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Inês de Castro

I
nês de Castro era filha natural de Pedro Fernandes de Castro,
mordomo-mor do rei Afonso XI de Castela, e de uma dama
portuguesa, Aldonça Lourenço de Valadares. O seu pai, neto por via
ilegítima de Sancho IV de Castela, era um dos fidalgos mais
poderosos do reino de Castela.
Em 1339 teve lugar o casamento do príncipe Pedro, herdeiro do trono
português com Constança Manuel, filha de João Manuel de Castela,
príncipe de Vilhena e Escalona, duque de Penafiel, tutor de Afonso XI
de Castela, «poderoso e esforçado magnate de Castela», e neto do rei
Fernando III de Castela. Mas seria uma das aias de Constança, D. Inês
de Castro, por quem D. Pedro viria a apaixonar-se. Este romance
começou a ser comentado e mal aceite na corte e pelo próprio povo.

Sob o pretexto da moralidade, rei D. Afonso IV não aprovava esta


relação, não só por motivos de diplomacia com João Manuel de
Castela, mas também devido à amizade íntima de D. Pedro com os
irmãos de D. Inês - Fernando de Castro e Álvaro Pires de Castro.
Sentindo-se ameaçados pelos irmãos Castro, os fidalgos da corte
portuguesa pressionavam o rei D. Afonso IV para afastar esta
influência do seu herdeiro. Assim, em 1344 o rei mandou exilar Inês
no castelo de Albuquerque, na fronteira castelhana. No entanto, a
distância não teria apagado o amor entre Pedro e Inês que, segundo a
lenda, continuavam a corresponder-se com frequência.
Em Outubro do ano seguinte, Constança morreu ao dar à luz o futuro
rei Fernando I de Portugal. Viúvo, Pedro mandou Inês regressar do
exílio e os dois foram viver juntos em sua casa, o que provocou
grande escândalo na corte, para enorme desgosto de El-Rei seu pai.
Começou então uma desavença entre o rei e o infante.
D. Afonso IV tentou remediar a situação casando novamente o seu
filho com uma dama de sangue real. Mas Pedro rejeitou este projecto,
alegando que sentia ainda muito a perda de sua mulher Constança e
que não conseguia ainda pensar em novo casamento. No entanto,
fruto dos seus amores, Inês foi tendo filhos de D. Pedro: Afonso em
1346 (que morreu pouco depois de nascer), João em 1349, Dinis em
1354 e Beatriz em 1347. O nascimento destes veio agudizar a
situação: Durante o reinado de D. Dinis, D. Afonso IV sentira-se em
risco de ser preterido na sucessão ao trono devido aos filhos
bastardos do seu pai. Agora circulavam boatos de que os Castros

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conspiravam para assassinar o infante D. Fernando, herdeiro de D.
Pedro, para o trono português passar para os filhos de Inês de Castro.
Entretanto, o reino de Castela encontrava-se em grave agitação com
a morte de Afonso XI e a impopularidade do reinado de D. Pedro I de
Castela, cognominado o Cruel. Os irmãos de Inês sugeriram a Pedro
que juntasse os reinos de Leão e Castela a Portugal, uma vez que o
príncipe português era, por sua mãe, neto de D. Sancho IV de Castela.
Em 1354 convenceram-no a pôr-se à frente da conjuração, na qual
Pedro se proclamou pretendente às coroas castelhana e leonesa. Foi
novamente a intervenção enérgica de Afonso IV de Portugal que
evitou que tal sucedesse. O rei mantinha uma linha de neutralidade,
abstendo-se de intervir na política de outras nações, o que lhe
permitia paz e respeito com os reinos vizinhos.

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