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REINO MONERA
Os seres vivos do Reino Monera, são seres vivos unicelulares e procariontes. Conhecidos pela designação
muito geral de bactérias, estes microrganismos vivem na Terra há cerca de 3800 M.a. (era pré-Câmbrica), existindo
evidências que tenham sido os ancestrais de todas as formas de vida na Terra. Pelo menos até á cerca de 1500 M.a.
eram as únicas formas de vida no planeta.
Foram identificadas pela primeira vez há cerca de 300 anos, pelos primeiros microscopistas, mas nem todas
as chamadas bactérias são iguais. Só nos anos 70 do século passado é que os biólogos descobriram quão radicalmente
diferentes as bactérias e as arqueobactérias realmente são e finalmente em 1996, quando se conseguiu fazer a
sequenciação completa do seu genoma é que se compreendeu como são diferentes de todos os restantes organismos.
Foi este facto que esteve na origem do sistema de classificação proposto por Carl Woese.
HABITATS
Apesar da sua simplicidade, estes organismos são, numericamente, a forma dominante de vida na Terra.
Habitam uma diversidade muito grande de ambientes, alguns tão extremos que não suportam outras formas de vida.
Assim, podemos encontrar bactérias no ar, no solo, na água e mesmo dentro de outros seres vivos. No que diz
respeito aos ambientes extremos, existem bactérias em fontes termais, com temperaturas médias perto dos 80 ºC,
em locais gelados, como na Antártida debaixo de uma camada de gelo com 300m, ou em habitats extremamente
salgados.
ORGANIZAÇÃO
As bactérias são seres unicelulares, procariontes, e apresentam dimensões muito reduzidas (1 a
5 micrómetros, em média). Devido a este facto, a sua estrutura só pôde ser melhor conhecida com o auxílio do
microscópio electrónico.
As suas células são muito simples, sem organitos internos para além de ribossomas. O ADN bacteriano é
constituído por uma só molécula circular de ADN, de dimensões reduzidas quando comparada com as moléculas dos
eucariontes, que se encontra dispersa de forma irregular no citoplasma.
Podem apresentar, na sua parte externa, uma cápsula protectora e algumas formas apresentam um ou vários
flagelos que auxiliam na locomoção.
Cápsula
Flagelo
Há bactérias que vivem isoladas, mas muitas vezes apresentam-se em grupos de duas células ou agregados
filamentosos, em forma de cacho ou com formas mais irregulares. Como se multiplicam muito rapidamente, a grande
maioria vive em grandes agregados, denominados colónias.
- Bactérias simbióticas – são bactérias que estabelecem relações com outros seres vivos, em que ambos beneficiam
e um não pode viver sem o outro. É o caso das bactérias que vivem no interior do sistema digestivo dos ruminantes.
Estes animais dependem em grande parte da celulose para a sua alimentação, mas não conseguem produzir a enzima
necessária para a sua digestão. Esta enzima é produzida pelas bactérias que vivem no seu sistema digestivo,
transformando assim a celulose em outros compostos que o animal pode utilizar.
- O Homem também possui bactérias no intestino (por exemplo, Escherichia coli), produtora de várias vitaminas
essenciais ao nosso metabolismo.
- Bactérias utilizadas na indústria. Há já milhares de anos que o Homem utiliza as fermentações bacterianas para
produzir queijo, iogurte, vinagre, cerveja, vinho, entre outros produtos. Algumas podem mesmo ser usadas como forma
biológica de tratamento de águas de esgotos.
Embora os organismos do reino Monera desempenhem várias actividades com efeitos benéficos para o
Homem, a sua acção também pode ser bastante prejudicial. Por exemplo:
- Decomposição de alimentos. Apesar de a decomposição ser extremamente importante nos ecossistemas, não
podemos esquecer as bactérias decompositoras também actuam sobre os alimentos, provocando a sua putrefacção,
ou sobre matéria orgânica, podendo levar à contaminação das águas.
Ideias-Chave
• O reino Monera é constituído por seres unicelulares procariontes (bactérias).
• Existem numa grande diversidade de habitats, e em termos de metabolismo apresentam também grande
variedade: podem ser autotróficos por quimiossíntes ou fotossíntese ou heterotróficos por absorção.
• Nos ecossistemas ocupam uma posição importante como decompositores (alguns são produtores).
• Os seres vivos do reino Monera são muito importantes ao nível dos ecossistemas, estabelecem relações
simbióticas importantes com os organismos e são também muito importantes para o Homem, podendo ser
utilizados na indústria ou na produção de medicamentos.
• Podem ser prejudiciais na medida em que intervêm no processo de putrefacção de alimentos e algumas
espécies são patogénicas, podendo provocar problemas de saúde.