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Nº 19

Teorias sobre e agressividade

1. A Concepção de Freud
2. A Concepção de Lorenz
3. A Concepção de Dollard
4. A Concepção de Bandura
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Nº 19

1. A Concepção de Freud

Em grande parte da obra freudiana, a agressão é entendida como resultado de um


processo defensivo. Especificamente, segundo a primeira teoria pulsional (“O instinto e
suas vicissitudes” [Freud, 1915/1980]), a agressividade seria, em última instância, uma
formação reactiva: o ódio seria manifestação secundária da libido. Sobre isso, vale ainda
notar que a polaridade entre amor e ódio é entendida como uma organização da libido,
na fase anal sádica. Ou seja, segundo esse raciocínio, odiar é apenas uma forma,
necessária, de amar.
O paradigma da atitude agressiva aparece na situação da horda primitiva,
descrita em “Totem e tabu” (Freud, 1912/1980). Nesse caso, trata-se de uma
agressividade que tem como base o amor à mãe (objecto de reivindicação), ao pai (amor
que causa o remorso) e aos irmãos (que leva à identificação e organização social). O
amor subjacente ao ódio justificaria a culpa. E a agressividade, transposta em culpa, já é
organizada (e, ao mesmo tempo, organizadora) pelas relações afectivas. É no peso dessa
situação primeva, repetida e herdada filogeneticamente, que Freud encontra o lugar de
uma ética inquestionável, se assim pode ser dito. Inquestionável porque filogenética, e
sem ela não haveria grupo e sobrevivência da espécie.
Nesse ponto cumpre considerar a óptica evolucionista, que Freud adopta: o amor e
suas manifestações (entre elas a agressão) são fundados nos interesses de sobrevivência
(o objecto de amor surge sempre da dependência biológica [Freud, 1925/1980]). A
relevância do interesse de sobrevivência leva Freud, inclusive, a não conceber o
masoquismo, excepto como resultado de uma identificação com o objecto, alvo de uma
libido sádica (somente após 1920, é que o autor reorganiza a hipótese sobre o
masoquismo, a qual é particularmente descrita em “O problema económico do
masoquismo” [Freud, 1924,1980]).
A agressividade, explicada dessa maneira, é submetida ao ego desde o início. Ou
seja, é sempre uma agressividade regulada pelo que, até a segunda teoria pulsional,
Freud designa pelos dois princípios de funcionamento mental (princípio do prazer e
princípio da realidade). Interessa salientar que o ego é fundado em identificações, as
quais implicam numa condição libidinal. Enfatiza-se assim a tese de uma agressividade
ética, porque baseada no amor ao outro (notando os processos de correspondência entre
o outro e o narcisismo) e no controle egoísmos.
Com a formulação do conceito de pulsão de morte, em “Além do princípio do
prazer” (Freud, 1920/1980), a génese da agressão está aquém dos representantes
psíquicos, portanto, aquém da formação do outro, numa localização anterior à estrutura
egoísmo (daí não tardar para que Freud designe o id, como lugar desse início pulsional,
em “O ego e o id” [Freud, 1923/1980]).
E mesmo a agressão sendo organizada na acção recíproca das pulsões de vida e
de morte, é nessa última que está sua génese. O masoquismo primário é fundado na
força da pulsão de morte. Sem dúvida, essa afirmação considera que tal genealogia é
explicada em termos meta - psicológicos: trata-se de uma perspectiva lógica, e não
cronológica.

Esse impulso primordial à destruição está isento de controlo psíquico (visto a


acção da pulsão de morte, que desliga as representações psíquicas). De acordo com essa
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perspectiva de Freud, a formação do outro e das relações de afecto que lhe são inerentes
já são defesas, limitadas (D’Avila Lourenço & Simanke, 2007), contra tal impulso
destrutivo.

1.A Concepção de Lorenz


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Segundo Lorenz, a agressividade humana estava programada


geneticamente, sendo desencadeada em determinadas situações. O ser
humano não teria os mecanismos reguladores da agressividade como os
animais, o que explicaria as guerras.

A concepção de Dollard (teoria da frustração-agressão: a agressão como


reacção à frustração)

Segundo Dollard, a agressão seria provocada pela frustração. Quando o


sujeito não conseguia atingir os objectivos pretendidos, recorria à agressão.
• A concepção de Bandura (teoria da aprendizagem observacional: a
agressão como resultado da aprendizagem – aprendemos a magoar os
outros)

Segundo Bandura, o comportamento agressivo era aprendido por


observação e imitação de modelos. A criança, no seu processo de
socialização, imitaria o comportamento dos pais, dos professores e dos seus
pares, incluindo os comportamentos agressivos (aprendizagem social).
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