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O QUE FOI?
No dia 15, Oswald de Andrade leu alguns de seus poemas e Mário de Andrade fez
uma palestra intitulada "A escrava não é Isaura", onde se referia ao "belo horrível" e
evocava a necessidade do abrasileiramento da língua e da volta ao nativismo.
Agora que foi explicado o que foi o evento, seus objetivos, é provável que se pense:
Mas, como surgiu a idéia de montar uma Semana de Arte Moderna? Mário de
Andrade deixa bem claro, que não foi dele: "Por mim não sei quem foi, nunca soube,
só posso garantir que não fui eu". Porém, com a ajuda de registros do livro de
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memórias de Di Cavalcanti chamado "Viagem de Minha Vida - Testamento da
Alvorada", ele assinala que foi ele o idealizador da Semana de Arte Moderna, tendo
como um modelo a Semana de Deauville, na França. Assim ele sugeriu a Paulo Prado
a realização de "uma semana de escândalos literários e artísticos de meter estribos na
burguesiazinha paulistana". Analisando agora o evento, há que se dizer que o público
não teve a mesma reação frente aos diferente tipos de arte. As artes plásticas foram as
que tiveram melhor repercussão.
Cronologia
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1917 — Exposição de Anita Malfatti. O escritor Monteiro Lobato escreve o artigo
"Paranóia ou Mistificação?", onde critica vigorosamente as inovações na pintura de
Anita e se envolve em uma polêmica com os principais artistas do movimento
modernista
1920 — Oswald de Andrade e Menotti del Picchia fundam a revista "Papel e Tinta".
Graça Aranha publica "Estética da Vida". Victor Brecheret expõe as maquetes do
monumento às Bandeiras (SP). Exposição de Anita Malfatti e John Graz.
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A SEMANA
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INFLUÊNCIAS EXTERNAS
cubismo
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natureza a partir de formas semelhantes às geométricas. O outro representante do
movimento é o ex-fauvista francês Georges Braque (1882-1963), que, assim como
Picasso, foi influenciado pela arte africana.
expressionismo
Iniciado no fim do século XIX por artistas plásticos da Alemanha, o movimento tem
seu auge entre 1910 e 1920 e se expande para a literatura, música, teatro e cinema.
Em função da 1ª Guerra Mundial (1914-1918) e das limitações provocadas pela
língua alemã, tem maior expressão entre os povos germânico, eslavo e nórdico. No
entanto, manifesta-se com ênfase também na França por meio do fauvismo.
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O movimento na literatura origina-se da insatisfação com os limites do realismo-
naturalista. O irlandês James Joyce (1822-1941), com Ulisses, o inglês T.S. Eliot
(1888-1965) e os austríacos Franz Kafka (1883-1924) e Georg Trakl (1887-1914)
estão entre os principais autores que usam técnicas expressionistas.
futurismo
Nas artes plásticas o movimento começa com o objetivo de criar obras com o mesmo
ritmo e o mesmo espírito da sociedade industrial. Para refletir velocidade na pintura,
os artistas recorrem à repetição dos traços das figuras. Para mostrar vários
acontecimentos ao mesmo tempo, adaptam técnicas do cubismo, que naquela época
predominava na França.
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Guillaume Apollinaire (1886-1918) e os fundadores do futurismo russo, entre eles o
expoente Vladimir Mayakovsky (1894-1930).
surrealismo
O Surrealismo é um movimento artístico literário que surge na França nos anos 20,
reunindo artistas anteriormente ligados ao Dadá. Fortemente influenciado pelas
teorias psicanalíticas de Sigmund Freud (1856-1939), o surrealismo enfatiza o papel
do inconsciente na atividade criativa. A arte deve se libertar das exigências da lógica
e ir além da consciência cotidiana, expressar o inconsciente e os sonhos, livre de
controle da razão e de preocupações estéticas ou morais. O principal teórico e líder do
movimento é o poeta, escritor, crítico e psiquiatra francês André Breton (1896-1966),
que em 1924 publica o primeiro Manifesto Surrealista. A palavra surrealismo havia
sido criada em 1917 pelo poeta Apollinaire Guillaume (1886-1918), ligado ao
cubismo, para identificar expressões artísticas que se esboçavam. A palavra é adotada
pelos surrealistas por refletir a idéia de algo além do realismo.
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ESCULTURAS
Victor Brecheret foi sim o destaque na Semana de Arte Moderna, só que além dele
mais dois outros artistas apresentaram suas obras no Municipal: Wilhelm Haarberg e
Hildegardo Leão Velloso. A intenção principal dos escultores na Semana foi romper
com as tendências da Academia, ou seja, assim como nos outros campos artísticos:
inovar.
Velloso, ao que tudo indica, entrou para o grupo de expositores de última hora, já que
no catálogo da Semana não há nenhuma referência ao artista carioca. A falta de dados
faz com que os estudiosos não saibam ao certo o número de obras apresentadas pelo
escultor e quais eram suas tendências artísticas exatas.
MÚSICA
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Villa-Lobos pela primeira vez realiza a mistura do erudito com o popular brasileiro,
influenciado pelo francês Darius Milhaud. Mistura adotada, posteriormente, pela
literatura e as artes plásticas.
A obra de Villa-Lobos não foi a única apresentada durante a Semana. Obras dos
compositores franceses Claude Debussy e Eric Satie foram interpretadas,
respectivamente, por Guiomar Novaes e Ernani Braga. Braga também interpretou
uma obra de Villa-Lobos: A fiandeira.
Alto:Orlando Frederico.
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Violoncelo: Alfredo Gomes.
c) "Jois sans retard, car vite s'ecoule la Paulina d'Ambrósio e Fructuoso Vianna
vie".
"Não escrevo dissonante para ser moderno. De maneira nenhuma. O que escrevo é
conseqüência cósmica dos estudos que fiz, da síntese a que cheguei para espelhar
uma natureza como a do Brasil. Prossegui, confrontando esses meus estudos com
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obras estrangeiras, e procurei um ponto de apoio para firmar o personalismo e a
inalterabilidade das minhas idéias".
Heitor Villa-Lobos
Nasceu no Rio de Janeiro. Sua iniciação musical veio do pai, Raul Villa-Lobos, que
tocava violoncelo e clarineta. Suas principais influências começam a ser Bach e
também as rodas de música em que acompanhava o pai, onde seresteiros e cantadores
apresentavam a música nordestina. O convívio com este tipo de música desperta em
Heitor Villa-Lobos o gosto pela arte popular, vivida com maior intensidade mais
tarde.
No entanto este gosto pela música popular, não agradava seus pais, quando Villa-
Lobos resolve acompanhar mais de perto aqueles cantadores, foi proibido pelos pais.
Com a insistente idéia da mãe em ter um filho médico, aos 16 anos, ele se matricula
em um curso preparatório para o vestibular de medicina. No entanto, logo desiste e
foge para a casa de uma tia, onde poderia ter maior liberdade para freqüentar os
chorões e poder também tocar em pequenas orquestras.
Com a morte do pai, Villa-Lobos passa a enfrentar uma situação financeira difícil, já
que apesar de ser de uma família de posses, seu pai não costumava guardar dinheiro.
Sua mãe passa a ter que trabalhar e o músico, passa a vender os livros da biblioteca
do pai, numa maneira de levantar dinheiro.
Mais tarde, Villa-Lobos resolve viajar pelo Brasil. Este contato com diferentes
culturas brasileiras permitiu que o músico entendesse melhor a arte popular. É nesta
fase que Villa-Lobos compõe Amazonas e Uirapuru.
Em 1913, regressa ao Rio de Janeiro onde começa a compor com maior assiduidade
obras como: Cânticos Sertanejos, Brinquedo de Roda, Sonata Fantasia nº1 e as
óperas Aglaia e Elisa.
Em 1923, Villa-Lobos vai para a Europa com o objetivo de apresentar suas obras ao
público europeu, retorna ao Brasil em 1930 com uma produção musical significativa
e o reconhecimento internacional.
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Villa-Lobos passa a exercer a função de educador e divulgador da música. Criou a
Orquestra Villa-Lobos e a Academia Brasileira de Música. Além de ter sido
Secretário da Educação Musical durante o Governo de Getúlio Vargas.
O Movimento Antropofágico
Após a Revolução de 30, o autor radicaliza e passa a defender uma arte social.
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O QUE É ANTROPOFAGIA
A iniciativa não era inédita. Após a Independência, o romantismo já havia usado esse
"índio mitológico" (Peri, Moema) para construir uma identidade nacional, oposta à
dos europeus.
Desde que Oswald de Andrade escreveu o manifesto muita coisa mudou no Brasil,
tanto na política quando culturalmente. O movimento antropofágico ainda não perdeu
sua atualidade quando se vê no ponto da denúncia e da vontade de exigir um
remanejamento das idéias mais avançadas que combinem com o nosso meio social e
político. Ainda, a estrutura social que a antropofagia reflete não mudou seus aspectos
fundamentais, a industrialização capitalista das últimas décadas, aumenta ainda mais
a desigualdade em nosso país, trazendo de um lado a sofisticação e modernização e
de outro a marginalidade urbana.
Apesar das mudanças e da evolução do país em vários aspectos, o Brasil que Oswald
de Andrade escreveu o Manifesto Antropofágico é ainda o mesmo Brasil de hoje:
dependente. Dessa forma podemos dizer que o manifesto antropofágico é um
movimento que instalou-se de maneira forte e duradoura na cultura brasileira.
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Tarsila do Amaral
Em 1928, Tarsila pintou sua mais conhecida obra, “Abaporu”, que significa “o
homem que come carne”, feito de presente de aniversário para seu atual marido. A
artista também foi escritora. Mesmo no fim de sua vida com câncer e presa à uma
cadeira de roda por problemas na coluna, Tarsila mantinha-se entretida estudando
grego e recitando poesia.
Obras:
Abaporu A Lua
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Glossário
Impressionismo: tendência das artes plásticas que tem seu apogeu na pintura entre
1870 e 1880, na França, e um pouco mais tarde, perto do fim do século influencia a
música. É o marco inicial da arte moderna por ser o início do caminho rumo à
abstração. Embora mantenha temas do realismo e do naturalismo aborda-os de
maneira diferente. De acordo com a historiografia moderna, a grande revolução do
impressionismo não é temática, mas sim estética.
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MANIFESTO ANTROPOFAGO Só não há determinismo, onde há
mistério. Mas que temos nós com
isso?