU do milho, usam-se apenas os
A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S
1 * Parte: G e n e r a d a d e s
Os frutos fornecem
sobretudo vitaminas, sais
minerais, açúcares e ácidos
orgânicos. Alguns, como os
da tramazeira (Sorbus
aucuparia' L.J, chamados
sorvas, contêm ainda
pectina, fibra vegetal
solúvel de acção laxante, e
taninos de acção
adstringente. O resultado
desta combinação de
princípios activos é um
efeito regulador e
normalizador do trânsito
intestinal.
31
Cap. 1: O MUNDO VEGETAL
32
A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S
1 " Parte: G e n e r a l i d a d e s
I
Classificação dos
São os vegetais mais sim-
ples e pequenos que exis-
tem (microscópicos). São
PROTOFITOS unicelulares, isto é, são for-
mados por uma só célula e
procariotas, em que o nú-
cleo não se encontra defi-
nido. No entanto, apesar
CRIPTOGAMICAS
I vegetais
da sua simplicidade, têm uma grande im-
portância biológica, pois sem eles seria impos-
sível a vida na Terra.
Os protófitos incluem as bactérias, que não têm
clorofila, e as cianófitas ou algas azuis, que a Os seres vivos, em lugar dos dois
têm. reinos tradicionais, vegetal e ani-
A espirulina (Spirula máxima, pág. 276) é um
mal, classificam-se actualmente em
exemplo deprotófito (alga azul) com aplicação
cinco reinos:
medicinal.
• MONERAS: incluem os protófitos e
os procariotas.
• PROTOCTISTAS: algas unicelulares e
protozoários.
• FUNGOS: leveduras, mofos, fungos
ALGAS superiores (cogumelos).
• METAFITAS: vegetais pluricelulares
com tecidos definidos (cormo).
A FUNGOS
• METAZOÁRIOS: animais pluricelula-
res.
LÍQUENES
4
nerogâmicas ou plantas com flores.
35
Tipos
Quanto à sua forma
Sagitada
A sua forma
Lanceolada lembra a de
Cordiforme Com a forma de uma flecha
A sua forma lembra a de um uma lança [por (por exemplo
coração (por exemplo a norça- exemplo a a corriola,
-preta. pág. 679]. bistorta, Pág. 491).
pág. 198).
Bilobada
É fendida em dois lóbulos
(por exemplo o ginkgo. Palmada
pág. 234). É uma folha
composta, em que
as suas divisões ou
foliolos se dispõem
como os dedos de
Ovóide uma mão (por
Elíptica Tem a forma de exemplo o
Tem a forma de uma uma oval (por castanheiro-da-índia,
elipse (por exemplo a [ exemplo a pág. 251).
beladona. pág. 352). escrofulária,
pág. 543).
Curvinérvea
As nervuras
descrevem
uma curva ao
Radial
longo da
As nervuras saem como raios a
folha (por
partir de um centro comum (por
exemplo a
exemplo o malmequer-dos-
tanchagem,
-brejos, pág. 665).
pág. 325).
'V
3b
S/,.
de folhas
Quanto ao contorno do bordo
Denteada Lobulada
Inteira
O bordo tem O bordo tem recortes que
O bordo è liso pequenos recortes formam lóbulos (por
(por exemplo o jpor exemplo a exemplo o carvalho.
loureiro. urtiga, pág. 278). pág. 208)
pág. 457).
V '
Fendida
Partida
Os recortes do bordo
Os recortes do bordo
aproximam-se da nervura
atingem a nervura
central (por exemplo o
central, por exemplo a
ca rd o-de-sa nta-ma ria,
chicória, pág. 440).
pág. 395).
Peciolada Alternas
As folhas estão São folhas pecioladas que nascem
unidas ao caule por uma a uma. ao longo do caule.
meio de um peciolo
ou pé).
Sésseis
São folhas que
não têm peciolo
(pé). Quando
formam um
Opostas prolongamento ao
longo do caule
São folhas pecioladas que
chamam-se
nascem duas a duas. uma
em frente da outra. decorrentes.
37
S/,
Limbo
É a parte plana da folha. A sua
face voltada para cima chama-
sse página superior ou ventral,
Pecio/o e a voltada para baixo, página
Pequeno pé que inferior ou dorsal.
une a folha ao
caule.
Página
superiqr
Vértice ^»
Nervuras
São o prolongamento do pecfolo. È
por elas que corre a seiva.
Página
inferior
Cutícula ou epiderme
Revestimento que cobre as folhas
para evitar que sequem.
Secção de uma
folha vista ao
microscópio
Parènquima
É formado por
ÉÉM
células muito ricas ,
em clorofila, o que 1
dá a cor verde â
folha
^.
3
Nervuras
São na realidade
vasos condutores
de seiva.
Estornas
Pequenos orifícios situados na página inferior da folha, através dos quais esta
elimina vapor de água e oxigénio, e absorve anidrido carbónico. Os estornas
sáo rodeados por uns lábios que actuam como válvulas, abrindo-se e
fechando-sc para regular assim a passagem da água e dos gases segundo as
necessidades da planta.
''S
38
S/,
Tipos de raízes
A raiz absorve minerais e água do solo por meio de uns finos peJinhos
absorventes na extremidade das suas ramificações Além disso, fixa o vegetal
ao terreno.
.
Raiz
secundária
Napiforme
Tem uma
forma cónica,
e armazena
substâncias
de reserva
(por exemplo
Pêlos a cenoura,
absorventes pág. 133).
Zona de crescimento
Lenhosa
As suas ramificações
Fasciculada são duras e grossas
Formada por raízes (por exemplo o
secundárias da mesma carvalho, pág. 208).
grossura, que nascem
juntas na base do caule
(por exemplo a cçbofa. /
pág. 294). /
Bolbo
Na realidade, o bolbo
náo é uma raiz, mas
uma gema
subterrânea formada
por folhas carnudas
sobrepostas (por
exemplo a cebola,
pág. 294).
Raízes adventícias
São as que nascem directamente de um caule aéreo, ou então de um
caule subterrâneo, chamado rizoma (por exemplo a verónica, pág. 475)
,#—
//,-
Tipos de caules
O caule liga a raiz e as folhas. Contém vasos condutores pelos quais circula a
seiva.
Lenhoso
A celulose que cobre as
células dos caules
lenhosos (troncos) Subterrâneo ou rizoma
encontra-se impregnada É um caule que se desenvolve e estende por debaixo do solo.
de lenhina. Esta Embora pareça uma raiz. na realidade não o é [por exemplo o
substância confere á ásaro, pág. 432).
celulose a dureza e
consistência próprias da
madeira.
Herbáceo
É um caule frágil, pois
a celulose que cobre as
Gordo ou suas células não está
suculento lenhificada. Renova-se
É grosso, cada ano (por exemplo
esponjoso e a chicória, pág. 440)
sem folhas.
Trepador Armazena uma
Não tem a grande
consistência quantidade de
suficiente água no seu
para se interior. Próprio
manter do cacto [pág.
erguido por 216) e de
si mesmo, outras plantas
pelo que típicas das
precisa de se regiões
apoiar desérticas.
noutras
plantas por
meio de
gavinhas
(por exemplo
a norça-
-preta.
pág 679).
Cana
Rastejante ou estolhoso É um caule herbáceo,
Cresce horizontalmente, apoiando-se no solo (por cilíndrico e oco, com
exemplo o morangueiro. pág. 575). nós bem marcados.
40
• At,.
Tipos de inflorescências
As inflorescências são grupos de flores que têm um
pedúnculo comum. (
Em espiga \
Formada por grupos
de flores que nascem
directamente do caule Em capitulo
fpor exemplo a Os capítulos florais
gatunha, pág. 581). são grupos de
pequenas flores
unidas por um
mesmo pedúnculo.
Os capítulos dão a
impressão equivoca
de serem uma única
flor, quando na
realidade são muitas
(por exemplo a
arnica, pág. 662).
Em corimbo
Formada por flores
cujos pedúnculos
nascem de diversos
Em amentilho pontos, mas que
É uma espiga que pende, atingem a mesma
formada por flores muito altura {por exemplo o
pequenas (por exemplo a milefólio. pág. 691).
aveleira, pág. 253).
Em umbela
composta
Formada por
Em umbela várias umbelas
Formada por flores cujo pedúnculo simples |por
sai de um ponto c o m u m exemplo o anis,
fpor exemplo, a primavera, pág. 328). pág. 465J.
W
41
Anatomia
Estames
A flor é o órgão de
reprodução das plantas
fanerogãmicas, isto é, que
têm flores. As fanerogãmicas
dividem-se em dois grupos:
plantas gimnospérmicas
(com sementes nuas, ou seja. Pétafas
não envoltas num fruto,
como por exemplo o pinheiro
e outras coníferas), e plantas
angiospérmicas (em que as
sementes estão envoltas num
fruto mais ou menos
carnudo). As flores das
angiospérmicas são as
maiores e mais vistosas
Sépalas
Tipos de flores
Labiada
As pétalas da
corola
formam dois
lábios, um
superior e
outro inferior.
Rosácea
É a flor típica da
família das
Campanulada Rosáceas, cujas
A sua corola (conjunto pétalas estão
das pétalas) tem a forma dispostas em
de um sino. forma radial.
"W
42
r ys,.
de uma flor
Pistilo, carpelo ou
f ineceu
o aparelho feminino da
flor. Consiste em estigma
(orifício pegajoso por
onde entra o póienj,
estilete (tubo por onde o
pólen desce) e ovário com
um ou vários óvulos
(células germinais).
Estigma
Estames ou
androceu
Estilete
São o aparelho
masculino da
flor Cada estame
consiste num
filete e numa
antera, onde se
formam os gráos
de pólen.
Grão de pólen
A fecundação das flores
Para que se dé a fecundação e se forme a
semente e o fruto depois da flor, é preciso
que um gráo de pólen caia sobre o estigma
da flor. Se o pólen e a flor forem da mesma
espécie, o pólen emite um prolongamento
que desce pelo estilete até chegar ao ovário.
Ali os cromossomas masculinos do pólen
Centro unem-se com os femininos do óvulo, e forma-
| Núcleo germinativo -se a semente e o fruto.
vegetativo
4 Contém os cromossomas As plantas com flores reproduzem-se
com a informação sexualmente. Isto significa que existem duas
genética da planta. partes, a masculina e a feminina. Ambas
devem unir-se para dar lugar a uma nova
planta.
Cobertura exterior
43
COLHEITA E CONSERVAÇÃO
A
S FARMÁCIAS, as ervanárias e al- riqueza de princípios activos das plantas,
guns estabelecimentos especializa- assim como a.s técnicas da sua colheita e
dos em produtos naturais, dispõem conservação.
de uma grande variedade de plan-
tas medicinais em diversas apresentações.
Quando adquirimos estas plantas devemos
poder contai com a garantia dos profissio- Concentração
nais que as comercializam e, portanto, é de
supor que estejam bem identificadas e cor-
dos princípios activos
rectamente conservadas.
Não obstante, talvez o leitor deseje apro- Nem todas a.s plantas da mesma espécie
veitar uma saída ao campo para colher as produzem sempre igual quantidade e con-
suas próprias plantas. Além de desfrutar o centração de princípios activos. Ksles po-
ar puro, a paisagem e o exercício, levará dem variar muito de uma planta para ou-
consigo paia casa algumas plantas que po- tra, dependendo de diversos factores bio-
dem ser autênticos medicamentos para a lógicos ou ambientais. Convém conhecer
sua saúde. Ora bem, neste caso deverá ter estes factores, para evitar surpresas quanto
em conta alguns factores que influem na à intensidade das propriedades medicinais
4£
SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S
l " Parle: G e n e r a l i d a d e s
Segundo a idade
Os sucos das plantas jovens são aquosos
e contêm poucos princípios activos em dis-
solução. A medida que crescem, a u m e n t a
a sua produção e concentração, para voltar
a diminuir com o envelhecimento, ato ao
ponte de deixarem e n t ã o de servir p a r a
aplicações medicinais. É pois c o n v e n i e n t e :
colher as plantas q u a n d o n ã o sejam n e m :ypi±^- i^
muito jovens nem velhas.
No entanto, o m o m e n t o ó p t i m o para
tolhê-las varia de umas plantas para outras,
em virtude da respectiva d u r a ç ã o da vida.
Assim, por e x e m p l o , nas p l a n t a s a n u a i s O clima e o terreno influem
(que só vivem um a n o ) , costuma coincidir muito na riqueza de
com o começo da floração, na Primavera. segurelha, orégão, salva, tomilho) p r o d u - princípios activos de uma
Para as plantas que vivem vários anos, po- zem mais princípios activos em climas e ter- planta.
rem, é preciso esperar p a c i e n t e m e n t e q u e renos secos e exposlos ao sol. Mal se nota
cheguem ã sua maturidade. Por e x e m p l o , o c h e i r o do t o m i l h o q u e cresça em sítios
a genciana leva 10 anos para começar a dai" h ú m i d o s . O m e s m o a c o n t e c e c o m as Uin-
flores e produzir uma raiz rica em substân- belííéras ( p o r exemplo: angélica, anis, co-
cias medicinais; a canforeira só c o m e ç a a m i n h o ) , q u e p e r d e m o seu aroma nos ter-
produzir cânfora depOio dos 30 a n o s de renos h ú m i d o s .
idade; e o castanheiro n ã o c o m e ç a a d a r
fruto antes dos 25 anos, e a n t e s dos 100 E interessante verificar c o m o cada espé-
não atinge a maturidade. cie vegetal p a r e c e ter e s c o l h i d o um am-
b i e n t e p a r a desenvolver m e l h o r o s seus
lixistem alguns princípios activos q u e só princípios activos. As plantas q u e se criam
se produzem nas plantas maduras ou com- nas m o n t a n h a s p o d e m tornar-se inactivas
pletamente desenvolvidas. É o caso dos al- q u a n d o crescem nas terras baixas costeiras
calóides, que praticamente não se encon- ( c o m o a c o n t e c e com a valeríana ou a clc-
tram nas plantas jovens. Por exemplo, a al- daleira), o vice-versa.
face tenra quase não tem substâncias acti-
vas; no entanto, q u a n d o espiga e floresce, Má p l a n t a s tropicais q u e , q u a n d o se
produz alcalóides de efeitos sedativos e transplantam para sítios t e m p e r a d o s , dei-
hipnóticos. O mesmo acontece com o acó- xam de produzir substâncias medicinais. É
nito, (pie e n q u a n t o jovem é inofensivo, o q u e a c o n t e c e c o m a á r v o r e da q u i n a ,
mas quando amadurece c o n t é m alcalóides com o guaiaco e com diversas espécies pró-
muito tóxicos q u e p o d e m p r o v o c a r a prias de climas q u e n t e s .
morte. A q u a l i d a d e do t e r r e n o t a m b é m influi
no r e n d i m e n t o das plantas: umas precisam
de solos calcários e outras de solos a r e n o -
Segundo o clima e o t e r r e n o
sos ou siliciosos. É curioso c o m o as plantas
As plantas produtoras de essências, c o m o p r o d u t o r a s de alcalóides r e n d e m mais em
as da família das I.abiadas (por e x e m p l o : solos ácidos, pois desta forma são forçadas
Cap. 2: COLHEITA E CONSERVAÇÃO
Colheita
Acaba de amanhecer, e o azul límpido do
céu anuncia que irá estar um dia bom. O
Se encontrar uma planta no
leitor prepara a sua mochila. Não se es- campo, e não souber de
queceu de munir-se de um livro com boas que espécie se trata, não
ilustrações que lhe permitam identificai-as fne toquei Primeiro
plantas. Sai bem de manhã, quando o ar identifique a planta, depois
ainda está fresco, disposto a colher as suas Rábano colha-a sem destruir nem
devastar.
espécies preferidas. Quando chega ao lu-
gar escolhido, o Sol já fez notar a sua pre- Plantas que devem
sença, e o orvalho acaba de evapoiav-se. usar-se frescas
Este é justamente o momento! Aproveite
essas primeiras horas da manhã de um dia
seco c de sol, para proceder á colheita. Em algumas plantas acontece que,
logo após terem sido colhidas, se de-
sencadeiam reacções químicas estati-
Técnica da colheita zadas por enzimas, que nalguns ca-
Toda a gente é capaz de colher plantas. sos desactivam os seus princípios ac-
tivos, e noutros os transformam em
Mas, quando estas se vão usar para fins me- substâncias tóxicas, como acontece,
dicinais, terão de ser tomadas algumas pre- por exemplo, com os agriões. Por
cauções especiais, como as que a seguir se isso tém de usar-se sempre frescas.
descrevem: São as seguintes:
47
C a p . 2: C O L H E I T A E C O N S E R V A Ç Ã O
m
ter excrementos de animais! evitar o calor e os sacos de plástico.
Folhas
3. Procurar que as plantas estejam
enxutas As lolhas colhem-se no começo da flo-
ração, mas antes que as flores se tenham
As plantas colhidas em dias húmidos ou desenvolvido, por ser esta a altura em que
chuvosos criam facilmente bolor, e são por- contêm uma maior quantidade de sucos.
tanto mais difíceis de conservar. Há por- Não se devem cortar todas, porque assim a
tanto que colhê-las quando se encontrem planta morreria. Deiíam-se fora as folhas
bem enxutas. manchadas (pode ser sinal de uma in-
A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S
1 " Parle: G e n e r a l i d a d e s
49
C a p . 2: C O L H E I T A E C O N S E R V A Ç Ã O
V
•
Amorperleito
50
SAÚDE PELAS PLANTAS MEDICINAIS
1 " Parte: G e n e r a l i d a d e s
2. E n v a s i l h a m e n t o
Depois de secos, os p r o d u t o s vegetais co-
lhidos têm de ser envasilhados de maneira
que não sofram d e t c , ; oração pela acção do
ar, do sol, da humidade, do calor, ou de ou-
tros factores exteriores. Convém rotular os
recipientes em que se
armazenam as plantas, e
Conselhos práticos para o
guardá-los n u m lugar
envasilhamento escuro, fresco e seco, para
se conservarem bem os
• E preferível envasilhar os p r o d u t o s ve- seus princípios activos.
getais sem os triturar, pois assim ofere- 3. Armazenamento
cem uma m e n o r superfície sobre a qual
Os recipientes q u e c o n t ê m os p r o d u t o s
possam actuar as bactérias, os fungos c
das plantas devem conservar-se n u m lugar
as enzimas q u e os a l t e r a m ou fazem
escuro, fresco e seco. A luz, o calor e a hu-
rançar. É preferível triturá-los imediata-
m i d a d e são as principais causas de dete-
mente antes da sua utilização.
rioração.
• Utilizar recipientes de vidro, cerâmica, F, necessário verificar periodicamente o
lata, tecido ou cartão. Deve-se evitar o estado das plantas armazenadas, para de-
plástico. Não é preciso q u e a t a m p a seja tectar a t e m p o insectos, fungos, moios ou
hermética. putrefacçòes q u e possam alterar o seu va-
lor medicinal.
• É necessário rotular os recipientes com
o nome da planta c convém t a m b é m in- C o m o regra geral, as plantas medicinais
dicar o lugar da colheita e a data do en- n ã o se devem conservar d u r a n t e mais de
vasilhamento dois anos.
Guardiães ou destruidores?
Plantas ameaçadas de extinção
As plantas são imprescindíveis para a manutenção da vida Nós que, como seres humanos, deveríamos ser os guar-
neste planeta. Todos os animais e os seres humanos de- diães deste legado de diversidade biológica que nos foi con-
pendem das plantas verdes para a obtenção de alimento, fiado pelo Criador, transformamo-nos às vezes em seus des-
pois elas são os únicos seres vivos capazes de aproveitar a truidores. Segundo a União Internacional para a Conser-
energia solar para produzir hidratos de carbono, proteínas, vação da Natureza, 20% das 390 000 espécies que existem
gorduras, vitaminas e outras substâncias orgânicas. no mundo (cerca de 78 000) correm o risco de desaparecer.
A Smithsonian Institution, dos Estados Unidos, calcula que,
Acresce que as plantas contribuem de modo decisivo para das 20 000 espécies diferentes de plantas fanerogâmicas
o equilíbrio ecológico e o mantimento do meio ambiente: existentes no território continental daquele país, 10%, isto é,
evitam a erosão do solo, enriquecem a atmosfera com oxi- umas 2000, estão ameaçadas ou em perigo de extinção, ou
génio, armazenam água e fertilizam o solo. já desapareceram.
Além de tudo isto, os vegetais são também uma fonte muito Quais são as causas de semelhante extermínio de espécies
importante de substâncias medicinais. vegetais? Segundo o Livro Vermelho de espécies vegetais
ameaçadas, publicado pelo Ministério da Agricultura espa-
Cada uma das mais de 390 000 espécies vegetais que po- nhol, algumas dessas causas são as seguintes:
voam o planeta Terra constitui uma forma diferente de vida,
com genes próprios e únicos. Quando uma espécie desa- • fogos florestais;
parece ou se extingue, dá-se uma perda irreparável no pa- • desenvolvimento turístico dos litorais e das zonas monta-
trimónio biológico da humanidade. nhosas;
'''/
52
//,
O m u n d o vegetal poderia
existir sem os animais e sem os
seres humanos, ao que
corresponde o facto de terem
sido criados primeiro, tal como
refere o relato bíblico. No
entanto, os animais e os seres
humanos náo poderiam
sobreviver muitos dias sem as
plantas. Respeitá-las e protege-
ras faz parte do nosso dever
como habitantes do planeta
Terra.
FORMAS DE PREPARAÇÃO
E EMPREGO
SUMÁRIO DO CAPÍTULO '• ^ XISTEM diversas formas de prepa-
Ij i ar as plantas medicinais com vista
• • à sua utilização. Com todas elas se
JL^ pretende:
Banhos 65
Banhos de vapor com plantas 70 • Tornar mais fácil e exequível a adminis-
Bochechos 72 tração da planta.
Cataplasmas 68 • Aumentar a concentração de alguns dos
Clisteres 72 princípios activos da planta que, pelas
Colírios 72 suas propriedades físico-químicas parti-
Compressas 68 culares, se tornam mais facilmente solú-
Decocção 57 veis utilizando um determinado método
Extractos 63 de preparação. Por exemplo, mediante
Fomentações 70 a destilação por vapor conseguem-se ex-
Fricções 70 trair, e portanto concentrar, os óleos es-
As tinturas constituem uma Gargarejos 71 senciais.
forma clássica de Injvsâo 56
preparação das plantas • Favorecer a conservação da planta ou
medicinais.
Irrigações vaginais 73
dos seus preparados. Por exemplo, as
Lavagens oculares 72
decocções conservam-se durante mais
Linimentos 61
tempo do que os sumos frescos c inclu-
Loções 70
Maceração 57
sive do que as infusões, devido a que du-
Oculares, lavagens 72
rante a decocção o líquido fica pratica-
Pós 60 mente esterilizado.
Sumos 60 Para cada planta medicinal existem cer-
Tinturas 63 tas formas ideais de preparação e de em-
Tisanas 54 prego. E conveniente conhecê-las e saber
Unguentos 64 aplicá-las adequadamente, com o fim de
Vaginais, irrigações 73 aproveitar melhor as propriedades das
Xaropes 61 plantas ou da suas partes.
Tisanas
54
y/y.
O 1. Colocação da parte
da planta a usar num
Nr ^ ^ recipiente adequado.
As plantas podem
estar soltas no
k^
recipiente, ou então
colocadas dentro de
um coador para
v infusões ou n u m
saquinho. O habitual
é pôr primeiro as
plantas e
seguidamente deitar-
L
fazer o inverso.
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55
C a p . 3: FORMAS DE PREPARAÇÃO E EMPREGO
\ Existem no comércio
numerosos prepara-
dos de plantas já prontos para
ser usados em infusões. As par- Técnica de preparação
tes da planta são fornecidas
dentro de um saquinho que ser- As infusões preparam-se seguindo os pas-
ve de filtro, já trituradas e con- sos abaixo indicados:
venientemente dosificadas. O I. Colocação: Colocar as parles a usar (fo-
modo de emprego é muito sim- lhas, flores, etc.) num recipiente de por-
ples: celana, barro cozido, vidro ou matéria
1. Colocar o saquinho numa semelhante, que resista bem á acção sú-
chávena ou copo. bita do calor. As parles das plantas a uti-
2. Deitar a água a ferver. lizar podem estar soltas dentro do reci-
3. Deixar repousar durante uns piente, ou então juntas num coador
5 minutos, tapando o recipiente para infusões, que se coloca dentro do
com um pires ou outro tipo de tampa. recipiente.
l
2. Escaldão: Verter a água acabada de fer-
ver sobre as plantas, na proporção ade-
quada.
As tisanas usam-se sobretudo paia tomar 3. Extracção: Tapar o recipiente e esperar
pela boca (via oral). Todavia lambem se durante um certo tempo para dar lugar
podem utilizar em compressas, colírios, a que se produza a extracção e disso-
loções, etc, como mais adiante se indica na lução dos princípios activos. Normal-
secção "Formas de emprego" (pág. 64). mente, bastam 5 ou 10 minutos. Quan-
to mais espessas ou duras forem as par-
As tisanas são o resultado da acção da tes das plainas utilizadas, tanto mais
água sobre os produtos vegetais. Conforme tempo será necessário para a sua ex-
se aplique essa água, são três os procedi- tracção.
mentos pelos quais se pode obter uma ti-
sana: infusão, decocção e maceração. Nos 4. Filtração: Coaras plantas, passando o lí-
três casos, deve-se começar por: quido por um coador. Caso se lenham
colocado previamente as plantas num
1. Pesar ou medir a quantidade adequada coador para infusões, dentro do reci-
de produto vegetal a utilizar. piente, basta levantá-lo e deixar escorrer
2. Esmiuçar e triturar bem as partes da o líquido.
planta a utilizar. Tal como se indica no
capítulo anterior "Colheita e conser- Conservação das infusões
vação" (ver pág. 51), as plantas devem-
-se guardar tão inteiras quanto possível, Km geral, as infusões podem conservar-
e esmiuçar no momento em que vão ser -se durante cerca de doze horas. Preparam-
utilizadas. Desta forma, conservam me- -se logo de manhã e vão-se tomando ao
lhor as suas propriedades. longo do dia. Se o ambiente íov muito
quente, O mais aconselhável é guardá-las
Infusão no frigorífico. Podem ser aquecidas nova-
mente, mas sem chegar a ferver. Não se de-
A infusão é o procedimento ideal para
veriam tomar infusões que lenham sido
obter tisanas das partes delicadas das plan-
preparadas com mais de 21 horas de ante-
tas: folhas, flores, sumidades e caules ten-
cedência.
ros. Com a infusão cxirai-se uma grande
quantidade de substâncias activas, com
muito pouca alteração da sua estrutura Decocção
química e, portanto, conservando-se o má- A decocção utiliza-se paia preparar tisa-
ximo das propriedades. nas â base de partes duras das plantas (ia-
A SAÚDE PELAS PLANTAS MEDICINAIS
1* P a r t e : G e n e r a d a d e s V..
É iceração em azeite
h/
C a p . 3: FORMAS DE P R E P A R A Ç Ã O E EMPREGO
As crianças devem admín istrar-.se unica- grande valor nutritivo. Caso não se dis-
mente plantas isentas de qualquer tipo de ponha de mel, pode-se usar em substi-
efeitos tóxicos. tuição açúcar escuro, melaço (mel de
cana) ou xarope de bordo, que também
são ricos em minerais e vitaminas, e supe-
Quando e c o m o adoçar as tisanas?
riores em propriedades ao açúcar branco.
O preferível é tomar as tisanas no seu es- Umas gotas de sumo ou um pouco de
tado natural, sem as adoçar. Contudo, nal- casca de limão podem também melhorar o
guns casos pode ser conveniente adoçá-las: sabor de algumas tisanas.
• Quando se trate de plantas de gosto Porque não fazer tudo o que seja possí-
muito desagradável. vel para converter a nossa medicina num
• Quando sejam tisanas para as crianças, prazer?
excepto no caso de se pretender um
eleito vermífugo (expulsão de parasitas Tisanas d e u m a o u d e várias
intestinais). Neste caso concreto não é plantas?
conveniente administrar açúcar ou mel,
A mistura de vários tipos de plantas
pois estes produtos favorecem o desen-
numa mesma tisana pode ter efeitos posi-
volvimento dos vermes.
tivos se essas plantas se combinarem ade-
• Quando se administrem a doentes con- quadamente, tendo em conta a sua com-
valescentes ou debilitados. posição e as suas propriedades.
Não convém adoçar as tisanas que, pelo Todas as plantas que se recomendam
seu efeito aperitivo, se ingerem antes das para cada doença nas tabelas da segunda
refeições, já que os açúcares podem dimi- parte desta obra (por exemplo págs. 129-
nuir a sensação de fome. Também deverão 130, 140-144, etc.) podem ser combinadas
abster-se de adoçá-las os diabéticos, que em entre si.
caso de necessidade podem usar edulco- A mistura de várias plantas tem a vanta-
rantes químicos. gem de que os possíveis efeitos indesejáveis
Quando se decida adoçar uma tisana, o de cada uma delas (mau sabor, intolerân-
mel é o produto ideal E proveniente das flo- cia digestiva), ficam atenuados. Mas nem
res e contém sais minerais e vitaminas de sempre é necessário misturar as plantas.
W.J& . , w
60
A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S
1 * Parte: G e n e r a l i d a d Y
Pós
Para a obtenção de pó com fins medici-
nais, as partes da planta a utilizar deixam-
-se secar d u r a n t e mais t e m p o do q u e o ha-
bitual, e depois trituram-se reduzindo-as a
pó. Pode-se o b t e r pó m e d i c i n a l de u m a
plaina a partir das sua.s folhas (por exem-
plo, da dedaleira ou do sene-da-índia), das
sumidades floridas (absinto, l ú p u l o ) , da
casca (cascara-sagrada, salguei r o - b r a n c o ) ,
dos frutos (coentro), e s o b r e t u d o das raí-
zes (ginseng, harpagófito, jalapa, polígala-
•da-virgínia, violeta, e t c , c t c ) .
0 pó oferece as seguintes vantagens:
1. Aprovcitam-sc ao máximo os princípios
activos da planta, especialmente q u a n d o
se trate de partes duras c o m o as raízes.
2. Permitem um d o s e a m e n t o mais exacto,
como se exige, por e x e m p l o , no caso de
plantas p o t e n c i a l m e n t e tóxicas ( d e d a -
leira, rauvólfia) q u e se e m p r e g a m em
doses muito p e q u e n a s ( d e a l g u n s gra-
mas, ou m e s m o de miligramas).
Os xaropes preparam-se
adicionando mel ou açúcar
Formas de administração do pó (de preferência não
O pó medicinal pode-se administrar das plantas, facilitando p o r t a n t o a sua in- refinado) a uma infusão ou
gestão. Tornam-se de grande utilidade decocção mais concentrada
seguintes formas: do que o normal, ou
para administrar às crianças pequenas.
• Em infusão ( p o r e x e m p l o : c a n e l e i r a , também a um sumo de
S e m p r e q u e seja possível, os x a r o p e s de- frutos. Geralmente os
ginseng, lúpulo, sene-da-índia), verten- xaropes preparam-se a
do-se-lhe água q u e n t e p o r cima. vem preparar-sc c o m mel, pois desta ma-
50%, isto é. acrescentando
neira se acrescentam as suas p r o p r i e d a d e s o mesmo peso de açúcar
• Aspirando-o pelo nariz c o m o estei titua-
peitorais e tonificantes às próprias da plan- ou de mel que de infusão
tório (ásaro, betónica) ou c o m o hemos-
ta. Na falta de mel, pode-se usar açúcar es- ou de frutos.
tático contra as hemorragias nasais (fo-
curo. Para a preparação, a mistura deve ser
lhas da videira). Aquecer a mistura facilita a
aquecida em lume b r a n d o . Facilita-se assim dissolução dos açúcares.
• Misturado com mel, c o n s t i t u i n d o u m a a dissolução dos açúcares.
Na página 295 explica-se a
pasta (abrótauo-lêinea, absinto, coen-
A maior parte dos xaropes utiliza-se em preparação do xarope de
tro). cebola, contra a tosse.
caso de afecções respiratórias ( p o r exem-
• Misturado com azeite p a i a aplicação ex- plo: p a p o i l a , c e b o l a , i p e c a c u a n h a , sabu-
terna emoliente (sementes de u r u c u ) . gueiro, violeta). Os q u e se- p r e p a r a m com
frutos têm p r o p r i e d a d e s tonificantes, res-
Xaropes frescantes e vitamínicas ( p o r e x e m p l o os
de bérberis, framboesa, groselha ou silva).
Os xaropes consistem em soluções con-
centradas de açúcares com s u m o s ou ou- Os diabéticos devem abster-se de ingerir
tras partes da planta. T ê m a vantagem de xaropes, devido ao seu forte c o n t e ú d o de
disfarçar o sabor desagradável de muitas açúcar.
61
y/,.
Vantagens e inconvenientes
dos extractos
Os extractos constituem uma forma artificial de preparar as plantas medicinais, com
as suas vantagens e inconvenientes que convém conhecer.
Vantagens: Inconvenientes:
Maior concentração: Com o extracto consegue-se Maior risco de toxicidade: Desde o momento em que
uma maior concentração de certos princípios activos se altera o equilíbrio natural dos componentes de uma
da planta, precisamente os que são solúveis no dis- planta, extraindo ou purificando alguns dos seus prin-
solvente empregado para a extracção. Isto faz que o cípios activos, aumenta o risco de se produzirem efei-
extracto tenha, em geral, uma acção mais potente tos tóxicos. Portanto, as doses de extractos devem ser
que a da planta inteira. cuidadosamente respeitadas. Existem duas razões
Maior disponibilidade: O extracto pode estar dispo- para isso:
nível em qualquer época do ano e em qualquer mo-
1. Maior concentração de determinados componen-
mento do dia, sendo o seu uso tão fácil como tomar
umas gotas. Pelo contrário, preparar um sumo fresco tes (os princípios activos).
ou uma infusão de plantas não está sempre ao nosso 2. A falta de outros componentes que acompanham
alcance. os princípios activos da planta no seu estado natu-
ral, cuja função é precisamente a de compensar ou
diminuir os possíveis efeitos tóxicos dos princípios
activos.
Isto explica, por exemplo, o facto de que as essências
(extractos muito concentrados) tenham de ser usadas
com grande precaução, especialmente quando são in-
geridas, pois podem produzir facilmente intoxicações
(ver pág. 97).
Maior possibilidade de degradação dos princípios
activos: Se o extracto não tiver sido obtido num labo-
ratório especializado e pelos métodos correctos, corre-
-se o risco de destruir certos princípios activos da plan-
ta sensíveis ao calor ou aos dissolventes utilizados.
Presença de dissolventes: O dissolvente que mais
se emprega é o álcool etílico. Os restos dele que po-
dem ficar no extracto representam um inconveniente
para as crianças e para determinadas pessoas a quem
o álcool se torna especialmente nocivo, mesmo em do-
ses pequenas.
''//•
62
A SAÚDE PELAS F L A U T A S M E D I C I N A I S
1 •" Porte: G e n e r a l i d a d e - . V
Linimentos
Os linimentos são u m a mistura
(emulsão) de extractos de plainas medici-
nais com a/.eite e / o u álcool, de fraca con-
sistência, que se aplicam s o b r e a pele
acompanhados de u m a massagem suave.
ÂSsubstâncias activas peneiram nos tecidos
profundos. Os linimentos usam-se sobre-
luclo nas afecções reumáticas e musculares.
Extractos
Os extractos obtêm-se pela acção de um
dissolvente sobre as p a n e s activas da plan-
ta. No fim pode eliminar-se o dissolvente,
ficando unicamente os princípios activos
da planta. Como dissolventes utilizam-se o
álcool etílico, o propilenglicol, o éter, a gli-
cerina, diversos óleos e a água.
Tipos de extractos
O líquido extractivo resultante p o d e con-
centrar-se em diferentes graus, com o q u e
se obtêm diferentes tipos de extractos:
u m a c o r r e n t e de ar a alta t e m p e r a t u r a .
• Extractos líquidos: têm a consistência de Deste m o d o se c o n s e g u e q u e o dissol-
um líquido ligeiramente espesso. vente se evapore de forma rápida e de-
• Extractos fluidos: têm a consistência do sapareça por c o m p l e t o .
mel fresco. São os mais utilizados, devi-
do à sua facilidade de uso e à sua boa
Tinturas
conservação. Nos e x t r a c t o s fluidos, o
peso do produto obtido é o m e s m o q u e As tinturas são soluções alcoólicas com
o da planta seca utilizada para a sua ob- q u e se consegue u m a concentração muito
tenção. alta de certos princípios activos da planta,
• Extractos moles: têm consistência pas- precisamente os q u e são solúveis em álcool.
tosa, s e m e l h a n t e à do mel. ( ' o n t e m Preparam-se d e i x a n d o m a c e r a r a planta,
como máximo 2 0 % de água. bem seca e triturada, em álcool, à tempera-
tura ambiente, d u r a n t e dois ou três dias, ou
• Extractos secos: p o d e m ser reduzidos a até 15 dias c o m o no caso da arnica.
pó. Contém c o m o m á x i m o 5% de água.
A sua vantagem é a g r a n d e c o n c e n - I lá dois motivos pelos quais as tinturas se
Os usos externos são a
tração de princípios activos q u e a p r e - devem usar com grande precaução: forma mais segura de
sentam (I g de extracto seco equivale a aplicar as tinturas.
1. A sua elevada concentração de determi-
5 g d a planta). Ingeridas por via oral,
nados princípios activos. Por isso, não s<- devem ser empregadas com
• Ncbulizados: V. u m a das técnicas mais deve ultrapassar a dose prescrita, q u e muita precaução, dado o
modernas para a o b t e n ç ã o de extractos. n o r m a l m e n t e é de 15 a 25 gotas (de 3 a seu conteúdo alcoólico.
Consisto em atomizar ou vaporizar a so- 7 para as crianças pequenas) dissolvidas
lução extractiva e submetê-la e n t ã o a em água, três vezes ao dia.
G3
Cap. 3: FORMAS DE PREPARAÇÃO E EMPREGO
Formas de emprego
64
k SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S
1 ° Parte: G e n e r a l i d a d e s y
Alecrim
bb
C a p . 3: FORMAS DE P R E P A R A Ç Ã O E E M P R E G O
f/
Os banhos de assento com plantas medicinais são muito recomendáveis para as afecções do ânus e do recto, dos
órgãos urinários inferiores (bexiga e uretra), assim como dos órgãos genitais. Tomam-se tépidos ou frios, excep-
to quando baia espasmos abdominais ou fissura anal, casos em que devem tomar-se quentes.
Reduz-lhes o tamanho
Decocção com 50 g de gálbulos (frutos)
Cipreste 255 Hemorróidas e alivia a dor que
por litro de água produzem
66
A SAÚDE P E U S PLANTAS MEDICINAIS
a
I Parte: G e n e r a l i d a d e s
Os banhos às mãos
(manilúvios) dão resultados
muito bons contra as
A duração de um b a n h o de assento deve Banhos às mãos (manilúvios) frieiras.
ser curta (inferior a 3 minutos) caso se faça
com água fria, e n q u a n t o p o d e c h e g a r aos Ou manilúvios, ou banhos às mãos, apli-
10 minutos se a água for m o r n a ou q u e n t e . cam-se c o m êxito p a r a m e l h o r a r a circu-
Normalmente tomam-se u m o u dois p o r lação s a n g u í n e a nas e x t r e m i d a d e s s u p e -
dia, ou mesmo três. E conveniente renovar riores. Devem tomar-se tépidos ou p o u c o
todas as vezes a água. q u e n t e s . Para fazer d e s a p a r e c e r o eritema
p é r n i o (frieiras) e as mãos frias e arroxea-
Banhos aos pés (pedilúvios) das devidos a espasmos das artérias, reco-
m e n d a m - s e os manilúvios de g i n k g o (ver
Os pedilúvios, ou b a n h o s aos pés, quan- pág.234).
do se t o m a m q u e n t e s , t o r n a m - s e m u i t o
úteis para aliviai - as d o r e s de cabeça, (es-
pecialmente se se juntar à água farinha de Cataplasmas
mostarda), e para m e l h o r a r a circulação
nas pemas (com Tolhas de videira ou de ur- A.s cataplasmas p o d e m preparar-se de di-
tiga-branca, por e x e m p l o ) . Fa/.em-se nor- versas maneiras:
malmente a c r e s c e n t a n d o aos 3 ou 5 litros • Com farinha de sementes (linho, mos-
necessários para o pedilúvio, um litro da tarda, alforva): Amassa-se a farinha com
mesma infusão ou d e c o c ç ã o q u e se reco- água até formar u m a pasta uniforme e
menda tomar pela boca. fluida. Seguidamente aquece-se num re-
67
Cap. 3: fORMAS DE PREPARAÇÃO E EMPREGO
/
As cataplasmas de plantas
medicinais exercem um
grande efeito anti-
-inflamatório sobre a pele e
os tecidos profundos.
68
jh
Fomentaçoes
Técnica de aplicação
1 ^m 4 ^n
a(A ^ ^
r"),^ S, ^5
> ^
1. Preparar um ou dois litros de uma infusão ou decocçao 4.Cobrir estes dois panos com um cobertor de lã, para
da planta adequada. Normalmente convém que seja um conservar o calor. Está provado que a lã é o material que
pouco mais concentrada do que o habitual (de 50 a 100 melhor conserva o calor, mesmo quando está húmida ou
g por litro de água). Também se podem acrescentar, a um molhada. (Foto ©)
ou dois litros de água quente, 5 a 10 gotas de essência
da planta. 5. Passados 3 minutos, quando o pano húmido já começa
2.Quando o líquido descrito estiver bem quente, submer- a arrefecer, volta-se a empapar no líquido quente.
ge-se nele um pano ou toalha de algodão. (Foto O)
6. A aplicação das fomentaçoes deve durar de 15 a 20 mi-
3. Escorrer o pano e aplicá-lo sobre a zona a tratar, prote- nutos. Terminar com uma fricção de água fria sobre a
gendo a pele com outro pano seco. (Foto ©) zona tratada.
-'//•
C a p . 3: FORMAS DE PREPARAÇÃO E EMPREGO
Loções e fricções
As loções e as fricções fazem-se com uma
infusão, decocção, maceração ou sumo,
2. Aplicá-lo sobre a zona de pele afectada, que se estende com uma ligeira massagem
durante um tempo que depende de cada sobre a pele. As fricções aplicam-se da mes-
planta (de 5 a 10 minutos geralmente). ma maneira, geralmente com óleos essen-
ciais (ver pág. 96), e com uma massagem
3. Se a ga/.e ou flanela se secar, voltar a im-
mais enérgica.
pregná-la. É melhor renovar as com-
pressas frequentemente e aplicá-las vá- Podem-se aplicar com a mão ou com um
rias vezes ao dia, em vez de manter a pano suave impregnado no líquido.
mesma durante muito tempo.
Algumas plantas podem tingir a pele Indicações das loções e fricções
quando se aplicam em compressas, espe- As loções têm as seguintes aplicações:
cialmente as que contém taninos (amieiro,
carvalho, nogueira). Uma fricção com • Afecções da pele em geral (por exem-
sumo de limão pode ajudar a restabelecer plo com amor-perfeito, arandos, equi-
a cor normal da pele. nácea, folhas de oliveira, maravilhas, sa-
namunda, saponária, tomilho, tussila-
Indicações das compressas gem ou urtiga).
As compressas usam-se como cicatrizan- • Prurido, ou seja, comichão na pele (bor-
tes e anti-séplicas em feridas e úlceras da ragem, erva-moura, verónica).
pele (agrimónia, alcaçuz, amieiro, avelei-
ra, carvalho, cavalinha, cebola, chagas, cou- • Beleza: eliminação da celulite, embele-
Os banhos de vapor com ve, hera, maravilha, nogueira), para a be- zamento da pele ou emagrecimento
foJhas de tília limpam, leza da pele (hamamélia, morangueiro, ro- (equinácea, gilbarbeira, morangueiro,
suavizam e embelezam a
pele do rosto. seira, tília), para os olhos (camomila, fi- roseira).
dalguinhos), ou como analgésicas e cal-
mantes (lúpulo, visco-branco). • Reumatismo (alfazema, loureiro).
• Afugentar os mosquitos (absinto).
Fomentações
B a n h o s d e vapor c o m plantas
As fomentações aplicam-se como as
compressas, mas com 0 líquido à tempe- Os banhos de vapor com plantas apli-
ratura máxima que a pele possa suportar. cam-se sobre a cabeça, o tórax ou até sobre
Colocam-se mais dois panos, além daque- o corpo todo.
70
A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S
71
Cap. 3: FORMAS DE PREPARAÇÃO E EMPREGO
Colírios
Os colírios são líquidos utilizados para
tratar as afecções dos olhos ou das pálpe-
bras.
Devem ser pouco concentrados, não
irritantes, e aplicados a uma temperatura
morna. Recomenda-se fa/.ê-los com in-
fusões preparadas com água previamente
fervida, ou com decocções, para conseguir
uma maior esterilidade. São muito utiliza-
dos os colírios de agripalma, camomila,
eufrásia, lidalguinhos ou folhas de videi-
ra.
Lavagens o c u l a r e s
Ás lavagens oculares (aos olhos) fazem-
-se empapando uma compressa na de-
cocção de uma planta, e deixando escor-
rer suavemente o líquido do lado da fon-
te para o do nariz (de fora para dentro).
A semelhança do que acontece com os
colírios, é preferível fazer as lavagens ocu-
lares com infusões para as quais se tenha
fervido previamente a água, ou com de-
cocções, para que o líquido que entra em
contacto com o olho esteja estéril. Omco
minutos de fervura é suficiente para con-
seguir uma esterilidade adequada
72
A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S
1 " Parte: G e n e r a l i d a d e s
~'S/
74
Ah*
Casos
práticos 1. Procurar a causa dos transtornos
João é um homem robusto de 55 anos, que nunca ti-
nha sofrido de transtornos importantes. Desde há mais
de um ano perdeu o apetite; e certos alimentos, como
por exemplo a carne, provocam-lhe repulsa e até mes-
mo náuseas.
Automedica-se com umas plantas que lhe recomen-
daram uns vizinhos da aldeia, muito eficazes -segun-
do garantem- para abrir o apetite. Nos primeiros me-
ses conseguiu alguns resultados, mas ultimamente,
embora não sinta dores, o apetite não melhora, ema-
O uso adequado das pjantas medicinais, j u n t a m e n t e greceu, e finalmente decide-se a ir ao médico.
com outros hábitos de vida sá, pode impedir que as Um exame endoscópico ao estômago mostra que a
debilidades do nosso organismo evoluam até se trans-
causa da sua inapetência (fastio) é um cancro no estô-
formar em doenças declaradas.
mago. O tumor já se encontra demasiado adiantado
para se poder prognosticar um bom resultado cirúrgico
Este é um caso típico de cancro do estômago. Se João
tivesse procurado a causa do seu sintoma no princi-
pio, logo que este apareceu, o prognóstico da sua
doença teria sido muito mais favorável.
75
PRINCÍPIOS ACTIVOS
UMÁRIO DO CAPÍTULO
0 laboratório vegetal
Ácidos orgânicos 92 As plantas são uns laboratórios bioquí-
Açúcares 78 micos extraordinários. A partir de substân-
Alcalóides 84 cias tão simples como a água (I I.-O) da ter-
Amido 78 ra e 0 anidrido carbónico do ar (CO2), são
Antibióticos 87 capazes de produzir amido (hidrato de car-
Cálcio 83 bono ou glfcido), devolvendo além disso
Celulose 79 oxigénio (()-•) ao ar.
Essências 90 Esta reacção química, conhecida como
Fécula, ver Amido 78 Fotossíntese, é processada graças à clorofi-
Ferro 83 la contida nas lollias das plantas, que (ap-
Flavtnióidcs, ver Glkósidos Jlavonóides 88 ta a energia do Sol e a transforma cm ener-
Fósforo 83 gia química.
Glícidos 78
Glkósidos 85 Fará sermos mais exactos, esla reacção
Gorduras 80 química indica-nos que, com seis molécu-
Hidratos de carbono 78 las de água e outras tantas de anidrido car-
Inulina 80 bónico, se produz uma de glicose e seis de
lodo 84
oxigénio (ver quadro da página contígua).
Lípidos 80 Numa segunda fase, as moléculas de gli-
Magnésio 83 cose polimeri/.am-se (unem-se entre si)
Minerais 83 para formar amido e celulose, que são as
As plantas são capazes de Mucilagens 79 substâncias mais abundantes do reino ve-
produzir uma ampla getal. Ambas têm a mesma fórmula quími-
Óleos 80
variedade de princípios ca, e diferem unicamente pela forma como
activos, a partir de Óleos essenciais, ver Essências 90
substâncias tão simples Oligoelementos 84 estão unidas as moléculas de glicose que as
como o vapor de água e o Pectina 79 constituem.
anidrido carbónico do ar, e Potássio 84 A partir da glicose e do amido produzi-
do azoto e outros Proteínas 81
elementos minerais.
dos nas lollias, combinando-os com os sais
Resinas 90 minerais que absorvem pela raiz, as plan-
Rutina, ver Glkósidos Jlavonóides . , . 88 tas sintetizam lípidos (gorduras), essências,
Saponinas ver Glkósidos saponínkos . 88 glicósidos, taninos, vitaminas e outros prin-
Silício 84 cípios activos. As proteínas e os alcalóides
Taninos 93 produ/em-se na raiz, a partir dos nitratos
Vitaminas 81 do solo, de onde são transportados para o
resto da planta por meio dos vasos condu-
tores do caule e das suas ramificações.
Dista forma as plantas sintetizam uma
grande variedade de substâncias químicas.
Até agora já se identificaram cerca de
12 000 diferentes, e, com toda a certeza,
ainda restam muitas por descobrir e anali-
76
Fotossíntese
A base química da vida na Terr
'''/
n
Cap. 4: PRINCÍPIOS ACTIVOS
Amido
Os hidratos de carbono, conhecidos tam-
bém como glícidos, são substâncias com- O amido é o glícido (hidrato de carbo-
postas de hidrogénio, oxigénio e carbono. no) mais representativo dos que são pro-
São muito abundantes nos vegetais, que os duzidos pelas plantas, A sua molécula é um
produzem por meio da fotossíntese. polímero, formada pela união em cadeia
de numerosas moléculas de glicose. As suas
Para uma melhor compreensão descre-
propriedades são:
vemos separadamente os tipos de glícidos
ou hidratos de carbono mais importantes • Energética: As enzimas digestivas rom-
que se acham presentes nas plantas: açú- pem as moléculas de amido, libertando
cares, amido, celulose, mucilagens, pecti- a glicose, que é o combustível (energia)
na e inulina. mais importante para as nossas células.
• Emoliente: Tem acção suavi/anic e anti-
Açúcares -inflamatória sobre a pele e as mucosas.
()s açúcares são glícidos (hidratos de car- A maior parte das plantas produz amido
bono) simples, solúveis cm água e de sabor como substância de reserva nas raízes e nas
doce. Os mais comuns são a glicose c a fru- sementes. As mais ricas em amido, dentre
70
A SAÚDE P E L A S P L A N T A S M E D I C I N A I S
1" P a r t e : G e n e r .1 I 1 cl B O e s
Celulose
A celulose 0 u m a fibra vegetal insolúvel.
É o hidrato de c a r b o n o mais a b u n d a n t e
nos vegetais. Kmbora o nosso o r g a n i s m o
não seja capa/ de assimilá-lo (o dos rumi-
nantes sim), d e s e m p e n h a uma i m p o r t a n t e
função mecânica no intestino: a de facili-
tar o avanço das fezes e evitar a prisão de
ventre.
Mucilagens
As mucilagens são derivados dos glícidos
cie consistência gelatinosa, q u e têm a pro-
priedade de reler água (efeito hidrófilo),
pelo que incham e a u m e n t a m de volume.
As mucilagens têm as seguintes acções:
• Lubrificam e protegem a c a m a d a m u -
cosa de t o d o o t u b o digestivo, q u e re-
O amor-perfeito-bravo
veste o seu interior desde a boca até ao (Viola tricolor L.) contém
ânus. Actuam l o c a l m e n t e , sem ser ab- mucilagens e saponinas,
sorvidas para o s a n g u e . Protegem tanto de q u e se administrem tanto nas colites que lhe conferem
da irritação m e c â n i c a p r o d u z i d a p e l o (efeito anti-inflamatório) c o m o na pri- propriedades suavizantes,
são de ventre. anti-inflamatórias e
movimento do bolo alimentar, ou das fe-
cicatrizantes. As loções e
zes, como da irritação química produzi- • Emolientes e anti-inflamatórias, aplica- lavagens com a sua infusão
da pelos sucos digestivos (especialmen- combatem eficazmente a
das sobre a pele.
te os ácidos) e pelas fermentações intes- secura, as estrias e as rugas
tinais. A isso se deve o seu efeito emo- • Antilússicas: Sobre o a p a r e l h o respira- da pele, pelo que é muito
tório, suavizam as mucosas irritadas em apreciado como cosmético.
liente (suavizante), anti-infiamatoiio e
ligeiramente laxante. Tornam-se úteis caso de laringite ou traquefte, acalman-
em todas as afecções inflamatórias do do a tosse.
aparelho digestivo: esofagite, gastrite, úl-
Os vegetais com maior c o n t e ú d o em mu-
cera gastroduodenal, gasti enterite, coli-
cilagens são: allóiva. alga-peilada, alteia,
te, proctite ( i n f l a m a ç ã o d o recto), fissu-
amor-perfeito-bravo, b o r r a g e m , couve-, li-
ras anais e hemorróidas.
n h o , líquen-da-islândia, malva, polipódio,
• Obesidade: Se se t o m a r e m mucilagens salguei ri n h a . sul irião-n incho ( o r q u í d e a ) ,
com água, fazem a u m e n t a r o volume do t a n c h a g e m , tussilagem e zaragatou.
bolo alimentar no estômago, produzin-
do sensação de s a c i e d a d e . Daí q u e se
Pectina
usem para combater a obesidade-. No in-
testino, a u m e n t a m o volume- das fezes, A pectina é um glícido (hidrato de- car-
com o que facilitam o seu trânsito e ex- b o n o ) epie n ã o é absorvido no intestino
pulsão em caso de prisão de- ventre- cró- mas actua localmente c o m o lubrificante e
nica. Isto explica o a p a r e n t e p a r a d o x o suavizante paia a passagem das fezes, â se-
79
Cap. 4: ICIPIOS ACTIVOS
Inulina Óleos
A inulina é um glícido formado por ca- Os óleos são substâncias gordas líquidas
deias de moléculas de frutose, em vez de â temperatura ambiente, que se extraem
glicose como o amido. C.hama-se assim por por pressão a frio e decantação (também
ter sido descoberta na raiz da énula (Inala por meio de dissolventes e outros proces-
helenium L.). Encontra-se sobretudo nas ra- sos industriais), dos frutos e das sementes
ízes como material de reserva (alcachofra, das plantas.
bardana, carlina, chicória, consolda-maior,
São compostos por esteies da glicerina
denlc-de-lcão. énula, equinácea e petasi-
com ácidos gordos mono ou polinsatura-
te).
dos e, ao contrário das gorduras animais,
A inulina transfoi ina-se em frutose (açú- apresentam a propriedade de reduz-ir o co-
car da fruta) durante a digestão. Este açú- lesterol no sangue.
A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S
1 •' Parte: G e n e r a l i d a d e s
Proteínas
A luzerna (Medicago sativa
Todas as plantas produzem e contêm L.J é muito rica em
proteínas em maior ou menor proporção. proteínas de grande valor
São substâncias complexas, cujas molécu- te (também rico em lípidos ou gorduras), biológico, além de conter
vitaminas, minerais e
las são formadas por cadeias de aminoáci- as alfarrobas, a alforva, a aveia, as avelãs, a enzimas.
dos. Contêm hidrogénio, oxigénio, carbo- bodelha (alga), o cacau, as castanhas, o
no e nitrogénio (a/.olo). milho.
Algumas proteínas são de grande valor
biológico, devido ao seu conteúdo em ami-
noácidos essenciais, islo é, aqueles que o
organismo humano não pode produzir. Es- Vitaminas
tas proteínas de grande valor biológico, im-
prescindíveis na dieta {los seres humanos,
encontram-sc não só nos alimentos ani- As vitaminas são substâncias de natureza
mais mas também em muitos dos vegetais. química muito variada que têm em comum
Assim, por exemplo, a alga espirulina, o o seguinte:
gergelim, a luzerna e as nozes, são espe-
• Actuam como biocatalizadores de nu-
cialmente ricos em proteínas de grande va-
merosas reacções químicas, pelo que se
lor nutritivo.
tornam imprescindíveis para a vida. Um
Outras plantas, tratadas nesta obra, de biocatalizador é um catalizador orgâni-
elevado conteúdo proieínico são: o abaca- co, li um catalizador, em química, é
81
Cap 4: PRINCÍPIOS ACTIVOS
Vitamina Bi2
A vitamina B12 é produzida por certas
bactérias, seres vivos que fazem parle do
reino vegetal. Os mamíferos superiores, es-
pecialmente os herbívoros, obtêm a vita-
mina B12 das plantas que ingerem, que ha-
bitualmente se acham contaminadas por
bactérias produtoras de Biv. Os animais ar-
mazenam esta vitamina nos seus tecidos,
especialmente no ligado. O leite e os ovos
também contêm vitamina B12. Portanto, a
fonte primária da vitamina B12 são deter-
minadas bactérias que a produzem, e que,
apesar de serem microscópicas, também
são vegetais.
Os seres humanos não têm a mesma ca-
Cada tipo de vitamina
exerce uma função
pacidade que têm os animais, de absorver
preventiva e benéfica sobre todo o produto que, sem chegar a fazer a vitamina Br.» que se encontra nas bacté-
o nosso organismo. Os parle dos produtos finais da reacção, rias que contaminara os vegetais; ou então,
frutos das plantas torna possível que esta se produza, ou a possivelmente, os vegetais que ingerimos,
constituem uma boa fonte acelera. por estarem mais limpos, não contêm tan-
de vitaminas. A goiaba tas bactérias como aqueles que os animais
(Psidium guajaba' L.J é • Não podem ser produzidas pelo nosso
muito rica em vitaminas A, organismo, pelo que têm de ser ingeri- ingerem. O facto é que os humanos que se-
B e sobretudo C, o que das com regularidade. guem uma dieta estritamente vegetariana
explica o seu efeito podem sofrer deficiências de vitamina B12,
tonificante sobre o Os vegetais são a fonte mais importanle- se bem que isto aconteça com menor fre-
organismo. de vitaminas para o nosso organismo, ex- quência do que seria de esperar. A alimen-
cepto da D, que é sintetizada na nossa pele tação vegetariana complementada com
por acção dos raios solares. ovos e leite proporciona as pessoas saudá-
veis uma quantidade suficiente de Bw.
Damos seguidamente uma relação das
principais vitaminas e das plantas analisa- A alga espirulina (ver pág. 27(3) é uma
das nesta obra que são ricas em cada uma das fontes mais ricas de vitamina Bi2 que se
dessas vitaminas: conhecem; mas não porque a dita alga a
produza; antes porque habitualmente está
Provitamina A (caroteno) contaminada por umas bactérias muito ri-
cas na dita vitamina.
Contêm provitamina A numa percenta-
gem elevada: agriões, cacau, cenouras, ce-
rejas, framboesas, sementes de girassol, Vitamina C
goiabas, luzerna, maçãs, papaias. Beldroegas, cocleária, couve, framboe-
sas, goiabas, laranjas, limões, rosa-caniua,
Vitaminas do grupo B sorvas, são boas fontes naturais de vitami-
na c.
Abacate, aipo, aveia, cacau, cerejas, den-
te-de-leão, espirulina, gergelim, ginseng,
sementes de girassol, morangos, moi ugem, Vitamina E
nozes, são plantas ricas em vitaminas do Agriões, espirulina, girassol, milho, ger-
complexo B. gelim, são plantas ricas em vitamina K.
82
A SAÚDE PELAS PLANTAS M E D I C I N A I S _
1 " Parte: G e n e r a l i d a d e s
Vitamina P
Espargos, gilbarbeira, laranjas, lu/.erna,
c a/guinas outras plainas q u e se analisam
nesta obra, são boas fontes cie vitamina P.
A vitamina P t a m b é m se c h a m a rutina (ver
pág.88).
Minerais
Cálcio
O cálcio é indispensável para a formação
dos ossos. Intervém nas funções do coração
e do sistema n e r v o s o . Encontra-se espe-
cialmente nas s e g u i n t e s plantas: aljôfar,
aveia, borragem, cebolas, gergelim, goia-
bas, luzerna, maçãs, nozes, pulmonária, ur-
liga-maior.
83
/ Cap. 4: PRINCÍPIOS ACTIVOS
V
Iodo
O iodo é imprescindível para o desen-
volvimento do sistema nervoso e para o
funcionamento da glândula tiróide. En-
contra-se no agrião, na alga-perlada, na b<>-
delha e na laminaria.
Oligoelementos
Os oligoelementos são minerais (enxo-
A cavalinha ('Equisetum
arvense' L.j é uma das
fre, cobre, /.inço, manganésio, etc), que se
plantas mais ricas em encontram nas plantas, e também no nos-
oligoelementos minerais, so organismo, em pequeníssimas quanti-
especialmente em silício. A dades (oligo = pouco em grego). Contudo,
isto se deve o seu efeito cumprem importantes funções metabóli-
regenerador sobre os cas. Geralmente actuam como biocataliza-
tecidos. O seu uso, t a n t o
por via interna como
dores de determinadas reacções químicas
externa, aumenta a pureza nos seres vivos.
da pele e fortalece as unhas Todas as plantas contêm quantidades
e o cabelo.
mais ou menos importantes destes ele-
mentos, que retiram do solo. As plantas sil-
vestres, que crescem em terrenos não cul-
tivados, costumam ser mais ricas em oligo-
elementos do que as cultivadas. Os terre-
nos de cultura intensiva empobrecem com
o tempo em tais elementos, especialmente
quando se usam adubos minerais inorgâ-
nicos, que contem apenas determinados
minerais e não toda a gama de oligoele-
mentos.
Alcalóides
las, cenouras, cerejas, grama, limões, or-
lossilão, parielária, uvas. Os alcalóides são substâncias azotadas
muito complexas, de reacção alcalina, e
Silício que mesmo em pequenas doses produzem
O silício contribui para a elasticidade e grandes efeitos sobre todo o organismo.
beleza da pele, assim como para a força do São substâncias muito activas, que po-
cabelo e das unhas. Torna-se muito reco- dem resolver doenças graves, mas que tam-
mendável na artrose e na osteoporose. En- bém podem intoxicar se não se usarem
contra-se sobretudo na cavalinha, e tam- correctamente. É o caso da colquicina do
bém no aljôfar, na borragem, no cardo- cólquico ou açafrão-bastardo (pág. 666),
M
A SAUCE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S
Pervincd
85
Cap. 4: PRINCÍPIOS ACTIVOS
*/
Cebola j z a k
8G
A SAÚOE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S
1 • Parte: G e n e r a l i d a d e s
Antibióticos nas PK
plantas
• •
"
Os antibióticos são substâncias químicas produzidas por seres vivos, ge-
ralmente vegetais, que são capazes de destruir ou de deter o crescimento
Este processo tem lugar no intestino gros- de outros seres vivos como bactérias, vírus e outros microrganismo. Luís
so, pelo que a sua acção laxante ou purga- Pasteur, o grande biólogo francês do século XIX, já previu que «a vida pode
tiva se manifesta a partir de seis horas após destruirá vida», embora naquela época não se tivessem ainda descoberto
terem sido ingeridos. os antibióticos.
Têm as seguintes acções: A maior parte dos antibióticos que se usam em terapêutica procedem de
vegetais inferiores, como as bactérias ou os fungos. Não obstante, as plan-
• Laxante ou p u r g a n t e ( c o n f o r m e a tas superiores também produzem antibióticos, ainda que em quantidades
dose). Efeito seguro e p o t e n t e . Actuam muito pequenas. Estes têm uma estrutura química mais complexa que a dos
estimulando OS movimentos pcrisláhicos produzidos pelos vegetais inferiores, e nalguns casos é pouco conhecida.
do intestino grosso e d i m i n u i n d o a ab- Tudo isto dificulta o seu isolamento, a sua dosagem e utilização clínica. Tal-
sorção de água. C o m o resultado, as te- vez por isso, os antibióticos produzidos pelas plantas superiores são pou-
zes passam mais r a p i d a m e n t e e são me- co conhecidos e utilizados. A investigação química e farmacêutica está a
nos secas. desenvolver-se neste campo, e são de esperar interessantes progressos
num futuro próximo.
• Digestiva, colcrética e colagoga.
Km geral desaconselha-se o seu uso pelas
grávidas, d u r a n t e a m e n s t r u a ç ã o , em caso
de cólicas, ou q u a n d o se sofra de h e m o r -
Glicósidos cianogenéticos
róidas (ver pág. 99).
As plantas mais ricas em glicósidos an-
A genina dos glicósidos cianogenéticos é
traquinónicos são: aloés, amieiro-negro, ca-
o ácido cianídrico, substância m u i t o tóxi-
nafísiula. cáscara-sagrada, espinheiro-cer-
ca, q u e p o d e libertar-se m e d i a n t e a masti-
val, granza, ruibarbo e sene-da-índia.
gação, c o m o a c o n t e c e c o m a s a m ê n d o a s
amargas, as s e m e n t e s das ameixas e de ou- _ s ,..._,
. T , - • i r» - ° glicósidos contidos na
Glicósidos cardiotónicos trás plantas da cfamília botânica das Rosa- d e d a f e i r a r D igitalis
ceas. Em doses altas p o d e provocar intOXl- purpúrea' L.l exercem um
A genina dos glicósidos cardiotónicos é cações. notável efeito sobre o
formada por um núcleo ciclopentano-per- coração, aumentando a
hidiofenanti e n o , q u i m i c a m e n t e s e m e - força das suas contracções.
lhante aos sais biliares, ao colesterol, às
hormonas sexuais e a outras substâncias de
grande actividade biológica. O a ç ú c a r
constituinte é a glicose, a galactose ou di-
versas pen toses.
A sua acção consiste em a u m e n t a r a
força contráctil do coração, e em regular o
seu ritmo. As suas substâncias são m u i t o
potentes, com r e s u l t a d o s e s p e c t a c u l a r e s
em muitas afecções do coração. Dcvcm-sc
dosear e administrar com prudência, e sem-
pre sob vigilância médica.
A planta mais usada pelos seus glicósidos
cardiotónicos é a dedaleira, insubstituível
no tratamento de muitos d o e n t e s . O u t r a s
são: adónis-da-itália, asclépia, cacto-gran-
difloro, ceboia-albarra, gracíola e lírio-dos-
-vales.
87
C a p . 4 : P R I N C Í P I O S ACTIVOS
V
Glicósidos flavonóides
88
A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S
1 " Parte: G e n e r a l i d a d e s
1
89
//,
Procedimentos para
a obtenção das essências
• Destilação: Faz-se por meio de um dispositivo cha- floral também se encontram presentes pequenas quan-
mado alambique. Aquece-se a água que existe no fundo tidades de óleos essenciais em suspensão. As águas
do alambique até à ebulição. Os princípios voláteis das florais usam-se principalmente em perfumaria, embo-
plantas colocadas sobre a água são arrastados pelo va- ra na actualidade se comecem já a investigar as suas
por. Estes vapores, que contêm os óleos essenciais da aplicações medicinais.
planta, passam a um círculo refrigerante, onde arrefe-
cem e se condensam, formando o líquido destilado. Uma • Pressão: Este método consiste na aplicação de
vez terminado o processo, deixando-se repousar o líqui- pressão sobre as partes activas da planta, até se extrair
do destilado, ficam separadas por decantação duas a essência. Emprega-se especialmente para obter as
fracções deste mesmo líquido: essências contidas na casca dos citrinos (laranja, limão
e mandarina).
-o óleo essencial (essência), que fica por cima flu-
tuando, por ser de menor densidade e insolúvel na • Extracção com dissolventes: Consiste na dissolução
água, e dos princípios aromáticos das plantas num dissolvente
-a água floral (hidrossol), formada pelo vapor de água volátil, que posteriormente se evapora deixando um re-
condensado juntamente com as substâncias hidrosso- síduo seco muito aromático chamado essência abso-
lúveis da planta que foram arrastadas por ele. Na água luta.
Vapor arrastando a
essência
Saída da água
refrigerante
Saída da
água floral
(hidrossol)
'ss
91
Cap. 4: PRINCÍPIOS ACTIVOS
r/
Ácidos orgânicos
Á c i d o s cítrico, m á l i c o e tartárico
Qs ácidos cítrico, málico c tartárico são
muito abundantes nos frutos e nas bagas,
embora a sua concentração vá diminuindo
á medida que amadurecem. Aumentam a
produção de saliva e limpam a cavidade bu-
cal, produzindo sensação de frescura (efei-
to refrescante) e diminuindo o número de
bactérias causadoras das cáries e das in-
fecções da boca.
Aumentam também a produção de sucos
gástricos, pelo que têm efeito aperitivo.
Além disso, são ligeiramente laxantes e
diuréticos.
Os sumos de fruta são
muito ricos em ácidos
orgânicos, além de Á c i d o salicílico
conterem açúcares, sais
minerais e vitaminas. uma essência: o resíduo viscoso que fica, é O ácido salicílico é um ácido de tipo fe-
a resina. A. composição química das resinas nólico que tem três acções principais: anti-
c uma mistura muito complexa de: glíci- -inflamatória, analgésica (acalma a dor) e
dos, ácidos orgânicos, essências terpénicas, antipirética (faz baixar a febre). Usa-se
álcoois, ésteres, etc. com notável êxito em diversas afecções reu-
São muitas as plantas que produzem re- máticas.
sina, mas só algumas delas se usam para
fins medicinais. As propriedades das resi- O ácido salicílico encontra-se em estado
nas são muito variadas: natural em valias plantas (ver tabela tia pá-
gina seguinte). A partir dele obtem-se um
• Purgantes, como a resina de podoíllo, derivado, o ácido acetilsalicílico (a popu-
que lambem se usa externamente con- lar aspirina), que. a indústria farmacêutica
tra as verrugas. conseguiu produzir por processos de sín-
• Anti-sépticas urinárias, como, por exem- tese química sem necessitar do ácido sali-
plo, a da copaíba. cílico natural.
• Antiespasmóclicas, como a da assa-fétida. A aspirina tem as mesmas propriedades
• Rubefacientes e anti-reumáticas: a do que o ácido salicílico natural, mas mais in-
pinheiro (a sua resina chama-se colofó- tensas, pelo que podem produzir com mais
nia), a do abeto e a do guaiaco. facilidade efeitos secundários indesejáveis.
92
A SAÚDE PELAS PLANTAS M E D I C I N A I S
1"* P a r t e : G e n e r a l i d a d e s V.,
93
Aromate
O emprego terapêutico dos óleos essenciais (essências
'''/
'.)•!
//s<
1. Difusão atmosférica
É a forma mais importante de aproveitar as propriedades
curativas dos óleos essenciais. Estes podem passar para
o ar mediante vários procedimentos:
• Por simples evaporação, colocando umas gotas sobre
as costas da mão ou em cima de uma fonte de calor
como, por exemplo, um radiador, e aspirando o aroma.
Também se pode impregnar um lenço de assoar, ou mes-
mo a almofada da cama, com umas gotas de essência.
• Por meio de um difusor eléctrico: pequeno aparelho
que, mediante um mecanismo vibratório, produz uma va-
porização do óleo essencial contido no seu interior. Tem
a vantagem de funcionar a frio, pelo que a essência se
vaporiza sem sofrer os efeitos indesejáveis do calor. Dez
ou quinze minutos de funcionamento do difusor eléctrico
são suficientes para encher o ar de um compartimento
com micropartículas de essência vaporizada.
Antes de passar aos pulmões, os óleos essenciais estimu-
lam primeiramente o sentido do olfacto, de onde exercem
a sua influência sobre todo o sistema nervoso.
Provou-se que depois de se ter respirado durante alguns
minutos num ambiente carregado de óleos essenciais, es-
tes já se encontram no sangue e, pouco tempo depois, po-
dem detectar-se também na urina. Embora as quantidades
de essência absorvidas pelo organismo sejam muito pe-
quenas, tomam-se suficientes para exercer notáveis efei-
tos fisiológicos e terapêuticos
Em geral, recomenda-se aspirar a essência uma hora de
manhã e outra à tarde.
O simples facto de aspirar o aroma de uma fJor
(continua na página seguinte) afecta o equilíbrio hormonal, o sistema nervoso,
o aparelho respiratório e, inclusive, o nosso esta-
do de espirito.
Os óleos essenciais
obtêm-se principalmente
por meio de alambiques
destiladores como este
que se vê na fotografia,
pertencente ao Museu
dos Aromas e do
Perfume (La Chevèche
de Graveson-en-
Provence, França).
A produção de uma boa
essência exige certa dose
de arte e de paciência.
De cem quilos de foJhas
de eucalipto, por
exemplo, obtêm-se uns
dois litros de óleo
essencial.
Aromaterapia 121
I ie o seu próprio ambiente
com as essências
'''S
96
y*.
Além de proporcionar uma
agradável sensação de
bem-estar, a inalação de
essências (aromaterapia)
pode exercer notáveis
acções medicinais:
restabelecimento do sono
em caso de insónia,
equilíbrio do sistema
nervoso quando haja
esgotamento ou depressão,
aumento da capacidade
respiratória e normalização
da tensão arterial, entre
outras.
3. Banhos com
essências
Os óleos essenciais menciona-
dos nos tratamentos anteriores
também podem juntar-se à
água do banho (ver pág. 65).
Usam-se de 3 a 10 gotas por
banheira.
As essências também se adi-
cionam à água dos banhos de
vapor {ver pág. 71). Neste caso
bastam 2-3 gotas.
97
PRECAUÇÕES E
TOXICIDADE DAS PLANTAS
~w ^ mbora a maior parce das plantas
SUMÁRIO DO CAPÍTULO m J medicinais se possa usar sem
J È * qualquer risco, existem alguns ca-
-JL J sos muito concretos, em que cer-
tas plainas podem produzir eleitos indese-
Bócio hipotiróide 100 jáveis. Falando em termos farmacológicos,
Cardiovasculares, afecções 99 poderíamos dizer rpie algumas plantas
Colite 99 apresentam conli a-indi< ações; ou seja, que
Coração, doenças 100 não se recomenda o seu uso em determi-
Debilidade 100 nadas situações.
Digestivas, afecções 98
Estômago 98 Contudo, assinale-se que, ao contrário
Fígado, afecções do 99 do que acontece com alguns fármacos, as
Gastrite 98 contra-indicações do uso das plantas não
Gravidez 102 são absolutas e formais, mas apenas relati-
Hemorróidas 99 vas. O facto de não serem tomadas cm con-
O café é uma das plantas sideração não produz, geralmente, trans-
tóxicas mais usadas no Hiperteiisào arterial 99
m u n d o . Contém cafeína, Infância 102 tornos graves. Passamos a citar algumas si-
um alcalóide que gera Intestinal, oclusão 99 tuações ou doenças em que convém evitar
dependência. Lactação 102 o uso de certas plantas, ou pelo menos u.sá-
No seu estado natural, tal Menstruação 101 -las com precaução.
como os mostra a Nefrite 100
fotografia, os grãos de café Nervosismo 100
náo se tornam tão tóxicos
Oclusão intestinal 99
como torrados. Durante o
processo da torrefacção, Próstata, adenoma da 100 Precauções nas
produzem-se substâncias
irritantes para o aparelho
Urinárias, afecções
Urogenitais, afecções
100
100
afecções digestivas
digestivo, as vias urinárias e
o pâncreas.
Gastrite
Em caso de gastrite, é necessário evitai as
plantas que causem irritação sobre o esió-
mago, por terem sabor forte ou picante, es-
pecialmente: cravinho, felo-macho, gengi-
bre, mostarda-negra, pimentão picante e
pimenta.
Ulcera g a s t r o d u o d e n a l
E necessário evitar, especialmente na fase
aguda da doença ulcerosa gastroduodenal,
as plantas que provocam aumento da se-
creção de sucos gástricos (as especiarias
em geral, as plantas amargas e as aperiti-
vas). 1'". bem sabido que o ácido clorídrico
A SAÚDE P E L A S P L A N T A S M E D I C I N A I S
1 * Porte: G e II e r o I i d o O
Colite
Sempre que haja inflamação do intesti-
no grosso (cólon), manifestada por gases,
fermentações e diarreias (entre outros sin-
tomas), são contia-indicados:
• Os purgantes em geral, e especialmente
a jalapa, o rícino, <» ruibarbo e o sene-da-
As sementes do rícino sào
-índia. muito venenosas, pois a
• O café, pela acção irritante da sua essên- ingestão de três delas pode
cia. provocar a morte a uma
criança. No entanto, o óleo
tite, cirrose e hepaiopatias (doenças do li- que se obtém das mesmas
gado) em geral, devido à acção dos seus al- sementes é um purgante
Oclusão intestinal calóides. seguro e eficiente.
Km caso de oclusão intestinal são for-
malmente conira-indicados todos os pur-
gantes, tanto os elaborados ã base de plan-
tas medicinais como os de síntese quími-
ca. Precauções nas afecções
cardiovasculares
Hemorróidas
Quando se sofre de hemorróidas não se
devem ingerir os purgantes com glicósidos
antraquinónicos, que provocam congestão
de sangue na pelve, e portanto fazem au- Hipertensão arterial
mentaras hemorróidas. Especialmente alo-
és, cáscara-sagrada, amieiro-negro e rui- A bolsa-de-paslor, o caie. <» inale, a pi-
barbo. Os picantes como a pimenta ou a m e n t a e o chã. p o d e m a u m e n t a r a tensão
mostarda também são contra-indicados, jã arterial. As avelãs também têm um ligeiro
que irritam a mucosa anal, à saída com as eleito hipertensor. O alcaçuz retém líqui-
fezes. dos nos tecidos, se for tomado durante
muito t e m p o de forma continuada, e tam-
b é m p o d e a u m e n t a r a pressão arterial.
Afecções do fígado I .ogo, lodos os que sofram de hipertensão
A tasneirinha, usada como emenagogo, devem abster-.se de consumir estas plantas
mrna-se < onti.i-indic ada em «aso de hepa- ou os seus derivados.
9'J
C a p . 5: P A E C A U C Ó E S E T O X I C I D A D E DAS P L A N T A S
V.
Debilidade
Precauções em afecções Nos casos de debilidade são contra-indi-
cadas a casca da romãzeira e o rizoma do
urogenitais feto-macho.
Nervosismo
N e frite
As plantas ricas em essências (especial-
As bagas do zimbro e OS caules do espar- mente eucalipto e salva) produzem irrita-
go são contra-indicados no caso de infla- bilidade nervosa quando se ultrapasse a
mação dos rins (nefrite, glomerulonefrite, dose terapêutica. Daí que se desaconselhe
pielonefrite), porque o seu efeito diurético o seu uso por pessoas nervosas ou irritáveis.
100
A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I
V
1 " Parte: G e n e r a l i d a d e s
s/,.
Plantas abortivas
Atenção: Nenhuma das plantas que cita-
mos como possuidoras de efeito abortivo
são adequadas para provocar um aborto.
Existe um velho aforismo atribuído a Hi-
pócrates, que adverte: "Não existem abor-
tivos, o que há são tóxicos para a mãe e
para o feto."
Para provocar um aborto com qualquer
destas plantas é necessária uma dose tão
elevada que, com toda a certeza, produzi-
rá uma intoxicação da mãe, com graves
efeitos indesejáveis: cólicas intestinais,
vómitos, excitação nervosa, convulsões,
etc. Tem havido casos de mulheres grávi-
das que morreram quando tentavam pro-
vocar em si mesmas um aborto com plan-
tas.
Quando indicamos "risco de aborto" na ta-
bela das plantas (pág. 100), não queremos
dizer que se trate de uma planta abortiva
em termos absolutos, mas que aumenta o
risco de sofrer um aborto em mulheres já
predispostas a ele por alguma razão, seja
ou não conhecida.
W
'V
Menstruação
As doses elevadas de alho, cru ou em ex-
A.s plantas que contêm glicósidos antra- tractos, podem aumentar notavelmente as
quinóniros, de acção purgativa, produzem hemorragias menstruais, pela sua acção
unia congestão do sangue nos órgãos pél- fluídificante do sangue (ver pág. 230).
101
C a p . 5: PRECAUÇÕES E TOXICIDADE DAS PLANTAS
Precauções relacionadas
com a infância
Lactação
Ilá certas plantas q u e as mulheres que
a m a m e n t a m d e v e m evitar, ciado que <»s
seus princípios activos:
As crianças, assim como as • Passam para o leite e p o d e m prejudicar
grávidas, devem ser muito
prudentes no uso de o b e b é : absinto, buxo. café, mate, casca-
qualquer planta ou va-sagv«\d<\, amieivo-negro e, em geral,
medicamento. Iodas as plantas perigosas cm doses ele-
Gravidez vadas, ou seja q u e são potencialmente
tóxicas (ver pág. 104).
D u r a n t e :i gestação são contra-indiçadas • Passam para o leite e. ainda que não se-
cm geral iodas as plantas medicinais tóxi- jam tóxicos, lhe c o m u n i c a m um sabor
cas (ver pág. 103), pelo risco de provoca- amargo: artemísia, genciana c. em geral,
rem malformações no feto ou um a b o r t o . iodas as plantas amargas.
• Diminuem a p r o d u ç ã o de leite: amieiro,
cana c o m u m , salva e p e n u n c a .
Mas. além das plainas c l a r a m e n t e tóxi-
cas, na gravidez convém evitar as q u e figu-
ram na tabela da página 100. As q u e apa- Infância
recem nesta tabela são plantas cie uso ha- Em geral é preciso ter muita prudência
bitual, q u e não apresentam efeitos tóxicos. q u a n d o se administram plantas medicinais
No e n t a n t o , nas m u l h e r e s grávidas p o d e m às c r i a n ç a s . K necessário evitar todas as
ter eleitos indesejáveis. plantas tóxicas (ver pág. 103) e, por pre-
(fonliiiua na búgfnã 106)
A importância da dose
Nas plantas tóxicas (como por exemplo a dedaleira), a dose tóxica é muito próxima da dose terapêutica, pelo que a margem de
manobra se toma muito estreita. Uma dose dupla da recomendada como terapêutica pode produzir efeitos tóxicos, e uma tripia pode
ser mesmo mortal.
No entanto, nas plantas não tóxicas {como por exemplo o tomilho), podem-se tomar doses dez vezes maiores do que as reco-
mendadas sem que se produzam sintomas importantes: e a dose mortal não existe, ou seja, que por muita quantidade que se tome des-
tas plantas, não há risco de se provocarem efeitos irreparáveis.
102
A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S
1 " F^.irle: G e n e r a l i d a d e s
Deúaleira
I
Plantas tóxicas de aplicação medicinal
As plantas que a seguir se registam são de uso restrito a determinadas doenças, e de preferência sob vigilância médica. O
uso indevido destas plantas pode produzir intoxicações graves; no entanto, a sua utilização correcta pode resolver graves trans-
tornos e até salvar a vida de um doente.
Planta Pág. Parte utilizada Princípio activo Aplicação medicinal Efeitos tóxicos em uso interno
Acónito 148 Raiz Alcalóide: aconitina Anestésico, dores insuportáveis Paralisia nervosa
Arnica 662 Flores, raiz Óleo essencial Vulnerária (só em uso externo) Vómitos, vertigens, convulsões
Coca 180 Folhas Alcalóide: cocaína Estimulante, mal da montanha Anestésico local
157 Alcalóides:
Estramónio Folhas Asma, cólicas (uso interno e externo) Alucinações, transtornos mentais
hiosciamina. atropina
Evónimo 707 Frutos Glicósido: evonimina Cardiotónico. Contra a sarna (uso externo) Diarreias, transtornos cardíacos
e™„„ „ . . Cicatrizante, analgésica (as folhas, em uso Folhas: reacções alérgicas. Bagas:
Hera 712 Bagas, folhas muito tóxicas
baponinas externQ)
Viburno 199 Folhas, bagas Glicósido Desinflama a boca (só em bochechos) Vómitos, diarreia
103
C a p . 5: PRECAUÇÕES E I O X I C I 0 A O E DAS PLANTAS
Hortelã- ^M
P
-pimenta J^
O uso das plantas que a seguir se registam não apresenta riscos especiais, desde que se respeitem as doses indicadas
na página correspondente.
104
A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S
1 •' Parte: G e n e r a l i d a d e s
105
C a p . 5: PRECAUÇÕES E T O X I C I D A D E DAS P L A N T A S
106
A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S
1 ' P.irle: G e n e r a l i d a d e s
Plantas perigosas u n i c a m e n t e em
doses elevadas
A maior parte das
Há outro grupo de plantas cujo uso em intoxicações por p/antas
doses alias pode produzir efeitos secundá- produz-se em crianças de
rios indesejados. São plantas potencial- tenra idade que, por
de- intoxicações, cujos resultados podem ocasião de uma saída ao
mente tóxicas; mas desde que se respeitem chegar a ser lalais. K muito importante sa- campo, chupam ou
as doses indicadas, e se u n h a m em conta ber como prevenir os envenenamentos por mordiscam frutos, flores ou
as precauções assinaladas, podem-se usai plainas, e o modo de actuar cm caso de se folhas venenosas, sem que
sem perigo. lerem produzido. os pais se dêem conta
disso.
107
3 C a p . 5: P R E C A U Ç Õ E S E T O X I C I D A D E DAS P L A N T A S
Quando se colhem certas plantas, deve-se ter cuidado para não confundi-las
com outras parecidas, mas tóxicas. Estas são algumas das plantas que se po-
dem confundir por parecença com outras, causando intoxicações acidentais. • estimulando a garganta com os dedos,
com uma colher, ou com uma pluma
embebida em Óleo ou azeite, ou então
Planta Pág. Parte usada Confunde-se com Pág. • dando a beber uma colher de xarope de
Castanheiro 495 Sementes Castanheiro-da-india 251; ipecacuanha.
Rabanete e Rábano 393 Raiz Acónito 148
Sabugueiro 767 Bagas Beladona 352 O vómito não deve ser provocado mis se-
Sabugueiro 767 Bagas Ébulo 590 guintes casos:
Salsa 583 Folhas Cicuta 155 • quando já se tenham passado mais de
Verbasco 343 Folhas Dedaleira 221 três ou quatro horas depois da ingestão,
• quando o doente já esteja a vomitar de
forma eficiente,
4. Não plantar espécies tóxicas em jardins • quando esteja entorpecido ou incons-
ou em lugares ao alcance das crianças. ciente (poderia sufocar-se).
/. Guardar uma certa quantidade como O carvão vegetal não deveria faltar em
nenhuma caixa de medicamentos. Km ca» i
amostra de urgência pode-se dar a mastigar ao in-
Dcvcm-se tomar amostras da planta ou toxicado qualquer pedaço de carvão de
das plantas de que se possa suspeitar terem madeira de uma árvore não tóxica, ou até
sido a causa da intoxicação, paia que sejam mesmo um pedaço de pão queimado.
identificadas por especialistas. O carvão vegetal tem uma extraordinária
capacidade de- absorver (isto é. de reter na
2. Provocar o vómito sua superfície) substâncias químicas que
Normalmente, muitas plantas tóxicas já depois se eliminam com as fezes, que ad-
provocam vómitos. Mas se estes não surgi- quirem a cor negra. Também se adminis-
rem ou não forem suficientes para expul- tra, com excelentes resultados, em caso de
sai o conteúdo do estômago, terão de ser diarreia ou de fermentação intestinal, para
provocados: absorver as toxinas.
108
A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E O I C I H A I S
1 " Parte: G e n e r a l i d a d e s
Troncos de eucalipto
prontos para serem
queimados com o fim de
obter carvão vegetai.
Este náo deveria faltar
em nenhuma caixa de
medicamentos, por ser
um antídoto e
antidiarreico muito eficaz.
O carvão vegetal não substitui <> vómito Existem antídotos específicos para al-
nem a lavagem ao estômago. Na realidade, guns tóxicos, que costumam ser também
para se obter melhor resultado, recomen- outros tóxicos de acção contraria. Por
da-se esvaziar primeiro o estômago por exemplo, o antídoto da cicuta é a estrieni-
meio de um destes dois métodos, e depois na. O seu uso correcto é muito difícil, e
administrar o carvão vegetal. Quanto me- está reservado a médicos e farmacêuticos.
nos for a quantidade de planta venenosa
que fique no estômago, tanto mais eficien-
te será O antídoto aplicado. 6. Como agir nos casos mais graves
109
DA PLANTA
AO MEDICAMENTO
Matéria Médica de Dioscórides, ou sim-
Das plantas aos medicamentos plesmente "o Dioscórides", foi o livro de
texto básico para todos os médicos oci-
de síntese química dentais durante mais de 1700 anos. Se-
gundo Foni Quer, a sua difusão só foi ul-
trapassada pela da Bíblia. Servia como re-
No século I d . C , o médico e botânico
ceituário ou vade-mécuin, no qual se con-
grego Dioscórides escreveu uma obra que sultavam as plantas e remédios úteis paia
abrangia iodos os remédios que a nature- cada doença. Li/.cram-se diversas traduções
Actualmente, segundo o za oferece, com particular insistência nas para o latim e o italiano, que tiveram am-
"Boletim da Organização plantas medicinais (descrevem-se cerca de
Mundial de Saúde" |vol 65,
pla divulgação em toda a Europa. A tra-
600). Os seus discípulos loiam-na am- dução mais importante para o castelhano
pág. 1 59). mais de 2 5 % dos
medicamentos, nos pliando depois, ate atingir seis volumes. foi a (pie fez o Di. And rés de Laguna, no
laboratórios de farmácia de Esta extraordinária obra, conhecida como século XVI. Km Portugal, e também no sé-
todo o mundo, procedem culo XVI, o principal comentador das
directamente das plantas. obras de Dioscórides foi o Dr. Amato Lusi-
tano.
Com o progresso da química e o surgi-
mento da farmacologia, a partir do século
XVIII, os médicos foram substituindo a
pouco e pouco as suas receitas ã base de
plantas, baseadas no "Dioscórides". por
prescrições ã base de produtos químicos
extraídos das plantas.
• Lm 1803, um jovem farmacêutico
alemão. Seriúrner, isolou um alcalóide
a partir do ópio da dormideira, a que
chamou morfina, recordando o nome
de Morléu. deus grego do sono.
• Lm 1817, isolou-se o princípio activo da
ipecacuanha, a emetina.
• O químico alemão Hoffmann obteve a
aspirina a partir da casca do salgueiro,
em meados do século XIX.
• Lm 1920 os farmacêuticos franceses IV-
lletier e ('aventou isolaram a quinina a
partir da árvore da quina.
Descobertos e isolados os princípios ac-
tivos ílas plantas, pensou-se que com eles
se podiam substituir as velhas receitas ã
110
A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S
1 " Parte: G e n e r a l i d a d e s
I
Diferenças entre plantas e medicamentos
111
C a p . 6: O U U N D O V E G E T A L
Retorno ao natural
112
A SAÚDE PELAS FLAUTAS UEO<C'»Al S
1"' P a r t e : G e n e r a l i d a d e
Primeiro a palavra;
depois a planta;
em último caso a faca!"
Aforismo médico grego
Muitos medicamentos
actuam como autênticas
facas químicas, cujo uso
poderia evitar-se usando a
palavra (psicoterapia) ou as
plantas medicinais
(fitoterapia).
113
//,.
"S
114
S/s
'''S
115
O cacau, estimulante,
diurético e cicatrizante
(pág. 597).
As plantas medicinais
O aloés, um
excelente cicatrizante
de feridas (pág.
694).
O milho,
alimentício e
diurético
(pág. 599).
As chagas,
uma
planta
antibiótica
Uma das pirâmides maias de Palenque (Chiapas, México). As grandes culturas autóc-
tones do continente americano, como a maia e a asteca no México, ou a inca no Peru,
atingiram um grande desenvolvimento no conhecimento e aplicações das plantas me-
dicinais. O m u n d o inteiro beneficiou das plantas medicinais americanas, como o ca-
cau, o aloés, o milho e as chagas, além das alimentícias, como o tomate ou a batata.
«Rogo a Vossa Majestade que não deixe passar mais médi- uma notável vantagem relativamente aos seus colegas es-
cos para a Nova Espanha (México), pois com os curandei- panhóis.
ros Índios já há suficientes.»
A medicina em geral, e o uso das plantas medicinais em par-
Assim escrevia Hernán Cortês ao imperador Carlos I de Es-
ticular, encontravam-se muito desenvolvidos nas culturas as-
panha e V da Alemanha, em 1522. depois de ter sido trata-
teca, maia e inca, assim como entre os índios povoadores
do com êxito pelos médicos astecas a uma ferida na cabeça,
da América do Norte.
que os médicos espanhóis não tinham sido capazes de cu-
rar. No México, capital da região do Anahuac, havia grandes jar-
Evidentemente, os médicos nativos sabiam como tirar bom dins botânicos em volta dos palácios do imperador, onde se
proveito da rica flora medicinal mexicana, o que lhes dava aclimatavam as plantas de todo o império.
m
''S
116
y/s-
O hidraste, eficaz
contra os catarros
(pág. 207).
A hamamélia, tonifica as
Vista do Canyon Bryce fUtah, Estados Unidos) cuja espectacularidade se assemelha à
veias e embeleza a pele
do Grand Canyon do Co/orado. Os índios norte-americanos conheciam e respeitavam
(pág. 257).
os recursos que a natureza oferece, especialmente as plantas medicinais. A moderna
investigação cientifica pôde comprovar a eficiência de muitas das plantas usadas pe-
los índios, tais como a equinãcea, o hidraste e a hamamélia.
Refere o doutor José M.- Reverte Coma, professor de Histó- na, a ratânia, a quássia, as chagas e muitas outras plantas
ria da Medicina da Universidade Complutense de Madrid, de grande interesse medicinal.
que no México antigo existiam diversos profissionais de
saúde: Durante os séculos XVII e XVIII, partiram da Europa diver-
sas expedições botânicas para estudar a flora medicinal
• os tlama-tepati-ticitl, médicos generalistas que curavam americana, das quais talvez a mais importante tenha sido a
com plantas, banhos, dieta, laxantes ou purgantes; dirigida por Jorge Celestino Mutis em 1760. A chegada des-
• os texoxo-tlacicitl, que se dedicavam à cirurgia; tas novas plantas medicinais produziu toda uma revolução
• os papiani-panamacani, que apenas tratavam com "er- enriquecedora na terapêutica em uso no Velho Mundo. A qui-
vas". na foi para a medicina o mesmo que a pólvora tinha sido para
a arte da guerra.
Os exploradores espanhóis ficaram surpreendidos pela gran-
de variedade de novas plantas medicinais -e também ali- Na actualidade continuam-se a investigar as propriedades
mentares- que encontraram no Novo Mundo. curativas de muitas plantas do Novo Mundo, com base nos
Devemos ao doutor Diego Alvarez Chanca, médico espan- usos tradicionais que lhes dão os índios nativos. A selva
hol que acompanhou Colombo na sua primeira viagem à amazónica é um imenso armazém farmacêutico para a hu-
América, a primeira descrição da batata, do cacau, do milho, manidade, e muitos dos seus recursos continuam ainda por
da mandioca, da copaíba, do guaiaco e do pau-brasil. Ou- explorar. Este é mais um motivo, além dos ecológicos e meio-
tros descobriram a salsaparrilha, o aloés, o podofilo, a qui- ambientais, para se zelar pela sua conservação.
117
Como se descobriram as
N o g u e i r a (pág. 505)
O interior dos seus frutos
mostra uma grande
semelhança com a superfície
do cérebro. As nozes contém
abundante fósforo, elemento
importante na bioquímica
cerebral e do sistema
nervoso.
Os antigos acreditaram ser possível intuir as propriedades sem o mínimo rigor científico. No entanto, é curioso ob-
das plantas a partir das suas características. Esta ideia servar como algumas das suas proposições se puderam
transformou-se já no tempo de Hipócrates (século V a.C.) comprovar cientificamente. Por exemplo:
na chamada "teoria dos sinais". O próprio Dioscórides foi • as nozes são boas para o cérebro, pois contêm abun-
um dos seus fervorosos defensores. Também Paracelso, dante fósforo e ácidos gordos insaturados;
ilustre médico e naturalista suíço do século XVI, dizia as-
sim: «Todo o vegetal está assinalado pela natureza; e é • a aristolóquia contém efectivamente um alcalóide de
bom para aquilo que nos é indicado peio seu sinal.» acção ocitócica, que contrai o útero;
• a arenária é diurética e ajuda a expulsão de cálculos.
A teoria dos sinais • o meimendro tem acção analgésica;
À semelhança de muitos dos seus contemporâneos, o mé- • e as folhas de laranjeira são sedativas e benéficas para
dico espanhol do século XVI Andrés de Laguna, tradutor os doentes cardíacos.
da Matéria Médica de Dioscórides, acreditava que a tare-
fa do homem consistia em descobrir os sinais que o Cria- É claro que também há muitos casos em que a teoria dos
dor tinha deixado nas plantas, como forma de decifrar as sinais falha, por mais atraente e sugestiva que possa pa-
recer. Por exemplo:
suas virtudes. Outros eminentes botânicos e médicos tam-
bém aceitaram esta teoria dos sinais durante mais de dois • as sementes da rosa-canina não servem para tratar os
mil anos. Actualmente parece-nos uma anedota histórica cálculos urinários, apesar da sua semelhança com eles;
'//
118
S/,
• as folhas do trevo-dos-prados não curam as cataratas, anterior à boda, às noivas que pretendiam aparentar uma
apesar da sua mancha branca que lembra o halo duma virgindade perdida.
catarata ocular.
Não teria sido nada difícil pôr em evidência o exagero de O uso racional e científico das plantas, baseado na experi-
Dioscórides; mas a ciência da antiguidade preferia lucubrar mentação química e farmacológica, é realmente a única
a experimentar. E assim, durante muitos séculos, os médi- maneira segura de utilizar correctamente as plantas medi-
cos recomendavam um banho em água de consolda no dia cinais.
119
Como se descobriram as propriedades das plantas (2)
M e i m e n d r o - n e g r o (pág. 1 59)
Desde tempos muito antigos tem sido usado
para açaimar as dores de dentes, com base
em que os seus frutos lembram uma peça
dentária, em que o cálice seriam as raizes
dentárias. Hoje sáo bem conhecidas as suas
propriedades analgésicas e narcóticas.
Pulmonária
(pág. 331J
As folhas da
pulmonária
lembram a forma
de um pulmão. Os
antigos usaram-na.
de forma empírica,
para tratar as
afecções respiratórias.
Hoje sabemos que a
pulmonária contém
mucilagens e alantoina
de acção emoliente
suavizante) sobre as mucosas
respiratórias, e além disso
saponinas, que actuam como
expectorantes.
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1 mM
índice dos capítulos
7. Plantas para os olhos 128
8. Plantas para o sistema nervoso 138
9. Plantas excitantes 176
10. Plantas para a boca 186
1 1 . Plantas para a garganta, nariz e ouvidos . . 200
12. Plantas para o coração 212
13. Plantas para as artérias 226
14. Plantas para as veias 248
15. Plantas para o sangue 262
16. Plantas para o aparelho respiratório 280
17. Plantas para o aparelho digestivo 346
18. Plantas para o figado e a vesícula b i l i a r . . . 378
Volume 2
19. Plantas para o estômago 416
20. Plantas para o intestino 476
2 1 . Plantas para o ânus e o recto 538
22. Plantas para o aparelho urinário 548
23.Plantas para o aparelho genital masculino. 602
24. Plantas para o aparelho genital feminino . . 614
25. Plantas para o metabolismo 644
26. Plantas para o aparelho locomotor 654
27. Plantas para a pele 680
28. Plantas para as infecções 736
29. Plantas para outras doenças 774
PLANTAS
QUE CURAM
Enciclopédia das Plantas Medicinais
DESCRIÇÃU
SEGUNDA PARTE y ^ v
k..
Significado dos ícones de partes botânicas
usados nesta obra
Nesta enciclopédia usa-se um bom número de ícones, símbolos e tabelas para descrever
plantas, órgãos do corpo e doenças. Nestas quatro páginas fazemos a apresentação de
todos eles. de modo a que o leitor se familiarize com os mesmos e possa
interpretá-los facilmente.
Ramos
Sumidades (parte
Folhas superior da planta)
. > suculentas
J U L U I C M I O J
Pedúnculos (pés)
Madeira, carvão
Sementes
Tubérculos
Rizoma (caules
subterrâneos)
Bolbos
ê AOk> ^
124
Significado dos ícones de indicações médicas
usados nesta obra
Doenças do
Doenças dos olhos
sistema nervoso
Acção excitante
Doenças da boca e
dos dentes
Doenças
Doenças do da garganta,
aparelho nariz e ouvidos
respiratório
Doenças
Esgotamento e do coração
astenia (acção
tonificante)
Doenças
das artérias
Doenças do fígado
e da vesícula biliar
D Doenças
4T do sangue
Doenças do
metabolismo
Doenças do
aparelho digestivo
no seu conjunto
Doenças do
aparelho urinário
(rins e bexiga) Doenças
do estômago
Doenças
infecciosas (acção Doenças
antibiótica) do intestino
Doenças do
aparelho genital Doenças do
masculino aparelho locomotor
125
Explicação das páginas descritivas das plantas
ícone da Uso livre: A planta nào tem efeitos ícone da Titulo do capitulo
secundários nem contra-indicacões. parte botânica
forma de
uso da
planta:
Qj utilizada
[ver pág. 124)
Uso com precauções: Trata-se de uma ícone da indicação médica
planta potencialmente tóxica [ver pág. mais notável da planta
107). Pode-se usar sem riscos, desde que (ver pág. 125)
se tenham em conta as precauções
indicadas.
Número de
referência:
N o m e comum
A cada uma das
da planta diferentes formas de
preparação e
emprego se atribui
um número de
referência.
Subtítulo No texto principal
alude-se ás formas
Indica as características
de preparação e
mais notáveis da planta.
emprego com este
mesmo número.
Texto principal
Desenho
N ú m e r o de referência
••- i - « » . i c . j • da planta
da forma de preparação •
«• i mprego : .>3u.-
.".••>. M / M * .
126
Quadro de informação Quadro de espécies botânicas
Nele se dão informações relacionadas
destacadas, relacionadas com a Nele se descrevem outras espécies similares,
planta que se está a descrever. relativamente á planta principal, quanto a
morfologia e propriedades medicinais.
E m l r m V A H M i ? i p * c « i • I HM
t tiffl Mrp OT J . T V ' Ifantft? -0 Jf « c m A t * * * p n 1 ò « t P l r t «o QMMra
r I j h j i ^ x x i leda* eOtt i « v i i r a gual-
\ •' M
rntflie M U < « J a < « « o o t e n r o , c
toOM o l w c c c n ao canwiname um
• Aguâ-de-sHs&ms: [> :*# ,r?i <«• I mai» «picca4o^ òa
i D i m M i n h o ( V a c U m / a Ui por ai
i - i , - : . . ; • ' . •'" - ; • ;-> >: •'..'.
u u i h y r » oUaieoi ,>gnjpadj» m#n
•V C V t w Je <Jc • ar ' Í I H A - W J f*** M p M i e i « mu-io M-m*-!har.v e ai
ranuirteU) tenrwui 4c wcçao qua
RIM piopíi»djKh>» irtMflcInali v*o
. J r>oM* 0 M M WV9* dra/i>Aar l*mMtfn * «stftecMJo pe
M m n m i i . A*c-noi C w H * o u * )
. . , n o r a '* '•• mtnahQt
;.. f • i r.i •: -• i • i.v.f .1,1 . .; r
cos f**-*i I T \ 1 I I A » Pooe-té<Hj*cont como f 4 j ItvrMtn t o c i A d v n
* J U J . M > » v • K W gur *s^r o m i u i -
- < :> T.i • : . . • • i a . j ^ i L M t i i t ^ i i l llMc*K - L i
».!nJUi«»c*-iL v.u fcMM I' M»
p cV M<rT*0JdM ftandas SrtMi ftjfn .. :; • . • ! • 1 . . • • . . - . -
Planta
Nome comum das plantas
Explicação das tabelas de doenças
mais adequadas para a
doença. Cada uma das
plantas enumeradas se
pode tomar ou aplicar Pág. (Página)
Página do livro na qual se Acção
sozinha, ou então em
encontra a planta Acção mais notável da
combinação com
recomendada. As plantas planta, em relação com a
quaisquer outras das
estão ordenadas de acordo doença cujo tratamento se
plantas recomendadas está a descrever.
para essa doença. com o seu número de
página, por ordem crescente.
Doença A. A Uso
Referem-se algumas Doença pi*n. PH- Acçio Uio A forma de preparação e
doenças ou transtornos emprego de cada planta,
próprios do órgão ou
QutRAÍlIE
C;---.-< V
ímmtm para a doença que se
sistema descrito em cada descreve
1 ã*tto* <* *** ** r cc
" " > ' •• * '***
capitulo '. ' .' ." • .
I-»•• * arawrtu • > M < M M
Quando não se especifica a
Por razões óbvias de l M Ç n Pí UM n teria V*i 001 forma de emprego, entende-
espaço, a lista de doenças •••
• • • . . . . ,
Cn«t*t\\t\tt™ Jdrcoecaoâacava ser ingerida por via oral.
mais representativas de • •
127
PLANTAS PARA OS OLHOS
UMÁRIO DO CAPÍTULO
Plantas com antocianinas
DOENÇAS E APLICAÇÕES
Antocianinas, plantas com 128
Ardor nos olhos (legenda de foto) .130 0 arando é a planta com maior con-
centração de antocianinas, e a que
Blefarite 129 mais efeito exerce sobre a vista, mas
Cansaço ocular (legenda dê foto) .130 há também outras que se podemusar
Conjuntivite e blefarite 129 como alternativa.
Córnea, in fia mação, ver (hera tile 1 311
Olhos, ardor í legenda de foto) . . .130
Olhos, irritação (legenda de foto) . / 30 Planta Página
Pálpebras, infla mação, Arando 260
ver Conjuntiviteeblefarite ...130 Fidalguinhos 131
Perda de visão. Malva 511
ver Visão, diminuição 130
Monarda 634
Plantas com antocianinas 128
Qjieratite 130 Roseira 635
Terçol 130 Salgueirinha 510
Visão, diminuição 130 Videira 544
Violeta 344
PLANTAS
Cenoura 133
Erva-de-são-roberto 137
Eufrásia 136 A vitamina A é necessária p a i a o bom
f u n c i o n a m e n t o das células da retina, sen-
Fidalguhdws 131
síveis aos estímulos luminosos.
As antocianinas são substâncias de natu-
A
S PLANTAS medicinais contri- reza giicosídica q u e c o m u n i c a m a sua tí-
b u e m p o r m e i o d e dois meca- pica cor azul a algumas Hores e frutos. São
nismos p a r a o b o m funciona- anii-sépticas, auti-inílamatói ias e, antes de
m e n t o do sentido da vista: Apli- t u d o , e x e r c e m unia acção p r o t e c t o r a so-
cadas localmente sobre os olhos, possuem bre- os vasos capilares em geral, e sobre os
uma acção anti-séptica e anti-inflamatória, cia retina em particular. Melhoram a irri-
muito útil para a higiene ocular, e em caso gação s a n g u í n e a na retina. Além disso, as
de conjuntivite e de outras afecções infec- a n t o c i a n i n a s favorecem a p r o d u ç ã o de
ciosas ou inflamatórias do pólo a n t e r i o r pigmentos sensíveis à luz nas células da re-
dos olhos. tina.
Ingeridas por via oral. há plantas medi- Por t u d o isto, em uso i n t e r n o , as plantas
cinais q u e fornecem vitamina A e antocia- q u e c o n t ê m vitamina A e a n t o c i a n i n a s
ninas, substâncias q u e m e l h o r a m a acui- m e l h o r a m a acuidade visual e a visão noc-
d a d e visual. turna.
128
A SAÚDE PELAS F L A M A S MEDICINAIS
CONJUNTIVITE E BLEFARITE
Compressas sobre os olhos, banhos
A conjuntiva é uma delicada membrana oculares e gotas sobre os olhos
que reveste a parte anterior do globo FÍDALGUINHOS 131 Desinflamam o pólo anterior dos olhos
(colírio) com água de fídalguinhos
ocular, incluindo a parte interna das pál- (decoccão de flores de fídalguinhos)
pebras. Normalmente é transparente,
mas quando se irrita ou inflama (coiv
juntivite) adquire uma cor vermelha de Fortalece e hidrata as mucosas
sangue.
CENOURA 133 oculares
Come-se crua ou em sumo
Na maior parte dos casos, a conjuntivi-
te é produzida por microrganismos (ví- Lavagens oculares e colírio com a sua
rus ou bactérias), e agrava-se pela ex-
EUFRÁSIA 136 Anti-séptica e anti-inflamatória
infusão
posição ao fumo, pó, água contamina-
da ou luz excessiva. 0 forcar a vista
também pode produzir irritação ou con- ERVA-DE-SÃO-
137 Adstringente (seca a mucosa Lavagens oculares
gestão da conjuntiva. -ROBERTO conjuntival) com a sua decoccão
0 tratamento fitoterápico baseia-se em
aplicações locais de plantas anti-infia- Lavagens oculares
CHÁ 185 Adstringente
matórias, emolientes e anti-sèpti- com a sua decoccão
cas. Em geral, recomendam-se todas Lavagens oculares e colírio
as plantas emolientes (ver cap. 27). SANAMUNDA 194 Desinflama e desinfecta
com a sua infusão
Nos casos crónicos ou persistentes, a
conjuntivite pode estar relacionada com Anti-inílamatório. Muito útil em Compressas e banhos oculares
CARVALHO 208 conjuntivite por irritação ou alergia com a decoccão da casca
uma deficiência de vitamina A, ou com
um estado tóxico por mau funciona-
mento do fígado ou dos rins. Acalma e suaviza os olhos.
A blefarite é a inflamação das pálpe- HAMAMÉLIA 257 Alivia o ardor causado pelo pó, Lavagens oculares com a infusão
bras. Aplicam-se localmente as mes- fumo ou cansaço ocular de folhas e/ou casca
mas plantas que em caso de conjuntivi-
te. Convém prestar atenção às carên- 258 Emoliente (suavizante)
ME LI LOTO Lavagens oculares com a sua infusão
cias nutritivas, especialmente de vita-
mina A, e de oligoelementos como o
ferro. TANCHAGEM 325 Suavizante e anti-inflamatória Lavagens oculares
com a sua decoccão
CAMOMILA 364 Cicatrizante, emoliente e anti-séptica Lavagens oculares com a sua infusão
Lavagens oculares
ROSA-CANINA 762 Anti-inflamatória e anti-séptica
com a água de rosas
129
C a p . 7: P L A N T A S PARA OS O L H O S
QUERATITE
É a inflamação da córnea, que é um dis- « 133 ^ T o ^ f Z ^ Z T C«ruaoue m 5 u m o
co transparente de aproximadamente
um milímetro de espessura, que cobre
a porção anterior do globo ocular. A
sua gravidade decorre do facto de que Eu™*» 136 A*sép.,caea„«,arr,a.óna S S f S . w f * ' " ^
a córnea inflamada pode ficar opaca e
dificultar a visão. Além do tratamento
especializado, recomendam-se estas
plantas e, em geral, todas as citadas VIDHRA 544 Antiinflamatòriae cicatrizante !£?*!!££*"*"""**"
para a conjuntivite. dos sarmentos
TERÇOL
F.DALGU.NHOS 131 Anti-inílamatórios & « S L ^ ! ? r S ^ C t í , a
Pequeno furúnculo que se forma no bor- de fidalguinhos (decocção de flores)
do da pálpebra. Com o tratamento pre-
tende-se que amadureça e que se abra.
Também se podem aplicar as outras CARVALHO 208 Anti-inflamatório Compressas com a decocção
plantas recomendadas para a conjunti- ca casca
vite, se possivel em compressas sobre
as pálpebras. VIDE.RA 544 Ant,inflamatória e cicatrizante ^ g ™ ^ * * C ° m * Se ' Vâ
dos sarmentos
VISÃO, DIMINUIÇÃO
As plantas que protegem os capilares C E NO U P, 133 5 g K S Í S * S L l l Conae-se crua ou em sumo
da retina, como o arando, ou que for-
necem a vitamina A necessária para as
células sensíveis à luz, podem melhorar
a acuidade visual. ARANDO 260 Melhora a irrigação sanguínea da retina Sumo fresco ou decocção de frutos
Eufrásia
130
Centáurea cyanus L
ai
Preparação e emprego
Fidalguinhos
USO INTERNO
USO EXTERNO
Água de f i d a l g u i n h o s : Para
131
As flores dos fidal- isso em muitos sítios de Espanha se-
guinhos contêm an- da a esta planta o nome de 'ojeras'
tocianinas de acçáo
anti-séptica e anti-
(olheiras). As pessoas que lavam os
-inflamatória. Em ti- olhos com água de fidalguinhos têm
sana, por via oral. um olhar limpo e brilhante, que res-
melhoram a circula- plandece como as suas florezinhas
ção sanguínea nos azuis nos loiros trigais.
capilares da retina,
além de terem um São estas as indicações mais impor-
efeito aperitivo e tantes da água de fidalguinhos:
eupéptico.
• Conjimlivitc (inflamação da mem-
brana mucosa que cobre a parte an-
terior dos olhos) I00.O): Os banhos
oculares com água de fidalguinhos, e
também os colírios, ajudam a elimi-
nar as secreções (remelas), c fazem
desaparecer a congestão ocular.
• Blefarites (inflamações das pálpe-
bras), e terçóis (pequenos furúnculos
que se formam no bordo da pálpebra)
lô.ôl. Mesles casos vecomnula-se apli-
car a água de fidalguinhos em forma
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS A ÁGUA DE FIDALGUINHOS, obtida de compressas ou de banho ocular.
FLORES contêm antocianinas e polii- por decocção das suas flores, usa-se Antigamente pensava-se que os fi-
nos de acção anti-séptica e auti-infla- sobretudo pelo seu notável efeito antí- dalguinhos eram capazes de aclarai e
-matória; princípios amargos, que ac- -inflamatório, aplicada sobre o pólo conservar a vista, ainda que unica-
luani como aperitivos e eupépticos anterior dos olhos. mente àqueles que tinham olhos
(faciliiam a digestão); e flavonóidcs azuis. Por isso, cm francês, se chama
com um suave efeito diurético. As lavagens e banhos oculares com a esta planta "cassc-luncites" (quebra-
água de fidalguinhos aliviam eficaz- -óculos). Hoje sabemos que se traia
As flores tomam-seem infusão, an- mente o ardor e a irritação dos olhos. de uma lenda, mas. seja como for. re-
tes das refeições IO). K preferível não Também devolvem um aspecto fresco cordemos que os fidalguinhos são
adoçar. e limpo às pálpebras carregadas. Por "landes amisios dos olhos.
As compressas com
água de fidalguinhos,
sobre os olhos, redu-
zem o aspecto carre-
g a d o das pálpebras
e dáo um olhar lím-
p i d o e brilhante a
quem as aplica.
132
Daucus carota L
& L. P. .
Preparação e emprego
Cenoura
USO INTERNO
Essencial p a r a a vista e O Crua: A cenoura, em rode-
para a pele las ou cortada em tiras, deve-
ria ser c o m p o n e n t e indispen-
sável do prato de salada que
todas as pessoas saudáveis
devem comer todos os dias.
Em caso de estômago delica-
A
CENOURA pertence à mes- do, a cenoura crua pode co-
ma família botânica que a ci- mer-se bem ralada.
cuta (pág. 155), (Ir que a ce-
© Sumo: Toma-se acabado de
noura-brava se distingue por ler uma
fazer, só ou misturado com su-
mancha de cor púrpura no centro das
mo de limão e/ou de maçã, na
umbelas florais. A cenoura-brava tem
quantidade de meio a um copo
unia raiz lenhosa que a torna inade- por dia. Para notar os seus efei-
quada para a alimentação, mas que, tos benéficos, deve-se tomar
aplicada nu cataplasma, tem as mes- durante longos períodos de
mas propriedades medicinais da enl- tempo (no mínimo um mès).
uvada.
É importante notar que a pro-
vitamina A não se destrói du-
rante a cozedura, mas que se
degrada pela acção da luz.
© Infusão de sementes: 20-30
g por litro de água. Ingerem-se
3 ou 4 chávenas diariamente.
Uso EXTERNO:
O C a t a p l a s m a s de cenoura
cozida e esmagada, como sua-
vizante da pele.
133
A cenoura é um alimento-remédio ideal para as crianças: estimula o seu crescimento, aumenta as defesas, evita as diar-
reias, desenvolve uma boa visão e dá beleza à pele e ao cabelo. Além disso, contribui para a formação de uma denta-
dura forte e bem desenvolvida, especialmente se for mastigada crua.
No Papiro de Ebers, escrito pelo O CAROTENO, ou provitamina A. é rior do olho, blefarite (inflamação das
ano 1500 a.C. no Egipto, já se reco- o princípio activo mais valioso da ce- pálpebras) e queratíte (inflamação tia
mendava a cenoura como cosmético, noura. No fígado transforma-se em vi- córnea), entre outros.
aplicada cm rodelas sobre o rosio. tamina A ou retinol. Com <> consumo abundante de ce-
I loje sabemos que o seu efeito bené- noura obtêm-se excelentes resultados.
fico sobre a pele se deve especial- A VITAMINA A desempenha fun-
ções essenciais na fisiologia humana: permitindo melhorar notavelmente a
mente à provitamina A que contém. capacidade visual nos casos cm que a
K por isso que se diz que a vitamina A / nos mecanismos da visão na retina; sua perda seja devida a uma carência
é a "vitamina da beleza". / no bom estado da pele e das muco- de vitamina A.
sas; e •Alterações da pele: secura, rugas,
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: A RAIZ / na produção de sangue e de anti- atrofia, acne. A cenoura contribui, de
contém abundante pectina, substân- corpos (de lesas). forma muito acentuada, paia a saúde
cia glicídica de acção absorvente e an- Pelo seu abundante conteúdo em e a beleza da pele. tanto se for aplica-
(idiarreica; sais minerais diversos, es- provitamina A. a cenoura torna-se de da externamente IOI como tomada
pecialmente di- potássio e fósforo, as- grande utilidade quando se u n h a por via oral IO.0I. Dá-lhe uma pureza
sim como oligoelementos, que a tor- produzido uma carência desta impor- e suavidade que dificilmente se pode
nam remineralizante e diurética; óleo tante vitamina, quer por insuficiente conseguir com outros cosméticos.
essencial, que lhe confere o seu pe- fornecimento ao organismo ou má as- Existem casos rebeldes clc- acne que
culiar aroma e os seus eleitos vermí- similação, quer por aumento das ne- têm melhorado depois de um longo
fugos; e vitaminas do grupo li. um cessidades. tratamento à base de cenoura.
pouco da C. c, sobretudo, caioteno
(4500 pg por cada 100 g.) A cenoura ()s sintomas ou sinais de falta de vi- Também fortalece as unhas e o ca-
é uni dos vegetais mais ricos cm pro- tamina A, que a cenoura contribui belo, ao qual dá mais brilho.
vitamina A, apenas excedida pela lu- para superar, são os seguintes: • Alterações das mucosas: A vitamina
zerna (5300 ug por 100 g). Outras • Transtornos da visão IO.01: perda A também intervém na estabilidade
fontes importantes de caroteno são os da acuidade visual, bemeralopia (di- das mucosas, membranas que reves-
espinafres, a couve, os alperces, os to- ficuldade paia ver durante a noite ou tem o interior dos canais e cavidades
mates e os pimentos. com pouca In/), secura do pólo ante- orgânicas. Por isso se- toma liiil na
134
o Hipervitaminose A
tiróide), dismenorreia, depressão
nervosa, <• outros transtornos IO.61.
Outras aplicações da CENOURA são as
seguintes:
Os alimentos de origem animal, como o fígado dos mamíferos ou dos peixes,
contêm abundante retinol (vitamina A animal). O refinol pode chegar a ter efei- • Diarreia e colite: Especialmente nas
tos tóxicos se for ingerido em doses elevadas, ao contrário do caroteno (provi- crianças, devida à acção da pectina.
tamina A vegetal), que não tem nenhum risco de toxicidade, pois o organismo Adminisira-se ralada ou fervida IO,61.
só transforma em vitamina A (retinol) o caroteno de que necessita.
0 nosso organismo é incapaz de produzir a vitamina A se não se lhe fornecer o • Parasitas intestinais: O óleo essen-
seu precursor, o caroteno. cial que a cenoura contém é especial-
Necessidades diárias de vitamina A:
mente activo contra os oxiúros
10.61. Ibina-se crua e ralada: de meio
• 400 pg para as crianças, a um quilo, durante 21 horas, como
• 750 pg para os adultos, único alimento. Também dá bom re-
' 1200 pg para as mulheres grávidas ou que amamentam. sultado comer durante uma semana,
1 pg (micrograma) de vitamina A = 3,33 U.l. (unidades internacionais) todas as manhãs, duas cenouras em
jejum.
• Crescimento: A cenoura é um
autêntico alimento-remédio fiara as
crianças I0.6I.O seu sumo pode ad-
minislrar-se desde os dois meses de
prevenção da lilíase urinária c biliar, função cia mucosa gástrica, normali- idade, ou mesmo antes: aumenta as
pois está provado que uma mucosa sã zando a produção de sucos (útil nas defesas, evita as diarreias, protege
impede a formação de cálculos no in- gastrites) c colabora na cicatrização contra os parasitas, estimula o cresci-
leríor dos (anais urinários ou biliares. das úlceras. A cenoura acalma as do- mento, favorece a erupção dentária c
res do estômago e o excesso de aci- fortalece a dentadura se, na idade
A vitamina A tem também valor como dez. pré-escolar, as crianças, além de a to-
preventivo de catarros nasais, sinn- marem líquida, também a mastiga-
sats, faríngeos e bronquiais, pois. • Transtornos metabólicos e endócri- rem. K mui lo útil em caso de celia-
além de fortalecer as mucosas, au- nos: anemia, atraso do crescimento, quia (má assimilação por intolerância
menta as defesas. Também melhora a hipertiroidismo (regula a função da ao glúten).
135
Euphrasia
officinalis L /K^N
Eufrásia
Ideal para lavagens
oculares
O Preparação e emprego
136
Geranium
robertianum L O) t . IÉ P
Preparação e emprego
Erva-de-são
-roberto U S O INTERNO
O Decocção de 20 g de planta
por litro de água, de que se to-
Limpa os olhos e mam 3 ou 4 chávenas por dia.
desinflama a boca © Essência: A dose habitual é
de 2-4 gotas, três vezes ao dia.
Uso EXTERNO:
© L a v a g e n s oculares e bo-
chechos bucais, com uma de-
cocção de 40 g de planta por li-
tro de água.
O C o m p r e s s a s , com esta
mesma decocção (40 g por li-
tro).
137
PLANTAS PARA
O SISTEMA NERVOSO
Bi IARIO DO CAPÍTULO
DOENÇAS E APLICAÇÕES Sedativas, plantas,
Ansiedade /•// ver Nervosismo e ansiedade 145
A nsioliticas, plantas, Sistema nervoso,
ver Nervosismo e ansiedade Ill doenças orgânicas do Ill
Antiespasmâdicas, plantas 147 Sono, falta ile, ver Insónia 112
Astenia 140 Soporiferas, plantas, ver Insónia . . . . 142
Cabeça, dor de 143 Stress /-//
Cefaieia, ver Dor de cabeça 113 Tensão nervosa, ver Stress /•//
Crianças. Plantas sedativas 146 Tonificantes, plantas,
Depressão nervosa 140 ver Esgotamento e astenia IH)
Doenças orgânicas
do sistema nervoso 144 PLANTAS
Doenças psicossomáticas 142 Atónito 148
Dor de cabeça 143 Alfaccbrava-maior 160
Dor e nevralgia 142 Alfazema 161
Enxaqueca 143 Alfazema-brava 162
Epilepsia 144 Aveia 150
Esgotamento e astenia 140 Cânhamo 152
Estudantes, ver Rendimento Cicuta 155
intelectual insuficiente 143 Cicuta-meuoi 155
Hemicrania, ver Enxaipteca 143 Dormideira 164
Insónia 142 Dormideira-brava 166
Inteirei uai, rendimento insuficiente .143 Erva-cidreira 163
Memória, perda da 144 Estramónio 157
Narcóticas, plantas 146 Elor-da-paixâo = Passijlora 167
Nervosismo e ansiedade 141 Laranjeira 153
Neurastenia, Lúpulo 158
ver Nervosismo e ansiedade 141 Maracujá = Passijlora 161
Nevralgia 142 Maracujá-roxo 168
Parkinson, ver Doenças Martírio = Passijlora 161
orgânicas dõ sistema nervoso 144 Meimendro-negro 159
Peida da memória 144 Melissa = Erva-cidreira 163
Plantas antiespasmâdicas 147 Papoita-branca = Dormideira 164
Plantas sedativas 145 Passijlora 167
Plantas sedativas para as crianças . . 146 Rosmaninho 162
Psicossomáticas, doenças 112 Tília 169
Rendimento intelectual insuficiente . . 143 Valeriana 172
Sedativas para as crianças, plantas . . 146 Verbena 174
A SAÚDE PELAS PLANTAS MEDICINAIS
2-' P a r t e : D e r. c r i ç £ o
I
A
S PLANTAS medicinais exercem como o rendimento e a produtividade. O
notáveis acções, tanto sobre o sis- sistema nervoso, como "director" das
tema nervoso central, sede das funções do organismo, é encarregado cie
funções mentais, como sobre o manter a tonicidade vital (pie nos permite
sistema vegetativo autónomo, que regula e desenvolver as actividades diárias. Elevar
coordena as ("unções dos diversos órgãos essa tonicidade constitui uma das necessi-
do corpo. dades mais peremptórias de muitas pes-
Ao contrário da maioria dos psicoíarma- soas que se queixam de esgotamento ner-
cos (medicamentos que actuam sobre as voso, astenia ou stress. 1". para isso, recorre-
funções mentais), as plantas exercem os -sc' frequentemente a substâncias estimu-
seus efeitos tonificantes c sedativos sobre o lantes ou excitantes que, embora consi-
sistema nervoso de modo fisiológico, suave gam produzir um eleito momentâneo.
e seguro, acabam por provocar um maior esgota-
mento depois de passado o eleito.
Alem disso, é muito raio que se produ/a
dependência de tipo psíquica ou físico Para o tratamento do esgotamento e da
com o uso das plainas medicinais que re- astenia, convém administrar dois tipos de
comendamos, ao contrário do que aconte- plantas medicinais:
ce com os estimulantes, sedativos, soporí- • Plantas nutritivas, que fornecem os nu-
Feros, e outros medicamentos de síntese trientes básicos mas que costumam es-
química. cassear na dieta, e de que as células ner-
)L certo que os medicamentos químicos vosas necessitam para o seu bom funcio-
exercem uma acção muito mais potente namento: vitaminas e oligoelemenios.
que a das plantas medicinais, mas também • Plantas tonificantes, que fornecem um
com maiores efeitos secundários e riscos estímulo fisiológico, não irritante, sobre
em geral. Perante um caso de excitação as funções do sistema nervoso e do resto
nervosa aguda, por exemplo, um psicofár- do organismo.
maco de- acção sedativa ou ansiolíiica (que
elimina a ansiedade) pode produzir um As plantas ou substâncias que somente
eleito rápido e mesmo espectacular, mas conseguem excitar ou estimular o sistema
que muito provavelmente se- fará acom- nervoso (como o café ou o chá), mas sem
panhar de eleitos indesejáveis nas horas se- nutrir nem favorecer as funções digestivas,
guintes, tais como falta de coordenação não conseguem a reparação biológica dos
motora e sonolência. sistemas ou órgãos afectados pelo esgota-
mento. Na realidade, o que conseguem os
Pelo contrário, as plantas actuam sobre excitantes ou estimulantes é uma sensação
o organismo regulando c equilibrando os subjectiva de vitalidade, mas sem a corres-
processos vitais, mais que anulando ou pondente recuperação orgânica. Isto leva
opondo-se a determinados sintomas. Por a um maior esgotamento, até chegar ao
isso exercem uma verdadeira acção equili- fracasso ou deterioração do organismo.
bradora das complexas funções nervosas e manifestado pelo infarto do miocárdio, a
mentais, assim tomo um eleito preventivo úlcera gastroduodenal, a depressão imu-
de transtornos e desequilíbrios. nitária (baixa das defesas) e, possivelmen-
te, aié mesmo o cancro.
O esgotamento e a astenia Além do uso das plantas que nesta obra
O esgotamento e a astenia (cansaço ex- se recomendam, o tratamento do esgota-
cessivo) constituem dois dos sintomas mais mento físico ou nervoso requer imperati-
frequentes na sociedade ocidental, forte- vamente uma mudança no estilo de vida
mente condicionada nor conceitos tais causador do esgotamento.
139
C a p . 8: P L A N T A S PARA O S I S T E M A H E 8 V O S I
V
ESGOTAMENTO E ASTENIA AVEIA 150 Tonificante, nutritiva Flocos com leite ou caldo
Entendemos por esgotamento um es- Cru, em extractos ou em pasta
ALHO 230 Activa o metabolismo
tado de debilidade do organismo, em de alho com azeite
consequência de um esforço excessivo
que não seja acompanhado da neces- AGRIÃO 270 Abre o apetite e activa o metabolismo Cru ou em sumo
sária recuperação dos órgãos ou siste- ESPIRULINA 276 Nutre, tonifica e revitaliza Preparados farmacêuticos
mas afectados.
Fornece enzimas e oligoelementos
O esgotamento fisico costuma ser CEBOLA 294 Crua, em sumo, cozida ou assada
que activam o metabolismo
precedido por um grande esforço mus-
cular ou uma doença grave. O esgota- Remineralizante e vitamínica
mento nervoso pode aparecer a se- MORUGEM 334 Crua, cozinhada ou em decocção
Estimulante natural
guir a um período de grande actividade
intelectual continua, ou de tensão ner- SERPÃO 338 Tonificante e revitalizante Banhos quentes com a sua decocção
vosa prolongada. HORTELÃ-
366 Tonificante Infusão, essência
0 esgotamento fisico e o nervoso estão -PIMENTA
relacionados entre si, pois um pode MANJERICÂO-
aparecer como consequência do outro, 368 Tonificante, faz subir a tensão Infusão, essência
-GRANDE
e vice versa.
A astenia é um estado de falta ou de SEGURELHA 374 Tonifica o sistema nervoso Infusão, essência
perda de forças que aparece esponta- TRAMAZEIRA 535 Fornece vitamina C e ácidos orgânicos Frutos (sorvas) maduros
neamente, sem relação directa com um
esforço prévio. AIPO 562 Tonificante e remineralizante Cru, sumo fresco
DEPRESSÃO NERVOSA AVEIA 150 Tonificante, nutritiva Flocos com leite ou caldo
Estado psíquico de abatimento e pro- ERVA-CIDREIRA 163 Equilibrante do sistema nervoso Infusão, extractos
funda tristeza, com ou sem causa evi-
dente, acompanhado de perda do ape- VALERIANA 172 Sedante suave, diminui a ansiedade Infusão, maceração ou pó de raiz
tite, insónia e tendência para a SERPÃO 338 Tonificante e revitalizante Banhos quentes com a sua decocção
inactividade.
Recomendam-se as plantas Tonificante e equilibradora Infusão, decocção
ANGÉLICA 426 do sistema nervoso
com acção tonificante e
equilibradora sobre o siste- Tonificante geral Sumo fresco
ma nervoso, assim como
AIPO 562
as que fornecem substân- GINSENG 608 Antidepressivo e ansiolítico Preparados farmacêuticos
cias nutritivas como a vi-
tamina B ou a lecitina. As GERGELIM 611 Nutritivo. Restaura a vitalidade Sementes
plantas e substâncias
esífmu/aníes ou exci- Estimula a função
SALVA 638 Infusão, essência
tantes não se devem das glândulas supra-renais
usar no tratamento da Tonificante e equilibrador
depressão. HIPERICÃO 714 Infusão
do sistema nervoso
Tonificante geral.
TOMILHO 769 Infusão, essência
Fiva cidreira Estimula as funções intelectuais
140
SAÚDE P E L A S P L A N T A S MEC
2 " P.irtc:
I
D e s c r i ç ã o
I
Doença Planta Pág. Acção Uso
NERVOSISMO E ANSIEDADE !_, i cr, Sedante do sistema nervoso. Contém Infusão de farelo (palha) por via oral
AvEIA 150
0 nervosismo é um estado de exci- vitaminasAeB e acrescentada à água do banho
tação nervosa, seja por urna causa jus-
tificada ou não. LARANJEIRA 153 Sedante e soporífera suave Infusão de folhas e/ou flores
A ansiedade é uma emoção indesejá-
vel e injustificada, cuja intensidade não LÚPULO 158 Sedante e soporifero Infusão e extractos
é proporcional à possível ameaça que
a provoca. A ansiedade é diferente do ALFACE-BRAVA- Decocção de folhas, lactucáno,
medo, pois este impli- 160 Sedante, acalma a excitação nervosa
-MAIOR sumo fresco
ca a presença de
um perigo real ,,-, Sedante e equilibradora do sistema
conhecido. A an- ALFAZEMA Infusão, extractos, essência
nervoso
siedade costuma
manilestar-se ex-
teriormente com ERVA-CIDREIRA 163 Sedante suave e equilibradora Infusão, extractos
um estado de hi-
perexcitacão ner-
PASSIFLORA 167 Diminui a ansiedade Infusão
vosa.
169 Sedante e relaxante Infusão de flores, decocção de casca,
As plantas medici- extractos
nais podem contri-
buir muito para ali-
viar o nervosismo e a 172 Sedante suave, diminui a ansiedade Infusão, maceração ou pó de raiz
ansiedade, proporcio-
nando sedação e equi- Sedante do sistema nervoso Infusão de flores, frutos frescos,
líbrio ao sistema ner- vegetativo, ansiolitico extractos
voso.
Contribui para a estabilidade do Cápsulas ou comprimidos do óleo
237 sistema nervoso e para o equilíbrio
hormonal das sementes
141
C a p . 8 : P L A N T A S PARA O S I S T E M A N E R V O S O
INSÓNIA LARANJEIRA 153 Sedante e soporífera suave Infusão de folhas e/ou flores
É a falta de sono, quer seia por dificul- LÚPULO 158 Sedante e soporífero Infusão e extractos
dade em conciliá-lo quer por um des- ALFACE-BRAVA- Decoccão de folhas, lactucário,
pertar precoce. Ao contrá- 160 Sedante, acalma a excitação nervosa
-MAIOR sumo fresco
rio de muitos sopori-
feros de síntese quí- ALFAZEMA 161 Sedante, acalma a excitação Inalações da essência
mica, as plantas ERVA-CIDREIRA 163 Sedante suave e equilibradora Infusão, extracto
medicinais que re-
comendamos são PASSIFLORA 167 Sedante, induz um sono natural Infusão
capazes de induzir
um sono natural e TlUA Induz um sono natural, Infusão de flores, decoccão de casca,
169 sem sonolência na manhã seguinte extractos, banho quente com flores
reparador, sem so-
nolência residual na
manhã seguinte, e V RIANA ,j2 Sedante suave, diminui a ansiedade, Infusão, banhos quentes
sem risco de criar soporífera com a decoccão de raiz
dependência. Infusão ou xarope de pétalas,
PAPOtLA 318 Sedante e soporífera
decoccão de frutos
ASPERULA-
Valeriana -ODORÍFERA
351 Sedante soporífera Infusão
CÁLAMO-
424 Relaxante muscular e sedante suave Banho com decoccão de rizoma
-AROMÁTICO
DOENÇAS
PSICOSSOMÁTICAS , c, Sedante e equilibradora do sistema
ALFAZEMA Infusão, extracto ou essência
São as doenças cuja origem é psicoló- nervoso central e vegetativo
gica, pelo menos parcialmente, mas
que se manifestam com alterações fun-
cionais de diversos órgãos. Algumas
das mais frequentes são: úlcera gas-
troduodenal, cólon irritável, angina
de peito, e certos eczemas cutâneos. VALERIANA 172 Sedante, diminui a ansiedade Infusão, maceração ou pó de raiz
Estas plantas equilibram e modificam o
sistema nervoso vegetativo, verdadeiro
substrato da relação entre a mente e o
corpo.
ROSEIRA 635 Sedante do sistema neurovegetativo Infusão de pétalas
142
SAÚDE : : . - i PIAUÍ «Et : '.- 5
?•' Parte: D e Cl i n .1 n
POEJO
4,-, Acalma as dores de cabeça
de origem digestiva Infusão
MOSTARDA- 663 R evu ' s ' va ' descongestiona a cabeça Banhos de pés. quentes,
-NEGRA em caso de catarro nasal ou gripe com farinha de mostarda
ENXAQUECA (HEMICRANIA) LARANJEIRA 153 Antiespasmódica e sedante Infusão de folhas e/ou flores
É uma dor intensa, que geralmente l AO Previne o aparecimento das crises
afecta metade da cabeça, e que apare- TÍLIA Decocção da casca
de enxaqueca
ce com certa periodicidade, associada
a perturbações nos olhos. YJM Antiespasmódica, analgésica,
Durante a crise de enxa- VERBENA Infusão e decocção
diminui a intensidade da enxaqueca
queca produz-se um es-
pasmo das artérias LIMOEIRO 265 Sedante e antiespasmódico Infusão de folhas
que irrigam a cabeça,
para o que são úteis 044 Anti-inflamatória, Infusão de folhas e/ou flores.
as plantas anties- VIOLETA
acalma a dor de cabeça compressas sobre a testa
pasmódicas. Em
muitas ocasiões, > 1^
MANJERICÂO- oco Antiespasmódico, acalma as ui.„s« »«**«,:.,
as crises de enxa- -GRANDE 368 lnfusao e s s e n c i a
enxaquecas associadas a má digestão -
queca são desen- ff-
cadeadas por fer- CARDO-DE- 395 Regula a tonicidade dos vasos
mentações diges- Infusão ou decocção de frutos
tivas ou por cer-
-SANTA-MAWA sanguíneos
tos alimentos.
«pç Digestiva, alivia as enxaquecas
ANGÉLICA Infusão ou decocção
de origem digestiva
143
C a p . 8; P L A N T A S PARA O S I S T E M A N E R V O S !
MEMÓRIA, PERDA DE
Além destas duas plantas com acção Caíra* IIA Melhora a irrigação sanguínea
WNKGO <íá4
Infusão das folhas
vasodilatadora sobre as artérias cere- n Q c é r e b r o
DOENÇAS ORGÂNICAS
DO SISTEMA NERVOSO
0 óleo de onagra é muito rico em ácido
linoleico, um factor essencial no de-
senvolvimento e no bom funcionamen- Contribui para a estabilidade
to dos neurónios. O seu uso é um bom Cápsulas ou comprimidos
ONAGRA 237 do sistema nervoso
compfemento do tratamento especifi- do óleo das suas sementes
e para o equilíbrio hormonal
co das doenças orgânicas do sistema
nervoso, tais como a esclerose em
placas ou a doença de Parkinson.
144
A SAÚDE PELAS PLANTAS M E D l C I K A ! S
2 " Parte: D e s c r i ç ã o
Plantas sedativas
Planta Pág.
Abelmosco 362
Agripalma 224
Alface-brava-maior 160
Alfazema 161
Aspérula-odorifera 351
Assafétida 359
Aveia 150
Cálamo-aromático 424
Cinoglossa 703
Dormideira 164
Endro 349
Erva-cidreira 163
Estaque 641
Laranjeira 153 O sumo fresco de aipo
Limoeiro 265 (pág. 562) é um
tonificante natural
Lúpulo 158 altamente
Melissa-bastarda 580 recomendável em caso
de esgotamento ou
Papoila 318
depressão nervosa. Tem
Passiflora 167 afém disso acçáo
Pé-de-leão 622 diurética e depurativa.
Pode misturar-se com
Pilriteiro 219 sumo de limão.
Salgueiro-branco 676
A dose habitual é de
Saxifraga 322 meio copo de manhã e
Tília 169 igual quantidade ao
meio-dia. antes ou
Valeriana 172 depois da refeição.
Verbena 174
Plantas sedativas
para as crianças
Planta Pág
Alface-brava-maior 160
Alfazema 161
Ti lia 169
146
A SAÚDE P E L A S P L A N T A S M E D I C I N A I S
?•' P a r t e : D e s c r i ç ã o
I
Plantas antiespasmódicas
147
Aconitum
napellus L.
a * : .
Preparação e emprego
Acónito
USO INTERNO
Uma planta que cura. 0 acónito tem de ser usado sem-
pre sob vigilância médica, e
e que mata empregando produtos de labora-
tório devidamente avaliados qui-
micamente, para se saber com
exactidão o seu conteúdo em
aconitina. Existem os seguintes
preparados farmacêuticos:
O Pó de raiz: em dose máxima
de 0,4 g diários, repartidos por vá-
rias vezes.
©Tintura alcoólica a 1/10: co-
mo máximo 6 gotas repartidas ao
Precauções
Outros nomes: mata-cão.
napelo, capuz, pistolete, carro-
-de-vénus. Brasil: capacete-de-
0 acónito tenro (quando está a bro- •júpiter.
tar) é pouco tóxico. Depois de a
Esp.: acónito, anapelo. raiz dei
planta se ter desenvolvido, porém, é
diablo. Fr.: aconit (napel).
altamente venenoso. E cultiva-se nal- Ing.: monkshood.
guns jardins como planta ornamental!
Habitat: Terrenos montanhosos e
0 contacto prolongado com esta húmidos de toda a Europa e da
planta pode tornar-se perigoso. Tem América, especialmente do Norte.
havido casos de intoxicação em Apesar da sua grande toxicidade, e
crianças que tinham levado na mão. cultivado como planta ornamental em todo
durante algum tempo, um ramalhete o mundo
de acónito. Descrição: Planta herbácea, da família
Nas aplicações externas é preciso ter das Ranunculáceas, que atinge entre 50 e 150
cm de altura. As flores são muito belas, em forma de
presente que a aconitina também se
capacete, e podem ser de cor azul-escura, amarela ou
absorve pela pele, pelo que, mesmo branca. A raiz ê um tubérculo em forma de nabo.
por via externa, podem produzir-se
Partes utilizadas: a raiz
intoxicações. Não se devem fazer
mais de três aplicações diárias.
148
Convém saber
identificar bem
Desde tempos muita antigos que <> o acónito, uma
das plantas mais
acónito é usado para envenenar fle- venenosas que
chas e para justiçar os réus. No sécu- existem.
lo XVIII, o médico austríaco Stoerk
começou a utilizá-lo no tratamento
das dores nevrálgicas.
O acónito é uma planta altamente tóxica, mas que,
correctamente empregada, p o d e aliviar dores re-
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Toda beldes, como as das nevralgias faciais.
a planta, e especialmente a raiz, con-
tém potentes alcalóides (aconitina e
napelina), assim como glicósidos fla-
vónicos, resinas, amido e manitol. O
princípio activo mais importante é a
aconitina, que é um potente anesté-
sico dos terminais sensitivos; é lam-
bem febrífugo e antitússico.
O acónilo usa-se com êxito, tanto
O Intoxicação por acónito
por via interna IO.@.€M como externa
10,01, para acalmar as dores incurá-
veis das nevralgias, em especial a do
nervo trigémeo, que afecta <> rosto, e Sintomas: De 10 a 20 minutos após a ingestão, produz-se uma sensação de irri-
a do nervo ciático. Também si- tem tação ou prurido na boca, nas mãos e nos pés, que a seguir se estende por to-
empregado como substituto da mor- do o corpo; sudação abundante e calafrios. Aparecem depois náuseas, vómitos
fina, para desabituar os dependentes e diarreias. Se a intoxicação for grave, produzem-se alterações no ritmo respi-
desta. ratório e cardíaco, que acabam em paragem cardio-respiratória e morte.
Primeiros socorros: Provocar imediatamente o vómito. É conveniente uma la-
()s princípios activos do acónito vagem ao estômago; administrar carvão vegetal e laxantes enérgicos.
são substâncias muito potentes que,
correctamente utilizadas, surtem va- Há que levar o doente com toda a urgência a um hospital, para ser interna-
do numa unidade de cuidados intensivos.
liosos eleitos medicinais. O acónito é
uma ílessas plantas (^w podem curai",
masque também podem matar.
N
Avena satíva L
P
Preparação e emprego
Aveia
USO INTERNO
Tonifica e equilibra O Os flocos (sementes prensa-
das) cozinhados com leite ou cal-
os nervos do de hortaliça.
© Infusão: Prepara-se com uma
colherada de palha de aveia por
chávena. Tomam-se 2 ou 3 chá-
venas por dia.
USO EXTERNO
© B a n h o relaxante: A inlusão
serve também para acrescentar
à água do banho na proporção de
um litro por banheira de tamanho
médio, com o que se obtém um
agradável efeito relaxante.
o S F L O C O S de aveia, q u e se
preparam p r e n s a n d o os grãos
trilhados, constituem um ali-
m e n t o integral muito p o p u l a r nos pa-
íses do C e n t r o e do Norte da Europa.
A aveia tem, além disso, interessantes
efeitos sobre o sistema nervoso.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: OS
GRÃOS c o n t ê m 60%-70% de a m i d o e
outros glícidos (hidratos de c a r b o n o ) ;
1-1% de proteínas; 7% de lípidos (gor-
d u r a s ) , e n t r e OS quais se c o n t a u m a
significativa p r o p o r ç ã o de lecitina; vi-
taminas do g r u p o li; ácido pantoténi-
co; enzimas, minerais, s o b r e t u d o cál- Outros nomes:
cio e fósforo; oligoelementos diversos; Esp.: avena, avena común, avena
e um alcalóide (avenina), de efeitos blanca. Fr.: avoine. Ing.: oat.
tonificantes e equilibradores sobre o Habitat: Originária do Sul da Europa. A
sistema nervoso. sua cultura estendeu-se aos cinco
continentes.
A aveia é por isso muito recomen-
Descrição: Planta anual da família das
dada nos casos de d e p r e s s ã o , nervo-
Gramíneas, que atinge um metro de
sismo, insónia e e s g o t a m e n t o físico altura. As suas flores, da mesma
ou mental l©l. Os q u e sofrem de maneira que os grãos, agrupam-se
stress ou de impotência sexual, os es- duas a duas. em espigas.
t u d a n t e s - s o b r e t u d o em é p o c a de exa- Partes utilizadas: A paíha e os grãos.
m e s - , os d e s p o r t i s t a s e as m ã e s lac-
tantes, têm na aveia um alimento-re-
médio ideal. Pela sua excelente diges-
tibilidade, convém t a m b é m aos con- A palha ou farelo da aveia é
valescentes e aos q u e sofram de gas- sedativa e faz descer o
trite, de colite c de outras afecções di- co/esterof.
gestivas.
150
o A aveia e o colesterol
1
Cannabis sativa L.
v. .
Preparação e emprego
152
Citrus aumntíum L. f\
9 L A
Sinonímia cientifica: Citrus sinensis Pers.,
Citrus vulgaris Rísso
Espécie afim: Citrus aurantium var.
Laranjeira sinensis L. s Citrus sinensis (L.) Osbeck.
Outros nomes: C. aurantium: laranjeira-
-azeda. laranjeira-amarga: C sinensis:
A flor é sedativa la ra njeira • doce. la ranjeira • da •
-china, laranja-de-umbigo,
e o fruto tonificante laranja-da-baia. laranja-
-camoesa. laranjeira-
-romã.
Esp.: naranjo agrio,
naranjo dulce. naranjo
de la China.
n Precauções
J J? Preparação e emprego
USO INTERNO
As pessoas que sofram da vesícula
O Infusão de folhas e/ou flores, com 10-20 g por litro de água (3 folhas ou
biliar devem evitar comer laranjas de
6 flores são suficientes para preparar uma infusão sedativa). Ingerir 3 ou 4
manhã em jejum. Pela sua acção co-
chávenas por dia, especialmente antes de deitar.
lagoga, provocam um esvaziamento
brusco da vesícula biliar, que pode © Decocção: Ferver 30 g de casca de laranja, seca. cortada em pedacin-
causar ligeiros incómodos abdomi- hos, em meio litro de água, durante 15 minutos. Pode-se adoçar com mel.
nais, como peso no estômago ou sen- Toma-se uma chávena pequena depois de cada refeição.
sação de distensão.
15
A laranjeira-doce é a mais conhe-
cida e cultivada; no entanto, a varie- ^•^ Laranja
dade de laranjeira que mais se em-
prega em fitoterapia é a amarga, pois
embora ambos os tipos de laranjeira laranja industrial, embora com isso não
apresentem as mesmas qualidades, a se consiga recuperar todas as suas pri-
amarga possui uma maior concen- mitivas propriedades.
tração de substâncias aromáticas e de As laranjas contêm vitaminas A, B, C e
princípios activos. P, assim como ftavonóides, açúcares,
As FOLHAS, e sobretudo as FLORES ácidos orgânicos e sais minerais. Têm
da laranjeira, contêm uma essência propriedades anti-escorbúticas, toni-
ficantes, aperitivas e colagogas (pro-
composta por limoneno e linalol, en- 1
vocam o esvaziamento da vesícula bi-
tre outras substâncias aromáticas. A
liar). O seu consumo torna-se muito re-
A laranja-doce é uma das frutas mais comendado nos seguintes casos:
apreciadas, sobretudo nos países frios, • Doenças infecciosas ou febris.
pois no Inverno é uma fonte muito va-
liosa de vitamina C. Come-se directa- • Esgotamento, astenia (sensação de
mente a sua polpa, ou então espreme- cansaço).
-se para se obter um dos sumos mais • Desnutrição, anemia, raquitismo.
apreciados. O sumo de laranja tem de
ser bebido acabado de fazer, para se • Trombose, arteriosclerose e trans-
poderem aproveitar as suas proprieda- tornos circulatórios em geral. As la-
des nutritivas e medicinais, pois a vita- ranjas diminuem a viscosidade do san-
mina C destrói-se rapidamente em con- gue e têm um efeito protector sobre os
tacto com o oxigénio, e outros compo- vasos sanguíneos, devido, entre outras
nentes também sofrem mudanças des- coisas, à vitamina P.
favoráveis que alteram notavelmente os O fruto da laranjeira-amarga costuma
seu aspecto e sabor. Por isso é costu- ser utilizado somente na preparação de
me acrescentar vitamina C ao sumo de doces.
154
Conium
maculatum L. v
Preparação e emprego
Cicuta
Um potente tóxico USO INTERNO
0 Pó: Os frutos secos da ci-
que convém saber cuta trituram-se em forma de
distinguir pó. que se dissolve em água.
A dose máxima tolerável para
os adultos é de 1 g diário de
frutos, dividido por quatro to-
mas de 0.25 g cada uma.
155
na-se fácil identificá-la e evitar cort- II
fundi-la com outras plainas comple- Como identificar a planta da cicuta
tamente inócuas.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Todas
as partes da plaina, e em especial os O aspecto da venenosa cicuta é bastante semelhante ao de outras plantas da
frutos, contêm vários alcalóides (co- mesma família, como por exemplo o aipo e a salsa. Os seguintes pormenores
mina, coniceína, conidrína e pseudo- botânicos ajudarão a identificá-la:
-conidrina), além de um óleo essen- • O caule da cicuta distingue-se do de outras umbeiíferas por ter na sua parte
cial, e glicósidos flavónicos e cumarí- inferior umas manchas de cor avermelhada ou púrpura.
nicos. A comina é <> princípio activo • As folhas são grandes e brilhantes, e estão muito divididas.
mais importante da cicuta, que se en- • As flores são brancas, e estão agrupadas em umbelas desiguais de 10 a 20
contra presente numa proporção de raios.
2% nos Irmos, e de 0,5% nas folhas.
• O fruto é ovalado, com cerca de 3 mm, de cor parda verdosa, e muito sulca-
Absorve-se tanto por via oral como
do por nervuras ondeadas.
através da pele. pela qual penetra
com facilidade. • Toda a planta deita um desagradável cheiro a urina.
A coniina é semelhante, na sua estrutura colheram este método para tirar a vida
química e nos seus efeitos, a outro al- aos condenados à pena capital.
calóide: a nicotina, que se encontra no
tabaco. Ambos os alcalóides actuam so-
bre o sistema nervoso vegetativo, exci-
tando-o primeiro e deprimindo-o depois. Tratamento da intoxicação: Sempre
De meia hora a duas horas depois de que haja suspeita de que se tenha in-
se ter ingerido uma dose tóxica de co- gerido cicuta, deve-se provocar o vómi-
niina, produz-se ardor na boca, dificul-
dade de engolir, náuseas, dilatação das to e, se possível, fazer uma lavagem ao
pupilas e fraqueza nas pernas. Se a do- estômago. Administrar purgantes e
se for maior, produz paralisia muscular carvão vegetal. Praticara respiração ar-
(como a produzida pelo curare) e mor- tificial boca a boca, se o intoxicado tiver
te por paragem respiratória e asfixia.
Apesar de tudo, não se perde a cons- dificuldade para respirar. É necessário
ciência e mantém-se a lucidez até ao proceder à imediata transferência do
último momento. Por isso os Gregos es- doente para um centro hospitalar.
156
Datura
stramonium L » 4. A
USO EXTERNO
tribuiu-se depois rapidamente por ©Cataplasma de lolhas es-
toda a Europa, devido às suas singula- magadas: aplica-se sobre a ar-
res propriedades sobre o sistema ner- ticulação afectada.
voso.
15
Humulus lupulus L
158
Hyoscyamus
nfgerL »
O MEIMENDRO já se emprega-
va cm Babilónia (século XV
a.C.) contra as dores de den-
tes, lai como o atesta o Papiro de
Ebers. Dioscórides (século I d.C). pai
USO EXTERNO
©Cataplasma com folhas es-
magadas, que se aplica sobre a
zona dorida durante uns minu-
da fitoterapia, já menciona as suas tos.
propriedades narcóticas. O Unguento preparado ofici-
nalmente (em laboratório far-
Durante a Idade Média, o mei- macêutico).
mendro começou a fazer parte dos
apó/emas preparados por bruxas e
feiticeiros. Dizia-se que os malfeitores
o colocavam sobre as brasas com que
se aqueciam os banhos públicos, para
adormecer os banhistas com os seus
fumos, e depois saqueá-los.
5 Precauções
•preto. erva-dos-cavalos.
Esp.: beleno negro, jurcuario. tornalocos. Fr: jusquiame
[noirej. Ing.: [blackj henbane.
Habitat: Planta pouco frequente, que se pode encontrar à beira de alguns caminhos
e em terrenos baldios da região mediterrânea e da Europa Central. Estendeu-se
Excederas doses indicadas produz também ao continente americano.
náuseas e enjoos. Graças ao seu Descrição: Planta da família das Soianáceas. coberta de uma fina penugem. Pode
mau cheiro, não ê fácil haver intoxi- atingir um metro de altura. As flores são de cor amarela pálida, raiadas de violeta.
cações acidentais. Em doses ele- Toda a planta deita um cheiro nauseabundo.
vadas torna-se estupefaciente e Partes utilizadas: as folhas
alucinogénio.
1
Lactuca virosa L
* . . .
Preparação e emprego
Alface-
brava-maior
USO INTERNO
Sedativa e indutora O Decocção durante 10 mi-
nutos, com 100 g de alface
do sono por litro de água, da qual se
ingerem três chávenas ado-
çadas com mel durante o dia,
e outra antes de deitar. Utili-
zar de preferência a alface-
-brava, ou a cultivada bem de-
senvolvida e florida.
© Lactucário: Administram-
-se habitualmente de 0,1 a 1
g por dia.
160
Lavandula angustifolia
Miller
m >J t A A
Preparação e emprego
Alfazema USO INTERNO
O Infusão com 30-40 g cie sumi-
De perfume dades floridas e folhas, por cada li-
requintado, tonificante tro de água. Tomar três chávenas
e muito medicinal por dia, adoçadas com mel, depois
das refeições.
© Extracto fluído; Ingerem-se 30
gotas, 3 vezes ao dia.
€) Essência: A dose habitual é de
3-5 gotas, duas ou três vezes por
dia.
1
o Obtenção do óleo e da água-de-alfazema
ajuda a curar rapidamente. O óleo de
alfazema alivia a dor nas queimaduras
leves (de primeiro grau) e desinflama
as picadas de insectos.
m"
o depois. tenso exercício físico, ou quando se
sente esgotamento, um banho com
água quente e água ou essência de al-
• Agua-de-alfazema: Dissolvem-se fazema ajuda a activar a circulação e
30 g de essência num litro de álcool a a eliminar a sensação de fadiga. Ob-
90°. Depois de deixar repousar a mis- tém-se um maior efeito se o banho
tura durante 24 horas, passa-se por for seguido de fricções I©1 com um
um filtro de papel e guarda-se em fras- pano de lã embebido em água, óleo
cos bem vedados. Pode-se diluir com ou essência de alfazema.
água, se se achar que está demasia-
do concentrada. Também se pode pre-
parar deixando em maceração 250 g • Sedativa: O simples facto de aspirar
de sumidades floridas secas, num li- o aroma da alfazema IOI exerce uma
tro de álcool, durante duas semanas. suave mas eficaz acção sedativa sobre
• Óleo de alfazema: Dissolvem-se 10
g de essência em 100 g de azeite de Transcorrido este tempo, passa-se por o sistema nervoso central. É muito re-
oliveira e aplica-se como loção sobre um filtro de papel e guarda-se em fras- comendável para a crianças que dor-
a zona dorida. Também se pode cos bem vedados. mem mal. Neste caso, dá muito bom
resultado colocar umas gotas de
essência de alfazema na almofada da
cama ou num lenço próximo da cara.
mo, neurastenia, enjoos, tendência em luxações, entorses, contusões e • Balsâmica IOJ: A essência emprega-
para a lipotimia (desmaio), palpi- distensões musculares. -se em inalações ou banhos de vapor
tações do coração e, em geral, em to- • Anti-séptica e cicatrizante 101: A in- para acelerar a cura das laringites, tra-
dos os casos de doenças psicossomá- fusão de alfazema emprega-se para la- queítes, bronquites, catarros bron-
ticas. var úlceras e feridas infectadas, que quiais e constipações.
•AI.
162
Mellssa officínalis L
9. M S\ ti
J
A DIZIA Avicena, o grande médi- com uma infusão preparada à
co árabe do século XI, que a me- razão de 30-50 g de planta por
tissa "tom a admirável proprieda litro de água.
de de alegrar e confortar o co- O Banhos: Esta mesma in-
ração». Desde os começos do século fusão adicionada à água do
XVII, os monges carmelitas descalços banho (2 ou 3 litros por banhei-
preparam c o m esta planta a famosa ra).
"água-dos-carmelitas", q u e foi um re- © Fricções: Aplicam-se com
médio muito p o p u l a r c o n t r a OS des- a essência diluída em álcool
maios, síncopes e crises de- nervos. (álcool-de-melissa).
P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : AS To-
lhas e as Hores contêm cerca de 0,25%
de óleo essencial, rico nos aldeídos ci-
tral e citronelal, aos quais deve a sua
acção antiespasmódica, sedativa, car- Água-dos-carmelitas
minativa, digestiva e anti-séptica. E
útil nos seguintes casos:
A água-dos-carmelitas torna-se
• P r o b l e m a s n e r v o s o s IO 0 1 : exci- pouco recomendável devido ao seu
tação, a n s i e d a d e , cefaleia devida a importante conteúdo alcoólico.
tensão ( d o r e s d e cabeça d e o r i g e m Conhecemos pessoalmente uma
nervosa). senhora idosa que, como os filhos
• Stress e depressão IO.0I: E muito in- tinham pedido a todos os comer-
ciantes do bairro que não lhe ven-
dicada nos casos de stress e depressão
dessem nenhuma bebida alcoóli-
nervosa, graças ao seu eleito sedativo ca, conseguia a sua ração etílica
suave e e q u i l i b r a d o r do sistema ner- nas farmácias, onde se fornecia
voso. diariamente de várias garrafinhas
• Insónia IO.0I: Tomada ã noite, aju- de água-dos-carmelitas, que bebia
avidamente até se embriagar.
da a vencê-la.
• Dores m e n s t r u a i s IO,01: Desde há
séculos, é r e c o m e n d a d a para aliviar Outros nomes: melissa. citronela-menor, limonete, chá-de-frança.
estas dores. Esp: melisa, toronjil, cedrón. abejera. Fr.: mélisse. citronelle.
• Também pode- ser de utilidade em Ing.: [sweetj balm, melissa.
caso de palpitações, espasmos e cóli- Habitat: Originária dos países mediterrâneos, mas cultivada em toda
cas abdominais, flatulência, enjoos e a Europa e regiões temperadas da América.
vómitos IO,01. Descrição: Planta vivaz da família das Labiadas, que atinge de 40 a 70 cm de
altura. Tem folhas dentadas e muito rugosas, que exalam um forte cheiro a limão.
• Externamente, é anti-séptica, antifún-
Partes utilizadas: as folhas e as flores.
gica (contra os fungos da pele), e an-
tivírica I0.O.0I, de acção demonstra-
da contra os vírus do h e r p e s e os mi-
xovírus do grupo 2.
16
Papaver
somniferum L
.
Preparação e emprego
Dormideira
USO INTERNO
Pode aliviar grandes O Decocção com 2 a 4 cápsulas
maduras de dormideira por litro de
dores... ou causar água, durante 5 minutos. Admi-
enormes sofrimentos nistram-se até 3 chávenas diárias,
uma antes de deitar.
© Óleo de sementes: Usam-se
1-2 colheradas (15-30 ml) em cru.
1-2 vezes por dia, para temperar
a salada ou outro prato de ver-
dura.
USO EXTERNO
© Para bochechos, podem-se
164
CH3 ™ SI mm CH2 mm CH
OH
OH
Fórmula química da m o r f i n a , o mais a b u n -
dante e importante dos 24 alcalóides q u e se
encontram no ópio. Tem uma potente acção
analgésica, estupefaciente e narcótica. O seu
grande inconveniente é a grande capacidade
que tem de gerar dependência física.
165
«M.
V Dormideira-brava
que «entre os remédios mais valiosos que contém, uma respiração lenia e / ( ) ópio é mais perigoso do que as
que aprouve a Deus Todo-poderoso superficial, pela acção sobre os cen- cápsulas da plaina.
dar ao homem para aliviar os seus so- tros respiratórios do tronco cerebral.
frimentos, nenhum é ião universal Doses elevadas produzem a morte por / Os alcalóides extraídos do ópio (a
nem ião eficaz tomo o ópio». No en- paragem respiratória. morfina, por exemplo) são mais tóxi-
tanto, na actualidade, a potência cos cio que o ópio completo.
• Efeito antidiarreico: O ópio diminui
analgésica do ópio foi suplantada pela as secreções digestivas e torna mais
dos seus derivados semi-sintéticos. / Os alcalóides semi-sintéticos (hero-
lentos os movimentos peristálticos do
O grande inconveniente do ópio e ína ou diacetilmorfina, por exemplo),
intestino. Por isso se tem usado am-
dos seus alcalóides reside na sua gran- obtidos, por processos químicos, a
plamente contra diarreias e disente-
de capacidade de produzir dependência partir dos alcalóides naturais do ópio,
rias. Actualmente dispõe-sc de outros
física. Depois de algumas doses, o do- apresentam uma maior toxicidade e
tratamentos menos tóxicos.
ente precisa dele de forma imperiosa, capacidade de criar dependência.
e não encontra nenhuma outra As CÁPSULAS maduras da dormi-
substância ou calmante que o substi- deira (as verdes apresentam uma Daí que o ópio, e naturalmente os
tua. Daí que tenha de ser usado com maior proporção de alcalóides tóxi- seus alcalóides, só possam ser usados
extrema prudência e sempre por cur- cos) podem empregar-se: por prescrição médica c. segundo a le-
tos períodos de tempo, excepto no caso • (lomo analgésico em dores rebeldes gislação da maioria dos países, com
de doenças terminais. IO). uma receita especial.
Quando se administra ópio a uma • Aplicada localmente em bochechos, Das SEMENTES da dormideira, ol>
pessoa sã, provoca uma sensação de a infusão de cápsulas de dormideira lém-se um óleo 101 que contém uma
euforia exagerada, que pode ser se- pode acalmar as dores de cientes IO). boa percentagem de lecitina, substân-
guida por outra de dísforia (ansieda- cia muito rica em fósforo, útil para re-
• domo sedativo, em casos de- insónia
de, tristeza e temor), de náuseas ou duzir o nível de colesterol no sangue
rebelde IO).
de vómitos. Logo se manifestam tam- e fortalecer o sistema nervoso. O óleo
bém os sintomas de dependência físi- K preciso recordar que a dormi- de dormideira acha-se completamen-
ca. Confessava um ex-toxicodepen- deira não cura a causa da dor nem da te isento de alcalóides estupefacien-
dente: "Primeiro toma-se para se es- insónia, que deverá proc urar-se e tra- tes, e portanto pode-se utilizai" como
tar melhor. Depois tem de se tomar ia r-se. óleo culinário de grande valor dieté-
para não se estar mal.» A toxicidade e o perigo de de- tico. As sementes também se empre-
• Depressão respiratória: O ópio pro- pendência da dormideira aumentam gam em pastelaria e no fabrico de
duz, devido especialmente à morfina ã medida que se purifica: pão.
166
Passiflora
IncamataL
Passiflora
Uma planta americana
contra o stress
16
«Mj
• Insónia IOI: Causa uni s o n o natural,
sem que se produza depressão ou so- yr Maracujá-roxo
nolência ao despertar. Devido à sua
falta de t o x i c i d a d e , p o d e ser a d m i -
nistrada às crianças. No Brasil e nas Antilhas existe esta espécie de Passiflora, o maracujá-roxo* {Pas-
siflora eóulisSims. = Passiflora laurifoiia F. Vil'.), deflores avermelhadas, que tam-
• D o r e s e e s p a s m o s d i v e r s o s IOI: A bém é conhecida como maracujá-mirim. Esta é a espécie do género Passiflora
passiflora descontraí os órgãos abdo- mais conhecida nas Américas.
minais ocos, cuja c o n t r a c ç ã o causa O maracujá-roxo dá um fruto doce e um pouco ácido, de sabor autenticamente
d o r de lipo e s p a s m ó d i c o , ou cólica: "tropical", com cuja polpa gelatinosa se preparam deliciosos refrescos. 0 óleo das
e s t ô m a g o , i n t e s t i n o (cólica intesti- suas sementes é comestível. Esta espécie não se considera propriamente uma
nal), vesícula e vias biliares (cólica bi- planta medicinal.
liar), vias u r i n á r i a s (cólica r e n a l ) e
ú t e r o ( d i s m e n o r r e i a ) . Na prática, o ' Esp.: granadilla.
seu uso é indicado ein q u a l q u e r tipo
de dor, incluindo as nevralgias.
168
Tilia europaea L
Ú
Outros nomes:
Tília Esp.: tilo, tila, tilia, tillera. Fr.: lilleul, til, tillet. Ing.: linden.
Habitat: Difundida, tanto em estado silvestre como cultivada, por zonas
montanhosas da Europa continental, Córsega, e região
Acalma os nervos, do Cáucaso. Muito cultivada em Portugal. Na América
também existem diversas espécies de tílias.
protege o coração... e
muito mais
T
o Banhos de vapor
170
<*M.
Diversas tílias
A
VALERIANA produz efeitos dia.
bastante diferentes, segundo
€) Pó de raiz: Administra-se um
actuo sobre os seres humanos
grama, 3-4 vezes ao dia.
ou sobre os animais. Aos primeiros
proporciona um notável efeito sedati- USO EXTERNO
vo, enquanto aos segundos estimula O Compressas de uma de-
Fortemente. Assim, por exemplo, os cocção de 50-100 g de raiz se-
gatos ficam eufóricos quando cheiram ca, fervida num litro de água du-
a planta, e esfregam-se contra ela com rante 10 minutos. Aplicam-se
grande deleite. Por outro lado, o aro- quentes sobre a zona dorida.
ma da valeriana, que se intensifica © Banhos de água quente, de
com a secagem da planta, não tem acção sedativa, [untando um ou
para os humanos nenhum atractivo es- dois litros de uma decocção de
pecial, pois lembra o cheiro do suor valeriana igual àquela que se
dos pés. Questão de gostos... prepara para as compressas.
A valeriana usa-se em terapêutica
desde o Renascimento, quando se des-
cobriu a sua propriedade de evitar os
ataques epilépticos.
Outros nomes: valeriana-menor, valeriana-
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: A cepa -silvestre, valeriana-selvagem, erva-dos-gatos.
e as raízes da valeriana contêm cerca
de 1 % de um óleo essencial com nu- Esp.: valeriana, valeriana oficinal, hierba de los
merosos componentes (terpeno.s, és- gatos. Fr.: valériane, herbe aux chats.
Ing.: ffragrantj valerian, English valerian.
teres de bornilo, etc.) e de 1 % a 5% de
valepotrialos, que são triésteres do áci- Habitat: Cresce nas orlas dos bosques, prados
do valei iânico. O óleo essencial tem húmidos e margens dos rios da Europa, para
acção anti espasmódica, e os valepo- desaparecer na região mediterrânea. Naturalizada
na América do Norte e na região mais meridional do
trialos, acção sedante. No entanto, o continente americano.
eleito terapêutico da valeriana deve-sc
à acção combinada de todos os seus Descrição: Pianta herbácea da família das Valerianáceas,
componentes, e não a algum em par- com caules erectos e estriados, que atingem de 0,5 a 2 m de
altura. As flores são pequenas, de cor rosada, e agrupam-se em
ticular, como alvas acontece com mui- ramalhetes terminais.
ta frequência em fitoterapia.
Partes utilizadas: a raiz e o rizoma.
A valeriana tem efeitos tranquili-
zantes, sedalivos, soporíferos (favore-
ce o sono), analgésicos (acalma a
dor), antiespasmódicos e anticonvul-
sivos. Produz uma sedação de todo 0
172
A valeriana tem um notável efeito equilibrador sobre o sistema nervoso vegetativo, quer seja ingerida em tisana quer
usada em banhos medicinais. Torna-se muito útil em caso de doenças psicossomáticas, nervosismo ou stress.
sistema nervoso central e vegetativo, • Distonias neurovegetatívas IO,©,0I: pode ajudar a reduzir a dose da mes-
diminuindo a ansiedade. Também di- ansiedade, neurose de angústia, neu- ma.
minui a pressão arterial. A sua acção é rastenia ou irritabilidade, dores de ca-
semelhante à dos fármacos tranquili- beça, palpitações, arritmias, hiper-
zantes maiores ou neurolépticos (fe- tensão arterial essencial (que não tem • Asma IO.0.01: Do mesmo modo que
notiazinas e derivados), mas não tem causa orgânica), tremores, neurose no caso da epilepsia, é mais eficaz na
nenhum dos correspondentes efeitos gástrica (nervos no estômago), cólon prevenção do que no tratamento do
tóxicos destes. As indicações da vale- irritável, e outras doenças psicosso- ataque agudo. A sua acção antiespas-
riana são as seguintes: máticas. móclica e sedativa evita o espasmo dos
brônquios que, juntamente com o
• Depressão nervosa e esgotamento edema da mucosa, é um dos factores
IO 0,01: causadores da asma.
173
Verbena
offtcinalis L. <El _«.
Preparação e emprego
Verbena
Usar a planta fresca, sempre
Alivia as enxaquecas que seja possível, pois o seu
e as nevralgias princípio activo, a verbenalina,
vai-se degradando paulatina-
mente com a secagem.
USO INTERNO
O Infusão: 15-20 g por litro de
água. Ingerem-se 2 ou 4 cháve-
O T E M P L O d e Júpiter, n o Olim-
p o , era purificado c o m água-
-de-verbena, pois esta planta
era considerada u m a panaceia, capa/,
de livrar de todos os males. D u r a n t e a
nas por dia.
© Decocção: 20 g por litro, du-
rante 10 minutos. Dose igual à
da infusão.
Idade Média, foi usada pelos encanta-
dores e adivinhos, c o m o erva mágica. USO EXTERNO
Antigamente era r e c o m e n d a d a c o m o ©Gargarejos: a mesma in-
afrodisíaca ( « a c e n d e os a m o r e s apa- fusão ou decocção, mas mais
gados»), e é possível q u e o seja até cer- concentrada (40-50 g por litro).
to p o n t o , / a c t u a l m e n t e já p o d e m o s O Inalações: Executam-se res-
c o n h e c e r as suas p r o p r i e d a d e s e ver- pirando directamente os vapores
dadeiras aplicações. de uma decocção de verbena
quente.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Con- ©Compressas quentes: Fa-
tém verbenalina, um glicósido q u e ac- zem-se com a infusão ou de-
tua sobre o sistema nervoso vegetativo, cocção concentrada e aplicam-
especialmente sobre o parassimpático, -se sobre as correspondentes
e x e r c e n d o u m a acção sedativa, anties- zonas doridas.
pasmódica, analgésica, digestiva e anti- O Cataplasmas: A planta cozi-
-inflamatória. Contém também tanino da, ou passada pela frigideira
e mucilagem, q u e a fazem adstringen- (refogada), e envolvida num
lenço de algodão.
174
As inalações com os vapores de uma decocção de
verbena sáo muito úteis em caso de sinusite.
te e emoliente. Por isso as suas apli- vorece a secreção da bílis (acção co-
cações são: lerética), pelo que se recomenda para
• Enxaquecas IO.0I: A sua acção an- as hepatopatias (doenças do fígado).
tiespasinódica sobre o sistema arterial A sua acção antiespasmódica também
evita que se produzam as crises cie dor se torna muito útil em caso de cálcu-
de cabeça, ou pelo menos diminui a los biliares.
sua intensidade. O tratamento destas
• Diurética IO,©l: Devido a ser ligei-
afecções é muito difícil e obiêm-se
ramente diurética, administra-se em
melhores resultados combinanclo-a
caso de cólica renal para acalmar a
com outras plantas. A verbena é isen-
dor e ajudar a eliminar as pedras. Pela
ta dos importantes eleitos secundá-
mesma razão se prescreve para o tra-
rios dos fármacos derivados da ergo-
tamento da obesidade e da celulite.
tamina. que habitualmente se empre-
gam para tratar as crises de enxaque- • Afecções da garganta IOI: Muito re-
ca. comendável em diversas afecções das
• Dores reumáticas, nevralgias, ciáti- vias respiratórias superiores, como fa-
ca: Aplica-sc tanto em uso interno (in- ringite, amigdalite e laringite, e infla-
fusão IOI ou decocção IOI), como ex- mações da garganta cm geral. Aplica-
terno (compressas l©l ou cataplasmas -se em gargarejos e em cataplasmas
101). 101. e também em infusão IOI.
• Transtornos digestivos: A sua acção • Sinusite: Kmprcga-sc para o trata-
eupéptica favorece a digestão. Pode- mento desta incómoda perturbação,
-se usar contra as diarreias e cólicas in- graças à sua acção anti-inflamatória e A verbena é m u i t o eficaz em
testinais, devido às suas propriedades t o d o o tipo de dores de cabeça,
adstringente. Aplica-se tanto por via tanto ingerida por via oral, como
adstringentes. oral IOI como em inalações IOI e em nas suas diversas aplicações ex-
• Descongestiona o fígado IO,91: Fa- compressas quentes sobre o rosto 101 ternas.
PLANTAS EXCITANTES
UIÁRIO DO CAPÍTULO l
E
POSSÍVEL que algumas pessoas
se surpreendam tom o lado de se
incluíram plantas de acção exci-
lante sobre o sistema nervoso,
Alternativas no café 177 normalmente qualificadas como drogas,
Alternativas ao chá 777 numa obra sobre plantas medicinais.
176
A SAÚDE P E L A S P L A N T A S M E D I C I N A I S
2 " Parte: D e s c r i ç ã o
ALTERNATIVAS AO CAFÉ CARVALHO 208 Adstringente, nutritivo Infusão de bolotas torradas e moídas
As infusões destas plantas são isentas DENTE-DE- oq 7 Aperitivo.Melhora as funções
de cafeína e têm um aroma agradável, Infusão de raízes torradas
-LEAO da vesícula biliar e o fígado
além de propriedades medicinais.
rnWK« fl AAO Digestiva, melhora a digestão, Infusão de raízes secas,
omcomA <wu descongestiona o fígado torradas e moídas
Sucedâneo do café. Infusão de sementes torradas
FEDEGOSO 630
Desinflama a próstata e moídas
CHÁ-DE-NOVA-
ALTERNATIVAS AO CHÁ -JERSEY
191 Útil em catarros bronquiais Decocçâo de casca e/ou folhas
Estas plantas substituem com vanta-
gem o clássico chá, pois, além de se- ?.. Fluidifica as secreções bronquiais
VIOLETA Infusão de flores
rem aromáticas e medicinais, são isen- e acalma a tosse. Aromática.
tas de cafeína ou teina. Muitas outras DRIAS 451 Aperitiva e digestiva Infusão de folhas
infusões de plantas podem substituir o
chá: por exemplo, as de hortelã-pi- JASÓNIA 456 Digestiva e tonificante Infusão
menta com orégãos, ou a de erva-
-cidreira com camomila. 7fiQ Tonificante, estimula as faculdades
TOMILHO /Dy
intelectuais Infusão concentrada
WiL.
• gastrite e colite crónicas.
No caso das plainas que contêm os alca-
*v\«
lóides nicotina ou cocaína, como o tabaco
ou a coca, as consequências do seu uso ha-
bitual são mais graves e evidentes, espe-
seja, a necessidade dç continuar a tomá-
cialmente no caso da coca. A deterioração
-las. Como acontece com outras drogas, a
de certas funções orgânicas, como as do
princípio a pessoa toma-as para se sentir
sistema nervoso e cardiovascular, é pro-
melhor, e depois tem de as tomar para não
gressiva, inevitável e. na maior parte dos
se sentir mal. Por isso, cremos que é pre-
casos, irreversível. A atrofia cerebral dos
ferível substituir o seu consumo pelo de
dependentes fia cocaína, ou a bronquite
outras plainas que não gerem dependên-
crónica dos fumadores, são um exemplo
cia, que proporcionem um estímulo suave
disso.
e fisiológico, sem riscos tóxicos, e cujo con-
sumo seja igualmente agradável. Além das
Procurando alternativas saudáveis alternativas ao cale e ao chá que se indi-
As plantas excitantes que descrevemos cam nesta página, convém ter em conta as
nas páginas seguintes têm iodas elas a ca- plantas tonificantes que se recomendam
pacidade di' produzir dependência, ou para o esgotamento e a astenia (pág. 1-10).
1/
Coffea arábica L
.
Cafeeiro
Preparação e emprego
Excita, mas não
alimenta
USO INTERNO
O Infusão dos grãos verdes ou
torrados.
178
H3C - N -c =o
1 1
o~c C -N
1 II
H3C-N - c -/v
Fórmula química da cafeína ou trimetil-
xantina, alcalóide principal do grão de
café.
-N-C=0
H3C-N -C D u r a n t e o processo de
1 1 torrefacção, as sementes
o=c C NH do cafeeiro sofrem um
processo de oxidação
1 II }CH em que se produz, entre
H3C -N -c N outras coisas, uma
essência de acção irri-
Fórmula química da teofilina, outra me- t a n t e sobre o t u b o di-
tilxantina semelhante ã cafeína. gestivo.
179
Erythroxylon
coca Lam. VI 0 J .
Preparação e emprego
Coca
Droga excitante... e USO EXTERNO
fármaco insubstituível Os derivados da cocaína, que
na anestesia se usam para a anestesia lo-
cal, infiltram-se sob a pele com
a ajuda de uma agulha hipo-
dérmica. Estes derivados semi-
-sintéticos estão isentos, nas do-
ses utilizadas, dos efeitos exci-
tantes da cocaína.
S
EGUNDO uma antiga lenda
inca. foi Manco Capar, o Filho
do Sol c fundador do império
dos Incas, quem deu as folhas de coca
aos humanos como um remédio divi-
no paia consolai' os aflitos, dar forças
ao cansado c saciar os famintos.
Quando Francisco Pizarro chegou ao
que é hoje o Peru, no começo do sé-
culo XVI, encontrou estabelecido en-
tre os Incas o costume de mascar Fo-
lhas de coca.
Os colonizadores europeus desco-
briram logo que se tornava rendoso
dar folhas de coca aos indígenas do
Novo Mundo, porque lhes tirava a
sensação de fadiga e, além disso, fazia
desaparecer a fome. Curiosamente,
Outros nomes:
ainda hoje a coca continua a ser ob-
jecto de enriquecimento económico Esp.: coca. Fr.: coca. Ing.: coca.
para uns poucos, os traficantes de nar- Habitat: Cresce
cóticos, ao custo da saúde de alguns, espontaneamente nas montanhas
andinas do Peru e da Bolívia, entre
os viciados na cocaína. os 500 e os 1800 m de altitude.
Cultivada na América do Sul e no
Sudeste Asiático.
Descrição: Arbusto da família das
Lináceas, que pode ter até 2mde altura.
As folhas sâo perenes, lanceoladas ou ovaladas.
com pectolo curto, sem pêlos. As fíores, pequenas,
nascem nas axilas das folhas, e são de cor branca
ÇOOCH, ou amarelada. O fruto é uma drupa vermelha com
uma semente.
Partes utilizadas: as folhas.
180
Mas a coca tem duas faces: A coca- Os anestésicos locais
ína é um fármaco insubstituível nu me- derivados da cocaína
encontram-se isentos,
dicina. Dela derivam os anestésicos lo- nas doses terapêuticas,
cais, graças aos quais milhões de pes- dos efeitos tóxicos da
soas em todo o mundo recebem dia- mesma. A odontologia
riamente tratamento odontológico, e a cirurgia não seriam
ou se submetem a intervenções cirúr- possíveis, tal como as
gicas, sem dor. Quanto bem podem conhecemos
actualmente, sem a
fazer as plantas como a coca, quando ajuda destes fármacos.
se usam correctamente! A cocaína, pelo
contrário, não possui
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Na fo- nenhuma aplicação
terapêutica e,
lha de coca encontram-se diversos al- j u n t a m e n t e com o
calóides, entre os quais predomina a álcool, o tabaco e a
cocaína; uma essência aromática; ta- heroína, constitui o
ninos; hetcrosidos; e diversas substân- grupo de substâncias
cias inactivas, como o oxalato de cál- usuais mais nocivas
cio. para a saúde da
humanidade.
A COCAÍNA é o princípio activo a
que se devem os seus efeitos, entre os
quais há a destacar:
• Sobre o sistema nervoso: Produz
uma acentuada excitação, com au-
mento da actividade intelectual, faci-
lidade de palavra, euforia e aumento
da força muscular. Se a dose for au-
mentada, produzem-se tremuras, ner-
vosismo e até convulsões.
Após a fase de excitação, quando
desaparece o efeito, sobrevêm outra
fase de depressão com esgotamento e
abatimento, que induz a ingerir nova que se produz quando se viaja por sí- a cirurgia sem dor. Também se usa
dose. Está provado que, a seguir ao tios de grande altitude. Também se para infiltrar articulações, tecidos e
consumo de cocaína, aumenta a eli- empregam para acalmar as dores de nervos afectados de processos dolo-
minação de ureia, devido ao consumo garganta e de estômago, devido ao rosos.
e à degradação das próprias proteínas seu efeito anestésico local. Podem ser
do organismo. O estímulo que pro- úteis num dado momento, se bem
duz é obtido à custa de um empobre- que seja melhor prescindir delas e usar
cimento e esgotamento físico, não re- outros remédios menos tóxicos.
cebendo o corpo os nutrientes neces- Como acontece com outras drogas,
Precauções
sários para compensar o esforço rea- os efeitos tóxicos da coca são menores
lizado. na substância natural, e vão-se inten-
• Sobre o aparelho circulatório pro- sificando à medida que se refina ou A cocaína, o princípio activo das fo-
processa quimicamente. Apesar de lhas da coca, é uma das plantas com
duzem-se, com doses médias, taqui-
tudo, os mascadores de folhas de coca maior capacidade de criar depen-
cardia e hipertensão; com doses ele-
também sofrem de esgotamento físi- dência que se conhecem. Além dis-
vadas, arritmias, síncope, podendo-se
co, alterações nervosas e velhice pre- so, o seu uso continuado causa
inclusivamente chegar até à paragem uma rápida deterioração do orga-
cardíaca. matura, ainda que não sejam tão afec-
tados como os dependentes da cocaí- nismo, e especialmente do sistema
na. nervoso, com lesões permanentes
• Sobre a parte sexual, produz alte- e irreversíveis.
rações na libido e impotência (acção A verdadeira e grande aplicação da O uso habitual das folhas de coca
anafrodisíaca). cocaína é como anestésico local, em- produz os mesmos efeitos, embora
bora hoje se usem mais os seus deri- talvez não com tanta rapidez, pelo
As folhas de coca empregam-se
vados como, por exemplo, a procaína. que são igualmente desaconselhá-
como remédio popular nas regiões
andinas da América do Sul, para com- Injectada debaixo da pele ou das veis.
bater o mal da montanha e a fadiga mucosas, insensibiliza-as, permitindo
181
uayensls St.
Ilexpamgua]
HW.
2J 0 3 •
Mate Preparação e emprego
Excitante semelhante
ao café USO INTERNO
O Infusão com 20-40 g de fo-
lhas por litro de água. Não se de-
USO EXTERNO
@ Compressas: Na medicina
modo que a sua composição química popular, usam-se embebidas
e os seus efeitos. na infusão para lavar feridas
Os sul-americanos tomam o mate infectadas e no tratamento de
tostando ligeiramente as suas folhas, queimaduras.
colocando-as numa casca de cabaça
OU de coco, e despejando sobre elas
água quente. Acrescentam-lhe bas-
tante actuar. Tradicionalmente soi-
vem-no por meio de uma cânula ter-
minada numa esfera com fulinhos,
Precauções
que serve de coador. Este utensílio
tem o nome de "bombilba".
O mate não se deve usar de
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: As fo- forma continuada, nem sequer
lhas contêm cafeína (19o a 1,5%; o como medicamento, pois que o
café contém até 2%), teobromina seu conteúdo em cafeína cria
(outra xaniina excitante que também dependência (necessidade de
se encontra no cacau, pág. fj'.)7). tani- continuar a tomá-lo) e tolerân-
nos e ácido clorogénico. cia (necessidade de aumentar
a dose), como acontece com
!•'. um excitante nervoso e muscitlar,
qualquer outra droga que vicie.
ainda que de efeitos não tão assinala-
dos como os do café (pág. 178). C) seu O uso do mate é contra-indi-
consumo habitual produz, dependên- cado nos seguintes casos: úl-
cera gastroduodenal, gastrite,
cia (necessidade de continuara con-
pirose (acidez do estômago),
sumi-lo), assim como efeitos lóxicos nervosismo, hipertensão, car-
sobre o sistema nervoso (irritação). o diopatias, arritmias, gota, gravi-
coração (palpitações, taquicardias) e dez (diminui o crescimento do
o aparelho digestivo (gastrite e pre- feto) e lactação (a cafeína pas-
disposição para a úlcera gastroduode- sa para o leite).
nal).
Como planta medicinal pode ad-
ministrar-se, no falto cie outros remedias Sinonímia científica: llex paraguensis D. Don.
menos tóxicos, em caso de cefaleia Outros nomes: erva-mate, chá-mate, caúna. Brasil: congonha,
(dor de cabeça), congestão cerebral congonha-verdadeira.
pelo calor (insolação), e lipotimia ou Esp.: mate, yerba mate, té dei Paraguay. Fr.: mate.
desmaio IOI. l")cve-se ter sempre em Ing.: Paraguayan tea.
conta que o alívio que o mate oferece Habitat: Cresce em estado silvestre na Argentina, Chile, Peru e
ê sintomático (não cura a causa), e que Brasil, e cultlva-se sobretudo no Paraguai. Pouco conhecido fora da América do Sul.
o seu consumo habitual produz efei- Descrição: Pequena árvore ou arbusto da família das Aquifolíáceas, que pode atingir
tos tóxicos. 5 m de altura. As suas folhas são ovaladas, perenes, coriãceas e de cor verde
pardacenta.
Em uso exerno, o inale aplica-se em
compressas l@) pela sua acção anti- Partes utilizadas: as folhas.
-septiea e cicatrizante.
182
Nkxtiana
tabacumL.
3 51 LI LI
Tabaco
Uma planta tão
atraente... como tóxica
183
tratamento contra as doenças pulmo-
nares.
Muito poucos se davam conta, na-
quela época, chi toxicidade do tabaco.
Uma das primeiras vozes que .se le-
vantou para chamar a atenção sobre
OS perigos do tabaco foi Ellcn G. Whi-
te, prestigiada escritora e educadora,
que disse em 1875: «O tabaco é um
veneno lento e insidioso, e os seus
Fórmula química da nicoti-
efeitos são mais difíceis de eliminar na, alcalóide responsável pe-
do organismo do que os do álcool.» los efeitos do tabaco sobre
Hoje sabe-se bem como se torna difí- os sistemas nervoso e car-
cil deixar de fumar, tanto pela de- diovascular. A maior parte
pendência física que o tabaco pro- dos efeitos irritantes do ta-
baco sobre o aparelho respi-
duz, como pela dependência psicoló- ratório deve-se aos alcatrões
gica. do f u m o que se inala ao fu-
mar.
Até meados do século XX, os cien-
tistas não tinham mostrado plena-
mente os efeitos cancerígenos do ta-
baco, mas na segunda metade deste
século multiplicaram-se as investi-
gações sobre os eleitos nocivos desta
planta. Todos os anos se publicam O tabaco é uma planta
centenas de novos estudos mostran- m u i t o atraente, mas ve-
do a sua nocividade sobre o aparelho nenosa. O seu uso, se-
g u n d o a OMS, é a princi-
respiratório, o coração, as artérias, o pal causa evitável de má
esófago, o pâncreas e outros órgãos. saúde em todo o m u n d o .
O tabaco transformou-se na droga
que mais gastos, mais doenças e mais pressão, sobre o sistema nervoso cen- deídos, monóxido de carbono, e cer-
mortes causa em lodo o mundo; mui- tral e sobre todos os gânglios do siste- ca de mais 30 substâncias (<>xicas; ne-
to mais, inclusivamente, que as dro- ma nervoso vegetativo. Estimula a des- nhuma substância medicinal, nenhu-
gas ilegais como a heroína e a cocaí- carga de adrenalina pela medula das ma vitamina, nenhum elemento nu-
na. glândulas supra-renais, o que se tra- triente.
A União Europeia criou o progra- duz por vasoconstrição, taquicardia,
hipertensão e excitação. A intoxicação crónica pelo tabaco
ma preventivo "Europa contra o can- produz, estomattte (inflamação da
cro", cujo primeiro ponto é: "Não Doses elevadas pmchi/.vm suor frio, boca), bronquite crónica, palpi-
fume". Calcula-se que, se os habitan- tremura, vómitos, palpitações e trans- tações, angina de peito, hipertensão,
tes da Europa deixassem de fumar, se tornos cardíacos. falta de apetite e impotência sexual,
reduziria paia metade o número de A nicotina é um veneno muito for- entre muitos outros transtornos.
mortes por eanero. te. Os índios americanos usavam o Como qualquer outra droga, causa
O tabaco não leni nenhuma virtude sumo das folhas de tabaco para enve- fundamentalmente:
medicinal. Citamo-lo aqui pela sua nenar a ponta das suas Mechas.
importância social e sanitária como • Dependência física e psíquica: Ne-
Uma gota de nicotina colocada na cessidade de continuar a consumi-lo
droga tóxica. língua de um cão grande causa-lhe a para não se sentir pior.
A composição das folhas de tabaco morte em breves instantes. A dose
é muito complexa: lípidos, hidrocar- mortal para o ser humano é de 50-60 • Tolerância: Necessidade de aumen-
bonetos, gomas, açúcares, dois hete- mg, que é a quantidade contida em tar a dose progressivamente, para ob-
rosidos (labaciua e tabaciclina), quer» dois charutos médios. Felizmente, ter os mesmos efeitos.
citina, ácidos nicotínicos e clorogéni- quando se fuma, absorve-se unica- A desabituação do tabaco exige um
cos, uma essência e vários alcalóides, mente 10% da nicotina, e o organis- tratamento amplo, tanto médico
entre os quais se destaca a nicotina mo "aprende" a eliminá-la, embora á como psicológico, como o conhecido
( 1 % a 3%), cuja fórmula química é custa de sofrer os seus efeitos tóxicos. Plano de Cinco Dias paia Deixai de
CIOHMNS. Fumar, organizado com o apoio da re-
O fumo do tabaco contém, além
A nicotina produz uma estimu- de nicotina, alcatrões de acção irri- vista Saúde e Lar e da Associação In-
lação transitória, e depois uma de- tante e cancerígena, assim como al- ternacional de Temperança.
184
Thea sinensls L
a*LW
Chá
Excita e causa
prisão de ventre
18£
PLANTAS PARA A BOCA
SI IARIO DO CAPITULO
A
ÍMPORTANCIA da boca para a
J saúde deriva dos factos funda'
mentalmente relacionados coin
D O E N Ç A S E APLICAÇÕES n sua anatomia c fisiologia:
Abcesso dentário, l.Na boca realiza-sc a mastigação, primei*
ver Piei mão dentário 188 ia fase do processo digestivo. A função
Aftas 187 das peças dentárias é decisiva para uma
Boca, inflamação, ver E&tomaliU . . . . 189 boa mastigação e digestão.
Boca, mau hálito 187
Boca. mau sabor de 187 2.A cavidade bucal contém uma grande
Boca, ulcerações, ver Aftas 187 quantidade e variedade de germes, ao
As plantas medicinais
podem contribuir de modo Dentes, fkimâo 188 ponto de ser unia das partes do corpo
muito positivo para a Dentes, dor de 188 onde existem mais micróbios. Estes mi-
higiene bucal. Dentes, erupção 187 crorganismos podem causar infecções
Dor de dentes 188 graves e estados tóxicos que se repercu-
Erupção dentária 187 tem sobre iodo o organismo.
Estomatite, plantas para a 189 A cavidade bucal, como todo o resto du
Flehnão dentário 188 tubo digestivo, está revestida em lodo o seu
Gengivas, transtornos, ver Piorreia, interior por uma camada de células cha-
gengivite e parodontose 188 mada mucosa. A inflamação da boca. e es-
Gengnrite 188 pecificamente dessa mucosa que a reveste,
dietas do lábio 187 tem o nome de estomatite. Etimologica-
Lábios, gretas 187 mente, este termo vem do grego sloma, que
Mau sabor de boca 187 quer dizer boca' (e não 'estômago*). \la-
Parodontose 188 llifesta-se por um enrubescimento da mu-
Piorreia, gengivite e parodontose . , . 188 cosa bucal, acompanhado por vezes de ul-
Plantas para a estomatite 189 cerações ou afias. Afecta sobretudo as gen-
givas, a ponta da língua e a face interior das
PLANTAS bochechas.
AlíMcegueira = Pisuhia 197 As causas mais frequentes da estomatite
Alteia' 190 são: irritantes químicos como o tabaco e as
Bistorta 198 bebidas alcoólicas, ingestão de alimentos
Ceanoto = Cká-de-nova-jersey I<>1 demasiado quentes, certos medicamentos
Chá-cle-nova-jersey 191 (especialmente os antibióticos), próteses
Cravinho 192 dentais mal ajustadas, e uma higiene bucal
Mahaisto = Alteia 190 deficiente.
Pistácia 197
Raíânia 196 Os bochechos com plantas medicinais
Sanammda 194 podem contribuir significativamente para
Vibumo 199 o tratamento, C sobretudo para a prevenção
da estomatite, da gengivite, da piorreia e
outras afecções bucais.
186
A SAÚDE P E L A S P L A N T A S M E D I C I N A I S
P a r t e D e s c r i ç ã o
I
Planta Pág. Acção Uso
AFTAS CHA-DE-NOVA-
São umas pequenas ulcerações, muito -JERSEY
191 Suaviza a mucosa bucal Bochechos com a decocçao
dolorosas, que tendem a curar-se es-
pontaneamente passados alguns dias. AGRIMÒNIA 205 Adstringente e anti-inflamatória Bochechos com a decocçao
As suas causas podem ser muito varia-
das, embora não seja Bochechos com a infusão
fácil determiná-las: in- SERPÃO 338 Anti-séptico (desinfectante)
concentrada
fecções víricas, aler-
gias alimentares,
carências de vitami- Gargarejos ou bochechos
DRIAS 451 Desinflama a mucosa bucal
nas do grupo B ou com a infusão
de ferro, entre ou-
tras. CINCO-EM-RAMA 520 Adstringente, anti-séptica e cicatrizante Bochechos com a decocçao
Os bochechos com
plantas adstringen- Bochechos com a decocçao
SILVA 541 Adstringente e hemostática
tes (secam as mu- de folhas e brotos
cosas), anti-sépti-
cas e cicatrizan- SALVA 638 Adstringente e anti-séptica Bochechos com a decocçao
tes, podem ser de
utilidade. Gargarejos ou bochechos
URUCU 700 Cicatrizante e suavizante
com a infusão de folhas
MAU SABOR DE BOCA ritMÀom -380. Combate a auto-intoxicação Infusão, sumo ou extractos
Pode associar-se ou não ao mau hálito I-UMAHIA joy p o r pUtrefacção intestinal
(halitose). Costuma estar relacionado
com o mau funcionamento da vesícula Facilita o esvaziamento da vesícula
biliar ou com fermentações intestinais.
BOLDO 390 e a digestão Infusão de folhas ou extractos
Recomendam-se as plantas colagogas
e digestivas, especialmente estas qua- Van
tro que citamos. Mu» 426 e fermentações
l'&2ãS£&£&'*
intestinais «*.«*«:«#, d. «*
M.LEFòL.0 691 gggjgj diminui a s fermentações ||lfusào d e sumJda(Jes f|orJdas
ERUPÇÃO DENTÁRIA ALTEIA 190 Amolece as gengivas A raiz limpa dada a mastigar
Quando saem os dentes aos lactentes, e facilita a saída dos dentes aos lactentes
as gengivas sofrem um leve processo
inflamatório, cujos transtornos podem
aliviar-se com estas plantas.
Esfregar as gengivas com a infusão
AÇAFRÃO 448 Alivia os transtornos da dentição
concentrada de filamentos de açafrão
187
C a p . 1 0 : P L A N T A S PARA A BOCA
DOR DE DENTES
A$ plantas medicinais podem exercer DORMIDEIRA 164 Analgésica e estupefaciente Bochechos com a infusão de cápsulas
um efeito analgésico local, aplicadas
em bochechos. Desta forma se evitam
os efeitos indesejáveis dos analgésicos Aplicar um fragmento de cravinho ou
de uso interno (ingeridos, injectados, CRAVINHO 192 Anti-séptico bucal e analgésico
uma gota de essência no dente dorido
etc.}. Em nenhum caso se deve relegar
o tratamento de fundo da infecção
dentária, causadora da dor. SANAMUNDA 194 Desinflama e desinfecta a mucosa
bucal, acalma a dor de dentes
Bochechos com a infusão
FLEIMÃO DENTÁRIO
Além do tratamento antibiótico, po-
dem-se aplicar cataplasmas de figos ou
de outras plantas (ver "Abcessos", cap.
27) para acelerar a maturação do Favorece o amadurecimento dos Cataplasmas de figos frescos
FIGUEIRA 708
fleimão ou abcesso. abcessos e a cicatrização das feridas ou secos postos de molho
PIORREIA, GENGIVITE SANAMUNDA 194 Anti-séptica e analgésica bucal Bochechos com a infusão
E PARODONTOSE
Do ponto de vista etimológico, piorreia «„,„,. IQC Adstringente (seca as mucosas)
quer dizer 'derrame de pus', embora se Bochechos com a decocção de casca
RATANIA 196 e a n M a m a t o r i a
aplique especificamente à saída de pus
das gengivas. Os dentes ficam soltos e
caem. Almécega (resina) mastigada ou em
A gengivite é a inflamação das gengi- Dl„i/U1 ia-, Anti-sépticaeanti-inflamatória.
dentffricos, bochechos com
vas, frequentemente causada pela pior- PISTACIA ia/ p e r f u m a Q há|jt0
a decocção de folhas e caules tenros
reia.
A parodontose é um termo mais am-
plo, que inclui todas as afecções capa- Bisic RTA 19Ã Adstringente, fortalece as gengivas Bochechos com a decocção
zes de alterar a fixação dos dentes ao débeis e sangrantes de rizoma triturado
osso, das quais a mais frequente é a
piorreia.
r«ow«, u« oriR Adstringente e anti-inflamatório. Bochechos com a decocção
Estas afecções requerem um trata- CARVALHO im Li m p a as g e n g j v a s
mento odontológico especializado.
Os bochechos com estas plantas ser-
vem como complemento higiénico 502 P°deroso absorvente (retém partículas Carvão da madeira aplicado sobre
deste tratamento. FAIA
em dissolução), limpa as gengivas as gengivas à maneira de dentífrico
188
A SAÚOE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S
D e s c r i ç ã o
I
' • - 1
\v
Cravinho
Planta Página
Alcaçus 308
Amieiro 487
Bistorta 198
Carvalho 208
Castanheiro 495
Chá-de-nova-jersey 191
Consolda-maior 732
Cravinho 192
D ri as 451
Epilóbio 501
Erva-de-são-roberto 137
Framboeseiro 765
Goiabeira 522
Hidraste 207
Morangueiro 575
Murta 317
Nogueira 505
Quina 752
Ratânia 196
Roseira 635
Sabugueiro 767
Sanamunda 194
Silva 541
Tanchagem 325
Tormentila 519 |
Violeta 344
189
Aithaea offícinalis L.
Ol JL P A u
Preparação e emprego
Alteia
USO INTERNO
A
SEME1 ,1IANÇA da sua paren- da Europa. Cultivada como planta
te, a malva, a alicia, q u e lam- medicinai na Europa e América.
b e m se c h a m a malvaísco, é Descrição: Plania vivaz, vilosa, da
ioda doçura e suavidade. Até as suas família das Malvâceas, que pode atingir
folhas são d e l i c a d a m e n t e aveludadas até 2 m de altura. As folhas são grandes
e aveludadas, e as flores são brancas
com uma fina p e n u g e m . Dioscórides com 5 pétalas.
já a recomendava no .século I d . C , e
Partes utilizadas: a raiz, as flores e as
desde e n t ã o tem sido utilizada em to- folhas.
das as épocas.
190
Ceanothus
amerlcanus L
A
Preparação e emprego
O CHAMADO chá-de-nova-jer-
sey, ou ceanoto, é um dos re-
médios vegetais usados pelos
índios da América do Noite desde
tempos imemoriais. Perfeitamente in-
Tem folhas ovais, terminadas em
ponta e finamente dentadas. As
flores são pequenas, brancas ou
azuladas e nascem das axilas das
folhas.
tegrados no seu ambicnic. aqueles Partes utilizadas: a casca da raiz.
primitivos povoadores já tinham des-
coberto as virtudes desta planta, que
hoje estão confirmadas pela moderna
investigação científica. As suas folhas
utilizaram-se em substituição do chá,
durante a guerra da independência
norte-americana.
191
Eugenia caryophyllata
Thunb.
m
Cravinho
Estimulante,
desinfectante e
analgésico
J£ Preparação e emprego
192
Um fragmento de cravinho,
ou uma gota da sua
essência, pode acalmar
rapidamente a dor de
dentes. Em aplicação local, a
essência de cravinho é um
realizar a sua viagem por mar foi a deu-se por todas as regiões tropicais excelente anti-séptico.
procura da rota mais curta para os pa- conhecidas. Ingerido por via oral, em
íses produtores de especiarias, entre infusão, o cravinho é
elas o cravinho. estimulante, aperitivo e
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS flo- carminativo.
As especiarias tropicais eram mui- res do cravinho contêm 15%-20% de
to apreciadas na Europa; mas talvez, o essência, constituída na sua maior
cravinho se destacasse entre todas de- parte por eugenol, juntamente com
vido a que, segundo a teoria dos sinais pequenas quantidades de acetileuge-
(ver pág. 118), era considerado um nol, carioFileno e metilamilcetona. A
poderoso afrodisíaco. Os ervanários c esta essência se deve o seu aroma, as-
os boticários da baixa Idade Média e sim como as suas propriedades:
do Renascimento viam no cravinho a
representação de um pénis em • Anti-séptico e analgésico bucal: A
erecção, com os testículos na sua essência de cravinho, que se usa em
base. Portanto, supunha-se que ac- forma de óleo, entra na composição
tuava sobre os órgãos genitais. de pastas dentífricas, elixires de uso
oral e perfumes. O seu poder anti-
Saberia isto Colombo, antes de ru-
-séptico é três vezes superior ao do le-
mar a poente com as suas caravelas? E
nol. Muito recomendável no caso de
bem provável que sim. De qualquer
estomatite (inflamação das mucosas
modo, o descobridor não chegou a
da boca) ou gengivite (inflamação
encontrar a terra onde se produziam CH2 -CH = CH2
das gengivas) IOI. Aplicada localmente,
os cravinhos. Foi a expedição de
pode acalmar temporariamente a dor
Fernão de Magalhães, navegador por-
de um dente cariado 101.
tuguês, e do espanhol Juan Sebastião
Elcano, a primeira a dar a volta ao • Estimulante (0,0,01 geral do orga-
mundo, que, em 1520, arribou às nismo, embora muito mais suave do 0-CH3
ilhas Molucas, nas proximidades da
que 0 café.
China. Ali embarcaram cravinho e
trouxeram-no para a Península como • Aperitivo (0,0,01 (aumenta o apeti- OH
um apreciado tesouro. A partir de te) e carminativo (elimina os gases in- Fórmula química do eugenol, principal
então, a cultura do cravinho esten- testinais). constituinte da essência de cravinho.
193
Geum urbanum L.
Preparação e emprego
Sanamunda
Cura as gengivas USO INTERNO
e tonifica a digestão O Infusão com 40-60 g de rizoma,
raiz ou folhas secas trituradas, por ca-
da litro de água. Tomam-se até 4 chá-
venas diárias. Não convém adoçar,
para aumentar assim o seu efeito.
USO EXTERNO
A mesma infusão que se usa inter-
namente aplica-se em:
194
á
Os bochechos e gargarejos
com infusão de sanamunda
constituem um bom denti-
frico natural. Não só podem
curar como também preve-
r nir a piorreia, as aftas e o
mau hálito.
'•1
195
Kmmerta triandra
Ruiz-Pav. 01 P 9 • 9
Preparação e emprego
Ratânia
Poderoso adstringente USO INTERNO
e anti-inflamatório O Pó de raiz: Uma colherzinha das
cie café, 3 vezes ao dia.
O Decocção de 20 g de casca por li-
tro de água. Ingerem-se diariamente
3 chávenas.
© Extracto fluido: Administram-se
de 10 a 20 gotas, 3 vezes ao dia.
USO EXTERNO
O Decocção com 30-40 g de casca
por litro de água, com a qual se fazem
gargarejos, banhos de assento, irri-
gações vaginais e compressas.
196
PlstadalentíscusL
Pistácia
Fixa os dentes e
perfuma o hálito
A ALMECEGA ou mástique é a
resina que exsudam os caules
da pistácia quando se lhes la/,
uma incisão superficial. Dioscóridcs já
a recomendava no primeiro século da
Outros nomes:
almecegueira, aroeira, aroeiro. lentisco.
Esp.: lentisco, almácigo, charneca.
Fr.: [pistachier], lentisque. Ing.: mastic
nossa era, com o fim de «apertar as
gengivas afrouxadas» e para combater
tree, lentisk [pistachej, lentiscus.
Habitat: Originário das ilhas gregas, e
U> Preparação e emprego
o mau hálito. Actualmente faz parte espalhado por toda a região
de numerosos dentífricos e preparados mediterrânea. Cria-se em terrenos
farmacêuticos. secos, entre alfarrobeiras ou azinheiras.
Descrição: Arbusto da família das USO EXTERNO
Anacardiáceas, que pode atingir até um
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: A AL- metro de altura. As folhas, que se O A almécega, mastigada ou em
MÉCEGA contém ácido mastíctico, conservam verdes durante todo o ano, pastas dentífricas.
masticina e essência rica em pineno. são coriáceas e glabras (sem pêlos). O © Bochechos com uma decocção
Quando se mastiga Eòrma uma massa fruto è uma baga, vermelha ou negra, do
de folhas e caules tenros (100 g por
mole como a cera, que adere aos den- tamanho de uma ervilha.
litro de água), até 5 vezes por dia.
tes. Pela sua acção anti-inflamatória e Partes utilizadas: a resina e as folhas.
anti-séptica, combate a piorreia e a
gengivite (inflamação das gengivas)
IO). Torna-se útil no tratamento da pa-
rodontose (inflamação e degene-
rescência dos tecidos de fixação do
dente) MM, que é a primeira causa da
perda de peças dentárias no mundo.
Perfuma o hálito, produzindo uma
sensação de frescura e limpeza.
Tanto a resina da
pistácia (almécega),
As FOLHAS e CAULES tenros contêm como a decocção
uma menor quantidade de princípios das suas folhas e
activos, mas em compensação pos- caules, constituem
um dentifrico
suem mais tanino. Utilizam-se do mes-
natural m u i t o útil
mo modo que a almécega, em boche- contra a piorreia e a
chos feitos com a sua decocção l@l, inflamação das
para desinflamar e fortalecer a den- gengivas.
tadura.
197
Polygonum
blstortum L ai r. si 9. J a
Preparação e emprego
Bistorta
Um potente USO INTERNO
USO EXTERNO
@ Bochechos: Fazem-se com o lí-
quido resultante da maceração de 60-
-100 g de rizoma triturado, num litro
de água durante 4 horas.
© Irrigações vaginais: Fazem-se
com uma decocção de rizoma com
198
Vibumum lantana L
í\
Viburno
Desinflama as gengivas
Preparação e emprego
Precauções
USO EXTERNO
O Bochechos e gargarejos com
uma decocção de 20 g de bagas bem
O viburno emprega-se exclusiva- maduras (pretas) e 2 ou 3 folhas de
mente em uso externo. viburno por litro de água, 3-4 vezes
As bagas não devem ser ingeridas, ao dia.
pois produzem vómitos e diarreias.
199
PLANTAS PARA
A GARGANTA. NARIZ E OUVIDOS
O
bUMARlO DO Cí .0
A
GARGANTA, o nariz e os ouvi-
J dos constituem uma unidade
anatómica e fisiológica, pois io-
DOENÇAS E APLICAÇÕES dos estes órgãos comunicam en-
tre si, e a camada mucosa que lhes reveste
Afonia 203
Amigdalite e faringite 201
o interior é contínua, sem transição entre
uns e outros. Ciada ouvido comunica com
Ardor na garganta,
a laringe através de um fino canal chama-
ver Garganta, irritação 201
do trompa de Eustáquio.
BêqtàttB, plantas,
ver Garganta, irritação 201
Dor do ouvido (legenda de foto) 204 Quando nos referimos ã garganta, in-
Epistaxe, ver Nariz, hemorragia 203 cluímos também a laringe e as amígdalas
Faringite 201 (anginas), assim como a laringe, no inte-
Garganta, ardor, rior da qual se produz a voz.
ver Garganta, irritação 201
Garganta, infecção, Formando uma unidade funcional com
ver Amigdalite e faringite 201 as fossas nasais e em comunicação com
Garganta, irritação 201 elas, estão os seios paranasais, que são ca-
Gargarejos, plantas para 204 vidades abertas na espessura dos ossos do
Hemorragia nasal, rosto. A inflamação destas cavidades é co-
ver Nariz, hemorragia 203 nhecida como sinusite.
Irritação da garganta 201
Laringite 202 As amígdalas e os seios paranasais são lu-
Nariz, hemorragia 203 gares especialmente propensos a ser colo-
Nariz, inflamação, ver Rinite 203 nizados por germes patogénicos, que neles
Ouvido, dor (legenda de foto) 204 se instalam, constituindo assim focos de in-
Plantas para gargarejos 204 fecção de onde se lançam toxinas para o
Rinite 203 sangue e também para outros órgãos. Mui-
Rouquidão, ver Afonia 203 tas bronquites crónicas ou repetitivas, por
Sinusite 202 exemplo, devem-se à presença de um loco
infeccioso permanente nos seios parana-
PLANTAS sais ou nas amígdalas.
Agrimónia 205
Aúnlieira 210 As plantas medicinais, quer aplicadas lo-
Carvalho 208 calmente em forma de gargarejos, irri-
Cawalho-branco 210 gações nasais ou inalações, quer ingeridas
Erisimo = Rinchão 211 por via oral, têm uma acção anii-inilama-
Eupatória = Agrimónia 205 tória, suavizante, antibiótica e facilitadora
Hidraste 207 da expulsão da mucosidade, que contribui
Rinchão 211 decisivamente para a cura e, sobretudo,
Sobreiro 210 paia a prevenção das afecções desta im-
portante região anatómica.
>E PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S
P o r t e D e s c r i ç ã o
•
Doença Planta Pág. Acção Uso
Acalma a tosse rebelde por irritação Decocção com a casca e/ou folhas,
das vias superiores gargarejos com esta decocção
201
C i p . I I : PLANTAS P i GARGANTA, NARIZ E OUVIDOS
f/
LlQUEN-DA-
-ISLÃNDIA
300 Peitoral, expectorante e antitússico Decocção
Favorece a expectoração
ALCAÇUS 308 Infusão ou maceração da raiz
e desinflama as vias respiratórias
Fluidifica e desinfecta as secreções
MARROIO 316 mucosas Infusão
202
2 °
SAÚDE PELAS P U M A S MEDICINAIS
P a r t e D e s c r i ç ã o
I
Doença Planta Pág. Acção Uso
ATONIA RiuruKn 911 Acalma a tosse e irritação da garganta, Infusão e gargarejos com a infusão
É a perda ou diminuição da voz. Geral- HINCHAO ÍIL expectorante
mente, é consequência de uma infla-
mação ou infecção da laringe ou cordas ALCACUS 308 Favorece a
expectoração e desinflama
vocais (laringite), embora também pos- Infusão ou maceração da raiz
as vias respiratórias
sa ser devida a causas tumorais, ner-
vosas ou outras.
A rouquidão é a mudança do timbre da PETASITE 320 Expectorante e emoliente Infusão de rizoma e folhas
voz, que fica áspera e pouco sonora.
Tem geralmente as mesmas causas
que a afonia. Decocção, gargarejos
PULMONÂRIA 331 Expectorante, anti-inflamatória
Estas plantas, usadas por via interna ou com a decocção
em aplicação local, desinflamam as cor-
das vocais e contribuem para eliminar
a mucosidade, que com frequência cau-
VIOLETA 344 Suaviza a garganta e acalma a tosse Gargarejos com a infusão
sa a afonia ou rouquidão.
Infusão de pétalas, gargarejos
ROSEIRA 635 Anti-inflamatória, anti-séptica
com a infusão
VIDEIRA
r.. Adstringente, protectora capilar, Aspiração de pó das folhas secas,
hemostática infusão de folhas
203
C a p . 1 1 : P L A N T A S PARA A G A R G A N T A , NARIZ E OUVIDOS
As delicadas
flores da
violeta (pág.
344J suavizam
a garganta e
aliviam a tosse, O óleo de açucena |pág. 716) tem acção
t a n t o tomadas emoliente (suavizante) e anti-séptica. A
em infusão aplicação de umas gotas no canal auditivo
como em dá bons resultados em caso de otite ou de
xarope. dor do ouvido.
204
Agrímonla
eupatoria L • «
Preparação e emprego
Agrimónia
USO INTERNO
Aclara a voz O Infusão ou decocção com
20 ou 30 g de flores e folhas por
e suaviza a garganta litro de água. Podem-se tomar 3
ou 4 chávenas por dia, adoça-
das com mel no caso de se de-
sejar.
USO EXTERNO
© B o c h e c h o s e gargarejos
com uma decocção concentra-
da (100 g por litro). Deixa-se fer-
ver até reduzir a um terço o vo-
lume da água. Pode-se acres-
centar salva e tília. Adoçar com
50 g de mel.
© C o m p r e s s a s para aplicar
205
Os gargarejos feitos com
uma decocção de agri-
mónia aclaram a voz e
suavizam a garganta.
206
Hydrastis
canadensls L
Preparação e emprego
USO EXTERNO
© Aplica-se esta mesma infusão
externamente, em bochechos,
gargarejos, irrigações e lava-
gens.
P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : O ri-
zoma c o n t é m diversos alcalóides (hi-
drastina e b e r b e r i n a e n t r e o u t r o s ) ,
CH3
óleo essencial, resinas e glícidos, assim
c o m o vitaminas A, B e C, e sais m i n e -
rais, em especial, fósforo. T u d o isto
lhe confere p r o p r i e d a d e s anti-sépti-
cas, adstringentes, h e m o s t ã t i c a s e H3C
antí-inflamatórias. Utiliza-se com êxi-
to nos seguintes casos: OCHi
• Catarros nasais, faríngeos e b r ô n - Fórmula química da hidrastina,
quicos. O hidraste actua eficazmente principal alcalóide do hidraste.
r e g e n e r a n d o as células das m e m b r a -
nas mucosas, pelo q u e d i m i n u i a se-
creção de m u c o e a congestão e infla-
mação q u e a c o m p a n h a os estados ca- Outros nomes: hidrastis.
tarrais. Aplica-se tanto p o r via interna Esp.: hidraste, sello de oro.
101, c o m o externa (gargarejos) 101. Fr.: hydrastis. Ing.: goldenseal.
Habitat: Bosques montanhosos e
• Menstruação excessiva e metrorra- húmidos da América do Norte. Não
gias (hemorragias uterinas) 101, devi- se cria no continente europeu.
do ao seu efeito constritor sobre o úte-
ro. Nestes casos o seu emprego exige TV Descrição: Planta da família das
Ranunculáceas, cujos caules
a vigilância do médico. nascem de um rizoma rasteiro, e
• Vaginite e leucorreia 101, aplicada atingem de 30-40 cm de altura. De
folhas grandes e palmadas, de cor verde
em forma de irrigações e lavagens. escura. Na ponta do caule forma-se um
• Piorreia e gengivite (inflamação das pequeno capitulo floral.
gengivas). Partes utilizadas: o rizoma.
• Conjuntivites (irritações oculares)
101, por meio de lavagens.
207
H
G
campo.
OSTARIA de provar uma bo-
lota -roga o garoto aos pais,
com quem vai passeando pelo
208
Os banhos de mãos (manilúvios)
e de braços, assim como os de
pés e pernas fpedilúviosj, me-
lhoram os transtornos circulató-
rios das extremidades, como,
por exemplo, as frieiras.
209
•Al,
casos incipientes, pode firmar os den-
tes que começam a abanar como con- Azinheira, sobreiro, carvalho-americano
sequência da inflamação das gengivas
e dos tecidos que fixam o dente ao
osso alveolar.
Além do Quercus robur L, existem várias árvores do género Quercus, todas
• Conjuntívite e blefarite (inflamação elas produtoras de bolotas e de propriedades medicinais bastante semel-
das pálpebras): Fa/em-se banhos ocu- hantes, entre as quais há a destacar:
lares, ou então aplica-se uma com-
• 0 Quercus ilexL, de tamanho mais pequeno, chamado azinheira, azinho ou
pressa embebida no líquido da de-
carrasco-loureiro.*
cocção, de 4 em 4 horas. Obtêm-se
muito bons resultados no caso de • O Quercus suberL, o sobreiro, ou sobro**, de cuja casca se obtém a cor-
conjuntivites irritativas ou alérgicas, tiça. Por isso nalgumas regiões da América Latina lhe dão nome de pau-de-
assim como nos terçóis. cortiça.
• 0 Quercus alba L, carvalho-branco**", que forma grandes bosques no Mé-
• Hemorragias nasais: Aplica-se em xico, nos Estados Unidos e no Canadá.
forma de irrigação, ou então embe-
bendo uma gaze que serve de tam- ' Esp.: encina, carrasca, chaparro.
pão. Recomcnda-se combinar com a " Esp.: alcornoque, chaparreta. sobrero, tomadizo.
tormentilha (pág. 519).
'" Esp.: roble blanco.
• Frieiras: Banho dos braços ou dos
pés, três vezes ao dia, durante 15 mi-
nutos, com uma decocção de casca de
carvalho ou azinheira, quente. Faz
desaparecer a vermelhidão e a co-
michão da pele.
• Hemorróidas e fissuras do ânus:
Reduz a inflamação anal, detém a pe-
quena hemorragia que costuma
acompanhar estes incómodos, e favo-
rece a cicatrização das dolorosas fis-
suras anais. Aplica-se em forma de
banho de assento quente, de 15 mi-
nutos de duração, uma ou duas vezes
diárias, e também em enema (clis-
ter).
• Eczemas e gretas da pele: aplica-se
em forma de compressa, embebendo
um paninho de algodão. Seca, desin-
flama e cicatriza a pele.
• Ulceras e chagas de difícil cicatri-
zação, incluindo as de origem vascu-
lar, devidas a má circulação nos mem-
bros inferiores (úlceras varicosas).
Aplicar uma compressa embebida no
líquido da decocção, renovando-a de
4 em 4 horas.
• Dores reumatismais: As fomen-
tações ou compressas quentes com
uma decocção de casca de castanhei-
ro têm também efeito anti-inflamató- As bolotas são ricas
rio e anti-reumático. Usam-se para em hidratos de car-
acalmar dores osteomusculares ou ar- bono e gorduras de
ticulares na região cervical, dorsal ou grande valor nutri-
lombar, assim como nas coxas e per- tivo. Pela sua acção
adstringente cons-
nas. Os reumáticos e os artrósicos be- t i t u e m um alimen-
neficiarão com as lómentações de to a p r o p r i a d o em
carvalho. caso de diarreia.
210
Slsymbrium offlclnale
Scopoll *
Preparação e emprego
Rinchão
USO INTERNO
Desinflama a garganta O Infusão com 50 g de sumida-
des floridas por litro de água.
e aclara a voz Adoça-se com mel. Tomar até 5
ou 6 chávenas quentes por dia.
USO EXTERNO
€) Bochechos e gargarejos com
a mesma infusão que se empre-
ga para o uso interno. Pode-se
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: O
rinchão é semelhante à mostarda
(pág. 663) no seu aspecto, sabor e
composição. Contém um óleo essen-
cial sulfurado que, quando entra em
contacto com a mucosa da boca e da
faringe, provoca, por um mecanismo
reflexo, um maior afluxo de sangue à
laringe e aos brônquios, o qual favo- Outros nomes: erva-rinchão, erísimo,
rece a secreção mucosa e a expecto- ertsimo-das-boticas, erva-dos-
ração. -cantores. Brasil: agrião.
Tem propriedades béquicas (acal- Esp.: erisimo, sisimbrio, hierba de los
ma a tosse e a irritação da garganta), cantores, jaramago. Fr.: érysimum, herbe
aux chantres, Ing.: érysimum, hedge mustard.
anti-inflamatórias e expectorantes.
Habitat: Comum em terrenos baldios e perto dos
Torna-se muito útil nos casos de fa- lugares habitados de toda a Europa. Conhecido no
ringite, rouquidão ou afonia por la- continente americano.
ringite (inflamação das cordas vo- Descrição: Planta da família das Crucíferas, de 40 a 100 cm de altura,
cais), e bronquite IO 01. de caule rígido e erecto. As folhas são grandes e profundamente
Os melhores resultados obtêm-se divididas em vários lóbulos. As flores são pequenas, de cor amarela
quando se combina o uso interno (in- pálida.
fusão) com o externo (bochechos e Partes utilizadas: as sumidades floridas e as folhas.
gargarejos).
211
PLANTAS PARA O CORAÇÃO
ri
SUMARIO DO CAPITULO
J Plantas cardiotónicas
DOENÇAS E APLICAÇÕES
Afecções do coração 213 São aquelas que aumentam a força de con-
Angina de peito 214 tracção do coração e melhoram o seu rendi-
Arritmia 214 mento. 0 protótipo das plantas cardiotónicas
é a dedaleira.
Cardiopatias,
ver Afecções do coração 213
Coração, afecções, Planta Pág.
ver Afecções do coração 213 Erva-cidreira 163
Coração, alteração do ritmo, Adónis-da-itália 215
verAmtmia 214
Lírio-dos-vales 218
Coração, infarto,
Pilriteiro 219
ver In farto do miocárdio 214
Coronárias, afecções arteriais, Dedaleira 221
ver Angina de peito 214 Graciola 223
As plantas cardiotónicas
classificam-se em dois
Doenças do coração, Agripalma 224
grupos: ver Afecções do coração 213 Giesta 225
De tipo digitáfico. São Infarto do miocárdio 214 Feijoeiro 584
aquelas cujos princípios Insuficiência cardíaca,
Ulmeira 667
activos sáo gJicósidos ver Plantas cardiotónicas 212
semelhantes aos da dedal eira. Palpitações 213 Azevinho 672
Têm uma acção cardiotónica Plantas cardiotónicas 212 Alecrim 674
intensa, e devem-se Ritmo cardíaco, alteração, verAmtmia 214 Evónimo 707
administrar com grande Taquicardia 213 Loendro 717
precaução, pois a dose tóxica
situa-se muito próximo da Hipofaé 758
dose terapêutica. PLANTAS
Não digitálicas: Sáo plantas Adónis-da-itália 215
que fortalecem o Agripahna 224
A
funcionamento do coração, Cacto-grandifloro 216 S PLANTAS medicinais exer-
mas que não contêm cem notáveis acções sobre o co-
Canforeira 217
giicósidos digitálicos. Podem- ração. São especialmente apre-
-se administrar sem as Convolaria = IJrio-dos-vales 218
precauções dos remédios Dedaleira 221 ciadas as plainas que aumentam
digitáJicos. Digital = Dedaleira 221 a forca das contracções cardíacas (chama-
As plantas cardiotónicas. Kspinheiro-alvar = Pilriteiro 219 rias cardiotónicas), cujo protótipo é a de-
juntamente com as diuréticas Giesta 225 daleira.
(cap. 22). constituem a base Graáola 223 Além de fortalecer o coração, as plantas
do tratamento fitoterápico da Lirio-dos-vales 218 medicinais c o n t r i b u e m de forma decisiva
insuficiência cardíaca
Pilriteiro 219 para a prevenção de d o e n ç a s graves tio co-
[incapacidade do coração
para cumprir a sua função de Seknkáw 2/6 ração, c o m o ÍV a n g i n a de peito e o infarto
impulsionar o sangue). do miocárdio.
212
A SAÚDE PELAS PLANTAS M E D I C I N A I S
2 " P a r l e : D e s c r i ç ã o
SUm
MACIEIRA 513 Diurética, baixo conteúdo em sódio olfem decocção °
U T O , a c t i v a a , ú n ç í i o
HIPOFAÉ 758 ã J ^ ^ Bagas maduras, xarope de bagas
TAQUICARDIA P.I DiTcion ?i Q Aumenta a força contráctil do coração Infusão de flores, frutos frescos,
í um aumento da frequência do ritmo riLKiitiRo LY? e regulariza o seu ritmo extractos
cardíaco. Quando se produz em repou-
so, sem uma causa fisiológica que a ex-
plique, pode precisar de ser tratada.
Em geral, todas as plantas cardiotóni- A ~ 224 ^ ^ S f o H g a n nervosa « • * • * * •
cas, que aumentam a força das con-
tracções cardíacas, e portanto a sua
eficiência, reduzem também a sua fre- 225 ~ J ^ « - * | * . « ( I .
quência. Ás plantas sedativas e equi-
libradoras do sistema nervoso vege-
tativo (pág. 145) também podem travar
a taquicardia. * " * » 310 K o S c a r d i a c o mais tento) """São, xarope
213
C a p . 1 2 : P L A N T A S PARA O CORAÇÃO
Antiespasmódica,
GRINDÉLIA 310 torna mais lento o ritmo cardíaco Infusão, xarope
Vasodilatadora, suavemente
ANGINA DE PEITO Infusão de flores,
TILIA 169 hipotensora, sedante, fluidifica
É uma afecção caracterizada pelo apa- o sangue decocção de casca, extractos
recimento súbito de uma dor no peito,
irradiando algumas vezes para o braço ADÔNIS-DA- Vasodilatador das artérias coronárias,
215 cardiotónico Infusão
esquerdo, com uma sensação de mor- - ITÂLIA
te iminente. É causada por um espas-
mo ou estreitamento nas artérias coro- Aumenta a irrigação sanguínea nas Infusão de flores,
nárias, que são aquelas que irrigam o PlLRITEIRO 219 coronárias e combate o seu espasmo frutos frescos, extractos
próprio músculo do coração. 0 trata-
mento fitoterápico baseia-se em plantas
antiespasmód/cas (aliviam o espasmo AGRIPALMA 224 Cardiotónica, sedante Infusão, extractos
das artérias coronárias), vasodilata-
doras coronárias (dilatam estas arté-
rias) e sedativas. Cru, extractos,
ALHO 230 Vasodilatador, fluidificante do sangue
decocção de dentes de alho
Quando o espasmo arterial é devido a
arteriosclerose (endurecimento e es-
Vasodilatador melnora a
treitamento) das artérias coronárias, VISCO-BRANCO ?46 . irrigação Infusão ou maceração de folhas
visco BRANCO zí4b sanguinea do miocárdio
também são aplicáveis as plantas re-
comendadas contra esta afecção arte-
rial (pág. 228).
SENE-DA-IND«A 492defecar
^ 2 2 em
?!5 S ?de
caso r f prisão
í S l f fde
cK L™
ventre Infusão, extractos
INFARTO DO MIOCÁRDIO
É a obstrução completa das artérias co- Dilata as artérias Óleo de sementes em cápsulas
ONAGRA 237 e impede a formação de coágulos ou comprimidos
ronárias, o que tem como consequên-
cia a necrose de uma parte do múscu-
lo cardíaco. Além das plantas reco-
mendadas para a angina de peito, a fi-
Combate a arteriosclerose coronária,
toterapia oferece plantas para a pre- Preparados farmacêuticos
ESPIRULINA 276 pela sua riqueza em ácidos gordos
venção e reabilitação do infarto e da
arteriosclerose (pág. 228), causadora insaturados
da obstrução das artérias coronárias.
As plantas fluidificantes do sangue
(pág. 263) também exercem uma
função preventiva. GERGELIM 611 Previne a arteriosclerose e o infarto Sementes em diferentes preparações
214
Adónis vemalis L
^K] £
O
ADÓNIS-DA-ITALIA é um
protótipo das plantas medici-
nais cuja dose terapêutica e.stá
muito próxima da dose tóxica. Isto
quer dizer que se deve manejar com
precaução.
215
Coreus
gmndlflorusM\\\BT Oi
Cacto-
grandifforo
Um grande amigo
do coração
Sinonímia
científica:
Cactus
grandillorus L.
Outros nomes: cirio-do-
-méxico, flor-cheirosa, flor-da-noite, flor-de-
•baile, flor-de-seda, tocha-espinhosa. Brasil:
cacto, rainha-da-noite.
Esp.: cactus, reina de la noche.
-AI.
Fr.: cactine. Ing.: cactus.
Habitat: Originário das Antilhas e espalhado
por toda a América Central. Não se dá na Selenicéreo
216
Clnnamomum
camphora (L) Steb.
Canforeira
Tonifica o coração
e a respiração
A
CANFOREIRA é uma árvore
milenária, que começa a pro-
duzir cânfora a partir dos 30
•4J
anos. Na China conhecem-se exem-
plares com cerca de 2000 anos de
idade.
P R O P R I E D A D E S E INDICAÇÕES: A cân-
fora é u m a substância b r a n c a cristali-
na, q u e se o b t é m p o r c o n d e n s a ç ã o do
óleo essencial q u e destila da madeira
da canforeira. Do p o n t o de vista quí-
m i c o , trata-se d e u m a c e t o n a d o hi-
drocarboneto aromático borneol. FJor da
canforeira
Exala um forte e típico a r o m a , e tem
um s a b o r fresco e p i c a n t e . As suas
p r o p r i e d a d e s são:
Sinonímia científica: Laurus
• Estimulante cardio-respiratória IO): camphora L.
Estimula os c e n t r o s nervosos da res- Outros nomes: cânfora,
piração e da actividade cardíaca, au-
m e n t a n d o a frequência e a profundi-
O Preparação e emprego
canforeiro.
Esp.: alcanforero, [árbo! dei]
d a d e da respiração, e t o n i f i c a n d o o alcanfor, alcanfor dei Japón.
coração (acção analéptica). Usa-se em Fr.: camphrier. Ing.: camphor
casos de congestão p u l m o n a r (bron- tree.
USO INTERNO Habitat: Originária da costa
quite, p n e u m o n i a , a s m a ) , desmaios,
lipotimias, h i p o t e n s ã o e arritmias. O Pó de cânfora: até 0,5 g por oriental da Ásia (Japão. China),
dia, repartido em 3 ou 4 doses. onde é muito cultivada, assim
• Anti-séptica e febrífuga IOI: Muito como nos Estados Unidos.
útil em gripes e constipações. USO EXTERNO
Descrição: Árvore da família das
© Loções e fricções com óleo Laureáceas, que pode atingir até
• Anafrodisíaca IOI: Diminui a exci-
ou álcool canforados, que se pre- 50 m de altura. As suas folhas
tação sexual.
param dissolvendo a cânfora a são perenes e de consistência
• Anti-reumática e analgésica l@l: C) 10%, em azeite ou então em ál- coriácea; as flores são pequenas
óleo ou o álcool de cânfora usam-se cool. e brancas.
em aplicação externa p o r m e i o de Partes utilizadas: a essência da
fricções, para aliviar as d o r e s reumáti- sua madeira.
cas e as nevralgias.
217
Convallaria
majallsL H
Lirio-dos
-vales
Tónico cardíaco
USO INTERNO
O Infusão: A dose habitual é de
Precauções 3 a 5 g de folhas e/ou sumidades
floridas, por chávena efe água. To-
mam-se uma ou duas chávenas
por dia.
218
Cmtaegus
monogynaóacq.
m LI i .
Em doses muito elevadas (12 ou 15 USO INTERNO €) Frutos frescos: Embora apre-
vezes maiores que as recomenda- sentem uma menor concentração de
das), pode apresentar-se bradicar- princípios activos, também são efi-
O Infusão com 60 g de flores (umas
dia (diminuição da frequência do pul- cazes, e pode tomar-se um punha-
4 colheres de sopa) por litro de água.
so) e depressão respiratória. Com do deles 3 vezes ao dia.
As flores frescas são mais eficazes
as doses recomendadas não se pro- do que as secas. Administram-se 3 €) Extracto seco: Recomenda-se
duz nenhum efeito secundário inde- ou 4 chávenas diárias. de 0,5 a 1 g, 3 vezes ao dia.
sejável.
21Í
«M,
¥? Outras espécies
de pilriteiro
gáveis, trepando pelos penhascos sob dos triterpénicos e diversas aminas ta a circulação do sangue nas arté-
O escaldante sol do verão grego. Bem biogenéticas (trimeiilamina, colina, rias coronárias, e combale o seu es-
pode ter acontecido que aqueles ca- tiramina, ctc.), que potenciam o efei- pasmo, causador da angina de pei-
breiros fossem contar a sua experiên- to cardiotónico. Toda a planta, graças to. 1*". um bom vasodilatador das ar-
cia a Dioscói ides, perspicaz observa- às propriedades do conjunto destas térias coronárias.
dor, brilhante botânico e Iarnoso mé- substâncias, é:
dico, que recomendou esta planta O eleito cardiotónico e anti arrít-
• Cardiotónica IO,0,01: Propriedade mico desta planta é semelhante ao
para fortalecer o organismo e para cu-
atribuída sobretudo aos flavonóides, que se obtém com a dedaleira, planta
rai- diversas doenças. Também pode
que inibem (impedem) a acção da que o pilriteiro pode substituir com
vir desse tempo o seu nome de Crato-
adenosin-trifosfatase (ATPase). Esta vantagens (não em casos agudos). O
egus, que em grego quer dizer 'cabras
enzima é a que decompõe o ATP, pilriteiro não tem a toxicidade nem
fortes'.
substância que serve de fonte de ener- os perigos de acumulação próprios da
O pilriteiro foi sempre muito apre- gia para as células, incluindo as do dedaleira.
ciado como remédio. Mas o conheci- músculo cardíaco. Impedindo-se a
mento empírico que se tinha dele, ba- destruição do ATP, as células dispõem • Normalizadora da tensão IO,0.€)I: O
seado nos seus eleitos sobre as cabias, de maior energia, e produz-sc um au- pilriteiro tem um efeito regulador so-
não pôde ser comprovado cientifica- mento da foiça contráctil do coração, bre a tensão arierial, pois fá-la descer
mente antes do século XIX. Foi só e uma regularização do seu ritmo. Por em quem a tenha alta e provoca a sua
nesta época q u e j e n n i n g s e outros esta razão, o pilriteiro tem as seguin- subida nas pessoas que sofram de hi-
médicos noi le-amei icanos estudaram tes indicações: potensão. A sua acção normalizadora
as propriedades cardiotónicas deste sobre a hipertensão é rápida e evi-
arbusto. -Insuficiência cardíaca (debilidade dente, conseguindo-se efeitos mais
do coração), acompanhada ou não duradouros do epie aqueles que se
Nos nossos dias, o pilriteiro goza de de dilatação das suas cavidades, de- conseguem com outros anti-hipei ten-
um grande prestígio como planta me- vida a miocardites ou miocardio- sores sintéticos.
dicinal e faz parte de numerosos pre- patias (inflamação ou degene-
parados jitoterapèuticos. rescência do músculo cardíaco), • Sedativa do sistema nervoso simpá-
lesões valvulares ou infarto de mio- tico (efeito simpalicolílico) IO,€>,0I
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS do- cárdio recente. Torna-se útil nas pessoas que sofrem
res sobretudo, e também os frutos do de nervosismo, manifestado por uma
pilriteiro, contêm diversos glicósidos —Arritmias (transtornos do ritmo do sensação de opressão no coração, ta-
Havónicos, que quimicamente são po- coração): cxtra-sístoles (palpi- quicardia, dificuldade em respirar, an-
lifenóis. aos quais se atribui o seu efei- tações), taquicardia, íibrilação au- gústia ou insónia. V. unia das plantas
to sobre O coração e o aparelho cir- ricular ou bloqueios. ansiolíticas (que eliminam a ansieda-
culatório. Kiiconirain-sc ainda deriva- -Angina de peito: o pilriteiro aumen- de) móis eficazes que se conhecem.
Dlgltalls purpúrea L
ÉÚ U J U
Preparação e emprego
Dedaleira
USO INTERNO
Tónico cardíaco muito
O Preparados farmacêuticos: A
potente, que pode maneira mais segura e mais
tornar-se tóxico bem tolerada de aplicar a deda-
leira é utilizar o seu extracto em
forma de preparado farmacêutico.
No entanto, a planta completa é
mais eficiente, embora requeira
mais precaução para se adminis-
trar a dose exacta. Só farmacêu-
ticos e médicos com experiência
em fitoterapia podem tirar o máxi-
mo proveito desta poderosa plan-
ta que, correctamente aplicada,
pode resolver graves problemas
cardíacos e, inclusivamente, sal-
var a vida.
© Infusión: Faz-se com 1 g de
A DEDALEIRA é um exemplo
típico de como uma mesma
planta pode curar ou matar.
No século XVII, na Inglaterra, deu-se
pela primeira vez uma infusão de fo-
pó obtido por trituração das folhas
secas, em 100 ml de água quen-
te, sem que chegue a terver. Dei-
xar repousar durante 15 minutos.
Tomá-la ao longo do dia, às co-
lhas cie dedaleira a um doente que so- lheradas. Não ultrapassar esta
fria de hidropisia de origem cardíaca dose. Não se deve tomar de for-
(inchaço de todo o corpo por falha ma continuada durante mais de
do coração). Poucos anos mais tarde, 10 dias seguidos, pois os glicósi-
a dedaleira foi incluída na Farmaco- dos acumulam-se no organismo; o
peia de Edimburgo. habitual é tomá-la 5 dias seguidos
e descansar dois.
Desde então, fizeram-se muitas in-
vestigações bioquímicas e biológicas USO EXTERNO
com esta planta, cujos princípios acti-
© Compressas: Prepara-se uma
vos ainda não puderam ser substituí-
infusão com 1 ou 2 folhas por litro
dos por nenhum produto químico.
de água, que se aplica sobre a zo-
na da pele afectada, empapando
compressas de algodão.
o Excelente cicatrizante Outros nomes: digital, abeloura, beloura, erva-dedal, troques, tróculos, caçapeiro,
maia, estoura-fSores, caralhotas, dedalário, dedaleiro-verdadeiro, nenas, luvas-de-
-santa-maria, estraques, estoirotes. Brasil: erva-deda, luvas-de-nossa-senhora.
Esp.: digita} purpúrea, dedal colorado, dedalera, dediies, guante de ia Virgen.
Fr.: digital [pourprée], gant de Notre Dame. Ing.: [purple] foxglove, common toxglove.
Em uso externo, as folhas desta plan-
ta são um excelente cicatrizante de Habitat: Comum em montanhas de terrenos siliciosos da Europa Ocidental.
úlceras e chagas cutâneas, incluin- Naturalizada no continente americano.
do as varicosas 101. Era esta a prin- Descrição: Planta bienal, da família das Escrofulariáceas, que atinge até 1,5 m de
cipal aplicação da dedaleira antes de altura. As folhas são grandes, aveludadas e lanceoiadas, e saem da parte inferior da
planta. As flores têm a forma de dedo, de cor púrpura ou rosada, e crescem todas
serem descobertos os seus efeitos juntas no extremo do caule.
sobre o coração.
Partes utilizadas: as folhas.
221
& Precauções
222
Gmtíola offícinalls L
•J P
Preparação e emprego
223
Leonorvs
cardíaca L CJ 14 J
Preparação e emprego
USO EXTERNO
© Lavagem das feridas com a
mesma infusão que se usa inter-
namente.
224
Sarothamnus scopaiius
(L) Wlmmer f. 19.
Preparação e emprego
Giesta
USO INTERNO
Tónico cardíaco O Infusão com 20-30 g de flo-
e diurético res e/ou ramos por litro de água,
da qual se tomam de 2 a 4 chá-
venas por dia.
© Extracto seco: Tomam-se
0,3 a 0,4 g, 3 vezes ao dia.
O
S LONGOS caules deste ar-
busto utilizam-se desde a anti- Precauções
guidade para fabricai vassou-
ras. For outro lado, só desde o século
XIX é utilizada era fitoterapia, quan- Não exceder as doses reco-
do se descobriu que continha substân- mendadas, já que podem pro-
cias muito activas sobre o sistema cir- duzir subidas da pressão arte-
culatório. rial. Os hipertensos devem evi-
tar o uso desta planta.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Toda a
planta, e especialmente as RAMAS,
contêm vários alcalóides, representa-
dos pela esparteína, que aumentam a
torça contráctil do coração c dimi- Sinonímia científica:
nuem o ritmo das suas pulsações. So- Cytisus scoparíus Lam.,
bre o útero, exercem uma acção oci- Spartium scoparium L.
tócica (aumentam a força das suas Outros nomes: giesta-brava, giesta-
contracções). Os ramos contêm tam- -ribeirinha, giesteira-das-vassouras,
bém aminas estimulantes do sistema giesteira-comum, retama, chamiça,
nervoso vegetativo (tiramina e dopa- escova, maias.
mina), que têm efeito vasoconstritor e Esp.: retama negra, escobón, hiniesta
hipertensor IO.©l. [blanca), hiniesta de escobas.
Fr.: genêt [à balais], genettier.
As FLORES contêm ainda ílavonói- Ing.: Scotch broom.
des (esGoparína), que as tornam diu- Habitat: Bermas de caminhos e sebes
réticas, e são especialmente recomen- em terrenos siliciosos (ou calcários)
dadas em caso de edemas por insufi- do centro e sul da Europa. Em
ciência cardíaca, assim como de gota, Portugal, encontra-se em quase todo o
pais. Acha-se aclimatada no
nefrose (albuminúria), nefrite e cál- continente americano.
culos renais IO.©I.
Descrição: Arbusto da família das
A giesta ulili/.a-se sob vigilância mé- Leguminosas, que atinge 1,5 a 2 m de
dica, nos transtornos cardiovasculares: altura. As flores são amarelas e o fruto
insuficiência cardíaca (efeito seme- é uma vagem pubescente.
lhante ao da digital, pág. 221), hipo- Partes utilizadas: as ramas jovens e
tensão, arritmias, taquicardias. Tem-se as flores em botão.
usado lambem como estimulante do
parto.
225
PLANTAS PARA AS ARTÉRIAS
Ti
A
SAÚDL' das artérias depende
ARIO DO CAPITULO
1 em grande parle da qualidade
do sangue que circula pelo seu
interior. Entre as centenas de
DOENÇAS E APLICAÇÕES
substâncias que o sangue transporta, o co-
Arteriosclerose 228 lesterol LDLserá possivelmente a mais pre-
Circulação sanguínea insuficiente, judicial para as artérias.
ver Falta de irrigação sanguínea . . 228
Colesterol, plantas contra o 229
O colesterol é um lípido que o nosso or-
ganismo produz e utiliza para diversas
Desmaio 228
funções bioquímicas. Quando existe em
Fritema pérnio, vfí'Frieiras 229
excesso, tem a particularidade de deposi-
Falta de irrigação sanguínea 228
O alho é um grande amigo tar-se na camada que reveste o interior das
Frieiras 229
do sistema cardiovascular. artérias, chamada íntima, onde provoca
Frio, frieiras 229
Faz descer a pressão uma irritação e, posteriormente, uma lesão
arterial e fluidifica o Hipertensão arterial 227
degenerativa. O resultado é um endureci-
sangue. Hipotensão arterial 227
mento da parede arterial e um estreita-
Insuficiência circulatória cerebral,
mento do seu lume (abertura interior),
ver Falta de irrigação sanguínea . . 228
conhecido como arteriosclerose. São vá-
Irrigação sanguínea, falta de 228
rios os factores que a favorecem, especial-
Lipotimia, ver Desmaio 228 mente:
Plantas contra o colesterol 229
Plantas vasoconstritoras 229 • o aumento de colesterol no sangue, ge-
Plantas vasodilatadoras 229 ralmente devido a uma alimentação rica
Tensão alta, ver Hipertensão arterial. .227 em produtos de origem animal, tomo
Tensão baixa, ver Hipotensão arterial . 227 por exemplo a carne e os seus derivados,
Vasoconstritoras, plantas 229 a manteiga, a nata, o queijo e os ovos;
Vasodilatadoras, plantas 229 • a hipertensão arterial;
• o hábito de fumar.
PLANTAS As plantas medicinais contribuem para a
saúde das artérias, reduzindo a tensão ar-
Alho 230
terial; e, também, fazendo descer o nível
Alho-de-urso 233
de colesterol no sangue, mediante um des-
Cersefi-bastardo 243
tes dois mecanismos:
Fwa-dos-bmros = Onagra 237
Extrai se da onagra um Ginkgo 234 • Diminuição da absorção intestinal de co-
óleo muito rico em ácidos lesterol: A libra do farelo de aveia ou a
gordos polinsaturados que Girassol » 236
reduz o nível de colesterol Oliveira 239 da polpa tia maçã retêm o colesterol no
no sangue. Onagra 237 interior do intestino, impedindo-o de
Pervinca 244 passar para o sangue.
Rauvólfia 242 • Diminuição da produção de colesterol
Vicária 245 pelo organismo: L" assim que actuam os
Visco-americano 247 óleos vegetais, ricos em ácidos gordos in-
Visco-branco .. 246 saturados, como o linoleico e o linolé-
nico.
SAÚDE P E L A S P L A N T A S M E D I C I N A I S
2* P o r t e : D e s c r i ç h o
I
Doença Planta Pág. Acção Uso
GlNSEiNG
608 Normaliza a tensão arterial, Preparados farmacêuticos
tanto se estiver baixa como alta
c..„. A oo Tonificante, estimulante
Infusão, essência
ÒALVA OJO das glândulas supra-renais
Grnseng
™ S55SJ5U—»•*• * « o , essência
227
Cap. 13; PLANTAS PARA AS ARTÉRIAS
DESMAIO
Perda súbita da consciência, com que- LARANJEIRA 153 Antiespasmódica, sedante Infusão de folhas e/ou flores
da no solo. Costuma ser acompanhado
de hipotensão. Além das plantas reco-
mendadas para a hipotensão, que po-
dem prevenir os desmaios, podem-se Sedante e equilibradora
usar estas três, que dão equilíbrio ao ALFAZEMA 161 do sistema nervoso
Infusão, extractos, essências
sistema nervoso e circulatório.
Vasodilatadora e suavemente
ARTERIOSCLEROSE Infusão de flores, decocção
TILIA 169 hipotensora, sedante, fluidifica
É um endurecimento e estreitamento de casca, extractos
o sangue
das paredes das artérias causado por
depósitos de colesterol, que impede a Cru, extractos, decocção
chegada de sangue suficiente aos teci- ALHO 230 Vasodilatador, fiuidificante do sangue
de dentes de alho
dos irrigados por esses vasos.
O tratamento íitoterápico consiste no Vasod lata Infusão, compressas, cataplasmas,
uso de plantas vasodilatadoras (pág. GiNKGO 234 ' d ° r ' melhora a irrigação
sanguínea banhos
229), fluidificardes do sangue (pág.
263), e plantas ricas em oligoelemen-
t o s como o silício, que favorecem a re-
generação dos tecidos que formam a PERVINCA 244 Vasodilatadora, aumenta a irrigação Decocção, preparados farmacêuticos
dos tecidos
parede arterial.
Todas as plantas que fazem descer o
nível de c o l e s t e r o l (pág. 229) previ-
nem e evitam o aparecimento da arte- VISCO-BRANCO 246 Melhora a irrigação sanguínea Infusão ou maceração de folhas
visco BRANCO <£4b d0 c o r a ç ã o e do cérebro
riosclerose, já que esta substância gor-
da é a que origina a degenerescência e
o estreitamento das paredes arteriais.
Pelo seu conteúdo em silício, evita a
GALEOPSE 306 degenerescência do tecido conjuntivo Infusão
das paredes arteriais
FALTA DE IRRIGAÇÃO
SANGUÍNEA Infusão, compressas, cataplasmas,
PiMi/m 93/i Vasodilatador, melhora a irrigação
Também se chama insuficiência circu- HINKGO '** sanguínea banhos
latória, e caracteriza-se por uma des-
proporção entre o sangue de que um
órgão necessita e aquele que realmen-
te chega até ele através das artérias
que o irrigam. Afecta especialmente o
cérebro, produzindo, entre outros sin-
tomas, enjoos, perda de memória e re- m 0A/. Vasodilatadora, aumenta a irrigação
dução da capacidade intelectual. Decocção, preparados farmacêuticos
PERVINCA ^44 d o s t e d d o s
228
A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S
2 " Parte: D e s c r i ç ã o
I
Doença Planta Pág. Acção Uso
Compressas com a decoccão
FRIEIRAS RATÂNIA 196 Adstringente e anti-inflamatória
de casca
Também chamadas eritema pérnio.
São um transtorno da circulação local ?nR Adstringente, alivia o enrubescimento Banho de pés ou mãos
CARVALHO
causado pelo frio, caracterizado pelo e a comichão com decoccão da casca
aparecimento de inchações avermelha-
das nos dedos das mãos ou dos pés, Infusão, compressas,
GINKGO 234 Vasodilatador e protector capilar
acompanhadas de comichão ou de dor. banhos de pés ou mãos
Além destas plantas, aplicadas em ba- o,. Adstringente, anti-inflamatória, Lavagens e compressas
nhos ou compressas, são indicadas PULMONÁRIA i i L
emoliente com a decoccão
também as protectoras capilares
(Pág. 248). ClNCO-EM- Compressas com a decoccão da raiz,
520 Adstringente, hemostática, cicatrizante
-RAMA banhos
Adstringente, protectora dos capilares, Decoccão de folhas,
VIDEIRA 544
hemostática banhos com a decoccão
Lavagens, banhos e compressas
MlLEFÓLIO 691 Vulnerária, cicatrizante, anti-séptica
com a infusão
As plantas
Plantas vasoconstritoras vasoconstritoras apJicam-
-se geralmente por via
Plantas contra o colesterol
externa para apertar os
vasos sanguíneos e deter
Provocam uma contracçãono calibre as hemorragias (acção
dos vasos sanguíneos. hemostática).
As plantas que diminuen o nivei de colesterol
no sangue também se chamam hipolipe-
Planta Pág. miantes, pois fazem ret iuzir a quantidade de
Giesta 225 lipidos ou gorduras no s ingue. 0 colesterol é
um dos lipidos ou gordu ras mais importantes
Aveleira 253 que circulam pelo sangue, além dos triglicéri-
Cipreste 255 dos e outros.
Gilbarbeira 259
Urtiga-maior 278
Planta Pág. Uso
Aveia 150 Infusão de farelo
As plantas vasodilatadoras Dormideira 164 Óleo das sementes
usam-se nas afecções
Plantas vasodilatadoras circulatórias causadas pela Girassol 236 Óleo das sementes
falta de irrigação Onagra 237 Óleo das sementes
sanguínea quer no
cérebro quer no coração Oliveira 239 Óleo dos frutos
São aquelas que dilatam os vasos san-
guíneos, especialmente as artérias, (angina de peito ou Alcachofra 387 Folhas, caules, flores
permitindo assim uma maior passa- infarto), quer ainda nas Macieira 513 Frutos
gem de sangue. pernas. Todos estes
transtornos são causados Videira 544 Óleo das sementes
geralmente pela Salsaparrilha-bastarda 592 Raiz, rizoma
Planta Pág. arteriosclerose.
Milho 599 Óleo do gérmen
Tília 169
Gergelim 611 Sementes, óleo
Adõnis-da-itália 215 Infusão de folhas
Ortossifão 653 e flores
Ginkgo 234
Infusão de raiz,
Onagra 237 Harpagófito 670 comprimidos
Pervinca 244 Algodoeiro 710 Óleo das sementes
Visco-branco 246 O alho é também
Abacateiro 719 Frutos
um hipolipemianto eficaz
Bisnaga 561 (redutor do nível i Borragem 746 Óleo das sementes
Salsa 583 de colesterol) 1 Açafroa 751 Óleo dos frutos
229
AlHum 8ativum L
/} PI l Al
Alho
Cura e previne com
eficácia uma multidão
de males
N
ESTE livro encontrará Iodas
as maravilhosas virtudes do
alho. c a maneira de comê-lo
para evitar o sen cheiro - dizia certo
vendedor ao seu cliente, com bastan-
te entusiasmo.
Este, sentindo na cara uma bafora-
da de hálito com forte cheiro a alho, Outros nomes: alho-vulgar, alho-comum.
fez-lhe a seguinte pergunta: Esp.: ajo. ajo común, ajo blanco. ajo colorado. Fr.: ail. Ing.: garlic.
—E você. pratica os conselhos do Habitat: Originário da Ásia Central, a sua cultura estendeu-se pelo mundo inteiro.
seu livro? Descrição: Planta bolbosa vivaz, da família das Liliáceas. que atinge de 30 a 80 cm
de altura. As suas flores são esbranquiçadas ou avermelhadas. A raiz tem um bolbo
-Claro que sim! Depois de comer composto de vários boibilhos, que são conhecidos como dentes.
os alhos, como uma maçã e mastigo
Partes utilizadas: O bolbo.
umas folhinhas de salsa... - respon-
deu imediatamente o vendedor, mui-
to convencido da eficácia do seu mé-
todo.
XJ Preparação e emprego
O certo é que quem tiver comido
alho não o pode ocultar. Todas as se- USO INTERNO ma perde-se uma parte das suas pro-
creções do corpo o denunciam. Além priedades, mas evita-se o mau hálito.
0 alho pode tomar-se de muitas ma-
do hálito, cheiram a alho os arrotos, neiras, entrando numa infinidade de
O Alho com azeite (esp. ajoaceite,
as ventosidades, o suor, a urina, e até receitas culinárias. Destacamos aqui
fr. ailloli): É talvez a melhor forma de
o leite das mães que amamentam. Al- administrar o alho. Obtém-se por
apenas aquelas que mais convêm do
guns resolvem comê-lo à noite, para emulsão de vários alhos triturados em
ponto de vista medicinal.
sofrerem sozinhos o incómodo mau azeite de oliveira, até conseguir uma
cheiro. Outros confiam na maçã e na O Cru: Mastigar de um a três dentes massa pastosa e homogénea, se-
salsa. E há ainda quem aceite a sua fe- de alho, preferentemente de manhã. melhante à maionese.
tidez, como aquele galhardo capitão
© Extracto de alho: Em cápsulas,
de cavalaria francês que, como relata USO EXTERNO
têm a vantagem de não provocar mau
Mességué, apesar de empestar de alho © Clisteres: Muito úteis contra os pa-
odor corporal de qualquer tipo, em-
todo o ambiente num raio de dez me- rasitas intestinais. Preparam-se mis-
bora seja necessário tomar doses ele-
tros, tinha conseguido uma reputação vadas para obter efeitos terapêuticos. turando 2 ou 3 colheradas de alho
inigualável entre as clamas da sua re- A dose habitual costuma ser de 6 a com azeite num litro de água morna.
gião... 12 cápsulas (600 a 1200 mg) por dia. Também se pode introduzir um den-
te de alho cru untado em azeite, no
Não é por acaso que o alho é origi-
© Decocção de dentes de alho: Pôr ânus, como se fosse um supositório.
nário da Ásia Central, região em que Desta forma se alivia o prurido anal
uma cabeça de alho num litro de
se encontram os homens mais longe- água, e ferver durante 5 minutos. To- das crianças, e se consegue um
vos do planeta, e onde a incidência do mar três chávenas por dia. Desta for- acentuado efeito vermífugo.
cancro é a mais baixa de todas as que
se conhecem. Os antigos Egípcios in-
230
& Precauções
231
o Acção do alho sobre o
sistema cardiovascular
bastante alho, mesmo comendo a -Estafilococos e estreptococos, cau- - nas dispepsias fermentativas, cau-
manteiga, não se produz um tal au- sadores de furúnculos (boi bulhas sadoras de flatulência no cólon.
mento. Esta observação científica foi infectadas) e outras infecções da -nas infecções urinárias (cistites e
publicada no IndiemJournal o/Nutri- pele.
pielonefrites), com muita frequên-
tion (vol. 13,11." 1).
-Fungos de diversos tipos, leveduras cia causadas pelo Escherichia coli.
• Hipoglicemiante IO,0.©.OI: Dado e alguns vírus, como o do herpes. - e m diversas infecções bronquiais
que normaliza o nível de glicose no Crê-se que os princípios activos do (bronquites agudas e crónicas),
sangue, convém que seja utilizado pe- alho interferem nos ácidos nuclei- pois ao eliminar-se o bissulfurelo
los diabéticos (como complemento das cos do vírus, limitando assim a sua de alilo pelas vias respiratórias, ac-
outras medidas terapêuticas) e pelos proliferação. tua directamente sobre a mucosa
obesos, e também por aqueles que bronquial. É além disse» expecto-
tenham antecedentes familiares de O poder bactericida do alho no
tracto intestinal é selectivo perante as rante e antiasmático.
diabetes, como preventivo.
bactérias patogénicas, respeitando a • Estimulante das defesas IO.0.O.O1:
• Antibiótico c anti-séptico geral IO.0, flora saprófita normal, paia a qual é O alho aumenta a actividade das cé-
©Ol: Desde meados do século XX benéfico. Nisto tem vantagem sobre a lulas defensivas do organismo, os lin-
tem-se vindo a investigar as proprie- maior parte dos antibióticos conheci- fócilos e os inacrófagos. Kstas células,
dades anti-infecciosas do alho. Foi dos, pois regula a flora intestinal em que circulam no sangue, protegem-
possível comprovar a sua acção anti- vez de destruí-la. -nos dos microrganismos e são, além
biótica, tanto in vivo como in vitro, na disso, capazes de destruir também as
presença dos seguintes microrganis- O seu uso é muito indicado:
células cancerosas, pelo menos nas fa-
mos: - e m todos os tipos de diarreias, gas- ses iniciais da formação tuinoral.
-'Eschcrichia coli', causador da dis- trenterites e colites.
O consumo do alho tem um efeito
bacierinsc intestinal e de infecções - nas salmoneloses (infecções intes- benéfico em qualquer doença infec-
urinárias. tinais geralmente causadas por ali- ciosa, aumentando a capacidade de-
-'Salmonella typhr, causador da fe- mentos em mau estado). fensiva do nosso organismo, além de
bre tifóide, e outros géneros de Sal- destruir directamente certos micror-
- n a disbacteriose intestinal (alte-
monella causadores de graves in- ganismos. O alho eslá a ser usado com
ração no equilíbrio microbiano do
fecções intestinais. relativo êxito couto complemento no
intestino), provocada frequente-
tratamento da sida.
-'Shigella dysciiteriae', causador da mente pelo uso de outros antibió-
disenteria bacilar. ticos. • Vermífugo potente IO,0,01 contra
232
os tipos mais frequentes de parasitas
intestinais: Especialmente activo con- Alho-de-urso
tra os ascarídeos e os oxiúros (pe-
quenos vermes brancos que provo-
cam prurido anal nas crianças).
0 alho-de-urso (Allium ursinum L.)* é um alho
•Tonificante geral cio organismo e silvestre que possui propriedades muito se-
depurativo IO.0.Ô.0I: O alho activa as melhantes às do cultivado, embora a sua to-
reacções químicas do metabolismo e lerância digestiva seja menor.
favorece os processos de excreção de Este alho silvestre não se cultiva porque, além
substâncias residuais (catabolismo). da sua extensa difusão, não se pode conservar
Por isso é indicado para os estados de tanto tempo como o alho comum, de proprie-
debilidade ou esgotamento, para a dades muito semelhantes e muito mais bem es-
inapetência e para quem sofra de ex- tudadas.
cesso de resíduos ácidos (gotosos, ar- 0 alho-de-urso tem de ser usado fresco, pois
tríticos, certos reumatismos). quando seca perde uma boa parte dos seus
• Desintoxicante IO,©,©.OI, especial- efeitos.
mente recomendado nos tratamentos
• Esp.: ajo de oso.
para deixar de fumar. Normaliza a
tensão arterial geralmente elevada do
233
Glnkgo biloba L.
JÍ. J I*
Preparação e emprego
USO EXTERNO
@ Compressas com a mes-
ma infusão, embora mais con-
centrada (até 100 g por litro).
Aplicam-se sobre as mãos ou
os pés com problemas circu-
latórios.
€> Cataplasmas de folhas es-
magadas, sobre a zona afec-
234
Os banhos com infusão de folhas de
g i n k g o activam a circulação sanguí-
nea nos braços e pernas. Os manilú-
vios (banhos de mãos) tornam-se
muito eficientes em caso de frieiras.
235
HellanthusannuusL
:>l m
Preparação e emprego
Q
UANDO esia belíssima plan- Fr.: tournesol. Ing.: [commonj
ta chegou à Europa, prove- sunflower.
niente da América Central Habitat: Oriundo das regiões
nos princípios do século subtropicais da América, mas
XVI, foi durante muito tempo utiliza- distribuído e cultivado por todo o
da unicamente como planta orna- mundo.
mental nos jardins e parques, pelo cu- Descrição: Planta anual, da família
rioso lacto de seguir o movimento do das Compostas, que pode chegar a
astro-rei. íer 2 m de altura. O seu grande
disco floral é na realidade um
Só no século XIX a ciência co- capítulo formado por numerosas
meçou a descobrir as suas excelentes pequenas flores.
propriedades nutritivas e medicinais. Partes utilizadas: as dores, os
No entanto, os povoadores do México caules tenros e as sementes.
pré-colombiano já usavam as semen-
tes do girassol tonadas como ali-
mento.
236
Oenothera
bfennlsL V *
Uma grande
descoberta USO INTERNO
óa fitoterapia O Cápsulas ou comprimidos: A
melhor maneira de aproveitar as
propriedades da onagra é ingerir
o óleo das suas sementes, obtido
por pressão a frio, em forma de
cápsulas, comprimidos ou outros
preparados semelhantes. Este é
talvez o óleo mais caro que se
conhece mas, felizmente, a dose
terapêutica é de 2-4 g por dia.
237
*~Yy .-*".
Pefa sua riqueza em ácidos gordos essenciais, o
óJeo de onagra faz descer o nível de colesterol,
melhora a circulação sanguínea e tonifica o sis-
tema nervoso. Constitui um remédio m u i t o útil
para os transtornos da terceira idade.
238
Oiea eumpaea L
» m\ >
USO INTERNO
Alimento antigo
O Decocção: Prepara-se com
e medicamento 40-50 g de folhas por litro de
de actualidade água. Fazem-se ferver até que
a água fique reduzida a meta-
de. Ingerem-se três chávenas
por dia.
240
o O azeite e a pele
A venerável oliveira
é toda ela
medicinal: as
azeitonas são
aperitivas e
tonificantes; o
azeite é suavizante,
Antigamente, quando não existia a colagogo (facilita o
grande variedade de produtos de be- esvaziamento da
leza de que dispomos actualmente, bílis) e redutor do
o azeite era um dos cosméticos mais colesterol; e as
apreciados. Entre o antigo povo de folhas fazem baixar
Israel, como noutras culturas da área a tensão arterial
mediterrânea, era costume ungir a e a febre.
cabeça com azeite para embelezara
pele e o cabelo.
Todos os óleos, mas especialmente o
da azeitona, têm acção emoliente
(suavizante) e protectora sobre a pe-
le que os absorve. Uma boa forma de
aplicar o azeite sobre a peie é a se-
guinte:
1. Aplicar uma loção com azeite,
acompanhada de uma suave mas-
sagem sobre todo o corpo.
2. Vestir uma bata ou um roupão e
esperar durante 15-20 minutos.
3. Passado este tempo, toma-se um
duche quente, ensaboando a pele
com o produto habitualmente utiliza-
do. Depois de enxugar, nota-se co-
mo a pele ficou mais suave e limpa.
protectora sobre a mucosa do estô- dras na vesícula), pois poderia desen- mento das artérias por deposito de co-
mago, pelo que é um excelente re- cadear uma cólica biliar. lesterol e cálcio nas suas paredes), ao
médio em caso de gastrite aguda (irri- contrário do colesterol ligado ãs lipo-
tação do estômago) l©l, produzida • Efeito sobre o colesterol [01: O azei- proteínas de baixa densidade (1.1)1.,
militas vezes por medicamentos como te não oferece uni acentuado efeito Lano Density Lipoprotein) ou colesterol
a aspirina, bebidas alcoólicas, cale, es- redutor do nível de colesterol no san- nocivo. Islo pode explicar o lacto de o
peciarias ou conservas em vinagre. gue, como o que possuem os óleos de consumo habitual de a/.eile como gor-
gérmen de trigo ou de milho, por dura alimentar estar directamente re-
• Laxante suave l€N, quer seja tomado exemplo. No entanto, usado de forma
em jejum quer aplicado em enema lacionado com um menor risco de hi-
continuada, lem a (acuidade de man- lário do miocárdio.
(distei) UDI. Além disso, facilita a ex- ter o colesterol sanguíneo em níveis
pulsão dos vermes intestinais. baixos. Comprovou-se experimental- • Anlitóxico, excepto nas intoxica-
• Colagogo, isto é, que facilita o esva- mente que o azeite aumenta as lipo- ções provocadas pelo fósforo ou seus
ziamento da vesícula biliar, o que aju- proteínas da alta densidade (HDL, derivados IO). Dá-se a beber à vítima
da o alívio das doenças abdominais ///'»/; Densiiy Lipoprotein em inglês), uni copo de a/.eile misturado com
devidas ao mau funcionamento da ve- que são encarregadas de transportar água quente, para provocar o vómito,
sícula l©l. Além disso, a bílis despeja- no sangue uni tipo de colesterol cha- e, depois de ler vomitado, dão-se-lhe
da no intestino facilita a digestão. No mado colesterol 1IDL. Este tipo espe- a beber novamente várias colheradas
entanto, deve-se usai" com prudência cial de colesterol tem a propriedade de azeite, para que desenvolva a sua
em caso de eolelitíase (cálculos ou pe- de evitara arteriosclerose (endureci- acção de antídoto no tubo digestivo.
241
Rauwotfía
serpentina Benth. LÍJ ± ÍQQQ
A MEDICINA tradicional da
índia utiliza a raiz. desta planta
desde tempos remotos, como
antídoto coima as picadas de serpen-
tes e aranhas, e para acalmar os ner-
cação da dose recomendável.
CH,—0
desta planta contém cerca de vinte ti- FórmuJa
pos diferentes de alcalóides, dos quais química da reserpina, o alcalóide
o mais importante é a reserpina. Tem mais importante da rauvólfia.
propriedades hipotensoras (produz Tem propriedades hipotensoras e
uma descida na pressão arterial) e se- sedativas.
dativas do sistema nervoso, tudo isto
como resultado da sua acção depres-
sora sobre os centros subcorticais e
talamicos do cérebro.
A rauvólfia tonia-.se altamente eficaz
no tratamento da hipertensão arte-
rial, tão frequente no mundo desen-
Outros nomes: rauwolfia.
volvido. Também dá bons resultados
em caso de insónia rebelde, de psico- Esp.: rauwolfia, rauvólfia, ravolfia.
Fr.: rauwolfia, arbre aux serpents.
se e de outras doenças mentais IO.QI. Ing.: rauwolfia [root], Java
Outro alcalóide da rauvólfia é a aj- devilpepper.
malina, de propriedades antiarrítmi- Habitat: Originária das regiões
cas. tropicais da Ásia, especialmente da
índia, onde se cultiva para fins
medicinais. Actualmente cultiva-se
também na América Central.
Descrição: Pequeno arbusto de até
Precauções um metro de altura, da família das
Apocináceas. As suas folhas
terminam em ponta pelas duas
A reserpina da rauvólfia é um alca- extremidades, e as flores, brancas
ou cor-de-rosa, dispõem-se em
lóide muito activo, pelo que a planta forma de umbela.
e os seus extractos devem ser usados
sob vigilância médica. Partes utilizadas: a raiz.
242
Tragopogon
pratensis L. fr • A l
Precauções
A RAIZ do ccrsefi-bastardo já
era usada na Grécia antiga.
Aparece em frescos encontra-
dos ein Pompeia, o que indica que
também (a/ia pane da dieta romana.
Não comeras sementes e os fru-
tos, porque são tóxicos. O resto
da planta não apresenta nenhum
problema.
241
Vinca minorL
Pervinca
Ideal para combater
o envelhecimento
O Preparação e emprego
244
*v
Vicária
* Esp.: vicária.
Visco-
-branco
Eficaz contra
a hipertensão
e a arteriosclerose
O
S TORDOS, os pombos e ou-
tras aves da floresta, encarre-
gam-se de disseminar as se-
mentes do visco-branco. Depois de as
terem ingerido, vomitam-nas sobre os
ramos de outras árvores, a que as ba-
gas se agarram graças ao seu invólucro
gelatinoso. Ali germinam as sementes,
Outros nomes: visco.
geralmente sobre abetos, álamos ou
macieiras, surgindo uma nova planta. Esp.: muérdago, almuérdago, visco. Fr.: gui. Ing.: [European]mistietoe.
Habitat: Difundido peias regiões de bosques de todo o continente europeu e também
O visco-branco é uma planta muito do americano.
original. As suas raízes penetram nos Descrição: Planta parasita, da família das Loraniáceas, que afunda as suas raízes
ramos e troncos de outras árvores, em nos troncos de diversas árvores e se alimenta da sua seiva. As folhas são perenes
vez de penetrarem na terra. A semen- (sempre verdes) e os frutos são bagas gelatinosas semelhantes a pérolas.
te precisa de luz solar para germinar, Partes utilizadas: as folhas, colhidas antes de aparecerem os frutos.
ao contrário da maioria, que precisa
da escuridão. Por outro lado. a planta
246
Visco-americano
Existe na
América do
Norte uma va-
riedade, conhe-
cida em espa-
nhol como vis-
co-
-americano [Phora-
dendron flaves-
cens)' de proprie-
dades semelhantes
às do visco-branco.
Para os distinguir, dá-se nos Estados
Unidos, ao visco-branco, o nome de
'European mistletoe' {visco europeu).
* Esp.: muérdago americano.
O visco-branco é uma planta parasita, muito apreciada pela sua acção hipo-
tensora e dilatadora das artérias, especialmente as cerebrais e as coronárias.
No entanto, deve ser usado com prudência, devido aos seus possíveis efei-
tos tóxicos. As bagas são venenosas e devem deitar-se sempre fora.
adulta é capaz de produzir clorofila se conhecem contra a hipertensão ar- • Anti-inflatório: Aplicado localmente.
mesmo na escuridão, ao contrário das terial. Melhora a irrigação sanguínea alivia as dores reumáticas 16). Muito
restantes plantas, que amarelecem pe- do cérebro e do coração, quando en- eficaz nos ataques agudos de lumba-
rante a falta de luz. torpecidos devido ao estreitamento go ou ciática.
As suas propriedades medicamen- (arteriosclerose) das artérias cere-
tosas, já conhecidas desde os tempos brais ou coronárias. O seu uso é reco-
mendado em caso de arteriosclerose • Regulador da menstruação: limpre-
de Hipócrates e Plínio, são também ga-se em caso de transtornos do ciclo,
muito interessantes. Recentemente, cerebral (enjoos, vertigens, zumbidos
nos ouvidos) ou coronária (angina de de regras excessivas e de hemorragias
descobriu-se que o visco-branco apre- uterinas, devido ao seu eleito hemos-
senta uma actividade antitumoral, lac- peito). Pode-se administrar como
preventivo de novos ataques, nos in- tático 10,91.
to que ainda está a ser investigado.
divíduos que tenham sofrido trombo-
se ou embolias cerebrais.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS suas • Anticanccroso (0.01: Isolarain-.se re-
folhas contêm colina c acetileolina, • Antiespasmódico e sedativo: Acalma centemente na planta do visco-bran-
substâncias que actuam sobre o siste- a sensação de opressão no peito, as co certas proteínas conhecidas como
ma nervoso vegetativo, além de sapo- palpitações, o nervosismo e as enxa- lactinas, que têm um acentuado eleito
ninas. As bagas contêm também alca- quecas IO.01. Antigamente uiilizava-se destruidor das células minorais (efei-
lóides e outras substâncias té>xicas, para acalmar os ataques epilépticos e to citolítico). Ao mesmo tempo, estas
pelo que não se recomenda o uso me- as crises de histeria. proteínas estimulam o timo e as defe-
dicinal das mesmas. sas celulares do organismo. Realiza-
• Diurético e depurativo: Aumenta a ram-se experiências satisfatórias com
Eis as propriedades do visco-bran- produção de urina e a eliminação dos animais de laboratório, nos quais 0
co: resíduos tóxicos do metabolismo, visco-branco foi capaz de curar tumo-
• Hipotensor e vasodilatador: Possui como a ureia e o ácido úrico IO.OI. In- res superficiais. Esperamos que se
um notável eleito regularizado!- do sis- dicado nos casos de nelrite, gota, ar- façam novas descobertas nos próxi-
tema circulatório IO.OI. O visco-bran- tritismo, e sempre que se deseje de- mos anos, que permitam a sua apli-
co é uma das plantas mais eficazes que purar o sangue. cação clínica.
247
PLANTAS PARA AS VEIAS
A
S VKIAS transportam o sangue lação sanguínea nas veias, evitando que se
de volta paia o coração, depois dilatem e lormem varizes. As plantas ve-
de ele ter passado pelos capila- notónicas também são úteis em caso de
res e irrigado os tecidos. O san- hemorróidas, pois estas nada mais são do
gue circula pelas veias quase sem pressão, que veias dilatadas na região do ânus.
<> que dificulta de modo particular o re-
torno do sangue das pernas, que leni de As compressas embebidas na decocção
subir vencendo a força da gravidade. rle certas plainas venotónicas e cicatrizan-
tes (pág. 250) ((instituem nina interessan-
As plainas medicinais fornecem substân- te ajuda no tratamento das úlceras varico-
cias venotónicas, (pie favorecem a circu- sas das pernas.
248
A SAÚDE P E L A S P L A N T A S M E D I C I N A I S
2 " Parte; D e s c r i ç ã o
I
Doença Planta Pág. Acção Uso
249
C a p . 1 4 : P L A N T A S PARA A S V E I A S
250
Aesculus
h/ppocastanum L !\ 6
Preparação e emprego
Castanheiro
-da-índia USO INTERNO
O Decocção: 50 g de casca de
ramos jovens e/ou sementes por li-
O remédio das veias tro de água. Tomam-se duas ou
por excelência três chávenas diárias.
@ Extracto seco: 250 mg, três
vezes por dia.
USO EXTERNO
© Compressas com a decocção
Outros nomes:
Precauções Esp.: castano de índias, castano caballuno, castano falso. Fr.: marronier [d'lndej,
chataignier de cheval. Ing.: [commonj horse chestnut.
Habitat: Árvore comum nos parques e avenidas da Europa e da América. Também se
encontra em estado silvestre nos bosques de regiões montanhosas.
As sementes, isto é, as castanhas Descrição: Árvore de folha caduca, da família das Hipocastanáceas, de belo porte e
desta árvore, não devem ingerír-se, grande loihagem. Atinge até 30 m de aíiura e, como o castanheiro comum, vive muito
tempo (até 300 anos). As folhas são palmeadas, grandes, de bordo dentado, e
por se tornarem tóxicas. Sobretudo, nascem em grupos de 5 a 9. As flores são brancas e agrupam-se em ramalhetes. Os
é preciso avisar as crianças, que po- frutos são grandes, rodeados de espinhos não muito duros, e contêm no interior uma
dem confundi-las com as castanhas ou duas sementes parecidas com as verdadeiras castanhas.
comestíveis. Partes utilizadas: a casca dos ramos jovens e as sementes.
251
O castanherro-da-índia é
uma befa árvore, de cuja
casca e sementes se extrai
o gíicósido esculina. Esta
substância natural faz
parte da composição de
numerosos preparados
farmacêuticos, devido à
sua acção tonificante da
circulação sanguínea nas
veias.
ças, por as terem c o m i d o em quanti- m i n u a a c o n g e s t ã o s a n g u í n e a , es- • Varizes das pernas, insuficiência ve-
dade. p e c i a l m e n t e nos m e m b r o s inferio- nosa, p e r n a s pesadas 10.®.01.
res. • Tromboflebites, úlcera varicosa das
P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : A CAS- —Protector capilar: Fortalece as célu- pernas 10,0 ©I.
CA dos r a m o s jovens c as SEMENTES las q u e formam a p a r e d e dos vasos • H e m o r r ó i d a s : Acalma a d o r e re-
(castanhas) c o n t ê m vários princípios capilares, lornando-os m e n o s per- du/.-lhes t a m a n h o IOM.OI
activos de g r a n d e valor medicinal: meáveis, favorecendo assim o desa- • P r ó s t a t a : Torna-se m u i t o eficaz lia
/ Esculina: (Uicósido c u m a r í n i c o q u e p a r e c i m e n t o d o s e d e m a s c in- congestão e hipertrofia desta glându-
exerce uma forte acção sobre o siste- chaços. la, tanto tomada em infusão ou ex-
ma venoso e sobre a circulação san- / Saponinas triterpénicas (escina) de tractos como aplicada em banhas de
guínea em geral. A esculina e n t r a na acção anli-inflamatória e antiedema- assento IO.0.01. Reduz o t a m a n h o da
composição de muitos preparados far- tosa, a b u n d a n t e s , s o b r e t u d o , nas se- próstata inflamada e facilita a saída da
macêuticos, pois a i n d a n ã o se conse- mentes. urina.
guiu sintetizar um fármaco que- supe-
A FARINHA da castanha-da índia é
re DS efeitos desta substância vegetal. / Taninos calequicos, adstringentes e
As propriedades da esculina são: anli-inl 'lama tórios.
especialmente rica em saponina, pelo
que se emprega em cosmética e na in-
-Tónico venoso: Au m e u la o t o n o da Esta planta torna-se muito útil em dúsiria do sabão 101. E um autêntico
parede venosa, o que determina todo o tipo de transtornos venosos, es- sabão vegetal, suavi/ante e protector
q u e as veias se- contraiam e q u e di- pecialmente em: da pele.
252
Corylus avellana L
Aveleira
Uma árvore nutritiva
e medicinal
253
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Todas
as parles da árvore contêm llavonói-
des e taninos. A CASCA e as FOLHAS
têm as seguintes aplicações:
254
Cupressus
sempervirens L O: «J D AJ 1
Preparação e emprego
USO EXTERNO
€) Banhos de assento: Para o
tratamento das hemorróidas com
uma decocção para uso interno,
mas com maior concentração de
frutos (cerca de 50 g por litro). To-
O
CIPRESTE é uma árvore qua- mam-se três banhos por dia, mas
se tenebrosa. Firme e solene com a água já fria. Reduz o ta-
às porias de um cemitério, manho das hemorróidas e alivia o
apontando paia o céu com a sua copa incómodo e a dor que provocam.
e paia as tumbas com a sua alongada O Banhos de vapor: Para quem
sombra, parece querer lembrar aos se- sofra de caiarros bronquiais, è al-
res humanos o trágico destino que tamente benéfico fazer banhos de
nos espera nesta terra. E a árvore que vapor, acrescentando à água
melhor simboliza a morte. quente alguns frutos de cipreste,
Mas, ao mesmo tempo, é sinal de ou então umas gotas da sua
vida e de saúde para tantos que so- essência.
frem de doenças do aparelho respira- © Compressas sobre as pernas,
tório e do aparelho circulatório. com a mesma decocção que pa-
Já na antiga Grécia si- mandavam os ra o uso interno.
doentes do peito para os bosques de
ciprestes, para recuperai em a saúde
respirando o seu ar impregnado de
essências balsâmicas. Hipócrates e Ga-
leno recomcndavam-no como planta Outros nomes: cipreste-dos-
medicinal. Desde então tem vindo a •cemitérios.
ser utilizado com êxito, durante mais Esp.: ciprès, ciprès común. Fr.: cyprès
de dois mil anos, como árvore cura- [toujours vert\. Ing.: {Ifalian} cypress.
tiva. Habitat: Originário da Ásia Menor, hoje
encontrado em toda a Europa e
No estado mexicano de Oaxaca, naturalizado na América, onde existem
enconira-se o célebre cipreste de algumas variedades.
Mocte/iuna ou do Tule, de 50 m de al- Descrição: Árvore da família das
tura e \4 m de diâmetro no tronco, Cupressáceas, de folha perene, que
q u e p e r t e n c e a u m a espécie m u i t o atinge 20-25 m de altura. O seus frutos,
próxima do cipreste comum. Atribui- chamados gálbulos, apresentam uma
-se-lhe uma idade de 4000 ou 5000 forma poliédrica e são de cor verde
anos. Os antigos Astecas já emprega- acinzentada.
vam os frutos do cipreste (os gálbu- Partes utilizadas: os frutos verdes
los) para evitar os cabelos brancos e (gálbulos) e a madeira.
conservar a cor primitiva do cabelo.
255
Os banhos de assento com
uma decocção de gálbufos
(frutos) de cipreste verde
aliviam os transtornos da
micção próprios do síndro-
ma prostático, da cistite ou
da incontinência urinária. O
seu efeito é reforçado se, ao
mesmo tempo, se tomar por
via oral a decocção ou a
essência durante vários dias.
Pela sua acção t o n i f i c a n t e
sobre a circulação venosa,
estes banhos também se tor-
nam convenientes em caso
de hemorróidas.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Na
madeira do cipreste, nos seus ramos
tenros, e especialmente nos frutos,
enconlra-sc entre 0,2% e 1,2% de
essência de cipreste, composta de vá-
rios hidrocarbonetos, assim como ca-
nino e diversas substâncias aromáti-
cas. Esta árvore tem as seguintes pro-
priedades:
• Tónico venoso potente: Tem uma
acção tão intensa como a hamamélia
(pág. 2.V7), uma das plantas mais ac-
tivas sobre o sistema circulatório CJUC
se conhecem. O uso do cipreste é in-
dicado para combater as varizes, as
úlceras varicosas e as hemorróidas,
tanto em uso interno 10,01 como em
aplicação lotai externa 10.©). dade da bexiga, e permite um melhor •Adstringente, devido aos taninos
controlo do sistema nervoso vegetati- que possui IOI. Usa-se em caso de co-
• Vasoconstritor (contrai os vasos san- vo sobre a musculatura deste órgão. lite ou diarreia.
guíneos). Torna-sc especialmente re-
comendável durante a menopausa, Km uso interno IO.01 ou em banhos
• Sudorífico, diurético e febrífugo
para deter as frequentes meirorragias de assento (€>l, é indicado nos casos
(ia/, baixar a lebre). He grande utili-
(hemorragias uterinas) devidas à con- de incontinência urinária diurna, ou dade nos catarros bronquiais, bron-
gestão do útero, como consequência nocturna durante o sono (enurese), quites, constipações e gripes IO.OI. A
do desequilíbrio hormonal próprio e no síndroma prostático (dificulda- essência de cipreste leni, além disso,
dessa etapa da vida feminina. de na micção devido a um aumento acção balsâmica, antitússica e expec-
•Tónico vesical: Aumenta a tonici- do tamanho da próstata). torante 101.
256
Hamamells virginiana
L
Hamamélia
Tonifica as veias
e embeleza a pele
257
Melllotus
officinalls Lam. Oj í a J
Preparação e emprego
USO EXTERNO
© Lavagens oculares: Usa-se
uma infusão, mas mais concen-
trada do que para uso interno, à
razão de uns 200 g por litro de
água.
o MELILOTO é, juntamente
com os (idalguinhos (p«ig.
131) e a tanchagem (pág.
325). uma das plainas conhecidas des-
de a antiguidade como "quebra-ócu-
los" ou "íira-óculos", devido à sua
acção benéfica sobre os olhos. Recen-
temente descobriu-se que esta planta
é um excelente tónico da circulação
venosa, e é esta, no presente, a sua
aplicação mais importante.
258
Ruscus acuíeaíus L
«. M m
Preparação e emprego
Gifbarbeira
USO INTERNO
Favorece
O Decocção: 40-60 g de raiz ou
a circulação venosa rizoma por litro de água, duran-
te 10 minutos. Tomar de 4 a 6
chávenas por dia.
USO EXTERNO
259
Vacdnium
myrtillus L 3 @ ey IJ
260
Os arandos. ou os extractos
que se elaboram com eles.
constituem um eficaz remé-
dio para tratar as varizes, a
perda de visão por degene-
rescência da retina e as para-
sitoses intestinais.
Além disso, o sumo de aran-
do ou os seus extractos são
úteis nas infecções urinárias
(cistites e uretrites). Está pro-
vado q u e , tomando-os de
forma regular d u r a n t e um
período de um a três meses,
se evitam as incómodas cisti-
tes repetidas nas mulheres
propensas a elas.
tecidos, com o que se reduz o edema intestino infantil. Neste caso reco-
e a congestão. Os arandos também ac- menda-se fazer uma cura de arandos
tuam sobre o coração, aumentando a frescos ou cozinhados em forma clt-
resistência do músculo cardíaco (mio- puré, durante três dias consecutivos
cárdio). 101. Só é permitido tomar leite, além
dos arandos. Segundo o doutor
• Degeneração da retina e perda de Schneider, o êxito deste tratamento
«A».
visão. As aniocianinas do arando ac- pôde ser comprovado no Hospital
tuam também sobre os capilares da Infantil da Universidade de Helsín-
Arando-vermelho retina, melhorando a irrigação das cé- quia (Finlândia).
lulas sensíveis à luz. São portanto mui-
to úteis na recuperação da acuidade
visual nocturna e para melhorar a • Infecções urinárias: O sumo de
adaptação à obscuridade IO,©.©f O arando fresco, OU os seus extractos,
seu uso torna-se especialmente indi- exercem uma acção anii-séptica sobre
cado na retinopatia diabética, na mio- os órgãos urinários, como a bexiga ou
pia, e na degenerescência da retina a uretra IOI. Fm caso de cistite repeli-
devida a hipertensão ou a arterioscle- da, frequente nalgumas mulheres, rc-
rose, ou a outras causas, como no caso comenda-se que comam arandos du-
da rctinosc pigmentaria. rante um a três meses, de forma con-
tinuada, para evitai novas recaídas.
• Diarreias em geral, e especialmente
as infecciosas devidas a disbacteriose • Afecções da pele, como o eczema, a
O arando-vermelho ou arando-de-ba- (alteração da flora intestinal) IO,©. folicillite e as úlceras varicosas 101.
ga-vermelha {Vaccinium vitis-idaea ©.O). Pelo seu efeito anti-séptico. é ca- Nestes casos aplica-se localmente o
L ) \ é de folha perene e dá umas ba- paz de travar a flatulência devida a sumo de arandos em forma de loção,
gas vermelhas. Tanto pelo aspecto fermentações e putrefacções intesti- ou então fresco, ou concentrado por
como pelas propriedades que tem, é nais. Desinflama e normaliza o fun- meio de decocção.
muito semelhante à uva-ursina (pág. cionamento do intestino, especial-
564). As suas folhas usam-se como mente do cólon. As FOLHAS do arando merecem
diurético, anti-septico e anti-infla- uma menção especial, Contêm lani-
matório urinário, em caso de cistite
Foi possível comprovar experi- íio, glicósidos llavonóides e glicoqui-
e pielonefrite, em infusão de 30 g mentalmente que, tanto as folhas nina, substância esta que faz baixar o
de folhas por litro de água {2-3 chá- como as bagas do arando, travam o conteúdo de glicose (açúcar) no san-
venas por dia). desenvolvimento excessivo dos coli- gue. Têm portanto os mesmos eleitos
bacilos {li\/hnirhirt roli), causadores adstringentes e anlidiarreicos que os
As folhas também são hipoglice- ria disbacteriose intestinal, e muitas
miantes, como as do arando. Os fru- frutos, mas além disso são hipoglicc-
infecções urinárias. miantes. Daí a sua Utilidade para os
tos, por sua vez, são adstringentes.
• Parasitose intestinal, especialmente diabéticos, pois permitem baixar i
' Esp.: arando rojo, arando punteado. dose de medicação oral ou de insuli-
a causada por oxiúros. pequenos ver-
mes que frequentemente infestam o na IOI.
261
PLANTAS PARA O SANGUE
IJMÁRIO DO CAPÍTULO
J Plantas hemostática
•
DOENÇAS E APLICAÇÕES
Anemia 263
Equimose, ver hematoma 263
FtukUfkantes do sangue, plantas . . . .263 São plantas que detêm as hemorra-
Hematoma 263 gias, tanto nos órgãos internos como
Hemorragia 264 na pele.
Nemosláliras, plantas 262 A sua acção é reforçada quando se
combina o uso interno (tisanas por
Planas Jluidificantes do sangue 263
via orai) com as aplicações exter-
Plantas hemostáticas 262 nas sobre o ponto sangrante, sempre
Trombose 264 que este se encontre acessível.
PLANTAS
262
IE PELAS PLANTAS MEDICINAIS
Plantas fluidificante
do sangue
""J ^M CERTO sentido, unias as plan-
Êj ias medicinais ingeridas actuam O abacate (pág. 719) é um
m ' sobre o s a n g u e , já q u e os seus O seu uso e indicado como preventi- fruto muito nutritivo e rico
m J princípios activos acabam por ser vo da trombose em caso de hiper- em ferro.
transportados pelo fluido vital depois de tensão, arteriosclerose e sempre que
existam (actores de risco ou predis-
icrem sido absolvidas no intestino. posição para essa alteração sanguí-
No entanto, algumas plantas actuam di- nea.
rectamente sobre a composição do sangue
e sobre a sua capacidade de coagulai-se.
Diversas plainas são capa7.es de aumen- Planta Pág.
tara produção de hematias (glóbulos ver- Tília 169
melhos) e combater, deste modo, a ane- Alho 230
mia. O Ferro rios vegetais é ião mil como o Meliloto 258
de procedência animal para Formar o san- Cebola 294
gue. A absorção do Ferro vegetal é um pou-
Aspérula-odorífera 351
co mais difícil do q u e a do animal mas, em
compensação, tem a vantagem de estar Fumaria 389
normalmente acompanhado de- abundan- Milefólio 691
tes minerais e vitaminas. A vitamina (• lã- Amor-perfeito-bravo 735
263
: i p . 1 5 : P L A N T A S PARA O SANGUE
Ml
-PASTOR sangrantes com a infusão
£07 Aumenta a resistência dos capilares
ARRUDA Infusão, essência
> sanguíneos
r AVIAI HMufl 7n/i Hemostàtica, regenera o tecido Decocção, sumo fresco,
Sempreooiva ' -^ CAVALINHA 704 C0njuntjv0 aplicações locais
c ilila a absorção cio ferro contido nos ve- terial, especialmente cias artérias cere-
getais. brais, coronárias (origem do infarto do
miocárdio) e femorais (causa cia falta de
As plantas hemostáticas actuam favore- irrigação nas pernas). Actuam por um ou
cendo os mecanismos de coagulação do vários dos seguintes mecanismos:
sangue e, também, por moio da vitamina K
que contêm, coagulando os pequenos va- • diminuindo a tendência excessiva das
sos capilares pela sua acção adstringente. plaquetas do sangue para se agruparem
formando coágulos: acção antiagregan-
Mais aplicações terapêuticas têm as plan- te plaquetária,
tas que fluidificam o sangue e evitam que
este se coagule dentro dos vasos sanguí- • desfazendo a llbrina. proteína do plas-
neos, processo que se conhece como ma sanguíneo cpte forma OS coágulos:
a c ç ã o l i h l i m i l i l i c ;i,
trombose. Kstas plantas fazem que o san-
gue seja mais fluido, e exercem uma im- • travando os processos de coagulação do
portante acçào preventiva da trombose ar- sangue: acção anticoagulante.
264
Cltrus limon
(L) Burm. O) JL Z *
Preparação e emprego
Limoeiro USO INTERNO
Compêndio de grandes O Infusão de folhas: 30 g por li-
tro de água. Tomam-se 3 ou 4
virtudes medicinais chávenas diárias, adoçadas com
mel.
@ Infusão de casca: Esmaga-se
a casca de um limão por cada co-
po de água e faz-se infundir du-
rante uns minutos. Tomar 3 chá-
265
o Cura de limões
consiste em dar ao doente o sumo de
um limão dissolvido em meio copo
de água, com uma eolher/inha de bi-
carbonato de sódio.
Uma cura de limões tem de ser feita sob Cada dia que passa (ou
vigilância médica, pois trata-se de um cada dois dias segundo • Alcalinizante e depurativo: O limão
verdadeiro tratamento médico. A outros), toma-se mais provoca uma alcaliui/açao de todo <>
cura de limões è formalmente ( um limão, até chegar organismo, muito conveniente ás pes-
contra'indicada a quem so- a 7 ou 9 por dia. A soas que tenham uma alimentação
fra de insuficiência renal, partir de então, vai-se muito rica em carnes ou proteínas,
aos anémicos, aos que reduzindo a dose com o
que produz um excesso de resíduos
sofram de descalcificação mesmo ritmo, até tomar
óssea, às crianças pequenas
ácidos, como o ácido úrico, fazendo
só um limão. Descansa-
e aos idosos. Faz-se seguindo es- -se durante uma semana e re- virar o pi I (grau de acidez ou alcali-
te esquema: No primeiro dia toma-se o pete-se se for preciso. Dá resultados nidade) para a alcalinidade no san-
sumo de um limão, diluído em água, meia muito bons na gota, no artritismo e nos gue e na urina, facilita a dissolução e
hora antes de tomar o pequeno almoço. cálculos renais. a eliminação dos sedimentos líricos
dos rins e das articulações. O sumo
do limão torna-se altamente reco-
mendável para quem sofra de cálcu-
mento científico, e que puderam ser • Antiescorbútico: É a propriedade los renais, gota ou artritismo, assim
comprovadas experimentalmente. mais importante do limão, devido ao como para lodos aqueles que dese-
seu conteúdo em vitamina (! 101. Em- jem depurar o seu sangue e melhorar
bora haja vegetais que apresentam a sua saúde. IO).
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS
muito maior concentração de vitami-
FOLHAS do limoeiro são ricas numa na (I do que o limão, como a rosa-ca- • Dissolvente de cálculos renais: Os
essência aromática composta pord-Ii- nina (500-800 mg por 100 g) e a gro- citratos (sais de ácido cítrico) conti-
moneno, l-linanol e outros hidrocar- selheira (até -100 mg), o efeito anties- dos no sumo de limão, especialmen-
bonetos lerpénicos em menor pro- corbútico do limão é muito acentua- te o citrato potássico, impedem a for-
porção. São sedativas e antiespasmó- do, devido ã sua equilibrada compo- mação de cálculos renais e facilitam a
dicas. O seu uso é recomendado às sição em sais minerais e ácidos orgâ- sua dissolução. Isto foi comprovado
pessoas que sofram de nervosismo, in- nicos. em experiências científicas, tanto
sónia, palpitações, enxaquecas ou com cálculos de mato como de oxa-
asma IO). For serem também sudorí- O escorbuto é a doença que se ma- lato (os tipos mais frequentes).
ficas, são úteis aos doentes febris. Pos- nifesta como consequência da falta de
suem ainda efeito vermífugo (expul- vitamina C (ácido ascórbico). Esta vi-
sam os vermes parasitas do intestino). tamina só se encontra nos alimentos
266
Esta propriedade dos citratos,
combinada com a acção alcalini/anie
descrita, faz do sumo de limão um
autêntico medicamento para os do-
entes dos rins IOI.
267
Erigeron
canadens/s L
Preparação e emprego
Erigerão
USO INTERNO
Hemostático e
O Infusão ou decocção com
antidiarreico uma colher de sopa de folhas se-
cas, por chávena de água. Admi-
nistram-se 2 ou 3 chávenas por
dia.
© Extracto seco: A dose habi-
tual é de 1 -2 g por dia, repartidos
em 2 ou 3 tomas.
268
Medicago sativa L.
oj ^ >J Pi J
Preparação e emprego
Luzerna
USO INTERNO
Nutritiva e hemostática O Como alimento: A luzerna, co-
mo muitas outras verduras e hor-
taliças, pode-se comer crua em
salada (os brotos tenros) ou co-
zinhada. 0 seu conteúdo em vita-
mina C resiste muito bem à coze-
dura.
Q
UE SORTE têm os cavalos,
de lhes darem luzerna a co- @ Sumo fresco: Um copo, to-
mer! mado de manhã, constitui um ex-
Desde os tempos mais remo- celente tónico.
los, os animais domésticos lêm des- €) Infusão: 30 g por litro de água.
frutado das vantagens desia nutritiva Tomam-se de 3 a 5 chávenas por
planta, enquanto mie os seus donos dia.
racionais a desprezam, por a conside- O Extracto seco: 0,5 a 1 g por
rarem pouco refinada para aparecer dia.
nas suas mesas.
Graças à moderna química analíti-
ca, conhecem-se hoje as excelentes
propriedades desia humilde planta.
Felizmente, sãojá cada vez mais aque-
les que tiram proveito dela. Outros nomes: alfalfa, meiga, meiga-
-dos-prados. Brasil: alfalfa-de-fior-roxa.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: OS Esp.: alfalfa, cadiilo de hierba, trebol de
BROTOS TENROS (germinados) da lu- carretilla, mielga. Fr.: luzerne [cultivéej.
zema são muito ricos em cálcio (525 tng.: lucern, tucerne, alfalfa.
mg por 100 g, o triplo do que existe Habitat: Originária do Médio Oriente,
no leite), fósforo, provitamina A em cultiva-se hoje nas regiões temperadas
forma de betacaroteno, vitaminas C, de todo o mundo.
B e K, enzimas, aminoácidos essen- Descrição: Planta forrageira da família
ciais e outros nutrientes, além de fibra das Leguminosas, que atinge de 30 a 80
vegetal. cm de altura As suas flores são de cor
azulada. O fruto ê um pequeno legume
Por isso, a luzerna possui proprie- enrolado em forma de caracol.
dades remineralizantes, tonificantes, Partes utilizadas: toda a planta.
de protecção contra v»s infecções e Ue-
mostáticas IO.©.0.01. E especialmen-
te indicada em caso de:
• anomia por deficiências vitamínicas
ou minerais;
• raquitismo e desnutrição;
O Germinados
• úlcera gastroduodenal;
• dispepsia e fermentações intesti- As sementes de luzerna podem fa-
nais, pela sua riqueza em enzimas; zer-se germinar em casa, e comem-
• prisão de ventre, pelo seu conteúdo -se os pequenos rebentos acaba-
em libra vegetal: dos de brotar (brotos ou germina-
dos). Os germinados são especial-
• hemorragias nasais, gástricas c ute- mente ricos em vitaminas e mine-
rinas. Recordemos eme qualquer per- rais.
da de sangue anormal deve ser objecto
de consulta médica.
Nasturtium
offWna/fe R. Br. Aí J
Q
UE SAUDÁVEIS-e econó-
micas- estas saladas pre-
paradas no campo, ã base
de verduras silvestres! O
agrião combina perfeitamente com o
dente-de-leão, as azedas e a urtiga.
Para um dia cie campo, torna-se mui-
to mais apropriado um prato assim,
do que a sopa que sobrou, aquecida
com o Fogareiro portátil, ou as san-
duíches dr carne.
Descrição: Ê uma
Mas, cuidado! Para poder desfrutar planta rasteira, da
da natureza, são precisos alguns co- família das Crucíferas,
nhecimentos que os habitantes das ci- com folhas de cor
dades têm de adquirir. Por isso diz um verde intensa, e flores
brancas, pequenas. O
velho ditado espanhol: "Tu, que co- seu sabor faz lembrar
lhes o agriào, tem cuidado com o na- a mostarda, ainda que
pclo." O napeio ou acónico (pág. 148) menos picante.
também cresce junto das águas límpi- Parte utilizada: as
das, e é uma das plantas mais veneno- folhas e os caules
sas que se conhecem. Felizmente, não finos.
v muito difícil distingui-lo do agrião.
270
Os agriões tèm um
notável efeito depurativo
do sangue, e além disso
sào tonificantes e
aperitivos. É necessário
ter-se a certeza de que a
água onde se criam não
está contaminada.
PuopRiKDAnr.s E INDICAÇÕES: O
agrião contém gluconasturtósido
(um glicósido sulfurado), iodo c-
lerro, assim como um princípio amar-
go e vitaminas A, G e I'.. As suas pro-
priedades são:
• Depurativo do sangue e diurético:
Muito indicado nos casos de gota, ar-
tritismo, obesidade, e de alimentação
rica em carnes e gorduras (O.O).
• Tonificante: O agrião possui um
suave eleito estimulante sobre todas
as (unções do organismo IO.0I. Abre
o apetite e aniva o metabolismo, pois
fornece quantidades importantes das
vitaminas A, C e E, além de minei ais
como o ferio e o iodo. Isto loi na-o
muito útil paia ajudar a vencer a as-
tenia (debilidade) por deficiência vi-
tamínica ou mineral.
• Cicatrizante: As cataplasmas de
agriões, aplicadas sobre feridas ou
chagas de difícil cicatrização, facili-
tam a formação de pele nova l€)l.
lambem regeneram a pele no caso
de eczemas, acne e dermatosc 10.01.
Aplicadas sobre o couro cabeludo,
impedem a queda do cabelo 101.
271
Polygonum
aviculare L O) f
Sempre-
-noiva
Estanca as hemorragias
e cura as diarreias
272
A acção hemostática da sempre-
-noiva contribui para reduzir as
regras muito abundantes,
sempre que não sejam devidas a
alguma causa patológica.
Igualmente, a decocção de
sempre-noiva torna-se útil em
caso de hemorragias digestivas
ou respiratórias, após prévio
exame médico.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: A sem- uni modo especial nas inflamações broncopulmonar que se manifesta
pronoiva contém taninos, llavonói- acompanhadas de hemorragia, que se pelo aparecimento de sangue junta-
des, silício, mucilagens e um óleo es- produzem nos intestinos e no estô- mente com o escarro). Tcnha-se bem
sencial. A sua acção hemostática, que mago IO.0I: presente que a sempre-noiva, embora
favorece a coagulação do sangue, • Gastrcntcrite e disenteria (diarreias ajude a deter a hemorragia, não cura
deve-se sobretudo ao seu grande con- com sangue). O seu eleito nestes ca- a doença que a causa (tuberculose,
teúdo cm taninos, que lêm a proprie- sos é muito notável, pois. além cie cu- cancro, e l e ) .
dade de coagular as proteínas. Por ou- rar a diarreia, faz parara hemorragia.
tro lado, os ílavonóides aumentam a • Menstruação excessiva (regras mui-
resistência das células que Formam as • Gastrites hemorrágicas e úlceras
to abundantes). Antes de tomar a de-
paredes dos vasos sanguíneos (em es- gastroduodenais sangrantes: Nestes
cocção de sempre-noiva, é necessário
pecial dos mais finos, os capilares), casos, devido à gravidade que a he-
submeter-se a uni exame ginecológico.
com o que se impedi- que o sangue morragia pode chegar a ler, só um me-
continue a sair rio seu interior. dico qualificado pode prescrever o uso
desta planta. Pelo seu conteúdo em óleo essen-
O máximo eleito combinado de cial, juntamente com outros princí-
ambas as substâncias consegue-se so- A sempre-noiva também se torna pios activos, a sempre-noiva possui
bre o tubo digestivo. Por tudo isto, a útil noutros tipos de hemorragias: um suave eleito diurético (aumenta a
sempre-noiva torna-se apropriada de • Hemoptise ligeira (hemorragia produção de urina).
273
Polygonum
hydroplperl.
Preparação e emprego
Pimenta-
-dágua USO INTERNO
O Infusão com 15 g de planta
fresca por litro de água, da qual
Detém as hemorragias se tomam 2 ou 3 chávenas por
e é cicatrizante dia.
© 0 pó das folhas secas usa-se
com condimento.
USO EXTERNO
© Sumo fresco: Aplica-se, diluí-
do com água, directamente sobre
a pele, como loção, ou impreg-
nando uma compressa.
A
S FOLHAS secas e trituradas
desta planta utili/am-sc tomo
sucedâneo da pimenta, so-
bretudo nas épocas evn que esta espé-
cie escasseia. Dioscóridcs já a reco-
mendava como revtilsiva, aplicada ex- Outros nomes: acataia, catalã,
ternamente. cravina-d'água, erva-de-moura,
persicária-mordaz, persicária-urente.
Brasil: pimenta-aquática, potincoba,
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Toda a erva-de-bicho.
planta contem um óleo essencial rico Esp.: pimienta de agua, persicaria
em terpenos, flavonóides (rutina) e picante, resquemona, chileperro.
laiiino. A sua propriedade mais im- Fr.: poivre d'eau, piment d'eau,
portante é a hemos tá ti ca (detém as persicaire {acre}. Ing.: [water]
hemorragias), atribuída ao seu conte- smartweed, water pepper.
údo em rutina. Por via interna, tem-se Habitat: Regiões temperadas e
utilizado com êxito paia estancar he- húmidas da Europa e da América do
morragias das vias respiratórias (he- Norte.
moptises) eurinárias (hematúria).as- Descrição: Planta anual da família
sim como para deter as regras dema- das Poligonáceas, que atinge de 30
a 80 cm de altura. 0 seu caule é de
siado abundantes I©.€>1. Tem também cor castanha, com os nós que
efeito diurético. caracterizam as Poligonáceas. As
Externamente pode aplicar-se sem flores são pequenas, de cor
esbranquiçada ou esverdeada.
riscos para curar feridas que sangrem
ou estejam infectadas 181. Além de de- Partes utiJízadas: Todas as partes
aéreas da planta fresca.
ter a hemorragia, é um excelente ci-
catrizante.
u Precauções
274
Rumex acetosa L.
"Jà 1 Jk
USO INTERNO
Ricas em vitamina C
O Infusão: 30 g de folhas por li-
e depurativas tro de água, à razão de 2-3 chá-
venas diárias.
© Sumo fresco: um copo por dia.
275
Splrulina máxima
(Set.-Gard.) Geltler 0| # 41 FJ A.
Preparação e emprego
Espirulina
USO INTERNO
Diminuta alga de
O Cápsulas de 400 mg a 1 g de
grandes virtudes pó de espirulina, é a forma habitual
nutritivas e medicinais da sua apresentação. Tomam-se
de 3 a 12 cápsulas diárias, repar-
tidas em 3 tomas. Nas dietas de
emagrecimento recomenda-se
ingeri-las meia hora antes das re-
feições.
Obtenção
276
pois contêm os oilo aminoácidos es-
senciais (aqueles que o organismo
não pode sintetizar) numa proporção
óptima, além dos restantes aminoáci-
dos não essenciais.
/ Lípidos (8% do sen peso), na sua
maior parle constituídos por ácidos
gordos insaturados, como o ácido li-
noleico, o linolénico, e, especialmen-
te, o gama-linolénico, A espirulina é
um dos vegetais mais ricos nestas im-
portantes substâncias de grande valor
para o tratamento da arteriosclerose.
/ Glícidos ou hidratos de carbono
(18%), entre os quais se evidencia
um açúcar natural raro. a ramnose,
que Favorece o metabolismo da glico-
se e tem um efeito Favorável sobre a
diabetes.
/ Vitaminas A, do grupo B, K e II
(biotina): V. notável o seu conteúdo
em vitamina B12, superior mesmo ao
rio ligado, o que torna a espirulina
um alimento muito apreciado pelos
que seguem uma dieta vegetariana es-
trita, ou seja, isenta até de ovos e pro-
dutos lácteos. Se bem que, na reali-
dade, a vitamina Bis não se encontra
na alga propriamente dita, mas num
tipo de bactérias que habitualmente
a acompanham.
/ Minerais e oligoelementos vários. E
especialmente rica em Ferro: 53 mg A espirulina é um bom complemento nutritivo para as pessoas da terceira ida-
por 100 g de parte comestível (a car- de, assim como em caso de desnutrição, anemia ou esgotamento, graças à
sua grande riqueza em proteínas, vitaminas e minerais.
ne contém entre 2 e 3 mg por 100 g,
e o ligado, 11 mg).
277
Urtice dioica L
'Ol m e £ M M
Urtiga- Preparação e emprego
USO INTERNO
O Sumo fresco: É a maneira de
melhor aproveitar as suas proprie-
dades medicinais, especialmente
o seu efeito depurativo. Obtém-se
espremendo as folhas ou passan-
do-as por uma liquidificadora. To-
O Urtigações
Outros nomes: urtigào. Brasil:
urtiga-mansa.
Esp.: urtiga mayor, urtiga [verde),
ortiga dioica. hierba dei ciego.
Fr.: [grande] ortie, ortie dioique.
Ing.: [great stingingj netlle.
Habitat: Espalhada por todo o
Com um ramo de urtigas recém-cor- mundo, pretere os lugares húmidos
tadas, fustiga-se suavemente a pele próximos de zonas habitadas.
sobre a articulação afectada pelo pro- Descrição: Planta vivaz da família das Urticaceas. que atinge de 0,5 a 1.5 m de
cesso inflamatório ou reumático altura. Tanto os caules, de secção quadrada, como as folhas, são cobertos de
(joelho, ombro, etc.) Produz-se um pelos urticantes. As suas flores, de cor verde, são muito pequenas.
efeito revulsivo que atrai o sangue Partes utilizadas: Toda a planta, especialmente as folhas
para a pele, descongestionando ao
mesmo tempo os tecidos internos.
278
p o r falta de ferro ou p o r p e r d a de
Um bom alimento s a n g u e IO.0I. O ferro e a clorofila
q u e a b u n d a m na urtiga são estimu-
lantes da p r o d u ç ã o de glóbulos ver-
A urtiga come-se crua em salada, em melhos. A urtiga convém também nos
omeleta, em sopas, ou simplesmen- casos de convalescença, d e s n u t r i ç ã o
te cozida como qualquer outra ver- e e s g o t a m e n t o , pelo seu e l e i t o re-
dura. Substitui perfeitamente os es- constituinte e tonificante.
pinafres, com a vantagem de ter me-
nos acidez. • V a s o c o n s t r i t o r a (contrai os vasos
As urtigas são uma boa fonte de sanguíneos) e hemoslática (detém as
proteínas: frescas contém de 6 a 8 hemorragias): Indicada especialmen-
g por cada 100 g, e, secas, de 35 a te nas hemorragias nasais 101 c uteri-
40 g (percentagem semelhante à da nas IO.0I. Muito útil para as m u l h e r e s
soja, que é um dos legumes mais ri- com menstruação a b u n d a n t e . Insisti-
cos em proteínas). mos em que qualquer hemorragia anor-
mal clcvt ser objecto de consulta mé-
dica.
279
PLANTAS PARA
O APARELHO RESPIRATÓRIO
Si IÁRIO DO CAPÍTULO
J
DOENÇAS E APLICAÇÕES Grindélia 310
Antítússicas, plantas 288 Grindélia-áspna 310
Asma 283 Guaiaco 311
Balsâmicas, plantas 289 Hera-terrestre 307
Broncodilatadoras, plantas 288 Hissopo 312
Bronquite 282 Inula-campana = Enula 313
Enfisema pulmonar 284 Lingua-cervina 321
Expectoração, sangue, ver Hemoptise .. 284 Líquen-da-islândia 300
Expectorantes, plantas 286 Lírio 315
Hemoptise 284 IJrio-Jlorentiiw 315
Mucolíiicas, plantas 289 Marroio 316
Peitorais, plantas 285 Mirto = Murta 317
Pneumonia 283 Morugem 334
Pulmonia, ver Pneumonia 283 Murta 317
Sangue na expectoração, Murta-Jolhuda 317
ver Hemoptise 284 Mmgo-da-irkmda = Àlga-(tnl<tda 301
Tosse 285 Papoila 318
Pé-de-gato = Antenária 297
Petasite 320
PLANTAS Pimpinela-magna 322
Abeto-branco 290 Pinheiro 323
Abeto-do-canadá 291 Pinheiro-alvar = Abeto-branco . . .290
Alcaçus 308 Poligala-da-virginia 327
Alga-perlada 301 Primavera 328
Antenária 297 Prímula = Primavera 328
Asclépia 298 Pulmonária 331
Avenca 292 Saboeira = Saponãtia 333
Cainito 302 Saponária 333
Canadeaçúcar 332 Saxífraga 322
Cebola 294 Seifão 338
Cebola-ailumã 296 Tanchagem 325
Cerejeiradavirgínia 330 Teixo 336
Douradinha 299 Trevo-branco 340
Éfedra 303 Trevo-dos-prados 340
Enula 313 Tróculos-bra ticos = Verbasco 343
Escolopendra = Eingua-cewina . .321 Tussilagem 341
Eucalipto 304 Verbasco 343
Galeopse 306 Violeta 344
280
A SAÚDE P E U S PLANTAS MEOICIMAIS
2 * Parle: D e s c r i ç ã o
I
^ • " " • v APARELHO respiratório é, pos- rapêuticos da água com os da planta Uti-
m • sivelmente, uin cios mais sensí- lizada.
• # v e i s á acção das plantas medici-
\ ^ , S nais. São muitas as formas de * Banhos (pág. 65), cataplasmas (pág. 07)
tratamento fitoterapia) que exercem uma e fomentações (pág. 70) com plantas
acção benéfica sobre os órgãos da respi- medicinais: São outras tantas formas efi-
ração. Por exemplo: cientes de tratamento das afecções do
aparelho respiratório.
• Infusões ou decocções quentes (pág.
56) de plantas peitorais: actuam em pri- Todos os órgãos respiratórios são gran-
meiro lugar localmente, quando passam demente beneficiados com o emprego das
junto da laringe e dos trechos superio- plantas medicinais. A acção destas não se
res das vias respiratórias. Posteriormen- limita a neutralizar os sintomas da doença, A papoila possui
te, os seus princípios activos passam ao mas exercem uma autêntica acção de lim- propriedades peitorais
peza do excesso de mucosidade deposita- e sedativas.
canal digestivo, e deste para o sangue,
atingindo as células pulmonares e bron- da no interior dos canais respiratórios.
quiais. Além disso, algumas plantas, como as cha-
gas (pág. 772) ou o tomilho (pág. 709).
• Xaropes (pág. 61): Esta forma de prepa- contêm também substâncias antibióticas,
ração uliliza-sc tradicionalmente em que impedem a proliferação bacteriana na
caso de afecções respiratórias. Os açúca- mucosidade retida.
res, em geral, exercem uma acção balsâ-
mica sobre os brônquios, notável sobre- Todos os dias passam pelos pulmões cer-
tudo no caso do mel. O "ideal, portanto, ca de mil litros de ar, o qual, normalmen-
é prepará-los com mel, s e m p r e q u e isto te, nas grandes cidades, contém fumos, mi-
seja possível. Os xaropes são especial- cróbios e partículas contaminantes em
mente indicados para as crianças, já que suspensão. Os brônquios dispõem de um
o seu sabor doce disfarça o possível mau eficaz mecanismo de limpeza, estando re-
gosto das plantas em dissolução. vestidos interiormente por uma camada de
muco, que agarra e arrasta para o exterior
• Inalação de essências (pág. 95): A aro- as partículas contaminantes e germes que
materapia, ou seja, o emprego das essên- entram com o ar. Em condições normais,
cias ou óleos essenciais para fins curati- este mecanismo chega para manter os
vos, constitui uma das grandes redesco- brônquios limpos.
bertas da Fitoterapia moderna. A simples
inalação de uma essência já exerce No entanto, pela acção do tabaco, de ou-
acções medicinais sobre o aparelho res- tros fumos ou substâncias irritantes, de de-
piratório: anti-séplicas, broncodilatado- terminados germes patogénicos, ou de al-
ras (dilatam os brônquios) e mucolíticas guns maus hábitos respiratórios, o meca-
(fluidificam as mucosidades bronquiais). nismo de limpeza dos brônquios deixa de
Respirar o aroma do eucalipto, ou duma funcionar correctamente, e produz-sc a
cebola crua partida em rodelas, acalma bronquite. As plantas medicinais podem
a tosse c desobstrui os brônquios. então actuar, restabelecendo o bom fun-
cionamento da mucosa bronquial, mas
• Banhos de vapor com plantas (pág. 70): com a condição óbvia de que desapareça
O vapor de água é um dos mucolíiicos o factor causador da perturbação. De pou-
mais eficientes que se conhecem. A ina- co serviria aplicar os melhores tratamentos
lação do vapor de água, á qual se podem fitoterápicos -ou de outro tipo-, conti-
juntar algumas gotas de essência para re- nuando por outro lado a fumar ou a res-
forçar o eleito, combina os efeitos te- pirar o ar contaminado.
281
/ Cap. 16: PLANTAS PARA O APARELHO RESPIRATÓRIO
y
A traqueite é a inflamação da traqueia, HISSOPO 312 Mucolítico, expectorante, anti-séptico Infusão, essência
de onde partem os brônquios princi- ÉNULA 313 Facilita a expectoração, acalma a tosse Decocção, pó ou extracto de raiz
pais. 0 tratamenlo fitoterápico
é o mesmo que o de bron- Fluidifica e desinfecta as secreções
MARROIO 316 Infusão
quite, pois, na realidade, a bronquiais
traqueite é uma forma lo-
calizada de bronquite. TANCHAGEM 325 Fluidifica as secreções, Decocção de folhas e/ou raiz
desinflama a mucosa bronquial
282
SAÚDE PELAS PLANTAS
2 a Parte:
UEDICI
D e s c r i ç ã o
I
Doença Planta Pág. Acção Uso
Fluidifica as secreções,
TUSSILAGEM 341 acalma a tosse, Infusão da planta seca
desinflama as mucosas respiratórias
Descongestiona os brônquios,
VIOLETA 344 acalma a tosse, Infusão de folhas e/ou flores, xarope
suaviza as mucosas respiratórias
VERÓNICA 475 Previne as crises de asma, antitússica Infusão, sumo da planta fresca
283
ap. 16: PLANTAS PARA O APARELHO RESPIRATÓRIO
ENFISEMA PULMONAR
É a dilatação exagerada e permanente As suas essências sulfuradas
dos alvéolos pulmonares. Aparece ge- favorecem a expectoração
AGRIÃO 270 Cru ou em sumo
ralmente como consequência de repe- e descongestionam o aparelho
tidos acessos de bronquite. As plantas respiratório
medicinais são um elemento adicional
no tratamento desta doença, com uma
acção sobretudo preventiva. Também
são indicadas todas as plantas peito- Acalma a tosse, dilata os brônquios,
TUSSILAGEM 341 desinflama as mucosas respiratórias Infusão
rais.
Adstringente, hemostática,
HEMOPTISE PERVINCA 244 complemento do tratamento Decocção de folhas
É a emissão de sangue juntamente com antituberculoso
a expectoração, procedente do apare-
lho respiratório. Deve ser sempre moti- Aumenta a resistência das células dos
vo de consulta médica especializa-
SEMPRE-NOIVA 272
vasos sanguíneos Decocção, pó
da, para excluir qualquer tumorização
ou uma tuberculose pulmonar, Uma vez PlMENTA- Hemostática pelo seu conteúdo em
diagnosticada a causa, podem-se ad- 274 Infusão, pó de folhas
-D'ÁGUA rutina
ministrar plantas hemostátícas como
estas (ver mais algumas na pág. 262)
ClNCO-EM-
para travar as hemorragias. -RAMA
520 Adstringente, hemostática Decocção de rizoma e raiz
Os bosques em geral,
e os de coníferas em
particular, sào
lugares ideais para se
fazer exercício físico,
pois o ar está ali
repleto das essências
balsâmicas exaladas
pelas árvores. O
abeto (pág. 290) e o
pinheiro (pág. 323),
duas das espécies de
coníferas mais
frequentes,
produzem uma
essência m u i t o
medicinal: a
terebintina.
284
SAÚOE P E L A S P L A N T A S M E D I C I N A I S
2-' P a r l e : D e s c r i ç ã o
I
Doença Planta Pág. Acção Uso
TOSSE ALFACE-BRAVA- , £« Sedante, acalma a tosse irritativa, Decocção de folhas, lactucário (látex),
A tosse é, em muitos casos, um meca- -MAIOR útil na tosse convulsa sumo fresco
nismo defensivo do organismo para ex- 1 fiq Suavizante e antiespasmódica
pulsar mucosidades ou corpos estra- TlLIA Infusão de flores
bronquial
nhos situados no interior da traqueia ou
dos brônquios. Nestes casos a tosse é ,,_„., OQO Alivia a irritação nas vias respiratórias «,»«. u , ™ .
produtiva, e consegue arrancar mu- AVENCA 292 5uperi ores. béquica Infusão, xarope
cosidades. Noutros casos, a tosse é
LÍQUEN-DA-
seca e não produtiva, e é causada 300 Emoliente, antibiótico Decocção
por um foco irritativo de origem infec- -ISLÂNDIA
ciosa ou, mais raramente, tumoral. 304. Anti-séptico e balsâmico, regenera
EUCALIPTO Infusão, essência, banho de vapor
Estas plantas medicinais antitússicas as células mucosas danificadas
conseguem acalmar a tosse por meio
GRINDÉLIA 310 Antitússica, antiespasmódica Infusão, xarope
de vários mecanismos: descontraindo
o espasmo da musculatura bronquial ÉNULA 313 Facilita a expectoração, acalma a tosse Decocção, pó, extracto, essência
(acção antiespasmódica), amolecen-
do as mucosidades, o que facilita a sua Pétalas cruas, infusão ou xarope
PAPOILA 318 Vence a tosse pertinaz, sedante de pétalas, decocção de frutos
expulsão (acção mucolitica), e produ-
zindo sedação nervosa. 338 Calmante da tosse,
SERPÀO Infusão, essência
Ver mais plantas antitússicas na tabe- especialmente nas crianças pequenas
la inferior desta mesma página e na ta- F l u i d i f i c a as
bela da página 288. TUSSILAGEM 341 secreções, acalma a tosse, Infusão da planta seca
desinflama as mucosas respiratórias
ORÉGÃO 464 Expectorante, antitússico Condimento, infusão, essência
VERÓNICA 475 Antitússica, suaviza a garganta Infusão, sumo fresco
Infusão ou decocção de flores
MALVA 511 Expectorante, antitússica
e/ou folhas
RORELA 754 Alivia a tosse seca ou irritativa, antibiótica Infusão, tintura
TOMILHO 769 Anti-séptico, antitússico, expectorante Infusão, essência, vapores e inalações
Planta Pág.
Chá-de-novajersey 191
Girassol 236
Cebola 294
Douradinha 299
Líquen-da-islândia 300
Papoila 318
Cana-de-açúcar 332
Nêveda-dos-gatos 367
Rabanete e Rábano 393
Cinoglossa 703
285
C a p . 1 6 : P L A N T A S PARA O A P A R E L H O R E S P I R A T O I
V.
Plantas expectorantes
286
S/,.
Tussilagem
'''S
287
C í p - 1 6 : P L A N T A S PARA O APARELHO R E S P I R A T Ó R I O
Planta
Chá-de-nova-jers
Saramago
Antenária
Douradinha
Alga-perlada
Galeopse
Alcaçus
Tanchagem
Primaver,
Trevo-dos-prados
Verbasco
Violeta
Polipódio
Plantas broncodilatadoras
Planta
Éfedra
Tussilagem
Assa-fétida
Bisnaga
288
A SAÚDE PELAS PLANTAS M E D I C I N A I S
2 " Parte: D e s c r i ç ã o
Plantas balsâmicas
Planta Pãg.
Alfazema 161
Cipreste 255
Abeto-branco 290
Cainito 302
Eucalipto 304
Guaiaco 311
Pinheiro 323
Manjerona 369
Segurelha 374
Copaiba 571
Hipericão 714
Fisale 721
Choupo-negro 760
Tomilho 769
289
Abies alba Miller
%\ 1
Abeto-
-branco
Excelente
para bronquíticos
e reumáticos
290
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Toda a nerária (sara as feridas e as con-
planta comem tanino, óleo essencial, tusões). Alivia as dores reumáticas, a Na América do Norte cria-se o abeto-
TEREBINTINA e provitamina A. A te- ciática, o lumbago e o torcicolo. De- -do-canadá (Abies balsamea Miller =
rebintina é uma oleoi resina que, apli- sinflama as articulações que tenham Abies canadensis L),* de cuja resina
cada externamente, possui as seguintes sofrido um entorse, assim como as se obtém o chamado bálsamo do
propriedades: contusões e dores musculares em ge- Canadá. Este bálsamo possui as
ral. Limpa as feridas infectadas e as mesmas propriedades que as da te-
• Balsâmica, anti-séptica e expecto- úlceras da pele 101. rebintina do abeto branco, pelo que
rante. Por isso é muito indicada nas as suas aplicações medicinais são as
afecções das vias respiratórias: sinu- mesmas.
site, traqueíie, bronquite, pneumonia • Ingerida por via oral IO.0I, a tere-
bintina do abeto, ou a sua essência, Além disso, o bálsamo do Canadá
e asma. Facilita a expulsão das mneo-
actuam de forma igualmente benéfi- usa-se para facilitar os exames mi-
sidades e regenera a mucosa que re- croscópicos de laboratório, pelas
veste as vias respiratórias 101. ca sobre os órgãos respiratórios. Além
do mais, é diurética, anti-séptica uri- suas características ópticas espe-
ciais.
• Revulsiva (atrai o sangue para a nária, e usa-se como preventivo da
pele e descongestiona os órgãos e te- formação de cálculos e areias nas vias * Esp.: abeto dei Canadá.
cidos internos), anti-rcumática e vul- urinárias.
F Adlantum capillus-
venerisL
Acalma a tosse
e... fortalece o cabelo
Preparação e emprego
USO INTERNO
Q
UEM minta chorou por ter com mel ou com sumo de cenoura
tido de enfrentar uma cebo- ou tomate, e tomado às colheradas.
la! Segundo Andrés de La- Toma-se meio copo, duas ou três
guna, médico espanhol do vezes por dia.
século XVI, as mulheres da sua época
€) Cebola cozida ou assada: Per-
usavam-na, dizia ele, «quando, não
de completamente a acidez e o ar-
conseguindo chorar, querem provo-
dor, pelo que é muito bem tolerada
car umas lagrima/.inhas para enterne-
por todos os estômagos, ainda que
cer os seus asnos [leia-se maridos]». à custa da perda de uma percenta-
Também usavam a cebola as carpidei- gem dos princípios activos, e so-
ras profissionais que eram contratadas bretudo de uma redução do seu
para "fazer ambiente" nos funerais, efeito antibiótico. No entanto, assim,
com os seus prantos. tem a vantagem de poder ser co-
De certeza que nem umas nem ou- mida em maior quantidade sem re-
tras tinham conhecimento das mara- jeição. Se as cebolas forem cozidas
vilhosas propriedades deste lacrimo- em água, deve-se beber o caldo,
géneo vegetal. Os antigos médicos cal- que é muito rico em princípios acti-
deus, egípcios, gregos e romanos, es- vos. A dose mínima recomendável,
ses sim, conheciam-nas bem e utiliza- no caso das cebolas cozidas ou as-
vam bastante a cebola como planta sadas, é de duas ou três cebolas
medicinal. por dia, juntamente com o seu cal-
do.
"Contigo, pão e cebola." Trata-se de
O Xarope de cebola: Ver página
um ditado espanhol atribuído aos
seguinte.
amantes, fazendo alusão à aparente
simplicidade e humildade deste bolbo
K/J& USO EXTERNO
comestível. No entanto, a moderna in- © Sumo fresco: Aplica-se sobre a
Outros nomes:
vestigação bioquímica descobriu nela pele em loção ou empapando com-
Esp.: cebolla. Fr.: oignon. Ing.: onion. pressas.
extraordinárias propriedades medici-
nais: A cebola é antibiótica, antidia- Habitat: Planta originária da Pérsia e do
Médio Oriente, que se encontra O Cataplasmas de cebola cozida:
bética, afrodisíaca (apesar do seu cultivada em todo o mundo. Ideais para fazer amadurecer os ab-
cheiro), e até preventiva do cancro in- Descrição: Planta vivaz bolbosa, da cessos e furúnculos. Também dá
testinal. Não é sem razão que é um família das Liliâceas. que chega a atingir muito resultado aplicar directamen-
dos elementos fundamentais da sau- um metro de altura. Durante o seu te as cascas grossas da cebola co-
dável "dieta mediterrânica", tanto primeiro ano forma o bolbo, e no zida, quentes, sobre a pele.
crua, em saladas, como nos mais di- segundo desenvolve o caule, floresce e O Gargarejos com o caldo em que
versos pratos cozinhados, sempre tem- frutifica. se cozeram as cebolas.
perada, naturalmente, com bom azei- Partes utilizadas: o bolbo.
te de oliveira.
294
Aplicadas directamen-
te sobre a pele, as pla-
cas carnudas da cebo-
la cozida suavizam e
embelezam. São muito
recomendáveis em ca-
so de acne.
296
Antonnaria dloica
Gaertn. IQl S J _
Preparação e emprego
USO EXTERNO
O Gargarejos de 5 a 10 minutos,
3 vezes por dia, com a mesma in-
fusão que se usa internamente,
procurando não engolir o líquido.
29
Ascfeplas
tvberosaL
I J U
Preparação e emprego
Asclépia
USO EXTERNO
Um expectorante O Decocção de uma colherada
muito usado de raiz seca e triturada por cada
chávena de água. Tomar uma ou
na América do Norte duas chávenas diárias.
V5*
y Diversas asclépias
5 Precauções
Outros nomes:
Esp.: asclepsias, raiz de la pleuresia.
Fr.: asclépiade. Ing.: butterfly [milkjweed.
pleurisy root.
Habitat: Planta originária da América do Norte.
onde se cria em solos secos arenosos. Na
Europa, cultivam-se algumas espécies similares como
As folhas e o caule podem produzir plantas ornamentais.
intoxicações se forem ingeridos fres- Descrição: Planta da família das Asclepiadáceas, cujo
cos, devido a conterem um glicósido caule atinge facilmente um metro de altura. As folhas acham-se dispostas em
tóxico que desaparece com a seca- espiral, ao longo do seu caule erecto. As flores são de cor alaranjada ou
gem. amarela, e agrupam-se em umbelas na extremidade do caule.
Partes utilizadas: a raiz seca.
298
Ceterach offíclnarum
Lam.
J J
Preparação e emprego
Douradinha
USO INTERNO
Antitússica e diurética O Decocção com 30 g de fron-
des por litro de água. Deixa-se fer-
ver durante 15 minutos e tomam-
-se até 5 chávenas por dia. No ca-
so de afecções Dronco-pulmona-
res, toma-se bem quente e adoça-
da com mel.
D LOSCÔRIDES já mencionou
esta planta no século I d . C ,
com o nome de scolopendrio,
devido á semelhança das folhas com a
escolopendra, pequeno réptil que
também abunda nos muros velhos e
no meio das tochas. Galeno chamou- Outros nomes: ceteraque.
-lhe Splenio, porque acreditava que ela Esp.: doradilla, ceteraque, fiorde
podia reduzir o volume do baço (splen pedra. Fr.: cétérach officinal,
em grego). doradille. Ing.: rusty back.
É utilizada desde tempos muito an- Habitat: Cria-se em muros e
tigos e, embora não seja uma plaina penhascos da Europa Ocidental.
Aclimatada na América.
que se distinga pelas suas proprieda-
des, continua a ser útil ainda na ac- Descrição: Feto vivaz da família das
Polipodiáceas, que forma pequenos
tualidade. tufos de 20 a 25 cm de altura. As
frondes (parte foliácea dos fetos)
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: ("on- são divididas em lóbulos e cobertas
tem tanino e ácidos orgânicos. Desde por escamas douradas na página
há muito tempo que se utiliza com inferior. A raiz é fibrosa e de cor
negra.
bons resultados contra a Losse das
bronquites agudas e catarros brôn- Partes utilizadas: as frondes (folhas
do feto).
quicos, pois tem propriedades béqui-
cas, peitorais e antitússicas 101, Não é
tão activa como a avenca (pág. 2Í)'2),
um outro feto.
Também é diurética e sudorífica.
Proporciona uma certa acção anti-in-
flamatória sobre as vias urinárias, pelo
que se torna útil nos casos de cistite e
de cólica renal 101.
295
Cetmria
IslandbaL
mM »
Líquen-da-
-isfãndia
Remédio do Norte
contra as constipações
300
Chondms
crispas Lyngb.
>J PJ ~3 3
Alga-
-perlada
Um poderoso emoliente
301
Chrysophyllum
caimito L
m
Cainito
Um fruto saboroso
e medicinal
302
Ephedra
dísíachya L vi U U -J
Preparação e emprego
Efedra
USO INTERNO
Antiasmática O Preparados farmacêuticos:
e antialérgica gotas, comprimidos, supositórios.
303
ucatyptus
gfobuh
x/ft/sLabill.
a LI oi J
Preparação e emprego
Eucalipto
USO INTERNO
Muito eficaz contra as O Infusão: Prepara-se com duas
afecções bronquiais folhas grandes por cada chávena
de água (20-30 g por litro). Dei-
xam-se infundir durante 10 minu-
tos, com o recipiente tapado. Ad-
ministram-se 3 chávenas diárias,
adoçadas com mel.
@ Essência: Administram-se de
4 a 10 gotas, repartidas ao longo
do dia.
5 Precauções
os terrenos húmidos e
pantanosos.
Descrição. Árvore de grande
altura. Na Europa vêem-se
exemplares de até 30 m de
altura, mas na Austrália, de onde
Não convém ultrapassar as doses é originário, assim como na
recomendadas de eucalipto por via América, não é muito raro
interna (em infusão de folhas ou encontrarem-se eucaliptos de
essência). Em grandes doses, a 100 m. Pertence à família das
essência pode provocar gastrenterite Mirtáceas. O sewtronco é liso,
e hematúria (sangue na urina). Nas de cor clara, e as folhas são
doses recomendadas é completa- perenes, em forma de lança.
Partes utilizadas: as folhas e o
mente destituído destes efeitos se- carvão da sua madeira.
cundários.
304
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS suas ração das células danificadas, facilita
FOLHAS contêm canino, resina, ácidos a expulsão da mucosidade e acalma a
gordos c, sobretudo, essência, na qual tosse. O eucalipto é uma das plantas
se encontram os seus princípios acti- mais eficazes q u e se conhecem, para as
vos. Esta essência contém cineol ou afecções bronquiais e pulmonares.
eucaliptol, hidrocarbonetos terpéni-
cos, pineno e álcoois alifaiicos e ses- O CARVÃO da madeira de eucalipto é
quiterpénicos. A ela se devem as suas um remédio muito apreciado em dois
propriedades expectorantes, balsâmi- casos concretos:
cas, anti-sépticas, broncodilatadoras e
ligeiramente febrífugas e sudoríficas. • Intoxicações acidentais p o r vene-
nos, a l i m e n t o s em mau estado, fun-
O eucalipto é indicado em iodas as gos (cogumelos) venenosos, cie. Ac-
afecções das vias respiratórias, espe- tua c o m o um a n t í d o t o universal.
cialmente nos catarros bronquiais, na
asma e nas b r o n q u i t e s agudas e cró-
• Colite, d i a r r e i a , disbacteriose ou
nicas tO.Ô.Ôl.
f e r m e n t a ç õ e s intestinais: absorve as
Pela sua acção anii-sépiica e balsâ- toxinas intestinais produzidas pelos
mica (anti-inllamaiória) sobre a mu- g e r m e s p a i o g é n i c o s . Os seus efeitos
cosa b r o n q u i a l , colabora na regene- são espectaculares.
305
Gaíeopsis
dubfaleers hl A
Preparação e emprego
Galeopse
USO INTERNO
Expectorante e O Infusão de 20-30 g de planta
seca por litro de água. Tomar 1 ou
antianémica 2 chávenas diárias.
306
Glechoma
hederaceal.
Hera-
terrestre
Expectorante e
vulnerária
30
Glycyntiíza
glabraL 4. I9J KÉ
Preparação e emprego
V OU "fumar" um charutinho de
alcaçuz—comenta um rapazito
à saída da escola.
- O l h a ! Ali na esquina há um h o -
mem q u e v e n d e - exclama um com-
USO EXTERNO
Usa-se a mesma infusão que pa-
ra o uso interno, em:
O compressas sobre a pele,
panheiro.
© lavagens oculares,
E, colocando e n t r e os d e d o s aque-
le cilindro amarelo de rasca castanha, © bochechos.
leva-o à boca para chupá-lo, dando-se
um cerro ar de importância, e n q u a n -
to se deleita com o especial sabor da Outros nomes: regaliz, regaliza,
raí/.-doce (Cilyryn/iiza, do grego: gfykys, regoliz, raiz-doce, pau-doce. Brasil:
d o c e , e riza, raiz). alcaçuz-da-europa, madeira-doce.
Esp.: regaliz, paloduz. paloluz, paio
Esta cena repete-se com frequência dulce, ororuz [común), alcaçuz,
à saída de muitos colégios dos países alfender, regalicia, regaliza.
do Sul da Europa. Bom costume esse Fr.: réglisse. Ing.: licorice (root), sweet
wood.
de chupai raiz de alcaçuz., em vez de
Habitat: Originário dos países
fiimar. Mas, ai! q u e m sabe se n ã o virá mediterrâneos e do Próximo Oriente,
a q u e l e rapazito a trocai o " c h a r u t i - onde procura as terras húmidas e
n h o " d e alcaçuz pelos v e r d a d e i r o s argilosas. A sua cultura estendeu-se
charutos ou cigarros... E é possível até às regiões temperadas da América.
que, com o t e m p o , queira deixar de Encontra-se em Portugal na Beira, na
fumar. Então, talvez, algum c o n h e c e - Estremadura e no litoral do Alentejo.
Descrição: Planta herbácea que
dor das virtudes do alcaçuz, lhe diga: atinge até 1,5 m de altura, pertencente
- Lembras-te d a q u e l e s "charuti- à família das Leguminosas (subfamília
n h o s " d e alcaçuz c o m q u e nos deli- das Papilonáceas). As folhas são
constituídas por 7 a 17 folíolos
ciávamos à saída da escola? Pois e n t ã o elípticos. Dá flores azul-violeta e frutos
volta a chupá-los, p o r q u e te ajudarão em vagem de cerca de 2 cm. Da sua raiz principal saem abundantes e
a deixar de fumar e a reparar, no teu longos rizomas da espessura de um dedo.
organismo, os prejuízos causados pelo Partes utilizadas: A raiz e o rizoma.
tabaco.
308
Precauções
309
Gríndelia
robusta Nutt.
O J J
Preparação e emprego
Grindélia
USO INTERNO
Acalma a tosse... O Infusão com uma colher de so-
e o coração bremesa de sumidades floridas
por chávena de água. O habitual
é que os adultos tomem 3 cháve-
nas diárias, e se dê metade da do-
se às crianças pequenas.
© Xarope: Costuma preparar-se
na farmácia com 5% de extracto
P ROPRIEDADES E INDICAÇÕES:
Contém fenóis e flavonóides,
que lhe dão uma acção anti es-
pasmódica; e também saponinas, que
explicam a sua acção expectorante. A
fluido. Tomam-se 2-3 colheradas
por dia.
f Grindélia-áspera
Esp.: grindélia {robusta}, hierba de la goma,
planta de la goma. Fr.: grindélia. Ing.: [shorej
grindélia, [broad] gum plant.
Habitat: Originária da costa ocidental norte-
americana. Cria-se em terrenos salitrosos e
Além da robusta, existe uma outra es-
marismas. Frequente na Califórnia.
pécie de Grindélia com as mesmas
propriedades medicinais: a grindélia- Descrição: Planta vivaz de cerca de 80 cm de
altura, da família das Compostas, cujos capítulos
-áspera (Grindélia squarrosa Pursc.).* se assemelham aos de uma bonina. O caule e as
Ambas são oriundas da costa do Pací- folhas estão impregnados de uma resina
fico da América do Norte, mas as suas pegajosa. Exala um aroma balsâmico e tem um
interessantes propriedades levaram a sabor um tanto amargo.
que, actualmente, tanto uma como ou- Partes utilizadas: as sumidades floridas.
tra se possam encontrar em muitas er-
vanárias, fora dos Estados Unidos.
* Esp.: grindélia áspera.
310
GuaJacum
offíclnaíe L
Guaiaco
Balsâmico e depurativo
E MBORA na Bíblia se m e n c i o n e
0 MssopO c o m o s í m b o l o de pu-
reza, é possível q u e se trate de
outra espécie, pois aquela q u e actual-
m e n t e c o n h e c e m o s c o m esle n o m e
afecções bronquiais.
€> Essência: Ingerem-se 1-3 go-
tas, 3 vezes ao dia.
USO EXTERNO
n ã o se cria na Palestina. Dioscórides
Cala desta planta, q u e foi s e m p r e mui- €) Lavagens com uma infusão
to apreciada devido às suas n u m e r o - igual à que é utilizada interna-
mente.
sas virtudes.
O Gargarejos com esta mesma
P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : AS To-
infusão.
lhas e s u m i d a d e s do hissopo c o n t ê m
um princípio a m a r g o , a niarrubiina,
q u e desenvolve uma acção mucolítica
(amolece as secreções bronquiais) e
e x p e c t o r a n t e ; u m a essência aromáti-
ca q u e estimula as secreções digestivas
e tem t a m b é m acção anti-séptica; as-
sim c o m o diversos c o m p o s t o s flavo-
nóides e tanino.
A sua principal indicação são os ca-
tarros brônquicos, a b r o n q u i t e cróni-
ca e a asma. Fluidifica a mucosidade,
i m p e d e q u e se infecte, c favorece a
sua e x p u l s ã o . T a m b é m se usa c o m o
carminativo (elimina os gases do apa-
r e l h o digestivo) e c o m o digestivo e
vermífugo (expulsa os parasitas intes-
tinais) IO.OI.
Aplicado externamente, é um b o m
vulnerário ( c u r a as feridas e con-
tusões) 101. Os gargarejos com água Outros nomes: hissopo-das-farmácias, erva-sagrada.
de hissopo d ã o b o n s resultados nas Brasil: alfazema-de-cabocio.
amigdalites IOI. Esp.: hisopo, hierba sagrada, rabo de gato, rabillo de
gato. Fr.: hysope [officinale). Ing.: hyssop.
Habitat: Oriundo dos países mediterrâneos
e cultivado como planta ornamental em
& Precauções jardins da Europa e da América. Pode-se
encontrar em estado silvestre, mas
actualmente é raro acontecer. Cresce nas
encostas secas e expostas ao sol.
Não se deve ultrapassar as doses Descrição: Pequeno arbusto de 30 a 60 cm de altura, da família
da essência, já que uma ingestão de das Labiadas, com flores de cor azul ou violeta dispostas ao longo
doses elevadas pode provocar con- de uma espiga terminal.
vulsões. Partes utilizadas: as folhas e as sumidades doridas.
312
Inula helenium L
«*. «
Preparação e emprego
Enula
USO INTERNO
Antitússica e antibiótica O Decocção: 40-50 g de raiz, se-
ca e cortada em pequenas rode-
las, por litro de água. Deve deixar-
se ferver em lume brando duran-
te 15 minutos. Tomam-se 4-5 chá-
venas diárias, adoçadas com mel,
repartidas ao longo do dia.
© Pó ou extracto seco: Admi-
nistram-se de 4 a 10 g por dia, re-
partidos em 3 tomas diárias.
€) Essência: A dose habitual é de
2-4 gotas, 3 vezes ao dia.
USO EXTERNO
O Compressas de algodão em-
papadas na mesma decocção que
312
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Toda
a planta, e especialmente a raiz, con-
tém uma essência, composta por uma
mistura de lactonas sesquiterpénicas,
assim como lielcnina (conhecida
também como cânfora de inula). Esta
essência possui propriedades expec-
torante», antitússicas, antibióticas, co-
leréticas e colagogas. Contém igual-
mente fruetosanos e anilina (um glí-
cido), a que se deve a sua acção diu-
rética ein uso interno, e vulnerária e
parasiticida quando se aplica externa-
mente sobre a pele. As suas indicações
mais importantes são:
314
a
Preparação e emprego
Lírio
Belo, aromático USO INTERNO
e medicinal O Decocção: 5-20 g de pó de ri-
zoma seco, num litro de água, que
se põe a ferver durante 10 minu-
tos, e da qual se bebem 2 ou 3
chávenas por dia.
O Perfume
Outros nomes: lirío-cardano, lirio-cárdeno,
lirio-germãnico.
Esp.: lirio, lirio común, lirio cárdeno, lirio azul,
lirio morado, lirio pascual. Fr.: Íris
[d'Alemagne], [grande) flambe. Ing.: [Germanj
ir is. orris root.
Habitat: Originário da Europa Meridional,
mas naturalizado em todo o continente
europeu. Cultivado em toda a Europa e em
alguns países americanos.
Descrição: Planta vivaz, da família das
Iridáceas, com um caule erecto de 50 a 80
cm de altura, em cuja extremidade nascem
umas flores muito vistosas, de cor azul-
Pelo seu delicado aroma a violeta, em- •violácea. O rizoma é rasteiro e muito grosso.
prega-se em perfumaria e na con- Parte utilizada: o rizoma (caule subterrâneo)
fecção de dentffricos e de produtos seco.
para cosmética.
31E
B LI
Preparação e emprego
Marroio
Um bom expectorante USO INTERNO
usado desde a O I n f u s ã o : 30-40 g de sumida-
antiguidade des floridas e/ou folhas por litro de
água. Tomam-se 2 ou 3 chávenas
diárias, bem adoçadas com mel.
316
Myrtus communís L
O * IJ 9J
Preparação e emprego
Murta
USO INTERNO
Adstringente
O Infusão: Prepara-se com 15-
e anti-séptica, 20 g de folhas e bagas, num litro
além de aromática de água. Coar e tomar de 3 a 5
chávenas por dia.
© Essência: de 1 a 3 gotas, 3 ve-
zes ao dia, antes das refeições.
USO EXTERNO
© Gargarejos com a infusão que
se emprega internamente.
O Lavagens vaginais com esta
mesma infusão, cuidadosamente
A ALHAMBRA de Granada, um
dos monumentos mais visita-
dos da Espanha e talvez de
ioda a Europa, tem um lindo pátio de-
dicado às murtas. Nele se conjuga o
coada.
© Inalações da essência.
3
Papavermoeasl.
M .
Preparação e emprego
318
• Sedativa e sonífera: De acção suave A papoila pertence ao gé-
e livre dos riscos dos psicofarmacos. nero botânico Papaver',
como a dormideira pro-
Devido a isto, recomenda-sc sobretu- dutora do ópio.
do às crianças e aos idosos, a quem fa-
Contém quatro alcalóides
cilita um sono tranquilo IO.O.OI. Aos de acção semelhante à
adultos, pode tornar-se útil para eli- da morfina do ópio, mas
minar a angústia ou a ansiedade, tão sem os seus efeitos inde-
frequentes nos nossos dias. sejáveis. Por isso t e m
sido chamada "o ópio
• Antitússica e expectorante: Espe- inofensivo da farmácia
cialmente indicada para vencer a tos- familiar".
se perima/, tia coqueluche (tosse con- As suas pétalas, e os seus
vulsa), das bronquites secas ou dos frutos ou cápsulas, t è m
ataques de asma. Além disso provoca uma acção sedativa, so-
uma sudação abundante, pelo que é porifera e antitússica sua-
ve e segura.
indicada para os engripados e enca-
larrados 10,0,0.01.
A papoila entra na famosa "infusão
peitoral das quatro flores", junta-
mente com a tussilagem, a antenária
e a malva.
• Dor de dentes: Os bochechos com
infusão das suas pétalas produzem
um notável eleito analgésico em mui-
tos casos
* *
*i
319
Petasites hybrídus
(L)Gaertn.
\Y\l
j UJ OJ)
/ff
t) S] !JJ
Preparação e emprego
Petasite
USO INTERNO
Peitoral O Infusão com 20-30 g de folhas
e anti-infíamatória e/ou rizoma, por litro de água, da
qual se tomam 3 a 5 chávenas
diárias.
USO EXTERNO
©Cataplasmas com as folhas
frescas esmagadas.
320
Phyilltis scobpendríum
Newm.
a
Língua-
-cervina
Desinflama as mucosas
Pimpinela-magna
A pimpinela-magna (Pimpinella
magna L, Pimpinella major [L]
Hudson)*, é uma espécie muito
semelhante à saxífraga, quanto
às suas características botânicas
e propriedades. Tal como esta,
322
Pinus pinaster Soland
Pinheiro
Alivia bronquíticos
e reumáticos
323
As fricções com terebintina, ou com a sua essência, me-
lhoram a evolução dos catarros bronquiais, assim como
das bronquites, t a n t o das crianças como dos adultos.
324
Plantago major L
Tanchagem
Peitoral e cicatrizante
Tanchagem-maior Tanchagem-média
O
GÉNERO Plantago abrange Tanchagem-menor
umas 200 espécies, entre as Espécies afins: caminhos e ribanceiras; e a menor ou
quais se destacam, pelas suas Plantago media L. (tanchagem-média), lanceolada, os terrenos calcários. A
aplicações fitoterapêuticas, a zaraga- Plantago lanceolata L. (tanchagem- tanchagem-maior e a menor são
toa (pág. 515) e as três tanchagens, -menor). frequentes em Portugal.
usadas medicinalmente desde a anti- Outros nomes: tanchagem-maior, Descrição: Planta da família das
tanchage, chantage. Brasil: transagem.
guidade grega. O nome de Plantago Esp.: Ilantén, llantén mayor, hierba
Plantagináceas, que mede de 10 a 60 cm
faz referência à forma de pegada que estrella, arta, carmel, aycha-aycha, de altura. As três espécies caracterizam-
têm as suas folhas. huincallantén. Hantaina, plantaina, -se por ter folhas radicais (que nascem
plantaje, pan de pájaro. Fr.: plantain. directamente da raiz), com nervuras
Ing.: plantain. paralelas e confluentes na ponta. Diferem
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS três no tamanho e na forma das folhas, assim
Habitat: Difundida por toda a Europa e
tanchagens contêm uma grande naturalizada em todo o continente como no comprimento da espiga floral.
quantidade de mucilagens, que lhes americano. A maior prefere os terrenos Partes utilizadas: A planta inteira (folhas,
conferem propriedades emolientes, húmidos; a média, as beiras dos espiga floral e raiz).
expectorantes, antitússicas e béqui-
cas; tanino, que as torna adstringen-
tes, hemosiáticas e cicatrizantes; pec- O Preparação e emprego
tina; e alguns glicõsidos cromogéni-
cos, a aucubina e o catalpol, de acção
anti-inflamatória e anti-séptiea. USO INTERNO © Pensos de folhas: Lavam-se pre-
O Decocção: 20-30 g de folhas e/ou viamente e escaldam-se em água a
A TANCHAGEM-MAIOR contém, raiz por litro de água, que se deixa ferver durante um minuto, para de-
além disso, ácidos fenólicos, flavonói- ferver durante 3 a 5 minutos, e da sinfectá-las. Para as aplicar sobre as
des. colina e o alcalóide noscapina, de qual se bebem de 3 a 5 chávenas úlceras e feridas não se devem ma-
propriedades anti-espasmódicas e an- diárias. nipular com os dedos, mas com
titússicas. pinças esterilizadas. Fixam-se por
USO EXTERNO
As tanchagens suavizam e secam ao meio de uma ligadura, e é necessá-
© A mesma decocção que se pre- rio substituí-las duas ou três vezes
mesmo tempo, devido à acção combi- para para o uso interno, mas mais
nada das mucilagens (emolientes,sua- por dia.
concentrada (50-100 g por litro). Usa-
vizantes) com a dos taninos (adstrin- -se em g a r g a r e j o s , lavagens aos
gentes, produzem constrição e secu- olhos, compressas sobre a pele, O Cataplasmas de folhas cozidas e
ra). Isto confere-lhes um amplo elei- banhos de assento ou clisteres. esmagadas.
to anti-inllamatório. útil para curar
muitas afecções das mucosas respira-
325
A tanchagem é um grande emoliente |suavizante) das
mucosas respiratórias e da pele. Pode-se aplicar em
compressas empapadas com a decocçao de folhas, ou
em cataplasmas de folhas esmagadas.
A forma mais prática e eficaz de aplicar as folhas de
tanchagem sobre a pele talvez seja, porém, colocá-las
directamente sobre a zona afectada, à maneira de
penso, como se mostra nestas fotografias.
As folhas escaldam-se previamente durante um minu-
to, com o fim de as desinfectar. Dáo excelente resul-
tado em caso de úlceras varicosas, feridas e queima-
duras.
tórias e digestivas. Vejamos quais são • Afecções digestivas: colite, aeroco- folhas escaldadas em água a ferver
as suas principais aplicações: lia (gases no cólon), distensão do ab- IOI.
•Afecções respiratórias: bronquites dómen por excesso de gases ou má di-
gestão, putrefacções intestinais, dia- • Picadas de insectos e répteis: O
agudas e crónicas, catarros brônqui- doutor Leclerc afirma que as doni-
cos, asma IO). Fluidificam as secre- rreias, disenterias, prisão de ventre
crónica com inflamação do intestino nhas se esfregam contra moitas de
ções, facilitam a sua eliminação, cle- tanchagem antes de lutar com as ser-
sinllamam a mucosa bronquial e acal- grosso IO!.
pentes, com o fim de st- protegerem
mam a tosse. A tanchagem tem sido contra OS eleitos do veneno. No caso
• Hemorróidas: Os banhos de assen-
usada contra a tuberculose pulmonar de picada de mosquiios, aranhas,
e as pneumonias, como complemen- to e os enemas (clisteres) com de-
cocçao de tanchagem tornam-se mui- abelhas, vespas c lacraus, esfregar
to do tratamento especifico. A tan- energicamente a zona da pele afecta-
chagem-maior é a que tem um mais to eficazes para desinflamá-las 101.
da com umas folhas de tanchagem, e
forte efeito antitússico. • Afecções oculares: Km lavagens, a aplicar um penso 101 ou cataplasma
• Afecções da boca e garganta, em bo- decocçao de tanchagem alivia a eon- de folhas IOI.
chechos e gargarejos: Recomendam- juntivite e a blefarite (inflamação das
-se em caso de estorna ti te (inflamação pálpebras) IOI. Km caso de mordedura de cobra, é
da mucosa bucal), gengivite, faringi- preciso aplicar previamente o trata-
te, amigdalite e laringite IOI. Desin- • Ulceras varicosas, feridas que não mento de urgência habitual (incisão,
llamam a boca, tiram o ardor e a irri- cicatrizam, queimaduras: Podem-se torniquete, soro' antivenenoso) e, de-
tação da garganta, e aliviam os acessos aplicar compressas da decocçao de pois, uma fricção e um penso ou uma
de tosse convulsa (acção béquica). tanchagem 101, ou directamente as cataplasma de folhas de tanchagem.
326
Polygala senegal.
3 a
Polígala-da- Preparação e emprego
-virgínia
USO INTERNO
Grande efeito O Decocção com 5 a 10 g de fo-
expectorante lhas ou raiz triturada, por litro de
água. Ferver durante 3 minutos.
Tomar 3 ou 4 chávenas diárias,
adoçadas com mel.
€) Pó da raiz: Administra-se em
r Poligalas europeias
Existem várias espécies de polígalas, PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Toda a forma se facilita a sua expulsão e, com
todas elas com uma composição planta, e especialmente a raiz, é muito isto, a regeneração das mucosas res-
muito semelhante, embora a senega rica em saponinas, substâncias vegetais piratórias.
seja mais utilizada, devido à sua maior que, como o sabão fazem com que a A polígala-da-virgínia é uma planta
riqueza em princípios activos. Na Eu- água se torne espumosa, por diminuir nitidamente mucolítica e expectoran-
ropa conhecem-se, sobretudo, duas a sua tensão superficial. As saponinas te. O seu uso é pois indicado em to-
polígalas: mais importantes são o ácido poligáli- dos os casos de bronquite, catarros
• a amarga {Polygala amara L), que co e a senegina, substâncias que au- brônquicos, asma brônquica e pneu-
se cria no Norte da Europa e na Ásia mentam as secreções bronquiais. monia, assim como nas faringites, na
Ocidental. gripe e para combater a tosse IO,©l.
• a rupestre (Polygala rupestris O efeito resultante de todas estas A polígala-da-virgínia, devido ao
Pourr.), que se encontra repartida pe- substâncias é que o muco bronquial seu conteúdo em saponinas, tem
lo Sul da Europa. patológico se torna menos viscoso, e acção laxante, e, em doses altas, emé-
mais espumoso e abundante; desta tica (provoca o vómito) 101.
327
PrímulaverisL
Primavera
Expectorante
e anti-inflamatória
Q
UANDO chega a Primavera,
unia das primeiras plainas a
florir é precisamente esta.
Daí o seu nome. As Flores
são muito apreciadas como ornamen-
tais e aromáticas.
Os giandes médicos e botânicos da
antiguidade clássica não conheciam
esta planta, que tem vindo a ser usada
em terapêutica desde o século XVI.
O Preparação e emprego
Precauções
USO INTERNO litro de água, da qual se ingerem até
5 chávenas por dia.
O Decocção durante 15 minutos,
de 30-50 g de raiz e/ou rizoma tritu- USO EXTERNO
Algumas variedades que se criam em rados por litro de água. Tomam-se 3
vasos e em jardins têm as folhas re- ou 4 chávenas diárias, quentes e €) Compressas: Fazem-se com a
vestidas de uns pelinhos urticantes, adoçadas a gosto com mel. mesma decocção que para uso in-
que podem provocar irritação na pe-
terno, embora mais concentrada, e
le, inclusive reacções alérgicas.
© Infusão com 20-30 g de flores por aplicam-se sobre a parte afectada.
328
A primavera é uma planta herbácea que cresce nos prados e bosques das regiões montanhosas da
Europa, como esta dos AJpes, e também do continente americano. A sua raiz é expectorante e anti-
-inflamatória, e as suas flores são sedativas e diuréticas.
329
Prunus
sentina Poir. ! r i\
Cerejeira-da-
-virgínia
Expectorante e
antitússica
330
Pulmonaria
officinallsl. Et
Preparação e emprego
Pulmonaria
USO INTERNO
Peitoral O Decocção de 30-50 g de plan-
e anti-inffamatória ta por litro de água, durante 15 mi-
nutos. Tomam-se 3 ou 4 chávenas
diárias, adoçadas com mel.
USO EXTERNO
© Gargarejos com a mesmo de-
cocção de uso interno.
© Lavagens e compressas com
a dita decocção, que se aplicam
sobre a zona afectada.
331
Sacchamm
officinarum L
Preparação e emprego
Cana-de-
-acúcar USO INTERNO
O Sumo fresco: Extrai-se tritu-
rando ou esmagando os caules da
Um caramefo natural cana-de-açúcar.
© Decocção: Fervem-se 250 g
de cana-de-açúcar, descascada,
num litro de água. Beber à von-
tade.
A CANA-DE-AÇÚCAR é origi-
nária do Sudeste Asiático. Os
Árabes estenderam a sua cul-
tura pelo Mediterrâneo, e os Portu-
gueses e Espanhóis levaram-na para a
América no século XVI. E dela que se
obtém o açúcar de cana, assim como
o melaço, também chamado mel de
cana, que é o resíduo, em forma de
xarope, que fica depois de separar do
sumo da cana o açúcar cristalizado.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: O
sumo da cana-de-açúcar contém de
16% a 20% de sacarose, glícido do
tipo dos dissacaridos, cuja fórmula
química é C12H22O11. Contém, além
disso, uma boa percentagem de sais
minerais e de vitaminas, a maior par-
te das quais ficam no melaço. O açú- Outros nomes: cana-sacarina, cana-
•doce.
car que não é refinado {açúcar escu-
ro) contém restos de melaço, que lhe Esp.: cana miei, cana melar, cana dulce.
dão a sua cor típica, e que o fazem Fr.: canne à sucre. Ing: sugar cane.
conservar uma certa quantidade de Habitat: Encontra-se nas regiões
sais minerais e vitaminas. Pelo contrá- subtropicais do Sul da Europa e na zona
rio, o açúcar refinado é praticamente tropical das Américas Central e do Sul,
sacarose pura, destituída de outras especialmente em Cuba.
substâncias nutritivas.
Descrição: Planta da família das
O sumo da cana-de-açúcar IOI e a Gramíneas, parecida com a cana vulgar,
decocção da sua polpa (01 têm pro- e cujos caules aéreos podem atingir 4
metros de altura. A sua medula é muito
priedades peitorais, além de tonifi- doce e sumarenta.
cantes e refrescantes. O seu emprego
beneficia os que sofrem de catarros Partes utilizadas: os caules.
bronquiais, bronquite crónica e asma.
332
Saponaria
offidnalís L K a & *.
Preparação e emprego
Saponaria
USO INTERNO
Expectorante O Decocção de 15 g por litro de
e amiga da pele água, de que se tomam até 2 chá-
venas por dia, adoçadas com mel.
USO EXTERNO
€) Loções e compressas com
uma decocção mais concentrada
A NTIGAMENTE, as lavadeiras
recorriam a esta planta para
lavar e desengordurar <>s teci-
dos, particularmente a lã. Emprega-se
habitualmente, para o cuidado da
do que a de uso interno.
® Cataplasmas com folhas e/ou
raízes cortadas às rodelas.
O Lavagem do cabelo: Faz-se
pele e do cabelo. com uma decocção de 20 g de sa-
ponaria por litro de água.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Toda a
planta, e especialmente o rizoma e a
raiz, contém unia saponina chamada No campo, esfregar as mãos
saporrubina, de acção expectorante, com flores de saponaria é, na
diurética, colagoga e depurativa. As falta de sabão, uma boa ma-
saponinas têm a propriedade de dis- neira de as lavar.
solver as gorduras na água, fazendo
espuma.
A sua propriedade mais importan-
te é a expectorante, pela capacidade
que tem de fluidificar as secreções
bronquiais. Embora dê resultado nas
afecções respiratórias IOI, devido à sua
toxicidade por via interna, o uso da sa-
ponaria foi substituído por outras
plantas mais seguras.
Externamente, lorna-se altamente
eficaz para combater os eczemas e
erupções da pile {©,©1, assim como
para a lavagem dos cabelos delicados Outros nomes: saboeira, saboneira, erva-saboeira.
IQL Esp.: saponaria, fhierbaj jabonera, hierba de balaneros,
jabõn de paio. Fr.: saponaire [officinalej, herbe à
foulon, savonnière. Ing.: soapwort, soap root.
/ Habitat: Comum nas bermas dos caminhos e
encostas de lugares húmidos, de toda a Europa e
da América do Norte. Em Portugal, no Norte e
Centro do pais.
Precauções Descrição: Planta vivaz da família das
Cariofiláceas, de 30 a 60 cm de altura,
com caule erecto e abundante rizoma.
As suas inflorescências terminais são
de cor rosada e têm um cheiro
Não exceder as doses recomenda agradável.
das no uso interno. Pode produzir in Partes utilizadas: Toda a planta.
toxicações.
ia m cu
Morugem
Verdura silvestre
expectorante
e emoliente
O Preparação e emprego
334
Além de expectorante e
emoliente, a morugem tem
um notável efeito tonifican-
te. Por isso se recomenda
A morugem já foi mencionada por formação de uma espuma fina e per- aos estudantes, particular-
Dioscóridcs no primeiro século da sistente. mente em época de exa-
mes, e a quem se encontre
nossa era, embora as suas proprieda- As saponinas são o princípio activo submetido a uma sobrecar-
des medicinais só tenham vindo a ser mais importante da morugem. A elas ga física ou intelectual.
bem conhecidas no século passado. O se deve a maior parte das proprieda-
abade Kncipp, célebre mestre da me- des desta planta.
dicina natural alemã, utilizou-a com
êxito nas doenças das vias respirató- • Expectorante: Utili/.a-sc nas bron-
rias. quites de todo o tipo, e também nos
simples catarros bronquiais, para pro-
vocar a eliminação das secreções secas
ou espessas 101.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Toda a
planta é rica em sais minerais e oligo- • Emoliente: Emprega-se no caso de contusões, irritações de origem física
elementos (especialmente magnésio, gastrite, para proteger a mucosa do (atritos, queimaduras solares, etc.) ou
silício, potássio, fósforo, ferro e co- estômago e aliviai" a sensação de peso química (por acção de substâncias tó-
bre), assim como em vitaminas do que acompanha este transtorno IO.0). xicas) 101.
grupo B e C. Também contém uma Também se utiliza no caso de colite • Tonificante: Pelo seu conteúdo em
certa quantidade de saponinas (do la- (inflamação do intestino grosso), sais minerais e vitaminas, a morugem
tim saponem, sabão), substâncias que para facilitar uma evacuação regular estimula todo o organismo de forma
diminuem a tensão superficial da e sem incómodos. Proporciona um natural, proporcionando uma sen-
água e a tornam espumosa como a suave efeito laxante 101. sação de vitalidade e de bem-estar. E
água com sabão. Nas mucosas do or- • Aplicada externamente, a morugem por isso muito útil no caso de fadiga
ganismo, as saponinas provocam a elimina a inflamação da pele devida a ou esgotamento (©,01.
335
Taxus baccata L
Teixo
Venenoso, mas útil
336
à sua grande toxicidade. I lá que re- planta não leni qualquer utilidade, além
cordai" o aforismo que diz: "Os abor- de ser muito tóxica devido ao alcalói-
tivos são venenos, tanto para o Feto de laxina.
como para a mãe."
Paradoxalmente, esta planta vene-
No.s últimos anos. investigadores nosa, chamada por alguns "a árvore
norte-americanos e franceses desco- da morte", pode conter remédios
briram no teixo uma substância cha- muito úteis para salvar a vida dos do-
mada taxai, que tem a propriedade entes de cancro. O mundo vegetal
do impedir a reprodução das células conserva ainda muitos segredos por
minorais (acção aniimnóiica). lnves- desvendar.
tiga-se actualmente a possível apli-
cação do laxol e dos seus derivados
no tratamento do cancro, com ex-
pectativas promissoras. Diga-se que o
laxol se encontra em quantidades
muito pequenas na casca e nas folhas
do teixo, pelo que o uso directo da
337
Thymus
serpyllum L O ei m *J i
Serpão
Acalma a tosse
e as dores
A SEMELHANÇA de outras
plantas cia Iam ília das Labia-
das, como o orégão (pág.
464), o tomilho (pág. 769), a hortelã-
-pimenta (pág. 366), o poejo (pág.
461), o serpão exala um aroma agra-
dável. Não é fácil diferençá-lo do to-
milho {Thymus vulgaris L., pág. 769),
sobretudo porque existem várias su-
bespécies intermédias. No entanto, es-
tas ires características do sei pão não
costumam estar ausentes:
Outros nomes: serpil, serpilho, serpol, erva-ursa. tomilho.
/ O lábio superior do cálice das suas
flores acha-se dividido em três dentes Esp.: serpol. serpillo, tomillo silvestre, tomillo saisero, tomillo sanjuanero. Fr.: thym
profundos; [bâtard], [thym] serpolet. Ing.: [wildj thyme, mother of thyme.
/ As folhas, que são planas e verdes Habitat: Terrenos secos, áridos ou pedregosos em terras baixas ou encostas
montanhosas de toda a Europa, até 2500 m de altitude. Naturalizado na América do
por ambas as faces (o tomilho tem os
Norte.
Descrição: Planta vivaz da família das Labiadas. que atinge até 40 cm de altura. Os
caules são rasteiros, as folhas pequenas e planas, e as flores são cor-de-rosa ou
púrpura, agrupadas em inflorescências terminais.
Partes utilizadas: as sumidades floridas.
O Preparação e emprego
USO INTERNO
O Infusão com 20-40 g por litro de água, de que se tomam de 3 a 5 cháve-
nas cada dia. Pode-se adoçar com mel. Como antitússico, administra-se
uma ou duas colheradas de hora em hora, até que a tosse se acalme.
© Essência: Administram-se 3-5 gotas, 3 vezes ao dia.
USO EXTERNO
© Banhos: Acrescenta-se à água de uma banheira média 2-3 litros de uma
decocção feita com 50-100 g, que se tenha deixado ferver durante 5 minutos.
O Lavagens, bochechos e gargarejos: Fazem-se com a mesma infusão
que para uso interno, mas mais concentrada.
© Compressas e fricções com a essência.
338
Para t o m a r um b o m b a n h o
tonificante, acrescentam-se à
água da b a n h e i r a 2-3 litros bordos das folhas voltados para baixo, em t o d o o tipo de c a l a r r o s b r o n -
de uma decocção feita com e estas são esbranquiçadas na página quiais.
50-100 gramas de sumidades
floridas de serpão por litro de inferior). • A f e c ç õ e s digestivas: O serpão utili-
água. Toma-se q u e n t e . Dá / O aroma lembra o do limão ou o da za-se contra a atonia do estômago, as
m u i t o bons resultados em digestões pesadas, as flatulências e as
caso de depressão, astenia e
erva-cidreira.
esgotamento, tanto em crian-
dispepsias em geral. IO.0I.
ças como nos adultos. P R O P R I E D A D E S E INDICAÇÕES: AS fo- • A f e c ç õ e s bucais e anais: Pela sua
lhas e as flores c o n t ê m unia essência a c ç ã o anti-séplica, o s e r p ã o é m u i t o
de composição variável s e g u n d o as su- indicado para fazer lavagens e boche-
bespécies, mas q u e s e m p r e possui ct- c h o s em feridas ou inflamações das
mol, timol e carvacrol. T a m b é m con- mucosas do a p a r e l h o digestivo, q u e r
tém p e q u e n a s q u a n t i d a d e s de ácidos seja na boca (aftas ou chagas) q u e r no
fenólicos, flavonóides e t a n i n o s . As ânus (fissura anal) 101. Km gargarejos,
p r o p r i e d a d e s do s e r p ã o são-lhe con- é muito benéfico no caso de amigda-
feridas pela sua essência: digestiva, lite (anginas) ou de faringite.
antiespasmódica, expectorante e antí-
• Reumatismos e nevralgias: Aplicada
séptica.
localmente, a essência de s e r p ã o acal-
As suas aplicações são semelhantes ma as d o r e s da ciática, das nevralgias
às de outras plantas da família das La- faciais e das dores reumáticas em ge-
biadas, com as seguintes particulari- ral 10).
dades: • Depressão, astenia e esgotamento:
• Afecções respiratórias: O serpão dá Dão muito bons resultados os banhos
muito bons resultados c o m o calman- q u e n t e s com serpão; são tonificantes
te da tosse, e s p e c i a l m e n t e da tosse e reviíalizanies l€)l. Convêm tanto às
seca convulsiva das c r i a n ç a s (O.Ql. crianças débeis c o m o aos adultos ne-
T a m b é m se usa na tosse convulsa e cessitados de um estímulo natural.
339
Trífofíum pratenseL
OJ S * U E .
Preparação e emprego
Trevo-dos-
-prados USO INTERNO
O Decocção durante 10 minutos,
de 20-30 g de folhas e/ou flores
Peitoral e digestivo por litro de água, da qual se to-
mam até 5 chávenas por dia.
USO EXTERNO
© Compressas e banhos com a
mesma decocção, porém mais
340
Tussllago fariam L.
Tussilagem
O antitússico por
excelência
Õ Preparação e emprego
Precauções
USO INTERNO se usar, para eliminar os pequenos
pêlos que se soltam dos capítulos
O Infusão com 30-50 g de planta florais, que podem irritar a garganta.
seca por litro de água, de que se to-
As folhas de tussilagem usavam-se mam de 3 a 5 chávenas diárias,
em salada, para combater o escor- quentes. Para melhorar o gosto, que USO EXTERNO
buto, dada a quantidade de vitamina não é muito agradável, basta juntar
C que contêm. No entanto, é preferí- uma pitada de hortelã ou de anis- © Gargarejos: Com a mesma in-
vel não se comerem as folhas ten- verde Às crianças pequenas, dá- fusão que para o uso interno, ou um
ras cruas, porque contêm pequenas se em colheradas com intervalos de pouco mais concentrada.
quantidades de um alcalóide tóxico meia ou de uma hora. €) Compressas e loções sobre a
para o fígado, que desaparece com a zona da pele afectada, com a infusão
secagem. A infusão deve ser filtrada antes de concentrada
341
A infusão de foihas secas e capítu-
los florais da tussilagem constituem
um valioso complemento dos pia-
nos ou tratamentos para deixar de
fumar. A sua acção consiste em lim-
par os brônquios de secreções, fa-
vorecendo a sua eliminação.
342
Verbascum
tnapsusL
J
Preparação e emprego
Verbasco
USO INTERNO
Suaviza os brônquios e O Infusão: 20-30 g de flores por
todos os tecidos litro de água. Tomam-se 3 ou 4
chávenas diárias, depois de ter si-
do cuidadosamente filtrada com
um pano fino, com o fim de elimi-
nar os pelinhos.
@ Extracto seco: A dose habi-
tual é de 0,5 a 1 g, 3 vezes ao dia.
USO EXTERNO
€) Compressas empapadas nu-
ma decocção de 60-80 g de fo-
lhas e flores por litro de água. Apli-
cam-se sobre a pele afectada.
O Cataplasmas: Faz-se com as
fitoterapia.
As folhas têm-se utilizado como me- Outros nomes: baròasco, erva-
chas de candeia e como pensos para -de-são-fiacre, tróculos-brancos,
feridas. A sua aveludada suavidade já vela-de-nossa-senhora. Brasil:
lhe mereceu o qualificativo de "papel cirio-do-rei.
higiénico" silvestre. Esp.: gordolobo común,
gordolobo macho, verbasco,
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS flo- candelária, candeia regia,
res, sobretudo, e em menor quanti- escobizo. Fr.: bouillon blanc.
molène. Ing.: mullein, Aaron's
dade as folhas, contêm mucilagem, a rod, hedge-taper.
que devem a sua acção emoliente
(suavizam os tecidos); saponinas e fla- Habitat: Espalhado pelos
vonóides, de efeito anti-inflamatório, lugares incultos e terrenos
pedregosos de toda a Europa.
antitússico e antiespasmódico; e di- Em Portugal encontra-se de
versos glicósidos e pigmentos. E diu- Trás-os-Montes e Minho até ao
rético e sudorífico suave. O seu uso Alentejo, embora pouco
está indicado nos seguintes casos: frequente. Conhecido no
continente americano.
* Irritações das mucosas respiratórias:
faringite, laringite, catarros brônqui- Descrição: Planta bienal da
família das Escrofuiárias, de
cos e asma (pela sua acção antiespas- caule erecto, que pode atingir
módica). Alivia a tosse e facilita a ex- 1,5 m de altura. As folhas são
pectoração IO.0L grandes e cobertas de
• Aplicado externamente, é útil nos fu- abundantes pêlos lanosos. As
flores são de cor amarela e
rúnculos, queimaduras, frieiras e he- nascem em grossas espigas.
morróidas IO,OI. Pode-se aplicar tan-
to em compressas embebidas numa Partes utilizadas: as flores e as
decocção de folhas e flores, como em folhas.
cataplasmas feitas com as folhas fervi-
das em leite.
343
Viola odorata L.
Violeta
Peitoral e aromática
344
O xarope de violetas
torna-se especialmente
benéfico para as crian-
ças, em caso de catarro
brônquico ou de gripe.
Açaima a tosse, fluidifi-
ca as secreções bron-
quiais e favorece a su-
dação.
Além do xarope, os
adultos também podem
tomar a violeta em in-
fusão de folhas e/ou flo-
res.
suavizante e anti-inflamatória sobre estomatite (inflamação da mucosa com maior efeito sudorífico, diuveti
iodas as mucosas; as das violetas ac- bucal), gengivite, amigdalite, laringi- co e laxante. Costumam usar-se mis
tuam especialmente sobre as mucosas te e afonia í©l. turaclas com as llores.
do aparelho respiratório. A violeta é, • Aplica-se em lavagens sobre os olhos
pois, uma planta muito útil para o tra- As RAÍZES são muito ricas em sapo
101 em caso de blefarite (inflamação ninas, pelo que têm uma acção eme
tamento dos catarros brônquicos, das pálpebras) e de conjuntivite.
bronquites, traqueíte e broncopneu- tica (vomiliva) 10.01. Administram-sc
monia. As violetas são também sudo- As FOLHAS das violetas têm pro- para provocar o vómito em caso de in
ríficas, pelo que se recomendam es- priedades semelhantes às flores, mas toxicação alimentar ou de indigestão
pecialmente quando a afecção respi-
ratória se faz acompanhar de febre,
tomo costuma acontecer com a gri-
pe. Possuem ainda um suave efeito
diurético c laxante, muito conve-
niente para os doentes febris.
• Cistite: Rccomendam-se, neste caso,
em virtude da acção anti-inflamatória
que as mut ilagens exercem sobre o
aparelho urinário IO.91.
• Enxaquecas e cefaleias: Tem-sc usa-
do com êxito, desde tempos antigos,
embora não se saiba bem qual dos
princípios activos da violeta é res-
ponsável por esta acção. Tradicional-
mente, as dores de violeta aplic am-se
lauto por via oral (infusão) IOI como
em compressas ou lomentaçõcs sobre
a fronte l@l.
• Afecções bucais e da garganta: Ex-
ternamente, a infusão usa-se para fazer
bochechos ou gargarejos em caso de
PLANTAS PARA
O APARELHO DIGESTIVO
SUMÁRIO DO CAPÍTULO
DOENÇAS E APLICAÇÕES Camomila-romana = Macela ... .350
Cocleária 356
Anomia, ver Apetite, falta de . . .347 Dictamno 358
Apetite, falta de 347 Didamno-real 358
Hálito fétido, ver Mau hálito .. . .347 Endro 349
IIali tose, ver Mau hálito 347 Erva-coalheira 361
Inapelência, ver Apetite, falta de .347 Funcho 360
Mau hálito 347 Gengibre 377
Plantas digestivas 348 Hibisco 363
PLANTAS Hortelã-pimenta 366
Abelmosco 362 Macela 350
Abrunheiro-bravo 372 Manjericão-grande 368
Alcaravia 365 Manjerona 369
Amor-de-horlelão 361 Margaça-das-boticas = Camomila .364
Anelo = Endro 349 Milola 363
Ansarinha = Argentina 371 Nêveda-dos-gatos 367
N e n h u m tratamento, seja Argentina 371 Pimenta-malagiteta = Pimentão . .354
com plantas ou com Aspénda-odorífera 351 Pimentão 354
fármacos, pode compensar Assa-fétida 359 Pimenteira 370
os transtornos digestivos
devidos a uma alimentação Basílico = Manjericão-grande ... .368 Piri piri = Pimentão 354
incorrecta. Baunilha 376 Rosa-do-japão 362
Beladona 352 Segurelha 374
Camomila 364 Segurelha-dos-jardins 375
Q
UASE TODAS as plantas medi- efeito, o bolo alimentar não avança cor-
cinais exercem algum tipo de rectamente, e a digestão faz-se de modo
efeito sobre o aparelho digesti- lento e pesado.
vo. Aquelas que descrevemos • Aumentam a secreção de sucos digesti-
neste capítulo actuam sobre o vos por parle do estômago, intestino e
conjunto dos órgãos digestivos, entre os pâncreas, cuja carência torna lento o
quais o estômago, o intestino, o ligado e o processo da digestão.
pâncreas, listas plantas facilitam a digestão
mediante duas acções fundamentais: Para que estas plantas sejam realmente
eficazes, deve-se seguir uma alimentação
• Activam as ondas peristálticas, que são conecta, o mais saudável e natural possí-
as contracções do tubo digestivo que fa- vel. Não existe nenhuma planta medicinal,
zem progredir o conteúdo intestinal. nem por certo qualquer fármaco, capa/.es
Quando estas contracções não são sufi- de compensar os eleitos negativos de uma
cientemente intensas, ou não produzem dieta inadequada.
346
A SAÚDE PELAS PLANTAS MEDICINAIS
2 " Parte: D e s c r i ç ã o
I
Doença Planta Pág. Acção Uso
MAU HÁLITO
Cheiro anormal do ar expirado. Deve-se SANAMUNDA 194 Tónico digestivo, anti-séptico bucal Infusão, bochechos
geralmente a causas bucais (piorreia),
gástricas (retenção de alimentos no
estômago) ou intestinais (fermentações
e putrefacções). Além destas plantas, Almécega (resina) mastigada
PISTÂCIA 197 Perfuma o hálito, combate a piorreia ou em pastas dentífricas
servem todas aquelas que combatem a
piorreia (cap. LO), a dispepsia (cap.
19) e as fermentações intestinais
(cap. 20).
Combate as fermentações intestinais, Carvão da madeira em pó
EUCALIPTO 304 elimina as toxinas intestinais (também serve o carvão
causadoras do mau hálito da madeira de outras árvores)
&nrti ira A?Z Aumenta a secreção dos sucos Infusão ou decocção de raiz
«NGEUCA 4^0 g a b r e Q a p e t jte> e |jmina o s g a s e s
Cardo-santo
ABSINTO 428 Tónico amargo, aumenta o apetite Infusão de folhas e capítulos florais
Estimula os movimentos
FEL-DA-TERRA 436 Infusão de sumidades floridas
de esvaziamento do estômago
347
a Cap. 1 7 : PLANIAS PARA O APARELHO OIGESTIVO
Plantas digestivas
348
Anethum
graveolens L
Preparação e emprego
O
ENDRO é uma das plainas
medicinais mais antigas: os
Egípcios, os Gregos e os Ro-
manos já a conheciam e apreciavam,
usando-a como remédio e como con-
dimento.
O seu aspecto é muito semelhante
ao do funcho, e diz o médico espa-
nhol do século XVI, Andrés de Lagu-
na, que «se o gosto não fosse o juiz, fa-
cilmente se enganaria a vista, toman-
do um pelo outro».
Efectivamente, o endro tem um sa-
bor mais forte e picante do que fun-
cho, ainda que as propriedades de
ambos sejam muito semelhantes.
34
AnthemlsnoblIlsL
* í*
Preparação e emprego
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: A
essência da macela, ou camomila-
-romana, contém caznazuleno, de
acção antí-inflamatória, diversos éste-
res e um princípio amargo de acção
digestiva e carminativa (ajuda a ex- Outros nomes: macela-dourada,
pulsar os gases intestinais). Contém maceia-fior, maceta-galega, macefa-de-
além disso cumarinas e ílavonóides de •botão, macelão, marcela, camomila-de-
•paris, camomila-romana, falsa-
acção antiespasmódica. Possui tam- -camomila.
bém propriedades emenagogas (esti-
Esp.: manzanilla romana, camomila
mula e normaliza a menstruação) e romana, matricaria. Fr.: camomille
anti-reumáticas. romaine. Ing: Roman camomila, English
Aplica-sc em uso interno: camomila.
Habitat: Campos cultivados, prados e
• Afecções digestivas (principal apli- alqueives de terreno silicioso da Europa
cação): indigestões, dispepsia (di- Ocidental. Conhecida no continente
gestão difícil), flatulências, náuseas americano.
[O.0OI. Descrição: Planta vivaz da família das
• Cólicas intestinais, biliares ou re- Compostas, de 10 a 30 cm de altura e vilosa
nais: como antiespasmódica IO.©,0). ao tacto. É mais baixa e ramificada que a
camomila. As suas folhas são muito finamente
• Dores menstruais IO.O,©l segmentadas. Os capítulos florais são muito
Externamente usa-se para: parecidos com os da camomila, mas têm um
aroma mais intenso.
• Reumatismo: em Fricções MM. Partes utilizadas: os capítulos florais.
• Cicatrização das feridas, mediante a
aplicação de compressas sobre a pele
101.
• Lavagens oculares: como colírio l©l.
350
Preparação e emprego
Aspérula-
-odorífera USO INTERNO
O Infusão: 40-50 gramas de
Uma planta eficiente planta seca por litro de água,
mas pouco utilizada de que se ingerem 2 ou 3 chá-
venas por dia.
USO EXTERNO
© Lavagens oculares: Fa-
zem-se com uma decocção
de 50 g de planta por litro de
água. Deve ferver durante pe-
lo menos 5 minutos, para que
fique esterilizada antes de se
aplicar aos olhos.
N OS PAÍSES germânicos, há
muitos séculos que se fabrica
com ela O Muiwein (vinho de
Maio), bebida alcoólica obtida por
maceração das aspérulas em vinho
branco. Felizmente, o seu uso é cada
vez menor, pois, quando se toma com
certa regularidade, provoca violentas
dores de cabeça, perda da memória e
Uanstornos do sistema nervoso. Outros nomes:
351
Atropa
beiladonna L
H
Beladona
Tóxico potente
e medicamento
insubstituível
<D
CH Font Quer, o notável botânico e far- ra aplicar correctamente esta plan-
macêutico espanhol, relata no seu ta, que tanto pode curar como ma-
livro, Plantas medicinales: El Dios- tar. E dado o potente efeito da sua
córides renovado, como certo dia, acção, é mais seguro utilizar o prin-
em que se sentiu constipado e com cípio activo da atropina, sob a for-
alguns sintomas de asma, ele mes- ma de preparações farmacêuticas,
Fórmula química da atropina, o mo preparou o que lhe pareceu uma cuja dosagem é perfeitamente co-
alcalóide mais importante da be-
ladona. Trata-se de uma substân- ligeira infusão com algumas folhas nhecida.
cia muito potente, que faz parte
de diversos medicamentos.
352
Precauções
^àâ* o seu alcalóide atropina, já não se usam pelo seu pretendido efeito embele-
zador, mas sim como um fármaco insubstituível em medicina de urgências e
em anestesiologia.
dade de efeitos sobre o organismo. In- torna-se insubstituível em medicina, es- todas as glândulas digestivas, incluin-
gerida em certa quantidade, causava pecialmente em anestesiologia. do as salivares (produz secura da
até mesmo a morte. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Toda a boca).
Foi devido aos notáveis e variados planta, particularmente as folhas, • Antiarrítmica: Utiliza-se no caso de
efeitos tóxicos desta planta, que Li- contém potentes alcalóides (atropina bradicardia (pulso lento) e para nor-
neu, o grande naturalista sueco do sé- e hiosciamina). malizar o ritmo cardíaco.
culo XVIII, lhe deu o nome de Atropa A ATROPINA é um parassimpatico-
be.Lladonna. Atropa era uma das três • Antiasmática: Relaxa os músculos
lítico, isto é, uma substância que blo-
Parcas da mitologia grega, uma divin- dos brônquios, aumentando-lh.es o
queia a transmissão do impulso ner-
dade de cujas mãos pendia o fio da voso nos terminais do sistema paras- diâmetro (acção broncodilatadora).
vida dos humanos, e que o cortava ca- simpático. São estas as suas proprie-
prichosamente a seu bel-prazer. Clinicamente, são muitas as apli-
dades mais importantes: cações da beladona e do seu princípio
Já no século XIX, o progresso da • Midriática: Provoca a dilatação das activo mais importante, a atropina.
bioquímica e da Fisiologia permitiu pupilas. Emprega-se muito na oftalmologia,
isolar a atropina, o alcalóide mais im- pelos efeitos que exerce sobre a pupi-
portante da beladona. As experiên- • Antiespasmódica: Faz relaxar os la; nos espasmos e cólicas do aparelho
cias científicas foram revelando os músculos do tubo digestivo e dos ca- digestivo e urinário, pelo seu efeito
muitos efeitos da atropina no orga- nais urinários, aliviando os espasmos antiespasmódico; nos transtornos do
nismo, e as suas aplicações terapêuti- e as cólicas. ritmo cardíaco e em muitas outras si-
cas. Em doses controladas, a atropina • Anti-secretora: Reduz a secreção de tuações clínicas.
353
Capslcum
frutescensL. K
Estimulante e revulsivo
USO INTERNO
354
CarumcarvíL
Õ r r
Cocleária
Antiescorbútica
e tónica digestiva
N AS COSTAS da Inglaterra,
atraca um barco que acaba de
chegar de uma longa viagem
pelo Atlântico. Achamo-nos em pleno
século XVIII, no tempo do capitão Ja- Outros nomes: cocleária-maior, cocleária-oficinal, erva-da$-colheres.
mes Cook, época de grandes viagens Esp.: cocleária, hierba de la cucharra, hierba dei escorbuto, rábano vagisco.
Fr.: cochléaire, herbe à la cuillère, herbe au scorbut. Ing.: scurvy grass, scorbute
e de intrépidos exploradores. grass.
- A tripulação está muito dizimada Habitat: Disseminada por terrenos pedregosos e húmidos, perto do mar ou de
- diz o capitão aos poucos aldeãos que cursos de água. É pouco frequente no Centro e no Norte da Europa, assim como na
aparecem a recebê-los. - Sentimo-nos metade norte do continente americano.
muito debilitados e as feridas não nos Descrição: Planta vivaz da família das Cruciferas, que atinge de 10 a 25 cm de
cicatrizam. No entanto não nos faltou altura. As folhas são carnosas, de pecioio longo, de cor verde escura e em forma de
a ração de trigo, cevada e carne seca. coração. As flores, brancas ou rosadas, crescem nos cachos terminais.
- Sangram-me as gengivas, e estão Partes utilizadas: a planta inteira fresca.
muito inchadas! — exclama penosa-
mente um curtido marinheiro.
Um dos camponeses observa como
descem da embarcação aqueles ho-
mens rudes, que foram capazes de
u> Preparação e emprego
vencer os embales do mar, mas que se
encontram abatidos por deficiência
da alimentação. USO INTERNO excelente tónico contra a astenia (fa-
diga) primaveril. Tomar um copo diá-
- Creio que tenho um remédio O Verdura: As suas folhas e caules rio, de manhã.
para vocês! - diz O humilde aldeão. - frescos podem comer-se como sa-
1 lá uma ervinha que cresce por estas lada, só ou acompanhada de outras USO EXTERNO
costas e que vos pode devolver o vigor verduras.
© Compressas embebidas com in-
que o mar vos roubou. K a "erva do es- fusão de cocleária, que se preparam
O Sumo: Convém bebê-lo imedia-
corbuto", que cura a doença dos na- tamente, para não se perderem as com 50 g de planta por cada litro de
vegantes. suas vitaminas. Só, ou misturado água. Aplicam-se sobre as zonas do-
Os marinheiros comem esta planta com sumo de laranja, constitui um ridas.
durante vários dias, e os seus sintomas
começam a desaparecer.
356
A dieta dos antigos marinheiros, ã base de carne seca, peixe e farinha, era muito deficiente em vitamina C. Devido ã sua
riqueza nesta vitamina, a cocleária salvou a vida de muitos marinheiros atacados de escorbuto nos séculos passados.
Actualmente, esta planta é utilizada por causa da sua acção tonificante e digestiva.
Sabemos hoje que a cocleária, tempos antigos, a cocleária continua creção de sucos gástricos e a activida-
scurvy grass (erva do escorbuto, em a ser usada pelas suas propriedades de de todo o aparelho digestivo, faci-
inglês), contém grandes doses de vi- medicinais e pelo seu agradável sabor. litando a digestão. Convém aos que
tamina C, precisamente o que faltava PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Toda a têm falta de apetite, aos que sofrem
na dieta dos marinheiros, isenta de parte aérea da planta contém um gli- de atonia gástrica (sensação de estô-
frutas e verduras frescas. cósido sulfurado (glicoclearina), e mago cheio e dilatação) e, em geral,
um fermento chamado mirosina, que aos que sofrem de digestões pesadas
Nem Dioscórides no século I d.C,
o transforma em isossulfocianato de 10.01.
nem os seus comentaristas do Renas-
cimento, sabiam da existência desta butilo, substância semelhante à essên- • Diurética e depurativa: Favorece a
planta. Tendo o seu habitat no Atlân- cia de mostarda. A ele se deve o seu eliminação de substâncias ácidas resi-
tico e não se dando nos países medi- sabor parecido com o do agrião ou o duais, como a ureia e o ácido úrico.
terrâneos, foi ignorada pelos grandes da mostarda. A planta contém ainda Torna-se útil a alguns reumáticos, aos
herbanários e médicos da área latina a vitamina C, tanino e sais minerais. artríticos e gotosos, e aos sobrecarre-
da Europa. Mas nos séculos XVII e As suas propriedades são: gados por uma alimentação excessi-
XVIII fizeram-se, na França e na In- • Antiescorbútica: Devido ao seu con- vamente rica em carnes IO.0I.
glaterra, grandes plantações de cocle- teúdo em vitamina C, e à sua capaci- • Rubefaciente em uso externo: Usa-
ária, para socorrer os marinheiros e dade para estimular globalmente o -se, como a mostarda (pág. 663), para
exploradores que voltavam doentes metabolismo. Convém aos debilitados atrair o sangue para o exterior, com o
das suas viagens, por carência da por outras doenças, e a quem siga fim de descongestionar os órgãos in-
então desconhecida vitamina C. uma dieta deficitária em frutas e ver- ternos. Aplica-se em compressas sobre
Hoje em dia, embora o escorbuto duras frescas IO,©l. a zona afectada (articulações infla-
já não seja tão frequente como nos • Aperitiva e digestiva: Estimula a se- madas, por exemplo) lôl.
357
9] (>] 10] e
Preparação e emprego
Dictamno
USO INTERNO
Aromático e tonificante O Infusão com uma colher de so-
bremesa de folhas frescas (5 g)
ou uma grande de folhas secas,
por chávena de água. Podem-se
acrescentar uns gramas de cas-
ca triturada. Tomar até duas chá-
venas, bebendo-as por sorvos, ao
longo de todo o dia.
358
Fervia
assafoetídaL
m D
Preparação e emprego
USO EXTERNO
ô Enemas: Contra os espas-
mos digestivos, é preferível apli-
cá-la em forma de enema (clis-
ter), que se prepara com uma
infusão com 4-5 g de assa-féti-
da em 2 litros de água a ferver.
Outros nomes:
Esp.: asafétida, estiércol dei
diablo. Fr.: assa fétide.
E
CURIOSO de ver como variam
os costumes e os gostos dos di- Ing.: asafétida.
versos povos e culturas. Na Eu- Habitat: Planta originária do
ropa (em Espanha) chama-se a esta continente asiático. Cresce
especialmente no Irão, na
planta "esterco do diabo" -poder-se-á Turquia e no Afeganistão, mas é
imaginar algo mais detestável?- en- conhecida em todo o mundo.
quanto que nos países árabes é co- Descrição: Árvore de 2-3
nhecida como "manjar dos deuses", e metros de altura, da família das
se utiliza até como condimento. Umbeliferas. A raiz e o tronco
soltam uma resina gomosa, com
Realmente, qualquer pessoa que a aspecto de suco leitoso,
prove, ou simplesmente que a cheire, conhecida como assa-fétida.
fica impressionada com o cheiro re- Partes utilizadas: a goma ou
pugnante que ela tem. No entanto, as resina que escorre do tronco e
suas qualidades medicinais são extra- da raiz da planta.
ordinárias.
35
Foeniculum
vulgare Mill. A
Preparação e emprego
360
GalIumvervmL Çj\ ,X
D U Li LI
Preparação e emprego
Erva-
-coalheira USO INTERNO
O Infusão com 10-20 g de plan-
Coalha o leite e ajuda ta por litro de água, de que se to-
mam 3 chávenas por dia.
a digestão
USO EXTERNO
© Compressas: Preparadas
com esta mesma infusão, porém
mais concentrada (30-40 g por li-
tro). Aplicam-se sobre a zona da
pele lesionada.
361
Hlbiscus
abelmoschus L
o. f J í5J *J J
Preparação e emprego
Abelmosco
USO INTERNO
Fragrância que relaxa
O Infusão de 50 g de sementes
e tranquiliza por litro de água. Tomar 2 ou 3
chávenas diárias.
A S SEMENTES do abelmosco
são muno apreciadas pelos
perfumistas hindus e árabes,
que as utilizam, além disso, como
afrodisíaco. Pela acção do calor ou da
Rosa-do-japão
362
Hiblscus
sabdaríffal.
*. U J U
Preparação e emprego
Hibisco
USO INTERNO
Bonita flor O Infusão com um punhado de
que tonifica e refresca flores, com o seu cálice, por cada
litro de água. Adoçar com mel e
beber a gosto, como refresco.
Preparação e emprego
Camomila
USO INTERNO
A tisana digestiva O Infusão: 5-10 g de capítulos
florais por litro de água (equiva-
por excelência lentes a 5-6 capítulos por chá-
vena). Tomem-se 3 a 6 chávenas
diárias, quentes.
USO EXTERNO
© Lavagens ocuíares, nasais
ou anais. Fazem-se com uma in-
fusão um pouco mais concen-
trada que a do uso interno (até
Q
UASE todas as pessoas,
50 g de capítulos por litro). Dei-
quando se faia de tisanas ou
xar repousar durante 15-20 mi-
Infusões, pensam imediata-
nutos e filtrá-la conveniente-
mente na camomila. Pode-
mente antes de a utilizar.
ria d i/.c:i-se que é a tisana por excelên-
cia. © Banhos: Realizam-se jun-
tando à água da banheira de 2 a
- Dê uma chávena de camomila a 4 litros desta infusão concentra-
este doente, antes de lhe retirar o soro da. Estes banhos, com água
- di/ o cirurgião a uma estudante de morna, têm um acentuado efeito
enfermagem. relaxante e sedativo.
Ambos se encontram diante de um O Compressas com a infusão
jovem de 15 anos, operado há dois concentrada: Aplicam-se sobre
dias, a uma apendicite aguda perfu- a zona da pele afectada.
rada. O seu aparelho digestivo esteve © Fricções com óleo de ca-
paralisado durante este tempo, devi- momila. O óleo de camomila
do à peritonite (inflamação do peri- prepara-se aquecendo em ba-
loneu, que é a membrana que reveste nho-maria, durante 3 horas, 100
o interior da cavidade abdominal e os g de capítulos em meio litro de
seus órgãos) que se produziu como azeite de oliveira. Filtra-se o azei-
consequência da apendicite. te e conserva-se numa garrafa.
- Doutor, porque é que recomenda
sempre camomila aos recém-opera-
dos? - indaga a futura enfermeira, de-
pois de terminada a visita. Outros nomes: camomila-alemã,
camomila-dos-alemães. camomila-legítima.
- Há já muitos anos que sigo a re- camomila-vulgar, mançanilha, margaça-
gra de recomeçar a alimentação oral -das-boticas. matricária.
dos recém-operados com uma tisana Esp.: manzanilla, manzanilla común,
de camomila. Assim me ensinaram os camomila, manzanilla de Aragón,
meus mestres na arte e na ciência da manzanilla de Castilla, manzanilla dulce,
manzanilla alemana. magarza.
cirurgia. A camomila estimula os mo- Fr.: camomille [d'Alemagne}.
vimentos peristálticos do intestino, e Ing.: [German] camomile.
fá-lo recuperar a sua função, depois Habitat: Abundante pelos campos, lugares incultos, valados e caminhos de toda a
de ter estado paralisado pela perito- Europa. Cria-se também em regiões temperadas do continente americano.
nite. Descrição: Planta herbácea anual da família das Compostas, que atinge de 20 a 50
- E como poderemos saber que a cm de altura. Os caules são muito ramificados e as flores agrupam-se em capítulos
de cerca de 2 cm de diâmetro, parecidos com os das margaridas. Têm um cheiro
camomila produziu efeito?
característico e sabor amargo.
- Já terá reparado que todos os Partes utilizadas: os capítulos florais.
dias, quando faço a visita, pergunto
364
e Outras aplicações
da camomila
aos recém-operados se já expulsaram camomila também estimula a motili- moderadora sobre as reacções alérgi-
ventosidades. Por grotesco que pa- dade do tubo digestivo, como já se dis- cas, como a asma, a rinite e a conjun-
reça, este é o melhor sinal de que o in- se. Por isso é boa para os recém-ope- tivite alérgicas. Recomenda-se nas cri-
testino voltou a funcionar. rados e os que sofram de excesso de ses alérgicas agudas, para acalmá-las,
gases, que ajuda a expulsar (efeito e como tratamento de fundo para evi-
- Agora entendo, d o u t o r - conclui
carminativo) (O). Na realidade, a sua tá-las. Os melhores resultados obtêm-
a aluna.
acção consiste em regular e normali- -se combinando a aplicação interna
zar o funcionamento intestinal. (tisanas) IOI com a externa (colírios,
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: O irrigações nasais) l©l.
princípio activo mais importante da • Eupéptica: Torna-se indicada, em
camomila é a sua essência, cujos com- forma de tisana, nas indigestões ou di-
• Cicatrizante, emoliente e antí-sépti-
ponentes mais importantes são o ca- gestões pesadas. Alivia as náuseas e vó-
ca: No uso externo, dá bons resultados
ma/uleno (anti-inflamatório) e o bis- mitos, e estimula ligeiramente o ape-
para lavar todo o tipo de feridas, úl-
sabolol (sedativo). Contém ainda fla- tite IOI. As camomilas mais amargas
ceras e infecções da pele (©I. Provou-
vonóides e cumarinas, assim como têm uma acção eupéptica mais in-
-se que o camazuleno é eficaz contra
um princípio amargo tonificante. São tensa.
o estafilococo dourado, o estreptoco-
muitas as propriedades desta planta, • Emenagoga: Estimula a função co hemolítico e o Proteus. A infusão de
confirmadas todas elas pela investi- menstrual, normalizando a sua quan- camomila constitui um colírio muito
gação científica: tidade e periodicidade. Alivia as dores apropriado para lavagens oculares em
das regras. Dioscórides já lhe pôs o caso de conjun ti vi te ou irritação ocu-
• Sedativa e antiespasmódica: Torna-
nome de Malricaria, de matrix (útero, lar l©I.Utiliza-se também como anti-
-se muito útil contra os espasmos do
em latim). -inflamatória, aplicada em forma de
estômago e do intestino, devidos a
nervosismo ou ansiedade IO.©) Tam- • Febrífuga e sudorífica: Fazendo bai- compressas sobre eczemas, erupções
bém se administra em cólicas de todo xar a temperatura e provocar a trans- e outras afecções da pele l©J. As lava-
0 tipo, especialmente nas renais e bi- piração, convém aos doentes febris, gens anais com a sua infusão desin-
liares (incorrectamente chamadas he- especialmente às crianças pequenas flamam as hemorróidas l@l.
páticas), pelo seu efeito sedativo e re- IOI.
• Anti i-climática: O óleo de camomi-
laxante {©.©I. • Analgésica: Acalma as dores de ca- la usa-se em fricções contra o lumba-
' Tónica intestinal e carminativa: Em- beça e algumas nevralgias IOI. go, torcicolo, dores reumáticas e con-
bora possa parecer um paradoxo, a • Antialérgica: Tem-se revelado muito tusões I©1.
Mentha piperíta L
& LLJ •
USO INTERNO
© Compressas e fricções: Apli-
recomendava c o m o afrodisíaca, virtu- cam-se com a essência ou com
de q u e se lhe r e c o n h e c e q u a n d o to- o álcool mentolado.
mada em grandes doses.
O CH
I
CH
CHOH Fórmula
química do
mentol, um dos
100
a 80 cm de altura. As inflorescências são cor-de-
^rosa ou violáceas, e dispõem-se em espigas
terminais.
Partes utilizadas: as folhas e as sumidades
floridas.
componentes
da essência da
CH, CH, menta.
366
Nepeta cataria L
a i Q Q
Preparação e emprego
Nêveda-dos
-gatos USO INTERNO
O Infusão com 30 g da planta por
litro de água. Toma-se uma chá-
Alivia as cólicas vena quente depois da cada re-
feição (3-4 por dia), que se pode
adoçar com uma colherada de
mel.
36
Odmum
basilicum L
a J a
Preparação e emprego
Manjericão-
-grande USO INTERNO
O Infusão com 20-30 g por litro
Facilita a digestão de água, de que se toma, depois
de cada refeição, uma chávena
e tonifica quente, adoçada com mel para
maior efeito.
© Essência: de 2 a 5 gotas, três
vezes ao dia.
USO EXTERNO
€) Fricções tonificantes com a
essência.
O Banhos: Junta-se a essência
à água do banho, para aproveitar
os seus efeitos tonificantes.
368
Oríganum
majoranaL
Preparação e emprego
USO EXTERNO
€> Fricções: Aplicam-se com a
essência dissolvida em álcool (10-
20 gotas em 100 ml).
Estimula, mas
também irrita USO INTERNO
O Como condimento, a pimenta
misturada com os alimentos.
A S PROPRIEDADES digestivas
da p i m e n t a já e r a m conheci-
das há muito t e m p o pelos ha-
bitantes da índia. Alexandre M a g n o
foi quem, no século IV a . C , introdu-
ziu esta especiaria na Europa. Actual-
mente- é a mais utilizada.
Precauções
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: OS
grãos d e p i m e n t a c o n t ê m 2 % d e
essência formada por diversos hidro-
carbonetos, de 2% a 1% de resina, e A pimenta, tomada em abundân-
o alcalóide de sabor picante piperidi- cia, produz uma forte irritação
das mucosas digestivas e uriná-
na, que se encontra s o b r e t u d o na cas-
rias (inclusive sangue na urina),
ca (razão pela qual a pimenta negra é
assim como um aumento da
mais forte do q u e a b r a n c a ) . A pi-
pressão arterial.
menta possui as seguintes proprieda-
des: O seu uso é especialmente de-
saconselhado em caso de gas-
• Tónico estomacal e digestivo: Em trite, úlcera gastroduodenal, pan-
pequenas doses, a u m e n t a a p r o d u ç ã o creatite, hemorróidas e hiper-
de sucos digestivos (saliva, suco gás- tensão.
trico, p a n c r e ã t i c o , e l e ) , à custa de
produzir uma discreta irritação sobre
as mucosas; é t a m b é m carminativa
( r e d u z a f o r m a ç ã o de gases). Em
grandes doses, é hriuuiva lOl.
• Febrífuga. Outros nomes: pimenta, pimenta-
• Parasiticida: Mata os parasitas intes- •comum, pimenta-negra, pimenta-
tinais (Ol. -branca, pimenta-da-índia, pimenta-
•canarim, pimenta-redonda. Brasil:
• Afrodisíaca de eleitos leves (O). pimenta-do-reino.
Esp.: pimentero, pimienta [blanca de la
F Mático
índia], negra (de la índia]. Fr.: poivrier
[commun], poivrier noir Ing.: (common]
pepper, black pepper, white pepper.
Habitat: Originária da índia e dos países
No Chile e na Argentina cria-se o chama- tropicais do Sudeste Asiático. O seu
do mático {Piper angustifolium L)*, que cultivo estende-se actualmente a todas as
contém um princípio amargo e uma essên- regiões tropicais de ambos os hemisférios.
cia. Em infusão (10 g por litro), usa-se co- Descrição: Arbusto trepador da família das
mo digestivo e, sobretudo, no tratamen- Piperáceas, cujos frutos são umas bagas
to da úlcera gastroduodenal, tomando 3- vermelhas que, uma vez secas, formam os
grãos de pimenta
-5 chávenas por dia. Externamente, em-
prega-se para lavar as feridas (decocção Partes utilizadas: os frutos secos com casca
de 50 g de planta por litro de água), em (pimenta-negra), ou sem ela (pimenta-branca).
virtude da sua acção cicatrizante.
' Esp.: mático, mono.
370
Potení/fía
anserínaL J
si a '£ •
Preparação e emprego
Argentina
USO INTERNO
Antiespasmódica O Decocção com 30-50 g de
planta por litro de água. Tomar de
e estomacal 3 a 5 chávenas diárias.
USO EXTERNO
©Compressas: Aplicar a mes-
ma decocção que se usa interna-
mente, para empapá-las. Colo-
cam-se sobre as hemorróidas du-
rante 5-10 minutos, 2 ou 3 vezes
ao dia.
371
Pmnus splnosa L
!\
V. Di •.
v
cos ou então fervidos em água (só
AMOS dar um passeio pelo dois minutos), para lhes tirar o
monte e apanhamos abrunhos! gosto áspero.
© Xarope: Prepara-se com meio
Estas pequenas ameixas bravas, quilo de frutos, meio quilo de açú-
"sem dono", refrescam os caminhan- car e um copo de água. Ferve-se
tes e oferecem alimento no Outono esta mistura durante 15 minutos.
aos toldos, pombos e outras aves. Tem O xarope resultante, de cor ver-
um sabor um tanto áspero, mas agra- melha e sabor agradável, filtra-se
dável. Não se p o d e dizer q u e as suas com um pano e toma-se às co-
propriedades medicinais sejam espec- lheres, para combater as diarreias
taculares. E b e m possível, até, q u e se e para abrir o apetite.
devam, em boa medida, ao exercício O Decocção: Põem-se a ferver
que é preciso fazer para ir apanhá-las. 100 g de frutos num litro de água,
durante Í0 minutos, em lume
Em qualquer dos casos, vale a pena brando. Filtrar o líquido resultan-
tirar proveito desta humilde e simpá- te e tomar às colheradas.
tica fruta silvestre.
USO EXTERNO
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS FLO-
0 Tampões nasais com gaze
RES comem amigdalina (glicósido cia-
empapada na mesma decocção
nogenéiico), derivados da cumarina e
que se recomenda para uso in-
llavonoglicósidos. Têm propriedades
terno.
© Bochechos e gargarejos com
esta mesma decocção.
372
Frescos, cozidos ou em xarope, os fru-
tos do abrunheiro-bravo abrem o ape-
tite e estimulam os processos digesti-
vos.
Precauções
laxantes, diuréticas e depurativas. C) pépticos (estimulam os processos di-
seu eleito laxante é suave, mas eficaz, gestivos), aperitivos e tonificantes do
c laz-sc acompanhar de uma acção an- organismo em geral IÔ,€>.©).
tíespasmódica (relaxante) da muscu- Comunicam, a quem os come, um As amêndoas que estão dentro dos
latura que cobre o intestino grosso. aumento do apetite e uma sensação caroços dos abrunhos, como as de
São muito indicadas na prisão de ven- refrescante e revitalizadora. Podem muitos outros frutos da família das
tre espásiica que se produz no cha- comer-5€ frescos, cozidos ou era xa- Rosáceas, libertam ácido cianídri-
mado cólon irritável IOI. rope. co, que é um poderoso tóxico, pelo
que não se devem comer nem
Os FRUTOS (abrunhos) contêm ta- O líquido resultante da decocção mastigar.
lúno (daí o seu sabor áspero), fiavo- dos abrunhos uiiliza-sc para lazer pa-
A casca dos ramos e da raiz con-
nóides, ácido málico, sacarose, pecti- rai- as epistaxes (hemorragias nasais), tém ácido prússico, que também é
na, goma e vitamina C. Ao contrário aplicado com um tampão nasal em- tóxico; por isso não se deve utili-
cias flores, têm propriedades adstrin- bebido no mesmo 1©1. Serve ainda zar, embora haja quem a recomen-
gentes, pelo que se (ornam úteis em paia fazer gargarejos nos casos de de como adstringente.
casos de diarreia vulgar e de desar- gengivite (inflamação das gengivas) e
ranjo intestinal. São além disso eu- faringite HM,
373
Satureja montana L
£ Al á) U
Segurelha
Carminativa,
tonificante e afrodisíaca
A
SEGURELHA é v e r d a d e i r a -
m e n t e u m a planta sensual.
Parece q u e o sen p e n e t r a n t e
aroma no-lo d e n u n c i a . N ã o é por isso
estranho que, já em tempos muito re-
cuados, fossem c o n h e c i d a s as suas vir-
tudes culinárias e afrodisíacas. Di/.-sc
q u e os Gregos a d e d i c a r a m a Dioní-
sio, a q u e m , depois, os Romanos cha-
maram Baco, deus em cuja h o n r a se
celebravam faustosas orgias. Efectiva-
mente, a segurelha facilita a digestão
e estimula as funções vitais. Deve mes- Outros nomes: satureja-das-montanhas.
mo sei verdade, pois os frades da Ida- Esp.: ajedrea [silvestre, de monte], Fr.; sariette. Ing.: savory.
de Média tinham proibido q u e fosse Habitat: Embora seja uma planta originária das regiões mediterrâneas, tem-se
plantada nas suas h o r t a s . . . estendido por todas as regiões temperadas da Europa e da América. Adapta-se
melhor aos climas secos e com bastante sol.
Q u e m não terá provado umas azei-
tonas caseiras, a p e t i t o s a m e n t e condi- Descrição: Trata-se de uma planta de não muito mais de 25-30 cm de altura, mas
que, no local onde se encontra, se faz notar pelo seu aroma especial, que convida
mentadas com esta apreciada planta, quem passa a abaixar-se e esfregar as mãos com ela. As suas folhinhas são finas,
c o m o o faziam as nossas avós? Nas al- terminadas em ponta, e cheias de pequenas covinhas onde se alojam as glândulas
deias do Sul de Espanha, e principal- produtoras de essência. As flores são pequenas, de cor branca ou rosada, e divididas
mente na Andaluzia, ainda se p o d e sa- em dois lábios, o que é próprio da família das Labiadas, a que pertence.
borear este castiço aperitivo. O mes- Partes utilizadas: folhas, flores e caules finos.
mo se poderá dizer, t a m b é m , de mui-
tas terras de província, em Portugal.
374
Vanllla planlfòlla
Andrews »J ijj U G
Preparação e emprego
Baunilha
USO INTERNO
Aromatizante O Usa-se em forma de açúcar
e digestiva baunilhado, xarope ou tintura.
© No entanto, a maneira mais
vulgar de se obter o seu autêntico
aroma é fervendo as vagens jun-
tamente com o produto a aroma-
tizar: chocolate, sobremesas, in-
fusões ou preparados de outras
plantas, etc.
?%&$*
A baunilha confere um sabor
376
Zlnglber offldnale
Roscoe.
J
Preparação e emprego
Gengibre
A j u d a a fazer USO INTERNO
O Condimento: Em pequena
a digestão quantidade, para pratos crus e
cozinhados.
© Infusão: 2 g de rizoma tritura-
do em meio litro de água. Desta
bebe-se uma chávena depois de
cada refeição. Não se deve ul-
trapassar a dose prescrita.
C
ONFÚCIO, há 2500 anos, já fa- Esp.: jengibre, jengibre dulce, ajengibre.
lava do gengibre nos seus escri- anchoas. Fr.: gingembre. Ing.: ginger.
tos. Habitat: Oriundo da india e países tropicais do
Extremo Oriente. Muito abundante no México e
Os mercadores trouxeram-no do nas Antilhas, especialmente na Jamaica.
Oriente até às costas mediterrâneas, e
Descrição: Planta vivaz, da família das
em Roma era a especiaria mais apre- Zingiberáceas, que atinge uma altura de
ciada, a seguira pimenta. Dioscórides 1-1,3 m. As suas flores são muito vistosas e
(século I d.C.) já o conhecia e reco- lembram as das orquídeas. Reproduz-se por
mendava às pessoas de estômago de- meio do seu aromático rizoma.
bilitado. Partes utilizadas: o rizoma (caules
Durante toda a Idade Média foi ex- subterrâneos).
portado para a Europa, onde era alta-
mente apreciado, mas não chegou a
ser cultivado no velho continente.
Nos princípios do século XVI, o es-
panhol Francisco de Mendoza teve a
feliz ideia de levar raízes de gengibre
para o Novo Mundo, onde a sua cul-
tura se propagou rapidamente pelas
Antilhas, México c- Peru. Precauções
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: O ri-
zoma contém um óleo essencial com Como acontece com quase todas
diversos derivados ter penicos, res- as especiarias, em doses altas
ponsáveis pela sua acção digestiva e produz gastrite.
carminativa (impede a formação de Não é conveniente para os ul-
gases no aparelho digestivo). cerosos.
E também sudorífico, e na índia Desaconselhamos o uso da tin-
atribuem-se-lhe eleitos afrodisíacos. tura alcoólica de gengibre, por ser
irritante para o estômago.
Recomenda-se nos casos de esgota-
mento, inapetência e de digestões pe-
sadas e flatulentas IO,01.
3"
PLANTAS PARA
o FÍGADO E A VESÍCULA BILIAR
Aintii
a uiviÁRio DO CAPÍTULO
DOENÇAS E APLICAÇÕES Pedras na vesícula,
Ascite, ver Barriga de água 380 ver Vesícula biliar, transtornos 380
Barriga de água 380 Plantas coleréticas e colagogas .. 382
Cálculos na vesícula, Vesícula biliar, transtornos 380
Ver Vesícula biliar, transtornos 380
Cirrose, ver Hepatite 379
PLANTAS
Coklitiase,
ver Vesícula biliar, transtornos 380 Alcachofra 387
Coleréticas e colagogas, plantas . .382 Anémona-hepática 383
Cólica biliar 381 Bérberis 384
Cólica hepática, ver Cólica biliar . 381 Boldo 390
Fígado, intoxicação 380 Cardo-de-santa-maria 395
Fígado, mau funcionamento . . . . 379 Cardo-leiteiro =
Hepatite 379 Cardo-de-santa-maria 395
Hipertensão portal, discuta 386
ver Barriga de água 380 Dente-de-leão 397
Insuficiência liepática, Fumaria 389
ver Fígado, mau funcionamento 379 Polipódio 392
Insuficiência pan creática, Rabanete e rábano 393
ver Pâncreas, insuficiência . . . 381 Rábâo-rústico 394
Litiase biliar, Saramago 393
ver Vesícula biliar, transtornos 380 Taraxaco • Dente-de-leão 397
Pâncreas, insuficiência 381 Trevo-cervino 388
A
S PLANTAS medicinais exer- fígado e favorecem a digestão. Empregam-
cem dois lipos de acções prin- -se especialmente nos transtornos do liga-
cipais sobre o sistema hepatobi- do, como a hepatite.
liar: a colerética e a colagoga. A
produção da bílis é uma das funções pri- As plantas colagogas facilitam o esvazia-
mordiais do fígado. mento da bílis contida na vesícula biliar
As plantas com acção colerética aumen- para o duodeno. As plantas colagogas su-
tam a quantidade de bílis segregada pelo primem o espasmo da vesícula e do es-
fígado. A bílis liça armazenada na vesícu- fíncter de Oddi, aliviando a dor e facili-
la biliar, até que a passagem dos alimentos tando o correcto funcionamento dos sis-
provoque o seu esvaziamento para o in- tema biliar. Usam-se em caso de disquinc-
testino. Aumentando a produção de bílis, sia biliar (vesícula preguiçosa), dispepsias
as plantas coleréticas descongestionam o biliares e colelitíase (cálculos na vesícula).
A SAÚDE PELAS P U N I A S M E D I C I N A I S
2 " Parle: D e s c r i ç ã o
I
Doença Planta Pág. Acção Uso
379
1 Cap. 1 8 : PLANTAS 10 E A V E S Í C U L A B I L I A R
BARRIGA DE ÁGUA
A acumulação de liquido na cavidade CHICÓRIA 440 Activa a circulação portal, Salada ou sumo fresco de folhas,
peritoneal chama-se ascite, ou barriga CHICÓRIA 44U deSC0nges(i0na o ff gad0 infusão de raiz
de água. A causa mais frequente de as-
cite é a cirrose hepática. Estas plantas
activam a circulação no sistema portal, VmFiRA S44 Descongestiona o fígado,
descongestionam o fígado e favorecem Frutos (uvas) cura de uvas
VIDEIRA 044 e | j m j n a resíduos metabólicos
a eliminação do líquido abdominal. Des-
ta forma melhoram a evolução da cir-
rose hepática. Diurético intenso, rico em sais
ORTOSSIFÃO 653 potássicos, colagogo Infusão
380
A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I
2 " Parle: D e s c r i ç ã o
I
Doença Planta Pág. Acção Uso
CÓLICA BILIAR PASSIFLORA 167 Relaxa os órgãos abdominais ocos, Infusão de flores e folhas
como a vesícula biliar
Produz-se quando a vesícula biliar tenta
expulsar um cálculo ou pedra que se MACELA 350 Antiespasmódica Infusão, pó, essência
tenha formado no seu interior. É um es-
tado agudo, que pode durar vários dias, ASSA-FÉTIDA 359 Potente antiespasmódico e sedante Lágrimas (grãos de goma)
em que se produzem contracções es-
pasmódicas da vesícula e das vias bi- ABELMOSCO 362 Antiespasmódico, sedante Infusão de sementes
liares que esvaziam a bílis para o intes- CAMOMILA 364 Antiespasmódica, sedante Infusão
tino delgado. Isto traduz-se em dor,
náuseas, vómitos e mal-estar geral. ARGENTINA 371 Antiespasmódica, acalma as cólicas Decocção
Além destas plantas, são indicadas to-
das as ant/espasmódicas (ver pág.
147). BOLDO 390 Potente colerético e colagogo,
normaliza o esvaziamento da bílis
Infusão de folhas, extractos
Antiespasmódico, sedante,
LINHO 508 anti-inflamatório Cataplasmas com a farinha
381
1 C a p . 1 8 : P L A N T A S PARA O FÍGADO E A V E S Í C U L A B I L I A R
382
Anemone
hepaticaL
Anémona
-hepática
Descongestiona
o fígado
3a
Berberis vulgarls L.
Bérberis
Digestivo e t o n i f i c a n t e
O Preparação e emprego
384
• Para os guisados, pode empregar-
-se tanto fresca como seca, ou ainda
A segurelha exerce uma acção reduzida a pó num moinho de moer pi-
carminativa (antiflatulenta) e menta. A essência também se usa co-
antiespasmódica, pelo que cio que a segurelha, para temperar os mo condimento.
constitui u m c o m p l e m e n t o • Para temperar as azeitonas ao na-
ideal para temperar os legu-
pratos de legumes, como os feijões,
assim como os guisados de favas. Ain- tural. Aqui fica a receita utilizada em
mes e outros alimentos de di-
da por cima, relaxa os músculos do muitas povoações do Sul de Espanha,
gestão lenta ou difícil.
intestino (efeito antiespasmódíco), em regiões de olivais: Põem-se as
pelo que se torna útil nos casos de do- azeitonas de molho durante vários
res intestinais ou diarreia IO.01. É re- dias, mudando-lhes frequentemente a
comendável para os que sofram de água, até que esta saia clara e as azei-
tonas não amarguem. Depois deixam-
gastrite. Também apresenta uma cer-
-se de molho com segurelha (um pu-
ta acção vermífuga.
nhado por litro de água), sal, alhos e
• Sobre o sistema nervoso, exerce casca de laranja (para as pretas) ou
uma suave acção tonificante, pelo de limão (para as verdes). Êxito ga-
que é indicada nos casos de fadiga rantido.
crónica, debilidade, hipotensão e as-
»\»,
tenia IO,01. Claro que o uso da segu-
Segurelha-dos-jardins relha deve ser acompanhado de outros
tratamentos naturais, no quadro de
uma cura revitalizadora.
Há várias espécies de Satureja muito semelhantes na composição e nas pro- • A sua acção afrodisíaca não é sim-
priedades. Uma das mais conhecidas é a segurelha-dos-jardins (Satureja hor- plesmente uma lenda, embora seja
tensis L),* muito apreciada e cultivada em Portugal, não só pelas suas proprie- discreta e progressiva IO,01. No caso
dades medicinais mas também como condimento. É ligeiramente baça e um pou- de se desejar uma acção mais enérgi-
co mais pequena e delicada do que a segurelha ou satureja-das-montanhas (Sa- ca, deverá associar-se a outras plantas
tureja montana L). (ver. pág. 602).
A erva-das-azeitonas (Satureja calamintha [L] Scheele), também conhecida por • E ligeiramente diurética e depurati-
calaminta e nêveda, muito aromática, tem folhas ovadas ou ovado-arredondadas va, pelo que também é benéfica aos
e encontra-se nos lugares secos e áridos, sebes e caminhos. Além do emprego obesos, artríticos e gotosos IO.01.
que o seu nome obviamente sugere, tem também qualidades antiespasmodicas • Proporciona uma acção balsâmica e
e estimulantes. expectorante, devido aos óleos essen-
ciais que contém. E útil em bronqui-
* Esp.: ajedrea dejardin. tes agudas e crónicas, assim como nos
casos de IO,©l.
tornar-se tóxicos, de e n t r e os quais se
desiaca a berbei ina. Este alcalóide é
q u i m i c a m e n t e s e m e l h a n t e à morfina
e, s e g u n d o disse Font Quer, p o d e ate
utilizar-se para a d e s a b i t u a ç ã o dos
morflnómanos.
38!
Cuscuta
epNhymum Mur.
PJ U JÉ) U
Preparação e emprego
USO EXTERNO
© Cataplasmas: Fervem-se, du-
rante meia hora, de 60 a 100 g de
planta por litro de água. Triturar
até conseguir uma massa pasto-
sa, que se aplica sobre a zona da
pele afectada.
386
I Cyn
Cynara scotymus L
• Alcachofra
Regenera o fígado USO INTERNO
O Infusão de folhas, caule e/ou ra-
e baixa o colesterol ízes: 50-100 g por litro de água. To-
mar 3 chávenas diárias, preferivel-
mente antes das refeições.
© Sumo fresco: Obtém-se das
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: OS
princípios activos da alcachofra, que
se concentram sobretudo nas folhas,
são a cinarina (princípio amargo) e
alguns ílavonóides derivados da luteí-
*
na. É muito rica em enzimas, inulina
(hidrato de carbono muito bem tole-
rado pelos diabéticos, ver pág. 80),
W1^
potássio e manganésio. Embora a al-
cachofra propriamente dita, isto é, o Outros nomes: aicachofra-hortense.
capítulo floral, também participe dos Esp.: alcachofera, alcachofa, alcaucil,
cardo alcahofero, morrillera. segmentadas, de cor verde-acinzentada.
efeitos medicinais que descrevemos, Fr.: artichaut. Ing.: artichoke.
para conseguir uma acção terapêuti- Os capítulos florais são de cor azul-
Habitat: Própria dos países -violácea, rodeadas de brácteas (falsas
ca importante é preciso usar sobretu- mediterrâneos. Cultivada em regiões folhas), na base das quais se encontra a
do as folhas, o caule e/ou as raízes da temperadas de todo o mundo. parte comestível.
planta. Descrição: Planta da família das Partes utilizadas: as folhas da planta, o
Compostas, que atinge até 1,5 m de caule, os capítulos florais (conhecidos
As propriedades da alca- altura. As folhas são grandes, muito por alcachofras) e a raiz.
chofra são:
387
Eupatorium
cannabinum L. 'i\ A IS J
Trevo- Preparação e emprego
£
;Ê
V Eupatórios americanos
Existem na América várias espécies de xante, sudorífico e febrífugo, em cons- pelo nome espanhol de 'ayapana de Ton-
eupatórios: tipações e gripes. quín'.
• Eupatorium coliinum D.C: Conhecido pe- • Eupatorium purpureum L: Empregado • Eupatorium triplinerveMaH. = Eupatorium
los nomes espanhóis de 'hierba dei án- pelos índios norte-americanos como diu- ayapana Vent.: Proveniente dos trópicos
gel', 'barrilete' e 'majitero'. Cultiva-se pa- rético e tonificante. asiáticos. Prepara-se com as suas folhas
ra utilizar as folhas como sucedâneo do • Eupatorium staechadosmum Hance.: uma infusão estimulante. É conhecido no
lúpulo. Originário da Indochina, mas cultivado na Brasil como aiapana, e noutros países la-
• Eupatorium perfoliatum L: Cria-se na América tropical devido às propriedades tino-americanos como 'ayapana', 'curía',
América do Norte, onde se usa como la- medicinais das suas folhas. É conhecido 'diapalma' e 'té dei Amazonas'.
388
Fumaria
offíclnalls L O] 1^ *l [£J IH
Preparação e emprego
Fumaria
USO INTERNO
Descongestiona O Infusão de 50 g de planta por
o fígado e desintoxica litro de água. Toma-se uma chá-
vena antes de cada uma das três
refeições.
ô Sumo da planta fresca adoça-
do com mel, à razão de meio co-
po antes de cada refeição.
€) Extracto seco: Ingere-se um
grama antes de cada refeição.
N ÃO SE SABE se a fumaria se
chama assim porque, quando
é torcida ou esmagada, faz
chorar como se fosse fumo, ou então
porque as suas folhas cinzentas se as-
semelham ao fumo de um incêndio,
cujas labaredas seriam as flores.
Tem sido usada com êxito desde o
tempo de Dioscórides (século I d.C).
3<
Peumus boldus
Molina
líj \É
Boldo
Normaliza
o funcionamento
da vesícula biliar
Precauções
N -CH,
Não ultrapassara dose indicada (quatro chávenas por dia), pois em doses elevadas
CH, o boldo é soporífero (faz dormir) e anestésico sobre o sistema nervoso central. Es-
tes efeitos só se apresentam com doses muito elevadas, e de modo nenhum com
CH,- as que são indicadas.
OH Embora não haja provas concludentes de que possa afectar o feto, como medida
de precaução as grávidas devem evitar ingerir esta planta.
Fórmula química da boldina, o alcalóide
mais importante do boldo.
390
&
^L-y^ 4
Bal;V\
| B - *§• ^•^)L. •
Magnífica panorâmica de Torres dei Paine (Chile). O boldo é originário das regiões montanhosas andinas do Chile, em-
bora actualmente se encontre também, cultivado, no Sul da Europa e no Norte de África. A u m e n t a n d o a produção de
bílis, melhora o funcionamento do fígado e da vesícula biliar. Está provado que o consumo de boldo pode melhorar os
eczemas cutâneos, possivelmente devido ao facto de favorecer a função desintoxicante do fígado.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS fo- quinesia biliar (transtorno no funcio- mem novos cálculos ou aumentem de
lhas do boldo contêm cerca de vinte namento da vesícula biliar) e cólicas tamanho aqueles que já existem.
alcalóides derivados da aporíina, dos biliares IO.0I.
quais o mais importante é a boldina. O boldo também se torna benéfico • Eupéptico (facilita a digestão) e ape-
que representa entre 25% e 30% do no caso de litiase biliar (pedras na ve- ritivo: O boldo está indicado nos ca-
total. Também são ricas no óleo es- sícula), para aliviar as perturbações di- sos de digestão lenta ou difícil, ina-
sencial que dá à planta o seu aroma gestivas e a sensação de distensão após petência, peso no estômago e os cha-
característico, e no qual se identifica- as refeições, sintomas característicos mados amargos de boca IO,©l.
ram eucaliptol, ascaridol e cimol. As desta doença IO.01. Na realidade o
Tolhas contêm ainda diversos flavo- boldo não é capaz de desfazer os cál-
nóides c glicósidos (boldoglucina). culos biliares, nem de provocar a sua • Laxante suave, possivelmente como
expulsão. Comprovou-se, no entanto, consequência do maior afluxo de bí-
As propriedades mais importantes lis no tubo disgestivo, que esta planta
que se produzem mudanças na com-
do boldo são: provoca IO.0I.
posição química e nas propriedades
• Colerético (aumenta a produção de físicas da bílis, tornando-a mais fluida
bílis no fígado) e colagogo (facilita o e menos litogénica (com menor O boldo associa-se normalmente a
esvaziamento da vesícula biliar): Por tendência paia a formação de pedras outras plantas coleréticas e colagogas
isso as folhas do boldo são indicadas ou cálculos); quer dizer que o boldo (alcachofra, alecrim, e t c ) , ou laxan-
no caso de congestão hepática e dis- impede que a bílis precipite e se for- tes (fràngula, sene, e t c ) .
vui
\lum
O 5) \M Q Q
Polipódio
Descongestiona
o fígado
Outros nomes:
Poiipódio-do-carvaiho,
fentelha, filipode, teto-
-doce.
Esp.: polipódio, filipodio.
Fr.: poíypode. fougère
réglisse. Ing.: [femalej
fern, polypody.
«2r>;
T LOFRASTO e Dioscórides já
conheciam as propriedades ia-
xativas deste feto. No século
XVI, o médico espanhol Andrés de
Laguna dizia que «o polipódio pinga
regiões temperadas do
hemisfério norte. Nasce quase
sempre nos troncos de árvores
velhas, nos muros sombrios e
sobre as pedras cobertas de
com grande facilidade, de sorte que musgo.
nem revolve o estômago nem provoca Descrição: Feto da família das
fastio». Seguindo um velho costume, Polipodiáceas, de 15 a 50 cm de
este médico recomendava aos que so- altura, com frondes alongadas e
triangulares, em cuja face inferior
friam de prisão de ventre que comes- se encontram os esporângios. O
sem o caldo de um galo velho rechea- rizoma (caule subterrâneo) é
do de raiz. de polipódio e de sene. rasteja nte e dele partem
numerosas pequenas raízes. A
calaguala (pág. 724) é outro teto
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: A raiz do género Polypodium.
do polipódio contém um princípio
amargo glicosídico, saponina, murila- Parte utilizada: o rizoma.
gens e açúcares. Tem um agradável sa-
bor a alcaçuz. São esias as suas pro-
priedades:
• Laxante suave e colagogo: Indicado
em casos de prisão cie ventre crónica
O Preparação e emprego
e de insuficiência ou congestão hepá-
tica, assim como em transtornos da ve- bebem-se todos os dias 3 ou 4 chá-
USO INTERNO
sícula biliar IO.01. venas.
O Decocção com 30 g de raiz num
• Expectorante e antifússico. Útil em litro de água, fazendo-a ferver até © Pó de raiz: A dose habitual é de
caso de catarros bronquiais e de tosse que fique reduzida a metade. Deixa- um grama, de uma a três vezes ao
seca IO.0I. se repousar durante umas horas e dia.
• Vermífugo: Faz expulsar os parasitas
intestinais IO.0I.
392
Raphanus sativus l_
O Pt
rábano
USO INTERNO
Regenera o fígado. O Cru em saladas, é um con-
dimento saudável e curativo.
Combate eficazmente a
© Sumo fresco do tubérculo, à
sinusite razão de 50 a 125 ml, três ve-
zes por dia, antes das refeições
e adoçado com mel ou açúcar
escuro.
Saramago
O S RABANETES são m u i t o
a p r e c i a d o s nos países m e d i -
terrâneos como condimento
para as saladas. Nalguns lugares, n ã o
se c o m e só a raiz mas t a m b é m as fo-
rabanetes e rábanos cultivados
como hortaliça.
As suas propriedades medici-
nais são as mesmas que as do
lhas, q u e lèm um agradável sabor pi- rabanete vulgar (Raphanus sa-
cante. O rábano {Raphanus Sativus L. tivus L).
var. Nigra) é uma variedade do raba- As sementes contêm um alca-
n e t e c o m u m , caracterizada pela c o r lóide, a sinalbina, que, pela
escura da raiz, muito empregada em fi- acção da enzima que o acom-
toterapia. panha, se transforma em
essência de mostarda.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Con- ' Esp.: rábano silvestre. Fr.: reve-
tém um glicósido sulfurado (gluco-ra- nelle. Ing.: wild radish.
fenina) que, por hidrólise enzimática,
se transforma em rafanol, substância
a q u e se devem as suas p r o p r i e d a d e s
colagogas, colercticas, antibióticas e
Outros nomes: rabão. Brasil: rabanete-
peitorais. C o n t é m t a m b é m sais mine- -das-hortas, nabo-chinês.
rais e vitaminas B e C. Sãos estas as Esp.: rábano, rabaneta. rabanete, nabo
suas aplicações: chino criollo, nabón. Fr.: radis.
Ing.: radish.
• Afecções hepatobiliares: Aumenta a
Habitat: Originário da Ásia Central,
p r o d u ç ã o de bílis pelo ligado (efeito actualmente cultivado em todas as regiões temperadas do
colagogo), o q u e o descongestiona e mundo.
desintoxica. Ao m e s m o t e m p o , me- Descrição: Planta herbácea, da família das Cruciferas, de folhas muito
lhora o funcionamento da vesícula bi- ramificadas e flores brancas com riscas cor-de-rosa ou violeta. A raiz é um
liar, ao favorecer a correcta evacuação bolbo de cor branca, vermelha ou parda escura.
da bílis para o d u o d e n o . O rabanete Partes utilizadas: a raiz fresca.
é pois muito indicado nos casos de he-
-At.
Rábáo-rústico
PROPRIEDADES E I N D I C A Ç Õ E S : NOS
frutos do cardo-de-santa-maria, ou
caido-leileito, enconlram-sc as subs-
tâncias responsáveis pelos seus efeitos
medicinais. São os chamados flavo-
nolignanos. A doutora Coll (do La-
boratório de Farmacognosia e Far-
macodinamia da Faculdade de Far-
mácia de Barcelona) indica que estes
compostos residiam da união de um
flavonóide (a taxifolina) com uma
molécula àe tipo fenupropanôide (o
álcool coniferílico). A mistura dos di-
versos tipos (isómeros) de flavonolig-
n o a o i r a o o b a . . n o m o elo MUSCUM-UMI.
A SILIMARINA é capaz de estimular
a r e g e n e r a ç ã o das células hepáticas
danificadas por tóxicos como o álcool
etílico ou o tetracloreto de c a r b o n o ,
assim c o m o pela laloidina, substância
contida no amanha falóides {Amani-
taphalUndis [Fr.] Link.). o mais tóxico
de todos os cogumelos. A similarina
estimula a síntese de proteínas nas cé-
lulas hepáticas, e tem além disso u m a
i m p o r t a n t e acção anti-inflamatória
sobre o m e s ê n q u i m a (tecido fibroso
de suporte) do ligado.
Por tudo isto, o caido-de-santa-ma-
ria é especialmente indicado nos se- Dos frutos do cardo-de-santa-maria, ou cardo-leiteiro, extrai-se a
guintes casos: cilimarina, substância capaz de regenerar as células hepáticas. A
• Degenerescência g o r d a do fígado, silimarina faz parte de diversos medicamentos.
quer seja c a u s a d a p e l o álcool q u e r
por outros tóxicos !©,€)).
• I n f l a m a ç ã o do fígado causada poi
fármacos, c o m o , p o r e x e m p l o , anti- Km todos estes casos, a silimarina substâncias activas ( a m i n a s biogéni-
-inflamatórios, tuberculostáiicos, ano- c o m i d a nos frutos do cardo-de-santa- cas, óleo essencial, albuminóides e ta-
vulatórios ou psicofái maços I0,©1. -maria estimula a r e g e n e r a ç ã o das cé- n i n o ) , as quais p o d e r i a m explicar a
lulas hepáticas danificadas e restabe- sua acção reguladora sobre o sistema
• Intoxicações p o r substâncias hepa-
lece o seu f u n c i o n a m e n t o n o r m a l . nervoso vegetativo, q u e é o q u e con-
totóxicas, c o m o o tetacloreto de car-
C o n v é m q u e se saiba q u e , nem esta trola a t o n i c i d a d e dos vasos sanguí-
bono, os insecticidas organolbsfora-
planta, nem qualquer o u t r o tratamento, neos. Por isso, se utiliza com êxito nos
dos e OS cogumelos do g é n e r o Anrn-
alé á data, são c a p a / e s de curar com- casos de:
nita (A. phaUoides, A. vem a, A. virosa)
pletamente a cirrose em q u e já se l e n h a
10 01. • Enxaquecas e nevralgias 101.
p r o d u z i d o a necrose ( m o r t e ou des-
• Hepatite vírica aguda, hepatite cró- truição) de células do fígado. No en-
nica, hepatite alcoólica (inflamação tanto, m e s m o nos casos mais graves, • Esgotamento e astenia (fadiga) l@I.
do fígado causada pelo c o n s u m o de sempre se poderá esperar algumas • Cinetose (enjoos e vómitos nas via-
bebidas alcoólicas) IO.©). melhoras. g e n s ) : t o m a r u m a chávena fie tisana
• Insuficiência e congestão hepáticas, antes de sair l©l.
Os FRUTOS do cardo-dc-sanla-ma-
com ou sem icterícia IO,©). ria e, em m e n o r p r o p o r ç ã o , as folhas • Reacções alérgicas: febre dos fenos,
• Cirrose hepática IO.©l. e as raízes, c o n t ê m t a m b é m o u t r a s urticária, asma 101.
396
Taraxacum
officinaleYJeb. ma j
Dente-de- Preparação e emprego
397
As fJores sáo a parte mais atraente do dente-de-leáo,
embora não seja a mais medicinal. Usam-se sobre-
t u d o as folhas e a raiz, tanto em sumo fresco como
em infusão. As folhas também se comem cruas em
salada. A acção do dente-de-leão sobre a vesícula bi-
liar é m u i t o notável.
E quem nunca terá assoprado es- seus nomes vulgares que deriva dire- botânico alemão, recomendava-o
sas bolinhas brancas e peludas, que tamente do latim). para diversos transtornos e doenças.
enfeitam «>s piados, e que contêm as Embora o dente-de-leão seja men- Desde então, sua credibilidade como
sementes do dente-de-leão? A facili- cionado em textos do século XV, é só planta medicinal tem se mantido.
dade com que se dispersam permitiu no século XVI quando se começam a Em 171 6, o sábio beneditino Ni-
a esta planta, originária do Norte da registai as suas propriedades medici- colás Alexandre em seu Dklwnnaire
Europa, conquistar os cinco conti- nais. A primeira clara e importante botanique cl. phannaceuliqtte considera-
nentes. São muitos os habitantes de menção que nos chega de suas pro- va a coroa-de-monge ou quartilho
todo o mundo que têm beneficiado priedades diuréticas e depurativas é (outros dos nomes vulgares que esta
das suas untáveis propriedades me- de Bock (1546). planta recebe) como uma das prin-
dicinais. cipais ervas medicinais biliares, <«isto
A partir do século XVI, o dente-
O crédito que o dente-de-leão tem de-leão passa a fazer parte das far- é, que tem a virtude de corrigir c de
em alguns países é lai que certos au- macopcias europeias, tornando-se as- í restabelecer á normalidade os vícios
tores chegam a lalar de "taraxotera- sim, cada vez mais popular. I.eonhart da massa sanguínea».
pia", ou seja. a terapêutica baseada Fuchs (Wending, Baviera, 1501; Tu- As folhas do dente-de-leão tênvse
na aplicação do taraxaco (um dos binga, 1566), o famoso médico e usado tradicionalmente como verdu-
39B
E quem nunca terá
soprado essas
bolinhas brancas
e peludas,
que enfeitam
os campos e que
contêm as sementes
do dente-de-leão?
ia para salada. Outrora, os campone- Depois de submeter estes cães a ker confirmar as propriedades cole-
ses limitavam-se a colhê-las em estado um jejum de 24 horas, injectava-se- réticas e colagogas do dente-de-leão.
silvestre, mas hoje se cultivam com lhes no duodeno uma solução de ex- Vejamos, então, quais são as pro-
frequência como verdura e se comer- tracto de dente-de-leão, constatan- priedades cientificamente demons-
cializam em muitos mercados. do-se, como consequência, um con- tradas desta apreciada verdura sil-
siderável aumento, ainda que de cur- vestre:
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS fo- ta duração, da secreção biliar. Atra-
• Aperitivo, digestivo e tónico esto-
lhas e a raiz contêm taraxacina, um vés de posterior autópsia, nào se ob-
macal: Aumenta as secreções de to-
princípio amargo semelhante ao da servaram efeitos purgativos no intes-
das as glândulas digestivas, facilitan-
Chicória (pág. 440), a que se devem as tino.
do deste modo a digestão e aumen-
suas propriedades tónicas e digestivas. Estes mesmos experimentos de- tando a capacidade digestiva IO,0.©|.
e inulina. As folhas contêm ainda II a- monstraram que a substância activa Aumenta a produção de saliva, de su-
vonóides, cumarinase vitaminas B e C. desta planta medicinal, comportava- cos gástrico, intestinal e panercálico,
se como um colagogo, cuja influên- assim como de bílis. Ao mesmo tem-
Ruthelord e Vignal observaram,
cia sobre a vesícula biliar justificava o po, estimula a musculatura de todo o
em suas experiências científicas, que
seu tradicional uso como remédio tubo digestivo. Por tudo isto, acelera
o extracto desta planta provocava
paia a vesícula. e estimula todos os processos da di-
contracções na vesícula biliar dos ca-
chorros, semelhantes às que se po- gestão, tanto físicos como químicos.
Após tais experiências, investigou-
dem observar após administrar-lhcs se com ratinhos de laboratório anes- • Colerético (aumenta a produção
calomelano. tesiados, o que permitiu a Bussenma- de bílis no fígado) e colagogo (la< ili
Embora em n e n h u m caso
se deva abusar das infusões
de produtos torrefeitos, a
raiz torrada do dente-de-
Jeão, q u a n d o tomada com
moderação, é um substitu-
to do café muito benéfico.
ta o esvaziamento da vesícula biliar): não seja capa/ de dissolver os cál- esta planta um bom remédio para ca-
A sua acção sobre o fígado e a vesí- culos, permite um melhor fun- sos de eczema, erupções, furúnculos
cula biliar é a mesma que sobre os cionamento da vesícula, enquan- e celulite, que muitas vezes são con-
restantes órgãos digestivos, ainda to se aguarda um tratamento defi- sequência de uma auto-intoxicação
que mais intensa. Trata-se tle uma das nitivo. produzida pela prisão de ventre
plantas mais activas sobre a função fi- • Diurético e depurativo: É um dos IO,0,©I.
liar, pelo que convém especialmente seus efeitos mais notáveis. Aumenta
aos que sofram de (0,€>,€)!: o volume da urina e favorece a eli- Por tudo isso, as folhas do dente-
minação de substâncias ácidas resi- de-leão, preferivelmente do silvestre,
-Insuficiência hepática, hepatite e cir- ou mesmo as do cultivado, desde que
rose: Pode chegar a triplicara pro- duais, que sobrecarregam o metabo-
lismo. Tem utilidade para os pletóri- esteja bem fresco, deveriam ser a ver-
dução de bílis, descongestionando dura preferida dos que sofrem de
assim o ligado c facilitando a sua cos, os gotosos e os artríticos 101. Se-
gundo o dito francês, o denie-de-leão problemas hepáticos, da mesma for-
função de desintoxicação. ma que para os dispépticos, gotosos,
"limpa o filtro renal e seca a esponja
- Disquinesias biliares (vesícula pre- hepática". anémicos e reumáticos.
guiçosa e outros transtornos do
• Laxante suave, não irritante, espe- Além disso, tradicionalmente vem-
seu funcionamento).
cialmente útil nos casos de preguiça se utilizando o LÁTEX da planta
-Colelitíase (cálculos na vesícula ou atonia intestinal. O seti efeito la- para acabar com verrugas, sardas e
biliar): Kmbora o denie-de-leão xante, unido ao depurativo, tomam certos tipos fie manchas da pele.
400
s&íl
f**L*.
..:
TESTEMUNHO
A
s plantas têm sido usa- endida e apreciada. listamos pe-
das em lodos os tempos rante a necessidade urgente de uti-
pelos seres humanos lizar estes recursos de maneira pro-
como fonte de alimentos, de produ- veitosa, tanto do ponto de vista da
tos cosméticos e de medicamentos. conservação do meio ambiente como
Também têm sido empregadas como do ponto de vista económico.
matéria prima para a construção
de habitações, assim como para a
obtenção de vestuário. A importân- As plantas são o fundamento de
cia das florestas, especialmente das alguns sistemas médicos tradicio-
tropicais, na manutenção do equi- nais muito elaborados, com milha-
líbrio ecológico da Terra, só agora res de anos de existência, em países
começa a ser devidamente compre- como a índia ou a China. Estes sis-
temas tradicionais de medicina con-
tinuam a desempenhar um papel
essencial nos cuidados médicos, ao
ponto de a OMS (Organização
Mundial de Saúde) calcular que oi-
tenta por cento dos habitantes do
mundo actual confiam principal-
mente nas medicinas tradicionais
para resolver os problemas básicos
da saúde.
D ESCRIÇÃVJ
SEGUNDA P A R T E ^ V
Mi
t
:..
PLANTAS PARA O ESTÔMAGO
a IÁRIO DO CAPÍTULO
DOENÇAS E APLICAÇÕES Açafrão 448
Acidez de estômago 418 Açafrão-da-índia = ('.tire uma 450
Arroios, ver Cases no estômago 421 Acoro-cheiroso = Cálamo-aromático . .. 424
Digestão, transtornos, ver Dispepsia . .419 Alforva 474
Dispepsia 419 Almeirão = Chicória 440
Dor de estômago 420 Ananás 425
Emitiras, plantas 417 Angélica 426
Estômago descaído 420 Anis-eslrelado 455
Estômago, acidei 418 Anis-verde 465
Estômago, dor 420 Artemísia-mexicana 431
Estômago, falta de SUCOS 418 Áworeila-goma-arábica 469
Estômago, gases 421 Asaro 432
Estômago, hemorragia 421 liadiana • Anis-estrelado 455
As plantas medicinais Becabunga 475
normalizam as funções do
Estômago, nervos 421
Estômago, úlcera 423 Cálamo-aromático 424
estômago e contribuem de Calumba 446
forma decisiva para uma Falta de sucos gástricos 418
mefhor digestão. ('iinrla-da-china 443
Gases no estômago 421
Caneleira 442
Gastrite 422
Gastrite crónica 423 Cardo-santo 444
Cardo-sanlo-mexicano 445
Hemorragia gástrica 421
Carvalhinho 473
Hipocloridria,
ver Ealta de sucos gástricos 418 Centáuiea-áspera 437
Chicória 440
Hipotonia gástrica,
ver Estômago descaído 420 Coentro 447
Má digestão, ver Dispepsia 419 Cominho 449
Condurango 454
Nervos no estômago 421
Coriandro = Coentro 441
Pirose, ver Acidez de estômago 418
Plantas eméticas 417 Couve 433
Cúrcuma 450
Ptose gástrica, ver Estômago descaído .420
Drias 451
Sucos gástricos, falta de 418
Endívia 441
Úlcera do estômago 423
Eiva-doce = Anis-verde 465
Vómitos 420
Ervaformigueira 439
Ewa-htisa = Lúcia-lima 459
PLANTAS Escarola 441
Abrólano 429 Estragão 430
Abrótano-fèmea 470 Felda-teira 436
Absinto 428 Eeno-giego = Alforva 474
Acácia-bastarda 469 Genciana 452
416
SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S
2 " Parte: D e s c r i ç ã o
J
Gengibre-silveslre 432 Maro 473
Groselheira 468 Orégão 464
Grosdheira-negra 468 Papaieira 435
Ipecacuanha 438 Poejo 461
Jasónia 456 Poejo-americano 462
Lilás 472 Quássia 467
Lombrigueira = Erva-formigueira . . . . 439 Qjiássia-da-jamaica 467
Loureiro 457 Robinia = Acácia-bastarda 469
Louro-cercjo 458 Sardónico 431
Lúcia-lima 459 Siderita 471
Mamoeiro = Papaieim 435 Trevo-d'água 463
Mandioca 460 Verónica 475
Manduba = Mandioca 460
O
ESTÔMAGO é muito sensível dução de suco gástrico sem irritar nem in-
à acção das plantas medicinais, flamar a mucosa do estômago, contri-
possivelmente pelo facto de buindo deste modo para facilitar e acele-
que, quando são ingeridas rar os processos digestivos.
pela boca, têm de passar um certo tempo As plantas medicinais exercem também
no dito Órgão digestivo. uma notável acção curativa na úlcera do
A maioria das plantas actua directamen- estômago, que é a doença mais frequente
te sobre a mucosa que reveste a face inte- deste órgão. O alcaçuz, a couve e a mara-
rior do estômago: Algumas criam uma ca- vilha são notáveis pela sua capacidade de
mada protectora de mucilagem. como a cicatrizar as lesões ulcerosas; e também a
acácia-bastarda; outras secam e desinfla- mandioca, a acácia-bastarda, o linho e a za-
niam a mucosa gástrica pela sua acção ads- ragatoa, pela sua acção protectora sobre a
tringente, como a pimpinela ou o pé-dc- mucosa gástrica. (Iriam uma camada no
-ieão; e outras compensam o excesso de interior do estômago, que o i.sola do con-
acidez, como a cenoura, a mandioca ou a tacto com o corrosivo ácido clorídrico do O sumo da couve crua
suco gástrico. exerce uma notável acção
abóbora.
antiulcerosa e cicatrizante
No entanto, também bá plantas que ac- sobre o estômago.
tuam sobre o estômago por via sanguínea, Foi possível comprovar a
•
após terem passado para o sangue no in- cura de úlceras do
testino. As paredes do estômago são mui- estômago depois de se ter
to vascularizadas, e através delas circula Plantas eméticas tomado, durante três
semanas, de meio a um
uma quantidade importante de sangue. copo de sumo de couve
Para actuar sobre o estômago, os princí- antes de cada refeição.
pios activos de certas plantas precisam de São plantas que provocam o vómito
chegar até ele com o sangue que o irriga, com uma finalidade terapêutica.
sendo insuficiente o lacto de transitarem Usam-se para esvaziar o estômago do
pelo seu interior. E este o caso, por exem- seu conteúdo em caso de intoxica-
ção acidental (envenenamento) ou de
plo, da angélica, do alcaçus e do milefólio. indigestão.
O estômago segrega todos os dias até
quatro litros de suco gástrico, composto Planta Página
basicamente de água, acido clorídrico,
Ásaro 432
pepsina, mucoproleínas e um factor an-
tianémico conhecido como o "factor in- Ipecacuana 438
trínseco" de Castlc. São numerosas as Condurango 454
plantas medicinais que estimulam a pro- Fitolaca 722
C a p . 1 9 : P L A N T A S PARA O E S T Ô M A G O
ACIDEZ DO ESTÔMAGO
CENOURA , -5o Normaliza a produção de suco gástrico, r
Sintoma também conhecido como pi- ii:s
neutraliza o excesso de acidez uua, sumo
rose. É uma sensação de queimadura
ou de ardor, que normalmente se loca-
liza na vulgarmente chamada "boca do
estômago", que anatomicamente cor- LIMOEIRO 265 Regula a acidez, do estômago, Sumo do fruto
responde à união entre o esófago e o neutraliza o excesso de acido
estômago. No estômago existe sempre
um certo grau de acidez, necessário
para a digestão, mas não percebido
como tal. A sensação de acidez perce- MANDIOCA 460 Suavizante, anti-inflamatória, digestiva A farinha em preparações culinárias
be-se realmente no esófago. quando o
ácido do estômago reflui para cima,
saindo do estômago, e atinge a zona in-
ferior do esófago. ACÁCIA- .„ Emoliente, protege as mucosas
-BASTARDA do excesso de ácido Infusão de flores
A fitoterapia dispõe de plantas capazes
de proteger as mucosas digestivas e
de absorver ou neutralizar o excesso de
ácido. Ao contrário dos medicamentos
alcalinos, as plantas medicinais não pro-
ZARAGATOA 515 Protege as mucosas digestivas Maceração de sementes
vocam efeito de ricochete (aumento
da acidez depois de ter passado o efei-
to curativo).
ABÓBORA 605 Suavizante, anti-inflamatória Polpa do fruto
ADSOrve
BODELHA 650 ° s u c o gástrico Alga fresca, decocção ou infusão, pó
e diminui a acidez
2 " Parle: D e s c r i ç ã o
DISPEPSIA SANAMUNDA 194 Activa a digestão Infusão de rizoma, raiz ou folhas secas
Digestão difícil e trabalhosa. As suas Fornece enzimas que melhoram
manifestações são muito variadas: sen- Crua (brotos tenros), sumo fresco,
LUZERNA 269 os processos digestivos e combatem
sação de peso ou de dor no estômago, infusão, extractos
as fermentações
flatulência e ardor, geralmente depois
das refeições. Por extensão, também Estimula a secreção de sucos
se entende por dispepsia qualquer URTIGA-MAIOR 278 Sumo fresco, infusão
digestivos e a motilidade do estômago
transtorno do processo digestivo,
seja ele localizado no estômago, nas Acalma a acidez e faz desaparecer Infusão, maceração, extracto de raiz
vias biliares ou no intestino. ALCAÇUS 308
a sensação de enfartamento e rizoma
A má digestão, ou dispepsia gástrica.
pode dever-se a causas alimentares, 350 Anti-inflamatória, digestiva,
MACELA Infusão, pó, essência
funcionais ou nervosas; em qualquer elimina os gases
delas não existe uma verdadeira lesão
orgânica no aparelho digestivo. No en- Facilita a digestão, Em salada, sumo fresco
COCLEARIA 356
tanto, também pode dever-se a causas alivia as digestões pesadas
orgânicas, como a úlcera do estôma- Facilita o esvaziamento do estômago
go ou do duodeno, o cancro do estô- FUNCHO 360 Infusão de sementes, essência
e a digestão
mago, a estenose do piloro (aperto à
saída do estômago) e outras patologias Alivia as náuseas e vómitos,
graves. CAMOMILA 364 Infusão de capítulos florais
estimula o apetite
Uma vez diagnosticada a causa da dis-
pepsia, o Iratamento com plantas me- HORTELÃ- Infusão de folhas e sumidades
366 Tonifica os processos digestivos
dicinais pode ajudar muito eficazmente -PIMENTA floridas, essência
o organismo a restabelecer a normali-
dade dos processos digestivos. ARGENTINA 371 Abre o apetite, facilita a digestão Decocção de folhas e flores
Naturalmente que, em todos os casos, Abre o apetite, facilita a digestão,
é necessária uma correcção dos há- SEGURELHA 374 Infusão, essência
elimina os gases
bitos alimentares errados que fre-
quentemente estão na origem da dis- BOLDO 390 Facilita a digestão, aperitivo Infusão de folhas, extracto
pepsia: mastigação deficiente; excesso
de alimentos, especialmente do tipo CÀLAMO-
gordo; tóxicos, como o tabaco, o álcool 424 Facilita a digestão Decocção ou infusão de rizoma
- AROMÁTICO
ou o café; incompatibilidades e outros.
Tonifica e estimula as funções Infusão ou decocção da raiz
ANGÉLICA 426 do aparelho digestivo
Tonifica os processos digestivos,
FEL-DA-TERRA 436 Infusão de sumidades floridas
abre o apetite
Tonifica o estômago
CARDO-SANTO 444 Infusão ou decocção de folhas
e todo o aparelho digestivo
DRIAS 451 Aperitiva, digestiva, adstringente Infusão de folhas
419
1 9 : P L A N T A S PARA O E S T Ô M A G O
ESTÔMAGO DESCAÍDO
Transtorno também conhecido como
hipotonia ou ptose gástrica. Produz-
HORTELÃ- Infusão de folhas e sumidades
366 Digestiva, tonificante
-se como consequência da dilatação do -PIMENTA floridas, essência
estômago causada por excesso de ali-
mentos ou por obstáculos ao seu es-
vaziamento. No entanto, na maior parte
dos casos, o estômago descaído é de
origem constitucional. Costuma apa- 426 ^ o n ''' c a e estimula as funções
recer em pessoas altas e magras, de ANGÉLICA Infusão ou decocção de raiz
digestivas
constituição leptossómica. Manifesta-se
com sintomas de dispepsia gástrica.
As plantas medicinais que indicamos to-
nificam o estômago e estimulam o seu
esvaziamento, pelo que contribuem
para minorar os incómodos causados GENCIANA 452 Potente tónico estomacal Maceração, decocção,
pelo estômago descaído. pó ou extracto seco de raiz
D O R DE ESTÔMAGO
LARANJEIRA 153 Acalma as dores gástricas Infusão de folhas e/ou flores
As causas mais frequentes da dor de de origem nervosa
estômago são a dispepsia (pág. 419),
a úlcera gastroduodenal e a neurose
gástrica (nervos no estômago).
Estas plantas contribuem eficazmente 308 Acalma a acidez e as dores Infusão, maceração, extracto
ALCAÇUS
para aliviar a dor de estômago de for- de estômago de raiz e rizoma
ma fisiológica, mas só devem apli-
car-se com prévio diagnóstico da
causa da dor.
CMUNtt, 454 Sa d
8 y° S e S P a S m 0 S Decocção de casca
420
A SAÚDE PELAS PLANTAS MEDICINAIS
2'' P a r t e : D e s c r i ç ã o
GASES NO ESTÔMAGO AI mmc ™a Elimina os gases do estômago Infusão, maceração, extracto de raiz
Devem-se frequentemente a causas ALCAÇUS jus e c o m b a t e os arrotos e rizoma
nervosas ou a t-ansgressóes dieté-
ticas. As plantas que indicamos têm
eleito carminativo, isto é, eliminam o
excesso de gases ou flatulências gás- ENDRO 349 S ^ 2 f d a n t e ' Infusão de sementes
tricas. Antes de tudo, haverá que tra- acalma os vómitos
tar a causa.
355 Combate os arrotos e os gases
ALCARAVIA Infusão de frutos, essência
intestinais
MANJERICÂO-
-GRANDE
368 Acalma o excesso de gases e arrotos Infusão de folhas e frutos, essência
HEMORRAGIA GÁSTRICA
É um sintoma grave, que requer sem- Favorece a coagulação do sangue,
pre atenção médica especializada. SEMPRE-NOIVA 272 Decocção, pó
aumenta a resistência dos capilares
Pode manifestar-se como h e m a t é m e -
se (sangue no vómito) ou como mele-
na (sangue nas fezes). Estas plantas
podem ser úteis uma vez que tenha
sido leito o diagnóstico.
PlMPINELA-
-OFICINAL
534 Adstringente, anti-hemorrágica Decocção de raiz
1 C a p . 1 9 : P U N I A S PARA O ESTÔMAGl
Anti-inflamatório e emoliente,
UNHO 508 facilita a regeneração Decocção de sementes
das mucosas digestivas danificadas
Cria uma camada protectora Maceração de sementes
ZARAGATOA 515 no interior do tubo digestivo
PlMPINELA- Brotos crus em salada,
533 Adstringente, hemostática
-MENOR decocção da raiz
PlMPINELA-
534 Adstringente, hemostática, Decocção da raiz
-OFICINAL anti-inflamatória
422
A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S
2a Parte: D e s c r i ç ã o
Preparação e emprego
Cálamo-
USO INTERNO
-aromático O Decocção ou infusão com
uma colher de sopa de rizoma
triturado (uns 15 g) por cháve-
Ajuda a digestão na de água. Tomar 2 ou 3 chá-
e acalma os nervos venas por dia, sem adoçar.
USO EXTERNO
© Banhos: Acrescenta-se à
água do banho uma decocção
feita com 500 g de rizoma tritu-
rado num litro de água.
Precauções
424
3 a
Ananás
Substitui o suco
gástrico
O T Ã O APRECIADO a n a n á s ,
que se cultiva industrialmente
em estufas nos Açores, terá
sido transportado pelos p o r t u g u e s e s
da América do Sul para a índia e ou-
tras partes do m u n d o , s e g u n d o refere
Cristóvão da Costa, m é d i c o e botâni-
co do século XVI.
P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : O seu
princípio activo é a bromelina, uma en-
zima ( f e r m e n t o ) , eme, c o m o aconte-
ce com a pepsina cio estômago, é ca-
paz de cindir as proteínas, a c e l e r a n d o
a sua íligestão. Em virtude disto actua
como s u b s t i t u t o d o s u c o g á s t r i c o ,
quando este é s e g r e g a d o em fraca
quantidade (liipocioridria, falta de su-
cos, gastrite c r ó n i c a ) , a c e l e r a n d o a
passagem dos alimentos pelo estôma-
go e m e l h o r a n d o a digestão. Pode-se
administrar m e s m o aos lactentes q u e
sofram de transtornos digestivos.
O sumo de ananás possui t a m b é m
propriedades béquicas (acalma a tos- Sinonímia científica:
se) e e x p e c t o r a n t e s , possivelmente Ananás sativa L,
devido aos açúcares e ácidos orgâni- Ananás comosus (Strickm.)
cos q u e c o n t é m . E a i n d a d i u r é t i c o Merr., Bromelia ananás L
suave e vermífugo. Usa-se nas dietas Outros nomes: Brasil: abacaxi.
d e emagrecimento c o m o r e d u t o r d o Esp.: ananás, ananá, pina
apetite (acção a n o r e x í g e n a ) lOl.
O Preparação e emprego
[americana], pina de América,
pina tropical, pina de azúcar.
Fr.: ananás.
Ing.: pineaplle, ananás.
Habitat: Originário da América
Central; cultivado em todas as
USO INTERNO regiões tropicais do mundo.
O Uma ou duas rodelas de ana- Descrição: Planta herbácea da
nás antes de cada refeição, ou um família das Bromeliáceas, que
copo de sumo fresco quinze mi- atinge uns 50 cm de altura. As
nutos antes de começar a comer. folhas são alongadas e
O ananás em conserva perde espinhosas, em cujo centro
grande parte das suas proprieda- nascem as flores, de cor
azulada. O fruto é comum a
des digestivas, dado que a enzi- todas as flores de uma mesma
ma bromelina se desnatura facil- espiga.
mente.
Partes utilizadas: O fruto.
425
Angélica
archangellcaL 4.
Preparação e emprego
Angélica USO INTERNO
USO EXTERNO
© Banhos: Decocçâo com 100
g de planta num litro de água,
que se acrescenta à agua do
banho.
426
Ill
Precauções
Desaconselhamos formal-
mente o emprego dos lico-
res preparados com angé-
lica, pois os efeitos noci-
vos devidos ao seu ele-
vado conteúdo
alcoólico ul-
trapassam
em muito as
suas possí-
veis proprie-
dades medi-
cinais.
427
Artemísia
absinthium L
E9 J
Preparação e emprego
Absinto
Aperitivo e emenagogo
"ífw USO INTERNO
O Infusão com 10-20 g de plan-
ta por litro de água. Para suavizar
o gosto amargo, pode-se acres-
centar alcaçuz, hortelã-pimenta ou
anis. Adoçar com mel. Para os
transtornos digestivos, tomam-
se uma ou duas chávenas por dia,
antes das refeições. Para os
transtornos da menstruação,
428
f
*>
Abrotano Precauções
Hoje sabemos q u e o absinto con- nagoga, mas tóxica em doses altas; sais
tém substâncias tóxicas, as tuionas, minerais (nitrato potássico) e taninos.
cuja acção é p o t e n c i a d a pelo álcool,
IIO qual se dissolvem c o m facilidade. Aplicado c o r r e c t a m e n t e , o absinto
Estimulante em p e q u e n a s doses, o li- olerece-nos interessantes p r o p r i e d a -
cor de absinto produz, u m a grave de- des medicinais, q u e passamos a men-
terioração do sistema nervoso: d e - cionar:
pendência, alucinações, convulsões, • T ó n i c o gástrico: C o m o todas as
demência e inclusive a m o r t e . plantas amargas, desenvolve um efei- O sabor amargo desta planta
tornou-se proverbial desde tem-
to tónico sobre o e s t ô m a g o , a u m e n -
Actualmente já n ã o st- usa o licor pos muito antigos. Salomão, pre-
t a n d o o a p e t i t e e e s t i m u l a n d o a se- cisamente nos seus Provérbios
de absinto c o m o tal, mas sim os ver- c r e ç ã o de sucos gástricos. É p o r isso |cap. 5, vers. 4), alude a ela ad-
mutes alcoólicos, em cuja composição útil aos q u e s o f r e m de fastio ou de vertindo que a infidelidade, ain-
entra o absinto. O seu uso é formal- dispepsia (digestões pesadas) IOI. Não da q u e possa ser excitante e
mente contra-indicado, pois aos co- é recomendável aos ulcerosos ou aos "doce" nos seus inícios, costuma
nhecidos efeitos nocivos do álcool se jun- ter um fim «amargo como o ab-
de t e m p e r a m e n t o s a n g u í n e o , pois o
tam os das tuionas do absinto, p o t e n - sinto».
a u m e n t o da secreção de sucos gástri-
ciadas, c o m o dizíamos, pelo p r ó p r i o eos t o m a - s e prejudicial para eles.
álcool. C o m o b e m indica Font Q u e r , «o ab- Ihor utilizar outros vermífugos (cap.
sinto não deve tomar-se sem necessidade-. 20, pág. 486).
• Emenagogo p o t e n t e : Actua sobre o
P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : O uso • Colerético: Pelo facto de a u m e n t a r útero provocando a menstruação;
do absinto c o m o planta m e d i c i n a l a secreção biliar, exerce sobre o liga- além disso, normaliza os ciclos. K por-
não tem os desastrosos efeitos dos li- do u m a acção favorável, descongesti- t a n t o r e c o m e n d á v e l para as jovens
cores que com ele se fabricam; e n t r e va e de estímulo às suas funções. Dá pálidas e debilitadas, q u e g e r a l m e n t e
outras razões, p o r q u e o seu forte sa- b o m r e s u l t a d o nos casos de insufi- sofrem de regras irregulares e dolo-
bor amargo n ã o se presta muito a um ciência h e p á t i c a e na fase de conva- rosas IOI. Avicena, o célebre médico
consumo a b u n d a n t e . lescença rias hepatites virosas 101. bispano-árabe do século XI, receita-
• Vermífugo p o t e n t e : Os adultos con- va-o «para acalmar as m u l h e r e s aze-
Contém p r i n c í p i o s a m a r g o s (ab-
das e biliosas».
sintina), a q u e deve as suas proprie- s e g u e m tomá-lo. a i n d a q u e d e m á
dades digestivas; óleo essencial rico vontade; mas as crianças lejeitam-no Externamente, a infusão de absinto
em tuiona, de acção vermífuga e cme- a b e r t a m e n t e IO). Para elas será me- usa-se c o m o insecticida IOI.
429
Artemísia
dracunculus L ! 4. P\ 9
Estragão
USO INTERNO
Condimenta e ajuda O Condimento: Em saladas e to-
do o tipo de pratos.
a digestão O Infusão: 30 g de planta por li-
tro de água. Tomar uma chávena
antes de cada refeição, como ape-
ritivo; e depois da refeição, no ca-
so de se pretender a sua acção
digestiva.
© Essência: A dose recomendá-
vel é de 3-5 gotas, 3 vezes por
dia.
430
Artemísia
marítima L . . .
Preparação e emprego
431
Asamm
europaeum L Kl p] m i i ]
Asaro
Emético e purgante
432
Brasslca oiemcea L
m 0. - L V e
Couve
Cura as úlceras da
pele... e do estômago
O S CELTAS e os R o m a n o s já
cultivavam couves, a hortaliça
por excelência. A couve é usada
há mais cie dois mil anos c o m o ali-
mento, e também c o m o planta medi-
cinal.
P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : AS fo-
lhas são ricas cm clorofila, e p o r t a n t o
em magnésio. C o n t ê m t a m b é m u m a Outros nomes: couve-
essência sulfurada s e m e l h a n t e à da •portuguesa, couve-galega,
mostarda, sais minerais, vitaminas (so- berça, verça.
b r e t u d o a ('., a A, e possivelmente a Esp.: col, berza. Fr.: chou.
U), mucilagens, e um factor antiulce- Ing.: cabbage.
roso ainda não bem identificado. Y. re- Habitat: Natural da Europa,
lativamente rica em glícidos ou hidra- onde se encontra em estado
tos de c a r b o n o (7%) e p r o t e í n a s silvestre nas costas do Canal da
Mancha, do Atlântico e do
(4%), mas o seu c o n t e ú d o g o r d o é Mediterrâneo Ocidental. Cultiva-
-se em todo o mundo.
Descrição: Planta da família das
Cruciferas. com folhas grandes
muito divididas e de consistência
carnosa. Destituída de repolho.
Precauções Partes utilizadas: as folhas.
O? Preparação e emprego
433
As folhas de couve crua
aquecem-se com um
ferro de engomar e
aplicam-se sobre a peie,
muito baixo (0,6%). As couves pos- pogliccmiante (faz descer o nível do à maneira de emplastro
suem as seguintes propriedades: açúcar no sangue dos diabéticos) IO). ou cataplasma. A sua
acçáo é cicatrizante e
• Antiulcerosa: Por via interna, o seu vulnerária.
sumo é recomendado contra a úlcera • Diurética, depurativa e. ingerida em As feridas e úlceras
gastroduodenal, que consegue fazer jejum, vermífuga 14)1. cutâneas de difícil
cicatrizar IO). O Dr. Schneider, na sua cicatrização, assim como
obra A Saúde pela Nutrição, menciona os eczemas, e mesmo a
• Cicatrizante e vulnerária: A couve, acne, melhoram
experiências em que se demonstrou a aplicada em cataplasma, cuia fendas substancialmente com os
capacidade cicatrizante <lo sumo de infectadas, úlceras varicosas e persis- emplastros de folhas de
couve fresco sobre a úlcera gastro- tentes, eczemas, furúnculos e acne couve.
duodenal. Passados quatro ou cinco IO).
dias de tomar um copo desse sumo
antes de cada refeição, desaparecia a
• Anticancerosa: Existem evidências
dor do estômago. Ao fim de três se-
de que a couve pode actuar como pre-
manas, ohteve-se a cura da úlcera.
ventivo contra a formação de tumores
Esta acção antiulcerosa atribui-se à
cancerosos IO), possivelmente devido
ainda mal conhecida vitamina U.
ao seu conteúdo em caroteno (vita-
• Antianéinica, aiilieseorhútica e hi- mina A).
434
Carica papaya L
u. ^ _j _
Papaieira
Digestivo e vermífugo
O FRUTO da papaieira é um
dos mais apreciados entre io-
dos os produtos arbóreos ori-
ginários da America. Não se estranha,
portanto, a sua expansão por iodas as
regiões tropicais do Globo.
O fruto da papaieira,
0
conhecido sobretudo
como papaia ou mamão,
Informação é muito apreciado como
sobremesa. Embora
tenha um escasso
conteúdo em papaína, é
A papaína faz parte de diversos pre- um excelente alimento-
-remédio para quem
parados farmacêuticos. Usa-se em
sofra de transtornos
cirurgia ortopédica para dissolver o digestivos e afecções
núcleo do disco intervertebral, no ca- intestinais, como o cólon
so de hérnia de disco. irritável ou a prisão de
ventre crónica.
435
Centauríum
umbellatum Glllb.
J J
Preparação e emprego
Fel-da-terra
USO INTERNO
Tónico amargo O Infusão com 30 g de sumida-
e cicatrizante des floridas por litro de água. To-
ma-se uma chávena antes de ca-
da refeição, se possível sem
adoçar. Quando se usa como an-
tidiabética, pode-se adoçar com
edulcorantes químicos do tipo sa-
carina, ainda que não convenha
abusar destas substâncias.
O C E N T A U R O Q u í r o n , perso-
n a g e m mitológica, m e i o ho-
m e m m e i o cavalo, curou-se
com esta planta de u m a ferida q u e o
Hércules lhe fez n u m pé. E daí q u e lhe
USO EXTERNO
© Compressas com uma de-
cocção de 50 g de sumidades por
litro de água. Aplicam-se sobre a
pele afectada.
vem o n o m e de centáurea.
T a m b é m se lhe c h a m a c e n t á u r e a -
-menor, para distingui-la da centáurca-
-maior (Centáurea scabiosa I..), q u e per-
tence à família das Compostas, e q u e
n ã o se usa em fitoterapia.
P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : Toda a
planta c o n t é m diversos p r i n c í p i o s
amargos de tipo glicosídico. Com O o
dá a e n t e n d e r o seu n o m e latino,/?'/
terrai (lei da t e r r a ) , é i n t e n s a m e n t e
amarga, embora não lauto como a
Sinonímia científica: Centaurium
genciana (pág. 452), com a qual par-
erithraea Rafn.
tilha muitas das suas propriedades:
Outros nomes: centáurea-menor. Brasil:
• T ó n i c o e s t o m a c a l : C o m o todas a s chá-porrete.
plantas providas d e c o m p o n e n t e s Esp.: centaura menor, aciano. gota de
amargos, tonifica os processos digesti- sangre, hie! de la tierra. Fr.: petite
vos e abre o apetite. Faz a u m e n t a r a centaurée. Ing: [lesser] centaury [herb],
p r o d u ç ã o de suco gástrico e estimula drug centaurium.
os m o v i m e n t o s de esvaziamento do Habitat: Cria-se em prados e pastagens
estômago. Rccoiuenda-se nos casos de de toda a Europa, embora não seja muito
frequente. Encontra-se naturalizada
gastrite crónica por falta de sucos, ina-
nalgumas zonas das regiões temperadas da
petência, digestões pesadas, fermen- América.
tações intestinais e vómitos IOJ. K tam-
Descrição: Planta herbácea da
bém colerética, pelo q u e se usa em he- família das Gencianáceas, de 10 a 50
patopatías (doenças do ligado) cróni- cm de altura. As folhas são alongadas,
cas. formando as basais uma roseta. Tem
flores cor-de-rosa. terminais.
• Hipogliccmiante: Fazendo descer o
Partes utilizadas: as sumidades floridas.
nível de glicose no s a n g u e , torna-se
muito útil para os diabéticos IOI.
• Ligeiramente laxante e febrífuga IOI.
• C i c a t r i z a n t e : Limpa e cura feridas,
chagas, úlceras e eczemas da pele 101
436
I
As centáureas usadas em
fitoterapia, tanto a menor
como a áspera, criam-se
•Mi nos prados e pastagens das
f Centáurea-áspera
regiões temperadas da
Europa e da América.
São plantas pouco
frequentes, pelo que se
deve ser muito prudente
q u a n d o se trate de colhè-
A centaurea-áspera [Centáurea áspera hipoglicemias (descida excessiva do -las /ver pág. 52). Nalguns
L.)*, também muito amarga, possui um nível de glicose). Portanto, para ser uti- países são consideradas
efeito hipoglicemiante ainda mais in- lizada, torna-se necessária a vigilância espécies protegidas.
tenso do que a centáurea-menor. A médica.
centáurea-áspera pode chegar a subs-
tituir os fármacos antidiabéticos orais, e A dose habitual é de 1 a 3 chávenas de
permite reduzir a dose de insulina. Re- infusão cada dia, depois das refeições.
comenda-se fazer análises de sangue Prepara-se com 30 g de sumidades se-
(glicose) durante os primeiros dias ou cas por litro de água. É preferível não
semanas de tratamento, com o fim de adoçá-la.
regular a dose adequada da planta, já
que o seu uso pode mesmo provocar ' Esp.: centaura áspera.
437
Cephaeiis
ipecacuanha A. Rich.
Z 3
Preparação e emprego
M AJESTADE, l e n h o um remé-
d i o secreto q u e descobri nas
índias, e q u e cura a disenteria
- d i s s e Jan Adrian Helvelius (1661-
-1727), m é d i c o , e t a m b é m b o m co-
mam-se 4 ou 5 colheradas de
hora a hora, para evitar que se
produzam vómitos.
P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : A raiz
c o n t é m e m e t i n a e o u t r o s alcalóides, Sinonímia científica: Callicocca
além de ácido ipecacuânico e saponi- ipecacuanha Brot.
nas. Vejamos as suas propriedades: Outros nomes: ipeca, poaia.
• Emética: Devido à emetina, provoca Esp.: ipeca, bejuquillo, pecahonda,
facilmente o vómito IO.@I. Emprega-se poaja, raiciila, raiz brasileha,
anillada menor. Fr.: ipécacuane.
para esvaziar o estômago em caso de
Ing.: ipecacuan.
intoxicação, q u a n d o n ã o é possível
proceder-se a u m a lavagem gástrica. Habitat: Originária dos bosques
húmidos e quentes do Brasil,
• Expectorante: A e m e t i n a e as sapo- Colômbia, Peru e México.
ninas conferem-lhe u m a intensa acção Descrição: Pequeno arbusto de 30
expectorante a doses baixas, pelo q u e a 50 cm de altura, da família das
entra na composição de diversos xaro- Rubiáceas, com raízes longas e
pes para os brônquios l©l. aneladas. As suas flores, brancas e
pequenas, crescem num capitulo
• Amebicida: A e m c i i n a destrói as terminal.
amebas q u e causam a disenteria ame- Partes utilizadas: a raiz triturada
biana e os abcessos a m e b i a n o s do li- em pó.
gado. Nestes casos recomeiída-se usar
algum dos preparados farmacêuticos
que existem à base de emetina.
438
Vum
L a P.
Preparação e emprego
Erva-
formígueira USO INTERNO
O Infusão, com 15-20 g de fo-
Tónico digestivo lhas e flores por cada litro de
água. Como tónico estomacal,
e vermífugo toma-se uma chávena depois de
cada refeição. Como anti-hel-
míntico, toma-se uma chávena
de manhã em jejum, durante 3
dias. Administrar um laxante de-
pois de cada toma de erva-formi-
gueira, para favorecer a expulsão
dos parasitas (rícino, aloés, ou
cáscara-sagrada, por exemplo,
págs. 531,694, 528).
439
!fl JQ
Preparação e emprego
Chicória
Um substituto do café USO INTERNO
O Salada: as folhas cruas cor-
sem contra-indicacões tadas antes da floração têm um
agradável sabor amargo. Po-
dem-se preparar com elas be-
las saladas silvestres altamen-
te aperitivas, em que se podem
O Café de chicória
Habitat: Muito comum nas bermas dos caminhos,
ribanceiras e terrenos secos. Própria das zonas
temperadas da Europa e da América.
Descrição: Planta herbácea e vivaz da família das
Compostas, de caules rectos, que costumam atingir de
50 a 60 cm de altura. As flores são de uma bela cor
A raiz da chicória, que se arranca no
azul, e as suas pétalas terminam em cinco finas
Outono, seca. torrada e moída serve pontas; fecham-se à noite, ou quando faz mau tempo.
para preparar o "café de chicória". Po- Todas as partes da planta, incluindo o seu látex, têm
de-se misturar com malte, o que lhe sabor amargo.
dá um sabor ainda mais agradável. Partes utilizadas: as folhas tenras e a raiz.
440
P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : Co-
nhecida desde 0 tempo dos Egípcios.
e utilizada pelos seus faraós, esta plan-
ta foi qualificada pelo insigne Galeno
de «amiga do fígado». Tanto as raízes
como as folhas c o n t ê m inulina e le-
vulose, glícidos q u e favorecem as
funções do fígado. Mas a maior parte
das suas propriedades medicinais de-
vem-se aos princípios a m a r g o s q u e
contém, os quais actuam estimulando
todos os processos digestivos.
• No fígado, favorece a s e c r e ç ã o da
bílis (acção c o l e r é t i c a ) , necessária
para a digestão das g o r d u r a s . Além
disso, activa a circulação portal e des-
congestiona o fígado.
• No intestino, activa os seus movi-
mentos (acção laxante). Lina cháve-
na de chicória pela m a n h ã , em jejum.
Endívia e escarola
441
Cinnamomum
zeylanlcum Blume O] «A
Preparação e emprego
442
^v
F Canela-da-china
443
Cnkm
benedlctus L. K % IÉ e • •
n Preparação e emprego
USO EXTERNO
© C o m p r e s s a s empapadas
numa decocção feita com um
punhado de folhas, caules e/ou
flores por cada litro de água.
Aplicam-se localmente sobre a
444
Quando as crianças, e os
adultos, apesar de não
sofrerem de nenhuma
doença, tém falta de apetite,
o cardo-santo pode tornar-se
muito eficaz.
Por tildo isto, as suas principais indi- cação externa, d e v i d o s o b r e t u d o às negativo, c o m o a Brucella, a Shig/ella e
cações são IO.0I: p r o p r i e d a d e s a n t i b i ó t i c a s d o seu a Ésckerichia coli. Usa-se paia lavar fe-
• Atonia digestiva, falta de apetite, di- princípio activo, a cnicina. S e g u n d o ridas, úlceras da pele 101 e p a i a ba-
gestões pesadas e vómitos. F e r n á n d e z e Nieto, esta substância é n h o s d e a s s e n t o e m caso d e h e m o -
eficaz c o n t r a bactérias de tipo gram- rróidas 101.
• Hipoacidez gástrica (iscasse/, de su-
cos n<> estômago).
• Insuficiência da função hepática C
pancreática.
Cardo-santo-mexicano
• E s g o t a m e n t o e convalescença de
enfermidades debilitantes.
• Diurético e febrífugo, devido ao seu 0 cardo-santo-mexicano {Argemone mexicana L ) ' , a que os habitantes do Méxi-
c o n t e ú d o em ílavonóides e ó l e o es- co e de outros países inter-americanos chamam 'chicalote', e também 'cardo blan-
sencial. co' e 'adormidera espinosa', distingue-se pelas suas flores amarelas com 3 ou 6
pétalas. Cresce no Sul dos Estados Unidos, no México e em toda a América Cen-
• Hipoglicemiante: Investigações re-
tral. Pertence à família das Papaveráceas (como a dormideira, pág. 164, e a papoila,
centes revelaram q u e o cardo-santo
pág. 318).
tem uma interessante acção hipogli-
As suas propriedades são semelhantes às do ópio, que pode substituir. As folhas
cemiante, isto é, faz descer o nível de
e as sementes usam-se em infusão como sedativas, analgésicas e contra a tos-
glicose no s a n g u e . P o r t a n t o , é um
se. Possuem um ligeiro efeito narcótico. Toda a planta contém um látex amarelo
bom tratamento complementar cia dia-
que se usa externamente contra as verrugas.
betes.
' Esp.: cardo santo mexicano.
• Anti-séptico e cicatrizante em apli-
445
Cocculus
palmatus Miers !\!
446
Coríandrum «\
satívum L • \l
Preparação e emprego
Coentro USO INTERNO
Eupéptico O Condimento: para temperar
diversos pratos.
e estimulante
© Infusão com 30 g de frutos
por litro de água. Toma-se uma
chávena depois de cada re-
feição.
€) Pó de frutos secos: Toma-se
uma colher de sobremesa (5 g)
misturado com mel, depois de
cada refeição.
O
S ESPANHÓIS costumam di- O Essência: três vezes ao dia.
zer: • Bom é o cilanlro, mas ingerem-se de 1 a 3 gotas.
não tanto.»
Embora se trate de uma das plantas
medicinais utilizadas desde há mais
tempo, pois já era de uso comum en-
tre os Assírios e os Egípcios, o coentro
pode produzir efeitos tóxicos sobre o
sistema nervoso (embriaguez), se For
ingerido em doses elevadas. É muito Precauções
apreciado como condimento.
447
Crocus sativus L
) n\l * • • •
Preparação e emprego
USO EXTERNO
© Infusão concentrada: Prepa-
ra-se com uma quantidade de
448
Cumlnum
cyminum L i\ 1 ?. D J
Preparação e emprego
Cominho
USO INTERNO
Tonifica os órgãos O Infusão: 2 gramas de co-
minhos (a ponta de uma colher
digestivos de sobremesa) inteiros ou li-
geiramente esmagados, por
cada chávena de água. Ingere-
se uma chávena depois do al-
moço e outra depois do jantar.
Aos bebés podem-se dar duas
ou três colheradas desta mes-
ma infusão depois de cada to-
ma de alimento.
© Pó: Em doses de um grama
depois de cada refeição, dis-
solvido em água ou leite.
449
Curcuma longa L
4
Preparação e emprego
Cúrcuma
USO INTERNO
Picante e eupéptica O Infusão com 15-20 g de rizo-
ma por litro de água. Ingere-se
uma chávena durante a refeição.
© Pó: Administra-se um grama
diário, repartido em três vezes.
450
Dryas octopetala L
Drias
Ajuda a fazer
a digestão
A
S M O N T A N H A S da E u r o p a
Central, especialmente os Al-
pes, cobrem-se no Verão com
esta p e q u e n a planta. Por m u i t o in-
tenso q u e tenha sido o frio do Inver-
no, com a chegada da Primavera tor- Outros nomes: chá-suiço.
na a rebentai" vigorosamente a drias, Esp.: dríada, té suizo.
e alguns meses mais tarde, e n t r a d o já Fr.: dryade à huit pétales.
o Verão, salpica a l e g r e m e n t e as pra- Ing.: white dryas.
darias e os rochedos. Habitat: Originária das regiões
árcticas da Europa, embora se
O s c a m p o n e s e s d a r e g i ã o alpina encontre difundida pelas regiões
por excelência, a Suíça, usam a drias montanhosas da Europa Central. Na Península Ibérica.
d e s d e t e m p o s r e m o t o s c o m o planta encontra-se só na cordilheira Cantábrica e nos Pirenéus.
digestiva e para aliviar as cólicas intes- Desconhecida na América.
tinais. Descrição: Planta vivaz, da família das Rosáceas, de 5 a
15 cm de altura. Tem caule lenhoso e rasteiro, e as folhas
A drias é tão resistente ao frio q u e lembram as do carvalho, embora sejam mais pequenas. As
se cria inclusivamente nas regiões árc- flores são grandes, solitárias, com 8 pétalas e estames
ticas do Norte da Europa. amarelos.
Partes utilizadas: as folhas.
P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : AS fo-
lhas c o n t ê m t a n i n o e sais m i n e r a i s ,
entre os quais se destacam os silicatos
solúveis. São aperitivas, digestivas e
adstringentes. A tisana q u e se prepa-
ra com elas (chá suíço) é muito apre- JP Preparação e emprego
ciada nos seguintes casos:
• Trastornos digestivos: T r a n s t o r n o s
USO INTERNO USO EXTERNO
digestivos: dispepsias. indigestões, có-
licas intestinais e más digestões 101.
• Afecções bucofaríngeas: amigdalite O Infusão com 30 g de folhas por li- © G a r g a r e j o s : Emprega-se esta
(anginas), faringite, altas e diversas in- tro de água. Tomar 3 chávenas diá- mesma infusão, embora mais con-
flamações da mucosa oral (estomati- rias, antes das refeições. centrada: 40-50 g por litro.
tes). Nestes casos aplica-se em forma
de gargarejos 101.
451
Gentíana lutea L
m. /
O Preparação e emprego
Genciana
USO INTERNO
Excelente tónico O Maceração: Coloca-se um tro-
ço de raiz de genciana do taman-
digestivo ho de uma noz (uns 10 g) num li-
tro de água fria. Deixa-se mace-
rar durante 4-5 horas. Tomam-se
3 chávenas por dia, antes das re-
feições. Podem-se acrescentar
uns grãos de anis durante a ma-
452
o Licor de genciana Precauções
453
Gonolobus
condurango Triana
^ ^ ^
Preparação e emprego
Condurango •'Ag
USO INTERNO
Açaima a d o r do
O D e c o c ç ã o com 30-40 g de
estômago casca ou de raiz. em meio litro de
água, durante 10 minutos. Deixar
depois em maceração durante 12
horas. Tomam-se de 3 a 5 colhe-
radas antes de cada refeição.
454
Illlcfum verum Hook.
^ % ái _j J J
Preparação e emprego
Anis-
-estrelado USO INTERNO
O Infusão: Necessita-se de uma
menor proporção do que com o
Digestivo anis-verde, por ser mais concen-
trado. São suficientes 2-3 frutos
como o anis-verde, mas por chávena. Tomam-se duas ou
mais concentrado 3 chávenas diárias, após as re-
feições.
© Extracto seco: Administram-
-se de 100 a 300 mg por dia.
A ARVORE do anis-cstrolado
faz lembrar o loureiro, pelo
seu belo porte, e a magnólia,
pelas suas flores decorativas. Toda ela
exala uni agradável aroma muito se-
melhante ao do anis-verde, ainda que
mais imenso. Foi introduzida na Eu-
ropa nos finais do século XVII, quan- Precauções
do o uso das especiarias orientais se
achava no seu máximo apogeu.
455
Jasonia
glutinosa (L) D.C.
• •
Preparação e emprego
Jasónia
USO INTERNO
Estomacal e tonificante O Infusão com 20-40 g da
planta por litro de água, de que
se tomam até 4 ou 5 chávenas
diárias, depois das refeições.
456
Laums nobills L
Õl * iJ 15] 11 A
Preparação e emprego
0 louro-cerejo ou loureiro-cerejeira
(Prunus laurocerasus L), também
chamado loureiro-real e loureiro-in-
glês\ é uma árvore da família das
Rosáceas, que produz umas bagas
negras semelhantes às cerejas. As
suas folhas, que cheiram como as
amêndoas amargas, contêm glicósi-
dos cianogenéticos que libertam áci-
do cianídrico, substância esta mui-
to tóxica. No entanto, por destilação
dessas folhas, obtém-se a água de
louro-cerejo, que tem propriedades
medicinais e se emprega como an-
tiemético (contra os vómitos), seda-
tivo e antiespasmódico.
" Esp.: laurel cerezo. Fr.: laurier-cerise.
Ing.: cherry laurel.
458
Uppla triphylla
Kuntze 91 «J J I .
Preparação e emprego
Lúcia-lima
USO INTERNO
Aromática, estomacal O Infusão com uns 30 g de fo-
lhas por cada litro de água. Tomar
e sedativa uma chávena bem quente depois
de cada refeição. Tem um sabor
muito agradável.
A LUCIA-LIMA é o u t r o dos
grandes presentes da flora do
Novo M u n d o , j u n t a m e n t e
com o tomate, a batata e muitas outras
plainas. E cultivada na Europa d e s d e
o século XVIII.
I lá quem a confunda com a verbe-
na (pág. 17-1), mas trata-se de plantas
diluentes, pertencentes até a famílias
botânicas distintas.
PROPRIEDADES E I N D I C A Ç Õ E S : Toda a
planta, e s o b r e t u d o as folhas, é rica
num óleo essencial c o m p o s t o p o r A lúcia-lima, pelas suas pro-
priedades sedantes, pode
mais de cem s u b s t â n c i a s , e n t r e as acalmar as dores menstruais.
quais o citral, o l i m o n e n o e o cariofi-
leno. Esta essência c o n l e r e - l h e pro-
priedades digestivas, antiespasmódi-
cas e carminativas (favorece a ex-
pulsão de gases do a p a r e l h o digesti- Sinonímia científica:
vo). Uppla citriodora L, Aloysia citrlodora L
A lúcia-lima é indicada nos seguin- Outros nomes: bela-luísa, cidrila, doce-
tes casos: •lima, erva-luisa, limonete, verbena.
Brasil: erva-cidreira.
• T r a n s t o r n o s digestivos: dispepsias
Esp.: hierba luisa, [reina] luisa, cidrón,
agudas (enlartamenio ou indigestão) cedrón. cedroncillo, hierba de la
e crónicas (digestões pesadas), e fla- primavera, verbena olorosa.
tulências 101. Fr.: verveine odorante, [verveine]
citronelle. Ing.: herb louise, lemon verbena.
• Dores m e n s t r u a i s ( d i s m e n o n c i a ) ,
cólicas biliares e renais, pela sua acção Habitat: Originária do Peru e do Chile, mas
aclimatada na Europa, onde se cultiva como planta
antiespasmódka IOI.
ornamental e aromática. . Em Portugal cultiva-se
• Indicada também em diferentes ti- sobretudo a variedade Lippia citriodora L.
pos de alterações n e r v o s a s , especial- Descrição: Pequeno arbusto da família das Verbenáceas,
mente cm caso di- ansiedade IOI. já q u e que atinge até 2 mde altura. As folhas são lanceoladas e
em muitos casos c o n s e g u e d a r me- rugosas, e exalam um intenso aroma a limão quando são
lhores resultados do q u e alguns tran- esmagadas. As flores são de cor violeta pálida ou lilás e crescem em
quilizantes químicos, com a vantagem ramalhetes.
de não ter os eleitos secundários des- Partes utilizadas: As folhas.
ses íánniicos.
459
Manhbt esculenta
Crantz.
Mandioca
Digestiva e emoliente
460
MenthapulegiumL
4\ hj 9j H
Poejo
Um grande a m i g o
da digestão
M U I T O antes de existirem os
sprays insecticidas, a sabedo-
ria p o p u l a r já utilizava as fu-
migações de poejo para afugentar os
parasitas. Poejo vem do latim pulq&um
(pulga), pois os antigos Gregos e Ro-
manos já utilizavam os seus vapores
para matar as pulgas.
As propriedades medicinais do po-
ejo já se c o n h e c e m desde há milénios.
Dioscórides, o g r a n d e m é d i c o e botâ- Outros nomes:
nico grego do século I d . C , diz q u e
Esp.: poleo, poleo menta, poleo común, poleo europeo, poleo negro. Fr.: pouliot.
«tem força de aquecer, de e m a g r e c e r Ing.: [European] pennyroyal.
e de digerir».
Habitat: Cresce em lugares frescos, por vezes junto aos regatos, em toda a Europa.
-Enchi demasiado o estômago! Difundido pelo continente americano.
Vou pedir u m a chávena de poejo para Descrição: Planta vivaz, da família das Labiadas, muito aromática, de 25 a 40 cm
me ajudar a fazer a digestão - d i z o co- de altura. As flores agrupam-se nas axilas das folhas, são lilases, cor-de-rosa ou
mensal de um r e s t a u r a n t e depois de brancas, e têm um aroma que lembra o da casca de limão eoda hortelã.
uma opulenta refeição. Partes utilizadas: toda a planta.
-Pois vou p e d i r o u t r a para m i m ,
porque me disseram q u e o poejo aju-
da a aliviar a cabeça q u a n d o se b e b e u
um p o u c o . . .
£P Preparação e emprego
461
Além de facilitar a
digestão, o p o e j o acalma
as dores das regras,
especialmente nas jovens.
P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : Toda
a planta contém óleo essencial (0,5%-
-1%) à base de pulegona, uma cetona Poejo-americano
n ã o saturada. C o n t é m t a m b é m men-
tona, limoiieno e outras c€tonas. Eis
as suas p r o p r i e d a d e s : Na América do Norte existe o cha-
• Digestivo e tónico estomacal: Facili- mado poejo-americano (Hedeoma
ta os processos digestivos, a u m e n t a n - pulegioides Pers.)\ multo seme-
do a secreção de sucos (gástrico, in- lhante em aspecto e propriedades
testinal e pancreátieo) e estimulando ao poejo comum.
a motilidade do estômago e do intes- Os índios norte-americanos utilizam-
tino d e l g a d o . K carminativo (elimina -no tradicionalmente para acalmar as
o excesso de gases) e c o m b a t e as fer- dores de cabeça e as produzidas pe-
m e n t a ç õ e s intestinais, a c a l m a n d o as la menstruação, assim como para cu-
d o r e s de cabeça de origem digestiva rar feridas.
IOI. A u m e n t a t a m b é m a secreção de * Esp.: poleo americano.
bílis (efeito colagogo).
462
Ui K /: s 9j j
£P Preparação e emprego
Trevo-
-dágua USO INTERNO
O Infusão com 15-30 g de folhas
por litro, de que se toma uma chá-
Aperitivo e febrífugo vena antes de cada refeição.
© Sumo da planta fresca, à razão
de uns 20 ml dissolvidos em água
ou leite, 2-3 vezes ao dia.
€) Pó: Administram-se 2-3 g re-
partidos em três tomas diárias.
463
Origanum vulgare L
J IS *j â AJ u a
Preparação e emprego
USO EXTERNO
O Inalações de vapor, nas
afecções respiratórias, adicio-
464
Pimpinela anfsumL Qj ^
4) é%
Preparação e emprego
Anis-verde
USO INTERNO
Digestivo
O Infusão com uma colher-
e galactagogo zinha de café (3 g) de frutos
por chávena de água. Tomam-
-se até 3 chávenas quentes por
dia, de preferência depois das
refeições. Pode-se adoçar com
mel.
® Infusão para lactentes: Pa-
ra os bebés prepara-se a in-
fusão com uma ou duas co-
A
S PROPRIEDADES culinárias
Iherzinhas de café (3-6 g) de
e medicinais desta p l a n t a já frutos secos num quarto de li-
eram conhecidas no Egipto e tro de água (250 ml). Pode-se
na Grécia, e m b o r a t e n h a m s i d o os adoçar com uma colherzinha
Árabes que, na Idade Média, a intro- de açúcar (o mel não é bem to-
duziram na P e n í n s u l a e na E u r o p a . erado pelos lactentes). Vai-se
Andrés de Laguna, distinto m é d i c o e dando à criança pelo biberão
botânico espanhol do Renascimento, ou por uma colher no decorrer
que traduziu para c a s t e l h a n o e co- do dia.
mentou as obras de Dioscórides, disse
€) Essência: de 1 a 5 gotas, 2
desta planta, e n t r e o u t r a coisas, q u e ou 3 vezes ao dia.
«corrige a c o r r u p ç ã o e h e d i o n d e z do
hálito, resolve as i n o p o r t u n a s ventosi- O P ó : até 2 gramas diários.
dades e os arrotos azedos.»
O anis chamou-se t a m b é m , em Es-
panha, "lorna-maritos", pois leva a
que os maridos q u e t e n h a m a b a n d o -
nado as suas esposas, devido ao m a u Outros nomes: erva-doce.
hálito destas, voltem para elas... Mais Esp.: anis, matafahuga, híeròa
uma das muitas aplicações q u e esta dulce, simiente dulce. Fr.: anis [vert],
planta pode c o n t i n u a r a ter. petit anis. Ing.: anise.
Habitat: Originário dos países do
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: De-
Médio Oriente, embora a sua cultura
se tenha expandido pelos países do
vem-se s o b r e t u d o à sua essência, o Mediterrâneo. A Espanha é um dos
anetol, q u e , e n t r e t a n t o , isolada d o principais produtores do mundo. Em
resto dos princípios activos da planta Portugal a planta está aclimatada e
e concentrada, p e r d e as suas virtudes cresce espontaneamente.
curativas e p o d e , inclusivamente, tor- Descrição: Planta de 50 a 80 cm de
nar-sc tóxica (produz convulsões). A altura, da família das Umbelíferas,
isto se deve o facto de os licores de com caule estriado e flores
esbranquiçadas agrupadas em
anis fabricados com esta essência n ã o ramalhetes (umbelas). O fruto é um
possuírem p r o p r i e d a d e s medicinais, grãozinho ovalado, que exala um
e sim efeitos tóxicos, devidos tanto ao delicioso aroma. Embora pertença á
álcool como ao anetol. mesma família da venenosa cicuta
(pág. 155), é fácil distingui-la desta,
Pelo contrário, o fruto do anis, tal tanto pelo seu aroma típico como
como nos é oferecido pela natureza, pelas suas características.
acha-se praticamente isento dos riscos Parte utilizada: os frutos.
da essência. Isto deve-se, em parte, a
que, além do anetol, c o n t é m o u t r a s
465
As vacas, assim como as
ovelhas, aumentam a sua
produção de leite quando
t o m a m anis com a
forragem. As mães que
amamentam também
podem aproveitar a acção
gaiactagoga desta planta.
Além disso, como o anis
passa para o feíte materno,
este torna-se mais digestivo
e antiflatulento para o
bebé.
substâncias como fenóis, ácido máli- na-se muito eficaz no caso de gases ou lita a regeneração das células mucosas
CO, açúcares e colina. de diarreias malchcirosas l©l. E um IO.0.O). Além disso substitui, por um
São estas as suas propriedades: bom hábito dar infusões de anis aos aroma fresco, o cheiro a tabaco do há-
lactentes, à maneira de refresco. lito de quem acaba de deixar de fu-
• Sobre o aparelho digestivo: O anis é mar.
O protótipo das plantas com acção car- * Sobre o aparelho respiratório: Ex-
minativa, aperitiva, tonificante do pectorante. Facilita a eliminação das • Sobre a glândula mamária: Acção
estômago e digestiva. Limpa os intes- mucosidades bronquiais, tornando-as gaiactagoga, isto é, que aumenta a
tinos de fermentações e putrefacções mais fluidas. Convém aos asmáticos e produção de leite (O.0.OI. Por isso os
IO,©,©). Faz parte da "tisana das qua- bronquiticos. Recomenda-se especial- criadores de gado dão anis ás vacas e
tro sementes", juntamente com a al- mente aos que seguem um plano para ovelhas, misturando-o com as rações.
caravia, o lancho c o coentro (págs. deixar de fumar, pois actua como um Curiosamente, o anis é eliminado
355, 360,447), da qual Font Quer afir- verdadeiro antídoto da nicotina e dos com o leite, pelo que as mães que ama-
ma que não há ilato que lhe resista. alcatrões do tabaco: limpa os brôn- mentam, quando o tomam, benefi-
Nas crianças pequenas e bebés tor- quios de mucosidade irritante e lac i- ciam também os seus bebés.
466
Quassia amara L
K) A a a n D
Preparação e emprego
Quássia
USO INTERNO
Digestiva e febrífuga
O Decocção ou maceração
de 5 a 10 g por litro de água,
de que se toma uma chávena
antes de cada refeição.
USO EXTERNO
5 Precauções
Outros nomes: pau-amargoso, pau-quássia,
quássia-amarga, quássia-amargosa: Brasil: morubá,
quina-de-caiena, quássia-do-surinan, pau-amarelo.
Esp.: cuasia, paio de cuasia, cuasia amara, cuasia
surinamense, quina de Cayena, copachtli, guavito.
Fr.: quassie-amère. Ing.: quassia. bitterash.
Doses altas produzem vómitos. Re- Habitat: Cresce espontânea e cultivada nas Artilhas, Guiana.
comenda-se evitar o seu uso em ca- Suriname e regiões tropicais da América Central.
so de úlcera gastroduodenal, e, pa- Descrição: Arbusto ou árvore da família das Simarubaceas, com
ra as mulheres, durante as regras flores vermelhas dispostas em cachos terminais.
(provoca cólicas uterinas). Partes utilizadas: a casca e a madeira do tronco e da raiz.
467
Rlbes mbrum L
«j L*J 4 a
Groselheira
Tonifica os órgãos
digestivos
E STE BELO arbusto faz lembrar, Habitat: Oriunda da Europa Central e do Partes utilizadas: os frutos (bagas).
à primeira vista, a videira, pelas
.suas folhas palmadas e cachos
de bagas pendentes, cie cor vermelha IJ? Preparação e emprego
e sabor agridoce, muito apreciadas
pelo seu sabor agradável e proprieda-
des estimulantes. O As groselhas podem comer-se frescas, em compota, xarope ou sumo,
sem qualquer limite além daquele que é ditado pelo apetite.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: OS fru-
tos contêm ácidos orgânicos, açúca- «A»-
res, mucilagem e vitamina C. Têm
propriedades aperitivas, digestivas,
depurativas, diuréticas c laxantes. Os
V Groselheira-negra
ácidos orgânicos que contêm (málico,
cítrico e lartárico), estimulam as se- A groselheira-negra (Ribes nigrum nóides de acção diurética, anti-
creções do estômago e intestinos, fa- L.)* distingue-se da vermelha preci- -inflamatória e anti-reumática.
cilitando e tonificando iodo o proces- samente porque os seus frutos ma- Usam-se em caso de reumatismo,
so da digestão. duros são negros. As bagas da gro- gota, excesso de ácido úrico e litía-
As groselhas IOI tornam-se muito selheira-negra têm as mesmas pro* se renal (cálculos nos rins), em for-
adequadas nos casos de priedades que as da vermelha e até ma de infusão (30 g por litro de
apresentam uma percentagem maior água), da qual se tomam 3 cháve-
• inapetência (falta de apetite), de vitaminas e minerais. nas diárias.
• convalescença de doenças febris e
Da groselheira-negra também se
infecciosas,
usam as folhas, que contêm flavo- * Esp.: grosellero negro.
• reumatismo e gota, e
• cálculos renais.
468
Robinia
pseudoacacfaL !\
maaa
Acácia- Preparação e emprego
USO EXTERNO
469
Santolina
chamaecyparissusL oj J J
Preparação e emprego
Abrótano- U S O INTERNO
USO EXTERNO
470
Sidentís angustífolia
Lagasca
£"\
UJ Í Q Q Q
Preparação e emprego
Siderita
USO INTERNO
Pouco conhecida, O Infusão com 30-40 g da
mas eficaz como planta num litro de água, da
qual se tomam 3 ou 4 cháve-
digestiva e vulnerária nas diárias.
USO EXTERNO
© Compressas, empapadas
na mesma infusão de uso in-
terno. Fixam-se sobre a pele
afectada mediante uma ligadu-
ra suave, e renovam-se cada 3
ou 4 horas.
€) Lavagem das zonas afecta-
das com esta infusão.
A
SIDERITA é muito apreciada
no Leste e no Sul de Espa-
nha, o n d e o seu e m p r e g o se
estendeu rapidamente nas últimas dé-
M»
cadas.
Começou a ser usada em veteriná-
ria, para c u r a r os a n i m a i s feridos, e
SÃO tais os resultados conseguidos q u e
se tornou de uso c o m u m e n t r e os
camponeses e criadores de g a d o das Outros nomes:
regiões espanholas do Mediterrâneo. Esp.: rabo de gato, siderilide [de
hoja estrecha], rabogato. hierba
PROPRIEDADES E I N D I C A Ç Õ E S : Con- terral, zaharena.
tém uma essência com p r o p r i e d a d e s Habitat: Encostas incultas e baixas
antibióticas, assim c o m o ilavonoidcs da costa mediterrânica espanhola,
desde Tarragona até Málaga.
de acção anti-inllamatoria. Usa-se in-
ternamente, com muito b o n s resulta- Descrição: Planta de base lenhosa.
dos nas dispepsias, gastrites e úlceras da família das Labiadas, que atinge
de 20 a 50 cm de altura. Dos seus
gastroduodenais IOI. Possui uma in- raminhos erectos nascem umas
tensa acção anti-inflamatória sobre o flores de tom amarelo-limão.
aparelho digestivo. Partes utilizadas: as sumidades
A sua aplicação mais c o m u m é a floridas.
vulnerária: cicatriza as feridas e cura
as contusões com uma rapidez assom-
brosa. V. útil em toda a espécie de es-
íoladelas. golpes, feridas (infectadas
ou não), úlceras cutâneas c infecções
da pele I©.©].
471
Syringa vulgaris L
3 U
Preparação e emprego
Lilás
USO INTERNO
Belo, amargo O Infusão de 30 g de folhas,
e medicinal casca ou frutos, num litro de água,
da qual se tomam 3 chávenas diá-
rias. Quando interesse obter um
efeito febrífugo, prepara-se a in-
fusão unicamente com a casca.
D IZ UMA LENDA á r a b e q u e a
Providência pôs d i a n t e de nós
as formosas flores do lilás, q u e
só duram algumas horas sem mur-
char, para q u e meditemos no carácter
Outros nomes: lilaseiro.
Esp.: lilo, //7a. Fr.: lilás.
Ing.: lilac.
e f é m e r o d a beleza h u m a n a . Foram Habitat: Oriundo do irão e da
precisamente os Árabes q u e , no sécu- Turquia, mas cultivado como
lo X, introduziram este arbusto em Es- planta ornamental e aromática
em diversas zonas de clima
panha, de o n d e se difundiu pelo res-
temperado da Europa e da
to da E u r o p a , e, a partir do século América.
XVI. para o c o n t i n e n t e a m e r i c a n o .
Descrição: Arbusto florido
muilo alraeníe, da família das
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS fo- Oleáceas, que pode medir de 1
lhas, a casca e os frutos contêm um gli- a 5 m de altura. As suas flores
CÓsido e uma substância muito amar- estão reunidas em ramalhetes
muito vistosos, e exalam um
ga conhecida c o m o siríngopicrína, se- aroma muito intenso.
m e l h a n t e à quinina, aos quais se de-
Partes utilizadas: as folhas, os
vem as suas propriedades:
frutos e a casca.
• Tónico estomacal, digestivo, aperi-
tivo c adstringente: R e c o m c n d a - s e
para combater as digestões pesadas e
a flatulência intestinal IO).
• Febrífugo c sudorífico: Especial-
m e n t e a casca. R e c o m e n d a - s e em
caso de gripe ou de afecções febris
IOI.
• Anti-reumático: O lilás é de g r a n d e
eficiência nos ataques de gota, c o m o
ami-inilamaiório IOI.
472
Teucrium
chamaedrysL O! âi j 3
Preparação e emprego
Maro
A CARVALHINHA é u m a da.s
plantas q u e crescem nos pe-
dregais e nas fendas dos mu-
ros velhos, adornando-os com um sua-
ve tom de p ú r p u r a . Deve o seu n o m e O maro {Teucrium marum L ) \
latino a Teucro, príncipe de Tróia. An- pertence ao mesmo género da
tigamente atribuíram-se-lhe, sem fun- carvalhinha, à qual se assemelha
d a m e n t o , muitas virtudes, c o m o , p o r na sua composição e proprieda-
exemplo, a de curar a gota. Os médi- des. Embora seja originário do
cos do i m p e r a d o r Carlos I de Espan- continente europeu, encontra-se
ha receitaram-lhe c a r v a l h i n h a para naturalizado em regiões tempe-
lhe c u r a r a gota, m a s falharam. De- radas da América Central.
pois disso, o imerecido prestígio des-
Usa-se como digestivo e como
ta planta, c o m o r e m é d i o p a i a quase tonificante em caso de astenia,
iodos os males, decaiu até aos nossos tendência para o desmaio e hi-
dias. potensão arterial (tensão baixa).
A infusão prepara-se com 10-15
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Con- g por litro de água, tomando-se
tém um óleo essencial, taníno e prin- até 5 chávenas por dia.
cípios amargos. C o m o todos os amar-
' Esp.: maro.
gos, tem um efeito tonificante na di-
gestão, e é t a m b é m colagoga (favore-
ce os esvaziamento da vesícula biliar).
Utiliza-se c o m o aperitivo e corno to-
nificante do estômago IOI. Além dis-
so, ajuda a eliminai - as flatulências
(excessos de gases no tubo digestivo). Outros nomes: camédrios, erva-carvalha,
erva-carvalhinha. carvalho-pequeno. Brasil:
têucrio.
O Licor de carvalhinha
Esp.: camedrio, germandrina, encinilla,
carrasquilla, hierba lercianera, pata de gallo,
sanguinária. Fr.: germandrée, petitchêne.
Ing.: [chamaedrys] germander, wall germander.
A carvalhinha também se emprega em Habitat: Terrenos calcários e pedregosos da Europa. Foi
exportada para o continente americano, embora seja ali
maceração alcoólica (licores e vin- pouco conhecida.
hos aperitivos), mas não a recomen- Descrição: Planta da família das Labiadas, de 10 a 30 cm de altura. O
damos assim, já que os evidentes
caule e a face inferior das folhas acham-se cobertos de pêlos. As flores sào de
efeitos negativos do álcool são supe- cor púrpura e crescem ao longo do caule.
riores a todos os possíveis benefícios Partes utilizadas: as flores e as folhas.
da planta.
473
Trigonella
foenum-graecumL >
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474
Verónica
offttinallsL. ê% ftJ «
Preparação e emprego
USO EXTERNO
© Compressas: Preparam-se
com uma decocção de 30-40 g
por litro de água. Deve ferver du-
rante 10 minutos. Aplicam-se di-
rectamente sobre a pele.
O Loções com esta mesma de-
475
PLANTAS PARA O INTESTINO
SUMÁRIO DO CAPÍTULO
J
DOENÇAS E APLICAÇÕES Vermes intestinais,
Antidiarràcos, plantas 480 ver Parasitas intestinais 486
Atonia intestinal 485
Cólica intestinal 483 PLANTAS
Colite 482 Alfarrobeira 497
Cólon irritável 483 Alfanobeira-das-antilhas 497
Diarreia, ver GastreníerUe 481 Alfanobeira-negia 497
Disbacteriose intestinal 479 Amieiro 487
Disenteria 482 Amieiro-negro 526
Espasmo intestinal, Amieiro-rubro 488
ver Cólica intestinal 483 Anona 489
Fermentações intestinais 479 lialsamita 537
Flava intestinal, alterações, Beldroega 518
ver Disbaderiose intestinal 479 Bons-dias 491
Gases intestinais 478 Briónia 490
Gastrenterite 481 liriánia-branca 490
Há plantas medicinais Intestino, alterações da flora, Canafishda 494
muito eficazes como ver Disbacteriose intestinal 479 Cáscara-sagrada 528
laxantes e como Intestino, atonia 485
adstringentes. Outras. Castanheiro 495
como a maçã, normalizam o
Intestino, eólica 483 Cinco^m-rama 520
trânsito intestinal. fn tesíin o, espas mo, Cinco-em-rama-americana 520
ver Cólica intestinal 483 Colútea 498
Intestino, fermentações 479 Coronilha-de-frade 503
Intestino, gases 478 Corrida 491
Intestino, lombrigas, Epilóbio 501
ver Parasitas intestinais 486 Epilóbio-peludo 501
Intestino, parasitas 486 Erva-dos-vemes = Tanaceto 537
Intestino, vermes, Espinheiro-cerval 525
Ter Parasitas intestinais 486 Faia 502
Laxantes, plantas 484 Feto-macho 500
Lombrigas, ver Parasitas intestinais . .486 Fràngula = Amieiro-negro 526
Parasitas intestinais 486 Globulária 503
Plantas antidiarreicas 480 Goiabeira 522
Plantas laxantes 484 Jalapa 499
Plantas purgativas 477 falapafalsa 499
Prisão de ventre 485 Labaça 532
Purgativas, plantas 477 Linho 508
476
IDE PELAS PLANTAS M E D I C I N A I S
V
2 " Parte: D e s c r i ç ã o
J
Linho-bravo 509 Ruibarbo-das-hortas 530
Linho-das-pradarias 509 Ruibarbo-pahnado 530
LmJuhfmrgante 509 Snlepeirn-tnaior * Saliriào-macho . . . . 512
Macieira 513 Salgueirinha 510
Malva 511 Salicária • Salgiteitinha 510
Nogueira 505 Sa /igu issorba-ofián a l
Nogveira-prela 506 = Pimpinela-oficinal 534
Norca-branca = Bruma 490 Satirião-macho 512
Orelha-de-lebre = Pilosela 504 Sene-da-tndia 492
Paciência-dos-jardins = Labaça 532 Sene-americano 493
Pau-rosa-das-canárias 491 Sene-de-alexandria 493
Pereiro = Macieira 513 Sene-de-espanha 493
Pilosela 504 Sorvara 535
Pimpinela-menor 533 Tamarindeiro 536
Pimpinela-oficinal 534 Tanaceto 537
Podofilo 517 Tormentila 519
Rabáfbaro 530 Tramazeira 535
Rícino 531 Zaragatoa 515 As sementes do linho (pág.
Romãzeira 523 Zaragatoa-arenária 515 508) são um dos laxantes
mais eficazes e seguros.
Ruibarbo 529
T
ODO o canal do intestino é
Plantas purgantes sensível à acção das plantas me-
dicinais. São dois os principais
efeitos que estas exercem sobre
a mucosa intestinal:
São plantas que provocam uma eva-
cuação diarreica. Exercem uma acção la- • Laxantes e purgantes: Facilitam ou ace-
xante muito intensa, geralmente acom- leram o trânsito intestinal. As plantas la-
panhada de irritação do intestino. De- xantes são também emolientes, isto é,
vem-se usar com prudência, e é reco-
suavizastes da mucosa intestinal.
mendável a consulta médica para des-
pistar Qualquer causa de prisão de ventre • Adstringentes: Secam e conslringem a
devida a alguma oclusão intestinal mecâ-
nica (tumor, volvo ou torção intestinal,
pele e as mucosas. Ao diminuir a se-
etc-h em cujo caso são contraindicadas. creção das mucosas, exercem uma acção
antidiarreica. Também coagulam os pe-
quenos vasos sangrantes (acção anti-
Planta Pág. Parte Utilizada •hemorrágica).
Lírio 315 Rizoma Quase todas as plantas adstringentes de-
Bons dias 491 Raiz, folhas vem a sua acção aos taninos que contém.
Sene-da-india 492 Folhas, sementes
Os taninos coagulam as proteínas das cé-
lulas superficiais, com o que secam, endu-
Jalapa 499 Raiz
recem e desinflamam a pele e as mucosas.
Globular ia 503 Folhas
Espinheirocerval 525 Frutos
A maior pane das plantas medicinais
que actuam sobre o intestino têm a capa-
Amieiro-negro 526 Casca
cidade de regular o trânsito intestinal,
Cãscarasagrada 528 Casca pondo o organismo nas melhores con-
Ruibarbo 529 Rizoma dições para que a cura seja completa, e
Rícino 531 Sementes, folhas não meramente sintomática. E não es-
queçamos que, para o tratamento das
Aloés 694 Sumo das folhas
afecções intestinais, é necessário, além dis-
Açafroa 751 Frutos so, seguir um regime alimentar adequado.
477
C a p . 2 0 : PLANTAS PARA O I N T E S T I N O
478
A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S
2 " Parte: D e s c r i ç ã o
DlSBACTERIOSE INTESTINAL ALHO por) Equilibra a flora intestinal. Cru, extractos, decocção
Respeita a flora saprófita normal de dentes de alho
No intestino grosso existe normalmente
uma grande quantidade de microrganis- Trava o desenvolvimento excessivo
mos bacterianos, que constituem a flora ARANDO Sumo fresco ou decocção de frutos,
260 dos colibacilos causadores de infusão de folhas
intestinal. Estas bactérias desempe- disbacteriose intestinal
nham diversas funções insubstituíveis no -
processo digestivo, além de produzir CEBOLA
204 Re6ula a flora intestinal, travando Crua, sumo fresco, cozida ou assada
certas vitaminas, como a K. os processos de putrefacção
Devido à acção dos antibióticos, espe-
cialmente quando são ingeridos por via EUCALIPTO 304 Absorve as toxinas intestinais Carvão da madeira
oral, ou como consequência de colite,
a flora intestinal pode alterar-se: uns ti- FAIA ego Adsorvente, desinfectante, combate Carvão da madeira
pos de bactérias predominam sobre ou- fermentações e gases intestinais
tras, e algumas podem diminuir ou até CINCO-EM-RAMA 520 Adstringente, anti-séptica Decocção de rizoma e raiz
desaparecer.
Esta alteração da flora é conhecida CHOUPO-NEGRO 760 Adsorve as toxinas digestivas Carvão da madeira
como disbacteriose intestinal, e pode
ser resolvida com a ajuda destas plantas
-jcn Combate as putrefacções intestinais Infusão de sumidades floridas,
medicinais. TOMILHO
por desequilíbrio da flora intestinal essência
479
1 C s p . 2 0 : PLANTAS PARA 0 I N T E S T I N O
Plantas antidiarreicas
São plantas que detém as diarreias. A sua acção produz-se por um ou vários dos seguintes
mecanismos: adstringente, absorvente ou adsorvente, anti-séptico e antiespasmódico in-
testinal (relaxam a musculatura do tubo digestivo)-
Mandioca Salgueiro-
460 Raiz -branco 676 Casca, folhas, flores
Epilóbio 501 Flores, raiz Rosa-canina 762 Folhas, raiz A faia (pág. 502) proporciona
uma madeira muito apreciada,
Faia 502 Madeira (carvão), casca Framboeseiro 765 Folhas, flores pelo carvão de acção
antidiarreica e antitóxica que
Pilosela 504 Toda a planta Tomilho 769 Toda a planta dela se obtém.
480
A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S
2 J
Parte: D e s c r i ç ã o y
PIMPINELA-
533 Adstringente, hemostática Brotos crus, decoccão de raiz
-MENOR
481
I C a p . 2 0 : P L A N T A S PARA 0 I N T E S T I K I
CHOUPO-
-NEGRO
760 Adsorve as toxinas digestivas Carvão da madeira
198
DISENTERIA
É uma diarreia acompanhada da •— %S28&M**a Decocção de rizoma
8fsfor(a
ALGODOEIRO 710 Emoliente, anti-inflamatório Infusão de flores e folhas
482
* SAIOE ptus Í U K U S HEOICUUIS
2 " Parte: D e s c r i ç ã o
CÓLON IRRITÁVEL VALERIANA 172 Equilibra o sistema nervoso vegetativo Infusão, maceração ou pó de raiz
Afecção do cólon de origem nervosa, i
caracterizada por transtornos funcio- ABRUNHEIRO- Laxante suave, antiespasmódico,
nais tais como mudanças bruscas entre . BRAV0 372 relaxa a musculatura do intestino Infusão de flores
prisão de ventre e diarreia, espas- grosso
mos e flatulências.
Além destas plantas, podem usar-se to- PAPAIEIRA 435 bonifica o aparelho digestivo e Frutos
das as que vêm mencionadas na normaliza o funcionamento do intestino
secção "Nervosismo e ansiedade" (ver
pág. 140).
635 Slr6SS e
ROSEIRA idosos ° S deseqUÍIÍbrÍ0S Infusão de pétalas
463
1 C a p . 2 0 : P L A N T A S PARA O I N T E S T I N O
484
A S A L D E PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S
2 " Parte: D e s c r i ç ã o
AMIEIRO-
-NEGRO
526 Laxante suave. Não produz habituação Decoccão de casca
ATONIA INTESTINAL
frac ,ita a
Além de exercer uma suave acção la- FUNCHO 360 ' expulsão de gases intestinais, Infusão de sementes, essência
xante, estas plantas estimulam os mo- estimula os movimentos peristálticos
vimentos peristálticos do intestino, que
são os que fazem avançar as fezes no
seu interior.
Todas estas plan- CAMOMILA 364 Estimula a motilidade do tubo digestivo Infusão de capítulos florais
tas são especial-
mente indicadas
em caso de prisão
de ventre crónica, DENTE-DE- 297 Laxante suave e depurativo, útil em As folhas em salada, sumo fresco
de longa evolução, e -LEÃO caso de preguiça ou atonia intestinal ou infusão
rebelde a outros tra-
tamentos. Os resulta-
dos são lentos, mas CASCARA- r 9R Tonifica o intestino, purgante bem
eficazes. -SAGRADA
D
^° tolerado Pó ou infusão de casca
0 tratamento fitoterápi-
co deve ser acompa-
nhado de medidas físi- Pmr « • • R«fi Laxante suave e tonificante
cas (exercício, duches Cura de cerejas
CEREJ^RA 586 d o t u b o d i g e s t i v o
no ventre, etc.) e de
uma reeducação dos
hábitos defecatórios.
BOLSA-DE- coo Combate a preguiça intestinal u*,-s~ «i. „ i , « * ,
628
Deníe-de-teão -PASTOR que aparece nas doenças febris Infusão da planta
485
C a p . 2 0 : P L A N T A S PARA O I N T E S T I N O
/
486
Alnus glutinosa L
OJ *
Amieiro
Poderoso adstringente
e vulnerário
O S AUTORES da antiguidade
clássica desconheciam as va-
riadas propriedades medici-
nais do amieiro. Quem primeiro as
descobriu Foi Santa Hildegarda, aba-
dessa beneditina alemã do século XII,
que publicou dois interessantes trata-
dos sobre plantas medicinais.
Nos séculos XVUI e XIX, quando
as febres palustres faziam estragos e a Outros nomes: amieiro-vulgar, alno.
quinina importada da América era di- Esp.: aliso, aliso común, alno. Fr.: aulne [glutineux}. Ing.: {commonj alder.
fícil de conseguir, uiili/.ou-se com êxi- Habitat: Frequente nos bosques húmidos de toda a Europa temperada. Cresce
to corno febrífugo a casca de amieiro, esporadicamente nalgumas regiões da América do Norte.
a que se chamava a quinina europeia. Descrição: Árvore de folha caduca, da família das Betuláceas. que pode atingir 20 m
Actualmente, o amieiro continua a de altura. Tronco erecto, com casca gretada, de cor acinzentada. Folhas dentadas, de
ser usado em fitoterapia, além de ler cor verde-escura na parte superior e ciara na inferior. É uma árvore monóica, isto é,
muitas outras aplicações. A sua casca que tem numa mesma planta as flores masculinas, agrupadas em amentilhos de 6a 8
cm. e as femininas, formando pequenas pinhas de 1 a 2 cm.
utili/a-se para curtir o couro e a sua
serradura para defumar as carnes e os Partes utilizadas: a casca dos ramos jovens e as folhas.
peixes. A madeira é muito resistente
à água e praticamente imputrescível.
Com ela se fizeram algumas pontes
de Londres e de Veneza. Serve, além
disso, para confeccionar excelentes
12 Preparação e emprego
socos.
USO INTERNO -se localmente, quer como vulnerá-
PROPRIKDADKS E INDICAÇÕES: A CAS- rias (dentro das peúgas com a face
O Decocção: Prepara-se com 30-
CA tio amieiro é muito riea em tauino superior em contacto com a planta
-40 g de casca de ramos jovens, que
(até 20%). Contém ainda uma .subs- do pé), quer como anti-reumáticas
se fervem durante 15 minutos. Para
tância vermelha de tipo glicosídico, (cobrindo a zona dorida, depois de
uso interno, tomam-se 2 ou 3 chá-
emodina, e substâncias lipídicas. Pela venas diárias. se terem aquecido no fogão), ou co-
sua riqueza em taniuo, é um grande mo antilactagogas (sobre as ma-
adstringente, que seca e endurece as USO EXTERNO mas).
mucosas tanto em uso interno como © A mesma decocção é usada pa-
externo. Tem também propriedades ra bochechos e gargarejos, assim As folhas de amieiro devem aplicar-
febrífugas. E indicada nos seguintes como para compressas. -se verdes, sempre que seja possí-
casos: vel, especialmente quando se usam
© Cataplasmas: As folhas aplicam- como vulnerárias.
• Diarreias estivais, gastrenterites e
colites 101.
487
5VH
As folhas do amieiro
Amieiro-rubro prestam excelentes serviços
aos montanheiros que
conhecem as suas
propriedades vulnerárias.
Cofocam-nas bem
Na América do Norte é mais fre- espalmadas dentro das
quente encontrar-se o amieiro-rubro peúgas, com a face superior
(Alnus rubra L, também chamado em contacto com a planta
amieiro-de-oregon)* do que o vulgar. do pé. Deste modo aliviam
Ambas as espécies são muito próxi- o cansaço e evitam as
mas do ponto de vista botânico, e as escoriações, e até as curam
rapidamente q u a n d o já se
suas propriedades e aplicações tenham produzido.
medicinais praticamente idênticas.
' Esp.: aliso rojo.
488
Annona muricata L
Anona
Salutífera árvore
tropical
O
FRUTO desta árvore, conhe- Esp.: guanabano, guanabá, anona amarilla, anona de la índia, anona de México,
cido como anona, que chega cabeza de negro. Fr.: anone, cachiman épineux, [grand] corossol. Ing.: guanabana,
a pesar dois quilos, contém corossol. soursop [bush].
uma polpa esbranquiçada de- sabor Habitat: Oriunda das Antilhas e do México, e difundida nas regiões tropicais da
agradável, semelhante a da cherimó- América, da África e da Ásia.
lia ou fruia-do-conde (Anona cherimo- Descrição: Arvore da família das Anonáceas, de 6-8 m de altura, com um tronco
lia Miller), embora um pouco mais recto e de casca lisa. As folhas são grandes, lanceoladas, de cor verde intensa por
ácido. E muito apreciado pelas suas cima e esbranquiçada pela face inferior. O fruto é grande e coberto de bicos ténues.
propriedades medicinais e como ali- Partes utilizadas: os frutos, as folhas e as flores.
mento.
489
Bryonia dtofca Jacq.
j J
Preparação e emprego
Briónia
USO INTERNO
Um purgante drástico O Raiz: Tradicionalmente vinha
sendo usada como purgante drás-
usado noutros tempos tico, mas actualmente caiu em de-
suso por ter uma acção demasia-
do enérgica.
O
S BROTOS l e m o s desia plan-
ta, n a Primavera, p o d e m c o Outros nomes: briònia-dióica. norça-
mer-se c o m o espargos. Mas, •branca, erva-cobra, nabo-do-diabo.
muito cuidado! A raiz e os Irmos ver- Esp.: briónia, briónia dioica. nabo dei
melhos são venenosos. Estes persistem díablo, nuez negra, nueza [blanca},
até ao Outono, depois de ioda a plan- parra zarzalera. uva de lagarto, vid
ta se ter secado. Nem sequer as aves os blanca, vina blanca. Fr.: bryone
comem. Convém sabei distinguir a [dioiquej, vigne du diable. Ing.: (red)
bryony.
briónia da salsaparrilha, cujos Irmos,
esses sim, são comestíveis e medicinais Habitat: Comum em sebes e bosques
(pág. 592). Esta reconhece-se por ter do Centro e do Sul da Europa, em
especial perto das margens dos rios.
espinhos no caule e folhas em fornia Também se encontra no continente
de coração. americano.
Descrição: Planta trepadeira, da
P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : A raiz família das Cucurbitáceas, que chega a
da briónia é um n a b o muito g r a n d e , atingir 3 m de altura. As folhas têm 5
q u e c h e g a a atingir o t a m a n h o de lóbulos, e junto a elas nascem umas
gavinhas com que se agarra a outras
uma cabeça h u m a n a . E muito irritan- plantas e árvores. As flores são brancas
te para a pele. C o n t é m u m a resina e ou azuladas, e os frutos são umas
um alcalóide (a brionina), q u e fazem bagas vermelhas.
dela um p u r g a n t e drástico. Antiga- Partes utilizadas: a raiz.
m e n t e ulili/.ava-sc nos casos de con-
gestão ceiebral e hidropisia IOI, mas,
devido às diarreias q u e provoca, hoje
utilizam-se outros remédios mais sua-
ves. Briónia-branca
&
Precauções A briónia-branca (Bryonia alba L)"
ê outra espécie da mesma famí-
ia, com propriedades idênticas às
da briónia-dióica. Curiosamente,
As bagas vermelhas desta planta são é conhecida em Espanha como
muito tóxicas, e inclusivamente po- 'briónia blanca' e também 'vina ne-
dem tornar-se mortais. Em caso de gra', por ter flores brancas e fru-
intoxicação (improvável, devido a se- tos pretos.
rem muito irritantes e praticamente
não se poderem comer), é necessá- ' Esp.: briónia blanca.
rio provocar o vómito, administrar
carvão vegetal e transportar o doen-
te com urgência para um hospital.
490
Calystegia sepium
(L) R. Br. K lf
Bons-dias
Purgante enérgico,
mas bem t o l e r a d o
J
OI-IAN KUNZLE escreveu, fa-
lando da abundância desta
planta: «Devemos d a r graças a
Deus por ter posto literalmente
aos nossos pés um r e m é d i o tão valio-
so com esle.»
P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : Em to-
das as p a n e s da planta, e especial-
m e n t e na raiz, existe tanino e um gli-
cósido resinoso (a eonvolvulina), se-
m e l h a n t e na sua composição química
e nas suas p r o p r i e d a d e s ao q u e se ob-
tém da raiz d a j a l a p a (pág. 499). Tem
propriedades purgativas, colagogas e Sinonímia científica: Convoivulus sepium L.
t a m b é m coleréticas. Outros nomes: trepadeira, trepadeira-das-balsas, trepadeira-das-sebes, trepadeira-
• C o m o p u r g a n t e , actua energicamen- dos-tapumes.
te, mas sem produzir irritação nem vó- Esp.: correhuela mayor, carricillo, suspiro de monte, campanilla blanca, yedra
mitos. I n d i c a d a na p r i s ã o de v e n t r e campanilla. Fr.: [grandj liseron, liseron des haies. Ing.: [hedgej bindweed.
a g u d a !©.€>!.Pode administrar-se às Habitat: Muito frequente nos taludes e sebes de toda a Europa e América.
crianças. Descrição: Planta vivaz trepadora, da família das Convoívulaceas, cujos caules
• C o m o colagoga, facilita a evacuação chegam a ter 2,5 m de comprimento. As folhas são cordiformes, e as flores são
grandes e de um tom branco puro.
da bílis, e é indicada nos casos de in-
flamação ou c o n g e s t ã o h e p á t i c a , e Partes utilizadas: a raiz e as folhas.
nos transtornos do esvaziamento da
vesícula biliar IO.©l.
£%
"Al. Q Preparação e emprego yr Pau-rosa-das-canárias
Corriola
Nas ilhas Canárias existem duas
USO INTERNO espécies do género Convoivulus,
A corriola (Convoivulus arvensis L)* O Infusão com uma colherada que ali têm o nome vulgar de 'pa-
é um pouco mais pequena do que os de raiz ou de folhas trituradas por io de rosa' (Convoivulus floridus
bons-dias, mas possui praticamente cada chávena de água. Podem- L)* e de 'guaidil' (Convoivulus
as mesmas propriedades desta -se tomar até três chávenas por scoparius L). Obtém-se das suas
planta e é bastante frequente em Por- dia, adoçadas com mel. raízes uma essência, e possuem
tugal. Tem flores brancas ou rosadas, propriedades medicinais se-
© Pó: a dose normal é de 1 a 3 g
com cinco faixas longitudinais de cor melhantes às da bons-dias e da
diários, repartidos em três tomas.
mais intensa. corriola.
' Esp.: correhuela menor.
491
Cássia
angusíffoíía Vahl. K 3 .
Sene- Preparação e emprego
da-índia
USO INTERNO
O laxante por O Infusão: O pó dos foliolos de
excelência sene triturados utiliza-se em do-
ses de 1 a 8 g, tomados em in-
iusão à norte. Normalmente bas-
tam 2 ou 3 g para se obter um
efeito laxante. Para as crianças
492
* Outras espécies de sene Precauções
Além do sene-da-índia (Cássia angustifolia Vahl.),* que é o mais usado, existem ou-
tras espécies de propriedades semelhantes: o chamado sene-de-alexandria (Cássia
senna L. = Cássia acutifolia Del.),** o sene-de-espanha (Cássia obovata Colladon)"*
e o sene-americano (Cássia marylandica L)****. As propriedades e aplicações de
todos eles são as mesmas, se bem que apresentem, em relação ao sene-da-índia,
uma menor concentração de princípios activos.
' Esp.: sen de la índia.
" Esp.: sen de Alejandría.
'" Esp.: sen de Espana.
"" Esp.: sen americano.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS fo- sklo. A reacção química que se pro- • Laxante: Facilita a emissão de fezes
lhas e as sementes do sene contêm duz é a seguinte: senósido (glicósido) + moles, sem cólicas.
2%-3% de glicósiclos antraquinóni- enzima = genina (princípio activo) +
• Purgante: Provoca a evacuação de
cos, conhecidos como senósidos A e açúcar.
fezes líquidas diarreic as, acompanha-
B; também possuem mucilagens e lla- Os derivados activos dos senósidos das de contracções (cólicas).
vonóides, que colaboram na sua exercem a sua acção laxante por dois
acção laxante, e uma resina de acção mecanismos: O efeito laxante ou purgante ma-
irritante que pode provocar náuseas e nifesta-se a partir de (i ou 7 horas de-
vómitos em doses elevadas. 1° Estimulam a motilidade do intesti- pois de ter sido tomado; pode pro-
no grosso, aumentando os movimen- longar-se durante um ou dois dias, e
Os senósidos sào inactivos no seu es- tos pcristál ticos. Aumentam ainda,
tado natural. Passam sem se alterar não é seguido de prisão de ventre re-
embora com menos intensidade, o activa.
pelo estômago e são parcialmente ab- tono muscular do aparelho urinário e
sorvidos no intestino delgado, para do útero. Recomenda-se o seu uso em casos
depois serem eliminados com a bílis. de prisão de ventre produzida por
Quando chegam ao cólon são trans- 2" Diminuem a permeabilidade da viagens, mudanças de alimentação,
formados quimicamente pela acção mucosa intestinal, pelo que dificultam postp&rtume intervenções cirúrgicas
de umas enzimas produzidas pelas a normal absorção de água que tem IO.0.61. Torna se úiil para evitar es-
bactérias intestinais (glicosidases), lugar no intestino grosso. forços durante a defecação em do-
que libertam a genina (aglicona), Segundo a dose, o sene tem dois elei- entes hipertensos ou com angina de
princípio activo da molécula do senó- tos: peito.
493
Cássia fístula L
O •
Preparação e emprego
Canafístula
USO INTERNO
Um suave e apreciado O Polpa diluída: à razão de 30
laxante a 60 g por litro de água a ferver.
Coar e tomar uma ou duas chá-
venas pela manhã.
€) Polpa ingerida directamente:
Bastam 5 g para que se produza
um efeito laxante.
494
Castanea
saí/va Millor Ol *
Castanheiro
Corta a diarreia
e acalma a tosse
O
CASTANHEIRO é u m a árvo-
re o r i u n d a cia Ásia Menor,
que tem sido cultivada desde
tempos imemoriais. Foi trazida para a
Europa pelos Gregos e pelos Roma-
nos, c posteriormente foi levada para Sinonímia científica: Fagus castanea L, Castanea vulgaris Lam., Castanea vesca
o Novo Mundo. Gaertner
Outros nomes: castanheiro-comum.
O castanheiro n ã o t e m pressa de Esp.: castano [comúnj, castanero, regoldo. Fr.: chataignier [commun]. Ing.: sweei
crescei". Aos 25 ou 30 anos c o m e ç a a chestnut, [SpanishJ chestnut.
dar fruto, e atinge a maturidade a par- Habitat: Cria-se em terrenos graníticos ou xistosos de regiões montanhosas, mas
tir dos 100 ou 150 anos. Contam-se ca- não nos calcários. Encontra-se vulgarmente, tanto no Centro e no Sul da Europa
sos de castanheiros q u e viveram mais como na América.
Descrição: Árvore robusta e de tronco grosso, da família das Fagáceas, que atinge
de mil anos. Os seres h u m a n o s pas-
até 20 m de altura. As folhas, caducas, são lanceoladas e dentadas em serra;
sam rapidamente por esta vida... As ár- nascem uma a uma, e não em grupos de 5 como no castanheiro-da-índia. Os frutos,
vores vivem muito mais do q u e nós! as castanhas, alojam-se em grupos de 2 ou 3, dentro de uma carapaça espinhosa (o
Quando m e e n c o n t r o d i a n t e d e u m ouriço).
castanheiro, além de desfrutar da sua Partes utilizadas: a casca, as folhas e as sementes (castanhas).
agradável presença c da sua generosa
sombra, n ã o posso evitar u m a forte
sensação de p e q u e n e z p e r a n t e o seu
aspecto vetusto e majestoso. O Preparação e emprego
Quem n ã o se s e n t e a t r a í d o p e l o
aroma de umas c a s t a n h a s assadas?
Também nisto nos dá o c a s t a n h e i r o USO INTERNO © A s castanhas podem-se comer
uma lição de paciência: Os frutos ver- cruas, assadas ou cozidas. Para as
des acham-se p r o t e g i d o s p o r u m a crianças pequenas prepara-se uma
O Decocção com 50 g de casca tri-
couraça rodeada de espinhos, q u e pa- papa muito nutritiva com castanhas
turada e outros 50 g de folhas, por
recem avisar as pessoas e os animais bem cozidas e esmagadas.
cada litro de água. Também se po-
de que ainda não chegou o m o m e n t o de fazer só com folhas, caso em que
de abri-los. Só q u a n d o a castanha ti- se põem 100 g por litro de água. USO EXTERNO
ver a m a d u r e c i d o e estiver a p t a para Ferver durante 15 minutos. Filtrar e © Bochechos e gargarejos: Fa-
ser comida, se abre por si mesma a sua adoçar, de preferência com mel. To- zem-se com a mesma decocção
carapaça de aguilhões. mar três ou quatro chávenas por dia, descrita para o uso interno. No caso
até que desapareça a diarreia ou a de se querer adoçar, recomenda-se
P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : A CAS- tosse. a utilização de mel.
CA da árvore e, em m e n o r p r o p o r ç ã o ,
as FOLHAS, são muito ricas em tanino,
495
*
além de conterem açúcares, pectina, rebelde devida a irritação das vias res- tes, que neutralizam o excesso de áci-
óleo essencial e outros princípios ac- piratórias (acção béquica). A casca e dos no sangue e facilitam a sua elimi-
tivos. As suas duas propriedades mais as folhas do castanheiro também se nação pela urina, o que se torna es-
importantes são: usam com êxito no caso da tosse con- pecialmente útil a quem sofra de reu-
• Adstringente, isto é, secam e desin- vulsa. matismo por excesso de ácido úrico
flamam as mucosas. Por isso são mui- As CASTANHAS são ricas em glícidos (artritismo) e aos que consomem car-
to úteis para cortar as diarreias agu- (mais de 40%), e contêm pequenas ne em abundância.
das (Ol e para bochechar e fazer gar- quantidades, mas muito aproveitáveis, • Muito baixo conteúdo de sódio (1
garejos nos casos de inflamação da de gordura e proteínas, assim como mg por 100 g de parte comestível),
boca e da garganta l€)l. vitaminas A, li e C, e sais minerais. As e elevada proporção de potássio
• Antitússica: Tanto aplicadas local- suas propriedades mais interessantes (710 mg por 100 g). Por isso são
mente em gargarejos l€)l como em são 161: muito úteis na dieta rios hipertensos
forma de tisana 101, acalmam a tosse • Fornecem substâncias alcalinizan- c dos cardíacos.
496
Ceratonia slllqua L
Q| > • u a
Preparação e emprego
O FILHO p r ó d i g o , da parábola
do Evangelho, desejava e n -
e h e r o estômago com as alfar-
robas que se davam aos porcos q u e ele
apascentava.
farroba, meia hora antes de cada
refeição, tomada juntamento com
um copo de água.
497
Colutea
arborescens L li J i J
Preparação e emprego
Colútea
USO INTERNO
Laxante e diurético O Infusão com 100 g de colútea
suave por litro de água. Adoça-se com
mel e tomam-se 3 ou 4 chávenas
por dia, de preferência antes das
refeições.
Q
UANDO o vento sopra, as va-
gens da colútea agitam-se
unias comia as outras pro-
duzindo um ruído típico, que
se acredita ser capaz de afugentar os
lobos (daí o nome popular de espan-
ta-lobos).
Os grandes botânicos da antigui-
dade ignoraram esta planta, que não
convida a ser utilizada devido ao seu
cheiro nauseabundo e ao seu sabor
amargo. Actualmente emprega-se
pouco, ainda que continue a ter as
suas indicações como laxante suave.
498
Convolvulus
jalapaL !\ 91 D J J
Jalapa
Purgante drástico
mas bem t o l e r a d o
499
Diyopterís
fíllx-mas Schott . J
Preparação e emprego
500
Epilobium
angustífoilum L
ITS1
t_F| 8au
Preparação e emprego
USO EXTERNO
€) Bochechos e gargarejos: Fa-
zem-se com a mesma infusão que
se utiliza internamente.
Outros epilóbios
501
Fagus s//vaflca L.
V 1 *
Faia
O carvão da sua
madeira é m u i t o
medicinal
O
S FRUTOS da faia n ã o se de-
vem c o m e r em g r a n d e s quan-
tidades, pois q u e p a r e c e exis-
tir na sua casca q u a l q u e r substância li-
g e i r a m e n t e tóxica n ã o identificada,
que pode causar d o r de cabeça.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: O
CARVÃO vegetal obtido da madeira de
faia é excelente para combatei" as fer-
mentações e gases intestinais, as coli-
Preparação e emprego
tes c as diarreias, pelo seu p o d e r o s o Outros nomes: faia-europeia.
eleito a b s o r v e n t e e d e s i n f e c t a n t e Esp.: haya, coscojo, faya, fue.
IOI.Também se torna útil c o m o denti- USO INTERNO Fr.: hêtre [commun], fayard. Ing.:
frico e c o m o aniidoío universal contra O Carvão: Tomam-se 10-20 g do [commonj beech, European beech.
ioda a espécie de intoxicações (pág. carvão, até 5 vezes ao dia, dissolvido Habitat: Forma extensos bosques em
em água ou mastigado tal como se toda a Europa, excepto no litoral
305).
encontra. Em casos graves, podem mediterrânico. Naturalizada no
Da sua MADEIRA t a m b é m se extrai tomar-se até 100 g de uma só vez. continente americano.
o creosote, um expectorante e anti-sép- © Decocção da casca: 60 g de Descrição: Árvore de grande porte,
lico das vias respiratórias rico em gaia- casca dos ramos por litro de água. que chega a atingir 40 m de altura,
col, q u e e n t r a na composição de nu- É preciso deixá-la ferver até que o da família das Fagáceas. Os bordos
líquido fique reduzido a metade, e das suas folhas acham-se cobertos
merosos xaropes. de pequenos e suaves pêlos. Os seus
tomam-se 2 ou 3 chávenas por dia.
A CASCA c o n t é m a b u n d a n t e s tani- Como vermífugo, tomam-se, du- frutos têm alguma semelhança com
nos. V. a d s t r i n g e n t e ( r e c o m e n d a d a rante 5 dias, 2 chávenas por dia, as castanhas.
em diarreias e disenterias), vermífuga em jejum. Partes utilizadas: A madeira e a
(faz expulsar os parasitas intestinais) casca dos ramos.
e tonificante i€)i.
502
Globularia
vulgarísL. JJ
Preparação e emprego
Coronilha-de-frade
N A ANTIGUIDADE clássica,
esta planta era conhecida
como "erva terrível", porque
se confundia com o sene (pág. 492),
de poderoso efeito laxativo. Sabemos Dentro do género botânico Glo-
hoje que 0 sen eleito n ã o é ião imen- bularia existe uma outra espé-
so como o do sene, e m b o r a se conti- cie muito semelhante à globu-
nue a usar a globularia c o m o laxante. lária-vulgar, ou seja a Globula-
ria alypum, a que também se
chama globularia, mas que é
PROPRIEDADES E I N D I C A Ç Õ E S : T o d a a
igualmente conhecida como
planta contém um glicósido, a globu- coronilha-de-frade." Esta outra
linarina, a q u e se deve a sua a c ç ã o planta, à semelhança da Glo-
purgativa, assim c o m o heterósidos, ta- bularia vulgaris, também tem
nino, resina e vitamina C. Além do as flores azuis, embora as fo-
seu efeito purgante, bastante enérgico, lhas sejam mais pequenas e
é colagoga (facilita o esvaziamento da cresçam ao longo do caule. As
vesícula biliar), sudorífica e ligeira- propriedades medicinais de
mente estimulante. ambas as espécies são prati-
Emprcga-se em casos de prisão de camente as mesas.
ventre crónica tOl.cjuando d e i x a m de * Esp.: coronilla de fraile.
fazer efeito outros laxantes mais sua-
ves.
503
Hieradum
iL
Pilosela
Adstringente, diurética
e antibiótica
O
USO da pilosela, apesar de re-
m o n t a r à Idade Média, n ã o se
e n c o n t r a m u i t o divulgado,
talvez devido a q u e , u m a vez seca, a
planta p e r d e as suas virtudes medici-
nais.
Outros nomes: Piloseia-das-
P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : Con- -farmácias, pilosela-das-boticas,
tém uma g i a n d e q u a n t i d a d e de tani-
no, q u e a torna fortemente adstringen-
te; flavonóides; um óleo essencial, de
orelha-de-lebre. Brasil: orelha-de-rato,
morugem.
Esp.: vellosilla, pelosilla, pilosela,
O Preparação e emprego
propriedades diuréticas e depurati- hierba de la salud. cerrillejo, oreja de
ratón. Fr.: piloselle. épervière, oreille
vas; mucilagens, de a c ç ã o anti-infla- de souris. Ing.: mouse ear USO INTERNO
matória; e uma substância cumarínica [hawkweed], pilosella.
derivada d a u m b e l i i é r o n a ; d e acção Habitat: Prados e clareiras de O Infusão com 50-60 g de plan-
antibiótica- Tem as s e g u i n t e s indi- bosques de toda a Europa, excepto da ta fresca por litro de água, de que
cações: costa mediterrânica. Difundida pela se tomam de 3 a 5 chávenas diá-
costa atlântica da América do Norte. rias adoçadas com mel.
• Diarreias e disenterias: Detém as de- Descrição: Planta vivaz da família das
fecações sanguinolentas IOI. Compostas, com uma roseta de folhas
USO EXTERNO
pubescentes na sua base, de cujo
• Edemas, nefrose ( a l b u m i n ú r i a ) , in- centro sai um caule desprovido de © T a m p õ e s nasais: Fazem-se
suficiência renal: Além de a u m e n t a r folhas, de 10 a 20 cm de altura, com uma gaze ou algodão embe-
o volume de urina, favorece a elimi- terminando num capítulo floral bido na infusão descrita para uso
nação da ureia e d e s i n í l a m a os rins amarelo.
interno, mas mais concentrada
IOI. Partes utilizadas: a planta inteira, (100-150 g por litro).
fresca.
• Hemorragias: A sua forte acção ads-
tringente faz que, aplicada localmente,
d e t e n h a as hemorragias nasais IOI. To-
m a d o internamente, em infusão, tam-
bém se usa contra as menstruações ex-
cessivas 101.
• Brucclosc: Os seus princípios anti-
bióticos actuam selectivamente contra
a BnurUn mrllitrnsis, bactéria causado-
ra da brucclosc ou febre de Malta IOI.
Comprovou-se q u e o g a d o q u e pasta
nos p r a d o s o n d e a b u n d a a pilosela
não sofre de brucelose. Reduz a febre
e faz cessar a s u d a ç ã o característica
desta d o e n ç a . Deve ser t o m a d a d u -
rante vários meses.
504
Nogueira
Desinflama a pele
e as mucosas
505
«Al*
A nogueira é uma
Nogueíra-preta árvore toda eta
medicinal. As suas
folhas são
adstringentes, anti-
-sépticas e
hipoglicemiantes; as
A nogueira-preta (Juglans nigra L.)* nozes destacam-se pelo
seu requintado sabor e
é originária do norte do Novo Mundo
excelentes propriedades
e pouco cultivada em Portugal. Ca- nutritivas. Hoje está
racteriza-se por ter a casca rugosa e provado que, em lugar
de cor escura ou negra. de fazer aumentar o
As suas propriedades são seme- colesterol, como antes
lhantes às da nogueira europeia. se pensava, fá-lo
diminuir.
Além da casca das suas nozes ver-
des e das folhas, usa-se também a
casca da árvore em decocção (30-
-40 g por litro de água) como ads-
tringente. As indicações da de-
cocção são as mesmas já descritas
da nogalina e das folhas da noguei-
ra (Juglans regia L).
* Esp.: nogal americano.
lí preciso lembrar que a noz é o en- IO). A sua acção tonificante sobre os • Transtornos ginecológicos: A Icu-
docarpo ou o caroço do fruto, e que órgãos da digestão manifesta-se por correia (corrimento branco), a cervi-
o seu interior comestível é a semente. um aumento do apetite, uma maior cite ou colpite (inflamação do colo do
O perícarpo ou casca das nozes ver- rapidez de passagem dos alimentos útero) e as úlceras do colo do útero
des, conhecido como NOGALINA, é a pelo estômago, e uma maior secreção constituem a aplicação mais importan-
parte exterior do fruto, carnuda e ver- de bílis e suco pancreático. Os dis- te da nogueira. A sua acção anti-infla-
de, a qual, embora não seja comestí- pépticos, inapetentes e convalescen- matória e anti-séptica é muito eficaz
vel, também é, juntamente com as fol- tes conseguirão melhorar com o seu quando se administra em forma de
has, usada em fitoterapia pelas suas uso. irrigação vaginal 101. Mas, atenção!
propriedades medicinais.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: As
FOLHAS e a NOGALINA (cascas verdes
dos frutos) contem abundante!» tani-
O As nozes e o colesterol
nos de tipo gálico e catéquicos (9%-
-11%), que lhe conterem a sua pro-
priedade fortemente adstringente; as-
A 4 de Março de 1993, a prestigiosa re- Apesar de as nozes conterem até 60%
sim como derivados quinónicos, dos
vista médica New England Journal of de gordura, esta é formada na sua maior
quais o mais importante é ajuglona, parte por ácidos gordos polinsaturados
substância amarga que, juntamente Medecine publicava os resultados de
(sobretudo o linoleico e o linolénico), nu-
com a vitamina C e os ácidos orgâni- uma investigação levada a cabo pelo
ma proporção sete vezes maior do que
cos, explica as suas propriedades antí- doutor Joan Sabaté, na Escola de Saú- a de ácidos gordos saturados.
-septicas, cicatrizantes, tonificantes, de Pública da Universidade de Loma
vermífugas e hipoglicemiantes. Veja- Linda (E.U.A.), na qual demonstrava que As últimas investigações mostram co-
mos as suas principais aplicações: o consumo regular de nozes reduz o ní- mo os ácidos gordos insaturados, que
vel de colesterol no sangue. Desta for- se encontram sobretudo nos vegetais,
• Transtornos digestivos: A sua inten-
sa acção adstringente faz que as fo- ma se evidenciava a falta de fundamento exercem um efeito redutor sobre a pro-
dução de colesterol. Deste modo, o con-
lhas de nogueira e a nogalina (casca de algumas dietas contra o colesterol, sumo de nozes e de outros frutos se-
verde) se tornem úteis em lodos os nas quais se suprime o consumo de no- cos, não só não produz colesterol, co-
casos de diarreia, gastrenterite, coli- zes e de frutos secos. mo ainda o reduz.
te, desarranjo intestinal e flatulências
506
Está perfeitamente provada a
eficácia das irrigações vaginais
com uma decocção de foJhas de
nogueira, para o tratamento das
vaginites e de outras infecções
do aparelho genital feminino.
507
Unum
usitatissimum L Kl & A e
Preparação e emprego
508
As cataplasmas quentes de farinha
de linhaça são um remédio
tradicional, de provada eficácia
resolutiva, sedante e anti-
-inflamatória. Tornam-5e de grande
utilidade no tratamento de
abcessos, furúnculos e picadas de
insectos.
Também se empregam em caso de
regras dolorosas, cólicas renais ou
intestinais, e bronquites.
«Av
509
Lythrum
salicária l. «
Preparação e emprego
USO EXTERNO
@ Loções e compressas com
uma decocção de 100-150 g por
litro.
€) Lavagens e irrigações vagi-
nais com esta decocção.
510
Malva sllvestris L
hl \ú\ M •
Preparação e emprego
USO EXTERNO
© Infusão ou decocção: A mes-
ma que se aplica em uso interno,
mas um pouco mais concentrada,
também se utiliza externamente
em gargarejos, irrigações vagi-
nais, clisteres, e compressas
511
OrcWsmascuteL ' \ j \ -l(fi>
(.) d I
Preparação e emprego
512
Plrus malus L
& i*
Macieira
Compêndio de virtudes
medicinais
A MAÇA c cm si m e s m a um
c o m p ê n d i o de virtudes medi-
cinais, conhecidas desde tem-
pos muito antigos. Salienlam-se as
suas propriedades digestivas, q u e a es-
cola médica de Salermo, nos séculos
X a XIII, na Itália, descrevia com o se-
Outros nomes: maceira, maçãzeira, pereiro.
guinte aforismo, s e g u n d o c k a Messc-
Esp.: manzano, manzanal, manzanera, pomera, camueso, maguillo, maguillo, maillo,
gué: Posl (riram do potum, post pomum pêro, perón. Fr.: pommier. Ing.: apple tree.
vnde encatum. (Depois da maçã, chichi; Habitat: Oriunda da Ásia Ocidental e amplamente distribuída por todo o mundo,
depois da fruta, caca). tanto cultivada como silvestre (Malus silvestris Miller). Prefere os climas frios e as
regiões continentais e nortenhas.
O d o u t o r Ernst S c h n e i d e r c u r o u
Descrição: Árvore da família das Rosáceas, de médio porte, com flores brancas e
casos graves de disenteria d u r a n t e a
frutos carnudos, de que se conhecem mais de mil variedades.
segunda g u e r r a m u n d i a l , exclusiva-
Partes utilizadas: os frutos, a casca e as flores.
mente com dieta de maçãs, à falta de
outros tratamentos. Descobriu e n t ã o
as extraordinárias p r o p r i e d a d e s cura-
tivas deste n o b r e fruto, cuja árvore é,
toda ela, medicinal. A m a ç ã é o ali- l£ Preparação e emprego
metito-remédio por excelência.
513
o Curas de maçãs
si n flama r e secar a sua mucosa. São co, da ureia c de outros resíduos do conteúdo em fósforo. E muito reco-
úteis em todo o tipo de diarreias, quer metabolismo, pelo que é boa para os mendável em caso de excitação, ner-
sejam leves quer complicadas com co- artríticos, reumáticos, gotosos, e vosismo, stress e fadiga mental IO.©.
lites, ou disenteria (emissão de fezes quem sofra de cálculos urinários 01. O efeito é suave e lento, mas se-
com muco e sangue). Dão bons re- IO,0,0I guro.
sultados nas enlerocolites produzidas A maçã é um alimento-remédio ideal
Pelo seu baixo conteúdo em sódio
por alimentos em mau estado (toxi- em todas as doenças crónicas como:
(sal), as maçãs recomendam-se na die-
-infecçÕes alimentares), produzidas afecções digestivas e respiratórias, ar-
ta dos hipertensos, juntamente com o
frequentemente pelo microrganismo teriosclerose, artritismo, hepatopaiias
arroz (dieta de Kempner), com o que
Salmomdla lOl. São muito recomendáveis (afecções do fígado), afecções renais,
se obtém muito bons resultados na
nas gastrenterites infantis. obesidade, cardiopatias (afecções do
descida da pressão arterial e na re-
• Laxante: Curiosamente, a maçã tem dução dos edemas por retenção de lí- coração), hipertensão. Muito reco-
um eleito regulador sobre a Hora e o quidos (ver nesta mesma página o mendável para atrasai o processo do
peristaltismo intestinal, que lhe con- quadro "Curas de maçãs"). envelhecimento IO.0.0I.
fere propriedades aparentemente • Hipolipemiante: A pectina da maçã A DISCA DA MACIEIRA é tonifican-
contraditórias (antidiarreica e laxan- absorve os sais Ilibares no intestino, te, febrífuga e adstringente.Já foi usa-
te): Tomada pela manhã, em jejum, com o que diminui uma das matérias da em substituição da quinina. Ac-
dá bons resultados na prisão de ven- primas a partir das quais o organismo tualmente eniprega-se em doenças in-
tre crónica ou habitual 10,01. produz o colesterol. Para se obterem fecciosas como febrífugo e tonifican-
resultados é necessário comer duran- te, assim como na fase de convales-
• Diurética e depurativa: Pela sua ca-
te longos períodos (mais de três me- cença IOI.
pacidade de absorver as toxinas intes-
ses), duas ou três maçãs por dia IO), As FOLHAS e as FLORES da macieira
tinais, dá também bons resultados nos
além de seguir outras medidas dietéti- são muito diuréticas e recoincndam-
eczemas crónicos da pele, que em cer-
cas conln\ o excesso de colesterol. -se no caso de cálculos renais ou de
tas ocasiões se devem a uma auto-in-
toxicação do organismo. A maçã tam- • Tonificante e cquilibradora do sis- areias, de nefrile (inflamação dos
bém facilita a eliminação do ácido úri- tema nervoso: Talvez devido ao seu rins) e de hipertensão arterial 101.
514
Plantago
psyillum L e IÉ
Preparação e emprego
Zaragatoa
USO INTERNO
Um laxante que O Maceração de sementes: Tri-
turam-se, ou simplesmente es-
protege o t u b o magam-se, e deixam-se macerar
digestivo durante uma ou duas horas (uma
colher de sopa de sementes por
copo de água). Tomar depois a
mucilagem, filtrando o líquido re-
sultante. Pode-se acrescentar
2rM-
Espécies cultivadas
V do género Plantago
Outros nomes: psilio, erva-pulgueira,
Também se empregam outras espé- erva-das-pulgas, pulicária.
cies similares à zaragatoa comum e Esp.: zaragatona [común], [hierba]
com propriedades muito seme- pulguera, llantén de perro, ada de agua,
lhantes, como a zaragatoa-arenária psilio, coniza. Fr.: herbe aux puces,
{Plantago indica L. = Plantago arena- pucière, psyllium. Ing.: fleawod,
ria Waldst.-Kit.),* que se cultiva na Eu- psyllium.
ropa e na Ásia, para aproveitar a sua Habitat: Cresce em terrenos arenosos
mucilagem, com a qual se elaboram ou pedregosos de toda a área
diversos preparados farmacêuticos. mediterrânea. Cultiva-se com fins
medicinais.
Com o mesmo fim se cultiva a za- Descrição: Planta anual da família das
ragatoa-da-índia {Plantago ovata Plantagináceas, com caule herbáceo e
Forsk.)** nalgumas regiões medi- erecto, de até 30 cm de altura. As flores
terrâneas e na Ásia. são pequenas, brancas, agrupadas em
" Esp.: zaragatona arenaría. Ing.: Spa- espigas ovóides. Os frutos contêm duas
nish psyllium. sementes de 3 mm, lisas e de cor
castanha.
" Esp.: zaragatona de la índia. Ing.:
blond plantago. Partes utilizadas: as sementes.
515
q u e se c o n h e c e m , m u i t o s u p e r i o r à A zaragatoa é uma
linhaça ( s e m e n t e s d e l i n h o . pág. das plantas mais ricas
em mucifagens,
509). C o n t é m t a m b é m lípidos c o m
substâncias que
esteróis vegetais (sitosteróis), sais de multiplicam o seu
potássio e oligoelementos. Daí as suas volume em contacto
indicações: com a água. Devido a
isto, o seu consumo
• Afecções digestivas: A mucilagem ac- produz sensação de
tua como um colóide hidrófilo; isto é, saciedade no
as suas moléculas rodeiam-se de gran- estômago, e torna-se
de quantidade de moléculas de água, de grande utilidade
nas dietas de
q u e as fazem a u m e n t a r de volume e emagrecimento.
iransformar-se n u m a massa suave e
de aspecto gelatinoso. Desta forma, a
mucilagem consegue dois efeitos:
516
Podophylium
pettatumL Kl
Podofilo
Purgante e possível
remédio contra o
cancro
O
P O D O F I L O , a o contrário d o
que sugerem alguns nomes
por q u e é c o n h e c i d o n o u t r a s
línguas, n ã o tem n e n h u m a relação
com a m a n d r á g o r a e u r o p e i a (Man-
drágora autumnalis Bertoloni = Man-
drágora officinalis L.), da família das Outros nomes:
Solanáceas. Esta m a n d r á g o r a é u m a Esp.: podofilo, mandrágora
planta tóxica, de acção s e m e l h a n t e à americana. Fr.: podophylle. pomme
de mai. Ing.: [American] mandrake,
da heladona (pág. 352), a c t u a l m e n t e
sem aplicações medicinais. Nos países
orientais atrihui-se-lhe a v i r t u d e de
wild iemon, May apple.
Habitat: Prados e bosques húmidos
O Preparação e emprego
promover a fecundidade. da região atlântica da América do
Norte. Não aparece na Europa.
Descrição: Planta herbácea da USO INTERNO
P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : O S ín- família das Berberidáceas, que
dios norte-americanos utilizam d e s d e atinge até 50 cm de altura. O seu O A ingestão de 0,25 a 0,5 g de
há muito t e m p o a podojtlina (resina fruto é uma baga de cor amarela, raiz ou de 50 a 100 mg de podo-
da raiz do podofilo), q u e a partir de muito aromática. filina, provoca uma evacuação re-
1820 passou a e n t r a r na composição Partes utilizadas: A resina da raiz gular 12 horas depois de terem si-
de diversos preparadas farmacêuticos. (podofilina). do ingeridos.
O seu princípio activo, a podofilo-
USO EXTERNO
toxina, actua a doses baixas c o m o um
purgante enérgico, mas muito bem to- © Na pele, a resina de podofilo
lerado. Tem além disso efeito colago- aplica-se em forma de prepara-
go (esvazia a vesícula biliar) IO). Precauções dos farmacêuticos. Estes pre-
parados contêm uma suspensão
Descobriu-se r e c e n t e m e n t e q u e o oleosa da resina, misturada com
podofilo tem u m a acção antimitótica parafina. Para que surta efeito,
(impede a divisão das células), p e l o Em doses elevadas, o podofilo basta colocar diariamente umas
que se c o m e ç o u a usar com êxito no pode provocar violentas diarreias gotas de resina de podofilo sobre
tratamento d e c o n d i l o m a s a c u m i n a - e inclusivamente a morte. a parte afectada da pele.
dos, verrugas, papilomas e outras tu-
morizações vincas da pele l©l. Está a
investigai-se a sua aplicação no trata-
mento do c a n c r o .
517
Portulaca
oferaceaL O
Beldroega
Laxante
e calmante ocular
a
propriedades emolientes, anti-infla-
matórias e laxantes. Possui também
vitamina C, que a torna antiescorbú-
tica. Apresenta propriedades diuréti-
Preparação e emprego
cas e depurativas, embora não se
conheça bem o princípio activo que
lhes dá origem. As sementes são ver-
mífugas. USO INTERNO
518
Potentílla erecta
(L) Râuschel 3aam
Preparação e emprego
USO EXTERNO
€) Banhos de assento: Acres-
centar à água do banho 1-2 litros
do líquido resultante de uma de-
cocção mais concentrada do que
a utilizada internamente (60-100
g por litro).
O Bochechos e gargarejos com
a decocção concentrada.
©Irrigação e tamponamento
519
Potentilla
reptansL
Cinco-em
-rama
Um poderoso
adstringente e
cicatrizante
520
-séptica e cicatrizante. Faz diminuir a
secreção das mucosas, especialmente
as digestivas e as genitais, ao m e s m o
tempo que as desinflama e cicatriza.
Torna-se pois muito benéfica nos se-
guintes casos:
• Gastrcnterites e diarreias infeccio-
sas, especialmente q u a n d o a c o m p a n -
hadas de disbacteriosc (alteração da
Hora m i c r o b i a n a i n t e s t i n a l ) . Planto
ideal para combater as diarreias estivais
devidas a c o n t a m i n a ç ã o da água ou
dos alimentos IOI Para q u e a sua apli-
cação dê r e s u l t a d o , deve suspender-
-se a ingestão de alimentos e n q u a n t o
persistira diarreia, limitando-se a to-
mar unicamente líquidos.
521
Psldíum
guajabaL
Goiabeira
Corta a diarreia
e tonifica
522
Púnica
granatumL "Kl t i l
Romãzeira
Um potente vermífugo
N
OS TÚMULOS egípcios de há
mais de quatro milénios, têm-
-se encontrado restos de ro-
mãs. Também eram apreciadas pelo
povo israelita. Os gregos considera-
vam-nas como o símbolo do amor e
da fecundidade. Não admira que a ár-
vore das romãs tenha sido consagrada
à deusa Afrodite, pelas pretensas vir- Outros nomes: romeira. Brasil: romã.
tudes afrodisíacas dos seus frutos. Esp.: granado, [común], granada, granadillo, pomogranado, balaustia, magrano.
Dioscórides, no primeiro século da Fr.: granadier. Ing.: pomegranate.
Habitat: Oriunda da Pérsia e cultivada nos países mediterrâneos e no continente
nossa era, já recomendava a raiz da
americano, desde a Califórnia até à Argentina e ao Chile. Podem-se encontrar
romãzeira «para expulsar os vermes árvores em estado silvestre, que crescem em sítios onde os pássaros depositam as
largos do ventre», referindo-se sem suas sementes com os excrementos, depois de terem comido o fruto.
dúvida às ténias. No entanto, até 1800 Descrição: Árvore da família das Punicáceas, que pode atingir 4 metros de altura.
anos depois, não se voltou a utilizar Distingue-se pelas suas belas e inconfundíveis flores de cor vermelha forte, com o
contra os parasitas intestinais. cálice aberto. O seu fruto é a singular romã.
A romãzeira é uma árvore muito Partes utilizadas: a casca da árvore (especialmente da sua raiz), as flores e os
frutos (romãs).
bela e muito viajada. Os Fenícios trou-
xeram-na da Ásia Ocidental para o
Mediterrâneo, e os Romanos, e poste-
riormente os Árabes, espalharam-na
por todos os países do Sul da Europa.
n? Preparação e emprego
Os Espanhóis levaram-na para a Amé-
rica, onde se estendeu por todo o con- USO INTERNO O Infusão de flores: 20-30 g por li-
tinente. O Maceração em meio litro de tro de água. Pode-se acrescentar a
água, durante 24 horas, de 60 a 90 casca de uma romã por cada litro.
g de casca da raiz, seca. No dia se- Vai-se ingerindo à razão de uma co-
guinte põe-se a ferverem lume bran- lherada hora a hora, enquanto durar
do até que o líquido fique reduzido a a diarreia.
metade. Toma-se repartido em 2 ou
Precauções 3 dias, de manhã em jejum. Pode- USO EXTERNO
se adoçar com mel ou aromatizar
com essência de hortelã-pimenta. 0 Bochechos e gargarejos com a
Para as crianças em idade escolar, mesma infusão de flores e casca de
A casca da raiz da romãzeira não se basta utilizar 20-30 g de casca de romã que para o uso interno.
deve administrar a pessoas débeis raiz. Convém beber uma tisana la-
ou nervosas, a crianças lactentes ou xante (pág. 484) duas horas depois O Lavagens e Irrigações vaginais
a mulheres grávidas. Não exceder as de cada toma. com esta infusão bem filtrada.
doses indicadas.
523
Tanto pela beleza das suas flores
como pela singularidade dos seus
frutos, a romázeira sempre chamou
a atenção de botânicos e médicos.
Sabemos hoje que merece toda a
nossa atenção pelo seu valor como
alimento e como medicamento.
524
Rhamnus
catharticaL
ÍÉ S H D D Q
Espinheiro-
-cerval
Um p u r g a n t e enérgico
D
ESDE o século XI que se en-
contram documentados os
efeitos exercidos sobre o in-
testino por esta planta, que lambem
se utiliza em veterinária para purgar
os animais.
525
Rhamnus
fmngulaL 'Kl 14
Amieiro-
-negro
Laxante Ideal para a
prisão de ventre
crónica
526
O amieiro-negro é um arbusto cuja casca tem
uma acção laxante suave e eficaz. Recomenda-se
nos casos de prisão de ventre crónica devida a
preguiça intestinal, q u e com certa frequência
aparecem em mulheres jovens.
gro? Graças à sua perspicácia, e à de prios dos laxantes irritantes. Tão-pou- vezes com efeitos secundários nada
muitos outros investigadores 'Anóni- CO produz peida de potássio e de ou- desejáveis. Estes doentes, que costu-
mos, podemos hoje desfrutar das pro- tros sais minerais, nem colite secun- mam ser mulheres, se quiserem ven-
priedades curativas das plantas. dária, factos que se observam fre- cer o seu desagradável transtorno, de-
quentemente nos utilizadores habi- vem seguir também uma dieta rica em
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Como fibra vegetal.
tuais de laxantes químicos. E, como se
já dissemos, os princípios activos da isto não bastasse, o intestino não se
casca do amieiro-negro são os glicosi- • Colerético: Como dizia o botânico
habitua ao seu emprego, pelo que os Mattioli, a casca do amieiro-negro
dos antraquinónicos, que lhe dão as
seus efeitos permanecem constantes também favorece o bom funciona'
segui mes propriedades:
mesmo que se utilize durante muito mento do ligado pelo seu efeito cole-
• Laxante de acção suave, mas eficaz tempo. Torna-se pois ideal para quem rético. Os doentes de hepatite aguda
IOI. Não provoca contorções intesti- sofra de preguiça intestinal há muitos e crónica, de diversas hepatopalias ou
nais, nem evacuações líquidas, nem anos e já tenha experimentado diver- inclusivamente de cirrose, benefi-
outros transtornos secundários pró- sos laxantes, sem grande êxito, e por ciarão com o seu emprego IOI.
527
Rhamnus
purshlana D.C.
Preparação e emprego
Cáscara-
•sagrada USO INTERNO
O Pó de casca: 0,2-0,3 g, três
Um poderoso vezes ao dia.
© Infusão: 3 g de casca por chá-
e recomendável laxante vena de água. Tomar até três chá-
venas por dia, com o estômago
vazio.
528
Rheum officinale
Balllon
Ruibarbo
Laxante e t ó n i c o
USO INTERNO
O Pó de raiz: Apresenta-se ha-
bitualmente sob a forma de com-
Precauções primidos. As doses são as que se Outros nomes: rabãrbaro,
indicam no texto, em "Proprieda- rapôntico.
des e indicações". Recomenda-se Esp.: ruibarbo [común], ruibarbo
começar sempre o tratamento ten- oficinal, ruibarbo medicinal, ruibarbo
• O uso continuado do ruibarbo po- teando com doses baixas. Dose de la China. Fr.: rhubarbe.
de produzir colite, isto é, inflamação do máxima para adultos: 3 g diários; Ing.: rhubarb.
cólon ou intestino grosso. Desacon- para as crianças pequenas, não Habitat: Originário da Ásia Central e
selha-se o seu emprego nos seguin- exceder os 0,05 g por ano de ida- Oriental, especialmente da China. A
tes casos: de. sua cultura estendeu-se ao mundo
• gravidez, menstruação e hemor- inteiro.
® Infusão de raiz: Faz-se com
róidas, pois provoca uma congestão Descrição: Planta vivaz da família
5-10 g por litro de água. Tomam- das Poligonáceas, que atinge 1-2 m
sanguínea nos órgãos pélvicos, in- -se de meia a 3 chávenas a noi-
conveniente nestes casos; de altura. As folhas são grandes e
te, antes de deitar. Uma chávena palmadas, e o rizoma muito
• litfase renal, pelo seu abundante equivale, aproximadamente, a 1 abundante, de um sabor amargo
conteúdo em oxalatos, que entram na g de pó de raiz. característico.
composição dos cálculos renais. Partes utilizadas: a raiz.
529
• Doses baixas (0,1-0,5 g de pó de raiz
IOI ou meia chávena de infusão 101):
Predomina o efeito adstringente dos
taninos. Detém as diarreias, abre o
apetite e estimula as Iunções do estô-
mago (eupéptico: facilita a digestão) e
do fígado (colerético: descongestiona
o fígado e facilita a secreção da bílis).
Em resumo, tonifica e regula todo o
aparelho digestivo.
• Doses médias (0,5-1 g de pó de raiz
(Ol ou uma chávena de infusão (01):
Predomina o efeito laxante das an-
traquinonas. Provoca uma evacuação
praticamente sem cólicas 8 ou 10 ho-
ras após a sua ingestão. Apresenta um
acentuado efeito descongestionante
sobre o fígado.
• Doses altas (de 1-3 g de pó de raiz
IOI OU 2-3 chávenas de infusão 101):
Purgante enérgico e vermífugo.
-.M,
¥ Outros ruibarbos
530
Rlcinus
communls L
\
Preparação e emprego
Rícino
USO INTERNO
Purgante clássico O Como purgante, de 5 a 10 g
e seguro de óleo nas crianças, e de 15 a 30
nos adultos, tomado de manhã
em jejum.
USO EXTERNO
© Loções com o óleo sobre a zo-
D IOSCORIDES, no século I
d.C, já conhecia as proprieda-
des purgativas do óleo de ríci-
no, todavia este só começou a ser usa-
do na Europa a partir do século
na da pele afectada.
€) Cataplasmas com as folhas
frescas esmagadas.
XVIII.
531
Rumex
patíentía L O] *
Preparação e emprego
USO EXTERNO
O Cataplasmas de folhas e raiz
esmagadas, que se aplicam so-
bre úlcera e chagas.
532
Sanguísorba
mlnor Scop. lO) f >. * ej "
Preparação e emprego
Pimpinela
-menor USO INTERNO
O Brotos crus em saladas e ou-
Adstringente e tros pratos.
digestiva © Decocção com 50-100 g de
raiz por litro de água, durante 15
minutos. Podem-se juntar também
as partes aéreas da planta. Inge-
rem-se 4 ou mais chávenas por
dia.
USO EXTERNO
€) Loções com a mesma de-
cocção que se usa internamente.
O Compressas empapadas com
533
ulsorba
balis L M H ti.' •
Preparação e emprego
Pimpinela-
-oficinal USO INTERNO
Poderoso adstringente O Decocção de 100 g de raiz
num liíro de água, durante 15 mi-
nutos, a que se podem juntar as
partes aéreas da planta. Bebem-
se 3 ou 4 chávenas diárias.
USO EXTERNO
© A mesma decocção, mas mais
concentrada. Também se pode
usar o sumo fresco da planta es-
magada. Tanto a decocção como
o sumo se aplicam de qualquer
das seguintes maneiras: com-
534
Sorbus
aucupariaL
Tramazeira
Adstringente
e rica em vitamina C
A
TRAMAZEIRA, que é uma
sorvei ia brava, não forma ar-
voredo, mas eucoutra-se iso-
ladamente entre outras árvores de
m o n t a n h a . Faz-se notai - pelos seus vis-
tosos frutos, q u e são u m a delícia para
os pássaros. Em algumas cidades é
plantada para o r n a m e n t a ç ã o . K u m a
árvore elegante e longeva: vive mais
de 100 anos. Outros nomes: sorveira, sorveira-dos-passarinhos, cornogodinho, escancerejo.
Brasil: sorveira-brava.
P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : Os fru- Esp.: serbal silvestre, serbal de cazadores, Iresno silvestre, manzano falso,
tos (sorvas) c o n t é m diversos ácidos acafresna, amargoso, margojo, azarollo borde, capudio, cerveltón, sevillano. sorbito.
orgânicos (sórbico, cítrico e suecíni- Fr.: sorbierfdes oiseleurs]. Ing.: rowan [tree], mountain ash.
co), açúcares, pectúlã, tanino e gran- Habitat: Disperso em regiões montanhosas de clima temperado de toda a Europa.
des quantidades de vitamina C (até 80 Em Portugal encontra-se em Trás-os-Montes e nas Beiras interiores.
mg p o r 100 g ) . Descrição: Arvore ou arbusto da família das Rosáceas, que atinge até 6 m de altura.
A casca é lisa e cinzenta, e as flores pequenas e brancas. Os frutos são umas bagas
Nos países g e r m â n i c o s a t r i b u e m - alaranjadas ou vermelhas, que pendem em cachos.
-se-lhe n u m e r o s a s p r o p r i e d a d e s , em- Partes utilizadas: os frutos (sorvas) cozidos ou secos.
bora as q u e r e a l m e n t e se comprova-
f
ram sejam apenas as seguintes: •Al»
• Adstringente: Devido ao seu c o n -
t e ú d o em tanino, dá bons resultados
O Preparação e emprego Sorveira
no t r a t a m e n t o das diarreias e colites,
tanto agudas c o m o crónicas IOI. Esta
acção adstringente é parcialmente USO INTERNO
c o m p e n s a d a pelo c o n t e ú d o em pecti- O As sorvas são comestíveis A sorveira {Sorbus domestica L.
na dos seus frutos, q u e exerce um sua- apenas quando estão bem madu- = Pyrus domestica Smith)* dá
ve eleito l a x a n t e . O r e s u l t a d o desta ras, no Outono, o que se reco- umas sorvas maiores que as da
acção combinada é um efeito regula- nhece porque se tornam mais es- tramazeira, que se parecem com
dor e normalizador do trânsito intes- curas e moles. Se forem comidas nêsperas, e que quando estão
tinal. antes de amadurecerem comple- bem maduras, já dentro do Outo-
tamente, deixam um forte sabor no, se tornam castanhas. Estes
• Antiescorbútico e tonificante: Pelo áspero na boca e tomam-se irri- frutos da sorveira cultivada são
seu c o n t e ú d o em vitamina C e ácidos tantes. Um punhado de sorvas por mais agradáveis de comer do que
o r g â n i c o s , r e s p e c t i v a m e n t e . Reco- dia já exerce acção terapêutica. os da tramazeira, embora as pro-
menda-se o seu uso em caso de carên- Podem-se deixar secar, ou então priedades de ambas as espécies
cia de vitamina ('-, doenças febris, gri- pode-se preparar com elas um pu- sejam muito semelhantes.
pes, catarros, e s g o t a m e n t o , e em pa- ré ou compota, depois de cozi-
cientes convalescentes ou debilitados " Esp.: serbal común, acerolo, pomar,
das. A dose normal de sorvas é de silva, mostajo.
IOI. 3 a 5 colheradas, 3 vezes ao dia.
• Diurético suave e emenagogo: Faci-
lita a menstruação IOI.
535
Tamaríndus
Indica L L. J J
Preparação e emprego
536
Tanacetum
vulgareL
J J
Preparação e emprego
Tanaceto
USO INTERNO
Um poderoso O Infusão com 5 g de sementes
anti-helmíntrco por chávena de água, que se in-
gere de manhã em jejum.
€> Capítulos florais secos: Po-
dem-se tomar directamente 2-5 g
de capítulos triturados e dissolvi-
dos num pouco de água. Passada
USO EXTERNO
não a conheciam, e não se encontra
registada antes do século XII. €) Enemas (clisteres) da mesma
infusão que se usa internamente,
para reforçar a acção vermífuga
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Con- da infusão
tém taninos, flavonóides e uma essên-
cia rica em tuiona, a que deve as suas
propriedades:
•Vermífugas: Paralisa os vermes in-
testinais (lombrigas e oxiúros), e em- Precauções
bora não chegue a matá-los, facilita a
sua expulsão se se tomar seguida-
mente um purgante IO,0,©I.
• Emenagogas: Provoca e regulariza a Respeitar as doses recomenda-
das: Em doses elevadas pode
menstruação MM.
produzir vómitos e convulsões.
Não se deve administrar às grá-
vidas.
%
y Balsamita
537
PLANTAS PARA
O ÂNUS E O RECTO
talo DO CAPÍTULO
O
RECTO constitui o último tro-
J ço do tubo digestivo. Situa-se
na continuação do cólon sig-
D O E N Ç A S E APLICAÇÕES
móide e antes do ânus. Encon-
Anus, eaema 539 trasse rodeado por uma forte camada mus-
Anus,fissura 539 cular, cuja função é a de empurrar as fezes
Eczema anal 539 para o exterior.
Fissura anal 539
Hemorróidas 540 O ânus, por sua vez, está rodeado por um
Froctile 539 grosso músculo, conhecido como csfínctcr
Recto, inflamarão, ver Prodite 539 anal, capaz de actuar como uma autêntica
válvula controladora da passagem rias fe-
PLANTAS zes. A sua abundante enervaçâo sensitiva
torna-o muito sensível, de maneira que
Escrofulária 543
q u a l q u e r p e q u e n a lesão na mucosa que o
Silva 541
revcsie provoca uma d o r muito intensa.
Videira 544
T a n t o a porção inferior do recto c o m o o
â n u s se a c h a m r o d e a d o s de u m a extensa
rede de p e q u e n a s veias, conhecidas c o m o
p l e x o hemorroidal. As dilatações destas
veias constituem autênticas varizes anais, a
q u e se c h a m a h e m o r r ó i d a s .
Os banhos de assento
constituem o uso externo As plantas medicinais p o d e m contribuir
mais eficaz nas afecções do
ânus e do recto. Na página
de forma m u i t o notável para a cura das
65 dão-se pormenores afecções anorrectais. Tomadas por via oral,
acerca da sua execução. as plantas laxantes ricas em mucilagcns au-
m e n t a m o volume das fezes, la/endo-as
também mais moles, facilitando o seu trân-
sito pelo recto e expulsão pelo ânus.
538
A SAÚDE PELAS PLANTAS M E D I C I N A I S
2 " Parte: D e s c r i ç ã o
•
Doença Planta Pág. Acção Uso
FISSURA ANAL RATANIA 196 Adstringente, anti-inflamatória Banhos de assento com a decocção
É uma pequena chaga na mu-
cosa anal, muito dolorosa (es- Reduz a inflamação anal, detém as
pecialmente a seguir à defe- CARVALHO 208 pequenas hemorragias que acompanham Banhos de assento com a decocção
cacão), normalmente causa- a fissura, favorece a cicatrização
da pela prisão de v e n t r e
(ver pág. 485). SFRPin 33R Anti-séptico. Lavagens com a infusão
3cto
° Muito apropriado para lavagens
O tralamento fitoterápico
consiste na aplicação de
banhos de assento com SENE-DA-IND.A 492 ^S^SSfSSS^ ^ ^ Infusão de folhas, extractos
plantas adstringentes moles e sem cólicas
(secam e cicatrizam) e ci- r-xr Suavi2ante, anti-inflamatória, acalma Maceração de sementes,
ZARAGATOA
catrizantes, assim como os incómodos das fissuras anais ingerida e aplicada em clisteres
Ratania na ingestão de plantas
Íaxantes suaves. Cataplasmas da planta fresca
PARIETÁRIA 582 Anti-inflamatória, emoliente
sobre o ânus
ECZEMA ANAL
Apresenta-se com comichão, enrubes- Ajuda a curar as irritações
Compressas com a infusão
cimento e irritação na mucosa anal. A MALVA 511 superficiais da pele
ou decocção de flores e/ou folhas
fitoterapia utiliza plantas emofientes e e das mucosas
cicatrizantes como a malva.
540
Rubus
fmtkx/susL
a a
Preparação e emprego
Silva
USO INTERNO
Melhora as O Decocção: 30-50 g de brotos
hemorróidas e trava as tenros e/ou folhas num litro de
água, durante 5-10 minutos. To-
diarreias mam-se até 3 chávenas diaria-
mente.
O Brotos tenros da Primavera:
Podem comer-se directamente, e
também exercem acção curativa
ao contacto com a mucosa bucal.
€)Sumo de amoras". Toma-se
fresco, de 1 a 3 copos por dia.
D IOSCORIDES já recomendava
as folhas da silva para o trata-
mento das hemorróidas. Os
seus frutos têm sido usados desde a
antiguidade na alimentação humana,
O Xarope: Prepara-se juntando
ao sumo o dobro do seu peso em
açúcar, se possível integral (es-
curo), aquecendo ao lume até que
se dissolva por completo. O sumo
e constituem uma excelente gulosei-
de amoras ou o xarope costuma
ma natural para crianças e adultos. misturar-se com a decocção para
Conhecem-se umas cem espécies reforçar o seu efeito e melhorar o
de silvas e muitas mais variedades, to- sabor.
das elas com as mesmas propriedades.
USO EXTERNO
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS fo-
0 Decocção mais concentrada
lhas e os brotos tenros contêm abun- (50-80 g por litro) que para uso
dantes taninos, que os fazem adstrin- interno. Apiica-se em compres-
gentes e hemostáticos. Os frutos sas, banhos de assento, e em
contêm, além do tanino, glícidos (gli- bochechos e gargarejos.
cose e levulose), provitamina A, vita- ® Cataplasmas com folhas es-
magadas num almofariz. Aplicam-
-se sobre a pele afectada.
O Brotos de silva
contra o tabaco
Outros nomes: sarça. Brasil: nhambuí.
Esp.: zarza, zarzamora, zarzaneda, zarzón,
artos, cambronera, cambrón, espino negro.
Os fumadores que desejem encontrar Fr.: ronce [noire], múríer des haies.
Ing.: brambie, [EuropeanJ blackberry.
um novo método para deixar o taba-
co podem experimentar este remédio Habitat: Amplamente difundida por toda a Europa,
de comprovada eficácia: segurar en- nas bermas dos caminhos, ribanceiras e sebes.
Naturalizada no continente americano.
tre os dedos um broto tenro de sil-
va, mastigando-o lentamente. Descrição: Arbusto espinhoso da família das Rosáceas,
que atinge até 4 m de altura. As suas flores são brancas ou
0 sabor ligeiramente amargo e doce rosadas, com 5 pétalas. O fruto é composto por várias
que proporcionam cria uma certa pequenas drupas vermelho-escuras ou negras, cada qual
aversão ao tabaco e diminui o dese- com uma semente no seu interior.
jo de fumar, pelo menos enquanto se Partes utilizadas: as folhas, os cautes tenros e os frutos
mantém o broto de silva na boca. (amoras de silva).
541
Na fotografia superior vé-se
claramente a forma de tomar
um banho de assento contra
as hemorróidas, com uma
decocção de folhas e brotos
de silva.
As fricções com uma luva de
banho no baixo-ventre
contribuem para melhorar a
circulação sanguínea na
pelve, o que também favorece
a cura das hemorróidas.
Na foto inferior podemos
observar as deliciosas amoras,
que t a n t o atraem as crianças
e os adultos.
Preparação e emprego
Escrofularia
USO EXTERNO
Eficaz contra as O Lavagens e compressas so-
hemorróidas bre a zona afectada, com uma de-
coecão de 20 9 de planta por li-
tro de água.
© Banhos de assento com o lí-
quido dessa mesma decocçáo.
Precauções
543
Vhis vinifom L
& JJ El Ql •
Videira
Até a sua seiva
é medicinal
544
especial para o fígado, mesmo em pe-
CP Banho de assento contra as hemorróidas quenas quantidades.
Tenha-se em conta que o álcool etí-
Com 1-2 litros da mesma decocção que anormalmente dilatadas, contraem-se, e lico contido no vinho (de 60 a 120 g
se recomenda tomarem uso inferno, pre- melhora a circulação do sangue que por litro) é um poderoso veneno
para-se um banho de assento. Verte-se corre por elas. para o organismo. Quando o sangue
o líquido da decocção numa banheira contém um grania de álcool por litro,
adequada (pág. 65) e acrescenta-se a Em caso de crise hemorroidal (infla- já se verificam sintomas de intoxi-
água necessária para cobrir o baixo-ven- mação aguda das hemorróidas), os me- cação etílica (euforia, falta de domí-
tre. A temperatura da água do banho de- lhores resultados conseguem-se combi- nio mental, perda de reflexos). Um
ve ser fria, tal como sai da torneira. nando, durante 2 ou 3 dias, as acções nível de 4-5 g por litro de sangue pro-
Recomenda-se tomar até 3 banhos diá- curativas da videira em todas as suas
voca a morte por coma e paragem
rios, de cerca de 5 minutos de duração formas:
respiratória. Os valores máximos de
cada um. Consegue-se com isto desin- alcoolemia (concentração de álcool
flamar as hemorróidas e até evitar que • tisanas com a decocção das suas fo-
lhas Kftl. no sangue) permitidos nos países oci-
aumentem de tamanho, devido à acção
venotónica das folhas da videira.
dentais paia os condutores oscilam
• banhos de assento com esta mesma entre 0,5 e 0,8 g por litro de sangue.
Na medida em que a tonicidade das pa-
decocção, embora mais concentrada.
redes das veias aumenta, as hemorrói-
Pondo de parte os elogios de poe-
das, que mais não são do que veias • cura de uvas (ver quadro na pág. 547). tas e gourmels, a única propriedade me-
dicinal do VINHO, lealmente reco-
nhecida e comprovada, é a anti-sépti-
ca, quando se aplica externamente
sobre as feridas, devido ao álcool que
contém.
Como tal se usou na antiguidade,
e foi recomendado por Pioscórides.
LL
' este o emprego eme se lhe dá na pa-
rábola do Bom Samaritano. Os anti-
gos mitos de que o vinho "faz san-
gue", ou de que o vinho é bom "para
o coração", foram completamente
desmentidos pelo progresso científi-
co, como aconteceu com outras plan-
tas e tratamentos antigos. Sabemos
hoje que o consumo habitual de be-
bidas alcoólicas produz anemia me-
galoblástica e miocardiopatia (dege-
nerescência do músculo do coração).
«O vinho, tomo-o nos cachos», di-
zia Louis Pasteur, o grande cientista
francês do século XIX. As proprieda-
des medicinais estão na uva e nas fo-
lhas da videira, como a natureza no-
las oferece, e não no vinho. Desacon-
selhamos o seu consumo, mesmo
A videira e os seus
quando é utilizado como veículo ou
frutos, as uvas, da
maneira como a dissolvente de algumas plantas medi-
natureza no-las cinais, pois em certos doentes os efei-
oferece, são uma tos secundários do álcool podem ser
bênção. Em mais importantes do que- os possíveis
contrapartida, efeitos curativos dos princípios da
q u a n d o se planta que nele se encontrem em dis-
transformam em
álcoo/, podem
solução.
converter-se na
origem de uma
O melhor vinho, o autêntico vi-
autêntica praga nho, é o sumo puro do fruto da vi-
social. deira. E O «vinho novo» (S. Mateus
545
Se seguirmos o exemplo que
nos deixou o eminente
cientista francês. Loms
Pasteur, de tomar o v i n h o
unicamente nos cachos,
ganharemos em alegria, saúde
e longevidade.
546
se); até 1% de p r o t e í n a s (10 g p o r
quilo); 0,5% de lípiclos; vitaminas A,
c o m p l e x o li, Cl c P; sais minerais, es-
o Cura de uvas
p e c i a l m e n t e de potássio e de ferro;
ácidos orgânicos, e p i g m e n t o s anto- Faz-se comendo de um a três quilos de uva madura
ciânicos na pele. Possuem proprieda- como único alimento, durante três dias, ou mesmo até
des tonificantes, descongeslivas, la- uma semana. As curas mais prolongadas devem fa-
xantes, depurativas e antianémicas zer-se sob vigilância médica. Se se digerirem cor-
l©l, A melhor forma de aproveitar to- rectamente, podem comer-se também as peles e as
das as suas virtudes é s e g u i n d o u m a sementes (grainhas) bem mastigadas. Também se
pode beber sumo de uvas reconstituído a partir de
cuia de uvas.
concentrado por ebulição, ou melhor ainda, recém-
espremido. E necessário verificar se os sumos for-
necidos em embalagens não contêm conservantes quí-
A CURA DE UVAS (ver q u a d r o ao micos.
lado) consegue um efeito depurativo
muito notável, o q u e em l e r m o s co-
loquiais se c o n h e c e c o m o "limpeza do
sangue", e q u e outra coisa não é senão
a e l i m i n a ç ã o das toxinas e r e s í d u o s
metabólicos q u e i m p e d e m o normal • dieta sobrecarregada (rica em pro- • hemorróidas;
f u n c i o n a m e n t o dos órgãos e tecidos. d u t o s animais g o r d o s ) ;
• afecções hepáticas (iónicas: hepati-
A cura de uvas exerce u m a acção an- • artritismo e gota; te:, cirrose, hipertensão portal;
ticongesiiva sobre todos os órgãos fia
digestão, e sobre o fígado de forma • hipertensão; • anemia, esgotamento físico;
especial. Os glícidos q u e a uva con- • excesso de colesterol no sangue; • falta de r e n d i m e n t o , astenia, stress.
tém são de fácil assimilação, e as pro-
teínas e g o r d u r a s são de g r a n d e valor • doenças renais: litíase renal, neíriíe
As SEMENTES (grainhas) da uva
biológico. Convém pois, em geral, a e nefrose, insuficiência renal;
c o n t ê m ácidos gordos polinsaturados,
todos os q u e desejem m e l h o r a r o seu • obesidade: a p e s a r da sua riqueza úteis no t r a t a m e n t o do excesso de co-
estado de saúde e, especialmente, nos em glícidos, o c o n t e ú d o calórico da lesterol. Empregam-se em forma de
seguintes casos: uva é inferior a 80 calorias p o r 100 g; óleo l©l.
547
PLANTAS PARA •
O APARELHO URINÁRIO
uMÁRio DO CAPÍTULO
DOENÇAS E APLICAÇÕES Uretrite 555
Urina, cálculos,
Anti/inflamatórias urinárias, plantas . 549
ver Litíase urinária 550
Areias na urina, Urina, infecção, ver Infecção urinária . 554
ver Liíiase urinária 550 Urina, sangue na, ver Hematúria .. . .552
Bexiga, infecção, ver Cistite 554 Urinária, incontinência 555
Cálculos urinários, Urinária, infecção 554
ver Litíase urinária 550 Urinária, litíase 550
As plantas medicinais são Urinários, cálculos,
Cistite 554
muito eficazes na ver Litíase urinária 550
Cólica renal 551
prevenção das cólicas
renais. Diuréticas, plantas 556
PLANTAS
Edemas 552
Agave = Piteira 558
Enurese 555
Aipo 562
Hematúria 552 Aliaria 560
Hidropisia 552 Aljôfar 579
Incontinência urinária 555 Alquequenje 585
Infecção urinária 554 Arenária 596
Insufiáência renal, Barosma 567
Béhda 568
ver Nefrite e nefrose 553
Bisnaga 561
Líquidos, retenção, ver Edemas 552 Cacaueiro 597
Litíase urinária 550 Cana 566
Nefrite e nefrose 553 Cana-amarga 566
Nefrose 553 Cardo-corredor 573
Pedras na urina, vei' Litíase urinária . 550 Cardo-penteador 572
Cardo-marítimo 574
Piehnefrite 553
Carriço 559
Plantas anti-inflamatórias urinárias . 549 Cerejeira 586
Plantas diuréticas 556 Copatba 571
Renal, litíase, ver Litíase urinária .. . 550 Ébulo 590
Retenção de líquidos, ver Edemas . . . . 552 Engos = Ébulo 590
Rim, cólica 551 Erva-dos-nmros = Parietária 582
Rim, infecção, ver Pielonefrite 553 Feijoeiro 584
Gatunha 581
Rim, insuficiência,
Ginjeira 587
ver Nefrite e nefrose 553 Grama 559
Sangue na urina, ver Hematúria . . . . 552 Grama-francesa 559
548
A SAÚDE PELAS PLANTAS M E D I C I N A I !
2 " Parte: D e s c r i ç ã o
•
Grama 589 Salsa 583
Groselheira-espim 588 Salsaparrilha bastarda 592
Levístico 578 Sakapamlha-du-jamaica 593
l .ilospcrmo-americuno 579 Salsapamlhadas-honduras 593
Medronheiro 563 Salsapamlha-de-li.sboa 593
Melissa-bastarda 580 Sahaparrilha-filipina 593
Milho 599 Salsapamlha-mexkana 593
Morangueiro 575 Urze 570
Paliteira = Bisnaga 561 Uva-ursina 564
Parietária 582 Vara-de-ouro 594
Piteira 558 Vidoeiro = liêtula 568
Quaresmas 591 Zimbro 577
Q
nais actuam sobre o rim, pro-
duzindo um aumento da
quantidade de urina. Esta ac-
ção diurética das plantas é re-
forçada pela água que faz parte das tisanas.
Aumentando o volume fia urina, as plan-
tas facilitam a função eliminadora de
substâncias residuais levada a cabo pelos
Plantas rins. Deste modo, contribuem para limpar
anti-inflamatórias urinárias o sangue e para a depuração do todo o or-
ganismo.
O ácido úrico e a ureia são duas das
substâncias mais tóxicas que o nosso orga-
São aquelas que combatem especifi- nismo produz continuamente, e que de-
camente a inflamação localizada nos vem ser eliminadas com a urina. São mui- Os frutos do morangueiro
órgãos urinários (nefrite, no rim; cis- (pág. 575), cujas folhas
tite, na bexiga; prostatíte, na prós- tas, e muito eficazes, as plantas que facili- vemos nesta foto, exercem
tata). Muitas destas plantas possuem tam a eliminação destes resíduos metabó- uma notável acção
também acção anti-séptíca urinária licos (ver págs. 556-557). depurativa e eliminadora
e diurética. do ácido úrico.
M plantas tornam-se altamente eficazes
para aumentar a solubilidade dos sais mi-
nerais que normalmente se dissolvem na
urina e que, quando deixam de fazê-lo, se
Planta Página
precipitam formando os cálculos uriná-
Douradinha 299 rios. Existem inclusivamente plantas que
Pilosela 504 podem chegar a dissolver os cálculos uri-
Zaragatoa 515 nários (o que não acontece com os cálcu-
Medronheiro 563 los biliares).
Uva-ursina 564 Visto que os princípios activos de muitas
Barosma 567 plantas se eliminam com a urina, quando
Copaíba 571 estes têm acção anti-séptíca ou antibiótica
combatem de forma muito eficaz as in-
Gatunha 581
fecções do aparelho urinário, desde os
Parietária 582 rins até à uretra.
Granza 589
Há também plantas que aumentam o
Vara-de-ouro 594 tono e facilitam a função da bexiga, com
Abóbora 605 o que melboram os casos de enurese e in-
Serenoa 610 continência urinária.
549
C í p . 2 2 : PLANTAS PARA O APARELHO
550
A SAÚDE PELAS PLANTAS M t O l C I N M S
2 " Parte: D e s c r i ç ã o
c
Doença Planta Pág. Acção Uso
CÓLICA RENAL
Também chamada, cólica do rim ou **»*. 167 S S s S e d a n t e ' Infusão de flores e folhas
cólica nefritica. É um quadro clínico
caracterizado por uma dor muito inten- VERBENA 174 Acalma as cólicas renais Infusão ou decocção da planta florida
sa que parte de um ou dos dois rins e
irradia para a região da virilha do mes- MAC ELA 350 Antiespasmódica, digestiva Infusão, pó ou essência de capítulos
mo lado.
Produz-se quando um cálculo fica en- Potente antiespasmódico e sedante,
cravado no uréter, fino tubo que une o ASSA-FÉT1DA 359 alivia as cólicas
A resina em forma de "lágrimas"
rim com a bexiga. A dor é produzida pe-
los espasmos do fino músculo que for- ABELMOSCO 362 Acalma as cólicas Infusão de sementes
ma a parede do uréter, com os quais
procura eliminar o cálculo encravado no Infusão de capítulos,
CAMOMILA 364 Sedante, antiespasmódica banhos com a infusão
seu interior.
O tratamento fitoterápico consiste ba- LÚCIA-LIMA 459 Antiespasmódica Infusão de folhas
sicamente em plantas antiespasmódi- Cataplasmas quentes com a farinha
cas e diuréticas, que relaxam o uré- LINHO 508 Sedante e anti-inflamatório das sementes
ter espasmado e aumentam a produção
de urina. Em aplicação externa, tor- Antiespasmódico muito eficaz
nam-se muito úteis as cataplasmas
BIZNAGA 561 sobre os órgãos urinários
Infusão de frutos
quentes de farinha de linhaça.
MEDRONHEIRO 563 Anti-séptico e anti-inflamatório urinário Decocção das folhas
BÉTULA 568 Diurética, facilita a eliminação de areias Infusão de folhas e/ou gemas
Diurético potente,
ALJÔFAR 579 facilita a eliminação do ácido úrico
Infusão de sementes e folhas
551
C a p . 2 2 : P L A N U S PARA O APARELHO URINÁRIO
/
f/
Bêtiita
CAVAUNHA 704 ^^sáK&dooíganismo Decocção. sumo fresco
HEMATÚRIA
É a expulsão de sangue com a urina. ERIGERÃO 268 Hemostático, desinflama os rins Infusão ou decocção de folhas secas
Uma vez conhecida a causa, podem-
-se administrar por via oral estas plan-
tas de acção hemostátíca e adstrin-
gente, que actuam sobre os órgãos
urinários, nos quais se produz a hemor- PIMENTA- Infusão da planta fresca,
274 Detém as hemorragias
ragia. -D'ÁGUA pó de folhas secas
ClNCO-EM-
520 Detém as hemorragias, adstringente Decocção de rizoma e raiz
-RAMA
552
SAÚDE PELAS PLANTAS M E D I C I N A I S
2 " Parte: D e s c r i ç ã o
•
Doença Planta Pág. Acção Uso
NEFRITE E NEFROSE
PlLOSELA 504 Diurética, desinflama os rins Infusão de planta fresca
A nefrite, também chamada glomeru-
tonefrite, é uma inflamação do rim, ge-
ralmente de causa autoimunitária, que Os frutos crus, assados, cozidos,
se manifesta com urina escassa e san- MAriciaa ci o Diurética,
mAciEiKA DL3 f a c j|j t a a eliminação do ácido úrico em sumo ou em decocção
guinolenta, edema facial (inchaço da
cara} e hipertensão arterial.
A nefrose é outro tipo de afecção re- IA»*.. K/M Facilita a eliminação de toxinas, Cura de uvas
nal, que se caracteriza pela emissão de VIDEIRA t>44 1jmpa Q sangue„
CQQ Diurético,
MILHO Infusão de estiletes
sedante e anti-inflamatório renal
BlCO-DE-
-CEGONHA
631 Diurética e anti-inflamatória renal Sumo da planta fresca
PlELONEFRITE ASPÉRULA-
351 Diurética e anti-séptica urinária Infusão da planta seca
É a infecção da pelve e do tecido re- -ODORlFERA
nal, causada geralmente por diversos
microrganismos. Mani- Decocção ou maceração
festa-se com febre alta ih»-IICCIMA RAA Potente anti-séptico
UVA-URSINA 564 eanl H n fiamató>io urinário de folhas secas
e dores nos rins.
O tratamento fitoterápi-
co consiste em plantas
com acção antibióti- *—« 567 S i S S ^ r t f c «•*> *«*«
ca, antr-sépnea (de-
sinfectante) e anti-in-
flamatória sobre os URZE 570 Potente anti-séptico urinário, diurético £ " J X £ â o de r a m i n h o s ou sumidades
floridas
órgãos urinários, espe-
cialmente sobre o rim.
CEREJEIRA 586 Diurético suave e seguro Cura de cerejas
Barosma Antibiotico
CHACAS 772 muito eficaz sobre as vias Salada de folhas, infusão
respiratórias ou decocção de flores, folhas e frutos
553
C e p . 2 2 : P L A N T A S PARA O A P A R E L H O U R I N Á R I O
554
A SAÚDE P E I A S PLANTAS M E D I C I N A I S
2 " Parte: D e s c r i ç ã o
URETRITE NnruciPA «in^ Adstringente, anti-séptica, desinflama Lavagens à uretra (com uma sonda
É a inflamação da uretra, que é o ca- IMOGUEIRA sua a u r e t r a urinária) com a decocção de tolhas
nal de comunicação da bexiga com o
exterior. Costuma ser causada por bac-
térias, e em muitos casos acompanha- GRAMA-FRAN-
559 Anti-séptica e anti-inflamatória urinária Decocção de rizoma seco
da de cistite (pág. 554). CESA
As plantas medicinais contra a uretrite
aplicam-se por via oral e/ou por meio Decocção ou maceração
de lavagens com uma
UVA-URSINA 564 Potente anti-séptico urinário de folhas secas
sonda uretral.
Anti-séptica, regenera a mucosa Infusão de folhas, lavagens uretrais
BAROSMA 567 urinária e faz desaparecer os (com uma sonda urinária) com a
incómodos infusão
ENURESE
É a emissão involuntária de urina, Aumenta o tono da bexiga e permite Decocção de gálbulos (frutos),
especialmente durante o sono. É bas- CIPRESTE 255 um melhor controlo do sistema essência, banhos de assento
tante frequente em crianças e adoles- nervoso sobre este órgão com a decocção
centes.
AMcterapia oteiece plantas como o ci-
preste, muito eficazes para aumentar
o tono da bexiga, e deste modo a sua
capacidade de reter a urina. Também
são de utilidade as plantas tonifican- HIPERICÃO 714
neív2sonte 6 e q u " i b r a d 0 r d ° S Í S t e m a Infusão da planta seca
tes e equilibradoras do sistema ner-
voso, como o hipericão.
INCONTINÊNCIA URINÁRIA
Deve-se habitualmente a causas mecâ-
nicas, como o desprendimento da be-
xiga nas mulheres em consequência Aumenta o tono da bexiga e permite Decocção de gálbulos (frutos),
dos partos, ou as sequelas das inter- CIPRESTE 255 um melhor controlo do sistema essência, banhos de assento
venções sobre a próstata. 0 cipreste nervoso sobre este órgão com a decocção
torna-se eficaz, tanto em infusão como
aplicado em banhos de assento.
O hipericão (pág.
714) LIS,i se no
tratamento da
enurese infantil.
A uva-ursina (pág.
564J é um potente
anti-septico urinário.
555
C í p . 2 2 : P L A N T A S PARA O APARELHO U R l N A R l
V7
• Clorúrica: Quando aumentam a eliminação de
j água e de diversos cloretos (de sódio, potássio,
/ amónio, etc.J. As plantas que exercem esta acção
sáo diuréticas de uso geral.
Plantas Página
• Uricosúrica ou diurética úrica: Quando
Cenoura 133 / actuam sobretudo eliminando ácido úrico com a
Cafeeiro 178 y urina. Muitas das plantas uricosúricas empregam-
-se como depurativas em caso de gota ou
Giesta 225 y
artritismo [reumatismo de origem úrica).
Visco-branco 246 / • Diurética ureica: Quando facilitam
Cipreste 255 y especialmente a eliminação de ureia, que,
Gilbarbeira 259 y / juntamente com o ácido úrico, é um dos resíduos
tóxicos do metabolismo das proteínas. As plantas
Erigerão 268 / diuréticas usam-se sobretudo quando existe um
Urtiga-maior 278 • certo grau de insuficiência renal {incapacidade do
rim para eliminar, com a urina, os resíduos tóxicos
Cebola 294 / do metabolismo).
Guaiaco 311 / • Oxálica e fosfatúrica: Quando favorecem
Énula 313 y y especialmente a eliminação, com a urina, de
Pulmonária 331 / oxalatos e fosfatos respectivamente. Estes sais
costumam ser causadores das areias e dos cálculos
Aspérula-odorífera 351 y
renais.
Erva-coalheira 361 y
Alcachofra 387 / y
Fumaria 389 y
Dente-de-leão 397 y /
Ananás 425 y y
Cardo-santo 444 /
Pilosela 504 y
Macieira 513 y
Piteira 558 y y
Grama-francesa 559 y y
Aipo 562 y
Uva-ursina 564 y
Cana 566 y y
Barosma 567 y
Bétula 568 y y y
Urze 570 y
Cardo-penteador 572 y y
Cardo-corredor 573 y
Morangueiro 575 y
O visco-branco fpág. 246), além de vaso-
Zimbro 577 y
dilatador e hipotensor, é um bom diuré-
Aljôfar 579 y tico de acção uricosúrica.
556
A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S
2 ° Parte: D e s c r i ç ã o
/
/ /
<f o^
Planta Página
Gatunha 581 / /
Parietária 582 / /
Salsa 583 •
Feijoeiro 584 / /
Alquequenje 585 • / /
Cerejeira 585 / /
Groselheira-espim 588 /
Granza 589 / / /
Quaresmas 591 / / /
Salsaparrilha-bastarda 592 /
Vara-de-ouro 594 ^ •
Arenária 596 / /
Milho 599 • / /
Bico-decegonha 631 / /
Espargo 649 • •
Ortossifão 653 / •
Ulmeira 667 • /
Freixo 669 • / /
Harpagófito 670 •
Azevinho 672 S /
Bardana 697 • /
Cavalinha 704 • / As vagens do feijoeiro (pág. 584) são
Calaguala 724 • / / diuréticas de acção natriurética (eliminam
Borragem 746 • / / • sódio) e uricosúrica |eliminam ácido úrico).
Usam-se com êxito em caso de edemas por
Choupo-negro 760 / / insuficiência cardíaca ou renal, e na
Sabugueiro 767 / / / retenção de líquidos que se produz nos dias
anteriores ã menstruação.
Também se empregam em caso de diabetes,
pois reduzem o nível de glicose no sangue.
557
Agave americana L
m *
Preparação e emprego
Piteira
USO INTERNO
Depurativo e diurético O Infusão com 30 g de raiz ou
de folhas secas trituradas num li-
tro de água, de que se bebem 3
ou 4 chávenas por dia, adoçadas
com mel.
558
I
Aa
r^ssr i. ol f.
¥ Carriço
gramilla, pata de gallina.
559
Preparação e emprego
USO EXTERNO
© Lavagens: As feridas e úlce-
560
Amml vtenaga
(L)Lam. m4 ® IJJ J •
Preparação e emprego
Bisnaga
USO INTERNO
Um potente O Infusão com 30 g de frutos
espasmolítico em meio litro de água. Depois
de coada, tomam-se por dia 3
chávenas adoçadas com mel.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: OS
princípios activos da bisnaga, conhe-
cidos como furanocromonas (glicósi-
dos cumarínicos), encontram-se nos
frutos. Todos eles têm um acentuado
efeito antiespasmódico, pelo que se
tornam úteis nas seguintes enfermi-
dades: cólicas nefrílicas (ajuda a ex-
pulsai* os cálculos, pois tem também
um efeito diurético), asma (pelo seu
efeito broncodilatador), angina de
peito (pelo seu efeito vasodilatador),
e, em geral, sempre que se trate de
descontrair as diferentes vísceras ocas
e canais do organismo IO).
561
ApiumgrnvoolensL f\ w
Preparação e emprego
O AI PO é ingrediente essencial
em todos os caldos e receitas
depurativas, juntamente com
a cebola (pág. 294), a urtiga (pág.
278), a couve (pág. 433) e o limão
por litro de água. Ingerem-se 2
3 chávenas por dia.
© Sumo fresco das folhas e dos
caules, obtido em liquidificadora.
(pág. 265). O óleo extraído das se- Os seus efeitos diuréticos e de-
mentes e da raiz tem fama de ser afro- purativos ficam reforçados mistu-
disíaco. rando-o com sumo de limão.
562
Arbutus unedoL
' M <fc
Medronheiro
Anti-séptico urinário
e adstringente
USO INTERNO
Precauções O Os frutos (medronhos) co-
mem-se frescos, ou em doce.
@ Decocção com as folhas e a
Os frutos maduros do medronheiro casca do arbusto secas, que se
podem atingir um certo grau alcoóli- prepara com 30 g por litro de
co, dado que o processo de fermen- água. 8ebem-se 2 ou 3 chávenas
tação se pode iniciar na própria árvo- por dia no caso de infecções uri-
re. Por isso, e pelo seu notável efeito nárias, e 4 ou 5 em caso de diar-
adstringente, não convém comer mais reia.
de um punhado de medronhos por
dia.
563
r
Aictostaphybs \ I ^
i/va-unj/(L)Spren. 5\l ^
Uva-ursina
Poderoso anti-séptico
urinário
564
A uva-ursina é uma
planta sumamente
eficaz no tratamento
de todo o tipo de
infecções urinárias,
sempre que se consiga
que a urina seja
alcalina e não ácida.
Para se obter uma
alcalinizaçáo da urina,
o melhor é seguir uma
dieta vegetariana, em
que predomine o
consumo de fruta e
verduras.
-inflamatória sobre OS órgãos uriná- tratar estas afecções; se bem que, em trado. Em qualquer caso. tem uma
rios, e é eliminada pela urina. caso de infecção urinária, seja sempre acção benéfica sobre estas afecções,
necessário consultar o médico. impedindo a infecção da urina que
Para que a hidroquinona exerça a
A uva-ursina, só ou complementa- costuma acompanhá-las.
sua acção, é necessário que a urina
tenha reacção alcalina, pois fica inac- da por outros tratamentos, é indicada A uva-ursina dá uma cor esverdea-
tivada quando o pH é ácido. Isto não nos seguintes casos IO.0.01: da à urina, o que indica que o trata-
constitui nenhum problema para as • Pielonefrite: É a infecção da pelve mento está a produzir efeito.
pessoas que tenham uma alimentação renal (cavidade que existe dentro do
vegetariana, pois eliminam urinas al- rim), em que se recolhe a urina pro-
calinas. No entanto, aqueles que se- duzida. Esta infecção manifesta-se
guem um regime rico em carnes e com febre alta intermitente, urina
mariscos produzem urinas ácidas, e turva e dores nos rins. A uva-ursina, Precauções
nesses a uva-ursina não actua. eliminando pela urina os seus pro-
Convém, portanto, que durante o dutos activos, actua como um anti-
tratamento com uva-ursina se siga uma -séptico e anti-inflamatório.
dieta vegetariana, rica em frutas e ver- • Cistite (infecção e inflamação da be- O tratamento com uva-ursina não de-
duras que, além de alcalini/ar a urina xiga): A uva-ursina acalma a sensação ve durar mais de 10 dias seguidos,
e permitir que a uva-ursina actue, tem de ardor e a irritação que se produz ou 15 no máximo. Se for necessá-
um efeito positivo sobre as afecções ao urinar. E particularmente eficaz nas rio, pode repetir-se depois de passa-
urinárias. cistites crónicas rebeldes a outros tra- das algumas semanas.
tamentos. Algumas pessoas de estômago de-
A urina também se pode alcalinizar licado podem apresentar intolerân-
temporariamente tomando-se bicar- • Uretrite: Infecção da uretra, que cia digestiva ao tanino contido nas
bonato de sódio, embora a sua acção nalguns casos pode ser de origem ve- folhas da uva-ursina. Nestes casos,
dure pouco tempo e o bicarbonato nérea. recomenda-se reduzir a concen-
não seja isento de efeitos secundários. • Prostatite, produzida quase sempre tração da tisana (pôr só 20-30 g de
como consequência de uma infecção folhas), e tomar simultaneamente
Dado que os germes produtores de carvão vegetal (pág. 761), que ab-
infecções urinárias frequentemente urinária.
sorve os taninos.
se tornam resistentes aos antibióticos • Cálculos renais e areias: Ainda que,
e anri-sépticos habituais, a uva-ursina segundo alguns, dissolva os cálculos
oferece uma alternativa válida paia urinários, isto não pôde ser demons-
565
Arundo donaxL.
3
Preparação e emprego
Cana
USO INTERNO
Aumenta a produção O Decocção com o rizoma ou a
raiz da cana cortada em fragmen-
de urina e d e t é m a tos ou triturada, à razão de 50 g
lactação por litro de água. Ferver durante 15
minutos e tomar de 2 a 4 chávenas
por dia.
Cana-amarga
566
Barosma
betullnalhumb.
OJ J
Preparação e emprego
Barosma
USO INTERNO
Excelente remédio para O Infusão com 50 g de tolhas
os órgãos urinários por litro de água. Ingerem-se 3
chávenas por dia.
USO EXTERNO
© Lavagens à uretra: Com a
mesma infusão que se aplica no
uso interno podem-se fazer lava-
gens à uretra, no caso de uretrite.
567
Betula alba L
Ol 0 D aa
Preparação e emprego
Bétula
USO INTERNO
Um b o m alívio para O Infusão de 20 a 50 g de folhas
e/ou gemas por litro de água. Po-
as cólicas dos rins de-se tomar até um litro por dia.
Como se torna um pouco amar-
ga, convém adoçá-la com mel ou
açúcar escuro. A adição de um
grama de bicarbonato de sódio
aumenta a eficácia da tisana de
bétula, pois os seus princípios ac-
tivos dissolvem-se melhor num
meio alcalino.
© Decocção de casca: de 50 a
80 g por litro de água. Ferver até
ficar reduzida a metade. Tomar 2
ou 3 chávenas diárias adoçadas
com mel.
568
Muitas mulheres, nos dias que antecedem as regras, sofrem retenção de
líquidos, o que lhes provoca inchaço nas pernas, no ventre e nos peitos.
As infusões de folhas e gemas de bétula, que são diuréticas mas não des-
mineralizantes, são ideais para aliviar estes incómodos.
mente no caso de insuficiência renal IOI. Foi possível comprovar que, nal- terna, por meio de compressas, as fo-
OU cardíaca IOI. As infusões de folhas guns casos, podem inclusivamente lhas e gemas têm acção anti-séptica e
de bétula não provocam, como outros dissolvê-los. O uso da infusão é indi- cicatrizante sobre chagas e feridas, de-
diuréticos químicos, a perda de sais cado tanto durante o ataque de cóli- vido aos taninos que contêm IOI.
minerais com a urina, nem irritam os ca nefrítica (do rim) como, de forma
tecidos do rim. Pelo contrário, são ca- continuada, para evitara formação de A CASCA da bétula, como a do sal-
pazes de regenerá-lo e desinilamá-lo, cálculos. gueiro (pág. (V7(S) e a da quina (pág.
fazendo diminuir a eliminação de al- 752), têm propriedades febrífugas.
bumina com a urina nos casos de ne- • Depuração: As folhas e gemas da bé- Toma-se em decocçáo para fazer bai-
frose e insuficiência renal. lula possuem um efeito depurativo so- xar a febre IOI.
bre as substâncias tóxicas que sobre-
• Usam-se também com êxito no sín- carregam o sangue, como o ácido úri- No princípio da Primavera, antes
droma pré-menstrual IOI. Tomando co. E por isso que as tisanas prepara- de aparecerem as folhas, serrando-
essa tisana durante os dias preceden- das com elas se tornam altamente be- -se-lhe um ramo ou pcrfurando-se-lhe
tes à regra, aumenta o volume de uri- néficas no caso de gota ou artritismo o tronco, a bétula pode fornecer to-
na e diminui o inchaço dos tecidos, IOI. dos os dias vários litros de deliciosa
especialmente nas pernas, ventre e seiva. Ksta SEIVA tem as mesmas pro-
• Doenças da pele: Pelo seu efeito de- priedades descritas para as folhas,
mamas. purativo, o seu uso por via interna tor- mas além disso constitui uma agradá-
na-sc indicado para limpar a pele de vel bebida IOI. As aldeãs do Norte da
• Cálculos renais: As infusões de fo-
impurezas nos casos de eczemas cró- Europa bebem-na para ter uma pele
lhas e pernas de bélula facilitam a eli-
nicos e celulite IOI. tão branca e limpa como a casca da
minação de areias da urina e impe-
dem a formação de cálculos renais • Chagas e feridas: Km aplicação ex- árvore.
569
CalIunavulgarisL *Q\ £
_J
Preparação e emprego
Urze
USO INTERNO
Anti-séptico urinário O Oecocção com 50 g de ra-
e alcatifa vegetal minhos ou sumidades floridas, por
cada litro de água. Ferver duran-
te 10 minutos. Adoçar com mel e
tomar 3 ou 4 chávenas por dia,
depois das refeições.
Q
UKM não lerá ainda repara-
do nessa alcatifa purpúrea
que cobre os solos de prada-
rias e terrenos incultos no lini
do Verão? É a urze, vão apreciada pe-
las abelhas para a elaboração do sen
mel, e também pelos amantes dos re-
médios naturais, graças às suas pro-
priedades medicinais.
Além da urze comum (chamada
também brecina) que aqui se descre-
ve, exisie vim outro úpo cie u n e que
também se conhece por torga ou
queiró (Eriça cinerea L.). E muito pa-
recida com a urze comum tanto no as-
pecto como na composição, apli-
cações e formas de uso.
Outros nomes: torga-ordinária,
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Toda a mongahça, magoríça, quebra-
•panelas, queiró, carrasca,
planta contém uma substância co- carrasquinha, urze-do-monte,
nhecida como arbutina, que ao ser hi- barba-do-mato.
drolisada pelas bactérias intestinais se Esp.: brezo, brezo común,
transforma em hidroquinema, um po- brecina. Fr.: bruyère, caltune.
tente anti-séptico urinário. Também Ing.: heather.
possui tanino, que lhe confere as suas Habitat: Costuma formar extensos
brejos em terras estéreis siliciosas
propriedades adstringentes, assim da Europa e também de parte da
como flavonóides de acção diurética. América do Norte.
O seu uso é recomendado nos ca' Descrição: Pequeno arbusto de 20 a
50 cm de altura, da família das
sos de: Eriáceas, cujas folhas são pequenas,
•Doenças urinárias: infecção, urina opostas e muito numerosas. As flores
tuna ou malchcu osa, ardência ao uri- nascem ao longo do caule, e a sua
nar, cistite e pielonefrite IOI. A sua cor varia entre o rosa, o vermelho púrpura e o
violeta.
acção anti-séptica sobre a urina per- Partes utilizadas: as sumidades floridas.
mite que esta recupere o seu aspecto
normal em poucos dias.
• Diarreias, em virtude do seu efeito
adstringente IOI.
570
Copaifera
offlcinalis L.
a ] a
Preparação e emprego
Copaíba
USO INTERNO
Eficaz contra a O Bálsamo de copaíba: Toma-
blenorragia -se uma colher de sobremesa (5 g),
uma ou duas vezes por dia.
N AS BACIAS do Amazonas e do
Orinoco, crescem várias espé-
cies de árvores do género Co-
paifera, que segregam uma resina
quando se lhes corta ou perfura o
a 20 mde altura. As flores são
brancas e crescem em espigas.
O fruto é uma vagem oval que
contém uma só semente
rodeada de polpa.
tronco. Por destilação desta resina, Partes utilizadas: a resina
obtém-se o chamado "bálsamo de co- extraída do seu tronco.
paíba", que já se utilizava na América
no século XVII como remédio contra
as doenças venéreas, chamadas hoje
DTS (doenças de transmissão sexual).
571
Dlpsacus satívus
(L)Scholler. j J
Preparação e emprego
Cardo-
penteador USO INTERNO
O Decocção com 40-50 g de raiz
Depura o sangue triturada em dois litros de água.
e limpa a pele Ferver até que o líquido fique re-
duzido a metade. Filtrar e adoçar
com mel. Bebem-se várias chá-
venas por dia. O tratamento deve
durar vários meses.
572
Erynglum
campestre L
Preparação e emprego
Cardo-
-corredor USO INTERNO
O Salada: Os seus brotos e
folhas tenras são muito apre-
Um eficaz diurético ciados por aqueles que gostam
de verduras silvestres.
e aperitivo
© Infusão com um punhado
de raiz triturada (30-40 g) por li-
tro de água. Deixar repousar
até que esteja bem fria, e tomar
duas ou três chávenas diárias.
Não guardar a infusão de um
dia para outro, pois perde as
suas propriedades.
O CARDO-CORREDOR é uma
umbelífera disfarçada de car-
do. Chama-se 'corredor' por-
que, no Outono, o vento arranca os
seus caules secos, cheios de folhas, e
an asta-os para colonizar novos terre-
nos.
O tronco e a raiz, no entanto, ficam
fortemente fixos na terra, e junto de-
les cresce um apetitoso cogumelo
(Pleurotus eryngii [Fr.-D.C] Quél.).
As propriedades medicinais desta
planta já foram assinaladas pelo gre-
go Dioscórides no século I d.C. Como
aconteceu com outras plantas, alri-
buíram-se-lhe empiricamente mais
propriedades medicinais do que Outros nomes: Brasil: gravatá-
aquelas que realmente tem. Hoje, do-campo, croatá-falso,
conhecida a sua composição química, caraguatá.
podemos determinar as suas verda- Esp.: cardo corredor, eringio, cardo
deiras indicações. setero. Fr.: chardon roulant.
Ing.: watiing street thistle. field
eryngo.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: A sua Habitat: Frequente em prados
raiz contém saponinas, além de tani- secos, encostas expostas ao sol e
no, açúcares c um óleo essencial. As pousios de toda a Europa. Também
saponinas diminuem a tensão super- se pode encontrar no continente
ficial dos líquidos, e formam borbu- americano.
lhas como o sabão (do latim soponem, Descrição: Planta da família das
sabão). Estas substâncias conferem ao Umbeliferas, que atinge de 40 a 60 cm de altura. Os seus caules são delgados,
cardo-corredor um importante efeito e as folhas são espinhosas. Os capítulos florais são formados por muitas flores
pequeninas de um tom branco esverdeado. Toda a planta tem um cheiro
diurético. Por isso, o seu uso é apro- parecido com o da cenoura, salvo a raiz, que é um pouco amarga.
priado:
Partes utilizadas: a raiz (colhe-se na Primavera ou no Outono), os brotos tenros
• em caso de edemas (retenção de lí- e as folhas (colhem-se no Verão).
quidos), especialmente os que se pro-
duzem nas pernas e tornozelos IO,©l.
573
«A».
Cardo-marítimo
O cardo-marítimo ou cardo-ro-
lador (Eryngium maritimum L.)*
é semelhante ao cardo-corredor,
embora com folhas mais largas.
Cresce nos areais próximos das
costas de toda a Península Ibé-
rica. Tem as mesmas proprie-
dades que o cardo-corredor,
crendo-se até que actua com
mais intensidade.
* Esp.: eríngeo marítimo. Ing: sea
holly.
O consumo de cardo-
-corredor, como verdura
ou em infusão, é um bom
método para eliminar do
sangue o ácido úrico e
outros resíduos
metabólicos.
574
Fragaria vesca L
Morangueiro
Depura, tonifica
e embeleza
Q
gos silvestres referimo-nos
àquelas lágrimas vermelhas
como o sangue, que brotam
pelas encostas cios bosques exalando
ura requintado aroma; nào estamos a Outros nomes: moranga, tragaria, morangueiro-silvestre.
pensar em morangos cultivados, do- Esp.: fresai, frutilla, fresa europea. fresera, anube. arrugui, fragaria. Fr.: fraisierfdes
tados de menos aroma c sabor. O mo- bois}, fraisier sauvage. Ing.: (wild) strawberry.
rango que se usa em fitoterapia é o .siI- Habitat: Comum nas beiras dos caminhos e estremas de regiões florestais de toda a
vestre, por conter uma maior quanti- Europa. Encontra-se espontâneo nas sebes, bosques, principalmente nas regiões
dade de princípios activos. montanhosas do Norte ao Sut de Portugal, e também nas ilhas da Madeira e Açores.
È acíuaJmenie muito cultivado nas regiões temperadas de Ioda a Europa e do
O morango tem sido usado como continente americano, onde também se pode encontrar em estado silvestre.
alimento desde há milénios, mas as
Descrição: Planta vivaz da família das Rosáceas, que atinge de 5 a 20 cm de altura.
suas propriedades medicinais só vie- As folhas são trifoliadas. mais pálidas na face inferior. As flores são brancas e tèm
cinco pétalas Os verdadeiros frutos são na realidade os grãozinhos aderentes à
superfície do morango.
Partes utilizadas: os morangos (falsos frutos) e as folhas.
575
Precauções
iam a descobri i-se no século M l . O ram o sangue. São estas as suas pro- l©l, os morangos têm uma acção sua-
grande botânico sueco Lineu, que priedades: vi/amc, limpadora e embelezadora,
pôs nomes a numerosas espécies ve- • Depurativas e alcalinizantes: ()s mo- muito superiora de muitas loções quí-
getais, conta <|iu' st- curou cia gota cie rangos facilitam a eliminação de micas. Com o leite de morangos IOI,
que sofria depois de se ler submetido substâncias residuais, como o ácido obtêm-se ainda melhores resultados
a um regime dietético em que o mo- úrico, que causam inflamação nas ar- (ver o quadro informativo da página
rango era um dos seus principais com- ticulações e nos rins. São muito reco- anterior). Também se- têm usado ex-
ponentes. mendáveis nos casos de artritismo e de ternamente paia curar as frieiras, t*•
gota, causados por um excesso de áci- fregando todos os dias as partes afec-
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: OS mo- do úrico lOl. tadas (geralmente as mãos) com mo-
rangos contêm diversos açúcares, sais rangas maduros.
minerais, vitaminas A, H e (', ácidos • Laxantes: Devido ao seu conteúdo
em mucilagens, facilitam o trânsito in- As FOLHAS do morangueiro con-
orgânicos, pigmentos, enzimas c mu- têm tanino e (lavonóidcs, que as tor-
cilagens, Dcscobriu-se que lambem testinal e a evacuação. Tornam-se por-
tanto indicados para combater a nam adstringentes e anti-inflamató-
tem pequenas quantidades de ácido rias. Usam-se nos seguintes casos:
saiu ílit o e salicilatos, substâncias se- prisão de ventre e a preguiça intesti-
melhantes ã aspirina, que lhe confe- ual IOI. • Diarreias e gastrenterocolites, pelo
rem uma acção iinii-infiamatória. Se- • Tonificantes e reniineralizantes: Re- seu conteúdo em tanino l©l.
gundo Foni Quer. o sumo do moran- comendam-se especialmente em caso • Gretas da pele e dos mamilos: Apli-
g< > ('• HW dos pndutOS mais complexos fio de anemia, inapetência e nos estados cados localmente sobre a zona afecta-
reino vegetal, pela variedade das de convalescença de doenças febris da, secam-nas e cicatl i/am-nas l©l.
substâncias que n compõem. ou debilitantes IOI. Abrem o apetite e • Inflamações da boca (estomatite),
< >s MORANGOS dão saúde a ioda a
estimulam as funções metabólicas. das gengivas (gengivite) e da garganta
gente, uma vez que tonificam e esti- • Emolientes: Aplicados externamente (faringite), em bochechos e gargare-
mulam i»s funções orgânicas e depu- sobre a pele cm forma de cataplasma jos IOI*.
576
Juniperus
communís L A >.. 9
Diurético
USO INTERNO
e expectorante O Bagas maduras: Podem-se
engolir inteiras à maneira de pí-
lulas, 6 depois de cada re-
feição, 3 vezes por dia.
© Infusão: 30 g de bagas por
577
Levistícum
officinale Koch. O) 4 9
Preparação e emprego
Levístico
USO INTERNO
Diurético e tónico O Condimento: as folhas e/ou a
digestivo raiz em pó.
© Infusão de raiz: 20 g por litro
de água. Ingere-se uma chávena
depois de cada refeição.
;• €) Infusão de folhas: 30 g por li-
t tro de água. Igualmente uma chá-
vena depois de cada refeição.
O Infusão de sementes: 30 g
por litro de água. Tomar 2 ou 3
chávenas por dia.
Semente
578
Uthospermum
offícfnaleL
u t?J _ J i
Preparação e emprego
1
Aljôfar
USO INTERNO
Utilizado para desfazer O Infusão c o m 50-100 g por li-
os cálculos renais tro de água, da qual se tomam 3
ou 4 chávenas diárias. Antiga-
mente ingeriam-se as sementes
trituradas.
Litospermo-americano
O S PARTIDÁRIOS da teoria
dos sinais, que explica .is pro-
priedades das plantas bascan-
do-se no seu aspecto, atribuíram às
nacaradas sementes desta planta, des-
aljôfar ter também um efeito inibi-
dor sobre as hormonas gonado-
trópicas da hipófise.
579
Melittis
melissophyllum L. ftj fà
Preparação e emprego
Melissa-
-bas tarda USO INTERNO
O Infusão com 20-30 g por litro
de água, de que se tomam 3 chá-
Depurativa e vulnerária venas por dia. Pode-se adoçar
com mel.
USO EXTERNO
© L a v a g e m das feridas com
uma infusão mais concentrada do
que a preparada para uso interno
(até 60 g por litro).
© C o m p r e s s a s empapadas na
infusão concentrada (até 60 g
por litro). Aplicam-se sobre a
zona afectada.
A O CONTRARIO da melissa
ou crva-cidreira (Melissa ofji-
cinaUs 1.., pág. 1 l>'í). a melissa-
bastarda não oferece um aroma ião
agradável. A bastarda caracteriza-se
pelas flores que nascem quase sempre
duas a duas, são maiores e mais visto-
sas, e geralmente cor-dc-rosa. Tam- Outros nomes: betónica-
bém diferem na sua composição e •bastarda.
propriedades. Esp.: loronjil silvestre, toronjilde
monte, melisa silvestre, melisa
bastarda. Fr.: mélitte à feuilles
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Ioda a de mélisse, mélisse ôâfarde,
planta contém uma cumarina que lhe mélisse des bois. Ing.: wild balm.
confere propriedades diuréticas e de-
Habitat: Bosques de carvalhos
purativas, ligeiramente sedantes, eme- ou de laias e terrenos ermos da
aagogas, e, aplicada externamente, Europa Central e Meridional. Em
vulnerárias (cicatriza as feridas e cura Portugal é frequente na região
as contusões). montanhosa do Norte e Centro
do pais.
Nos países do centro da Europa
Descrição: Planta vivaz de
usa-se a melissa-bastarda sobretudo caule erecto, da família das
como depurativa nas curas de Prima- Labiadas, que atinge até 50 cm
vera IO!. de altura. As folhas têm os
bordos dentados e as nervuras
Além disso, facilita a menstruação muito marcadas. As flores são
e acalma as dores que a acompanham cor-de-rosa ou brancas.
em caso de disnienorreia IOI embora
Partes utilizadas: A planta
não tão eficazmente como a erva- inteira, excepto a raiz.
-cidreira.
domo vulnerária, usa-se em apli-
cação externa para curai lei idas l©,©l,
que ajuda a cicatrizar, e paia aliviai" a
dor e a inflamação causadas por con-
tusões e entorses l@l.
580
Ononls spinosa L.
Oj • _
Preparação e emprego
Gatunha
USO INTERNO
Diurética O D e c o c ç ã o : 50-60 g de raiz
e anti-inflamatória cortada às rodelas por litro de
água. de que se tomam 3 ou 4
chávenas por dia.
USO EXTERNO
© Gargarejos com uma infusão
de 60-80 g de folhas e flores por
litro de água.
© Compressas com esta mes-
ma infusão.
L A SE me enganchou de novo a
charrua numa dessas malditas
raízes! —exclama o lavrador
arreliado. —Nem a minha junta de
bois é capaz de arrancá-las!
Efectivamente, a gatunha é uma
das plantas que mais dificuldades cau-
sam aos lavradores. O seu forte rai/a-
me consegue deter os animais de la-
voura. Além disso, como diz Andrés
de Laguna, «os burros [anos cm gre-
go], paia se- focarem, como não têm
quem Mies laça essa boa obra. costu-
mam reholar-sc em cima dela. por ser
áspera e espinhosa".
PROPRIEDADES I. INDICAÇÕES: AS
duras RAÍ2£S da gatunha contêm ono-
nina (glicósido llavonóidc), lauino.
resina, amido e saponinas.
Possui propriedades diuréticas e
anti-inflainatõrias sobre os órgãos uri-
nários. E indicada na cistite, nas in-
fecções urinárias, cálculos renais
(pode dissolvê-los), areias, edemas
(retenção de líquidos nos tecidos) e Outros nomes: galinha, resta-boi. rilha-boi. unha-gata.
afecções da próstata IOI. Esp.: gatuna, una de gato. gatuna, abreojos. aznallo. detienebuey. peine de
As FOLHAS e as FLORES, aplicadas asno. Fr.: bugrane (épineuse). arrête-boeuf. Ing.: (spiny} restharrow.
local menti', têm p r o p r i e d a d e s anli-sép- Habitat: Bastante comum em campos cultivados e prados secos de toda a
ticas e adstringentes. I lili/iiiii-sc em Europa. Naturalizada na América.
bochechos e gargarejos contra a amig- Descrição: Planta vivaz da família das Leguminosas, com caules rigidos de até
dalite (anginas) 101, e em compressas, 40 cm de altura, dos quais saem agudos espinhos. As suas flores apresentam
como cicatrizante no caso de lei idas um tom cor-de-rosa vivo.
de difícil cicaliizaçâo e úlceras da pele Partes utilizadas: a raiz. as flores e as folhas.
l©l.
581
Parietária
offícinalis L
Parietária
Alivia as cólicas renais
N A LITERATURA botânica
clássica, esta planta linha o
nome grego de helxinee o lati-
no de mumlis linha (erva cios muros).
Além de crescer pelos muros, cresce
também junto das correntes de água.
Daí alguns dos seus nomes vulgares.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: OS
seus princípios activos são o nitrato
potássico e os flavonóides, que lhe
conferem propriedades diuréticas, e
as mucilagcns, que ;i tornam anti*
-inflamatória e emoliente.
• No uso intento, a sua aplicação mais
importante são as afecções das vias
urinárias: cólicas renais (ajuda a eli- Outros nomes: alfavaca, aifavaca-de-cobra, erva-dos-muros, erva-das-murathas.
minar os cálculos), cistites, e oligúria erva-das-paredes, erva-fura-paredes. erva-de-santana, erva-de-nossa-senhora.
helxina, cobrinha, pulitaina, pulitária.
(urina escassa) IO,01. O seu efeito é
muito interessante, pois ao mesmo Esp.: parietária, pelosilla, hierba de San Pedro, hierba dei muro. {hierba} caracolera,
albahaca de rio, albahaquilla loca, mariquillas, canarroya. Fr.: pariétaire [officinale}.
tempo que provoca um aumento na Ing.: pellitory of the wall.
produção fie urina, descontrai, suavi-
Habitat: Cresce entre as gretas das rochas e dos muros. Difundida por toda a
za e desinflama os órgãos urinários. Europa e regiões secas da América do Sul.
• Externamente, usa-sc para curar feri- Descrição: Planta vivaz da família das Urticáceas, que atinge até 30 cm de altura.
das, queimaduras, gretas dos lábios. Tem as folhas cobertas por uma penugem não urticante.
da pele c do nr.unilo, c fissuras anais Partes utilizadas: os caules e as folhas.
m.
O Preparação e emprego
582
K © Sumo fresco: Toma-se meio
copo, 3 vezes por dia. Pode-se aro-
esmagada, que se aplicam sobre a
zona afectada.
Petrosellnum
sstlvum Hoffm. o) U L 91 ú
Preparação e emprego
Salsa
Diurética, emenagoga USO INTERNO
e aperitiva O Infusão de folhas (30 g por li-
tro); de raízes cortadas em troços
(15 g por litro); ou de frutos (2-5
g por litro). Toma-se uma cháve-
na antes de catia uma cias três
584
Physalls
a/kekengí L OJ j
Preparação e emprego
Alquequenje
USO INTERNO
Eficaz contra os O Bagas frescas ou secas, à
cálculos renais razão de 10 a 20 pela manhã, ou-
tras tantas ao meio-dia.
© Decocção de 50 a 100 g de
bagas por litro de água. de que se
tomam 3 ou 4 chávenas por dia.
585
PrvnusaviumL
Preparação e emprego
Cerejeira
USO INTERNO
Alimenta, deleita o O Cura de cerejas: Faz-se co-
paladar... e, ao mesmo mendo como único alimento meio
tempo, cura quilo de frutos maduros, 4 ou 5
vezes por dia, durante um ou dois
dias. Se as cerejas forem bravas,
recomenda-se tomar uma quanti-
dade menor, pois contêm uma
maior proporção de princípios ac-
tivos. Os que sofram de debilida-
de gástrica ou de digestões len-
tas deverão comer as cerejas co-
zidas. Recomenda-se intercalar
entre as refeições de frutos várias
chávenas de tisana de pedúncu-
os (pés das cerejas).
€) Decocçáo de pedúnculos:
586
no. c de tonificá-lo para os meses es-
tivais. Beneficiarão especialmente
deste fruto medicinal:
• ()s obesos e pletóricos, a quem fará
emagrecer sem risco de desnutrição
ou de desequilíbrio mineral. Além
disso, as cerejas têm a propriedade de
a t e n u a i a .sensação de f o m e .
• Os artríticos e gotosos, a quem fará
descer os níveis de ácido úrico no san-
gue c aliviará as dores nas articu-
lações.
• Os que sofram de inflamação das
vias urinárias (pielonelViíe ou c islile)
devida a infecção crónica ou a litíase
(cálculos urinários).
• Os que sofram cie prisão de ventre
crónica devida a preguiça ou atonia
intestinal, já que a cereja tem um sua-
ve efeito laxante c tonificante de iodo
o tubo digestivo.
587
Ribes uva-críspa L. Çj
>J O] Lj ,
Preparação e emprego
Groselheira
-espím USO INTERNO
O Frutos frescos.
© S u m o dos frutos: meio copo
Útil para as curas de de 12 em 12 horas.
Primavera €) Geleia ou doce de frutos.
Precauções
A GROSELHEIRÀ-ESPIM
muito apreciada nos países
do Norte da Europa, onde se
obtiveram variedades cultivadas que
produzem grandes e saborosos frutos.
c
588
Rubia tínctorvm L.
m. J>. 9 O
Preparação e emprego
Cranza
USO INTERNO
Diurética e sedativa
O D e c o c ç ã o com 30-40 g de
raiz esmiuçada num litro de
água. Ferver durante 10 minu-
tos. Bebem-se, por dia, de 4 a 6
D
ESDE tempos imemoriais, os chávenas.
povos mediterrâneos fizeram
uso cia raiz da granza paia tin- @ Pó de raiz: Ingerem-se 2
4 g diários, repartidos em 3 to-
gir de vermelho as lãs e os tecidos. Os
mas.
corantes sintéticos, como as anilinas,
descobertos no século XX, viciam
substituí-la na utilização industrial.
No entanto, as suas aplicações me-
dicinais permanecem. I lipócrates já a
utilizava tomo diurética, propriedade
pela qual continua a ser usada actual-
mente.
589
Sambucus ebulus L
'
I . •
Ebulo
Sudorífico e diurético
590
Saxifraga
granulata L
Ol . J .
Preparação e emprego
Quaresmas
USO INTERNO
Eficaz contra os O Infusão ou decocção com
40-60 g de planta por litro de
cálculos urinários água, de que se tomam 2 ou 3
chávenas por dia.
Q
l AXl)( > se arranca esta plan-
ta, podem ver-se uns peque-
nos bolho» que se forniam na
base do caule, de onde lhe
vem o nome de gromilala. Pela seme-
lhança que tem com alguns cálculos
urinários, desde tempos muito anti-
gos se pensou que o seu uso seria re-
comendado para curar o "mal da pe-
dra" ou liiíasc urinária. «Esmiuça a
pedra-, dizia Andrés de I ,aj>una no sé-
culo XVI, comentando os escritos de
Dioscóridcs. Outros nomes: sanicula-dos-
-montes. saxilraga-branca.
As quaresmas continuam hoje a ser Esp.: saxifraga, saxííraga-mayoc
Utilizadas com os mesmos fins, e são hierba de las piedras. Fr.: saxifrage.
muito apreciadas nos meios rurais do Ing.: saxifrage.
Sul da Europa. Habitat: Cria-se em terrenos
montanhosos e húmidos de toda a
PROPRIEDADES I. INDICAÇÕES: Toda a Europa. Abunda nos Alpes e nos
Pirenéus.
planta, e sobretudo a sua raiz. contém
Descrição: Planta herbácea de
taninos, resinas, glicósidos e vitamina
uns 50 cm de altura, da família
('..Tem um notável efeito diurético e, das Saxifragáceas. As folhas têm
possivelmente devido á sua faculdade o bordo dentado e o peciolo
di- alcalinizar a urina, ajuda a dissol- comprido. A flores são brancas e
ver e expulsar os cálculos urinários. dispõem-se em ramalhetes terminais.
Rccomcnda-se o seu uso paia faci- Partes utilizadas: a raiz, as flores e as
folhas.
litar a eliminação de mina. especial-
mente em caso de liiíasc minaria (cál-
culos nos rins), de areias na urina e de
cólicas renais IOI.
591
Smilax áspera L
A > ú
Preparação e emprego
Salsaparrilha-
-bastarda USO INTERNO
O Infusão com 30-40 g de ri-
Depurativa e aperitiva zoma ou raiz triturados, num li-
tro de água, de que se ingerem
de 3 a 5 chávenas diárias, an-
tes das refeições.
E
STA PLANTA já era conhecida
por D i osco ri d es c Teofrasto.
Também a mencionam Lacuna
e Mailidi. No entanto, a sua popula-
ridade atingiu o auge quando os es-
panhóis aplicaram o nome de salsa-
parrilha ;i várias espécies americanas
do género Smilox (século XVII). Es-
tas salsaparrilhas do Novo Mundo
(ver quadro da página seguinte)
eram usadas pelos indígenas tomo
depurativas, e, dado que se lhe atri-
buíam virtudes curativas sobre a sífí-
les, geraram-se grandes expectativas,
que logo se revelaram infundadas.
Outros nomes: salsaparrilha-do-
-reino. salsaparriiha-indigena,
PROPRIEDADES E INDICAÇÔKS: Con-
legação, alegra-campo, recama.
tém gVicÓsidos saponinieos, resina e Brasil: japecanga.
óleo essencial, que lhe conferem pro- Esp.: zarzaparrilla, zarza morisca,
priedades diuréticas, sudoríficas, de- uva de perro, salsaparrilla.
Fr.: liseron épineux, salsepareiile.
Ing.: sarsaparrilla.
Habitat: Bosques secos da América
Central e do Sul, e também do Sul
0
da Europa.
Descrição: Subarbusto espinhoso
Bebidas com salsaparrilha da família das Liliáceas, que trepa a
árvores de até 40 m de altura. As
suas folhas são grandes, com o
bordo circundado de espinhos e em
forma de coração alongado. As
flores são brancas, e os frutos
vermelhos ou enegrecidos.
A salsaparrilha uti-
liza-se como es- Partes utilizadas: o rizoma e a
raiz.
pumante em di-
versas bebidas re-
frescantes, devido
às saponinas que
contém
592
punitivas, aperitivas c tonificantes. *&
Favorece a eliminação de ureia, de
ácido úrico e de outros resíduos orgâ-
y Outras salsaparrilhas
Precauções
593
Solidago
vlrga-aurea L O) \ tk
Preparação e emprego
Vara-de-
-ouro USO INTERNO
O Decocção: 30-40 g de sumi-
dades floridas por litro de água
Uma boa durante 5-10 minutos. Ingerem-
amiga dos rins se até 5 chávenas por dia.
© X a r o p e : Para o tratamento
das d i a r r e i a s infantis recomen-
da-se prolongar a decocção até
que o líquido se reduza para me-
tade, e juntar açúcar integral (es-
curo) ou mel, para que se forme
um xarope, que se administra às
colheradas.
USO EXTERNO
© C o m p r e s s a s empapadas nu-
ma decocção mais concentrada
que para uso interno: (50-100 g
por litro).
O Loções com a decocção con-
594
Usa-se
tradicionalmente
nalguns lugares a
infusão de vara-de-
-ouro para deter as
diarreias infantis
que aparecem
durante o Verão ou
na época da
dentição.
595
Spergularía
rubra Dietrich Oj *
Arena ria
Diurética e sedativa
J£ Preparação e emprego
596
Theobroma cacao L.
* . •
Cacaueiro
Estimulante, diurético
e cicatrizante
Outros nomes:
cacauzeiro, cacau.
Esp.: cacao, cacaotero,
árbol dei cacao.
Fr.: cacaotier, cacaoyer,
cacao, Ing.: cacao
12 Preparação e emprego
O uso do cacau por via interna, e es-
pecialmente do chocolate, desacon- USO INTERNO USO EXTERNO
selha-se nos seguintes casos:
• alergia ao cacau, O Decocção de semente: Prepa- © Manteiga de cacau: Aplicar di-
ra-se com 10 ou 12 sementes (tam- rectamente como se fosse uma po-
• digestões pesadas por litiase ou bém chamadas grãos ou lavas) por mada, sobre a zona da peie alerta-
dispepsia biliar (dado o seu conteúdo litro de água. Tomar 3 chávenas diá- da, até 6 ou 8 vezes por dia.
em gordura), rias.
O Supositórios e óvulos de man-
• prisão de ventre (agrava-a),
© Decocção de casca do fruto: pre- teiga de cacau: Preparados farma-
• acne juvenil, para-se com 50 g por litro de água. ceuticamente, usam-se em caso de
• insónia (especialmente nas crian- Tomam-se 3 chávenas por dia. hemorróidas ou de vaginite.
ças) ou taquicardia.
597
O cacau não é apenas o componente básico do chocolate, o doce universal por ex-
celência, mas também com a sua gordura se elaboram numerosos preparados far-
macêuticos e cosméticos, dos quais o mais conhecido é a popular manteiga de cacau,
tão eficaz no tratamento das gretas dos Jábios.
Pouco depois, os espanhóis intei- sem dúvida, bastante mais saudável do vena de cale contém de 100 a 150
ra ram-sc de que <> bocho-cacaua-alt, a que- o actual, enriquecido com açúcar mg).
que acabaram por chamar chocolate, e gordura.
era a Ixíbicla preferida do imperador Como preparação medicinal, usa-
M<>( ic/uma. Substituíram o Fruto cia -se a decocção de SEMENTES de cacau.
ceiba, uma outra árvore mexicana, PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: As se- Esta é muito preferível ao chocolate,
pela canela e a baunilha. Mais tarde mentes do cacau contêm IO%-50% de pois se acha isenta dos seus inconve-
acrescentaram açúcar de cana cuba- lípidos (gordura), 12%-11% de pro- nientes (adição de açucare gordura).
no. E assim se chegou à fórmula bási- teínas, teobromina (1%), sais mine- Infelizmente, as sementes de cacau só
ca do chocolate moderno. rais e pequenas quantidades das vita- se encontram disponíveis nos países
minas A, lii e Ba. O cacau em pó ob- tropicais onde o cacau é cultivado.
Posteriormente, na Europa, aper- icm-se por trituração das sementes de
feiçoaram-sc os métodos do seu fabri- cacau .secas. A MANTEIGA de cacau exlrai-sc por
co, eiiriquecendo-o com a sua própria pressão das sementes torradas. K um
gordura (manteiga de cacau), até lhe A TEOBROMINA é um alcalóide cuja poderoso emoliente e cicatrizante, eme
dar consistência sólida. Embora se tra- fórmula química (3-7-dimetilxanti- entra na composição de numerosos
te de uma gordura vegetal, a mantei- na), assim como os seus efeitos, são se- preparados farmacêuticos e cosméticos.
ga de cacau é rica em ácidos gordos melhantes aos da cafeína. Diferencia-
salitrados, semelhantes aos de origem -se, no entanto, em que a teobromina A sua aplicação tcnna-se especial-
animal, pelo que se torna de difícil di- do cacau é mais diurética e menos ex- mente útil nos seguintes casos:
gestão e. além disso. Favorece a pro- citante do que a calcina. O deito diu- • gretas dos lábios produzidas pela se-
dução cie colesterol. rético da teobromina c acompanhado c ura ou pelo frio 101.
O CHOCOLATE actual contém, além de uma acção anti-inflamatória sobre
do cacau em pó (sementes tritura- o rim, pelo que se recomenda nos ca- • gretas do mamilo das mães lactantes
das), uma grande quantidade de açú- sos de neiVosc e neíYite l©l.
car (até 50% do seu peso), o que lhe • queimaduras, erupções e irritações
No conjunto, o cacau é tonificante
dá um grande conteúdo calórico, mas da pele 101.
e ligeiramente estimulante, embora
o torna pobre- em substâncias activas
cm Brandes doses, ou cm pessoas sen- • para ajudai" a nascer o cabelo l©l.
para o metabolismo, como as vitami-
síveis, possa produzir insónia e taqui-
nas c os sais minerais. Além disso, o
cardia. • hemorróidas e vaginite (ardência,
açúcar iraiislorma-o num factor de cá-
rie, especialmente para as crianças. irritação ou prurido na vagina) IO).
Algumas variedades de cacau con-
() primitivo chocolate líquido que têm também cafeína, muna quantida- A CASCA do cacau utili/a-se no Mé-
os Asiecas bebiam e que os conquis- de que pode chegar a 50 mg por chá- xico contra a tosse, em forma de de-
tadores espanhóis saborearam cia, vena de chocolate de 100 ml (a chá- cocção l©l. Também c estimulante.
598
Zea mays L í\ O V
Preparação e emprego
Milho
Notável alimento USO INTERNO
O Culinária: O milho e a sua fa-
e excelente diurético rinha tomam-se de muitas manei-
ras e em diferentes pratos como
mais um alimento.
@ Infusão de estiletes: 30 g por
litro de água. Toma-se quente ou
fria, de manhã ou de tarde, mas
não à noite, à razão de 3 a 5 chá-
venas por dia.
© Óleo: Obtém-se do gérmen do
599
As chamadas barbas-de-
-mflho são na realidade
os estiletes das suas
flores femininas, de que
acabam por ficar apenas
os grãos. Constituem um
excelente diurético
recomendado em caso
de hipertensão arterial,
de pedras nos rins ou de
cistite.
K assim se foi espalhando o milho panha, no ano 1604. Pouco a pouco, provocar uma reacção inflamatória na
pela Espanha até que, mais de oiten- os seus grãos amarelos lo iam con- mucosa intestinal, doença conhecida
ta anos depois, Dom Gonzalo Méndez quistando os paladares europeus. como ecliaquia.
de Cancio, que foi governador espa- Além disso, no século XVIII descobri-
O GRÃO de milho tem as seguintes
nhol da Florida, o viu plantado cm vá- ram-sc as notáveis propriedades me-
rios quintais ejardins de Sevilha. dicinais dos seus estiletes (as barbas- aplicações:
-de-milho). • Emoliente e protector da mucosa in-
-Suponho que estareis a obter boas
testinal: O milho e a sua farinha,
colheitas desta nova planta trazida das
graças à total ausência de glúten, tor-
índias- comentou o governador a um PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: O grão nam-se de grande utilidade para
distinto sevilhano, pouco depois do de milho contém glícidos ou hidratos quem sofra de ecliaquia e, em geral,
seu regresso a Espanha, de carbono (7()%-77%), proteínas para as crianças que sofram de defi-
(7%-10%) e gorduras (3%-5%), além ciente absorção intestinal ou diarreias
-Não c o que acontece, Dom Gon- de minerais e oligoelementos (sobre-
zalo; icmo-la apenas para ornamento. crónicas IOI.
tudo flúor). A sua proteína é mais
Ouvimos dizer que os índios comem completa do que se pensava, embora Actualmente, no caso dos lacten-
os seus grãos. Mas, a verdade é que um pouco inferior à do trigo e bas- tes, recomenda-se começai a dieta de
nunca os provámos. Com o trigo e a tante menos completa do que a da transição, de apenas leite, para aque-
cevada ião bons que lemos por aqui! soja. No entanto, fio mesmo modo la que inclui farinha de cercais, com
O governador iniciou a cultura do que o arroz, destaca-.sepela ausência de papinhas de milho ou arroz, que, por
milho nas Astúrias, no Norie de Es- glúten, substância proteínica que pode não terem glúten, se toleram melhor
600
A fachada da Universidade
Nacional Autónoma do
México, onde se fizeram
interessantes investigações
sobre as propriedades
nutritivas e medicinais do
milho.
Quando o milho era
totalmente desconhecido
na Europa e no resto do
m u n d o , as culturas asteca e
maia do México, assim
como a inca do Peru, já o
haviam adoptado como um
dos seus principais
alimentos.
601
PLANTAS PARA
0 APARELHO GENITAL MASCULINO
IÁRIO DO CAPÍTULO
J Plantas afrodisíacas
DOENÇAS E APLICAÇÕES
Afrodisíacas, plantas 602
Ejaculação precoce 604
•••".i^-.-^f-r.: • '
Esterilidade masculina 603
Excitação sexual excessiva 604 Aumentam o desejo e a capacidade
sexual. Nalguns casos, como por
í liperexcita ção sex uai exemplo o da cebola, o cheiro que
ver Excitação sexual excessiva . . . .604 deitam certas plantas pode contra-
'•'.•'!./ • ' • ' V V ' ' '
Hipertrofia da próstata, ver Próstata, riar o seu pretendido efeito afrodi-
afecções 603 síaco.
Impotência sexual 604
Plantas afrodisíacas 602
Próstata, afecções 603
Prostalite, ver Próstata, afecções 603 Planta Página
Sexual, excitação excessiva, Cebola 294
ver Excitação sexual excessiva . . . . 604
Hortelã-pimenta 366
O abacateiro era chamado Pimenteira 370
pelos índios mexicanos a PlANTAS
Segurelha 374
"árvore-testículo". Ainda Abóbora 605
que não influencie Baunilha 376
Damiano 613
directamente as funções Gengibre 377
genitais, não deixa de ser Eleulerococo 609
Gergelim 611 Cálamo-aromático 424
muito útil aos homens:
diminui o nível do Ginseng 608 Caneleira 442
colesterol e, aplicado sobre Ginseng-americano 609 Açafrão 448
o curo cabeludo, combate a Ginsengthinês 609
calvície. Genciana 452
Golfão 607 Satirião-macho 512
Sabal = Serenoa 610
Ginseng 608
Serenou 610
Sésamo = Gergelim 611 Damiana 613
Salva 638
Alecrim 674
Chagas 772
602
A SAÚDE P E L A S P L A N T A S M E D I C I N A I S
2" Parte: O e c r i ç a o I
Doença Planta Pág. Descrição Uso
PRÓSTATA, AFECÇÕES CASTANHEIRO- ?c. Reduz o tamanho da próstata Decocçao de casca e ou sementes,
-DA-ÍNDIA e facilita a saída da urina banho de assento com a decocçao
Nos indivíduos do sexo masculino, jo-
vens ou de meia idade, a afecção pros- Decocçao de gálbulos (frutos),
tática mais vulgar é a prostatite de CIPRESTE 255 Aumenta a tonicidade da bexiga essência, banhos de assento
causas infecciosas; enquanto que, nos com a decocçao
que tenham mais de 50 anos, é a hi-
pertrofia ou crescimento exagerado UVA-URSINA 564 Potente anti-séptico urinário, Decocçao ou maceração
da próstata. eficaz em caso de prostatite de folhas secas
A fitoterapia utiliza plantas de grande BAROSMA
ccy Anti-séptica e anti-inflamatória Infusão de folhas, lavagens uretrais
eficácia no tratamento destas duas dos órgãos geniturinários (com uma sonda urinária) com a infusão
afecções.
VARA-DE-OURO
CQA Anti-inflamatória urinária, Decocçao de sumidades floridas
acalma os incómodos da micção
Trava o crescimento excessivo As sementes (pevides) frescas,
ABÓBORA 605
da próstata secas ou cozinhadas
SERENOA
CJQ Detém o crescimento da próstata Frutos frescos, decocçao de frutos,
e reduz os transtornos urinários extractos
603
Cap. 23: PLANTAS PARA O APARELHO GENITAL MASCULINO
EXCITAÇÃO SEXUAL
LÚPULO 158 Sedante, acalma a excitação sexual Infusão de cones
EXCESSIVA
Estas plantas exercem uma acção ana-
frodisiaca (diminuem o desejo sexual).
Podem ser de utilidade para os jovens GOLFÃO 607 Trava o apetite sexual excessivo Infusão de flores ou rizoma
demasiado ardentes, ou no caso de se
encontrarem diminuídas as faculdades
mentais.
SALGUEIRO- C-,C Acalma o nervosismo, a ansiedade i » * . . * - *u4u»»
676 l n , u s a o de f l o r e s
BRANCO e a hiperexcitação sexual
Plantas anafrodisíacas
Planta Página
Lúpulo 158
Alface-brava-maior 160
Canforeira 217
Golfão 607
O golfão usava-se antigamente para refrear o apetite sexual
excessivo, devido â acção dos seus alcalóides. Salgueiro-branco 676
604
Cucurbita pepo L.
Abóbora
Desinflama a bexiga
e a próstata, expulsa
os parasitas intestinais
Chila
606
Nymphaea alba L
o.
Golfão
Acalma o desejo '1 V*)i
sexual... segundo
dizem
O
GOLFAO-branco ou lis-dos-
-tanques (Nymphaea alba L.) c
o golfão-amarelo {Niipharlu-
//•a 11,. | Sibth. et Sm.) pertencem a gé-
neros botânicos diferentes, embora as
suas propriedades sejam muito se-
melhantes. Distinguem-se Facilmente
pela cor das flores.
607
Panaxglnseng
CAMeyer
.\ I
!\J
Jjt
<# dl A
Preparação e emprego
Ginseng
USO INTERNO
Não dopa, O 0 ginseng apresenta-se habi-
tualmente em forma de prepara-
mas funciona dos farmacêuticos, extractos,
cápsulas, ampolas bebíveis, etc).
A dose habitual é de 0,5 a 1,5 g
de pó de raiz por dia, numa única
ou em várias tomas.
Há que ter em conta que a acção
do ginseng é lenta mas acumula-
tiva. Os eleitos começam a notar-
-se a partir da segunda ou tercei-
ra semana de tratamento.
608
«Al*
• Esgotamento psíquico, depressão,
r Tipos de ginseng ansiedade, insónia. Muito útil para os
estudantes em época de exames.
• Envelhecimento precoce, senilida-
de.
Existem vários tipos de ginseng: folium L): Oriundo do Nordeste dos Es-
tados Unidos e Sudeste do Canadá. • Hiper ou hipotensão arterial.
• Ginseng-coreano ou vermelho {Pa-
nax ginseng C. A. Meyer): É o ginseng Cria-se em estado silvestre nos bosques • Anemia: Especialmente útil para re-
por excelência, o mais rico em principios de faias e carvalhos. cuperar as perdas de sangue depois
activos, e que aparece na gravura da • Eleuterococo (Eleutherococcus sen- de hemorragias ou doações.
página anterior. ticosus Maxim.), também chamado gin- • Transtornos da sexualidade: im-
seng-russo ou siberiano: Cultiva-se com potência masculina, fiigidez femini-
• Ginseng-chinês (Panax repens Max.): fins medicinais e apresenta proprieda-
Cultiva-se na China e na Indochina. na, insuficiência hormonal, esterili-
des muito semelhantes às do ginseng- dade masculina ou feminina.
• Ginseng-americano (Panax quinque- -coreano.
609
Serenoa repens
Bartram. o| •
Serenoa
Detém o crescimento
da próstata
610
Sesamum
indicum L Oj
Preparação e emprego
611
A cozinha tradicional do
Extremo Oriente, o
gergelim, sob diversas
formas e preparações, é
um componente
indispensável de
requintados e
numerosos pratos. Isto
acontece seguramente
porque a sabedoria
oriental já tinha
descoberto que as suas
propriedades
revitalizantes influíam
de m o d o muito
favorável na
manutenção da
capacidade sexual.
suas funções no sangue consiste em /Vitaminas, especialmente a K (to- que nos países orientais ela seja con-
manter dissolvidos os lípidos em ge- coferol), a Bi ou tiamina (0,1 mg por siderada uni restaurador da vitalida-
ral, e especialmente o colesterol, evi- 100 g) e a IV.' ou riboflavina (0,24 mg de e da capacidade sexual. Entre as
tando assim que se deposite nas pare- por 100 g), suas muitas aplicações, assinalamos as
des das artérias (arteriosclerose), O seguintes:
/ Minerais e oligoclemcntos diversos,
gergelim é, juntamente com a soja, o
especialmente cálcio, fósforo, feno e
vegetal mais rico em lecitina. • Problemas nervosos: esgotamento
magnésio, cobre e cromo.
/ Proteínas (20%) de alto valor bio- nervoso ou mental; stress; perda de
y Mucilagens, a que deve a sua acção memória; melancolia, depressão ner-
lógico, formadas por 15 aminoácidos
laxante suave. vosa; irritabilidade ou desequilíbrio
diferentes com uma elevada pro-
porção de metionina (aminoácido es- Observando a composição desta nervoso; insónia IOI. É um excelente
sencial). pequena semente, não é de estranhar complemento nutritiva para quem este-
ja submetido a uma grande activida-
de mental ou intelectual e deseje
o
manter um bom rendimento.
612
Tumera
diffusaWUd. os
Preparação e emprego
Damiana
USO INTERNO
Tonificante O Infusão: 60-90 g de folhas
e afrodisíaca por litro de água. Tomar 2 ou 3
chávenas diárias.
© Extractos: sob a forma de
diversos preparados farmacêu-
ticos.
613
PLANTAS PARA
O APARELHO GENITAL FEMININO
SUMARIO DO CAPÍTULO
D O E N Ç A S E APLICAÇÕES Plantas galactagogas 615
Antiêspasmódicas uterinas, plantas... 621 Plantas ocitócicas 621
Antilactagogas, plantas 615 Regras excessivas 618
Regras irregidares 618
Cervicite 620
Regras, dor, ver Disinenoireia 617
('.limar/mo, VttMenOpQUSQ 619
Regras, retenção de líquidos 618
Colo do útero, infecção, ver Cervicite .. 620
Retenção de líquidos antes das regas,
Dismenorreia 617
ver Regias, retenção de líquidos . . . 618
Emenagogas, plantas 62!
Seio, infecção, ver Mastite 616
Esterilidade feminina 616
J vtg/nih; ver Leucorreia 620
Fluxo vaginal, ver Leucorreia 620
Galactagogas, plantas 615
PLANTAS
Gestação, ver Gravida 616
Gravidez 616 Alquemila = Pc-de-ieão 622
Grelas do mamilo 616 Arruda 637
lliprri/ienowia, ver Regras excessivas . 618 Artemísia 624
Inchaço antes das regras, Betónka-dos-pántanos 67/
vn Regras, retenção de líquidos . . .618 Bico-decegonha 631
Injecção da mama, ver Mastite 616 Hico-de-ccgonha-moscada 631
líola-de-nivc = Noveleiro 672
Lactação, injecção das mamas,
Bolsa-de-pastor 628
ver Mastite 616
C.filéndula = Maravilha 626
Leucorreia 620
Cupselu = Bolsa-de-pastor 628
Mamo, infecção, ver Mastite 6/6
Cardo-morlo = lasneirinha 670
Mamih, gretas 616
Estaque 641
Mastite 616
Fedegoso 630
Menopausa 619 Folhado 643
Menstruação excessiva, Galega 632
ver Urgias excessivas 618 Maravilha 626
Menstruação irregular, Menla-de-cavalo 657
ver Regias irregulares 618 Monarda 637
Menstruação, dor, ver Dismenorreia . .617 Noveleiro 672
Ocilócicas, plantas 621 Pè-de-leão 622
Ovário, insuficiência 619 Pulsatila 623
Peão, injecção, ver Mastite 616 Rosa-de-da masco 635
Planttts mtiespasmèdwas uterinas... 621 Rosa-páiida 635
Plantou antilactagogas 615 Roseira 635
Plantas emenagogas 621 Salva 638
A SAÚDE PELAS PLANTAS M E D I C I N A I
2 " P.irto: D e s c r i ç ã o
I
J
Salva-dos-prados 63S
Senécio-viscoso 640
Itisiia 640
Tasiwirinha 640
Utiiga-branca 633
Yihurno 675
Viburno-americano 643
A
S PLANTAS medicinais podem
melhorar muito a saúde e <>
bem-estar da mulher. Muitas
delas conseguem aliviar as do-
res das remas (dismenorreia), normalizar Plantas galactagogas
os ciclos menstruais quando estes são irre-
gulares, e reduzir a hemorragia no caso de
ser excessiva.
Favorecem a secreção de leite nas
A disposição de ânimo, a emotividade e mulheres que amamentam. Ingerem-
até o carácter, dependem em certa medi- -se normalmente por via oral em for-
ma de tisana. A accãc estimulanle
da do equilíbrio hormonal. O organismo destas plantas sobre a produção de
feminino está sujeito ciclicamente a osci- leite deve-se aos seus óleos essen-
lações no nível de hormonas sexuais, o ciais.
que pode provocar desequilíbrios emo-
cionais com certa Frequência. Planta Página
I'. interessante verificai" que estas plantas Urtiga-maior 278
não exercem apenas uma acção sintomá- Endro 349
tica, acalmando as dores ou os transtornos Alcaravia 355
menstruais, mas chegam a produzir um Funcho 360
verdadeiro reajustamento no delicado Manjericão-grande 368
mecanismo hormonal que desencadeia a Cominho 449
menstruação de forma periódica. Deste
Anis-verde 465
modo. como também acontece noutros
Galega 632
campos da fitoterapia, as plantas medici-
nais exercem uma verdadeira acção pre-
ventívasobre muitas das doenças e trans-
tornos femininos,
Aplicadas localmente na forma de irri- Plantas antilactagogas
gação vaginal, as plantas medicinais ac-
tuam eficazmente nas infecções da vagina
e do colo do útero, causadoras da leucor- Reduzem ou detêm a secreção de
reia. Durante a gravidez e especialmente leite nas mulheres que amamentam. Uti-
durante a lactação, as plantas também po- lizam-se quando, por alguma razão, seja
conveniente suspender a lactação ma-
dem prestar bons serviços à mulher. Há terna. Empregam-se tanto por via oral
plantas que fazem aumentai a produção como em compressas sobre os peitos.
de leite, e outras (pie a diminuem. Nos
transtornos da lactação natural, como as
Planta Página
grelas no mamilo e as inflamações mamá-
rias (masiites), também a fitoterapia pode Pervinca 244
fornecer soluções praticas. Cana 566
615
Cap. 2 4 : PLANTAS PARA O APARELHO GENITAL F E M I N I N O
ESTERILIDADE FEMININA
ONAGRA 237 Equilibra o sistema hormonal Óleo das sementes
E a incapacidade da mulher para con-
ceber na idade fértil. Pode ter causa
orgânica, devida a uma obstrução das
trompas de Falópio, por exemplo, ou GINSENG 608 Estimula as glândulas sexuais (ovários) Pó de raiz, extractos
então uma causa funcionai.
As plantas medicinais actuam unica-
mente neste último caso, estimulando DAM.ANA 613 J g j g J JnerV0S°'revitalizante- Infusão de folhas, extractos
a função do ovário e equilibrando o
sistema hormonal.
PULSATILA 623 Estimula a actividade do ovário Extracto da planta, pó da raiz
GRETAS DO MAMILO
ALFORVA 474 Emoliente (suavizante), cicatr.zante S S m l r t k " 1 " ° dBC°CÇâ°
São pequenas úlceras cutâneas que
se formam no mamilo da mãe que ama-
menta. Devem ser tratadas com muita
higiene e com a ajuda de alguma des- MORANGUE.RO 575 seca
^ ^ef cicatriza ? 5 ' 1
t , ? ^ ^as? gretas 0
' Compressas
K com a infusão de folhas
tas plantas.
As gretas do mamilo constituem o fac-
tor causal mais importante das masti- c •• .„ i-.1«1j-«_tai „:-,•,;,,-*„ Cataplasmas com folhas esmagadas,
tes (inflamações das mamas) na lac-
C „ 7Q3 ^ J ^ o g g * = s s a s S o s ^ e s c o
tação, que podem chegar a formar um
abcesso de pus e obrigar a suspender
a lactação natural. Daí a importância de
se lhes prestar atenção e tratamento
adequado. AÇUCENA 716 ^^^airteUlcatrizarite, 0 ieo das flores
MASTITE
Referimonos aqui á inflamação ma-
mária que se produz durante a lac- PERVINCA 244 Detém a produção de leite, alivia as Compressas com a decocção de
tação natural. Em muitos casos, o fac- inflamações mamárias folhas sobre as mamas
tor desencadeante são as gretas no
mamilo.
Além do tratamento antibiótico (ver
plantas antibióticas na pág. 86), deve-
-se evitar a retenção do leite nos peitos,
e aplicar um tratamento local ã base de
de compressas ou cataplasmas com Dnrr « « . , 79R Melhora as inllamações mamárias S I 2 Í 7 S mpressas
L S K cr onmTeps t £
a °
DOCE-AMARGA 728 d a s mu | h eres lactantes Tenção
estas plantas.
616
A SAÚDE P E L A S P L A N T A S M E D I C I N A I S
2"' Parte: D K Í. C r i ç ;i o I
Doença Planta Pág. Acção Uso
MONARDA
C34 Normaliza o ciclo menstrual, acalma Infusão de flores
as dores das regras
roo Estimula e regula a menstruação,
SALVA Infusão de folhas, essência
acalma as dores das regras
TASNEIRINHA
CAQ Normaliza o ciclo, Sumo da planta fresca, extractos
acalma a dismenorreia
rfl. Alivia os espasmos uterinos
ESTAQUE Infusão de sumidades floridas
e as dores que provocam
rA0 Acalma os espasmos dolorosos
NOVELEIRO 642 Decocção de casca seca
do útero
SALGUEIRO- gyg Analgésico, anti-inflamatório,
Decocção ou pó da casca
-BRANCO acalma as dores das regras
MILEFÓLIO 691 Antiespasmódico, alivia a dismenorreia Infusão de sumidades floridas
746 Reguladora hormonal,
BORRAGEM Óleo das sementes
normaliza os ciclos menstruais
617
C a p . 2 4 : P I A N I A S PARA O APARELHO G E N I T A L F E M I N I N O
REGRAS IRREGULARES ONAGRA 237 Equilibra o sistema hormonal Óleo das sementes
O ciclo menstrual depende das hormo-
nas produzidas pela hipófise e pelo ová- VISCO-BRANCO 246 Hemostatico, regula a menstruação Infusão ou maceração de folhas secas
rio. Em certas épocas da vida da mu-
lher, como a adolescência e a meno-
pausa, são relativamente frequentes LOUREIRO 457 Emenagogo, regula o ciclo menstrual Infusão de folhas
os transtornos do ciclo menstrual. Ge-
ralmente, são devidos a excessos ou SALSA 583 Estimula e regulariza a menstruação Infusão de frutos
carências das hormonas sexuais.
Estas plantas medicinais têm uma Infusão de sumidades floridas
ARTEMÍSIA 624 Emenagoga, normaliza o ciclo
acção equilibradora sobre as glându- ou de raiz
las endócrinas produtoras das hormo-
nas, e contribuem favoravelmente para MARAVILHA 626 Emenagoga e reguladora menstrual Decoccão de flores
a normalização do ciclo menstrual.
Infusão de sumidades floridas,
ARRUDA 637 Contrai o útero, emenagoga
essência
Banhos de assento com flores
CHAGAS 772 Regula e normaliza as regras
ou frutos
618
SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S
2 " Parte: D e s c r i ç ã o
•
Doença Planta Pág. Acção Uso
OVÁRIOS, INSUFICIÊNCIA ONAGRA 237 Equilibra o sistema hormonal Óleo das sementes
Os ovários são as glândulas sexuais fe-
mininas. A sua função è dupla: produzir
as hormonas sexuais (estrogénios e n........ ci •> Regulariza o ciclo menstrual
progesterona) e libertar os óvulos ou Infusão de folhas
DAMIANA 613 e e s t i m u | a a f unç ão ovárica
células germinais que se unirão com os
espermatozóides para formar um novo
ser. Estas plantas podem estimular
ambas as funções ováricas. PI. emi fl &?•* Estimula o ovário, acalma as dores Extracto da planta, pó da raiz
ruLSATiLA otj menstruais, regulariza o ciclo
619
C a p . 2 4 : P L A N T A S PARA O A P A R E L H O G E N I T A L F E U l N I N O
Irrigações vaginais
Murta SALGUEIRINHA 510 Adstringente, cicatrizante com a decocção de sumidades
floridas
Irrigações vaginais
ROMÀZEIRA 523 Adstringente
com a infusão de flores e casca
Adstringente, anti-inflamatória,
Irrigações e lavagens
ROSEIRA 635 anti-séptica.
com a infusão de pétalas
Muito apropriada para a higiene intima
Nogueira SALGUEIRO-
-BRANCO
676 Adstringente, desinfectante Irrigações vaginais com a decocção
CERVICITE
É a inflamação do colo do útero, cau-
sada normalmente por diversas bacté- Irrigações vaginais
rias ou vírus. Manifesta-se com lluxo mu- NOGUEIRA 505 Adstringente, anti-inflamatória com a infusão de folhas
coso ou purulento (leucorreia) e dores e/ou nogalina (cascas verdes)
nos dias das regras ou durante o coito.
Estas duas plantas, que também se
usam no caso da leucorreia, são as
mais indicadas em caso de cervicite,
pela sua acção adstringente, anti-
-séptica e anti-infíamatória.
Adstringente, anti-inflamatória,
Como se indica na página 73, durante a ROSEIRA Irrigações e lavagens
635 anti-séptica.
gravidez não se devem aplicar irri- com a infusão de pétalas
Muito apropriada para a higiene intima
gações vaginais.
620
A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S
2A Parle: D e ;; c r i ç ã o
I
Plantas antiespasmódicas
uterinas Plantas emenagogas
Planta Página
Giesta 225
Bolsa-de-pastor 628
Arruda 637
Aloés 694
Aristolóquia 699
621
Alchemilla
vulgaris L 21 P 9 IÉ
Preparação e emprego
USO EXTERNO
© I r r i g a ç õ e s v a g i n a i s com o
líquido bem coado de uma de-
cocção mais concentrada que
O
PE-DE-LEAOjá foi estudado a usada internamente, à razão
por Dioscórides no século 1 de uns 100 g por litro de água.
d.C. Andrés de Laguna (séc. © Gargarejos com a decocção
XVI), seu tradutore comentarista, re- concentrada.
comendava os banhos no cozimento © C o m p r e s s a s empapadas
desta plaina para «apertar e cerrar as com esta decocção.
partes baixas», garantindo que assim
© Lavagens das zonas da
se restituía a virgindade perdida, O Fa- pele afectadas, com o liquido
moso médico espanhol prescrevia da decocção concentrada.
também a decocção do pé-de-leão
para as mulheres, porque -torna as te-
ias como maçã/.inhas".
Sem chegai' a estes extremos, a me-
dicina moderna continua a recomen-
dai esta planta para a saúde feminina.
622
Anemone
pulsatilla L
Preparação e emprego
Puísatila
USO INTERNO
Estimula A puísatila deve ser usada unica-
a função ovárica I mente de uma das seguintes for-
mas:
O Extracto: 0,05-0,3 g diários.
© Pó de raiz: 1-3 g diários.
Precauções
Q
UANDO as flores da puísati-
A planta fresca é muito tóxica,
la secam, os frutos formam mas seca ou em extracto é isen-
uns ramalhetes plumosos, ta de toxicidade.
que o vento vai arrancando a
pouco e ponto. Daí o seu nome cien-
tífico, Anemone, que em grego faz re-
ferência a uma flor que st- abre ao me-
nor sopro de vento.
623
Artemísia vulgaris L
£ 51 J J
Preparação e emprego
A
ARTKMIS1A já era usada po- refeição, durante 3 dias. Repetir
ios Gregos. Dioscórides, o pai outro ciclo igual uma semana de-
da fitoterapia, jã fala dela no pois.
primeiro século da nossa era. Andrés
cie Laguna, o famoso m ó d i c o espa-
nhol do s é c u l o XVI, q u e e x e r c e u a
medicina nos Países Baixos e em Bo-
lonha, Roma e Veneza, afirma a res-
peito desta planta: «Chama-se aquela Outras artemísias
planta artemísia, de Arteinh», igual-
mente chamada Diana, porque assim
c o m o a q u e l a deusa socorria as mu-
Nas regiões tropicais do continen-
lheres cie p a r l o , n e m mais n e m me- te americano, existem algumas es-
nos, lambem cia costuma sempre- aju- pécies e variedades muito seme-
dá-las.» lhantes à artemísia-comum que
A artemísia foi sempre uma planta possuem as mesmas proprieda-
usada pelos seus eleitos sobre o apa- des, como por exemplo a Artemí-
relho genital Feminino. A escola fran- sia dracunluoides Pursh., que se
cesa, com <> refinamento que a carac- cultiva na América do Norte, onde
teriza, já no Renascimento, dizia que é chamada 'false tarragon'.
«a artemísia faz q u e as m u l h e r e s vol-
tem a ver as suas flores», reíerindo-se
Outros nomes: artemisia-verdadeira,
artemisia-comum, flor-de-são-joão, erva-
-de-fogo, erva-de-sào-joão, urtemige,
rainha-das-ervas. Brasil: artemigem.
Esp.: artemisa, artemisa común, artemisa
O Banhos de artemísia
olorosa, artemisa sivestre, ajenjo, altamira,
artemísia, artemega, hierba de San Juan,
madra, tomarajas. Fr.: armoise [communej,
herbe de Saint Jean. Ing.: artemísia, mugwort.
Habitat: Comum em todo o tipo de terrenos da
Europa e zonas temperadas da América.
Descrição: Planta vivaz, da família das Compostas,
Em caso de transtornos da mens- parecida com o absinto (pág. 624) mas mais alta (60-
-120 cm). Os caules têm uma cor avermelhada, e as
truação, dá resultado combinar a in- folhas são prateadas pela face dorsal. Cada capitulo
gestão da planta com banhos de floral compõe-se de 10 ou 12 florezinhas de cor
água quente, a que se juntam uns amarela ou vermelha.
punhados de artemísia. Partes utilizadas: as folhas e as sumidades floridas.
no Verão: a raiz, no Outono.
624
A artemísia favorece o aparecimento das regras, nafguns casos de amenor-
reia (faita de menstruação) por causas funcionais.
Esta planta convém sobretudo às mulheres que sofram de regras irregula-
res ou de dismenorreia (dores menstruais), pois tende a normalizar os ciclos.
625
CaJendula
offíclnalis L. O ». H >
Preparação e emprego
Maravilha
USO INTERNO
Cura as feridas O Infusão com uma ou duas flo-
e normaliza res por chávena de água, da qual
se tomam duas ou três chávenas
a menstruação por dia. Pode-se adoçar com mel.
USO EXTERNO
@ Compressas e lavagens com
uma decocção de 2 punhados de
flores por litro de água. Aplicam-
-se sobre a zona da pele afecta-
da.
€) Cataplasmas com pétalas
das flores frescas, que se apli-
cam envoltas num pano fino de
algodão.
O Loção de sumo fresco das
flores: Aplica-se sobre a zona da
pele afectada.
© Óleo: Aplica-se directamente
sobre a pele. Pode também
acrescentar-se à água do banho
para obter um agradável efeito
suavizante sobre a pele. Para a
A MARAVILHA, ou calêndula,
é um exemplo vivo cie como
a beleza e a utilidade se po-
dem conjugai-. As Flores desta plaina
saúdam o sol tia manhã, aimndo-.se e
obtenção do óleo de calêndula
por maceração, ver a pág. 57.
© Pomada: Pode-se preparar
uma pomada esmagando 100 g
de flores frescas e misturando o
mostrando <> seu formoso colorido. sumo resultante com 500 g de
No fim da tarde, fecham-se discreta- manteiga ou outro veículo gordo.
mente, até à manhã seguinte.
Os partidários da teoria dos sinais
(ver pág. 11«S), defendida por Para-
celso e outros módicos renascentistas,
recomendavam-na para a icterícia e Outros nomes: calêndula.
paia os transtornos da vesícula biliar,
Esp.: Calêndula oficinal, maravilha [dejardin). Fr.: souci
devido ao facto de a cor das Mores ser [des jardins]. Ing: calêndula, fgardenj marigold.
parecida com a da bílis. Não st- enga-
Habitat: Originária do Egipto, embora se cultive nos
naram muito aqueles pioneiros da jardins da Europa e de toda a América. Também se pode
ciência medica, porque hoje, que se encontrar em estado silvestre.
conhecem as suas propriedades, con- Descrição: Planta herbácea da família das Compostas,
tinua a ler essas mesmas indicações, anual, que mede de 30 a 50 cm de altura. As folhas são
além de outras mais q u e se foram des- alongadas, dentadas e carnosas, e as flores vistosas,
cobrindo. amarelas ou alaranjadas.
Partes utilizadas: as flores.
PROPRIEDADES E INI>ICAC:ÒF.S: AS flo-
res da maravilha contêm carotenóides
(provitamina A), um princípio amar-
go (calendina), llavonóidcs, saponi-
uas, resinas, óleos essenciais e peque-
nas quantidades de ácido salicílico.
626
Todas estas substâncias se c o m b i n a m
para fazer desta flor um remédio pre-
cioso. As suas propriedades mais no-
táveis são:
• E m e n a g o g a e r e g u l a d o r a do ciclo
menstrual: Dá resultado tanto em ca-
sos de m e n s t r u a ç ã o escassa, pelo seu
eleito emenagogo, como q u a n d o
existe u m a p e r d a excessiva de san-
g u e . Assim, pois, a maravilha norma-
liza a frequência (las regras e a sua
q u a n t i d a d e . T a m b é m elimina a d o r
q u e se p r o d u z com a m e n s t r u a ç ã o
( d i s m e n o r r e i a ) , pois tem acção c\s-
pasmolítica ( c o m b a t e os e s p a s m o s
d o l o r o s o s ) e l i g e i r a m e n t e sedativa,
Toma-sc desde uma semana antes da
d a t a e s p e t a d a para a m e n s t r u a ç ã o ,
até q u e esta t e n h a t e r m i n a d o (OI.Os
resultados são muito notáveis.
627
Capsella
bursa-pastorís L P A
Preparação e emprego
Bolsa-de-
-pastor USO INTERNO
O Infusão com 30 a 60 g de
planta por litro de água, deixan-
Detém as hemorragias do-a repousar durante 10 minu-
e normaliza as regras tos. Tomam-se 3 a 5 chávenas
diárias, fora das refeições. Nos
transtornos menstruais, deve-se
começar a tomar esta infusão
uma semana antes do dia em que
são esperadas as regras.
USO EXTERNO
© Compressas empapadas com
a mesma infusão que para o uso
628
Uma compressa
de algodão
embebida numa
infusão de
bolsa-de-pastor
é u m bom
remédio para
estancar as
hemorragias
nasais.
629
Cássia
occidentalis L
Fedegoso
Alivia as dores
das regras
630
Erodium cicutaríum
(L) L'Hórft. ~\ ff u
!*«,
¥ Bico-de-cegonha-moscada
O bico-de-cegonha coexiste com o bico-de-cegonha-mosca- ma a almíscar. As suas folhas, maiores do que as do outro
da (Erodium moschatum UHerit.), outra espécie similar, tam- bico-de-cegonha, comem-se como verdura e também se uti-
bém chamada bico-de-grou-moscado, agulheira-moscada e lizam como forragem para o gado.
agulha-de-pastor-moscada. Ambas as plantas se asseme-
Do ponto de vista medicinal, usam-se as folhas e o rizoma,
lham à erva-de-são-roberto (pág. 137.)
cujas propriedades são muito semelhantes às do bico-de-
0 bico-de-cegonha-moscada deve o nome ao seu forte aro- -cegonha.
631
Galega offícinalis L
$ V
Preparação e emprego
Galega
USO INTERNO
Galactagoga O Infusão: por cada litro de
água, 20-30 g de folhas e flores
e antidiabética secas, que têm de ser colhidas
enquanto a planta se encontra
ainda em floração. Tomar duas
chávenas por dia, que se podem
aromatizar acrescentando uma
colher de sobremesa de frutos de
anis à infusão.
632
Lamium aJbum L.
O. P r«
633
Monarda dldyma L.
Preparação e emprego
Monarda
USO INTERNO
Reguladora do ciclo O Infusão com uma colherada
menstrual e digestiva de flores (cerca de 20 g) por chá-
vena de água, de que se bebem 2
ou 3 chávenas por dia.
Outros nomes:
Esp.: monarda, té de Pennsylvania.
Ing.: Oswego tea.
Menta-de-cavalo Habitat: Originária da América do
Norte, onde se cultiva como planta
ornamental. Também se cultiva para
este uso na Europa Central.
Descrição: Planta da família das Labiadas. de uns 60-80
Encontra-se em toda a América uma cm de altura. De caule quadrangular e folhas opostas
outra espécie similar à monarda, a com os bordos dentados. As flores são terminais, com
menta-de-cavalo (Monarda punctata pétalas bilabiadas, de cor vermelha intensa.
L ) / que é sudorífica, diurética, car- Partes utilizadas: as flores.
minativa e tonificante do coração.
' Esp.: menta de caballo. Ing.: horsemint.
634
Rosa galllca L
21 é% • O KÉ
Roseira
Suaviza, desinfecta
e tonifica
635
A beleza e o encanto da
rainha das flores, j u n t a m e n t e
com o seu agradável
perfume, fizeram que por
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS pé- externos femininos, aplicada em la- vezes se esquecessem as suas
talas da rosa contêm abundantes ta- vagens c irrigações IOI. virtudes medicinais, e outras
ninos com propriedades adstringen- vezes se exagerassem.
• Afecções digestivas: As pétalas de
tes; antocíantnas, responsáveis pela rosa são Úteis para travar as diarreias A infusão de pétalas de rosa
sua cor, dotadas de acção anti-sépti- tem propriedades
de diversas origens, em especial as es- adstringentes, anti-
ca; essência, lambem anti-séptica; tivais 101.A sua acção adstringente é -inflamatórias, anti-sépticas e
atidos orgânicos, cera e princípios suave, mas é completada pelo seu po- ligeiramente sedativas.
amargos. der anti-séptico.
Embora as PÉTALAS da rosa te- • Afecções respiratórias superiores:
nham .sido elogiadas por alguns Tanto bebida 101 como aplicada em
-•guiados talvez mais pelo sentido po- gargarejos, bochechos e lavagens na-
ético do que pelo científico— como sais 101. a infusão de pétalas ou a
remédio quase universal, as suas pro- água de rosas são eficazes em caso de
priedades são basicamente adstrin- catarro nasal, sinusite, faringite e
gentes, anti-inflamatórias e anti-sép- rouquidão.
ticas. Proporcionam também uma • Afecções oculares: A infusão de pé-
certa acção sedativa sobre o sistema talas é excelente em lavagens ocula-
nervoso. Têm as seguintes aplicações res nos casos de irritação ocular e
médicas: relacionados com a génese da úlce-
conjuntivile, especialmente para as ra gastroduodenal, a angina de pei-
crianças I©1. Alivia a comichão, de- to, a asma bronquial e o cólon irritá-
•Afecções ginecológicas: A infusão
sinilama as delicadas mucosas da vel IOI.
de pétalas de rosas usa-sc em irri-
conjuntiva ocular e exerce uma inte-
gações vaginais em caso de leucor- • Cuidado da pele: A ÁGUA DE ROSAS
ressante acção anli-séptica.
reia (aumento do fluxo vaginal), va- tonifica a pele, limpa a cútis e com-
ginite, cervicite (inflamação do colo •Doenças psicossomáticas: A in- bate as rugas e a acne 101. As mulhe-
do útero). Torna-se muito apropria- fusão de pétalas acalma o stress, a in- res romanas já a usava com êxito há
da para a higiene dos órgãos genitais sónia e outros transtornos nervosos mais de 2000 anos 10).
636
Ruta graveolens L.
rjj I
Preparação e emprego
Arruda
USO INTERNO
Normaliza as regras O Infusão com 2-5 g de plan-
ta por litro de água, de que se
ingerem duas chávenas por dia.
Para os transtornos mens-
truais, toma-se unicamente na
semana que precede a mens-
truação.
USO EXTERNO
637
Salvia officinalis L
J\! P « «
Preparação e emprego
Salva
Tónico ideal USO INTERNO
para a mulher... O Infusão com 15-30 g de fo-
lhas e sumidades floridas por litro
e muitíssimo mais de água, de que se tomam até
quatro chávenas por dia. Para os
transtornos menstruais, a salva
administra-se durante a semana
anterior às regras.
© Essência: Administram-se 2-4
gotas. 3 vezes ao dia.
USO EXTERNO
©Compressas e loções com
uma decocção de 80-100 g de
fofhas por fiíro de água.
© B o c h e c h o s e gargarejos
com esta mesma decocção.
Conta Andrés de Laguna, o célebre acção semelhante à da foliculina, hor- caso de doenças infecciosas, de tu-
médico espanhol do século XVI, que mona estrogénica feminina segrega- berculose e de certas afecções dege-
a receita deu resultado. As mulheres da pelo ovário. São estas as suas apli- nerativas IO ©I I- também febrífuga
coptas repovoaram a cidade em pou- cações: (baixa a febre).
cos anos. Desde então, a salva ganhou • Afecções ginecológicas: Pela sua
um notável prestígio como estimu- acção emenagoga e antiespasmódica, • Diabetes: Oferece- uma provada
lante da Fecundidade. Actualmente estimula e ao mesmo tempo regula a acção hipoglicemiante que permite
sabemos que esta planta contém menstruação; acalma as dores das re- reduzir a dose de medicamentos anti-
substâncias de acção estrogénica, que gras; combate os transtornos da me- diabéticos 10,0).
poderiam explicai em parte esses pre- nopausa IO.0I. Tomada no último
tendidos efeitos sobre a Fecundidade. mês antes do parto, lacilita-o estimu- • Afecções digestivas: E digestiva e
lando as contracções. Em suma, favo- carminativa; pela sua acção anti es-
Há todavia outras virtudes que Fo- pasmódica c anti-septica contribui
ram atribuídas ã salva, o que não pu- rece o equilíbrio hormonal do orga-
nismo Feminino, pelo que se pode para acalmar os vómitos, as diarreias
deram ser confirmadas. O seu nome e as cólicas abdominais Mll.Oferece o
vem cio latim salvare, porque se pen- pensai que também promova a Fe-
cundidade. Recomenda-sc o seu uso seu efeito colerético (estimula a se-
sava que era capa/ de salvar de quase creção de bílis), descongestionando o
todas as doenças, excepto da morte. em caso de vaginismo e de frigidez.
Em irrigações vaginais, combate a lcu- lígado e facilitando a digestão IO).
Graças à investigação científica, po-
demos hoje conhecer as suas verda- correia 10).
• Afecções da boca e cia faringe:
deiras propriedades e usá-la correcta- • Tonificante do sistema nervoso: Graças à sua acção adstringente e
mente. Possui uma leve acção estimulante so- anti-séptica, usa-se com muito bons
bre as glândulas supra-renais. Por isso resultados em caso de gengivite, altas,
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Toda a é indicada nos estados depressivos, as- amigdalite e faringite. Em gargarejos,
planta contém uma essência (até tenia, hipotensão, tremores, vertigens acalma <> ardor da garganta e a tosse
2,5%) rica em luíonas, que explica a e outras manifestações de desequilí- do fumador IO).
sua acção anli-séptic a, anli-sudoí ílíca brio neurovegetativo (0.01.
e emenagoga; taninos catéquicos, que • Excesso de sudação: E talvez a plan- • Afecções da pele: desinfecta c cica-
lhe conferem propriedades adstrin- ta com maior acção anli-xtidorifica que triza a pele. Util em (cridas, úlceras,
gentes e tonificantes; Flavonóides e se conhecei Uma ou duas horas de- Furúnculos, abcessos e picadas de in-
ácidos fenólicos, de acção anti espas- pois de ingerida, reduz, a transpiração sectos 101. Os banhos com salva con-
módica e colerética; c substâncias de excessiva, especialmente â noite, no tribuem para a beleza da cútis 10).
639
SenecbvulgarísL j\ A
Preparação e emprego
Tasneirinha
USO INTERNO
Potente e m e n a g o g o
O Sumo da planta fresca: To-
dos os dias, a partir de uma se-
mana antes da data em que é
esperada a menstruação, toma-
-se o sumo de 20-30 g de plan-
ta fresca esmagada num almo-
Tasna e
senécio-viscoso
640
Stachys sitvatícaL (J) ^
Preparação e emprego
Betónica-dos-pântanos
A betónica-dos-pântanos (Sta-
chys palusths L.),* que aparece
nos pântanos e valas da Beira
Litoral, é muito semelhante ao
estaque da espécie silvatica.
Usa-se normalmente sob a for-
ma de extractos. As suas pro-
priedades sedativas e anties-
pasmódicas são praticamente
as mesmas que as da sua con-
A
S FOLHAS desta p l a n t a são génere.
semelhantes às da urtiga- Segundo Leclerc, a sua admi-
-maior (Urlica dioica l... pág. nistração permite reduzir a do-
278), mas nào têm pêlos urticantes. se de barbitúricos nalguns pa-
Têm porém um s a b o r um t a n t o pi- cientes, com o que diminuem os
cante e exalam um cheiro fétido. riscos que sempre se correm
A betónica (Stachys officinalis [L.] com estes fármacos.
Trevisan, pág. 730) pertence ao mes- " Esp.: ortiga roja, betónica de tas
mo género botânico do estaque, mas marismas. Fr.: épiaire des ma-
possui propriedades diferentes. rais. Ing.: marsh betony.
PROPRIEDADES E I N D I C A Ç Õ E S : Toda a
planta contem um óleo essencial de
composição m u i t o c o m p l e x a , q u e Outros nomes: betónica.
tem acção antiespasmódica (relaxa os Esp.: ortiga hedionda, ortiga fétida, estaquis,
músculos de c o n t r a c ç ã o involuntá- betónica hedionda. Fr.: stachys, épiaire.
ria), sedativas e emenagogas (regula Habitat: Disseminada pelos bosques
e normaliza a menstruação). húmidos de toda a Europa, especialmente na
proximidade de laias e carvalhos.
A sua aplicação principal são as re- Descrição: Planta vivaz de 0.6-1 m de altura, da família
gras irregulares ou dolorosas (disme- das Labiadas, cujo caule e folhas se encontram revestidas
norreia) e os t r a n s t o r n o s da m e n o - de uma fina penugem. As suas flores são de cor púrpura e
pausa. Alivia as contracções espasmó- apresentam dois lábios como todas as plantas desta família.
dicas do músculo uterino e acalma as Partes utilizadas: as sumidades floridas.
dores provocadas pelos ditos espas-
mos 101.
641
Vlbumum opulus L
Noveleiro
Acalma as dores
das regras
642
As bagas de todos os
viburnos são tóxicas. No
entanto, a decocção da
sua casca seca è um dos
medicamentos vegetais
de maiores efeitos sobre
o útero, e também serve
para combater as varizes
e as hemorróidas.
643
I
uiviÁRio DO CAPÍTULO
O
METABOLISMO é o conjunto
de reacções químicas por que
DOENÇAS E APLICAÇÕES passam as substâncias que o or-
ganismo recebe do exterior, e
Ácido úrico, excesso de, ver Gota 647 também aquelas que nele mesmo se for-
Açúcar no sangue, excesso, ver Diabetes 648 mam. Consiste em dois processos antagóni-
Alcaliniuuites, plantas 645 cos e simultâneos:
Antiescorbúticas, plantas 645
Apetite, excesso de, ver Bulimia 648 • Anabolismo: Síntese de materiais orgâ-
Bulimia 648 nicos p-ara acumular reservas.
Cura depurativa 647 • Catabolismo: Desintegração dos mate-
Depurativa, cura 647 riais armazenados com o fim de obter a
Desnutrição 646 energia necessária para manter a rida.
Diabetes 648
Os processos metabólicos são regulados
Escorbuto, plantas contra o 645
por hormonas, especialmente pelas pro-
Excesso de apetite, ver Bulimia 648
duzidas na tiróide e no pâncreas. Há plan-
Gota 647
tas medicinais que actuam sobre estas duas
Hipertiroidismo 648
Com a fitoterapia obtêm-se glândulas endócrinas: Sobre a tiróide, au-
Hiperuricemia, ver Gota 647
bons resultados no mentando ou diminuindo a sua actividade:
Hipotiroidismo 648
tratamento da obesidade, e sobre o pâncreas, potenciando a acção da
Magreza 646
sempre que se insulina, o que reduz o nível de glicose no
complemente com um Obesidade 646
sangue.
regime afimentar Plantas alcalinizantes 645
apropriado. Plantas contra o escorbuto 645 Como resultado da actividade metabóli-
Plantas remineralizantes 645 ca, produz-se uma certa quantidade de
Remineralizantes, plantas 645 substâncias tóxicas, que devem ser elimi-
Tiróide, hiper}unção, nadas. A maior parte destas substâncias são
vei Hipniiroidismo 648 de reacção ácida, como o ácido úrico e a
Tiróide, hipofunção, ureia. As plantas medicinais depurativas
ver Hipotiroidismo 648 ajudam o organismo na sua tarefa de eli-
Úrico, ácido, excesso de, ver Gota . . . .647 minar a importante quantidade de subs-
Vitamina C, plantas contra a carência, tâncias residuais que se produzem conti-
ver Plantas contra o escorbuto . . . . 645 nuamente. As rias de eliminação são prin-
cipalmente a urina e o suor.
PLANTAS A OBESIDADE é um dos transtornos me-
Alga-vesiculosa = Bodelha 650 tabólicos mais comuns, que também pode
Bodelha 650 ser tratado por meio dos seguintes tipos de
Chá-de-java = Ortossifâo 653 plantas medicinais:
Espargo 649 • Sedantes, para eliminar a ansiedade fre-
Laminaria 652 quentemente associada à obesidade, que
Ortossifâo 653 origina o desejo de comer de forma in-
controlada;
644
A SAÚDE PELAS PLANTAS M E D I C I N A I S
2 a Parte: D e s c r i ç ã o
1
Plantas remineralizantes Plantas contra o escorbuto
645
C a p . 2 5 : P L A N T A S PARA O M E T A B O L I S M O
Antiescorbútico, tonificante,
HIPOFAÉ 758 Os frutos frescos ou em xarope
estimulante das defesas
k COLÚTEA 498
c, e
Laxante, diurético, depurativo
7
Zaragatoa Maceração de sementes
ZARAGATOA 3i o estômago, diminui o apetite
CURA DEPURATIVA COCLEÀRIA 356 Antiescorbútica, favorece a eliminação Como verdura, sumo fresco
Embora as curas depurativas possam das substâncias ácidas residuais
fazer-se em qualquer momento do ano, As folhas como verdura,
nos países nórdicos é um costume tra- LABAÇA 532 Depurativa, diurética, antianémica
em infusão ou em sumo fresco
dicional fazè-las no começo da Prima-
vera. Durante o Inverno, devido ã ali- Indicada na astenia e fadiga primaveris.
mentação pobre em frutas frescas, acu- ALIARIA 560 Muito apropriada para fazer uma cura Sumo fresco da planta
mulam-se no organismo resíduos meta- depurativa
bólicos que podem ser eliminados me-
diante uma cura depurativa com uma MEUSSA- s-gQ Diurética e depurativa. Útil para as
Infusão da planta
ou várias destas plantas. -BASTARDA curas de Primavera
Os resultados são muito eficazes no CFRF IFIRA ftf&fi Diurética, liberta o organismo de Cura de cerejas
caso de eczemas, gota, obesidade, impurezas e resíduos (frutos e infusão de pedúnculos)
etc.
GROSELHEIRA- COO Muito apropriada para as cruas de Bagas frescas, em sumo,
As curas depurativas devem durar um -ESPIM Primavera pelo seu conteúdo vitamínico geleia ou doce
mínimo de três dias, sendo a duração
ideal uma semana. Durante a cura é VARA-DE-OURO 594 Diurética, depurativa, "limpa o sangue"
necessário seguir uma dieta vegetal Decocçao de sumidades floridas
de resíduos
muito ligeira, e ingerir água em
abundância, assim como sumos de fru- ESCABIOSA-
-MORDIDA
731 Diurético suave, tonificante, depurativa Infusão de flores, folhas e raiz secas
ta, de verduras e de plantas medicinais.
BORRAGEM 746 Depurativo de grande eficácia Sumo fresco das folhas
Alcaliniza o sangue, facilita a
GOTA LIMOEIRO 265 dissolução e eliminação do ácido úrico Sumo do fruto
É a doença que resulta do aumento do e dos seus sais (uratos)
ácido úrico no sangue, e do seu depó-
D e u r a t i v o do
sito nas articulações (conhecido como AGRIÃO 270 P sangue, diurético. Cru, sumo fresco
artrite úrica ou artritismo) e no teci- Muito recomendável no caso de gota
do renal.
URTIGA-MAIOR
270 Depurativa, diurética, alcalinizante, Sumo fresco, infusão
A gota afecta unicamente os indivíduos facilita a eliminação do ácido úrico
do sexo masculino, e o seu sintoma
mais típico é a inflamação dolorosa lo- DENTE-DE- OQT Diurético, depurativo, facilita
Sumo fresco das folhas e raízes
calizada na articulação do -LEÂO a eliminação de substâncias residuais
dedo grande do pé, embo- Em salada, caldo,
eco Diurético, favorece a eliminação
ra também possa afectar
do ácido úrico e da ureia infusão de frutos ou decocçao da raiz
as outras.
Estas plantas medic cgg Diurético, depurativo,
BÉTULA Infusão de folhas e/ou gemas
nais são muito efica- elimina o ácido úrico
zes na eliminação C7C Depurativo, alcalinizante,
do ácido úrico com < MORANGUEIRO Cura de morangos
elimina o ácido úrico
a urina, graças à sua
acção diurética uri- Bagas inteiras ou em infusão,
cosúhca (ver pág.
ZIMBRO 577 Depurativo, elimina o ácido úrico
essência
556).
c g 4 Diurético, favorece a eliminação
FEIJOEIRO Decocçao das vagens
de ácido úrico
ALQUEQUENJE 585 Diurético, bom uricosúrico Bagas frescas, secas ou em decoccáo
Diminui o nível de ácido úrico
CEREJEIRA 586 Cura de cerejas (frutos e pedúnculos)
no sangue, alivia as dores articulares
CÓLQUICO 666 Anti-inflamatório Extracto em preparados
v farmacêuticos
acalma as dores da crise de gota
rr-j Anti-inflamatória, analgésica,
ULMEIRA 3
acalma a dor articular Infusão de sumidades floridas
647
C a p . 2 5 : P L A N T A S PARA O M E T A B O L I S M O
V
Cru, extractos,
DIABETES ALHO 230 Normaliza o nível de glicose no sangue
decocção de dentes de alho
Transtorno do metabolismo dos hidra-
tos de carbono, devido a uma falta de Discreto efeito hipoglicemiante,
insulina. Esta hormona, que se produz PERVINCA 244 reduz a glicosúria (perda de glicose Decocção de folhas, extractos
no pâncreas, leva a glicose do sangue com a urina)
a passar para o interior das células A«..,r,« ocn Fornece glicoquinma,
para poder ser metabolizada. Infusão de folhas
ARANDO 260 . . . ,- Jl ^i 1 fc3j3 M ⻫L«i»
Estas plantas medicinais constituem um de accao h pogl cemiante
complemento do tratamento dietético A. rarwnirpfl wi Hipoglicemiante, contém mulina, Alcachofras, infusão ou sumo fresco
ALCACHOFRA oo/ a | j m e n t o apr0priado para diabéticos de folhas, extractos
da diabetes. A sua acção pode
potenciar, e nalguns ca- rmníc A33 ?az descer o nível de glicose
sos substituir, a dos Sumo da planta fresca
uouvt w no sangue
fármacos antidiabéti-
cos que se tomam por
FEL-DA-TERRA 436 Tónico estomacal, hipoglicemiante Infusão de sumidades floridas
via oral.
Quando se tomam plan-
tas hipoglicemiantes co- CARDO-SANTO 444 Digestivo, reduz o nível de glicemia Infusão ou decocção de folhas
mo estas, devem-se fa-
zer exames periódi- Infusão de folhas e/ou nogalina
NOGUEIRA 505 Suave efeito hipoglicemiante (cascas verdes dos frutos)
cos da glicose no
sangue, da mesma
maneira que com FEIJOEIRO 584 Contém a^ginina, aminoácido que faz Decocção de vagens
qualquer outro trata- descer o nível de glicose no sangue
mento antidiabético.
GALEGA 632 Anti-diabética Infusão de folhas e flores secas
HlPERTIROIDISMO CENOURA 133 Regula a função da glândula tiróide A raiz crua ou em sumo
É o aumento na função da glândula ti-
róide, produtora da hormona tiroxina.
coo Reduz a actividade da glândula tiróide, Os grãos ou a sua farinha
MILHO
trava o metabolismo em diversas preparações culinárias
648
Asparagus
officinalis L f HJ @
Preparação e emprego
Espargo
Contra a obesidade USO INTERNO
e a prisão de ventre O Os e s p a r g o s silvestres ou
cultivados utilizam-se em dife-
rentes preparações culinárias.
@ A raiz seca usa-se em in-
f u s ã o , à razão de 50 g por litro
de água. Tomam-se 3 chávenas
por dia.
Bodelha
Combate a obesidade
e a celulite
650
minada com algas microscópicas que Pelo seu conteúdo em iodo orgâ- • Emoliente: Km aplicação externa so-
são as verdadeiras produtoras desta nico, utiliza-se como tratamento com- bre a pele. sob a forma de compressas
vitamina. Isto torna a bodelha muito plementar do hipothoidismo. associa-
interessante para quem deseje seguir 101 ou de cataplasmas 101. a bodelha é
do ou não a bócio. Nestes casos, re-
uma dieta estritamente vegetariana, comenda-se o conselho do médico. A suavizante e anti-inllamalói ia. favore-
A bodelha tem propriedades an- bodelha pode-se tomar por via oral ce a eliminação de cloretos e ajuda a
liescorbúticas, nutritivas, reminerali- em qualquer das suas formas de pre- reduzir o volume de tecido adiposo.
/antes, depurativas e laxantes suaves; paração IO.0.0I. Além disso podem-
Tudo isto a torcia muito úiil em caso
mas actua sobretudo ajudando o -se aplicai- sobre o pescoço compres-
emagrecimento, reduzindo a celulite, sas empapadas com a sua decocção de celulite, rugas, estrias e flacidez da
e tonificando a glândula tiróide. As IO). pele 10,01.
suas aplicações fundamentais sào as
seguintes:
• Absorvente e anorexigénia (tira a
fome): O ácido algínico e os algina-
tos que dele derivam, assim como as
restantes mucilagens contidas na bo-
delha, têm a faculdade de absorver a
água numa quantidade de até seis ve-
zes o seu próprio peso. Graças a esta
propriedade, incham no estômago e
produzem sensação de saciedade.
Deste modo a bodelha torna-se um
remédio de grande utilidade no tra-
tamento da obesidade causada por
bulimia (excesso de apetite) IO.0.0I.
• Digestiva: A bodelha absorve o suco
gástrico, diminuindo a acidez. Con-
vém em caso de gastrite e refluxo eso-
fágico, hérnia do hiato, e outras cau-
sas de pirose ou hiperacide/ IO. 0,01.
• Nutritiva, remineralizante e anties-
corbútica: A bodelha fornece sais mi-
nei ais, vitaminas, proteínas e outros
elementos nutritivos, os quais evitam
que, durante as curas de emagreci-
mento prolongadas, se produzam es-
tados carenciais ou de desnutrição
IO 0.0)
• Laxante suave: A acção {lesta alga
contra a obesidade é reforçada pelo
seu efeito ligeiramente laxante e
emoliente, devido à sua grande ri-
queza em mucilagem IO.0.01.
• Tonificante da tiróide: Esta alga
possui uma elevada concentração de
iodo e de iodetos orgânicos: lõfl mg
por quilograma de alga (para obter
esta mesma quantidade de iodo da
água do mar seriam precisos uns 3000
litros). O iodo torna-se imprescindí-
vel para que a glândula tiróide pro-
duza a tiroxina, hormona que facilita
a combustão dos nutrientes que in-
gerimos e activa assim o metabolis- Diminuindo o apetite e agindo como laxante, aJém de acelerar o metabolismo, a bo-
•'
mo. delha consegue uma acção de emagrecimento eficaz e isenta de efeitos secundários.
651
Laminaria
saccharina Lam.
Laminaria
Tira a fome e tonifica
652
Orthosiphon
stamineus Benth.
Preparação e emprego
Ortossifâo
USO INTERNO
Reduz o peso O Infusão com 20-30 g por litro
de água, de que se toma uma
e o colesterol chávena antes de cada refeição.
653
PLANTAS PARA
O APARELHO LOCOMOTOR
UMÁRIO DO CAPÍTULO
J
DOENÇAS E APLICAÇÕES torcedura, ver Entorse 657
ihica, artrite, ver Artrite úrica 659
Anti-reumáticas, plantas 655
Articulação, entorse, ver Entorse 657
Artrite úrica 659 PLANTAS
Artritismo, ver Artrite ática 659 Aça frão-bast arda = Cólquico 666
Artrose 659 Alecrim 674
Bolhas nos pés, ver Pés, transtornos . . . 660 Arnica 662
Ciática 658 Aivore-das-gotas-de-nnv 669
Contusão 656 Azevinho 672
Desporto 660 Chá-apalaclie 673
Dor reumática 657 Cólquico 666
Dores de costas, ver Lumbago 658 Freixo 669
Dores de rins, ver Lumbago 658 Harpagófito 670
Entorse 657 Malmequer-dos-brejos 665
Esfoladelas dos pés, ver Pés, transtornos 660 Mostarda-negra 663
Lumbago 658 Moslarda-liranca 664
Ossos, debilidade, ver Osteoporose . . . .659 Mostarda-dos-campos 664
Osteoporose 659 Norça-preta 679
As fricções com essências
de plantas medicinais (ver Pancadas, ver Contusão 656 Rainha-dos-prados = Cimeira 667
pág. 96) tèm-se mostrado Pés, transtornos 660 Salgueiro-branco 676
aJtamente eficazes para Plantas anti-reamátkas 655 Salguei) o-da-txibiUmia 677
acalmar as dores Plantas revulsivas 658 Salgueiro-de-casca-roxa 677
osteomuscuJares |de ossos
Raquitismo 660 Salgueiro-frágil 677
e músculos).
Reumática, dor 657 Sassafrás 678
Reumatismo, plantas contra o 655 Sinceiro = Salgueiro-branco 676
Revulsivas, plantas 658 Olmeira 667
Rins, dores de, ver Lumbago 658 Uva-de-eão = ,\orça-preta 679
Sudação escessiva dos pés, Vulnerária 661
ver Pés, transtornos 660
A
S PLANTAS anú-reumáúcas a t - a n t i - r e u m á t i c a s suo muito bem toleradas
uíam tanto em uso interno como p o r via oral.
externo, p r o d u z i n d o uma acção As p l a n t a s revulsivas t a m b é m contri-
anti-inflamatória e analgésica b u e m p a r a aliviar as d o r e s reumáticas.
lenta mas eficaz e segura. Ao c o n t r á r i o dos Aplicadas sobre a pele. causam irritação e
Fármacos anti-inflamatórios, q u e têm bas- enrubescimento, o que descongestiona e
tantes efeitos secundários c o m o a gastrite, desinflama o.s tecidos internos, atraindo
q u e é o mais i m p o r t a n t e deles, as plantas para a pele o sangue q u e por eles circula.
654
A SAÚDE PELAS PLANTAS M E D I C I N A I S
2 " Parte: D e s c r i ç ã o
I
Plantas anti-reumáticas
655
Cap. 26: PLANTAS PARA O APARELHO L O C O M O T !
/
V.
ARNICA
eco Anti-inflamatória, remédio tradicional l u a ™ . ..„h,.> ^ „ „ i ,
662
contra entorses e contusões
rnntr.Mtnrcoc.rnnf.Kfiflc Tintura sobre a pele
C u r a as
MnoM MCT» A7Q contusões, faz desaparecer Cataplasmas com a raiz
ç
os hematomas triturada e cozida
Arnica
Lava
MILEFÓUO 691 Vulnerário, cura as feridas e contusões g e n * e compressas
com a infusão
SELO-DE-
723 Vulnerário, cosmético Compressas com a decocção,
-SALOMÂO cataplasmas com o rizoma esmagado
656
A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S
2 " Parte: D e s c r i ç ã o
I
ENTORSE Loções e fricções com a água,
ALFAZEMA 161 Anti-reumática, anti-inflamatória
o óleo ou a essência de alfazema
Torsão ou distensão violenta de uma
articulação, que pode chegar a romper . „ n n Anti-reumático, desinflama os tecidos Fricções com a essência
algum ligamento ou fibra muscular. ABETO-BRANCO 290 a f e c t a d o s p e | 0 e n t o r s e de terebintina
Wèm da imobilização da articulação
afectada, tornam-se muito eficazes as
PRIMAVERA 328 Anti-inflamatória Compressas com a decocção
seguintes aplicações locais com es-
tas plantas: loções, fricções, compres-
sas e cataplasmas. É preferível e Anti-inflamatório, alivia as dores
LOUREIRO 457 Loções com óleo de loureiro
mais eficaz um destes tra- osteomusculares
tamentos externos,
do que a ingestão de MELISSA- Lavagens ou compressas
fármacos ou analgé- fck *> 580 Alivia a dor e a inflamação com a infusão
-BASTARDA
sicos, com os seus
indesejáveis efei- fi~Q Resolutivo, faz desaparecer
tos secundários. FEDEGOSO Cataplasmas de folhas
as inflamações e inchaços
657
Cap. 26: PLANTAS PARA O APARELHO L O C O M O T O R
O pimento picante,
• Plantas revulsivas
658
A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S
2'' P a r l e : D e s c r
ARTROSE ALFAZEMA
, gi Acalma as dores reumáticas, Quer Loções e fricções com a água,
É uma doença crónica, caracterizada sejam de origem articular quer muscular o óleo ou a essência de alfazema
pela degenerescência da cartilagem
das articulações. Afecta principalmente p..,..., o n í - Fornece silício, que evita Infusão da planta seca
as ancas e os joelhos. bALEOPSE J U O a degenerescência dos tecidos
0 tratamento fitoterápico não se limita
a aliviar a dor, mas também exerce AicABwa AIA Alivia a inflamação das articulações Cataplasmas com a decocção de
uma acção preventiva da degene- HLI-OKVA */<» devida a artrose ou artrite sementes
rescência articular. Embora os seus
efeitos não se notem de forma imedia-
ta, torna-se m u i t o eficaz a médio As folhas previamente aquecidas,
AMIEIRO 487 Anti-reumático, sudorífico, depurativo
e longo aplicadas sobre a articulação dorida
I / prazo.
n...r. n . cc7 Anti-inflamatória, analgésica, alivia as Infusão de sumidades floridas,
ULMEIRA 667 d o r e s o s t e o m u s c u |ar|s compressas com a infusão
F o r n e c e si,lcio r e
CAVALINHA 704 ' 8enera a
cartilagem Decocção da planta
HarpagófHo articular
ULMEIRA
rr-j Anti-inflamatória, analgésica, Infusão de sumidades floridas
acalma as dores articulares
g™ Anti-inflamatório, anti-reumático, Infusão de raiz, extractos
HARPAGÓFITO
facilita a eliminação do ácido úrico
OSTEOPOROSE
Consiste numa perda da massa e con- Fornece silício,
sistência dos ossos, que os torna mais
GALEOPSE 306 evita a degenerescência dos tecidos
Infusão da planta seca
susceptíveis a f r a c t u r a s e defor-
mações. Deve-se aiactores hormonais
e metabólicos, que se agravam por uma
alimentação abundante em proteínas
ou em sal comum. As plantas ricas em Fornece silício, estimula a actividade
silício são um complemento do trata- CAVALINHA 704 Decocção da planta
das células que formam o osso
mento geral.
Cap. 26: PLANTAS PARA O APARELHO LOCOMOTOR
RAQUITISMO
Doença infantil causada por carência LUZERNA Brotos tenros em salada,
269 Remineralizante, nutritiva
de vitamina D, que é a responsável sumo fresco ou infusão
pela absorção do cálcio.
Estas plantas são um complemento
do tratamento, pois melhoram o estado
nutritivo e facilitam a assimilação do cáf- CAVALINHA 704 Fornece silício, facilita a assimilação
e fixação do cálcio nos ossos Decocção da planta
cio.
Vulnerária
Cura e cicatriza
as feridas
E M FITOTERAPIAqualificam-se
de vulnerai ias iodas as plainas
que tenham a propriedade de
curar e cicatrizar as fendas. O termo
vem do latim vuhutm (ferida, trauma).
Outros nomes:
Esp.: vulneraria, trébol amarillo.
Irébol de las arenas, trebolillo, O Preparação e emprego
Esta planta recebe o nome de 'vulne- hierba de las montarias, mata
blanca, albaida, antilide, boja
rária' por antonomásia, desde o Re- nevadilia. Fr.: {anthyllidej
nascimento, em virtude da sua notá- vuinéraire, trefle jaune [des
vel propriedade cicatrizante. sables). Ing.: kidney vetch, USO INTERNO
woundwort, ladys fingers. O Infusão com 10-20 g por litro
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Toda a Habitat: Difundida por toda a de água, de que se tomam 2 ou 3
planta contém taninos, saponinas e Europa em prados e terrenos chávenas por dia.
Havonóides. A sua infusão usa-se para calcários.
lavar as feridas, quer limpas quer in- Descrição: Planta vivaz da USO EXTERNO
fectadas, as chagas e úlceras de difícil família das Leguminosas, de até © Lavagens das feridas com
cicatrização, as escoriações e as zonas 30 cm de altura. As folhas e o
uma decocção de 20-30 g de
cálice dos capítulos florais são
contusas. Favorece o aparecimento de cobertos de pêlos suaves. As planta por litro de água, que de-
uma crosta e a rápida epitelização (co- flores são amarelas e reúnem-se verá ferver pelo menos durante
bertura com pele) das zonas lesiona- em capítulos na extremidade de três minutos. Aplicam-se 3 ou 4
das 101. um caule erecto. lavagens por dia.
Na Suíça e noutros países europeus Partes utilizadas: A planta
inteira.
toma-se em infusão como depurativa
do sangue, e fez parte das chamadas
"tisanas de Primavera" IOI.
661
Arnica montana L
Preparação e emprego
Arnica
Remédio tradicional USO EXTERNO
contra as contusões O Tintura: Embebe-se uma com-
pressa com algumas gotas de tin-
tura diluídas em água, e aplica-
-se sobre a zona afectada. A tin-
tura sem ser diluída pode irritar
a pele.
Precauções
662
Brassica nigra
(L) Koch.
91 1 .
Preparação e emprego
Mostarda-
-negra USO EXTERNO
0 C a t a p l a s m a s : A farinha de
mostarda aplica-se em cataplas-
mas quentes, misturando-a com
A planta rubefaciente a de linhaça para se tornar menos
por excelência irritante. Estas cataplasmas apli-
cam-se uma ou duas vezes por
dia, durante 10-15 minutos (mais
tempo pode provocar empolas).
As cataplasmas de mostarda cha-
mam-se sinapismos (de sinapis.
mostarda em grego: ver um dos
seus nomes científicos).
& Banhos de pés: Dissolvem-se
1 ou 2 colheradas de farinha de
mostarda em 2 ou 3 litros de água
quente. Tomam-se até dois ba-
nhos por dia, de 5 a 10 minutos
de duração cada um.
2V-8.
Malmequer
-dos-brejos
Alivia as dores
reumáticas
Precauções
665
Colchicum
autumnaleL
3 . . .
Preparação e emprego
Cólquico
O Preparados farmacêuticos:
Resolve a crise de g o t a Constituem a maneira mais reco-
mendável de usar o princípio ac-
tivo do cólquico. Apresentam-se
em forma de comprimidos de col-
quicina, cuja dose é de 0,5 a 2 mg
diários.
Preparação e emprego
USO EXTERNO
Q Compressas de uma infusão
mais concentrada do que aque-
la que se usa internamente (até
80 g): Aplicam-se sobre a zona
dorida ou afectada pela celulite,
durante 10 minutos, duas ou três
vezes por dia.
667
A ulmeira, por conter um
precursor do ácido acetiJsalicilico
(aspirina), é anti-inffamatória e
analgésica. Alivia as dores
osteoarticulares (de ossos e
articulações), como o torcicolo e
o lumbago, ou as vulgares e
incómodas dores das costas.
aplicai localmente em compressas so- tritismo e muitas dores reumáticas Combate igualmente as dores
nevrálgicas.
bre a zona afectaria 101. IOI. Por isso, e pela sua acção anti-in-
llamatória e analgésica, é uma planta Para conseguir uma maior
• Diurética: Por ser potente, mas não ideal para aqueles que sofrem de eficácia convém aplicá-la
irritante, lorna-se sumamente útil no gota. externamente, por meio de
caso de celulite; edemas (retenção de compressas, ao mesmo tempo
líquidos) por insuficiência cardíaca, que se toma em infusão.
• Dissolvente de cálculos: Própria
que costumam manifeslar-se sobretu- para os que sofram de cálculos renais
do nos tornozelos e pés; assim como e areias, especialmente se forem de
para diminuir a ascite (retenção de lí- urato, pois favorece a sua dissolução
quido no abdómen) dos doentes de e eliminação IOI.
cirrose 10).
• Tonificante geral: Aumenta o apeti-
• Depurativa: A ulmeira é uma gran- te, tem efeitos tónicos cardíacos e
de eliminadora de ácido úrico, matos proporciona sensação de bem-estar.
e outras toxinas, pois aumenta a sua O seu uso é recomendado nos estados
excreção pelo rim (acção uricosúri- gripais e catarrais, assim como na con-
ca). Depura o sangue destas substân- valescença de afecções debilitantes
cias ácidas, que causam a gota, o ar- 101.
668
Fraxinus
exceíslorL J O # •J P <
D
IOSCÓRIDES assegurava nos
ou 3 chávenas por dia.
seus escritos que as folhas do
freixo socorrem quem tenha © Lágrimas de maná: Tomam-
sofrido uma mordedura de víbora, la- -se 10 a 30 g dissolvidos num
guna e Maitioli, os tradutores da sua copo de água quente, de manhã
obra no século XVI, foram mais lon- em jejum. O efeito laxante pro-
ge, afirmando que as serpentes têm duz-se ao longo do dia. Para as
crianças, reduzir a dose em pro-
medo do freixo, e que nunca se apro-
porção à sua idade.
ximam desta árvore.
Não sabemos em que se baseavam
tão distintos terapeutas, para atribuir
estas virtudes ao freixo. A investigação
científica moderna não conseguiu
confirmá-las. r Árvore-das-gotas-de-neve
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS FO-
LHAS contêm glicósidos flavouóides A árvore-das-gotas-de-neve (Chio-
(quercitina), cumarinas, ácido máli- nanthus virginica L)* cria-se na Amé-
co, cobre, ferro e tanino. Têm pro- rica do Norte e pertence à mesma fa-
priedades diuréticas, depurativas e la- mília do freixo, a das Oleáceas.
xantes. São por isso muito indicadas A casca desta árvore usa-se pelas
em caso de artritismo (reumatismo suas propriedades febrífugas (faz
por excesso de ácido úrico), gola, cál- baixar a febre), digestivas e tonifi-
cantes. Prepara-se uma decocção
culos renais (favorecem a eliminação
com uma colherzinha de café (3 g)
fios cristais de uraio e oxalalo que for-
de casca triturada, por cada cháve-
mam os cálculos), e para combater a
na de água. Tomam-se umas duas
prisão de ventre IOI. chávenas por dia.
A CASCA contém glicósidos (fraxi- • Esp.: fresno florido.
na), assim como diversos açúcares c
resinas. E febrífuga e adstringente.
I louve uma época em que se utilizou Sinonímia científica: Fraxinus oxycarpa Will.
para substituir a quinina. Tem tam- Outros nomes: freixo-comum, freixo-europeu.
bém eleito aperitivo e digestivo 10). Esp.: fresno, fresno común. Fr.: frêne [communj.
As chamadas LÁGRIMAS DE MANÁ, Ing.: [common] ash. European ash, bird's tongue.
Habitat: Lugares húmidos, especialmente as margens dos rios. Existe em
OU simplesmente maná, obtêm-se toda a Europa, excepto na região mediterrânea. Conhecido em quase todas as
com a seiva solidificada de duas espé- regiões de Portugal. Naturalizado na América.
cies de freixo que se criam no Sul da Descrição: Árvore da família das Oleáceas (a mesma da oliveira), de folha
Itália e na Sicília: o Fraxinus ornits L. e caduca, podendo atingir até 20 m ou mais de altura. Tem tronco liso e folhas
o Fraxinus mtunrlifoiia Mil ler. K um la- compostas, com número impar de foliolos (geralmente 9 ou 11). Os frutos são
xante muito eficaz e seguro, cujo agra- secos e alados, em forma de cachos pendentes.
dável sabor o torna muito recomen- Partes utilizadas: as folhas e a casca da árvore.
dável para as crianças l©l.
669
He
procumbêns Dec. oi *
Harpagófito
Poderoso
anti-reumático
670
O harpagófito é um
anti-inflamatório e anti-
-reumãtico de provada
eficácia, e que, em
doses terapêuticas, é
completamente livre de
efeitos secundários
indesejáveis. Por isso
está a ier cada vez
mais utilizado.
ceita quantidade de raízes da plaina, tio ácido úrico no sangue. As suas in- se aplica em uso externo IO.01. Os
que mais (ardo viria a ser identificada dicações são as seguintes: maiores efeitos conseguem-se combi-
como Harpagophytum pivcumbens, en- nando simultaneamente ambas as for-
• Anti-inflamatório e anti-reumático: mas de aplicação 101.
viou-as para a Alemanha, a fim de se-
O harpagófito torna-se especialmen-
rem analisadas. • Depurativo: Facilita a eliminação,
te eficaz nas dores reumáticas cróni-
Desde essa altura, o prestígio desta cas produzidas pela artrose. Obtêm-se pela urina, dos resíduos ácidos do me-
planta não parou de aumentar. K ac- resultados muito hons. confirmados tabolismo, como o ácido úrico, res-
tualmente um dos remédios mais efica- pela investigação clínica, nos casos de ponsáveis pela gota e por muitos ca-
zes de que a fitoterapia dispõe para o artrose cervical ou lombar, das ancas sos de artrite (inflamação das articu-
tratamento das doenças reumáticas e dos joelhos. Passados dois ou três lações) IO.0I.
meses de tratamento, melhora signi- • Antiespasmódico: Tem um efeito re-
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Desde ficativamente a motilidade articular, e laxante sobre espasmos ou cólicas in-
os princípios do século XX, a raiz do desaparece a dor. Veriluou-se que é testinais, cólon irritável, cólicas bilia-
harpagófito tem sido profusamente útil em todos os tipos de reumatismo res c renais IO.OI.
investigada e analisada, especialmen- articular 10.01.
• Hipolipemiante: Faz descer o nível
te em laboratórios alemães. Deseobri- Ao contrário da maior parte dos de colesterol no sangue, e regenera as
ram-se-lhe mais de 40 componentes fármacos anti-inllamaiórios. a raiz do fibras elásticas que formam a parede
activos, entre os quais os glicósidos harpagófito não provoca nenhum efei- arterial, pelo que se torna recomen-
monoterpénicos do grupo dos iridói- to irritante sobre o aparelho digestivo. dável em caso de arteriosclerose
des (glucoiridóides), harpagina, har- Y. completamente isenta de efeitos se- 1O.0I.
pagido e procumbido. A eles se de- cundários nas doses terapêuticas.
vem as suas propriedades analgésicas, • Cicatrizante: Aplicado externamente,
anti-inflamatórias e antiespasmódi- () efeito anti-reumático do harpa- é um excelente cicatrizante de toda a
cas. Também possui acção cicatrizan- gófito produz-se tanto quando si- in- espécie de feridas e úlceras cutâneas
te, e lã/, descer o nível do colesterol e gere por via oral IO.01. como quando 101.
671
IlexaquifollumL
u J J J
Azevinho
Tónico e estimulante
das funções excretórias
Outros nomes:
pica-folha, visqueiro,
azevinho-espinhoso, zebro,
pica-rato, aquifólio, espinha
-sempre-verde.
Esp.: acebo, agrifolio,
cardonera. Fr.: houx.
Ing.: holly.
Habitat: Comum nos
bosques frondosos (soutos,
faiais) da Europa. Também
se encontra nas regiões
montanhosas e frias da
América do Norte e do Sul.
Cultiva-se para fins
ornamentais.
672
• Anli-reumáticas: Pelo seu efeito de-
purativo, r e c o m e n d a - s e o azevinho
aos artríticos e reumáticos, para lim-
p a r o sangue dos p r o d u t o s ácidos dos
resíduos do metabolismo IO).
• Febrífugas e sudoríficas: Por isso se
e m p r e g a para fazer baixar a lebre, es-
p e c i a l m e n t e em caso de gripe, ca-
tarro ou b r o n q u h e 1©1.
• Diuréticas e laxantes: Têm em con-
j u n t o u m a acção depurativa sobre o
o r g a n i s m o , pois estimulam todas as
funções de eliminação 101.
• Tonificantes do coração e estimu-
lantes, devido ao seu c o n t e ú d o em te-
obromina, cujos efeitos são seme-
lhantes aos da cafeína IOI.
A casca tem sido usada para evitar
os ataques epilépticos, ainda q u e sem
f u n d a m e n t o científico. Em geral, o
azevinho é pouco usado c o m o planta
medicinal, pois r e q u e r um doseamen-
to muito preciso e, mesmo assim, p o d e
provocar náuseas e intolerância gás-
trica.
«Al,
Chá-apalache
A azevinho é um bonito arbusto, cujas bagas
vermelhas são muito venenosas. Em contrapar-
No continente americano exis- tida, a infusão das suas folhas, correctamente
doseada, constitui um eficaz depurativo e anti-
tem algumas espécies seme- -reumático.
lhantes ao azevinho, tanto pe-
lo aspecto como pelos seus
princípios activos, cujas proprie-
dades medicinais costumam ser
semelhantes, como, por exem-
plo, o chá-apalache {Ilex cassine
L), que se encontra nos Estados
Unidos e no México.
Também se conhecem, entre outros, o ar-
busculo designado por erva-de-azeite e pau-de-
-azeite, {Ilex theezans Mart.), próprio do Paraguai
e do Brasil; a planta chamada em castelhano 'yaii-
pón' {Ilex vomitória Ait.), que se encontra no Mé-
xico e nas Antilhas, e a árvore brasileira conheci-
da como caúna {Ilex pseudobuxus Reiss.). Na América do Norte
existe um arbusto ou arbusculo, conhecido em inglês como 'fever
bush', isto é, arbusto da febre {Ilex verticillata [L] Gray. = Prínos
verticiilatus L).
A planta mais conhecida do género Ilex é o mate {Ilex paragua-
yensis St. Hill.) que, pela sua importância e características espe-
ciais, estudaremos separadamente (pág. 182).
673
Rosmarínus
offídnalis L oj t e > ú L
O Álcool de alecrim
Outros nomes: alecrinzeiro.
Esp.: romero. romero común. romeo.
aroma de mar, rosmaríno. Fr.: romarin.
Para preparar este álcool, esmaga- Ing.: rosemary
-se num almofariz um punhado de fo- Habitat: Próprio das regiões secas e
lhas verdes de alecrim. Depois de es- quentes do Sul da Europa. Prefere as
magadas, colocam-se num recipien- terras calcárias e costuma
acompanhar as azinheiras e
te com tampa hermética, que con- matagais
tenha 100-150 ml de álcool etílico.
Descrição: Arbusto lenhoso de até um metro de altura, da família das Labiadas.
Deixar repousar durante três dias e As folhas estreitas e alongadas são de cor verde-escura pela face superior e
depois filtrar (ver a fotografia da pá- cobertas de uma penugem prateada pela face inferior. As flores são pequenas e
gina 660). de cor azul ou violeta-claro. Toda a planta exala um agradável aroma canforado.
Aplica-se em fricções, sobre a zona Partes utilizadas: as sumidades floridas.
dorida, com um pano de algodão.
674
6 Água da rainha da Hungria
te em caso fie hipotensão ou de esgo-
tamento físico.
• Diurético e anúcspasmódico: Muito
indicado para as cólicas renais quan-
A chamada água da rainha da Hungria prepara-se com três partes de do se trate de expulsar os cálculos
folhas de alecrim e uma de folhas de alfazema (Lavandula angustifo- IO.OI
lia Miller, pág. 161), num total de 60-70 g.
A maneira de a obter é a mesma que para o álcool de alecrim. Es- • Digestivo: As suas propriedades co-
magam-se as folhas de alecrim e de alfazema colocadas so- lagogas (estimulantes da secreção bi-
bre um pano de algodão, e colocam-se num recipiente com liar), de protector e regenerador he-
tampa hermética com 100-150 ml de álcool etílico. Deixam- pático, e carminativas (eliminadoras
-se repousar durante 3 dias e depois filtra-se. dos gases intestinais), fazem que. to-
A água da rainha da Hungria torna-se muito eficaz para mado depois ílas refeições, facilite no-
fricções e massagens em casos de inflamações articulares. tavelmente a digestão IO.©l.
Todavia, talvez sejam as aplicações
externas aquelas que mais se conhe-
cem, devido à sua grande eficácia:
• Vulnerário e anti-rcumálico: Tem
uma acentuada acção anti-inflamató-
Foi pedida em casamento pelo rei da licos de acção diurética, e flavonóides ria, que o torna ideal para Friccionar
Polónia. Fala-se, desde essa altura, da com efeitos anliespasmódicos. Tem as em entorses, edemas, assim como do-
"água da rainha da Hungria" como seguintes propriedades: res musculares e reumáticas. Aplica-
designação de uma das Formas de -se em Fricções l@.@) (com álcool de
• Tonificante: É a sua acção mais im-
aplicar esta planta. Uma outra reu- alecrim ou com a sua essência), lo-
portante. Os convalescentes, esgota-
mática Famosa, Madame de Sévigné, mentações ou compressas quentes
dos, depressivos, e inclusivamente os
chegou a escrever que estava encan- 191. Kstas últimas são muito eficazes
idosos, encontrarão nas suas infusões
tada com <> alecrim, que para ela era para relaxar a musculatura das costas
um estupendo tónico que lhes devol-
«o alívio de todos os sofrimentos». e acalmar as dores da região cervical,
verá a vitalidade perdida, como fez à
dorsal ou lombar.
rainha da Hungria IO.0I.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Con- Os banhos com ou infusão ou de- • Cicatrizante e anti-séptico: Estimula
tem uma essência com derivados ter» cocção l©l, e as Fricções com álcool a cicatrização das feridas, úlceras da
penicos, à qual deve a maior parte das I0I ou com essência I0l de alecrim, pele e eczemas 101. Aplicado em for-
suas virtudes medicinais, ácidos fenó- têm um interessante eleito estimulan- ma íle gargarejos IOI, cura as aftas.
675
SalixalbaL
% Ú
Preparação e emprego
Salgueiro-
-branco LÍSO INTERNO
O Decocção de 30 g de casca
Combate eficazmente a e/ou folhas por litro de água, du-
rante 15-20 minutos. Deixa-se re-
dor e a febre pousar outro tanto, e tomam-se 3
ou 4 chávenas por dia, que se po-
dem adoçar com mel.
@ Pó: Pode-se obter triturando a
casca num moinho de café. Ad-
ministra-se dissolvido em água
com mel, antes de cada refeição,
à razão de 3 a 5 g (uma colner-
zinha de café) em cada toma.
0 Infusão com uma colherada
de flores secas por chávena de
água. Podem-se ingerir de 2 a 4
chávenas por dia, especialmente
USO EXTERNO
nais continuavam a acreditar que, O Compressas com uma de-
dado que o salgueiro era capa/ de re- cocção mais concentrada do que
sistir bem aos "maus ares" das terras para o uso interno: 70-100 g por
húmidas e pantanosas onde cresce, te- litro de água.
ria de conter alguma substância eficaz © Lavagens da pele com esta
para curar as febres da malária (do mesma decocção.
italiano mala ária, 'mau ar*) e as dores O Irrigações vaginais com o lí-
reumáticas, que frequentemente afli- quido da decocção concentrada,
gem os habitantes de tais lugares. E bem filtrado.
com eleito, o salgueiro usou-se com
êxito como antipirético contra a ma-
lária ou paludismo, e contra outras fe-
bres, ao ponto de se lhe chamar a
"quina europeia".
Em meados do século XIX, Félix Outros nomes: salgueiro, sinceiro, vimeiro-
I loffmann, um químico do laborató- •amarelo.
rio alemão Bayer, fez experiências Esp.: sauce blanco. sauce [álamo],
com extractos da casca de salgueiro. sauce reluciente, balaquera, mimbrera,
Depois de vários processos químicos, salga, salguero, saracho, saz. Fr.: saule
obteve um derivado cujos eleitos anti- [blancj. Ing.: [white] willow.
piréticos e analgésicos eram muito su- Habitat: Comum em bosques húmidos, margens de
periores aos do produto original (a correntes de água e terrenos pantanosos de toda a
Europa. Naturalizado no continente americano.
casca do salgueiro).
Descrição: Árvore ou arbusto da família das Salicàceas,
I loffmann experimentou esta nova de 4 a 20 m de altura, com tronco delgado, casca de cor
substância -o ácido acetilsalicílico- no acinzentada, gretada nos exemplares velhos, e com
seu próprio pai, que sofria de cons- ramos flexíveis. As folhas são lanceoladas e estreitas,
tantes ataques de reumatismo. Foi tal de bordo dentado.
o êxito conseguido, que os laborató- Partes utilizadas: a casca, as folhas e as flores.
rios Bayer decidiram comercializar
676
Y* Outros i Igueiros
677
Sassafrás
officinaJis Nees. L e
Preparação e emprego
O
S ESPANHÓIS d e s c o b r i r a m
Esp.: sasafrás. canela sasafrás.
esta vistosa e aromática árvo-
paio sasafrás, navanché pavame.
re nos bosques da Florida em Fr.: sassafrás. Ing.: sassafrás,
1538. Pouco d e p o i s observaram q u e angue tree.
os índios a usavam para combater a Fe- Habitat: Originário da costa
bre. atlântica da América do Norte,
acha-se difundido pelas Américas
P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : A cas- Central e do Sul.
ca do tronco e das raízes c o n t é m até Descrição: Árvore da família das
9% de essência, formada por cerca de Lauráceas, que atinge até 20 m
de altura. Tem um tronco grosso,
8 0 % de safrol, 10% de p i n e n o e fe-
com a casca muito rija e
lan d r e n o , e 0 , 5 % de e u g e n o l . Esta avermelhada. Tema
essência é responsável pelas proprie- característica de apresentar
dades do sassafrás: folhas diferentes na mesma
árvore, umas ovaladas outras
• Depurativo, diurético e sudorífico:
lobuladas.
Usa-se contra o r e u m a t i s m o , a gota e
Partes utilizadas: a casca do
o artritismo. Torna-se t a m b é m apro- tronco e da raiz.
priado nas d o e n ç a s infecciosas para
provocar o suor, a urina e. deste
m o d o . a eliminação de toxinas IO.OI.
• Aiiti-scptico: Antigamente Foi um re-
médio muito a p r e c i a d o contra a sífi-
lis e outras d o e n ç a s v e n é r e a s , possi-
velmente devido à sua acção anti-sép-
tica io HI
• Desintoxicante: Tem sido usado Precauções
c o m o a n t í d o t o e m intoxicações p o r
c h u m b o , arsénico, e certas p l a n t a s
c o m o o tabaco, o m e i m e n d r o - n e g r o
ou a lobélia, todas da família das So- Não exceder as doses reco-
lanáceas. Km caso de intoxicação ta- mendadas.
bágica, faz desaparecer as náuseas, vó- A essência é convulsivante em
mitos e cefaleia IO.0I. doses elevadas.
• Estimulante: A acção estimulante da
planta reforça as suas restantes pro-
priedades !©,©!.
678
Ttunus communls L
a*
Preparação e emprego
Norça-preta
USO EXTERNO
Faz desaparecer
O Cataplasmas com a raiz tritu-
os hematomas rada e cozida, que se aplicam até
3 vezes por dia, sobre a zona con-
tusa ou sobre os hematomas.
Precauções
679
PLANTAS PARA A PELE
UMÁRIO DO CAPITULO
DOENÇAS E APLICAÇÕES PLANTAS
Abcessos 689 Abacateiro 719
Ame 687 Açucena 716
Alopecia, ver Calvície 688 Algodoeiro 710
Beleza da pele 686 Aloés 694
Calosidades 683 Amor-perfeito-bravo 735
Calvície 688 Aquileia = Mile/ólio 69}
Caspa 688 Aristolóquia 699
Celulite 686 Bardana 697
Comichão, ver Prurido cutâneo 684 lianrte-de-padre = Evónimo 707
Condilomas e papilomas 683 Baunilha-dos-jardins 713
Durezas, ver Calosidades 683 Bela-somhra 722
Eczema 685 Betónica 730
Estrias da pele 688 Bonagem-bastarda = liuglossa 696
Feridas e úlceras 682 Buglossa 696
Fungos da pele, ver Micose da pele . . . . 689 Buglossa-oficinal 696
As aplicações locais de
certas plantas medicinais Furúnculos e abcessos 689 Calaguala 724
contribuem, de forma Gretas da peie 683 Capucha 721
muito acentuada, para a Herpes 690 Cavalinha 704
beleza da pele. Irritação da pele 684 Celidónia 701
Micose da pele 689 Cinogiossa 703
Papilomas 683 Consolda-maior 732
Pele seca 687 Consolda-menor 733
Pele, beleza 686 Doce-amarga 728
Pele, comichão, vcrPntrido cutâneo . . 684 liquiseto-dos-campos = Cavalinha . . . . 704
Pele, estrias 688 F.nm-da-trindade == Amor-perfeito-bravo 735
Pele, fungos, ver Micose da pele 689 Fwa-dos-cachos-da-índia = Fitolaca . . 722
Pele, gretas 683 Erva-dos-calos = Favária 726
Pele, irritação 684 Erva-moura 729
Pele, micose 689 Escabiosa-mordida 731
Prurido cutâneo 684 Evónimo 707
Psoríase 686 Favária 726
Sarna 690 Figueira 708
Secura da pele 687 Figueira-da-india 718
Sudação excessiva 687 Fisale 721
Tinha 690 Fitolaca 722
Úlceras da pele 682 Hera 712
Unhas frágeis 688 Hipericáo 714
Verrugas 683 Hipericão-do-gerês 714
680
A SAÚDE PELAS PLANTAS M E D I C I N A I S
2 " Parte: D e s c r i ç ã o
O
ORGANISMO de uma pessoa em grande parte, do estado interior do or-
adulta acha-se envolvido por ganismo. As aplicações de plantas medici-
alguns metros quadrados de nais ou de qualquer outro tratamento di-
pele, a que normalmente .só se rectamente sobre a pele, não conseguirá
presta atenção por motivos estéticos. No glandes resultados se o sangue estiver
entanto, a pele desempenha muitas e mui- "sujo" (carregado de impurezas metabó-
to importantes funções para a saúde do licas), se existirem desequilíbrios nervo-
nosso organismo: sos, ou se a alimentação for rica em pro-
teínas e gorduras de origem animal.
• Funções de protecção mecânica, térmi-
ca (contra as mudanças de temperatura) Por isso, em muitos casos, os eczemas e
e biológica (defende-nos dos numerosos outras dermatites melhoram, não apenas
organismos que continuamente nos ro- com as aplicações locais de loções, com-
deiam). pressas ou cataplasmas, que sem dúvida
• Funções de eliminação: Através da pele são eíica/.es, mas também, além disso, com
climina-sc constantemente água, tanto a administração de:
por evaporação (transpiração insensí-
• Plantas depurativas como a bétula ou o
vel) como pela secreção do suor. O suor
amor-perfeito (pág. fi47), que facilitam a
apresenta uma composição semelhante
eliminação por meio da urina e da su-
à da urina, embora com menor concen-
dação, das substâncias residuais que cir-
tração: além de água, contém cloreto de
culam no sangue, e que tendem a depo-
sódio, ureia e muitas outras substâncias.
sitar-se na pele;
A pele foi definida como "o terceiro rim",
pela sua capacidade de eliminai- toxinas • Plantas que melhoram a função do fíga-
e substâncias metabólicas residuais. do, no qual se efectuam numerosos pro-
• Funções sensoriais: A pele dispõe de cessos de desintoxicação das substâncias
inúmeras terminações nervosas, a ponto tóxicas que circulam no sangue (pág.
de ler sido qualificada de "o cérebro exte- 379); e
rior". O estado do sistema nervoso influi
• Plantas laxantes, que evitam a autointo-
directamente sobre a saúde da pele.
xicação que se produz em caso de prisão
A saúde e a beleza da pele dependem, de ventre crónica (págs. 484485).
681
C a p . 2 7 : P L A N I A S PARA A PELE
I
com a infusão de folhas e/ou nogalina
pico de ambas as
lesões baseia-se so- S * < _ 510 * | $ ~ e n e r a d W a Compressas e loções
bretudo em plantas com a decocção de sumidades
de acção cicatri-
zante e anti-sèpti- Lavagens com o sumo fresco
ca. ALIARIA 560 Cicatrizante, revitaliza a pele
da planta
Recorde-se que as
feridas limpas ten- Cicatrizante, acelera a cura Compressas com decocção de flores,
dem a cicatrizar es- MARAVILHA 626 de feridas e úlceras da pele cataplasmas com pétalas.
pontaneamente. A loção com sumo fresco das flores
única coisa que se
deve fazer neste T T ' 7 * BICO-DE-
631 Favorece a cura de úlceras e chagas Compressas com folhas esmagadas
caso, além de as su- -CEGONHA
turar, é lavá-las com m
fusões ou decocções RriMcon £7/i Cicatrizante, anti-séptico, estimula Banhos e lavagens com a infusão
de plantas cicatrizantes KOMERO D/4 c i c a t r i z a c ã 0 de feridas e úlceras ou decocção de sumidades floridas
e anti-sépticas. Hipencâo
Quando se trate de feridas ••«.»*.«. em Cicatrizante, anti-séptico. Muito eficaz Lavagens e compressas
infectadas ou a b e r t a s , de cicatri- MILEFOLIO 691 p a r a c u r a r fendas e úlceras com a infusão de sumidades floridas
zação lenta, pode ser útil a aplicação
de cataplasmas ou compressas dessas HERA •JY2 Cicatrizante, cura feridas, Compressas com a decocção
mesmas plantas. úlceras e gretas da pele de folhas, cataplasmas com as folhas
Nas úlceras cutâneas, aplicam-se Modera a reacção inflamatória
igualmente lavagens, com- HIPERICÃO Óleo de hipericão sobre a pele
714 nos tecidos que rodeiam a ferida
pressas ou cataplas- afectada
ou contusão, estimula a epitelização
mas com plantas cica-
trizantes e anti-sép~ e . u b » . . -70K Limpa os tecidos necrosados, Compressas com a decocção de
ticas, mas, além dis- SANÍCULA 725 estimula a epitelização folhas, lavagens com esta decocção
so, recomendam-se
as plantas adstrin- Favorece a cura de feridas Compressas e lavagens
gentes, que elimi- FAVÃRIA 726
e úlceras da pele com o sumo fresco
nam os tecidos ne-
crosados e secam •J-3Ç, Cicatrizante, ajuda a sarar chagas,
as úlceras. A sani- BETÓNICA Compressas com a decocção
feridas e úlceras da pele
cula ó uma das
plantas com maior
capacidade para CONSOLDA- Muito eficaz para acelerar a cura de Compressas com a infusão de raiz,
732 cataplasmas com a raiz esmagada
limpar os tecidos -MAIOR chagas e úlceras de cicatrização lenta
necrosados.
e „ _ j „ . 7f -(- Anti-infecciosa, cicatrizante, Compressas ou loções
Coosoldatmior
EOU.NACEA 755 r egenera os tecidos com a decocção de raiz
682
A SAÚDE PELAS PLANTAS MEDICINAIS
2' 1 P a r t e : D e s c r i ç ã o
Loções ou compressas
TORNASSOL 713 Cura as verrugas, cicatrizante com a decoecão de folhas
Celidónia
CONDILOMAS E PAPILOMAS
São pequenas tumorizações da pele,
semelhantes às verrugas, causadas por Antimitótico (impede a divisão das
virus, que costumam aparecer próximo Umas gotas de resina da raiz
PODOFILO 517 células) em aplicação local
do ânus ou dos órgãos genitais. Papilo sobre a pele
sobre a pele
ma é um termo geral para as tumori-
zações benignas da pele e das mucosas.
Ver também a secção anterior (verrugas).
683
C a p . 2 7 : P L A N T A S PARA A PELE
PRURIDO CUTÂNEO ENULA 313 Acalma a comichão da pele Compressas com a decocção de raiz
Vulgarmente conhecido como co-
michão. Pode ser causado por afec-
ções da pele, como por exemplo a sar- CÃLAMO- Sedante suave,
na, assim como por doenças do san- 424 Banhos com a decocção de rizoma
-AROMÁTICO acalma a comichão da pele
gue ou do fígado (a icterícia costu-
ma ser acompanhada de intensa co- Loções ou compressas com o sumo
Sedante, emoliente,
michão). fresco, cataplasmas com as folhas
ERVA-MOURA 729 acalma a comichão da pele,
Uma vez conhecido o diagnóstico do especialmente na vulva e no ânus esmagadas
prurido, podem-se aplicar localmente
estas plantas de acção sedativa e AMOR-
Cicatrizante, anti-inflamatório, Loções e lavagens
suavizante. -PERrerro- 735 com a infusão da planta
-BRAVO
alivia a comichão
IRRITAÇÃO DA PELE TlUA 169 Anti-inflamatória e suavizante da pele Compressas com a infusão de flores
Pode ser causada por factores mecâ-
nicos (roçaduras), químicos (contacto Loção com o óleo
OUVEIRA Suaviza e protege a pele e mucosas
com substâncias irritantes) obtido dos frutos (azeite)
ou físicos (radiações so-
lares ou de outro tipo). Alivia as irritações Compressas e banhos
e inflamações da pele com a decocção de flores e folhas
As aplicações locais
destas plantas emo- Alivia a irritação da pele Compressas com a decocção
lientes (suavizantes) e das mucosas de flores e folhas
pode contribuir para Suaviza a pele, muito indicada para Loção com o óleo
que a pele recupere o
peles secas ou delicadas obtido com as flores
seu aspecto e pureza
naturais. Cataplasmas com as pás
Alivia as irritações da pele
abertas ao meio e aquecidas
MaravWia Compressas com a infusão de raiz,
CONSOLDA- Emoliente, cicatrizante, cataplasmas com a raiz fresca
-MAIOR contém alantoína
esmagada
As compressas empapadas na
infusão ou decocção das
diversas plantas que aqui
recomendamos são de grande
eficácia para combater a
secura e as gretas da pele que
frequentemente afectam as
palmas das mãos.
684
A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S
2 " Parte: D e s c r i ç ã o
Cataplasmas ou compressas
DOCE-AMARGA 728 Emoliente, cicatrizante
com a decoccao de folhas
AMOR-PERFEÍTO- y^5 Depura o sangue de resíduos tóxicos, Infusão com a planta seca, loções
-BRAVO desinflama a pele e lavagens com esta mesma infusão
685
C a p . 2 7 : P L A N T A S PARA A PELE
PSORÍASE ALCAÇUS 308 Melhora os eczemas da pele Compressas com a infusão de raiz
É uma doença de causa desconhecida,
em que as células de certas zonas da Alcatrão ou breu vegetal
epiderme se reproduzem com um ritmo PINHEIRO 323 Poderoso emoíiente da pele
aplicado em forma de pomada
maior que o normal. Isto
dá lugar à formação ARRUDA 637 Revulsiva, útil em caso de psoríase Compressas com a infusão
de grossas escamas,
com enrubescimento
da pele. fiq4 Cicatrizante, suavizante, Loções com o sumo de aloés,
ALOÉS
aumenta as defesas o sumo em uso interno
Até ã data, não exis-
te nenhum trata- -._,,_ 10, Cicatrizante, anti-inflamatório, Compressas com a decocção
mento que cure a r-isALE i&i m e | h o r a a pSoriase da planta
psoríase completa- •
mente. Estas plantas n . . .^..».» IOA Regula os processos de imunidade
exercem uma acção ' Decocção de rizoma e raiz triturados
CALAGUALA 724 c e | u | a r na p e | e
benéfica sobre a pele no
seu conjunto, e podem in> AMOR-PERFEITO- yor Depura o sangue de resíduos tóxicos, Infusão com a planta seca, loções
fluir favoravelmente na evo- BRAVO desinflama a pele e lavagens com esta mesma infusão
lução da doença.
Decocção de raiz, extractos,
ycc Cicatrizante, regenera os tecidos,
Aloés EQUINÁCEA compressas ou loções
estimula as defesas
com a decocção, pomadas
c M 101 Devolve um aspecto claro e fresco Lavagens oculares
BELEZA DA PELE F.DALGU.NHOS 131 ^ pà|pebras ^ g ^ com a água de fidalguinhos
As aplicações externas destas plantas
contribuem para limpar e suavizar a pele CENOURA 133 Contribui P ara a s a u d e e a beleza Crua, em sumo. cataplasmas
de forma natural. Não obstante, é pre- da pele de cenoura cozida e esmagada
ciso lembrar o facto de que a beleza da
pele depende tanto ou mais do esta- Abre os poros e limpa a pele,
do interior do corpo do que do exte- TÍLIA 169 combate os efeitos do frio e do vento Banhos de vapor com flores de tília
rior. Uma alimentação sobre a pele
saudável e um "san-
gue limpo" são facto- •**- ?c7 Activa a circulação da pele, Compressas com a infusão
HAMAMÉUA
res insubstituíveis para cicatrizante e adstringente de folhas e casca
se conseguir uma cútis em
estado óptimo. Compressas ou loções
VERÓNICA 475 Suaviza a pele ressequida, cosmética
com a decocção da planta
Cataplasmas com morangos,
MORANGUEIRO 575 Suavizante, limpa e embeleza a pele
loções com o leite de morangos
ROSEIRA 635 Tonifica a pele, limpa a cútis, Loções com a água de rosas
combate as rugas
rq. Revitaliza a pele, Loção com o sumo,
ALOÉS
dando-lhe resistência e beleza cremes e unguentos
SELO-DE- Compressas ou cataplasmas
723 Suaviza e embeleza a cútis
Roseira Cenoura -SALOMÃO com a decocção de rizoma
2 " Parte: D e s c r i ç ã o
SUDAÇÃO EXCESSIVA
Pode ser causada por infecções agu-
das ou crónicas, estados de debilidade Reduz a transpiração excessiva,
e desequilíbrios nervosos, entre outras SALVA 638 Infusão de folhas, essência
especialmente a nocturna
causas. Antes de se tomar esta planta,
tem de ser averiguada a causa.
PELE SECA CENOURA 133 Contribui para a saúde e a beleza Crua, em sumo, cataplasmas
da pele de cenoura cozida e esmagada
Para evitar que a água que embebe os
tecidos cutâneos se evapore rapida- 169 Abre os poros e hidrata a pele
TÍLIA Banho de vapor com flores de tília
mente, deixando-a seca e gretada, a
pele está coberta por uma fina camada
de gordura impermeabilizante. ONAGRA
237 Nutre a pele, combate a secura O óleo das sementes
e as erupções da pele em cápsulas ou comprimidos
Estas plantas medicinais protegem e
estabilizam a camada gorda da pele, CASTANHEIRO-
251 Suaviza e protege a pele Banho com a decocção de sementes
com o que se trava o -DA-ÍNDIA
processo de evapora-
ção, aumentando assim a LIMOEIRO 265 Suaviza e hidrata a pele Loções com o sumo diluído em água
hidratação e beleza
da cútis. A 75 Suaviza a pele ressequida pelo frio, Compressas ou loções
VERÓNICA
cosmética com a decocção da planta
687
Ca». 27: PLANTAS PARA A PELE
CASPA
Caracteriza-se pela produção de esca-
mas em toda a superfície do couro ca- LIMOEIRO 265 Evita a caspa, dá brilho ao cabelo Loções com o sumo diluído
beludo. É uma forma mínima da der-
matite seborreica.
Estas duas plantas constituem uma al-
ternativa aos tratamentos clássicos
com champôs à base de enxofre ou áci-
do salicílico.
ABACATEIRO 719 S S J ? * " ! * 1 ° Câbe, °' Loção com o óleo de abacate
elimina a caspa
688
A SAÚDE PELAS PLANTAS MEOICINAIS
2 " Parte: D e s c r i ç ã o
689
C a p . 2 7 : P L A N T A S PARA A PELE
SARNA PINHEIRO 323 Regenera a pele, emoliente, elimina Loções com alcatrão ou breu vegetal,
os fungos e os parasitas cutâneos obtido por destilação da madeira
É uma infestação (doença causada
por parasitas) produzida pelo ácaro As flores em cataplasmas
LOENDRO 717 Combate a sarna
»* Sarcoptes scabiei, que mal se vê ou aplicadas em forma de pomada
à vista desarmada. Este para- Loções ou compressas com o sumo
| sita introduz-se na pele, Sedante, emoliente, alivia a comichão
J onde provoca intenso pru-
ERVA-MOURA 729 da pele fresco, cataplasmas com as folhas
esmagadas
rido (comichão), especial-
mente à noite, depois de a ESCABIOSA- Compressas com a infusão da planta,
731 Alivia a comichão da pele
^ pessoa se deitar. -MORDIDA a infusão em uso interno
Potente anti-séptico, insecticida, Compressas ou lavagens
-moura ' TOMILHO 769 antiparasita com a decoccão
Compressas ou lavagens com a
TINHA Norimofl ^ns Adstringente, cicatrizante, decocçao de folhas e/ou nogalina
É uma micose (infecção) muito conta- NOGUE.RA bUb |amatôrjo
antNnf
(cascas verdes)
giosa, que afecta o couro cabeludo,
causada por fungos dermatófitos. Ma- ALOÉS
594 Regenera a pele, combate Loções com o sumo de aloés,
nifestase por queda do cabelo em zo- o pé de atleta e outras micoses o sumo em uso interno
nas delimitadas, com comichão e
lesões da pele. FITO LACA 722 Elimina os fungos e parasitas da pele Compressas com a decoccão de raiz
Estas plantas eliminam os fungos em Loções ou compressas com o sumo
aplicações locais. XiSm
ERVA-MOURA 729 fSS&SUS!^ * fresco, cataplasmas com as folhas
comichão da pele esmagadas
ERVA-CIDREIRA 163 AnfrséPtica, destrói os fungos Compressas ou banhos com a
HERPES infusão, fricções com a essência
É uma infecção causada pelo
vírus do mesmo nome, recidi- 0 látex da planta aplicado
CELIDÓNIA 701 Antimitótica, antivirica
vante (repete-se frequente- sobre a pele afectada
mente), que pode ser mui- Sedante, emoliente, Loções ou compressas com o sumo
to dolorosa e que se ma- ERVA-MOURA 729 acalma a dor e comichão devidas ao fresco, cataplasmas com as folhas
nifesta por pequenas ve- herpes esmagadas
sículas na pele.
Estas plantas tornam-se ULMEIRO 734 Suaviza e desinflama a pele Compressas com a decoccão
muito úteis pela sua acção de casca
antivirica e suavizante AMOR- Loções e lavagens com a infusão
da pele. Erva-
-PERFEÍTO- 735 Cicatrizante, anti-inflamatório da planta, a mesma infusão
^ciôreira -BRAVO em uso interno
Achíllea
millefolium L A 9.
a Preparação e emprego
Milefólio
USO INTERNO
Um cicatrizante O I n f u s ã o : 20 g de sumidades
floridas por litro de água. Tomam-
lendário -se 3 ou 4 chávenas por dia. Con-
vém preparã-la cada vez que for
preciso usá-la, pois, se for deixa-
da durante um certo tempo, ad-
quire uma cor escura e um sabor
muito amargo.
USO EXTERNO
© Lavagens e banhos com uma
infusão de 30-40 g de sumidades
por litro.
691
Para combater a
incómoda e inestética
acne, são muito
recomendáveis as
compressas de milefólío,
j u n t a m e n t e com a
ingestão desta mesma
pfanta em infusão.
693
Aloé vera
(L)Webb. O
Preparação e emprego
Aloés
USO INTERNO
Suaviza a pele, cicatriza O Azebre: Utiliza-se em forma de
as feridas, e tonifica cápsulas preparadas farmaceu-
ticamente. Como laxante ou pur-
gante, o azebre de aloés actua
lentamente, pelo que se adminis-
tra à noite para obter o efeito no
dia seguinte.
694
quer corte ou ferida nelas. Deste transparente e de sabor insípido. A aliviar a comichão e facilitar a cicatri-
modo evitam a perda de água. ele se deve a fama que o gel de aloés zação da pele nas doenças exantemá-
K verdade que o aioés foi aplicado tem adquirido nos últimos anos, es- ticas como o sarampo, a rubéola e a
para sarar as feridas de muitos ao lon- pecialmente pela sua acção curativa varicela IO.©l.
go da história. Soldados gregos, gla- sobre a pele. Ê formado por unia mis-
tura complexa de mais de 20 substân- • Beleza da pele: O aloés revitaliza a
diadores romanos e guerreiros de di- pele, conferindo-lhe uma maior pu-
versos impérios foram tratados com cias, como polissacáridos, glicósidos,
enzimas e minerais. Contém acema- reza, resistência e beleza. Aplicado so-
aloés. bre a pele, melhora o aspecto ílas ci-
nan, uma substância imunoestimu-
Houve também um soldado muito lante (que aumenta as defesas). Ao catrizes inestéticas e das estrias, lam-
especial, que cerca de quatro séculos contrário do azebre, o gel de aloés bem se emprega no cuidado do cabe-
depois de Aristóteles e de Alexandre, não tem propriedades laxantes. lo e das unhas IO.01.
o Cirande, morreu em pleno campo
de batalha, domo se fez com outros, Aplicado localmente, são muitas as Ingerido por via oral, o sumo de
também a ele se aplicou aloés sobre o afecções sobre as quais o aloés pode aloés é depurativo e tonificante. Em-
seu corpo ferido e magoado, ainda exercei' eleitos benéficos. As mais im- prega-se como digestivo e também no
que já depois de mento. Referimo-nos portantes são as seguintes: tratamento da úlcera gastroduodenal
a Jesus Cristo, o libertador e salvador 10).
• Feridas, quer sejam limpas quer )»-
da humanidade, um lutador infatigá- fectadas. O sumo de aloés aplica-se Verificou-se experimentalmente
vel contra o mal, de quem se disse que em compressas 101, embora também que o acemanan contido no sumo de
«pelas suas feridas fomos sarados» (I se possa colocar directamente a polpa aloés tem a faculdade de estimular as
S. Pedro 2: 24). O corpo de Jesus foi da folha sobre a ferida. Facilita a lim- defesas do organismo 101. O seu uso
tratado com aloés e mirra, segundo peza da ferida e acelera a sua cicatri- por via interna activa os linfócitos, cé-
relata o capítulo 19 do Evangelho se- zação, reduzindo, além disso, a cica- lulas que, entre outras funções, têm a
gundo S. João. Três dias depois, res- triz. de desunir as células cancerosas, as-
suscitou vitorioso da morte. sim como aquelas que tenham sido in-
• Queimaduras: O gel ou sumo de fectadas pelo vírus da sida. Por isso
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Das su-
aloés aplica-se em compressas duran- está a ser investigado o seu emprego
te os dias seguintes á queimadura l©l. nestas duas pragas do nosso tempo,
culentas folhas do aloés obiêm-se dois
Km queimaduras de primeiro grau, sem que, até ao momento, se tenham
produtos principais: o azebre (espa- bastam dois ou três dias de aplicação.
nhol: acíbar) e o gel de aloés. podido obter resultados concluden-
Km casos mais graves, convém consul- tes.
O AZEBRE: Incisando a superfície tar o especialista. O aloés consegue
das folhas das diversas espécies de acelerar a regeneração da pele dani-
aloés, oblém-se um suco viscoso de ficada e reduzirão mínimo a cicatriz.
cor amarela e sabor amargo, que se
concentra ao calor do sol, ou por Têm-se obtido bons resultados nas Precauções
ebulição. Transforma-se assim numa queimaduras cutâneas causadas por
massa amorfa de cor escura e sabor radiações ionizantes, assim como na
muito amargo, que é o azebre. radiodermite (afecção da pele causa- O gel ou sumo de aloés pode pro-
da pelas radiações). Diz-se que, na Se- vocar reacções alérgicas quando se
O azebre contém de 40% a 80% gunda Guerra Mundial, alguns habi-
de resina, e até 20% de aloína, glicó- aplica sobre a pele. Uma de cada 200
tantes de Hiroshima e Nagasaki que pessoas, aproximadamente, é alérgi-
sico antraquinónico que é o seu prin- sobreviveram às explosões atómicas ca ao aloés. Se, poucos minutos de-
cípio activo. Segundo a dose diária curaram as queimaduras produzidas pois de espalhar umas gotas de su-
com que se empregue, o azebre tem pela radiação, aplicando a si mesmos mo de aloés sobre a pele das costas,
diferentes aplicações IOI: polpa de folhas de aloés directamen- aparecer um ligeiro rubor e comichão,
• até 0,1 g é aperitivo, estomacal e co- te sobre as zonas queimadas. é sinal de alergia ao aloés: ter-se-á
lagogo, facilitando a digestão; de recorrer a outro remédio.
• Afecções da pele: O sumo de aloés
• a partir de 0,1 g actua como laxante aplicado em loção tem uma acção fa- O azebre não deve ser utilizado co-
e como emenagogo (aumenta o fluxo vorável em casos de psoríase e ecze- mo purgante pelas mulheres duran-
menstrual); mas da pele, assim como na acne, pé te a menstruação, nem pelas grávi-
de atleta (infecção por fungos) e her- das, pois provoca congestão dos
• doses de 0,5 g (máximo diário), ac-
pes, entre outras IO). Para reforçar o órgãos pélvicos e contracções uteri-
tua como purgante enérgico e tam-
efeito, recomenda-se tomá-lo também nas. Também não é recomendável
bém ocitócico (provoca contracções para quem sofra de hemorróidas
uterinas). por via oral 101.
(pode fazê-las sangrar). Não se deve
O GEL ou SUMO DE ALOÉS: Obtém- Nas crianças, a loção de sumo de administrar às crianças. Não exce-
-se da polpa das suas folhas carnudas, aloés emprega-se no tratamento do der a dose de 0,5 g por dia.
que deitam um sumo pegajoso, quase eczema causado pelas Iralclas, e para
695
"V para a peie JÊT
Anchusa
o.
azurea Miller
Aiú/ * *
Preparação e emprego
Buglossa
USO INTERNO
Suaviza e embeleza O Infusão de folhas e flores, na
a pele proporção de 30 g por litro de
água.
USO EXTERNO
© Compressas de sumo fresco
de folhas e flores, aplicadas sobre
a zona afectada.
Buglossa-oficinal
Preparação e emprego
USO EXTERNO
697
O máximo efeito da bardana
na limpeza e embelezamento
da pele consegue-se
tomando tisanas e, ao
mesmo tempo, fazendo
aplicações externas.
A a c ç ã o antibiótica da b a r d a n a
t a m b é m se manifesta sobre o apare-
lho urinário, já q u e é eliminada com
a urina, pelo q u e se r e c o m e n d a o seu
uso em cistites c infecções urinárias
recidivantes IO.@l.
• Depurativa: Devido ao seu conteú-
do em óleo essencial e em sais mine-
rais ricos em potássio, a bardana é um
excelente sudorífico e depurativo. Fa-
cilita a eliminação de substâncias re-
siduais através da pele. Desta forma,
a pele, q u e é t a m b é m um ó r g ã o cx-
cretor, fica limpa e livre de i m p u r e -
zas. Para isso contribui t a m b é m o seu
m o d e r a d o efeito d i u r é t i c o . Reco-
menda-se no caso de gota (excesso de
ácido úrico), de artritismo e de litía-
se renal IO.©}.
• Hipoglicemiante: A raiz faz descer o
nível de glicose no sangue, em parte
devido ao seu c o n t e ú d o em inulina
(hidrato de carbono de utilidade
para os diabéticos, pág. HO). Dá bons
resultados c o m o complemento no tra-
getal de tipo glicosídico, q u e se reve- de infecções cutâneas produzidas p o r t a m e n t o da diabetes, p e r m i t i n d o re-
lou especialmente eficaz contra o es- estafilococos, c o m o abcessos, furún- duzir a dose de insulina ou de medi-
tafilococo, germe causador de muitas culos, fleimões, adenites e quistos ce- cação antidtabética (0.01.
infecções da pele. báceos infectados IO ©.0.01.
• T ó n i c o capilar: Há q u e m use a bar-
O seu uso, t a n t o p o r via i n t e r n a Ê t a m b é m útil nos eczemas cróni- d a n a , n e m s e m p r e com o mesmo êxi-
(infusão o u m a c e r a ç ã o ) c o m o e m cos e na a c n e , assim c o m o nas d o - to, aplicada sobre o c o u r o cabeludo,
aplicação externa (compressas, cata- enças infecciosas eruptivas (escarlati- em loção ou compressas, com a fina-
plasmas ou loção), é indicado no caso na varicela, s r a m p o , etc.) IO.€>,O,0I. lidade de fazer crescer o cabelo 10,01.
Aristolochia
clematitis L.
M 0
Cura feridas
e contusões USO INTERNO
O Decocção com 30 g de folhas
com flores e/ou raiz seca (a raiz
fresca é muito tóxica). A dose diá-
ria é de 1 ou 2 chávenas(ver o
quadro de "Precauções").
Precauções
Urucu
Remédio contra
as queimaduras
e expectorante
700
Chalidonlum
majusL
J . )
USO EXTERNO
© Látex: Aplicam-se umas go-
tas directamente sobre a ver-
ruga ou a pele afectada, prote-
D tOSCORIDESjá mencionava
esta planta no século I cl.C... e
salientava o facto de que as an-
dorinhas facultam a vista aos seus fi-
lhotes tocando-lhes os olhos com um
gendo a pele sã circundante
com adesivo. Costumam ser
suficientes três aplicações diá-
rias durante 2 ou 3 semanas.
pouco de celidónia.
701
Chenopodium
bonus-Henrícus L Qj * P
USO EXTERNO
Emoliente e vulnerário © C a t a p l a s m a s : As folhas po-
dem-se aplicar directamente so-
bre a pele afectada, ou então es-
magadas em cataplasmas, fixan-
do-as com uma ligadura e reno-
vando-as de duas em duas ou de
três em três horas.
Outros nomes:
Esp.: zurrón, zurrones, ânserina. pie de ganso,
pie de ánade. armuelle silvestre, buen armuelle.
buen Enrique, hoja de alubia. Fr.: épinard
sauvage, bon Henri. sarron. Ing.: goodking
Henry, allgood. mercury.
702
jlossum
ófficínale L Q< t J i
Preparação e emprego
USO EXTERNO
© Cataplasmas com folhas es-
magadas, que se aplicam sobre a
703
Equisetum
arvense L k \
ne Preparação e emprego
USO EXTERNO
© C o m p r e s s a s com uma de-
cocção como a indicada para uso
interno, mas mais concentrada
(100-150 g de planta por litro de
água). As compressas aplicam-
-se localmente sobre a zona afec-
tada, por exemplo, sobre as ma-
mas ou sobre o ânus.
© T a m p o n a m e n t o nasal: Faz-
-se com uma compressa empa-
pada na decocção descrita ante-
A
CAVALINHA é unia p l a n t a riormente, que se introduz dentro
original do ponto de vista do nariz.
botânico, É uma criptogâmi-
ca que, tal como os fetos, se reproduz
por meio de esporos. Os esporos cn-
coniram-se u n i c a m e n t e n o c h a m a d o
caule fértil, q u e cresce na Primavera e
q u e tem a forma de um e s p a r g o . A ca-
valinha, e m b o r a l e n h a raízes, n ã o leni
folhas, n e m flores, n e m p o r t a n t o se- Outros nomes: equiseto-dos-
mentes. •campos, cauda-de-cavalo.
cavalinha-dos-campos. erva-
Há cerca de 20 espécies de equise- carnuda, pinheirinha, rabo-de-asno.
tos, q u e diferem n a a l t u r a d o c a u l e . rabo-de-cavalo. rabo-de-touro.
As propriedades de l o d o s eles s ã o se- Esp.: cola de caballo, equiseto-
melhantes, p e l o q u e nos l i m i t a m o s a -menor, rabo de caballo. Fr.: prêle,
descrever o mais vulgar de iodos, o ar- queue de rat. Ing.: horsetail.
vense ou cavalinha. Habitat: Conhecida em toda a Europa e
América. Cresce nos lugares frescos e
A cavalinha e i a c o n h e c i d a p o r
sombrios de clima temperado, embora também
Dioscórides e go/.ou s e m p r e de m u i t o se encontre em pedregais, beiras de caminhos e
boa r e p u t a ç ã o c o m o p l a n t a m e d i c i - lugares secos. Prefere os solos arenosos.
nal. A n u a l m e n t e é m u i t o a p r e c i a d a Descrição: Planta herbácea, vivaz, da família das
pelo seu elevado c o m e n d o em silício, Equisetáceas. que atinge de W a 30 cm de altura.
o l i g o e l e m e n t o mineral q u e participa Produz dois tipos de caules: uns sào férteis, de cor
nos processos de r e g e n e r a ç ã o dos te- avermelhada e sem ramos, que aparecem primeiro.
cidos. em cuja extremidade há uma espiga com esporos; e outros
estéreis, que aparecem no fim da Primavera, formados por diversos
segmentos articulados, dos quais saem uns ramos muito finos.
P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : Ioda a
Partes utilizadas: os caules estéreis e os seus ramos.
planta é m u i t o rica em substâncias mi-
nerais, e s p e c i a l m e n t e silício e potás-
sio. Além disso, c o n t é m u m a saponi-
704
Aplicada em compressas,
a decocção de cavalinha
dá firmeza aos tecidos
mamários. Esta acção è
reforçada se, além disso,
se ingerir também o
líquido da dita
decocção.
705
o Alcalóides na cavalinha
•Artrose (degenerescência da carti-
lagem articular). A cavalinha, graças
ao seu conteúdo em silício e ao seu
eleito depurativo, é possivelmente um
dos poucos tratamentos de fundo que ac-
Na cavalinha e noutras plantas tualmente temos à disposição para
do género Equisetum, alguns in- esta difícil doença lOl.
vestigadores encontraram quan-
tidades muito pequenas de ni- • Osteoporose (perda da consistência
cotina (indícios). Com as doses óssea): O silício estimula a actividade
recomendadas de cavalinha, a dos osteoblastos e libroblastos, as cé-
quantidade de nicotina que se in- lulas do tecido conjuntivo que sinte-
gere é praticamente desprezável, tizam as fibras de colagénio e formam
e não tem quaisquer efeitos so- a matriz do osso IOI.
bre o organismo.
• Raquitismo, fracturas, descalcifi-
Convém esclarecer que os alca-
lóides, como é o caso da nicotina,
cação. O silício facilita a assimilação
são mais abundantes nas plan- e a fixação do cálcio nos ossos IOI.
tas angiospérmicas. Contraria- •Arteriosclerose: As últimas investi-
mente, as algas, os musgos e as gações demonstram que a carência
plantas criptogàmicas (a que per- de silício é um importante factor pre-
tence a cavalinha) praticamente disponente, O silício tem um efeito
não contém alcalóides. preventivo, e possivelmente regene-
rativo, sobre a degenerescência das
artérias, ao estimular a regeneração
das fibras elásticas deterioradas na
sua parede IOI.
• Edemas (retenção de líquidos), li-
tíase renal (cálculos nos rins), in-
fecções urinárias, gota, rxcesso de
ácido úrico, e sempre que se preten-
da um efeito diurético e depurativo
suave mas eficaz. IO.0I.
• Hemorragias: A cavalinha tem um
notável efeito hemostático (detém as
hemorragias), tanto aplicada local-
mente como ingerida por via oral. Km
caso de episiaxe (hemorragia nasal),
aplica-se um lamponamento nasal
com uma compressa empapada na
decocção concentrada IOI. Em caso
de hemorróidas sangrantes, colocam-
A cavalinha é muito -se compressas da decocção sobre o
rica em silício, ânus 101. Em ambos os casos pode-se
oligoelemento que reforçar o efeito hemostático toman-
favorece a do também a decocção ÍOÍ.
regeneração dos
tecidos da pele e Nos casos de hipermenorreia
dos ossos.
(menstruação excessiva), de hemor-
As compressas com
ragias gástricas (devidas, por exem-
uma decocção de
cavalinha são muito plo, a úlcera gastroduodenal) ou
úteis nos casos de bronquiais (causadas, por exemplo,
celulite ou pela tuberculose pulmonar), o uso da
obesidade, pois decocção de cavalinha contribui para
melhoram a flacidez cicatrizar os tecidos sangrantes e para
da pele, deter a hemorragia IOI. Naturalmen-
devolvendo-lhe um
aspecto limpo e
te que, em qualquer destes casos, é ne-
elástico. cessária a assistência médica.
706
Evonymus
europadusL
Preparação e emprego
Evónimo U S O EXTERNO
O Lavagens com uma decocção
Combate os parasitas de 30 g de frutos por litro de água,
da pele aplicadas sobre a zona da pele
afectada pelos parasitas, inclusi-
ve da cabeça. Também se pode
esfregar directamente a pele com
os frutos.
© Fricções: Também se pode
esfregar directamente a pele com
os frutos.
707
Flcus carica L.
Q| *
Figueira
Um antigo remédio
ainda válido
708
botânico grego, escrevia o seguinte
acerca dos figos: «Cozidos, esmaga-
dos e aplicados em forma de emplas-
tro, resolvem qualquer dureza, amo-
lecem os lobinhos e amadurecem os
Furúnculos.» K continua salientando
as propriedades cicatrizantes e cura-
tivas que os figos têm sobre Ioda a es-
pécie de chagas e feridas. Terá Dios-
córides tido conhecimento da histó-
ria do rei Exéquias? Pode ser que, de-
pois de ter verificado com os seus pró-
prios doentes a eficiência do remédio
aplicado a Exéquias, o tenha querido
registar no seu livro.
Actualmente, passados 2700 anos,
continuam válidas as recomendações
do profeta [saías. E muitas outras apli-
cações terapêuticas desta velha árvore
se têm vindo a descobrir.
709
Gossypium
herbaceum L. A V
Algodoeiro
Protege a pele e Outros nomes: xilo.
desinflama os Esp.: Algodonero, algodonal,
algodón. Fr.: cottonier.
brônquios Ing.: cotton.
Habitat: Planta originária da
Ásia, embora se encontre
cultivada nas zonas
quentes de quase todo
o mundo.
Descrição: Planta
herbácea da família das
Malváceas, que atinge até
A
NDRÉS de Laguna o famoso
*T'
um metro de altura. As
médico espanhol do século folhas são divididas em 3 ou 5
XVI, que traduziu e comen- lóbulos. As flores são
tou as obras do sábio grego Dioscóri- solitárias e vistosas, com 5
des, disse, referindo-se ao algodão: pétalas de cor amarela ou
branca, e cada uma delas
«Não somente nos cobre, esta planta, com uma mancha de cor
mas ainda nos socorre contra muitas púrpura na sua base. O fruto
enfermidades». ê uma cápsula ovóide de 5-6
cm, que contém várias
Fala-se de algodão hidrófilo (eti- sementes cobertas de uma
mologicamente, 'amigo da água'). fibra branca: o algodão.
porque é capa/ de absorver rapida-
mente grandes quantidades de líqui- Partes utilizadas: as folhas,
as flores, as sementes e a
do. E esta propriedade que permite casca da raiz.
que a pele coberta por uma compres-
sa feita de tecido de algodão se man-
tenha seca e limpa.
710
O algodão é a fibra têxtil
mais saudável e de maior
utilidade. É ideal para peças
de roupa interior, que estão
em contacto directo com a
pele. É com esta fibra que se
fabrica o algodão hidrófilo,
indispensável no tratamento
de feridas e para a aplicação
dos mais diversos produtos
cosméticos ou medicinais
sobre a pele. As tradicionais
ligaduras de algodão
continuam a ser as mais
higiénicas e de mais fácil
utilização.
711
X para a pele ^7
HaderahellxL
k J J
Xí Preparação e emprego
Hera
USO EXTERNO
Cicatrizante O C o m p r e s s a s : Empapam-se
no líquido de uma decocçào de
e analgésica 30 g de folhas por litro de água.
Aplicam-se sobre a zona afec-
tada.
© Banhos: Acrescenta-se esta
mesma decocçào à agua do ba-
nho para obter um efeito rela-
xante e analgésico.
© Cataplasmas: Também se po-
dem usar directamente as folhas,
712
Hellotropium
europaeum L
a m
Preparação e emprego
Tornassol
USO INTERNO
Desinfecta e cicatriza O I n f u s ã o ou d e c o c ç ã o com
as feridas 20-40 g de folhas por litro de
água, de que se tomam até 3
chávenas diárias.
USO EXTERNO
© Loções sobre a zona da pele
afectada, com a mesma infusão
ou decocção de uso interno.
713
Hypericum
períoratum L
> * . * . *
714
ne, de dois a quatro palmos de aluna,
tem Folhas opostas, obtusas, de bordos
inteiros, com numerosos pontos trans-
lúcidos visíveis ã contraluz, e as flores
formam um ramalhete terminal. As
suas p r o p r i e d a d e s , indicações e ma-
neira de utilizar são as mesmas que as
do hipericão vulgar.
P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : AS fo-
lhas e as llores do hipericão c o n t ê m
um óleo essencial, taninos, flavonói-
des, e um p i g m e n t o v e r m e l h o co-
nhecido c o m o hipericina. O hipericão
apresenta as seguintes propriedades:
• Vulnerário ( q u e sara as feridas e
contusões), devido ao seu c o n t e ú d o
em taninos e à sua essência. Aplicado
localmente, em forma de óleo 101, pos-
sui interessantes acções q u e o t o r n a m
um excelente r e m é d i o para a cura de
feridas e q u e i m a d u r a s :
- Modera a reacção inflamatória nos
tecidos q u e rodeiam a ferida ou a
contusão.
- T e m efeito analgésico local, p e l o
q u e acalma a d o r de forma suave,
ainda q u e persistente.
- E anti-séptico.
- Estimula a epitelização, ou seja, o
revestimento da lesão por pele re-
generada.
Por indo isto, o hipericão já é utili-
O hipericão é altamente apreciado, devido às suas notá-
zado há mais de dois mil anos, para veis virtudes vulnerárias, que desde há milénios têm ga-
curar toda a espécie de feridas, chagas rantido a sua utilização no tratamento das queimaduras.
e, sobretudo, queimaduras. Além disso sabemos hoje que, graças às suas proprieda-
Nas p e q u e n a s q u e i m a d u r a s de pri- des tonificantes e sedativas, tomado em infusão, se mos-
tra muito útil no tratamento da depressão e outros trans-
meiro e s e g u n d o graus, é MIAIS eficien- tornos nervosos.
te que a maioria das pomadas prepara-
das à base de produtos de síntese quí-
mica; nas extensas, ou nas profundas,
recomenda-se sempre o tratamento por
um médico.
Por via interna (Ol o hipericão é:
• Balsâmico e antiespasmódico: Indi- Preparação do óleo de hipericão
c a d o nos casos d e asma, c a l a r r o s
brônquicos e bronquites.
• Digestivo, colagogo e c o l e r é t i c o : Quem quiser seguir os costumes tradi- em maceração durante 20 ou 30 dias,
Ajuda a fazer a digestão, d i m i n u i a cionais, pode preparar o seu próprio óleo remexendo diariamente o frasco. Pas-
acidez do e s t ô m a g o e facilita o fun- de hipericão da seguinte maneira, reco- sado esse tempo, filtra-se o azeite e co-
c i o n a m e n t o da vesícula biliar. mendada pelo botânico espanhol Font loca-se em pequenos recipientes que se
• Tonificante c equilibrador do siste- Quer: guardam bem vedados, num lugar fres-
ma n e r v o s o : A h i p e r i c i n a t e m um Metem-se dentro de um frasco de vidro co e protegido do sol. Cada vez que se
efeito equilibrador do sistema nervo- de boca larga 100gde sumidades (pon- abrir um deles, deve-se deitar fora o
so c foi provado q u e p o d e ajudar os tas dos ramos), colhidas há pouco tem- azeite que ficar por ser usado, pois mes-
q u e sofrem de depressão ou neurose. po, mas já secas. Acrescentam-se 250 mo guardado perderia as suas proprie-
Usa-se em caso de e n u r e s e infantil g de bom azeite de oliveira. Deixam-se dades.
(crianças q u e m o l h a m a c a m a ) .
715
Ullum candldum L.
Açucena m
Um bom remédio para
queimaduras e gretas
P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : O bol-
bo e as flores da açucena c o n t ê m di-
versas substâncias a r o m á t i c a s q u e ,
aplicadas localmente, possuem u m a im-
portante acção e m o l i e n t e ( c a l m a n t e
O Preparação e emprego
da pele e das mucosas inflamadas), ci-
catrizante e anti-séptica. A açucena aplica-se só externa- -200 g de bolbos durante 10-15 mi-
mente. nutos. Depois de esmagados, colo-
O ÓLEO cie açucena é um b o m re-
cam-se sobre um pano de algodão e
médio para q u e i m a d u r a s , gretas d o s USO EXTERNO
aplicam-se quentes, sobre a zona
mamilos e eczemas IO). T a m b é m dá O Óleo de açucena: Obtém-se ma- afectada, durante 15-30 minutos.
bons resultados em caso de otite ou cerando as pétalas de 10-12 flores
dores dos ouvidos, a p l i c a n d o u m a s num litro de azeite, durante 9 dias. Esta cataplasma pode-se aplicar 2 ou
gotas no canal auditivo. De três em três dias, filtra-se o azei- 3 vezes por dia, até se conseguir o
Com os BOLBOS cozidos em água e te e acrescentam-se novas pétalas. amadurecimento do abcesso ou fu-
esmagados, prepara-se u m a cataplas- ©Cataplasmas: Cozem-se 100- rúnculo.
ma muito eficiente para a m a d u r e c e r
abcessos e furúnculos 181,
716
Nerium oleanderl.
JÚ
Precauções
D
IOSCORIDES (século I d.C.) O loendro é muito tóxico. A in-
já assinalava que as folhas des- gestão de apenas duas folhas
ta planta «são veneno mortífe- pode ser suficiente para matar
ro dos cães, dos burros, das mulas e de um adulto.
muitos animais quadrúpedes». E, po- Em caso de intoxicação deve-se
deríamos acrescentar, também para recorrer imediatamente ao hos-
os seres humanos. pital.
717
Opuntia flcus-índíca
(L) Miller. O) A f
Figueira-da
Descrição: Planta suculenta da
-índia família das Cactáceas. Tem folhas
e caules carnudos, com
abundantes líquidos. É formada
por uma série de pás ovais e
As pás do caule carnudas, eriçadas de espinhos.
são emolientes As flores são grandes, de cor
amarela ou vermeíha. O írufo é
alaranjado ou vermelho e está
coberto de espinhos pequenos e
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: OS
FRUTOS são adstringentes, e dão bom
resultado para coitar as diarreias esti- Sinonímia científica: Cactus ficus-
vais IO). O seu sumo nsa-se cm xaro- -indica L.
pe, no México como calmante da tos- Outros nomes: nopal, nopálea,
se I0J. figueira-da-barbaria.
Esp.: nopal, chumbera, higuera de
As FLORES são diuréticas e anties- las índias, [higuera de] tuna. tuna de
pasmódicas, e usam-se em caso de oli- Espana, tuna espanola, tunera,
gúria (escassa produção de urina) c tasajillo alquitia, cardón de México,
de cistite (inflamação da bexiga) 101. choya, palera. Fr.: figuier d'lnde,
figuierde Barbárie. Ing.: Indian fig.
As PÁS contêm abundância de mu* pricklypear.
cilagem e celulose, o que as torna
Habitat: Originária do México e da
emolientes. Usam-se em cataplasmas América Central, mas amplamente
para sarar feridas, contusões e irri- difundida por todo o litoral
tações da pele 101. mediterrâneo. Cria-se nos terrenos
secos e pedregosos.
U Preparação e emprego
718
Persea
americana Miller L M A I
Sinonímia científica: Persea gratíssima Gaertn.
Outros nomes: abacate, aguacate.
Esp.: aguacate, aguacatero, palto, avocado, cura pagua,
Abacateiro pahua- Fr.: avocatier. Ing.: avocado tree, alligator pear.
Habitat: Originário da América Centrai, a sua cultura
tem-se estendido a outras regiões tropicais e
subtropicais do planeta. Em Espanha, cultiva-se nos
Alimenta, e embeleza a vales subtropicais do Sul da Península, nas províncias
. de Granada e Málaga, e nas Canárias. Também existe.
pele e o cabelo aclimatado, em Portugal e na ilha da Madeira.
Descrição: Árvore da família das Lauráceas, que mede
de 4 a 8 m de altura. As suas folhas são grandes e de
contorno liso. O fruto, de cor verde e com forma de pêra,
contém uma polpa de cor verde ou amarela, e uma
semente esférica ou ovóide e bastante
grande em relação ao fruto.
Partes utilizadas: os frutos (polpa e
semente) e as folhas.
719
o Culinária
As FOLHAS da á r v o r e do a b a c a t e
são ricas em substâncias tânicas. No
México e nos países da América Cen-
tral, utili/.ain-se em infusão c o m o di-
gestivas e carminativas (antiflatulen-
tas) {©}. T a m b é m se e m p r e g a m con-
tra as d o r e s de cabeça, aplicando-se
q u e n t e s s o b r e a testa, e m b o r a des-
c o n h e ç a m o s se este costume tem fun-
d a m e n t o científico.
As g r a n d e s SEMENTES do abacate
O abacate pode-se comer só ou aplicam-se trituradas e cozidas, em ca-
acompanhado de saladas, em bati- taplasmas, para fazer a m a d u r e c e r ab- O abacate é mais uma
dos e diversas preparações culiná- dessas maravilhas vegetais
cessos, furúnculos e panarícios IOI. A
rias. Em muitos casos substitui com que o Criador pós ao nosso
água deste m e s m o c o z i m e n t o tam- alcance, para que nos
vantagem a margarina e a manteiga. bém se usa contra a disenteria e os pa- deleitemos satisfazendo o
Prepara-se normalmente com sal, rasitas intestinais 101. nosso paladar e ao mesmo
limão e orégão. tempo conservemos e
No México (az-se um molho a que melhoremos a nossa saúde e
chamam 'guacamol', com abacate, até o nosso aspecto.
tomate e cebola picados, tudo bem
temperado com sal e limão.
720
Physalls
viscosa L
Fisale
Cicatriza
e desinflama a pele
USO INTERNO
•M» O Decocção com 30 g de cau-
es e folhas por litro de água. Fer-
Capucha ver durante 15 minutos. Tomam-
-se 2 ou 3 chávenas por dia. Po-
de-se adoçar com mel.
Existe uma espécie de fisale, a Phy-
salis angulata L, conhecida em Ca- USO EXTERNO
bo Verde e Angola pelo nome de ca- © Compressas empapadas no
pucha, e na América Central como 'to- líquido da decocção que se usa
mate verde1. internamente.
As suas propriedades são seme- © Loções sobre a parte doente
lhantes às da Physalis viscosa L, e da pele, com este mesmo liqui-
também se emprega como descon- do.
gestiva do fígado.
721
X para a pele ^7
Phytotacca
americana L
O Preparação e emprego
Fitolaca
USO EXTERNO
Ú t i l contra as micoses
O Compressas: Prepara-se
da p e l e uma decocção com 50 g de raiz
cortada às rodelas num litro de
água. Empapar nela compressas
de algodão e aplicá-las sobre a
zona da pele afectada.
C OM AS BAGAS desta p l a n t a
obtém-sc u m a tinta cie c o r
semelhante à da laca, cie o n d e
lhe vem o n o m e . O seu uso em medi-
ciiv.\ é reduzido, d a d o q u e tem efeitos
tóxicos em doses elevadas. Aplicada ex-
ternamente, torna-se m u i t o útil no
tratamento cie a l g u m a s afecções cia
peie.
Outros nomes: erva-dos-cachos-
P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : A raiz
-da-india, erva-da-américa,
tintureira. Brasil: caruru-de-cacho.
contem saponinas, litolaqnina, a t i d o erva-dos-cachos, tintureira-vulgar.
fórmico, tanino, resina e diversos glí-
Esp.: fitolaca, hierba carmín,
cidos. E um p u r g a n t e e n é r g i c o , com hierba carmesi, carmineira, calalú,
acção emética (provoca o v ó m i t o ) . uva de América, espinaca de
Possui p r o p r i e d a d e s anii-inflamató- América. Fr.: phytolaque, raisin
rias, pelo q u e se tem usado com êxito d'Amérique. Ing.: pokeweed, red
em casos de reumatismo. No e n t a n t o , weed.
devido aos seus eleitos indesejáveis so- Habitat: Originária da América do
bre o aparelho digestivo, recomenda- Norte, acha-se naturalizada na
mos o seu uso unicamente por via ex- Precauções Europa desde há três séculos.
Cresce em terrenos frescos perto
terna. das costas.
Aplicada em c o m p r e s s a s s o b r e a Descrição: Arbusto de folha
Em doses elevadas, a fitolaca é
peie, a raiz. eh» fitolaca é indicada em perene, da i&milia das
tóxica. Fitolacáceas, de caule erecto e
diversas e r u p ç õ e s , e s p e c i a l m e n t e as
causadas por fungos (micoses) e pa- Não ingerir as bagas, que têm folhas grandes. Os frutos são
efeitos tóxicos leves (vómitos e bagas negras ou de cor púrpura,
rasitas ( c o m o a sarna e os piolhos) que amadurecem no Outono.
diarreias).
101. Também se tem utilizado contra
Partes utilizadas: a raiz.
a acne.
V Bela-sombra
Dentro do género Phytotacca evidencia- 'saúco', além de 'hierba carrmrí, desig- 0 sumo das folhas aplicava-se tradicio-
-se a bela-sombra (Phytotacca dioica L.),' nação esta que é talvez a mais usada, nalmente para curar as chagas e feridas.
árvore que pode atingir até 15 m de altu- tanto para a Phytolacca americana como Diz-se que não é conveniente adormecer
ra e se cultiva com fins ornamentais, so- para a dioica. à sombra desta árvore, pois o aroma das
bretudo no Mediterrâneo, nas Canárias, A raiz é purgante e vomitiva, assim co- suas folhas provoca dores de cabeça.
na América do Norte e em diversos países mo as folhas e os frutos, mas não se re-
da América do Sul, onde é conhecida pe- comenda o seu emprego com fins me-
los nomes de 'altasara', 'bellasombra' e dicinais. * Esp.: ombú.
722
Potygonatum
odoratum Druce !\ f
Selo-de-
-salomão
Embeleza a pele
723
Polypodium
calaguaJa Ruiz * *
Depura o sangue
e limpa a pele USO INTERNO
O Decocção, â base de 30 ou
40 g de rizoma e raiz triturados
sM.
¥ Tepezcohuite
724
Sanícula
europaeaL » - • A
Preparação e emprego
USO EXTERNO
© Compressas empapadas no
líquido duma decocção de 50-60
g de folhas por litro de água, que
tenha fervido durante 10 minu-
tos.
€) Cataplasmas de folhas fres-
cas esmagadas sobre a zona le-
sionada.
O Lavagens com a mesma de-
cocção que se emprega para as
compressas.
© Bochechos com o líquido da
decocção.
725
Sedum
telephium L ] J
Preparação e emprego
Favária
USO EXTERNO
Cura as feridas O Compressas e lavagens com
o sumo fresco da planta. Aplicam-
e amolece os calos -se directamente sobre a zona
afectada da pele, 2 ou 3 vezes ao
dia.
© As folhas podem-se conservar
em azeite, como se fazia antiga-
mente, pois torna-se difícil secá-
-las. Aplicam-se sobre a zona
afectada, depois de se lhes retirar
a fina película que as recobre pe-
la face superior.
Vermiculária
726
Sempervivum
tectorum L
Preparação e emprego
727
Sdanum
dulcamara L !\
Preparação e emprego
Doce-
-amarga USO EXTERNO
O Cataplasmas com uma de-
cocção de 100 g de folhas em
Alivia as picadas 250 ml de água. A esta decocção
dos insectos pode-se acrescentar farinha de
linho até obter uma massa pas-
tosa. Aplicar sobre a região afec-
tada durante 15 minutos, três ve-
zes por dia.
© Compressas empapadas no
íquido desta decocção. Aplicam-
-se durante o mesmo tempo e
frequência que as cataplasmas.
Precauções
O
N O M E desta planta faz re-
ferencia ao s a b o r das suas ba-
ingerida por via orai, toda a plan-
gas, doces a princípio, amar-
ta é tóxica, especialmente as
gas depois. Algo de parecido aconte-
bagas, embora não cause a mor-
ce com as suas p r o p r i e d a d e s , q u e são
te. Provoca vómitos, diarreias e
uma mistura de efeitos medicinais e
transtornos do sistema nervoso.
tóxicos.
728
Solanum nlgrum L
M * J 1 j
Preparação e emprego
729
Stachys offícinalis
(L.) Trevisan
] 1 ]
Preparação e emprego
Betónica
USO EXTERNO
Bom remédio para O Compressas com uma de-
chagas e úlceras cocção de 100 g de planta por ca-
da litro de água. Aplicar local-
mente, várias vezes ao dia, uma
compressa sobre a pele afectada,
mantendo-a cerca de 15 minutos.
730
Succisa pratensls
Moench.
J .
Preparação e emprego
Escabiosa
-mordida USO INTERNO
O Infusão com 50-60 g de flores,
Alivia a comichão folhas e raízes secas, num litro de
água. Tomam-se 3 ou 4 chávenas
por dia.
USO EXTERNO
731
Symphytum
offíanalis L
732
•At.
¥ Consolda-menor
O conteúdo da
consolda-maior em
afantoína confere-lhe um
grande poder
cicatrizante.
Em Espanha encontra-se também Foi provada
uma outra planta, a Symphytum tu- cientificamente a sua
capacidade curativa em
berosum L, conhecida por consolda- chagas, úlceras e
-menor, ou nalgumas línguas moder- queimaduras, assim
nas por pequena-consolda, ou ainda, como em diversos tipos
como neologismo, por consolda-tu- de feridas de difícil
berosa." cicatrização.
As propriedades da consolda-menor,
assim como as suas aplicações, são
as mesmas que as da consolda-
-maior.
'Esp.: consuclda menor.
Enquanto lhe aplica uma cataplas- folhas e o caule da consolda é o sinal A alantoina também actua sobre o
ma de raiz de consokla no braço le- que o Criador pôs nesta planta, paia periósteo, camada de tecido que ro-
sionado, o médico vai animando o le- nos fazer pensar que é capaz de soldar deia os ossos, e a partir da qual se for-
gionário: as feridas e fracturas recentes. O cer- ma o calo ósseo que consolida a frac-
-Aprendi com o sábio Dioscóridcs, to é que, há algumas dezenas de anos, tura. No entanto, não se utiliza em trau-
o meu mestre, que nestas terras se identificou na raiz da consolda matologia, talvez pela dificuldade de
germânicas cresce uma planta capa/, uma .substância chamada alcintoína, aplicação sobre o osso, e já que hoje
de soldar os ossos fracturados. Du- de grande poder cicatrizante, a qual en- se dispõe de outros meios físicos para
rante um mês terás de andar com tra actualmente na composição de di- a consolidação das fracturas.
uma cataplasma feita de raiz dessa versos preparados farmacêuticos.
planta. Mucla-a todos os dias. Podes • Emoliente, ou seja, que acalma a
ter a certeza de que te vai curar o pele e as mucosas inflamadas, devido
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: A raiz
braço. ao seu conteúdo em mucilagens. Fa-
da consolda-maior contém alantoina
vorece a cura de eczemas e erupções,
Desde então, a consokla passou a (1%-1,5%), além de glícidos (amido,
assim como de irritações e infla-
acompanhar os soldados e guerreiros sacarose, inulina), abundante mucila-
mações cutâneas IO 01.
de todas as épocas. Tal era a fé que se gem, glicósidos, alcalóides, tanino, co-
tinha nesta planta, que o próprio lina e resinas. Tem as seguintes pro-
Dioscórides garantia que «cozendo priedades: • Adstringente, devido ao seu conteú-
juntamente com a sua raiz uns troços do em taninos. Seca as mucosas e
de carne despedaçada, ajunta vai-se • Cicatrizante, pelo seu conteúdo em coagula os seus capilares sanguíneos.
reduzindo até ficar unida». alantoina. Foi comprovado experi- Os bochechos com raiz de consolda
mentalmente que esta substância es- são indicados no caso de estomatite
Andrés de Laguna, médico espa- timula a proliferação dos fibroblastos, (inflamação da boca), gengivite e fa-
nhol do século XVI, que traduziu e células de tecido conjuntivo que for- ringite 101.
comentou os livros de Dioscórides, mam a cicatriz das feridas. Por isso é
diz que ela «mostra uma grande força muito apropriada para as feridas de Por via interna, a raiz da consolda
em soldar as desuniões de quaisquer cicatrização lenta, nas chagas e úlce- tem propriedades antidiarreicas e pei-
partes ou membros». ras cutâneas, nas queimaduras, e sem- torais (acalma a tosse), mas é preferí-
Segundo os partidários da teoria pre que se queira estimulai a cura de vel usá-la só externamente, datlo que,
dos sinais, a união que existe entre as tecidos contusos ou lesionados IO.01. em uso interno, pode tornar-se tóxica.
733
"V para a pele ^T
Ulmus campestrís L
m 11 O
Ulmeiro
Adstringente
e emoliente
A S VIRTUDES m e d i c i n a i s do
ulmeiro são conhecidas d e s d e
a antiguidade clássica. Actual-
mente já foi também descoberto o va-
lor terapêutico do carvão da sua ma-
Miller
Outros nomes: olmo, ulmo,
lamegueiro, mosqueiro, negrilho,
avelaneira-brava.
Esp.: olmo, olmo común, {álamo}
Habitat: É comum enconlrar-se nos
vales frescos e perto de cursos de
deira. água em toda a Europa. Conhecido nas
negrilio. Fr.: orme [champêtrej,
Américas do Norte e do Sul.
ormeau. Ing.: [English] eim,
Descrição: Árvore da família das
European elm.
P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : A CAS- Ulmáceas, com tronco rugoso e folhas
CA interior do u l m e i r o c o n t é m tani- ovaladas alternas e de bordo dentado.
no, mucílagens e substâncias amargas. Os frutos têm umas lâminas em forma
Possui p r o p r i e d a d e s a d s t r i n g e n t e s e
emolientes (que suavizam e desinfla-
mam a pele e as m u c o s a s irritadas).
Emprega-se e m caso d e d i a r r e i a o u
n Preparação e emprego
de asa, e crescem em ramalhetes.
Partes utilizadas: a casca interior do
tronco e ramos; o carvão da sua
madeira.
colite. Em uso i n t e r n o tem p r o p r i e -
dades sudoríficas. As suas principais «Al.
aplicações são por via externa: USO EXTERNO
• Doenças da p e l e : e c z e m a s , e r u p - O Compressas de uma de- •p Ulmeiro-americano
ções, furúnculos, h e r p e s , e úlceras e cocção de 20-30 g de casca in-
feridas de difícil cicatrização 101. terior num litro de água, que se
• Conjuntivite simples, produzida p o r põe a ferver durante 10 minutos.
irritação ocular devida a c o r p o s es- Depois de coada, empapa-se Na América do Norte existe uma
tranhos (areia, pó, etc.) vento, sol in- uma compressa que se aplica variedade, o ulmeiro-americano
tenso ou fixação da vista d i a n t e do sobre a zona afectada da pele. (Ulmus fulva Minch.), cuja casca
ecvã do c o m p u t a d o r l€>l. © Lavagens com o líquido bem tem a particularidade de ser mais
coado desta mesma decocção. rica em mucilagem que a do Ul-
• Leucorreia: Para o caso do fluxo va- mus campestrís L. Devido a isto,
ginal, vale aquilo q u e é dito a p r o p ó - © Irrigações vaginais com a
os seus efeitos emolientes são
sito da nogueira (pág. 505) MM. decocção bem filtrada.
ainda mais acentuados
O CARVÃO do ulmeiro usa-se c o m o
absorvente em caso de colite, fer-
mentação intestinal ou intoxicação.
734
Viola tricolor L
& «. IP. / . -5;
USO EXTERNO
© Loções e lavagens com a
mesma infusão de uso interno.
735
PLANTAS PARA AS INFECÇÕES
SUMÁRIO DO CAPÍTULO
J
DOENÇAS E APLICAÇÕES PLANTAS
Alimentar, infecção ióxica, Açafroa 751
ver Sahnonelose 740 Alamo-negto = Choupo-negro 760
Amebíase 740 Bonina 744
Brucelose 740 Borragem 746
Cólera 740 Borragem-brava 747
Convalescença 739 Buxo 748
Defesas diminuídas 738 Carlina 749
Depressão imunitária, C.arlina-ornamenlal 750
ver Diminuição das defesas 73S Cártamo = Açafroa 751
Difteria 740 Chagas 772
Diminuição das defesas 738 Choupo-negro 760
Doenças febris 738 Choupo-branco 761
Febre, ver Doenças febris 738 Choupo-lremedor 761
Febre de Malta, ver Brucelose 740 Equinácea 755
Em qualquer época da vida, Febre tifóide 741 Flor-do-paraíso = Chagas 772
as plantas medicinais Febris, doenças 738 Frambocseiro 765
podem produzir melhoras Gripe 742 Hipofaé 758
em quem sofra de doenças Imunitária, depressão, Jaborandi 759
infecciosas. ver Diminuição das defesas 738 Margarida = Bonina 744
Infecção tóxica alimentar, Quina 752
ver Sahnonelose 740 (htina-amarela 753
In toxicação ali men ta r, (htina-vermelha 753
verSahnonelose 740 Rorela 754
Malária, ver Paludismo 743 Rosa-canina 762
Malta, febre de, ver Brucelose 740 Sabugueiro 767
Paludismo 743 Salva-esclareia 766
Plantas sudoríficas 737 Tomilho 769
Sahnonelose 740
Sida 742
Sífilis 740
Sudoríficas, plantas 737
Tifóide, febre 741
Tosse convulsa 741
Tuberculose 743
736
A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S
2* Parte: D c c r i ç a o
A
BANDONAMOS aqui a sequên-
cia anatómica dos capítulos pre- Plantas sudoríficas
cedentes para falar da fitotera-
pia de doenças que afectam,
não um aparelho ou sistema do organis-
mo, mas todo ele no seu conjunto.
As plantas medicinais contribuem paia Estimulam a produção de suor. Este tem uma composição semelhante à da
a cura das doenças infecciosas, por meio urina, embora seja menos concentredo.
As plantas sudoríficas têm um nofáv el eíeito depurativo do sangue e anti-
de três mecanismos: tóxico, e recomendam-se nos segt intes casos: doenças infecciosas ou
febris, sobrecarga por alimentaçâ y excessiva, artritismo provocado por
• Acção antibiótica: Os antibióticos natu- excesso de ácido úrico e intoxicaçi 5es crónicas.
rais contidos nas plantas superiores não
actuam com tanta rapidez e contundên-
cia como os antibióticos purificados e
tratados quimicamente, dos produtos
farmacêuticos. Km contrapartida, po- Planta Página Planta Página
rém, oferecem a vantagem de ser muito Tília 169 Cardo-penteador 572
mais bem tolerados, pois, em geral, sào Cersefi-bastardo 243 Ébulo 590
isentos de efeitos secundários ou tóxi- Cipreste 255 Salsaparrilha-bastarda 592
cos. Acresce ainda que não deprimem as Maravilha 626
Asclépia 298
defesas naturais, como fazem frequente-
Douradinha 299 Salva 638
mente os antibióticos farmacológicos. As
plantas também contêm substâncias Eucalipto 304 Azevinho 672
anti-sépticas, que actuam sobre a super- Guaiaco 311 Sassafrás 678
fície da pele ou das mucosas. Papoila 318 Buglossa 696
Petasite 320 Bardana 697
• Acção depurativa: As plantas facilitam a
eliminação através dos rins, da pele e do Saxífraga 322 Calaguala 724
fígado, das toxinas que continuamente Pulmonária 331 Ulmeiro 734
são produzidas pelo nosso organismo, e Tussilagem 341 Amor-perfeito-bravo 735
muito mais em caso de doença infec- Verbasco 343 Bonina 744
ciosa. Violeta 344 Borragem 746
• Acção imunoestiitiulaxite: Existem plan- Gengibre 377 Buxo 748
tas capa/es de estimulai o sistema imu- Loureiro 457 Carlina 749
nitário, responsável pela produção de de- Lilás 472 Açafroa 751
fesas contra as infecções. Kstas defesas Globulária 503 Jaborandi 759
são de dois tipos: celulares (por exem-
Grama-francesa 559 Choupo-negro 760
plo, os leucócitos ou glóbulos brancos) e
humorais (os anticorpos). Ambas au- BéMa 568 Sabugueiro 767
mentam com os remédios filolerápicos.
Xa luta contra a infecção, as plantas ac-
tuam antes de tudo sobre o "terreno" orgâ-
nico, pondo-o nas melhores condições
paia fazei- frente por si mesmo aos germes.
Não devemos esquecer que o melhor an-
tibiótico fracassará se os mecanismos de
defesa do próprio organismo não actua-
rem de forma eficiente.
737
r Cap. 28: PLANTAS PA3A AS INFECÇÕES
/
s
réticos.
SILVA 541 Refrescante, tonificante Frutos (amoras), frescas ou em sumo
Salgueiro- GRAMA-
-branco 559 Sudorífica, diurética, depurativa Decocção de rizoma seco
-FRANCESA
-j.c Sudorífica,
BORRAGEM Infusão de flores
aumenta a eliminação de toxinas
CHOUPO-
760 Sudorífico, baixa a febre, depurativo Decocção de gemas
-NEGRO
738
SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S
V
2J Parto: D e s c r i c A o
CONVALESCENÇA AVEIA
l g « Tonificante e equilibradora do sistema Flocos (sementes prensadas)
nervoso, nutritiva cozinhados
É um período intermédio entre os
ESPIRULINA ?7fi Nutritiva, tonificante, . , dessecada
2 /b A alga a e s s e c a d a
saúde, em que o organis- fc revitalizante geral do organismo
mo repara as perdas
4 2c Digestiva, útil para inapetentes
sofridas e normaliza as ANGÉLICA Infusão ou decocção da raiz
funções alteradas. e debilitados
Aplica-se geralmente à CARDO-SANTO 444 Tónico digestivo. Útil em caso
fase de recuperação Infusão ou decocção de folhas
de esgotamento e convalescença
no seguimento de
doenças infecciosas. 468 Tonificante, aperitiva, Os frutos frescos, em compota,
GROSELHEIRA
rica em vitamina C xarope ou sumo
A fitoterapia recorre
a plantas muito úteis GROSELHEIRA-
para facilitar e encurtar -ESPIM
588 Tonificante, rica em vitaminas Bagas frescas, em sumo ou em doce
o processo de conva
lescença, que comple- GlNSENG 608 Tonificante geral do organismo Pó de raiz, extractos
mentam muito bem
outras medidas como
611 Nutritivo, útil em caso de sobrecarga S e m e n t e s c r u a s ou t o r r a d a s
a alimentação ou os Gergelim
SÉSAMO
física ou psíquica
tratamentos de reabilitação
física.
ULMÉIRA 667 Tonificante geral, aumenta o apetite Infusão de sumidades floridas
Infusão ou decocção
ALECRIM 674 Tonificante, revitalizante de sumidades floridas
Sudorí,ic
BONINA 744 3 - febrífuga, expectorante, Infusão de flores e/ou folhas
facilita a eliminação de toxinas
Estimula as defesas. Recomendada
ROSA-CANINA 762 Frutos frescos ou em decocção
em todas as doenças infecciosas
SALVA- 766 T or, 'fi cante > emenagoga, Infusão da planta
-ESCLAREIA antiespasmódica
739
Cap. 28: PLANTAS PASA AS INFECÇÕES
AMEBÍASE
Doença causada pelas amebas, proto-
zoários (animais unicelulares) que cau-
sam diarreias graves (disenteria ame- Destrói as amebas que causam a Extractos em forma de preparados
biana) e afecções hepáticas. Com os IPECACUANHA 438
disenteria amebiana, vomitiva farmacêuticos
extractos deste arbusto tropical fazem-
se preparados farmacêuticos.
BRUCELOSE
Infecção causada pela Brucella melli- Baixa a febre.
AMIEIRO 487 Decocção da casca
tensis, bactéria que se transmite por Útil na brucelose (febre de Malta)
meio do leite e seus derivados, do gado
ovino e caprino (cabras e ovelhas).
Além dos fármacos antibióticos, es-
tas plantas contribuem para a cura da
doença. Pn ftrr,. co/i Antibiótico específico contra o germe Infusão da planta fresca
riLosELA S I M c a u s a d 0 r da brucelose
CÓLERA
Doença produzida pelo vibrião colérico,
que se manifesta com vómitos, diar-
reia liquida e desidratação. Além do
tratamento antibiótico, esta planta Um»*»». 278 g g S * ! , , de colera e disenterja Infusão d a planta
contribui muito positivamente para a
cura. Ver também as plantas contra a
gastrenterite (pág. 481).
DIFTERIA
Doença infantil produzida pelo bacilo
diftérico, que afecta a garganta (faringe
e laringe) e o nariz. Pode chegar a pro- Toques como sumo puro sobre
i «.nrmn OCR Faz desaparecer os bacilos diftéricos as amígdalas ou as fossas nasais
duzir asfixia. Actualmente é bastante LIMOEIRO ^ d as amígdalas ou das fossas nasais com uma zaragatoa de algodão
rara. Os toques com sumo de limão são
um complemento do tratamento es-
pecífico.
740
A SAUOE PELAS PLANTAS H l !
2" Parte: D e s c r i ç ã o
As tisanas de plantas
medicinais constituem um
bom complemento do
tratamento das doenças
infecciosas, tanto na fase
aguda como na fase da
convalescença.
741
Cap. 28: PLANTAS PARA AS INFECÇÕES
Sabugueiro BONINA 744 Sudorífica, febrífuga, expectorante, Infusão de flores e/ou folhas
facilita a eliminação de toxinas
SIDA
Não podemos dizer que o uso destas
plantas seia capaz de curar esta difícil Aumenta a actividade
doença, embora alguns assim o tenham ^ W Q 230 das células defensivas do organismo, Cru, extractos,
afirmado. Porém, não há dúvida de que antibiótico natural decocção de dentes de alho
influem positivamente na sua evolução,
estimulando a capacidade do próprio or-
ganismo para lutar contra a doença.
Na realidade, o aumento da capaci-
dade defensiva do organismo parece
ser a melhor estratégia para curar a
sida, pois até agora nunca se conseguiu Aumenta a produção de anticorpos,
a eliminação do virus por meio de fár- EQUINÁCEA 755 estimula as células defensivas, Decocção da raiz,
maços. Estas plantas, juntamente com preparados farmacêuticos
desintoxica o fígado e os rins
um estilo de vida saudável, podem fa-
zer muito para deter a sida.
742
A SAÚDE PELAS P U N I A S UEDICINAIS
2 * Parte: D e s c r i ç ã o
TUBERCULOSE LÍQUEN-DA- OQQ Peitoral, expectorante. Complemento Decocção do talo (corpo do líquen)
E a infecção produzida pelo bacilo de -ISLÂNDIA do tratamento antituberculoso seco
Koch ou Mycobactenum tuberculosis.
Trata-se de uma doença de evolução ALCACUS 308 Expectorante, antibiótico Infusão ou maceração de raiz
lenta e insidiosa, que afecta sobretudo desmflama as vias respiratórias
os pulmões, e que se desencadeia ou
agrava por alimentação deficitária •- ÉNULA 313 Acalma a tosse
' Decocção, pó ou extracto da raiz,
por hábitos de vida insalubres. tonifica todo o organismo essência
Estas plantas não curam por si sós a Emoliente e anti-inflamatória sobre
doença, mas favorecem os mecanis- PULMONÁRIA 331 o aparelho respiratório Decocção da planta
mos curativos do organismo, que tanta
influência têm na prevenção e trata- Estimula as defesas contra Decocção da raiz,
mento da tuberculose. EQUINÁCEA 755
as infecções preparados farmacêuticos
743
Bellis perennis L
Bonina
Tónico e depurativo
para as doenças
infecciosas
A
BONINA é bela e formosa
{Bellis) e além disso vivaz {pe-
rennis)', mas é dura e resisten-
te como poucas plantas. Quando faz
frio, chove ou cai neve, curva-se e fe- O Preparação e emprego
Outros nomes: margarida,
cha-se. Quando aparece o Sol, abre-se
margarita, bem-me-quer. Brasil:
para o saudar, seguindo-o no seu per- mãe-de-famflia, margaridinha,
curso celeste. A bonina é um tipo de malmequer-branco.
margarida, mais pequena do que a USO INTERNO Esp.: Bellorita, margarita, maya,
vulgar. O Como verdura, especialmente coqueta, pascuita, mancerina,
A Primavera convida-nos a comer crua, em saladas e outros pratos. chirivita. Fr.: pâquerette, petite
marguerite. tng: [wi/dj daisy,
saborosas saladas silvestres, que além © Infusão com uma colherada bellflower.
disso são depurativas c tonificantes. As grande de flores e/ou folhas por ca-
da chávena, de que se ingerem 2 Habitat: Originária do Centro da
FOLHAS da bonina, algo doces, com- Europa, acha-se aclimatada por
binam muito bem com as das azedas ou 3 chávenas por dia. todo o continente. Também se
(que são ácidas) e com as do dente- encontra no continente americano,
-de-leão (um pouco amargas). Mara- USO EXTERNO sobretudo no Norte. Cresce nos
vilhosa combinação de sabores natu- © Compressas com uma de- prados e lugares onde haja erva.
rais! Da próxima vez que for ao cam- cocção de 50-60 g de flores e/ou Descrição: Planta da família das
po na Primavera, desfrute servindo-se folhas por litro de água. Ferver du- Compostas, que não costuma
'à Ia carte' de uma saudável salada sil- rante 2 minutos, e deixá-ía repou- ultrapassar 10 ou 15 cm de altura.
As folhas, amplas e em forma de
vestre. sar durante um quarto de hora an- espátula, formam uma roseta na sua
tes de a coar. ApJicam-se sobre a base. As fíores chamam a atenção
E quem diria que esta inocente
zona da pele afectada, mudando- pelo seu disco amarelo e as suas
plantinha haveria de desafiar a ira dos -as de hora a hora. pétalas brancas ou rosadas.
governantes alemães, que declararam Partes utilizadas: as flores e as
o seu extermínio no final do século folhas.
XVIII? Foi acusada de ser abortiva,
sem que tal acusação tenha podido
ser confirmada. .
744
As flores e as folhas da bonina, aplicadas em compressas so-
bre a testa, ajudam a baixar a febre. Convém, além disso,
tomá-las simultaneamente em tisana.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Nas • Sudorífica, febrífuga (faz baixar a duzidos pela infecção (com o suor e a
folhas, e e s p e c i a l m e n t e nas flores, febre) e e x p e c t o r a n t e . u r i n a ) , e tonifica o o r g a n i s m o , en-
concentra-se a m a i o r p a r t e dos seus c u r t a n d o o período de convalescença.
• Tonificante e aperitiva (abre o ape-
princípios activos medicinais: saponi- Além disso faz baixar a febre e ajuda
tite). a expectorar. Em caso de febre alta.
nas, tanino, ácidos orgânicos (málico,
tartárico, acético, oxálico, e t c ) , sais •Vulnerária (cicatriza as feridas e r e c o m e n d a - s e colocar s o b r e a testa
minerais, inulina, e um óleo essencial. cura as c o n t u s õ e s ) , q u a n d o aplicada compressas com a decocção de flores
externamente. e / o u folhas 101, além de ingeri-la por
Desde o Renascimento, têm-se-lhe via oral.
O uso desta planta é indicado nos
atribuído muitas propriedades» mas as
seguintes casos:
únicas q u e se justificam, em virtude • Traumatismos, contusões, entorses,
da sua composição, são as seguintes: • Doenças febris e infecciosas (gripe, furúnculos, chagas e, em geral, qual-
b r o n q u i t e , catarros, s a r a m p o , escarla- quer lesão da pele ou dos tecidos mo-
• Depurativa, laxante e ligeiramente tina, p a r o ú d i t e , etc.) {©,©1. Facilita a les em q u e se r e q u e i r a u m a acção
diurética. eliminação das toxinas e resíduos pro- anti-inflamatória e cicatrizante (€1.
745
Borago offícinalís L
a 0 A f » 9
Preparação e emprego
O Verdura saborosa
Habitat: Originária do Norte de África,
embora cultivada em Ioda a Europa e
América. No Sul da Europa encontra-se
no estado silvestre, em terras arenosas e
expostas ao sol.
A borragem é, em muitos lugares, e
Descrição: Planta herbácea da família das Borragináceas, que atinge entre
com razão, considerada uma exce- 30 e 70 cm de altura. Toda a planta se encontra coberta de pequenos pêlos
lente verdura. tesos de cor branca. As flores são atraentes, de cor azul, violeta ou branca, e
As suas folhas tenras podem-se co- com 5 pétalas.
mer cruas, em salada, ou então co- Partes utilizadas: as folhas, as flores e o óleo das sementes.
zinhadas com batatas ou outras hor-
taliças.
746
Borragem-brava
Ás reconhecidas virtudes
gastronómicas da borragem, juntam-
-se as suas propriedades diuréticas e
• Sudorífica (sobretudo as flores): Fa- com outras plantas depurativas (ver depurativas, quando se come como
verdura ou em sumo fresco.
vorece a produção de suor, com o que pág. (547).
se eliminam impurezas e resíduos me- Além disso, o óleo das suas
• Emoliente e anii-inflamalória (ile- sementes faz descer o colesterol e é
tabólicos que circulam pelo sangue. sinflama a pele e as mucosas), devido um regulador hormonal que ajuda a
Daí o ser muito útil nas doenças in- 30 seu conteúdo em mucilagem e normalizar os ciclos femininos.
fecciosas e febris em geral (sarampo, também em proslaglandinas. Aplica- Em aplicação externa, estão
varicela, escarlatina, e t c ) . Dado que sse externamente em forma de cata- demonstradas as suas propriedades
tem ao mesmo tempo uma acção ex- plasma para aliviar as dores da gota e suavizantes e anti-inflamatórias.
pectorante, é especialmente indicada amadurecer os furúnculos e abcessos.
em bronquites agudas, catarros brôn- Conseguem-se igualmente bons re-
quicos, gripes e constipações MM. sultados quando se aplica sobre OS ec-
zemas e queimaduras leves (O).
• Diurética: Aumenta a produção de
urina e a eliminação de ureia, ácido Por sua vez, o ÓLEO DE SEMENTES de
úrico e outras substâncias residuais. borragem apresenta propriedades in-
Interessa portanto a quem sofra de teressantes:
gota, artritismo ou nefrite (inflama- • Hipolipemiante: E muito rico em
ção dos rins) I©). ácido linoleico (um ácido gordo po-
A combinação dos seus efeitos su- linsaturado). Este óleo é, portanto, de
dorífico e diurético fazem da borra- efeitos hipolipemiantes (faz descer o
gem um excelente depurativo do colesterol do sangue) 101.
sangue. A melhor altura para colher • Regulador hormonal: O óleo de se-
e Utilizar as FOLHAS é precisamente mentes de borragem actua também
na Primavera, época do ano em que como regulador do sistema hormonal
são mais convenientes as curas de- e como normalizador dos ciclos em
purativas. Para obter um efeito mais caso de dismenorreia (transtornos da
acentuado, recomenda-se associá-la menstruação) 1©I.
747
Buxus
sempervirensL
• • •
Preparação e emprego
Precauções
O
BUXO utilizava-.se noutras Não o administrar a crianças pe-
épocas para combater as fe- quenas.
bres do paludismo, como
substituto da quinina, originária da
América do Sul e nem sempre dispo-
nível na Europa. Actualmente, o seu
uso como planta medicinal caiu mui-
to, devido à sua toxicidade.
748
Carlina acaulls L Çj\ ^
<. f. 5. <>J
Carlina
Um antibiótico pouco
conhecido
749
A carlina contém substâncias antibióticas, que expli-
cam a sua acção protectora em caso de gripes e cons-
tipações. A decocção da sua raiz consegue fazer as
crianças expulsarem os mo/estos parasitas intestinais.
Laguna. Como é possível prevenir ou na-a útil nos casos de gripe, consti-
curar a peste, uma doença infecciosa pações e catarros (O.OI. Font Quer re-
causada por um microrganismo, me- gista que a raiz da carlina foi utiliza-
diante O uso de uma planta medici- da, com êxito, numa epidemia -em-
«Al- nal"- Porém, numa dessas voltas que a bora não de peste mas de gripe- que
história dá, descobriu-se. não há mui- em 1918 assolou toda a Europa. Isto
Carlina-omamental to tempo, que a carlina contém uma torna-se muito mais verosímil, depois
substância antibiótica: o cai linóxido. de se ter descoberto que a raiz da car-
Actualmente está a ser investigado o lina contém substâncias de acção an-
eleito antibiótico desta substância e as tibiótica.
A variedade acaule da carlina {Car-
suas possíveis aplicações. •Vermífuga. Tomada em jejum du-
lina cynara (D.C.) Pourr. = Carlina
acanthifolia Ml), que cresce rente ao rante quatro ou cinco dias seguidos.
solo, usa-se como planta de jardim. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: A raiz é eficaz contra parasitas intestinais
Para distingui-la das outras carlinas da carlina contém inulina (glícido), (téniase lombrigas) 101.
é costume qualificá-la de ornamen- resina, tanino e um óleo essencial, en- • Tonificante do estômago e colagoga
tal, ou cínara. tre cujos componentes se encontra o (facilita o esvaziamento da vesícula bi-
As suas propriedades medicinais carlinóxido. O conjunto destes prin- liar). É portanto indicada sempre que
são praticamente as mesmas que cípios activos conlere-lhe as seguintes se trate de estimular os processos di-
as da carlina oficinal. propriedades: gestivos: inapetência, digestões pesa-
• Sudorífica e algo diurética. Isto tor- das, gastrites 10.©I.
750
Carthamus
tínctorius L. # o J
Preparação e emprego
Açafroa
USO INTERNO
A AÇAFROA, ou cártamo, é
uma planta lintória, usada
desde Há muitos séculos para
conseguir um atraente corante ver-
melho, com que as clamas einlxle/am
Ing.: safflower. false saffron.
Habitat: Planta originária da região
mediterrânea, embora se tenha
cultivado em toda a Europa e na
América Hoje é uma planta
o rosto quando a moda o exige rosa- silvestre nas regiões onde se
do. Também se usou para dar um cultivava.
pouco de alegria e cor à sopa dos po- Descrição: Planta anual da família
bres, como substituto do açafrão. das Compostas, de um metro de
altura, com folhas espinhosas e
flores de uma cor entre o amarelo e
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: As flo-
o vermelho.
res comem diversos pigmentos cie
Partes utilizadas: As flores e os
tipo glicosídico, entre os quais a car-
frutos.
tamina é o mais importante. São su-
dorífíca.s e diuréticas. Usam-se nos ca-
sos de febre, gripe ou constipação IO).
Os FRUTOS são muito ricos em
ÓLEO, composto dos ácidos linoleico.
oleico e. em menor quantidade, pal-
mítico e esteárico. Tanto os frutos
com o seu óleo leni limjòrte efeito pur-
gativo. Além disso, por serem ricos em
ácidos gordos insaturados, fazem des-
cer o nível do colesterol no sangue
161.
Devido ao seu forte sabor, o óleo de
cártamo é pouco utilizado. Hoje, em
dietética, existem outros óleos vege- Pormenor das flores da
tais ricos em ácidos gordos insatura- açafroa, cuja cor varia entre
dos: de gérmen de milho, de gérmen o vermelho e o amarelo.
de trigo, de soja. de grainlia cie uva.
751
Clnchona
offícinalis L. i\ £ *J J .
a> Preparação e emprego
Quina
USO INTERNO
O febrífugo e tónico
O Maceração: Deixam-se ma-
por excelência cerar 20-30 g de casca de qui-
na num litro de água durante
uma hora. Administra-se uma
chávena antes de cada uma das
três refeições diárias.
© Infusão com meia colherzi-
nha (de café) de casca de qui-
na triturada ou reduzida a pó por
cada chávena de água. Toma-
-se uma chávena antes de ca-
da refeição, sem exceder as 4
chávenas por dia.
USO EXTERNO
€) Compressas com uma de-
cocção com 30-40 g de casca
por litro de água. Ferver duran-
752
Outras quinas & Precauções
Os condes de Chinchou, vice-reis adstringente; assim como essências, pecialmente nas zonas rurais da Amé-
do Peru, quando regressaram a Es- amidos e princípio amargos. rica do Sul e da Ásia.
panha em 1640, trouxeram consigo,
da América, um bom carregamento Estas são as mais importantes apli- • Estados febris: A quina faz baixar a
de casca de quina. Devido aos seus es- cações da quina: febre causada por muitas outras do-
pectaculares resultados para baixar a enças infecciosas, além do paludismo.
• Paludismo (malária): E provavel- O seu efeito benéfico torna-se mais
febre e como tonificante, o seu uso es- mente a doença que afecta o maior nú-
tendeu-se rapidamente por ioda a Eu- eficiente devido ao facto de favorecer
mero de pessoas no mundo. Caracieri/.a- a eliminação de toxinas sanguíneas,
ropa, em forma de pós, extractos e co- -se por acessos de febre alta e sudação,
zimentos. Em 1920, os farmacêuticos tanto pela pele como pela urina
acompanhados de sonolência, cefa- (acção depurativa). O seu uso é indi-
franceses Pelletier e Caventou conse- leia, náuseas e anemia. E causada por
guiram isolar os princípios activos da cado na gripe, nas infecções virulen-
diversos protozoários do género Plas- tas e em lodo o vipo de infecções cvér-
quina: os alcalóides quinina e cinco- modium, que parasitam os glóbulos
nina, entre outros. nicas IO.©).
vermelhos do sangue, depois de te-
rem sido inoculados pela picada do • Inapetência: Todas as quinas, mas
Actualmente, milhões de pessoas mosquito anófele. especialmente a quina-vermelha, têm
em lodo o mundo beneficiam da qui- um acentuado efeito aperitivo e toni-
na e dos seus derivados, tanto para a Os alcalóides da quina são muito ficante (ver o quadro que figura na
profilaxia (prevenção) individual úteis para tratar a. fase aguda do ataque parte superior desta mesma página).
tomo para o tratamento do paludis- palúdico: baixam a febre, aliviam a Além disso, são muito digestivas (fa-
mo (malária). dor de cabeça e as náuseas, e fazem cilitam a digestão) e combatem as fer-
desaparecer o mal-estar geral produ- mentações intestinais 101.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: A
zido pela doença. A casca da quina ê
utilizada com este fim desde o tempo • Cicatrizante: Externamente, a quina é
substância medicinal extraída da cas- um bom anti-séptico e favorece a ci-
ca da quineira, substância essa a que dos Incas IO.0I.
catrização. Usa-se em bochechos e
lambem se dá o nome de QUINA, con- Desde meados do século XX, a in- gargarejos em caso de estomatite (in-
tém mais de 20 alcalóides distimos, vestigação farmacêutica tem desen- flamação da mucosa da boca), aftas,
entre os quais se destacam os dois pa- volvido fármacos antipalúdicos sintéti- piorreia e faringite 101. Também se
res de isómeros quinina-ouinidina e cos, como a cloroquina e a primaqui- aplica em compressas sobre qualquer
cínconina-cinconidina. Estes alcalói- na. que servem também para a pre- lipo de feridas l©J.
des conferem-lhe propriedades febrí- venção da doença.
fugas, antipalúdicas c tonificantes de •Tónico capilar: Dá bons resultados
sabor amargo. Possui ainda taninos Apesar de tudo, a casca da quina em certos tipos de alopecia (queda do
caléquicos, que a tornam fortemente continua a ser utilizada com êxito, es- cabelo) 101.
753
Drosera
rotundlfolla L. oi * KI m J j
Preparação e emprego
Rorela
USO INTERNO
Antibiótico e remédio O Infusão: 15-20 g de planta por
contra a tosse litro de água. Tomam-se 4 ou 5
chávenas por dia.
© Tintura: Torna-se muito útil pa-
ra as crianças, à razão de 5 gotas
por cada ano de idade, repartidas
ao longo do dia, até um máximo
de 30 gotas diárias. Dá-se diluída
em água ou sumo de fruta.
754
Echinacea
angustífolla D.C.
SI KÉ *. I I Al
O
S ABORÍGENES dos estados
de Nebraska e Missuri (E, U.
A.), já usavam a raiz da equi-
nácea para curar as feridas infectadas Sinonímia científica: Echinacea
e as mordeduras de serpentes. Nos fi- pallida Nutt.
nais do século XIX. o doutor Meyer.
Outros nomes:
um investigador médico, descobriu as
Esp.: equinácea Fr.: rudbeckie a
propriedades desta planta convivendo
feuilles étroites. Ing,: echinacea.
entre os índios. A partir de então, a purple conetlower.
equinácea leni sido objecto de nume- Habitat: Originária da América do
rosos estudos científicos, que têm vin- Norte. Cresce nas planícies e nas
do a revelar as numerosas virtudes margens arenosas dos rios. sobretudo
desta planta, assim como o seu meca- no vale do grande rio Mississipi, de
nismo de acção. onde ê oriunda. Cultiva-se como
planta medicinal no Centro da Europa.
Hoje a equinácea faz parte de di- Descrição: Planta da família das
versos produtos farmacêuticos, e é uma Compostas, cujos caules ocos podem
das plantas sobre as quais existe um atingir um metro de altura. Apresenta
maior número de estudos científicos rea- umas folhas alongadas, estreitas e
lizados. cobedas de pêlos. As suas flores, cor
de malva, que nascem na
extremidade dos caules, tornam-se
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: A com- muito vistosas.
posição da raiz. de equinácea é muito Partes utilizadas: a raiz.
complexa. Têm-sc identificado nu-
merosas substâncias activas, que po-
dem agrupar-se segundo o seguinte
esquema:
755
/ Óleo essencial: Constituído por
mais de 20 componentes, entre os
quais se destaca o geranil-isobutirato
(61%); contém também terpenos (pi-
neno, tuiona e outros) e cis-l,8-pen-
tadecadieno, substância que, in viiro,
tem propriedades oncolíticas (destrói
as células dos tumores). O óleo es-
sencial parece ser o principal respon-
sável do estímulo imunitário (au-
mento das defesas).
/ Equinacósido. Glicósido constituí- O melhor tratamento antibiótico fracassará se as defesas do organismo não
colaborarem na luta contra a infecção.
do pelos açúcares glucose e ramnose,
que têm um acentuado efeito antibió- A equínácea exerce uma notável acção imunoestimulante (que fortalece as
defesas), aumentando a produção e a actividade dos anticorpos e dos leu-
tico sobre diversos germes, em espe- cócitos (glóbulos brancos) no sangue.
cial sobre o estafilococo dourado.
/ Poliacetilenos, de eleito bacterici-
da e fungicida (destroem as bactérias
e os fungos).
756
% • Anti-inflamatória: Impede a pro-
y Equinácea-purpúrea gressão das infecções, por inibição da
enzima hialuronidase, produzida por
Tratamento do cancro
muitas espécies de bactérias; favorece
a formação do tecido de granulação,
responsável pela cura das feridas; es-
O uso da equinácea dá muito bons
A equinácea-purpúrea [Echinacea timula a reprodução dos íibroblastos,
resultados na correcção da leucope-
porpurea Moench.) diferencia-se da células fundamentais do tecido con-
nia (diminuição de leucócitos) e da
pálida, ou angustifólia, em que as flo- juntivo responsáveis pela regene-
diminuição das defesas na sequên-
res da primeira são, como o nome in- ração dos tecidos e pela formação das cia da aplicação de radioterapia ou
dica, de cor vermelha. cicatrizes. de quimioterapia como tratamento do
As aplicações medicinais destas • Antitóxica: Estimula os processos de cancro.
duas equináceas são as mesmas. desintoxicação no fígado e nos rins,
mediante os quais se neutralizam as
substâncias tóxicas ou estranhas que
circulam pelo sangue.
• Antibiótica e antivírica: Acção que
se tem demonstrado experimental-
mente Ml vilro. No entanto, in vivoó
mais importante a sua acção de estí-
mulo das defesas.
• Anticancerosa, por destruição de
células malignas (efeito até agora só
comprovado in miro).
/ Um factor inibidor da hialuronida- Por tudo isto, as suas aplicações clí-
se, enzima produzida por muitas bac- nicas são as seguintes:
térias. A hialuronidase desintegra o • Doenças infecciosas cm geral: O
ácido hialurónico (componente fun- melhor antibiótico fracassará se as de- dora dos tecidos, aplica-sc nos abces-
damental do tecido conjuntivo) e fesas do organismo não colaborarem sos, feridas ou queimaduras infecta-
permite assim a difusão dos germes na luta contra a infecção. A equiná- das, foliculite, acne sobreinfeciada,
patogénicos. Ao inibir esta enzima, a cea actua sobre o terreno (islo é, so- úlceras da pele incluindo as va ri cosas,
equinácea detém a difusão dos ger- bre o organismo que sofre a in- psoríase, dermatoses e eczemas
mes pelos tecidos. fecção), mais do que destruindo os (©,©,©1. Nestes casos aplica-se tanto
y Resinas, inulina e vitamina C. germes causadores da mesma. Isto externa como internamente IO.©l.
significa que a sua acção é mais lenta, • Picadas de insectos e mordeduras
Como frequentemente acontece
e talvez menos espectacular que a dos de serpentes. Pela sua acção desinto-
em fitoterapia, o extracto da planta
antibióticos; ainda que, em muitos ca- xicante, neutraliza (parcialmente) o
(neste caso da raiz), é muito mais ac-
sos, com melhores resultados a médio veneno c evita o seu alastramento.
tivo do que cada um dos princípios
e longo prazo. O seu efeito é curativo Também se deve aplicar interna IO,©l
activos em separado. Isto deve-se a
e preventivo. Além disso, é isento dos e externamente 10.0,©).
que uns componentes potenciam ou-
efeitos secundários dos antibióticos.
tros e, possivelmente, ao facto de exis- • Afecções prostáticas: Tem um efei-
tirem ainda alguns princípios por Recomenda-se, entre outras, nas to descongestivo sobre a glândula
identificar. doenças infecciosas infantis; na gri- prostática e, sobretudo, evita as fre-
As propriedades fundamentais da pe; na sinusite, amigdalite e infecções quentes infecções urinárias pelo es-
equinácea são as seguintes*. respiratórias agudas e crónicas, espe- vaziamento incompleto da bexiga
• ImunoestimuJante: Aumenta os me- cialmente quando se produzem com IO.©).
canismos de defesa, por uma estimu- frequência (efeito preventivo); na fe-
bre tifóide; nas septicemias (infecção • Tumores malignos: Ainda que até
lação geral não específica, tanto da agora a sua acção contra os tumores
do sangue) de qualquer causa (gine-
imunidade humoral (maior pro- só se tenha demonstrado experimen-
cokSgica, urinária, biliar, etc.) ÍO.ÔI.
dução de anticorpos, activação do sis- talmente in vitro, há razões suficien-
tema de complemento), como da Tem-se aplicado com êxito no tra- tes para se pensar que possa ter uma
imunidade celular (fagocitose: des- tamento da sida, combinada com ou- acção benéfica no caso de tumores
truição dos microrganismos pelos tros remédios, com resultados muito cancerosos. A espera de novas inves-
leucócitos). Produz um aumento do esperançosos tigações, a equinácea só se deve usar
número de leucócitos (glóbulos bran- • Lesões da pele: Pela sua acção anti- como complemento de outros trata-
cos) no sangue. -infecciosa, cicatrizante e regenera- mentos contra os tumores IO.0I.
757
Hippophae
lamnoides L
Í 3 I •
Preparação e emprego
Hipofaé
USO INTERNO
Reconstituinte O Bagas: Os frutos do hipofaé
podem-se comer bem maduros
rico em vitamina C (três punhados por dia), embora
tenham um sabor um tanto ácido.
© Xarope: Ferve-se o sumo das
bagas bem maduras durante 15
minutos, acrescentando-se de-
pois metade do seu peso em açú-
cap. Conserva-se bem tapado
num recipiente de vidro. Tomam-
-se 3 colheradas diárias.
758
Pílocarpus
pennatifolius Lam.
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- \# ! W
^
«• I
.
a Preparação e emprego
E
STA PLANTA era conhecida e
utilizada pelos nativos do Brasil
e do Paraguai, quando os colo-
nos europeus descobriram as suas pro-
priedades medicinais. O nome pelo
qual é conhecido internacionalmente
é precisamente aquele que lhe dão os
indígenas na língua tupi-guarani.
O jaborandi foi trazido para a Eu-
ropa no ano 1874 e. a panir de então.
tem sido objecto de numerosas inves- Sinonímia científica:
tigações fisiológicas. Faz parte de di- Pílocarpus jaborandi Holmes
versos preparados farmacêuticos. Outros nomes:
Esp.: jaborandi. yaborandi.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: O prin- Fr.: jaborandi. Ing.: jaborandi.
cípio activo mais importante das fo- Habitat: Originário do Brasil e distribuído pelas
lhas do jaborandi é a pilocarphia, um regiões tropicais da América do Sul.
alcalóide que possui acções parassim- Descrição: Arbusto da família das Rutaceas que
paticomimeticas, isto é, que reproduz atinge até 1,5 de altura. A superíície das folhas
as acções exercidas pelo sistema ner- está repleta de pequenas bolsas secretoras que.
quando são esfregadas, soltam um cheiro
voso parassimpático: aumenta a se- semelhante ao da laranja.
creção salivai e sudoral: provoca mio-
Partes utilizadas: as folhas.
se (fecha a pupila do olho), fazendo
descera tensão inua-ocular: estimula
os movimentos do tubo digestivo e a
produção de suco gástrico, pancreáti-
co e intestinal; diminui o ritmo cardí- Precauções
aco (bradicardia). Os seus eleitos são
compensados pela atropina.
Utiliza-se sempre que se queira au- O jaborandi contém pilocarpina, um
mentar a produção de suor (gripe. alcalóide que actua sobre o sistema
afecções febris, edemas ou hidropisia) nervoso vegetativo. Deve ser usado
(01. Também em caso de glaucoma sob vigilância médica e respeitando
(aumento da pressão no interior do as doses indicadas.
globo ocular) 101. Deve ser usado sob
trigilância médica.
759
PopulusnlgmL I Q ) t]
L lôl III M
Choupo-
-negro
Sudorífico, balsâmico
e anti-hemorroidal
O
CHOUPO-NEGRO distingue-
-se pelo seu aspecto longilí-
neo, e encontra-sc quase sem-
pre perto dos rios e lagos. E uma ár-
vore muito longeva (pode viver até
300 anos), embora nas últimas déca-
das esteja a ser atacado, especialmen-
te na Europa, por fungos, insectos e
plantas parasitas como o agáríco. Des-
ta forma, os bosques e as plantações
de choupo-negro estão a diminuir. As
árvores também adoecem! No entan-
to, apesar disso, continua a conservar
as suas propriedades medicinais, que
são conhecidas desde a antiguidade
clássica. Outws nomes: álamo-negro, álamo-libico, olmo-negro.
Esp.: chopo-negro. Fr.: peuplier noir. Ing.: [black]poplar.
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: AS GE- Habitat: Comum em bosques húmidos de toda a Europa. Cultivado na Europa e na
América.
MAS foliares (brotos tenros) do chou-
po e, em menor proporção, a CASCA Descrição: Án/ore de folha caduca, da família das Salicàceas, que atinge até 30 m
de altura. Folhas de cor verde-escura, tanto na página superior como na inferior,
dos ramos, contêm um óleo essencial, pecioladas, ligeiramente dentadas e de forma triangular. Ê uma espécie dióica, o que
glicósidos flavonóides e fenólicos (sa- significa que umas árvores têm flores masculinas e outras femininas.
licina e populina) e tanino. As suas Partes utilizadas: as gemas primaveris, a casca e madeira.
propriedades são as seguintes:
• Sudoríficas, febrífugas e diuréticas;
ou seja, que provocam sudação, fazem
baixar a lebre e aumentam a pro- -Et paraçao e emprego
dução de urina, o que as torna parti- ^^^H
cularmente úteis em caso de doenças
febris, e sempre que se queira provo- USO INTERNO
car um efeito depurativo no organis- O Decocção durante 10 minutos com 30-40 g de brotos tenros (gemas) de
mo IOI. choupo por litro de água. Também se podem acrescentar uns fragmentos
• Anti-inflamatórias e anti-reumáticas: de casca. Coar, adoçar a gosto, e tomar 3 ou 4 chávenas por dia.
No uso interno recomendam-sc contra
os ataques de reumatismo, as poliar- USO EXTERNO
trites (inflamação de várias articu- @ Unguento popúleo: Prepara-se com 50 g de brotos tenros de choupo,
lações) e as dores reumáticas cm ge- que se esmagam num almofariz e se misturam com 150 g de gordura (man-
ral (Ol. teiga sem sal ou vaselina). Põe-se em banho-maria durante 2-3 horas, ao
• Balsâmicas e expectorantes: Admi- fim das quais se deve coar com uma gaze ou um lenço fino. Aplicá-lo como
nistram-se nos casos de bronquite loção, 3 ou 4 vezes ao dia, sobre a zona afectada.
aguda e crónica, assim como em todo
o tipo de catarros bronquiais. Desin-
760
o Carvão vegetal
O choupo é muito apropriado para o seu iabrico.
Outros choupos
ílamam a mucosa bronquial e facili-
tam a p r o d u ç ã o de uma mucosidade
mais fluida, q u e assim se elimina com
facilidade IOI. Existem cerca de 30 espécies de • Choupos da América: o Populus
choupos. Todas elas apresentam pro- balsamifera L. e o Populus canadicans
• C a r v à o : A MADEIRA do c h o u p o é
priedades medicinais muito semel- L, são espécies próprias do conti-
m u i t o a d e q u a d a p a r a fazer carvão hantes, ainda que com efeitos de in-
medicinal (ver o q u a d r o s u p e r i o r ) . nente americano, e de cujos brotos
tensidade variável: tenros, ou gemas, se obtém o bálsa-
• Em USO externo, o UNGUENTO POPÚ- mo de Gilead. A elaboração, as pro-
LEO é um c o m p r o v a d o r e m é d i o con- • Choupo-branco (Populus alba L).*
cujas folhas são de cor prateada na priedades e aplicações do bálsamo de
tra a inflamação das h e m o r r ó i d a s KM. Gilead são as mesmas que as do un-
página inferior, ao contrário das do
Figura d e s d e há três séculos nas far- guento popúleo.
choupo-negro, que são verde-escuras
macopeias de toda a Europa, e conti-
por ambas as faces.
n u a a sei um t r a t a m e n t o válido para
aliviar a congestão e a d o r h e m o r r o i - • Choupo-tremedor (Populus tremu- ' " Esp.: álamo blanco. Fr.: peuplier blanc.
dal. Além do mais c vulnerário, o q u e la L.)," caracterizado pelas suas fol- Ing.: white popler.
q u e r dizer q u e sara as Feridas e con- has darás pela face inferior, e com um
tusões da pele. Aplica-sc, a i n d a q u e longo pecíolo que permite que sejam " Esp.: álamo temblón. Fr.: tremble.
com eficiência duvidosa, para evitara agitadas pelo vento. Ing.: aspen.
q u e d a do cabelo l@i.
761
Rosa canina L
SKT*S
>} u o.
Rosa-canina
Um concentrado
vitamínico...
comp/etamente natural
Q
UE VIRTUDES poderemos
supor que se encontrem nos-
ia planta, de acordo com a
comprovada teoria dos si-
nais? - interroga o professor.
Encontramo-nos numa aula da
Universidade de Bolonha, pelos finais Outros nomes: rosa-de-
•cão, silva-macha, silvão.
do ano 1545. O insigne médico e
Brasil: rosa-bandalha.
botânico espanhol Andrésde Laguna
Esp.: escaramujo, rosa canina,
acaba de obter o grau de doutor nes- rosal silvestre, rosal perruno, una de gato, cinorrodón. Fr.: rosierdes
sa famosa universidade italiana, e di- chiens, rosier sauvage, églantier. Ing.: brierhip, wild brier, eglantine gall.
rige-se agora, segurando um ramo de Habitat: Muito comum nas bermas dos caminhos e bosques de toda a Europa.
rosa-canina, a um grupo de estudan- Naturalizada na América.
tes. Descrição: Arbusto de 1 a 3m de altura, da família das Rosáceas, com caules
- Vejo nos espinhos dos caules os providos de espinhos. As folhas são alternas, com 5 ou 7 folíolos ovais e de bordo
dentes aliados de um cão -diz um dos dentado. As flores têm 5 pétalas cor-de-rosa ou esbranquiçadas. Aquilo a que
estudantes—. Creio que esta planta vulgarmente se chama fruto, de cor vermelha e com forma de azeitona, é na
realidade um pseudofruto, formado pelos restos do cálice da flor.
deve ser boa contra a raiva.
Partes utilizadas: os frutos, as flores, as folhas e a raiz.
- Efectivamente! -diz o professor.—
Assim o confirma o mestre Dioscóri-
des.
Outro dos estudantes abre um dos
frutos da rosa-canina e, depois de ob- Jí Preparação e emprego
servar os Unos pêlos que abundam no
.seu interior, diz:
USO INTERNO dades diuréticas, depurativas e ligei-
- Eu creio que deve ser boa contra ramente adstringentes.
a calvície. Reparem na quantidade de O Frutos frescos: É a melhor ma- €) Decocção de raiz e folhas: 100 g
cabelos finos que há dentro destes fru- neira de aproveitar toda a sua rique- de raiz e/ou folhas de rosa-canina em
tos! za vitamínica. Escolher os que este- litro e meio de água. Ferver até que se
- E porque não poderá ser boa jam bem maduros, abri-los e limpá- reduza a um litro. Tomar várias chá-
para curar o mal da pedra? Já repara- -los bem debaixo da torneira, até lhes venas por dia, como antidiarreico.
ram nas sementes, pequenas e duras. tirar todos os pelinhos e sementes.
que parecem cálculos urinários-' - diz Comer um bom punhado deles cada USO EXTERNO
outro estudante. dia. ©Água-de-rosas: Põe-se a mace-
rar um punhado de pétalas de flor de
O doutor Laguna sente-se satisfeito
© Decocção de frutos: 50-60 g de rosa-canina num copo de água. Pas-
com os seus alunos de Bolonha. Aca- sado um dia, espremer as pétalas e
frutos por litro de água. Tomar 4 ou 5
bam de redescobrir as três proprieda- chávenas por dia. A vitamina C perde- deitá-las fora. Lavar os olhos com o
des que se atribuem â rosa-canina des- se, mas persistem as suas proprie- líquido que ficou.
de o tempo fie Dioscórides, no século
Id.C.
762
Os frutos da rosa-canina, também conheci-
da pelos nomes de rosa-de-cão e stfva-
-macha, são um a u t ê n t i c o reconstituinte
n a t u r a l , q u e c o n v é m a sãos e doentes, a
crianças e adultos.
Pelo seu conteúdo em vitaminas, especial-
m e n t e a C, exerce uma acção preventiva
contra as gripes e constipações.
L a m e n t a v e l m e n t e , a teoria dos si- pelinhos vermelhos e rígidos, m u i t o (provilamina A), e vitaminas Bi, Bs, C,
nais n ã o era mais d o q u e isso: u m a irritantes. Eis a m a n e i r a pitoresca E e P (llavonóides). O c o n t e ú d o em vi-
teoria. Os progressos da química e fia c o m o Font Q u e r os descreve: «Pro- tamina C atinge os 600 mg por 100 g.
farmacologia permitiram, nos séculos duzem uma endiabrada comichão e pofle chegar até aos 800 mg, sendo
XIX e XX, d e s c o b r i r as v e r d a d e i r a s q u a n d o se introduzem e n t r e a camisa inclusive muito superior ao fio limão.
p r o p r i e d a d e s das plantas. E curiosa- e a pele. A mesma, s e g u n d o se c o m a , q u e é de cerca fie :~>0 mg. Assim a rosa-
m e n t e , n e n h u m a dessas três proprie- q u e se sente em volta do orifício anal canina lorna-se um dos vegetais mais ri-
dades q u e . seguindo a diia teoria, se q u a n d o , depois de se c o m e r os frutos cos nesta vitamina, acima tio kiwi ('í00
atribuíam a esia planta, p ô d e ser con- da rosa-canina, os próprios pelinhos, m g ) , da luzerna (183 mg, pãg. 269) e
firmada. Em troca, a investigação após terem escapado incólumes a io- fia groseiheira-negra, Ribes nigrum I..
científica conseguiu pôr a descoberto dos os perigos fias vias digestivas, se (170 mg, pãg. 108). A rosa-canina só é
o u t r a s p r o p r i e d a d e s da rosa-canina. d e s p e d e m assim fio seu hospedeiro.» ultrapassada em vitamina C pela ex-
as verdadeiras, não m e n o s interessan- cepcional nialpíguia (Malpighia fjiuti-
tes q u e as supostas. PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Os cifolia I.., Malpighia glabra I..). fruta
FRUTOS da rosa-canina c o n t ê m diver- q u e , madura» c o n t é m até 2500 mg de
A superfície interna dos frutos da sos açúcares e ácidos orgânicos, assim vitamina Cl p o r cada 100 g. e verde
rosa-canina acha-se c o b e r t a p o r uns c o m o pectina, sais minerais, carotenos p o d e chegar até aos 6000 mg.
763
o Doce cru
de rosa-canina
As flores da rosa-canina
são excelentes para
preparar a água de
rosas que, aplicada em
lavagens oculares.
alivia as conjuntivites e
blefarites (inflamação
das pálpebras).
As p r o p r i e d a d e s dos FRUTOS da fecciosas, especialmente nas infantis As PÉTALAS das flores c o m e m pec-
rosa-canina são as seguintes: IO.OI. tina, t a n i n o , ácidos o r g â n i c o s e pe-
• Diuréticos e depurativos: Recomen- q u e n a s q u a n t i d a d e s d e essência.
• Tonificantes e a n t i e s c o r b ú t i c o s :
dam-se na hidropisia ( r e t e n ç ã o de lí- C o m o todas as pétalas das rosas (pág.
Lieis em caso de esgotamento físico,
quidos): alimentação sobrecarregada, 635), servem para p r e p a r a r a água de
astenia, fadiga primaveril e convales- r o s a s , c o m a q u a l se o b t ê m m u i t o
cenças IO.0I. Os frutos da rosa-canina rica em carnes e p r o d u t o s de origem
bons resultados ao lavar os olhos afec-
são um autêntico concentrado cie vitami- a n i m a l ; gota e artritismo; e s e m p r e
tados p o r conjuntivite ou blefarite
nas naturais, especialmente da C. Ain- q u e seja precisa a acção de um diuré- (inflamação das pálpebras) 101.
da q u e o escorbuto (falta fie vitamina tico suave com p r o p r i e d a d e s d e p u r a -
tivas IO.ÔI. As FOLHAS e a RAIZ c o n t ê m ácido
C) seja u m a d o e n ç a rara nos países
tânico e são a d s t r i n g e n t e s . Einprc-
desenvolvidos, um s u p l e m e n t o im- Os frutos da rosa-canina já se utili- gam-se em d i a r r e i a s simples e gas-
portante desta vitamina tem um efei- zaram engolidos inteiros, m e s m o com trenterites (€>l.
to tonificante. os pêlos, contra a ténia e demais pa- As d u r a s SEMENTFS da rosa-canina,
• Imunoestimulantes: Os frutos da rasitas intestinais, e m b o r a sem funda- n ã o só c a r e c e m de efeitos sobre os
rosa-canina usam-se c o m o estimulan- m e n t o científico. Alguns atribuíam a cálculos urinários s e g u n d o se pensa-
tes das defesas, especialmente para pre- sua p r e t e n s a eficácia ao facto de os va, c o m o a i n d a , trituradas, libertam
venir gripes e constipações. Muito re- vermes n ã o s u p o r t a r e m a acção d o s u m a essência tóxica para o sistema
comendáveis em todas as doenças in- terríveis pelinhos. nervoso.
764
Rubus Idaeus L
•) U l i .
a> Preparação e emprego
USO EXTERNO
© Bochechos e gargarejos
com a mesma infusão que se
usa internamente.
765
SaMasdareaL
m
Salva-
-esclareia
Um tónico com
agradável aroma
A SALVA-KSCLAREIA é u m a
bola planta, q u e alegra com o
seu colorido e o seu agradável
aroma os terrenos secos do Sul da Eu-
ropa. A sua essência uliliza-se em per-
fumaria.
P R O P R I E D A D E S E I N D I C A Ç Õ E S : AS FO-
LHAS e as FLORES contêm esclariol e
outros alcalóides a r o m á t i c o s , assim
como tanino, s a p o n i n a , colina e gli-
cósidos. As suas p r o p r i e d a d e s são se-
melhantes às da salva (pág. (538). em-
bora se evidencie e s p e c i a l m e n t e
como tónico, emenagogo e antiespas-
módico. Aplica-se nos seguintes casos:
• Esgotamento, fadiga, debilidade,
convalescença de doenças infecciosas
MH.
• Regras pouco a b u n d a n t e s IOI.
• Espasmos ou cólicas intestinais de-
vidas a fermentações ou a digestões
pesadas 101.
As SEMENTES da salva-esclareia são
ricas em mucilagens, pelo q u e já têm
sido utilizadas para extrair c o r p o s es-
tranhos do espaço conjuntiva] d o s o-
lhos. As mucilagens absorvem a água
c o m o se fossem uma esponja, devido
ao seu p o d e r osmóúco. Q u a n d o se co-
loca d e n t r o da pálpebra u m a semen-
te de salva-esclareia. esta incha, em-
papando-se de água e arrastando para
fora as partículas q u e possa haver den-
tro do espaço conjuntiva! do olho.
766
Sambucus nigra L
Sabugueiro
Bom remédio para
febres e constipações
767
Precauções
o Xarope de sabugueiro
768
ThymuswlgarisL |Ç)| j J£ '
L, M M *]
Tomilho
Poderoso anti-séptico e
estimulante natural
769
O t o m i l h o , como podemos ver nesta mesma
página e na seguinte, é uma planta com nu-
merosas e bem comprovadas virtudes medici-
nais. Em forma de cataplasmas quentes, alivia
as dores das cistites e as cólicas renais.
O uso do tomilho é apropriado nos de Koch), e sobre os meningococos cocitose (aumento dos glóbulos bran-
seguintes casos: (causadores da meningite), os pneu- cos no sangue), tal como foi possível
• Anti-séptico (desinfectante): A essên- mococos e os estafilococos. demonstrar experimentalmente. Ao
cia (W tomilho tem um poder anti-sép- contrário dos antibióticos, que depri-
A sua acção anii-séptica locali/.a-sc mem o sistema imunitário (defesas),
tico superior ao do fenole da água oxi- sobre os aparelhos digestivo, respira-
genada. No século XIX e primeira me- o tomilho estimula-o, favorecendo a
tório e o geniturinário, e especial- actividade dos leucócitos (glóbulos
lado do século XX. quando ainda não mente sobre as mucosas da boca e
se conheciam os antibióticos, o tomi- brancos).
garganta, assim como as dos órgãos
lho era considerado o "desinfectante genitais. O uso do tomilho é portanto indi-
dos pobres". Actualmente está bem cado em todas as doenças infecciosas,
comprovada a acção bactericida da A sua acção antimicrobiana c re- em especial as de origem bacteriana
essência de tomilho sobre os bacilos forçada pela capacidade que apre- que afectam os órgãos digestivos, res-
tífico, diftérico, tuberculoso (bacilo senta de estimular o fenómeno da leu- piratórios e geniturinários.
770
• Sistema nervoso: Tonificante geral Esta planta nunca
tio organismo: estimula as faculdades deveria faltar em
nenhuma farmácia
intelectuais e a agilidade mental, mas doméstica, nem na
sem os efeitos secundários do cale ou despensa, como
do chá, os quais substitui com vanta- condimento e para a
gem. Convém tanto nos casos de es- preparação de deliciosas
gotamento físico (astenia, debilidade, sopas de tomi/ho.
hipotensão) como psíquico (perda
de memória, ansiedade, insónia, de-
pressão, irritabilidade nervosa) IO.©).
• Aparelho digestivo: Antiespasmódi-
co, eupéptico (tonificante da di-
gestão) e carminativo (impede as 11a- várfrS' vtfOte'
tulências e :i formação de gases).
Abre o apetite, favorece a digestão e
combate as putrefacções intestinais
por desequilíbrio na flora do cólon. oferece uma acção favorável em caso lismo, causadores do artritismo e da
de infecções nos órgãos genitais ex- gota.
Indicado em gastrentei iles e coli- ternos devidas a higiene deficiente,
tes provocadas por bactérias do gé- Km aplicação externa, o tomilho ali-
diabetes ou outras causas, lauto femi- via igualmente as dores provocadas
nero Salmonella, responsáveis de nu-
ninas (vaginite e vulvile com ou sem por: torcicolo, lumbalgias. ciática, ar-
merosas infecções por alimentos em
leucorreia) como masculinas (balani- trose, etc. 10.0 ©I
mau estado, especialmente durante o
te e postiie, infecção da glande e do
Verão IO.01. • Infecções da pele: Km lavagens e
prepúcio) 101.
•Vermífugo (expulsa os vermes in- compressas, aplica-sc sobre feridas in-
testinais): Particularmente activo so- Aplicado em cataplasmas quentes, fectadas ou de lenta cicatrização, cha-
bre as lenias. Também é insecticida alivia as cólicas renais e as da cistite.
gas, úlceras vaiicosas. frieiras, furún-
de pulgas e piolhos 10.©). • Anti-reumático: Aplicado externa- culos, abcessos, dermatite, etc. 101.
•Afecções bucais e faríngeas: Utili- mente em fricções, banhos e cataplas-
mas, acalma as dores reumáticas pro- Pela sua acção antiparasitária. é
zado em bochechos combate as aftas, muito útil em caso de sarna e de in-
a piorreia e a estomalite (irritação ou vocadas pelo artritismo e pela gota
I©.©.©). Ingerido por via orn/IO.01. o festação por piolhos ou por pulgas
inflamação da mucosa bucal). Em
gargarejos toma-se muito eficaz no tomilho é também diurético e sudorí- • Estimulante capilar: .Aplicado em
tratamento das faringites e amigdali- fico, pelo que exerce uma acção de- loção ou fricção sobre o couro cabe-
tes 161. purativa, eliminando do sangue o ex- ludo, fortalece o cabelo e previne a
cesso de resíduos ácidos do metabo- sua queda 101.
• Aparelho respiratório: Expectoran-
te, antitússico e balsâmico, o que, so-
mado ao seu podei anti-séptico, o tor-
na muito útil em sinusites, laringiles.
catarros brônquicos e bronquites, Essência de tomilho
asma, tosse espasmódica e tosse con-
vulsa. Nestes casos, recomenda-se to-
mar a sua infusão IO) ou essência 101.
• Ingerida por via oral, não exceder a dose de 2 ou 3 gotas, 3 vezes ao dia. Em
além de fazer banhos de vapor e ina-
dose excessiva pode provocar irritabilidade nervosa e descoordenação moto-
lações IO), como se descrevem no
ra. Estes fenómenos apresentam-se com o uso da essência, e muito raramente
quadro junto. com a planta em estado natural.
Recomenda-se o seu uso durante • Localmente, apiica-se em banhos de vapor e inalações (2 ou 3 gotas em meio
as epidemias de gripe, quer em in- litro de água quente), em fricções sobre a parte dorida, ou em lavagens sobre a
fusão quer na tradicional sopa de to- zona da pele afectada. É um tanto irritante para a pele, pelo que é necessário diluf-
milho, quer ainda a polvilhar as sala- -la. Tenha-se em conta que o seu poder anti-séptico se manifesta mesmo em di-
das. luições superiores a 1:3000 (aproximadamente 6 gotas em 1 litro de água).
• Aparelho geniturinário: Pelas suas • Os banhos de vapor fazem-se deitando 3 ou 4 gotas de essência de tomilho em
propriedades diuréticas e anti-sépti- meio litro de água em ponto de ebulição. Respirar os vapores durante 5 minutos,
cas, torna-se indicado nas infecções 3 ou 4 vezes por dia.
urinárias (cistites e glomerulonefri- • As inalações consistem em respirar a essência, após se terem colocado 2 ou 3
tes) IO.0I. gotas sobre as costas da mão ou sobre um lenço.
Aplicado externamente em lavagens.
771
Tropaeolum
majusl.
*J U 9J
Preparação e emprego
772
crónicas. O doutor I.eclerc. distinto
médico fitoterapeuta francês, afirma
que, com o uso flesta planta, a ex-
pectoração do bronquítico se fluidifi-
ca, e de mucopurulenta passa a ser
simplesmente mucosa» (acção rauco-
lítica). Também se torna útil em gri-
pes e constipações, devido a que o
seu princípio activo de acção antibió-
tica impregna todo o aparelho respi-
ratório, descongestionando os brôn-
quios e acalmando a tosse IO,01.
• Infecções das vias urinárias: piclo-
nefiite (da pelve renal e do rim), e
cistite (da bexiga) (O.0I.O doutor
Schneider refere experiências que
mostram que, nove horas depois de
se ter ingerido uma salada de chagas,
ainda se detecta na urina o seu prin-
cípio activo de acção antibiótica.
As chagas tèm provado ser uma das plantas antibióticas mais eficazes no tra-
tamento das infecções dos aparelhos respiratório e urinário. Esta planta é, Além das suas propriedades anti-
além disso, o componente indispensável de diversos preparados e champôs bióticas, a planta possui mais as se-
revitalízantes do cabelo. guintes:
• Favorece as funções da pele, devido
ao seu elevado conteúdo de enxofre.
Aplicada localmente, tem um efeito ci-
catrizante sobre as feridas e úlceras.
Regenera e devolve o aspecto saudá-
vel à pele seca; mas sobretudo esti-
Os antibióticos são substâncias pro- como uma apetitosa verdura, em sa- mula o bulbo piloso (a raiz do pêlo),
duzidas por certos seres vivos, para lada, que ainda por cima tem um revitalizando o cabelo e inclusiva-
destruir ou impedir o crescimento de agradável sabor que lembra o da mos- mente fazendo-o crescer. Por isso a
outros seres vivos. tarda. chagueira é uma das plantas que mais
se usam nos tratamentos contra a cal-
A imensa maioria dos antibióticos
PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Todas vície. Rccomenda-se que, para que o
que se usam em terapêutica são pro-
as partes da planta contêm um glieó- seu efeito seja mais intenso, se rape a
duzidos por fungos ou bactérias. As
sido sulfurado, a glicotropeolina, que, cabeça antes de fazer a aplicação da
chagas são tona das poucas plantas su-
periores conhecidas, capazes de produ- pela acção da mirosina, uma enzima planta IO).
zir uma substância natural de acção an- contida na mesma planta e que se li- • Tonificante e revigorixante: Talvez
tibiótica, que apresenta, além disso, as berta quando esta é partida ou tritu- pelo seu elevado conteúdo em vita-
seguintes vantagens sobre os antibió- rada, produz, entre outras substân-
mina C (285 mg por cada 100 g de
ticos convencionais: cias, um óleo essencial sulfuroso de
folhas frescas, enquanto, por exem-
potente acção antibiótica. Depois de
•/ Não destrói a flora bacteriana que plo, o limão tem 50 mg por 100 g de
ter sido ingerida a planta, este óleo es-
normalmente existe no tubo digesti- sencial passa para o sangue e é elimi- polpa) IO.0I.
vo. Com esta planta, não aparece diar- nado através das vias respiratórias e • Reguladora menstrual: Segundo
reia nem desarranjo intestinal, sinto- urinárias. Nestes órgãos, atinge uma Mességué, os banhos de assento com
mas frequentes quando se tomam ou- maior concentração e desenvolve o flores ou frutos da chagueira regulam
tros antibióticos por via oral. seu efeito antimicrobiano, impedindo e normalizam as regras {©}.
•/ Não provoca sensibilizações nem o crescimento e a multiplicação das • Afrodisíaca: Além do mais, parece
reacções alérgicas, tão frequentes bactérias. Isto determina que as duas que, com certo fundamento, se lhe
com o uso de outros antibióticos. indicações mais importantes para o atribuem efeitos afrodisíacos 10,01.
uso das chagas sejam:
/ De aplicação fácil e cómoda; Não Um dos seus nomes vulgares é llor-
precisa de ser injectada por meio de • Infecções das vias respiratórias: si- -do-paraíso, e há mesmo quem lhe
agulha, nem aplicada na forma de um nusite, rinite, faringite, e especial- chame (em espanhol) "llordeamor".
incómodo supositório. Pode comer-se mente bronquite, tanto agudas como Tire a prova!
773
PLANTAS PARA
OUTRAS DOENÇAS
SUMÁRIO DO CAPÍTULO laboratórios e estabelecimentos industriais.
J E interessante o facto de que a dependên-
cia dessas substâncias procedentes de plan-
DOENÇAS E APLICAÇÕES
Alcoolismo 776 tas, como a cocaína ou a heroína, possa ser
Alergias 777 curada ou aliviada também com outras
Cancro 777 plantas. Todas aquelas que são recomen-
Intoxicação 775
dadas para o nervosismo c a ansiedade (ver
pág. 1 10) são muito úteis no tratamento da
Mordedura de répteis 776
toxicodependência, combinadas com ou-
Pediculose 777
tros remédios físicos e psicológicos.
Picada de insectos 776
Piolhos, f/irada, vir Pediculose 777
Queimaduras 775
As toxicodependências socialmente ad-
mitidas, como o alcoolismo e o tabagismo.
Répteis, m orded u ra,
também beneficiam dos tratamentos fito-
ver Mordedura de répteis 776
terápicos, mas só são realmente eficazes
Tabagismo 776
quando se deixe de fumar ou de beber e se
adopte um estilo de vida saudável.
M
ULTIPLAS doenças e trans- como os alimentos- podem causar alergias.
tornos podem ser tratados No entanto também podem contribuir
As queimaduras, as picadas para o tratamento, e sobretudo para a pre-
de insectos e as ou aliviados com o uso das
mordeduras de certos plantas medicinais. O seu venção das doenças alérgicas, como se
répteis, podem ser tratadas número vai aumentando à medida que se expõe na página 777.
com plantas medicinais. investigam as propriedades das plantas
conhecidas, e que se descobrem outras O tratamento do cancro é um dos gran-
ainda desconhecidas. des reptos da medicina. \i aqui, de novo,
encontramos as plantas. O Instituto Na-
Temos seguido, nesta obra. por critérios cional do Cancro dos Kstados Unidos (ver
didácticos, uma ordem anatómica para a pág. 405) vem analisando, há várias déca-
classificação das plantas. Todavia existem das, com o máximo rigor científico, todas
doenças que não afectam um único órgão as plantas do planeta, à procura de substân-
ou parte do corpo em particular, mas se cias anticancerosas. Já foi possível identifi-
repercutem sobre o conjunto do organis- car vários princípios activos atuicancero-
mo. Assim acontece, por exemplo, no caso sos. Por outro lado, está demonstrado que
das toxicomanias, das alergias ou do can- o uso habitual de cenas plantas, medicinais
cro, que incluímos no presente capítulo. e / o u alimentares, é capa/ de prevenir o
As toxicomanias constituem uma das do- cancro.
enças -pelos menos assim se devem consi-
derar- mais nocivas do nosso tempo. Cu- Caro leitor, podemos assegurar que há
riosamente, a maior parte delas são causa- plantas medicinais para todas as doenças,
das por substâncias extraídas das plantas, quer para curá-las quer para preveni-las ou
ainda que processadas quimicamente em simplesmente aliviá-las.
774
A SAUOÍ n u s n.Mtm NIDICINAIS
X
2 * Parte: D e s c r i ç ã o
QUEIMADURAS TíUA 169 Anti-inflamatória e suavizante da pele Compressas com a infusão de flores
São as lesões produzidas pela acção do
calor sobre os tecidos. Nas queimadu-
ras do primeiro grau produz-se enru- i\. m-nm* i ã o Suavizante, cura queimaduras Loção com o óleo dos frutos (azeite)
M
bescimento da pele; nas do segundo, OUVEIBA 239 e u | c e r a s da pe5e
empolas; e nas do terceiro, escaras
por necrose e destruição dos tecidos. T,UflU.,.u 3,c Cicatrizante, anti-inflamatório, Compressas com a decocçáo de
IANCHAGEM dZO anti -séptÍCO folhas, pensos de folhas escaldadas
As plantas medicinais aplicam-se nas
queimaduras do primeiro ou do se- Cataplasmas com a maceração
gundo grau, para proteger a pele e ZARAGATOA 515 Protege e desinflama a pele
de sementes
favorecer a sua cica-
trização. Os extractos
de aloés (pág. 694) e RICINO 531 Emoliente, cicatrizante Loções com o óleo das sementes
de tepezcohuite
(pág. 724) são ex-
celentes cicatrizan- «.«»,„• u» COR Suaviza e hidrata a pele. Óleo ou pomada elaborados
tes, com os quais se MARAV.LHA 626 M u i t o u l l | em queimaduras com as flores
conseguem resultados
estéticos muito satisfa- Cicatrizante, não deixa cicatri2
Compressas ou loções
tórios. 0 seu uso está a ALOÉS 694 Muito eficaz em qualquer tipo
com o sumo de aloés
ser introduzido nos ser- de queimaduras
viços hospitalares de ci- Lavagens e compressas
rurgia plástica, para o URVJCU 700 Cicatrizante emoliente com a infusão de folhas,
u
tratamento de queimadu e anti-inflamatorio cataplasmas de pó de sementes
ras graves.
/»...„„, „-«.. -70-3 Emoliente e cicatrizante, Cataplasmas com folhas esmagadas,
CINOGLOSSA 703 contéma |antoina compressas com o sumo fresco
Oliveira
u,m-™«*« 71 A Modera a reacção inflamatória, Loções com o óleo de hipericão
HIPERICAO 714 estimu|aaepite|jzaçã0
775
C a p . 2 9 : P L A N T A S PARA OUTSAS DOENÇAS
MORDEDURA DE RÉPTEIS
No caso de serpentes venenosas, esta
planta usa-se como complemento do Cicatrizante, anti-inflamatória, As folhas esfregadas directamente
tratamento de urgência, que consiste TANCHAGEM 325 anti-séptica, sobre a pele, cataplasma com folhas
na excisão da ferida e/ou torniquete, protege contra os efeitos do veneno fervidas e esmagadas
além do soro antiofidico, no caso de se
dispor dele.
776
A SAUDÍ PELAS PLANTAS MEDICINAIS
2" P a r t e : D e s c r j ç ;i o
PEDICULOSE
É uma doença parasitária produzida ENULA 313 Vulnerária, destrói os parasitas da pele Compressas com a decocção de raiz
pelo pequeno insecto Pediculos capitis,
conhecido vulgarmente como piolho.
Manifesta-se por comichão e erupção
cutânea
Fricções com a infusão ou com a
Estas plantas combatem os parasitas
POEJO 461 Insecticida, afugenta as traças
essência
da pele e tornam-se muito úteis como
alternativa aos parasiticidas químicos.
FITOLACA 722 Elimina os fungos e parasitas da pele Compressas com a decocção de raiz
r
muito indicadas para aque-
les que já tenham sofrido Preventiva do cancro, possivelmente
ou que tenham tendência COUVE 433 em relação com o seu conteúdo Sumo da planta fresca
para sofrer desta doença, em caroteno (provitamina A)
devido a factores constitu-
cionais ou hereditários. Previne os tumores malignos,
EQUINÁCEA 755 aumenta os leucócitos. Decocção da raiz,
Útil na radioterapia e quimioterapia preparados farmacêuticos
Equinacea
777
GLOSSÁRIO
GLOSSÁRIO
de fitoterapia e termos biomédicos usados neste livro
Absorvente: Que produz absorção, isto é, que atrai e retém líqui- antiespasmódico: Que impede os espasmos dos órgãos ocos,
dos, fixando-os entre as suas próprias moléculas. como o estômago, a vesícula biliar ou a bexiga, evitando assim
as cólicas.
adsorvente: Que produz adsorção, isto é, que retém líquidos,
substâncias em dissolução ou gases, de um modo que estes se anti-helmintico: Que destrói e expulsa os parasitas intestinais. Ver
fixam sobre a sua superfície. também 'vermífugo'.
adstringente: Que seca e constrmge a pele e as 'mucosas' (ver). Os anti-hemorrágico: Ver 'hemostático'.
produtos adstringentes por 'via oral' tèm efeito 'antidiarreico' e anti-inflamatório: Que reduz a reacção inflamatória, caracterizada
também costumam ser 'anti-hemorrágicos' (ver). pelos quatro sinais clássicos: dor, rubor, calor e tumor. Ver tam-
afrodisíaco: Que aumenta o desejo e a capacidade sexual. O con- bém 'emoliente'.
trário é 'anafrodisíaco' (ver). antilactagogo: Que reduz ou faz parar a secreção de leite nas mu-
alcalinizante: Que provoca uma alcalinização dos fluidos orgâni- lheres lactantes. É o oposto a 'galactagogo' (ver).
cos, especialmente do sangue e da urina. antimitótico: Que impede a mitose, isto é, a divisão (reprodução)
alimentar: Referente à alimentação. Não se deve confundir com 'ali- das células. As plantas com propriedades antimitóticas impedem
a reprodução das células cancerosas.
mentício' (ver).
alimentício: Que tem alimento ou que alimenta. É sinónimo de 'nu- antipirético: Ver 'febrífugo'.
tritivo' (ver). anti-reumático: Que tem uma acção preventiva, curativa ou palia-
amargos: Utiliza-se normalmente no plural quando se refere às tiva sobre as doenças reumáticas.
substâncias amargas contidas nalgumas plantas, e que são em anti-séptico: Que impede o desenvolvimento ou destrói os germes
geral de natureza glicosídica {Ver "Glicósidos", pág. 85). (microrganismos nocivos) localizados na pele ou nas mucosas. Di-
fere dos antibióticos na medida em que actua sobre a superfície
anafrodisíaco: Que diminui o desejo e, nalguns casos, a capacida-
da pele e das mucosas sem penetrar no interior dos tecidos. Ver
de sexual. É o oposto a 'afrodisíaco' (ver).
'microrganismo'.
analéptico: Que estimula a função do coração e do aparelho res-
piratório. Ver também 'estimulante', 'tonificante'. anti-sudorifico: Que diminui a secreção de suor. É o oposto a 'su-
dorífico (ver).
analgésico: Que acalma a dor. Ver também 'anestésico', 'sedante'.
antitérmico: Ver'febrífugo'.
anestésico: Que produz insensibilidade à dor.
antitússico: Que acalma a tosse. Quando a tosse é produtiva
anorexia: Falta de apetite, inapetência. (arrancando mucosidade ou expectoração), não se deve suprimir,
_ nervosa: Doença psicossomática grave, na qual a pessoa por se tratar de um mecanismo defensivo. Ver também 'béquico',
afectada perde o apetite ao ponto de pôr em perigo a sua própria 'peitoral'.
vida. Muitas vezes, quando se tala de 'anorexia*, está-se efectiva-
mente a aludir a 'anorexia nervosa'. antivírico: Que impede o desenvolvimento dos vírus.
anprexigénio: Que produz anorexia, isto é, que acalma o apetite. aperitivo: Que estimula o apetite aumentando a actividade dos
É o oposto a 'aperitivo' (ver). órgãos digetivos. O contrário é 'anorexigénio' (ver).
ansiolitico: Que acalma a ansiedade. Para combater a ansiedade aplicação local: Diz-se dos tratamentos em 'uso externo' (ver) que
usam-se os 'sedativos' (ver). abrangem unicamente uma zona restrita da pele, por oposição a
uma aplicação geral.
antianémico: Produto ou substância que combate a anemia au-
mentando a produção de hematias (glóbulos vermelhos), pelo seu apresentação: Nalguns casos, utiliza-se como sinónimo de 'prepa-
conteúdo em ferro, assim como outros sais minerais, oligoele- rado' (ver).
mentos e vitaminas. Ver também 'remineralizante'. aromaterapia: Tratamento das doenças por meio de essências
antiasmático: Que combate a asma. Ver também 'broncodilatador', (óleos essenciais). Ver também as páginas 94-97.
'peitoral'. aromático: Que contém óleos essenciais (essências) de grande in-
antibiótico: Substância microbicida, isto é, que destrói os micró- tensidade odorifica. Os componentes aromáticos das plantas cos-
bios, a qual é produzida por outros seres vivos, geralmente ve- tumam ser 'tonificantes', e também costumam apresentar pro-
getais inferiores (bactérias ou fungos). Ver também a página 87. priedades 'digestivas' (ver). Ver também 'aromaterapia'.
antidiabético: Ver 'hipoglicemiante'. artificial: Que não provêm directamente da natureza e, portanto,
foi elaborado pelo homem por análise ou síntese de produtos na-
antidiarreico: Que detém as diarreias. É o oposto a laxante' (ver). turais na sua origem. Ver 'natural', 'sintético'.
antiemético: Que detém os vómitos. É o oposto a 'emético' (ver). astenia: Falta ou perda da força e da energia.
antiescorbútico: Que combate o escorbuto' (ver) pelo seu con- primaveril: Aquela que costuma aparecer durante esta es-
teúdo em vitaminas, especialmente a C. tacão do ano.
778
A SAÚDE PELAS PLANTAS MEDICINAIS
G l o s s á r i o
779
farmacopeia: Repertório de 'medicamentos' (ver) que se aceitam
Imunoestimulante: Que estimula o sistema imunitário para a pro-
como eficazes para a sua prescrição e uso.
dução de células defensoras (imunidade celular) e de anticorpos
febrífugo: Que produz uma descida da temperatura corporal. (imunidade humoral). Assim se aumentam as defesas contra as in-
fitoterapia: (do grego phyton, planta, vegetal, e therapeutikos, tra- fecções. Ver 'defesas'.
tamento). Tratamento das doenças por meio das plantas medici- insecticida: Que destrói os insectos em geral. Ver também 'para-
nais. Os medicamentos fitoterápicos ou fitoterapêuticos elaboram- siticida'.
-se com partes, extractos ou misturas de uma ou várias plantas, insulina: Hormona produzida pelo pâncreas, a qual é indispensável
pelo que, do ponto de vista químico, são geralmente muito com- para a metabolização da glicose (açúcar). Quando, por um mau
plexos. Ver também 'farmacologia', 'homeopatia', 'medicamento'. funcionamento pancreático, a sua produção é nula ou insuficien-
fluidificante: Que torna um liquido mais fluido. te, aumenta o índice de glicose no sangue Chipergiicemiá, ver).
_ sanguíneo: aquele que diminui a viscosidade do sangue, Os diabéticos, isto é, as pessoas cujo pâncreas não produz sufi-
melhorando deste modo a circulação. ciente insulina, devem vigiar rigorosamente a sua dieta e, em mui-
tos casos, têm de injectar em si mesmos insulina. Não confundir
com 'inulina' (ver).
Galactagogo: .Que favorece a secreção de leite nas mulheres que
amamentam. É o oposto a 'antilactagogo' (ver). interno, uso: Ver 'uso interno'.
galénica: Diz-se das preparações farmacêuticas que contêm um ou inulina: 'Hidrato de carbono' (ver) que existe no rizoma de diversas
vários compostos orgânicos, geralmente de origem vegetal, em plantas, e que é de fácil metabolização, pelo que se recomenda
oposição às preparações de substâncias químicas puras. aos diabéticos. Ver a página 80.
germe: Na linguagem biomédica, é qualquer 'microrganismo' (ver),
Laxante: Que facilita a evacuação das fezes. É o oposto a 'anti-
causador de doença.
diarreico' fverj. Ver também 'purgante'.
lipido: Gordura. Ver a página 80.
Hematúria: Presença de sangue na urina.
local, aplicação: Ver 'aplicação local'.
hemolítico: Que provoca hemólise, isto é, destruição das hematias
(glóbulos vermelhos do sangue).
Medicamento: Qualquer produto mineral, vegetal ou animal, que
hemorroidal: Que favorece a cura das hemorróidas. Ver também cura, previne ou alivia as doenças. Ver também 'fármaco', 'fitote-
'venotónico'. rapia', 'droga'.
hemostático: Que faz parar as hemorragias. Ver também 'capilar, microrganismo: Micróbio. Ser vivo, geralmente unicelular, que ape-
protector'. nas se consegue Ver com a ajuda de um microscópio. 0 termo
hepático: Que favorece o bom funcionamento do fígado. Ver tam- aplica se sobretudo aos micróbios nocivos. Ver também 'germe'.
bém 'colagogo', 'colerético'. mineralizante: Ver 'remineralizante'.
hipercolesterolemia: excesso de colesterol no sangue. mucolitico: Que dissolve ou desfaz o muco, tornando-o mais fluido
hipertensor: Que eleva a pressão arterial. É o contrário de 'hipo- e portanto mais fácil de expulsar. Ver também 'expectorante'.
tensor' (ver). mucosa: Membrana celular que reveste estruturas tubulares e
órgãos ocos, como por exemplo o estômago ou a boca.
hipnótico: Embora em medicina seja sinónimo de 'soporífero' (verj,
não empregamos este termo, para evitar a sua possível confusão
com a hipnose psicológica (ou melhor, parapsicológica) induzida Narcótico: Que provoca um sono pesado (narcose), distinto do
por sugestão, ou inclusivamente auto-sugestão, já que a conside- sono natural. Em pequenas doses, as substâncias narcóticas cos-
ramos contraproducente em todas as suas formas. tumam ser 'estupefacientes' (ver). Ver também 'soporífero'.
hipoglicemiante: Que diminui a concentração de glicose no san- natural: Aquilo que a natureza produz, em contraposição ao 'artifi-
gue. As plantas hipoglicemiantes usam-se no tratamento da dia- cial' ou 'sintético' (ver). Assinafe-se que nem tudo o que é natural
betes e permitem, sob a vigilância do médico, uma redução na é saudável, do mesmo modo que nem tudo o que é artificial ou
dose de fármacos antidiabéticos orais ou de 'insulina' (ver). sintético se deve, por esse facto, rejeitar.
hipolipemiante: Que faz descer o nível de lipidos (gorduras) no san- nutritivo: Que nutre, ou seja, que oferece de modo abundante nu-
gue, especialmente do colesterol e dos triglicéridos. trientes, isto é: hidratos de carbono, proteínas, gorduras, vitami-
nas e minerais. Ver também 'alimentar', 'antianémico', 'reminerali-
hipotensor: Que provoca uma descida da pressão arterial. É o opos- zante', 'antiescorbútico'.
to a 'hipertensor' (ver).
homeopatia: (do grego homoio, semelhante, parecido, e patho_, Ocitócico: Que provoca contracções no útero de modo seme-
padecimento, doença). Classicamente, e segundo o próprio di- lhante ã acção da ocitocina (hormona hipofisária que desencadeia
cionário da Academia (de Madrid), é o «sistema curativo que apli- o parto).
ca às doenças, em doses mínimas [inclusive infinitesimais e ina-
Oficinal: Denominação tradicional de tudo aquilo que se prepara ou
preciáveis], as mesmas substâncias que, em maiores quantida-
elabora nas oficinas de farmácia, ou boticas, como antigamente
des, produziriam no homem saudável sintomas iguais ou pareci-
se chamaram os estabelecimentos que hoje designamos sim-
dos com aqueles que se pretende combater». Alguns dos prepa-
plesmente por 'farmácias' (ver). Muitas das espécies vegetais são
rados homeopáticos utilizam produtos vegetais, mas, ao contrá-
qualificadas como oficinais (officinalis), porque noutros tempos se
rio dos restantes medicamentos -tanto farmacológicos como fi-
usavam nas farmácias para a elaboração de medicamentos, para
toterapêuticos-, segundo os homeopatas, quando a dose diminui,
as distinguir de outras espécies a que se davam outros usos (cu-
a acção terapêutica aumenta, graças ao processo da dinami-
linários, industriais). Ver também 'farmacêutico', 'farmacológico',
zação. Desde há muito tempo que tem vindo a ser investigada a
'galénico'.
validade da teoria da dinamização, mas nunca pôde ser provada
cientificamente. Ver também 'doses homeopáticas', 'fitoterapia', oftálmico: Que tem utilidade no tratamento das afecções dos olhos.
'medicamento'.
oral, via: Ver Via oral'.
780
A SAÚDE PELAS PLANTAS MEDICINAIS
G l o s s á r i o
preparado / preparação: Todo o produto que sofreu um proces- Tónico estomacal: Que aumenta a secreção de sucos digestivos
so com o fim de potenciar as suas propriedades terapêuticas ou no estômago e favorece o esvaziamento deste órgão. Ver tam-
facilitar a sua conservação e uso. Ver 'medicamento', 'fármaco'. bém 'digestivo'.
farmacêutico ou farmacológico: Aquele que é feito num es- tonificante: Que fortalece e incrementa as funções do organismo,
tabelecimento de 'farmácia1 (ver). especialmente do sistema nervoso. Ao contrário dos "excitantes"
fitoterápico: 0 que é feito com produtos vegetais. Ver 'fitote- (ver), os tonificantes não esgotam nem sobrecarregam o sistema
rapia'. nervoso, antes o fortalecem,
homeopático: Ver'homeopatia',
tórpido: Diz-se de um processo que nâo actua com o vigor e a fa-
princípio activo: Componente de uma planta que tem acção cura- cilidade normais. Aplíca-se frequentemente às feridas ou úlceras
tiva ou nutritiva, ao contrário dos componentes inertes, isto é, que de cicatrização lenta ou difícil.
não têm efeitos sobre o organismo.
tóxico: Que intoxica, isto é, que envenena. É costume usar este ter-
purgante: Que provoca uma evacuação diarreica. Os purgantes tem mo para qualificar os produtos venenosos, mas não necessaria-
uma acção 'laxante' (ver) muito intensa, geralmente acompanha- mente mortais. Ver também 'venenoso'.
da de irritação do intestino.
_ drástico: Ver 'drástico'.
Uricosúrico: Que favorece a eliminação, pela urina, do ácido úri-
co do sangue, causador da gota.
Quimioterapia: Tratamento das doenças com produtos de 'sínte-
se química' íveri. Normalmente refere-se aos fármacos emprega- uso externo: Aquele que se faz de todo o produto ou tratamento
dos no tratamento do cancro. Ver também 'fármaco'. que se aplica no exterior do organismo, sem necessidade de ser
absorvido e passar para o sangue. Os gargarejos, bochechos, e
inclusivamente os enemas íclisteres) e irrigações vaginais, consi-
Kecidiva: Repetição duma doença pouco depois Ja conva- deram-se tratamentos externos, pois actuam de formal local. O
(escenca. termo 'uso externo' utiliza-se por oposição a "uso interno' (ver). Ver
também 'aplicação local*.
recidivante: Que provoca ou se manifesta com 'recidivas' (ver).
refrescante: Que acalma a sede e faz descer a temperatura cor- uso interno: Aquele que se faz de todo o produto que penetra no
poral. Ver fambém 'febrífugo'. interior do organismo e é geralmente absorvido, passando para o
sangue. Nesta obra, é sinónimo da ingestão por 'via oral' (ver).
remédio: Para evitar confusões, evitámos o emprego deste termo
no sentido de 'medicamento' (ver).
Vasoconstritor: Que provoca uma contracção no calibre dos va-
remineralizante: Que fornece sais minerais e oligoelementos, com sos sanguíneos, especialmente das artérias; isto é, que tem efei-
o fim de restaurar o equilíbrio mineral do organismo. Vef tdmbém to contrário ao dos 'vasodilatadores' (verj. Ver também 'anti-he-
'antianémico', 'nutritivo'. morrágíco'.
resolutivo: Que provoca a resolução, isto é, o desaparecimento dos vasodilatador: Que dilata os vasos sanguíneos, especialmente .as
inchaços nos tecidos inflamados, causado por hematomas, ab- artérias, permitindo assim uma maior passagem de sangue. É o
cessos ou infecções. Ver também anti-inflamatório', 'vulnerário'. contrário de Vasoconstritor' (ver).
revulsivo: Que, aplicado sobre a pele, causa uma irritação local e
vasoprotector: Ver 'protector capilar'.
um enrubescimento que atrai o sangue dos órgãos internos con-
gestionados, para a pele. Ver também Yubefaciente'.
venenoso: Que inclui veneno, ou seja, substâncias nocivas ã saú-
rubefaciente: Que produz irritação e enrubescimento da pele. Esta de, que provocam transtornos, inclusive a morte, dependendo em
propriedade está ligada à Yevulsiva' íveri. muitos casos da dose. Ver também 'tóxico'.
síntese química: Processo de união de diversos produtos quími- via oral: Diz-se daquilo que se ingere pela boca e atinge o aparelho
cos puros no laboratório, para formar um composto. Ver 'sintéti- digestivo.
co', 'fármaco',
vomitivo: Ver'emético'.
sintético: Elaborado por meio de 'síntese química' íverj. É costume
usar-se este termo como sinónimo de artificial, por oposição a 'na- vulnerário: Que favorece a cicatrização das feridas e a cura das
tural' (ver). contusões. Ver também 'cicatrizante'.
761
IRIDADES DE MEDIDA
V
UNIDADES DE MEDIDA
Ver também "Doseamento das tisanas" na página 58.
Temperatura: Neste livro, para a medição da temperatura, usa-se a escala chamada de Celsius, centesimal ou centígrada.
Nalguns países e publicações em língua inglesa, continua a usar-se a escala de Fahrenheit, na qual 0&C correspondem a 32°F e
100°Ca212T.
Na medição da temperatura corporal normaJ ou de febre, as principais equivalências são:
36°C = 96,8°F; 37°C = 98.6T; 38°C = 100.4T; 39°C = 102,2'F.
782
A SAÚDE PELAS PLANTAS MEDICINAIS
P r o c e d ê n c i a d a s i l u s t r a ç õ e s
Os desenhos botânicos foram executados por Ángel S. Chicharro e, como todos os restantes que aparecem nesta obra, são
propriedade da Editorial Safeliz S.L
783
IIBLIOGRAFIA
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SELECÇÕES OO READER'S DIGEST, Segredos e virtudes das plantas medicinais, Lisboa, 1983.
7*5
ÍNDICE DE NOUES C I E N T Í F I C O S
ÍNDICES ALFABÉTICOS
índices de nomes das plantas
No princípio de cada um dos dois volu-
índice de nomes científicos 784 mes deste livro figura um índice de do-
índice de nomes vulgares 786 enças (págs. 8 e 408) e um índice de
plantas (págs. 12 e 412).
índice geral alfabético 792
786
A SAÚDE PELAS P L A N T A S M E D I C I N A I S
í n d i c e s a l f a b é t i c o s
— pierreana, 450 — tetrahit. 306 Jumperus communis, 577 Nuphar lutea, 607 Polygonum aviculare, 272
— purpurascens, 450 Galium aparme, 361 Nymphaea alba, 607 — bistortum. 198
— xantorrhiza, 450 — verum, 361 Ivameria triandra, 196 — hydropiper, 274
Cuscuta epithymum, 386 Gentiana lutea, 452 Ucimum basilicurn, 368 Polypodium calaguala, 724
Cynara scolymus. 387 Geranium cicutarium. 631 Lactuca virosa, 160 Oenothera biennis, 237 — feuillei, 724
Cynodon dactylon, 559 — robertianum, 137 Laminaria digitata, 652 Olea europaea, 239 — leucatomos, 724
Cynoglossum officinale, 703 Geum rivale, 195 — hyperborea, 652 Ononis spmosa, 581 — vulgare, 392
Cytisus scoparius. 225 — urbanum, 194 — saccharina, 652 Opuntia ficus-indica, 718 Polystichum filix, 500
Ginkgo biloba, 234 Lamium álbum, 633 Orchis máscula, 512 Populusalba. 761
Datura stramonium, 157 Glechoma hederacea, 307 Laurus camphora, 217 Origanum majorana, 369 — basamifera, 761
Daucus carota, 133 Globularia alypum, 503 — cinnamomum, 442 — vulgare, 464 — canadicans, 761
Dictamnus albus, 358 — vulgaris, 503 — nobilis, 457 Orthosiphon grandiflorus, — nigra, 760
— fraxinella, 358 Glycyrrhiza glabra, 308 Lavandula angustifolia, 161 653 — tremula, 761
Digitalis gandiflora, 222 Gnaphalium dioicum, 297 — latifolia, 162 — stamineus, 653 Portulaca oleracea, 518
— lanata. 222 Gonolobus condurango, 454 — officinalis, 161 Oxalis acetosella, 275 Potentilla anserina, 371
— lutea, 222 Gossypium herbaceum, 710 — spica, 162 — canadensis, 371, 520
— purpúrea, 221 Gratiola officinalis, 223 — stoechas, 162 Panax gmseng, 608 — erecta. 371.519
Dipçacuç fullonum, 572 Grindelia robusta, 3 1 0 — vera, 161 — Quinauefolium. 609 — reptam. 371, 520
— sativus, 572 — squarrosa, 310 Leonorus cardíaca, 224 — repens, 609 — tormentilla, 519
Drosera rotundiíolia, 754 Guaiacum officinale. 311 Levisticum officinale, 578 — schmsegn, 608 Poterium sanguisorbar, 533
Dryas octopetala, 451 Lilium candidum, 716 Panycum dactylon, 559 Primula officinalis. 328
Dryopteris filix-mas. 500 namamelis virgmiana, 257 Limonia aurantifolia, 267 Papa Ver rhoeas, 318 — veris, 328
Harpagophytum Linum angustifolium, 509 — setigerum, 166 Prinus verticillatus, 673
tchinacea angustifolia, 755 procumbens. 670 — catharticum, 509 — somniferum, 164 Prosopis nigra. 497
— pallida, 755 Hedeoma pulegioides, 462 — crepitans, 508 Parietaria officinalis, 582 Prunus avium, 586
— porpurea, 757 Hedera helix, 712 — humile, 508 Passiflora edulis, 168 — capuli, 330
Eleutherococcus senticosus, Helianthus annuus, 236 — lewisn, 509 — incamata, 167 — cerasus, 587
609 Heliotropium arborescens. — usitatissimum, 508 — laurifolia, 168 — laurocerasus, 458
Ephedra distacfiya, 303 713 Lippia citriodora, 459 Persea americana, 719 — melanocarpa, 330
Epilobium alsinifolium, 501 —europaeum, 713 — triphylla, 459 — gratíssima, 719 — serotma, 330
— angustifolium, 501 — indicum, 747 Lithospermum erythorryzon, Petasites hybridus, 320 — spinosa, 372
— hirsutum, 501 — pervianum, 713 579 Petroselinum crispum, 583 — virginiana, 330
Equisetum arvense, 704 Hibiscus abelmoschus. 362. — officinale, 579 — sativum, 583 — x gondouini, 587
Erigeron canadensis, 268 363 — ruderale, 579 Peumus boldus, 390 Psidium guajaba, 552
Erodium cicutarium, 631 — rosa-sinensis, 362, 363 Lobelia inflata, 183 Phaseolus vulgaris, 584 Pulmonaria officinalis, 331
— moschatum, 631 — sabdariffa, 363 — urens, 183 Phoradendron flavescens, Pulsatilla vulgaris, 623
Eryngium campestre, 573 — tiliaceus, 363 Lythrum salicaria, 510 247 Púnica granatum, 523
— rnaritimum, 574 Hieracium pilosella, 504 Phyllitis scolopendrium, 321 Pyrus domestica, 535
Erytliroxylon coca, 180 Hippophae rhamnoides, 758 IVIajorana hortensis, 369 Physalis alkekengi, 585
Eucalyptus globulus, 304 Humulus lupulus, 158 Malpighia glabra, 764 — angulata, 721 Quassia amara, 467
Eugenia caryophyllata, 192 Hydnocarpus kurzii, 700 — punicifolia, 764 — viscosa, 721 Quercus alba, 210
- f l o r i d a , 317 Hydrastis canadensis. 207 Malus silvestris, 513 Phytolacca americana, 722 — amara, 210
Eupatorium ayapana, 388 Hymenaea courbaril, 497 Malva silvestris, 511 — dioica, 722 - i l e x , 210
— cannabinum, 388 Hyoscyamus niger. 159 Mandragora autumnalis, 517 Picraena excelsa, 467 — robur, 208
— collinum, 388 Hypericum androsaemum, — officinalis, 517 Pilocarpus jaborandi, 759 — suber, 210
— perfoliatum, 388 714 Manihot esculenta, 460 — pennatifolius, 759
— purpureum, 388 — perforatum, 714 — utilissima, 460 Pimpinella anisum, 322, 465 Kaphanus raphanistrum,
— staechadosmum, 388 Hyssopus officinalis, 312 Marrubium vulgare, 316 — magna, 322 393
— triplinerve, 388 Marsdenia condurango, 454 — major, 322 — sativus, 393
Euphrasia officinalis, 136 llex aquifolium, 672 Matricaria chamomilla, 364 — saxifraga, 322 Rauwolfia serpentina, 242
Evonymus europaeus, 707 — cassine. 673 Medicago saliva, 269 Pinus pinaster, 323 Rhamnus catnartica, 525
Exogonium purga, 499 — paraguayensis, 182, Melilotus officinalis, 258 — sylvestris, 323 — frangula, 526, 528
673 Melissa officinalis. 163,580 Piper angustifolium, 370 — purshiana, 528
ragus castanea, 495 — paraguensis, 182 Melittis melissophyllum, 580 — nigrum, 370 Rheum officinale, 529
— silvatica, 502 — pseudobuxus, 673 Menisipermum palmatum, Pirus malus, 513 — palmatum, 530
Ferula assafoetida, 359 — theezans, 673 446 Pistacia lentiscus, 197 — rabarbarum, 530
FÍCJS carica. 708 — verticiilata. 673 Mentha piperita. 366 Plantago arenana, 515 — rhaponticum, 530
Filipendula ulmaria, 667 — vomitória, 673 — pulegium, 461 — indica, 515 — undulatum, 530
Foemculum foeniculum, 360 lllicium verum, 455 Menyanthes trifoliata, 463 — lanceolata, 325 Ribes grossularia, 588
— officinale. 360 Inula helenium, 313 Mimosa nilotica, 469 — major, 325 — nigrum, 468, 764
— vulgare, 360 — montana, 662 — tenuiflora, 724 — media, 325 — rubrum, 468
Fragaria vesca, 575 Ipomoea purga, 499 Mirabilis jalapa, 499 — ovata, 515 — silvester. 468
Fraxinus excelsior, 669 íris florentina, 315 Monarda didyma, 634 — psyllium, 515 — spicatum, 468
— ornus, 669 — germânica. 315 — punctata. 634 Podophyllum peltatum, 517 — uva-crispa. 588
— oxycarpa, 669 - p a l l i d a , 315 Myrtus communis, 317 Polygala amara, 327 Ricmus communis, 531
— rotundifolia, 669 — foliosa, 317 — rupestris, 327 Robmia pseudoacacia, 469
Fucusvesiculosus, 650 Jasonia glutinosa, 456 — senega, 327 Rosa canina, 762
Fumaria officinalis, 389 Jateorrhiza miersi. 446 Nasturtium officinalis, 270 Polygonatum multiflorum, — centifolia, 635
Juglans duclouxiana, 505 Nepeta cataria, 367 723 — damascena, 635
Caalega officinalis, 632 — nigra, 506 Nerium oleander, 717 — odoratum, 723 — gallica, 635
Galeopsis dúbia, 306 — regia, 505. 506 Nicotiana tabacum, 183 — officinale, 723 Rosmarmus officinalis, 674
a ÍNDICE DE NOMES VULGARES
Rubia tinctorum, 589 Sarothamnus scoparius, — áspera, 592 Taraktogenos kurzn, 700 Urtica dioica. 278.641,674
Rubus íruticosus, 541 225 — leucophylla, 593 Taraxacum officinale, 397
— idaeus, 765 Sassafras officinalis, 678 — ornata, 593 Taxus baccata, 336 VaCC inium rnyrtillus, 260
Rumex acetosa, 275, 532 Satureja calaminlha, 375 — regelii, 593 Teucrium chamaedrys, 473 — vitisidaea, 261
— crispus. 532 — hortensis, 375 — spruceana, 593 — marum, 473
Valenana oíficinalis. 172
— patientia, 532 — montaria. 374 Solanum dulcamara, 728 Thea sinensis, 185
Saxifraga granulata, 591 — nigrum. 729 Vanilla fragans, 376
Ruscus aculeatus, 259 Theobroma cacao, 597
Ruta graveolens, 637 Scabiosa succisa, 731 Solidago virga-aurea, 594 Thymus serpyllum, 338 — planifolia, 376
Scolopendrium officinale, Sorbus aucuparia, 535 — vulgaris, 338, 769 Veratrum álbum, 452
babai serrulata. 610 321 — domestica, 535 Tilia americana, 171 Verbascum thapsus, 343
Saccharun officinarum, 332 Scrophularia nodosa, 543 Spartium scoparium, 225 — argêntea, 171 Verbena fiastata, 174
Saix alba, 676 Sedum acre, 726 Spergularia rubra, 596 — cordata, 171
— oílicinaVis, 174
— babylonica, 677 — telephium, 726 Spiraea ulmaria, 667 — europaea, 169,171
Selenicerus grandiflorus, Spirulina geitleri, 276 — platyphyllos, 171 Verónica beccabunga, 475
— fragilis, 677
216 — máxima, 276 — tomentosa, 171 — oíficinalis, 475
— purpúrea, 677
Sempervivum tectorum, 727 — platensis, 276 Tragopogon pratensis, 243 Viburnum lantana. 199, 643
Salvia hispânica, 638
Seneciojacobaea, 640 Stachys officinalis. 641,730 Trifolium nigrescens, 340 — opulus, 642
— hispanorum, 638
— viscosus, 640 — palustris, 641 — pratense, 340
— oíficinalis, 638 — prunifolium, 643
— vulgaris. 640 — silvatica, 641 — repens. 340
— pratensis, 638 — tinus, 643
Serenoa repens, 610 Stellaria media, 334 Trigonella foenum-graecum,
— sclarea, 638, 766 Vinca minor, 244
Sesamum indicum, 611 Succisa pratensis, 731 474
Sambucus ebulus, 590, 767
— orientale, 611 Symphytum oíficinalis, 732 Triticum repens, 559 — rósea, 245
— nigra, 767 Sideritis angustifolia, 471 — tuberosum, 733 Tropaeolum majus, 772 Viola odorata, 344
Sanguisorba minor, 533 Silybum marianum, 395 Syringa vulgaris, 472 Tumera diffusa, 613 — tricolor, 735
— officinalis, 534 Sinapis alba, 664 Syzygium aromaticum, 192 Tussilago farfara, 320, 341
Samcula europaea, 725 Viscum álbum, 246
— arvensis, 664
— marylandica, 725 — nigra, 663 I amarindus indica, 536 Ulmus campestris, 734 Vitis viniíera. 544
Santolina Sisymbrium officinale, 211 Tamus communis, 679 — fulva. 734
chamaecyparissus, 470 Smilax aristolochiaefolia, Tanacetum balsamita, 537 — minor, 734 Z e a mays, 599
Saponaria oíficinalis, 333 593 — vulgare, 537 Urginea maritima, 296 Zingiber officinale, 377
788
A SAÚDE PELAS PLANTAS MEDICINAIS
í n d i c e s a l f a b é t i c o s
— mil-homens, 699 Dente-deleão, 397 - de-são-cristóvão, 590 — virgem, 316 — macho, 500
Cipreste, 255 Dentebiwa, 500 - de-são-liacre, 343 Ervedetro, 563 Fidalguinhos, 131
— dos-cemiténos, 255 Dictamno, 358 - de-são-joão, 307, 624, Ervedo, 563 Figueira, 708
Cirio-do méxico, 216 — branco, 358 714 Èrvedo, 563 — da-barbaria, 718
— do-rei, 343 - r e a l , 358 - de-sáo-marcos, 537 Ervinha, 474 — da-europa, 708
Citronela-maior, 428 Digital, 221 - de-são-quirino. 341 Êrvodo, 563 — da-india, 718
— menor, 163 Doce-amarga, 728 - de-são-roberto, 137 Escabiosa-de-raiz-mordida, — de-baco, 708
Cliantos, 498 — lima, 459 -deda, 221 731 — do-egipto, 497
Coalha-leite, 361 Dórico-da-alemanha, 662 -dedal, 221 — mordida, 731 — do-inferno, 157
Cobrinha, 582 Dormideira, 164 - do-bicho, 729 Escalheiro, 219 — mansa, 708
Coca, 180 — brava, 166 -dobom-jesus, 691 Escambroeiro, 525 Figueirinha-do-inferno, 157
Cocleária, 356 Douradinha, 299 - do-bom-pastor, 628 Escancerejo, 535 Filipode, 392
— da-bretanha, 394 Drias, 451 -do-coalho, 361 Escarola, 441 Fisale, 721
— maior, 356 Dulcamara, 728 • do-espirito-santo, 426 Escolopendra, 321 Fisálide, 721
— oficinal, 356 -do-figado, 174,696 — vulgar, 321 Fitolaca, 722
Coentro, 447 Ebulo. 590 - do-pobre. 223 Escova, 225 Flor-cheirosa. 216
Cõlcluco, 666 Éfedra. 303 • do-tabaco, 183 EscQvioha, 131 — da-aurora, 448
— do-outono, 666 Eleuterococo, 609 - doce. 465 Escrofulária, 543 — da-imperatriz, 716
Colombo, 446 Endívia, 441 - dos-alhos, 560 — nodosa, 543 — danoite, 216
Cólquico, 666 Endrão. 349 -dos-bofes, 331 Escroto-canino, 512 — dapaixáo, 167
Colubrina, 198 Endro, 349 -dos-bruxos, 157 Espanta-lobos, 498 — de baile, 216
Colútea, 498 — ordinário, 349 - dos-burros, 237 Espargo, 649 — de-hércules, 448
Cominho, 449 Engatadeira, 158 - dos-cachos, 722 — hortense, 649 — de-himeneu, 364
— dos-prados. 355 Engos, 590 - dos-cachos-da-índia, Espinha-cervina, 525 — de-maio, 218
Cominhos, 449 Enleios, 386 722 — de-veado, 525 — de-páscoa, 623
Condurango, 454 Énula, 313 • dos-calos, 726 — sempre-verde, 672 — de-pavão, 772
Congonha, 182 — campana, 313 dos-cantores, 211 Espinheiro-alvar, 219 — de-são-joão, 624, 714
Congonha-vermelha, 182 Epilóbio, 501 dos-carpinteiros, 691 — branco, 219 — de-seda, 216
Congossa, 244 — peludo, 501 • dos-cavalos, 159 — cambra, 525 — do-noivado, 317
Consolda, 732 Equmácea, 755 •dos-gatos. 172, 367 — cerval, 525 — do-paraiso, 772
— maior, 732 — pupúrea, 757 dos-golpes, 691 — negro, 642 — do-vento, 623
— menor, 733 Equiseto-dos-campos, 704 • dos-gregos, 205 — vinheto, 384 Folhado. 643
— vermelha, 519 Erigerão, 268 - dos-leprosos, 475 Espirradeira, 717 Formigueira, 439
Consolida maior, 732 Erísimo, 211 - dos-militares, 691 Espirulina, 276 Fragária, 575
Consolo-da-vista, 136 — das-boticas. 211 • dos-muros, 582 Estaque, 641 Framboesa, 762
Convalária, 218 Erva-alheira, 560 - dos-passarinhos, 272 Estoirotes, 221 Framboeseiro, 765
Copaíba, 571 — andorinha, 701 • dos-soldados, 691 Estoura-flores, 221 Frango, 397
Copaibeira, 571 — anual, 583 • dos-tinhosos. 697 Estragão, 430 Fràngula, 526
Copaibeiro, 571 — babosa, 694 dos-vasculhos, 259 Estramónio, 157 Fraxmela, 358
Copaífera, 571 — benta, 194 dos-vermes, 537 Estraques, 221 Freixo, 669
Copo-de-leite, 716 — carapau. 510 • envenenada, 352 Eucalipto, 304 — comum. 669
Conandro, 447 — carnuda, 704 • escovinha. 260 Eufrásia, 136
— europeu, 669
Cornogodinho, 535 — carpinteira, 691 formiga, 439 Eupatória, 205
Fruto-de-pitágoras, 497
Coroa-demonge, 397 Eupatório, 205
— carvalha, 473 • formigueira, 439 Fuco, 650
Coronilha-de-frade, 503
— carvalhinha, 473 • forte, 594 — de-avicena, 388 Fumaria, 389
Corriola, 491
— cidreira, 163, 459 fura-paredes, 582 — dos-gregos, 205 Fumo-da-terra, 389
Couve, 433 — coalheira, 361 gateira, 367 Evònimo, 707 Funcho, 360
— galega, 433 — cobra, 490 -hepática, 205 Evônimo-da-europa, 707 - b a s t a r d o . 349
— portuguesa, 433 — da-américa, 722 • leiteira-de-nossa- — ordinário, 360
Craveiro-da índia, 192 — da-muda, 272 •senhora, 331 Faia, 502 — selvagem, 155
Cravina-tfágua, 274 — da-saúde, 272 • luisa, 459 — europeia, 502 — vulgar, 360
Cravinho, 192 — da-trindade, 735 macaé. 224 Falsa-acácia, 469
Cravo-arom atiro, 192 — da-vida, 510 mate, 182 — camomila, 350 Caaiaco, 311
— da-india,' '2 — das-abelhas, 667 • midriãtica, 352 Falso-anil, 632 Galega, 632
— de-cabecinha, 192 — das-azeitonas, 375 molarinha, 389 — sene, 498 Galeopse, 306
— dos-alpes. 662 — das-colheres, 356 moura, 729 Farfara, 341 Galião, 361
Cravoila, 194 — das-cortadelas, 691 moura-de-trepa, 728 Fava-d'água, 463 Gatinha. 581
Croatá-falso, 573 — das-galmhas, 272 moura-furiosa, 352 — dos-pántanos, 463 Gatunha, 581
Curcuma, 450 — das-muralhas, 582 moura-mortal, 729 — rica, 497 Genciana, 452
Cúrcuma, 450 — das-paredes, 582 noiva, 585, 729 Favária, 726 — amarela, 452
Cuscuta, 386 — das-pulgas, 515 pombinha, 389 — maior, 726 — das-boticas, 452
— das-verrugas, 701, 713 •pulgueira, 515 — vulgar, 726 — das-farmácias, 452
Dama-nua, 666 — de-aieite,673 rinchão. 211 fedegoso, 630 — dos-jaídms, 452
Damiana, 613 — de-bicho, 274 roberta, 137 Feijão, 584 Gengibre, 377
Dedalário, 221 — de-íogo, 624 ruiva. 448 Feijoeiro, 584 — amarelo, 377
Dedaleira, 221 — de-moura, 274 • saboeira. 333 Feiteirinha, 691 — das-boticas, 377
— amarela, 222 — de-nossa-senhora, 582 sagrada. 174. 312 Fel-da-terra. 389,436 — silvestre, 432
— de-ílores-grandes. 222 — de-sanfiago, 640 santa, 183 Fenacho, 474 Gengivre, 377
— lanosa, 222 — de-santa-maria, 439, terrestre, 307 Feno-grego, 474 Gerânio, 137
Dedaleiro-verdadeiro, 221 729 ulmeira, 667 Fentelha, 392 Gerbào, 174
Dedode-mercúrio, 666 — de-santana. 582 ursa, 338 Fetodoce, 392 Gergelim, 611
790
A SAÚDE PELAS PLANTAS MEDICINAIS
í n d i c e s a l f a b é t i c o s
792
A SAÚDE PELAS PLANTAS MEDICINAIS
í n d i c e s a l f a b é t i c o s
Tabaibo, 531 — vulgar, 171 — brancos, 343 — ursma, 564 Vime iro-amar elo, 676
Tamarina, 536 Tintureira, 722 Troques, 221 Vinagreira, 275
Tamarindeira, 536 — vulgar, 722 Turnera, 613 Valenana, 172 Vinca, 244
Tamarindeiro, 536 Tocha-espinhosa, 216 Tussilagem, 341 — menor, 172 Vincapervinca, 244
Tamarindo. 536 Tomilho, 338. 769 — fartara, 341 — selvagem, 172 Vinha-da-india, 728
Tamarineira, 536 — ordinário, 769 — silvestre. 172
Tamarineiro, 536 — da-judeia. 728
— vulgar, 769 Ulgebrão, 174 Vara-de-ouro, 594 — do-norte, 158
Tamarinheira, 536 Toranja, 267 Ulmeira, 667 Vareque-vesiculoso, 650
Tamarinheiro, 536 Viola. 344
Torga-ordmária, 570 Ulmeiro, 734 Vela-de-nossa-senhora, 343
Tamarinho, 536 Violeta, 344
Toringia, 267 — americano, 734 Verbasco, 343
Tamo, 679 Tormentila, 519 Verbena, 174,459 — de-cheiro, 344
Ulmo, 734
Tanaceto, 537 Tormentilha, 519 — roxa, 344
Unha-de-asno, 341 - a z u l , 174
Tanásia, 537 Tormentina, 519 Virgáurea, 594
— de-cavalo, 341 — sagrada, 174
Tanctiage, 325 Tornassol, 713 — verdadeira, 594
— gata, 581 Verça, 433
Tanchagem, 325 Tornesol, 713 Visco. 246
Unho-de-cavalo, 341 Verga-de-ouro, 594
— dos-alpes, 662 Toronja. 267 Urbegão. 174 Vermiculária, 726 — americano, 247
— maior, 325 Tramazeira, 535 Urternige, 624 Verónica, 475 — branco, 246
— média, 325 Transagem, 325 Urtiga-branca, 633 Visqueiro, 672
— da-alemanha, 475
— menor, 325 Trepadeira, 491 Vulnerária, 661
— maior, 278 — das-boticas, 475
Taraxaco, 397 — das-balsas. 491 — mansa, 278 — das-farmácias, 475
Tas na, 640 — das-sebes. 491 Urtigão, 278 — macho, 475 X i l o , 710
Tasneira, 640 — dos-tapumes, 491 Urucu, 700 — oficinal, 475
Tasneirinha, 640 Trevo, 340 Urucueiro, 700 Verrucária. 713 Zabumba, 157
Teixo, 336 — aquático, 463 Urucum, 700 Viburno, 199, 643 Zambujeiro, 239
Teléfio. 726 — branco, 340 Urze, 570 Zaragatoa. 515. 707
— americano, 643
Tepezcohuite, 724 — cervino. 388 — arenária, 515
— do-monte, 570 Vicária, 245
Têucrio, 473 — d'água, 463 — da-índia, 515
Usaidela, 439 Vide, 544
Tilia, 169 — dos-charcos, 463 Zebro, 672
Use. 363 — da-judeia, 728
— americana, 171 — dos-prados, 340 UvaKie-cáo, 679. 726, 728 Videira, 544 Zécora. 237
— de-folha-pequena, 171 — violeta. 340 — de-urso, 564 — europeia, 544 Zimbreiro, 577
-híbrida, 171 Trifolio-fibrino, 463 — do-monte, 260 Vido, 568 Zimbro, 577
— prateada, 171 Tróculos. 221 — espim, 384 Vidoeiro, 568 — comum, 577
a I I C E GERAL A L F A B É T I C O
Ver também o "Índice de doenças" no princípio de cada um dos volumes: páginas 8 e 408.
794
A SAÚDE PELAS P L A N T A S MEDICINAIS
í n d i c e s a l f a b é t i c o s
796
A SAÚDE PELAS PLANTAS M E D I C I N A I S
í n d i c e s a l f a b é t i c o s
Madeira da vida, 311 Nero, médico de, recomendava Peróxido de difenilglioxal, 394
Madeira, imputrescível, amieiro, 487 betónica, 730 Petitgrain, essência de, 154
Magnésio, plantas ricas em, 83 Néroli, essência, 154 Pilocarpina, 759
Maiwein, 351 Nervosismo, Pintura cosmética, de buglossa, 696
Malfeitores e bruxas usavam plantas contra-indicadas, 100 Pistilo, 43
meimendro-negro, 159 Nicotina, 183
- anis antídoto contra, 466 Planta medicinal, definição da OMS, 27
Málico, ácido, 92 Plantas, ameaçadas de extinção, 52
- fórmula química, 184
Maná, 669 - indícios na cavalinha, 706 - cultura, 46
Manilúvios, 67 - lenhosas, 48
Nogalina, 506
Manteiga de cacau, 598 Plastas, 23
Nomenclatura botânica, 32
- de loureiro, 457 Pocho-cacaua-atl, 597
Nomes das plantas, 32
Maquilhagem, com buglossa, 696 Podofilina, 517
Núcleo celular, 22
- com corante de açafroa, 751 Pólen, 43
Maridos, como "recuperar", as esposas Oclusão intestinal, plantas contra- Pomadas, 64
abandonadas, 465 indicadas, 99 Popúleo, unguento, 760, 761
Marijuana, 152 Oculares, lavagens, 72 Pós, 61
Mástique, 197 Óculos, meliloto "tira", 258 Potássio, plantas ricas, 83
Matéria médica de Dioscórides, 110 Oficinais, preparações, 60 Precauções no uso de plantas
Medicamentos de plantas, 110, 113 Oleico, ácido, 93 medicinais, 74, 98
- diferenças com as plantas, 111 Óleo de alfazema, 162 Preparações fitoterapêuticas, 60
Medicina americana - de avelãs, 254 - galénicas, 60
- de azeitona, 239-241 - oficinais, 60
pré-colombiana, 116-117 - d e gergelim, 612
Medicinal, árvore toda, macieira, 513 Pressão (espremedura),
- de gérmen de milho, 601
essências por, 91
Médicos chineses, recomendavam - de grainha de uva, 547
- de linhaça, 509 Princípios activos
cravinho, 192
- de loureiro, 457 das plantas, 44, 76, 78
Médicos pré-colombianos, 117
- de onagra, 238 Procaína, 181
Medida de plantas para tisanas, 58 - de pulicária, 268 Propriedades das plantas, como se
Meio ambiente, protecção e plantas - d e rícino, 531
medicinais, 52 descobriram. 118-121, 762-763
Óleos, 80 Próstata, adenoma, plantas contra-
Mel, ideal para adoçar tisanas, 59 - essenciais (essências), 90 indicadas, 100
Mel de cana, 332 Oligoelementos, - sementes te abóbora para, 605-606
Melaço, 332 presença nas plantas, 84 - serenoa para, 610
Membrana, da célula vegetal, 23 Olivas, ver azeitonas Proteínas, 81
Menstruação, OMS, definição de planta medicinal, 27 Protófitos, 26
plantas contra-indicadas, 101 Ópio, 164, 165
Mentol, fórmula química, 366 Provitamina A, plantas ricas, 82
Ordem, em botânica, 33 Purificadas, medicamentos à base de
México, História das plantas do, 772
- plantas e medicina Oxálico, ácido, 93 substâncias, 111
antiga no, 116-117
Minerais, 83 Páginas descritivas, Quatro flores, infusão peitoral, 287
explicação, 126-127 "Quebra-óculos", meliloto, 258
Mistura de plantas, 59
Papaína, 435 Quimioterapia, ver Medicamentos
Moctezuma, cipreste de, 25, 255
Papiani-panamacani, 117 Quinina, fórmula química, 752
Morfina, 164
Parênquima, 38 Quinina europeia, 487
-fórmula química, 165
Mortíferas, plantas, 106 Partes das plantas, 27
Mostarda, essência de, 393 Pasteur, preferia a uva ao vinho, 545 Rabaça, 270
Mucilagens, 79 PDG, 394 Rainha das frutas, maçã, 514
-acção, 516 Pecíolo, 31,38 Raios, loureiro,
- zaragatoa, grande conteúdo, 515 Pectina, 79 "protecção" contra os, 457
Mutis, J. Celestino, descobridor de Pedilúvios, 67 Raiz, 29
plantas americanas, 117 Pedras, ver Cálculos Raízes, tipos de, 39
Naturais, remédios, retorno, 112 Pedúnculos, 31 Refrescos, 267
Nebulizados, 63 Pele, leite de morangos, 575 Régio, unguento, 324
Nefrite, plantas contra-indicadas, 100 Período, plantas contra-indicadas, 101 Regras, ver Menstruação
Renais, cálculos, plantas contra- Superiores, vegetais, Urogenitais, afecções, plantas contra-
indicadas, 100 chamados plantas, 26 indicadas, 100
Reserpina, 242 Urtigações, 278
- fórmula química, 242 Tabaco, 183
Uso, externo, 64
- anis antídoto do, 466
Resina de violino, 324 - interno, 64
- lobélia, ajuda a deixar, 183
Resinas, 90 - seguro, das plantas, 74
- silva contra o, 541
Retinol, 135 Tahin, 612
Reumatismo, Vacúolos, 24
Talófitos, 26 Vaginais, irrigações, 73
harpagófito muito eficaz, 671 Tamanho dos vegetais, 25
Rizoma, 29 Valepotriato, fórmula química, 173
Taninos, 93
Rutina ( • vitamina P), 88 Variedades, 33
Tapioca, 460
Vegetais superiores ( = plantas), 26
Sacarose, 78 Tartárico, ácido, 92
Veneno vegetal mais activo, 148
Sais minerais, ver Minerais Taxol, 337
Venenosa, planta mais, da Europa, 148
Salada silvestre, 744 Teina, 185
- do mundo, 148
Salepo, 512 Teísmo, 185
Venenosas, plantas, 106
Salicílico, ácido, plantas que contêm, 92 Teobromina, 182, 598
- d e aplicação medicinal, 103-106
Salmonelose, 514 Teofilina, fórmula quimica, 179
Verlaine,
Sangue, limpeza do, 547 Terebintina, 290, 291, 323, 324 morte por consumo de absinto, 428
Santonina, 431 Terreno, influência sobre as plantas, 45
Vermute, 428
Sapogeninas, 88 Testículos, tubérculos semelhantes, 512
Vida, duração dos vegetais, 26
Saponinas, 88 Texoxo-tlacicitl, 117
Vida sã, importância, 74
Saquinhos para infusões, 56 Timol, fórmula quimica, 769 Vilanova, Arnau de, primeiro a descrever
Saúde, fruto dos hábitos e da Tintura de arnica, 662 a vara-de-ouro, 594
alimentação, 115 Tinturas, 63 Vincamina, fórmula química, 244
Schneider, acção antidisentérica das "Tira-óculos", meliloto, 258 Vinho, desaconselhável em todas as
maçãs, 513 Tisanas, 54-56 suas formas, 545
Secagem das plantas, 50 - adoçar, 59 Vinho de maio, 351
Secas, plantas que devem usar-se, 50 - de uma ou várias plantas, 59
Vitamina A, 82,134
Secreções, 31 - decocção, 56-57
- necessidades diárias, 135
- doseamento, 58
Semente, 31 Vitamina B, plantas ricas, 82
- preparação, 55
Sementes de alfarroba, 497 Vitamina Bi2, 82
Tlama-tepati-ticitl, 117
Senósidos, 493 Tóxica, planta mais, da Europa, 148 Vitamina C, goiaba, muito rica, 522
Sevigné, Madame de, apreciava o - plantas ricas, 82
alecrim, 675 - d o mundo, 148
Tóxicas, plantas, 106 - rosa-canina muito rica, 764
Silício, 84, 705
- de aplicação medicinal, 103-106 Vitamina E, plantas ricas, 82
- plantas ricas, 84
-parcialmente, 106-107 Vitamina P, plantas ricas, 83
Silimarina, 396
Trimetilxantina, 178 Vitaminas, 81
Sinais, teoria dos, 118-121 -fórmula quimica, 179
- exemplos Vivazes, plantas, 48
Tubérculo, 29
de aplicação, 292, 596, 626, 762 Voz, rinchão para a voz, 211
Sinapismos, 68, 663 Tuionas, 429
Vulnerário, definição e etimologia, 661
Síndroma de abstinência, a passtflora Tule, árvore de, 25, 255
ajuda a superar, 168 Wermut, 428
Sócrates, morto por cicuta, 155 Ulcera gastroduodenal, plantas contra-
indicadas, 98 White, EllenG.,
Substância mais amarga, 453 pioneira da fitoterapia, 115
Unguento, 64
Sucos gástricos, plantas que aumentam - basílico, 324
a produção, 98-99 - popúleo, 760, 761 Xantinas, 179
Sumidade, 31 - régio, 324 Xarope de bordo, 59
Sumo de aloés, 694, 695 Urinários, cálculos, plantas contra- - de sabugueiro, 768
Sumos, 60 indicadas, 100 Xaropes, 61
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