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Quem sou eu como professor e aprendiz”

Quem sou eu como professora?

Para responder fui ao passado, eu como aluna.

Meu primário foi muito chato, quadros lotados, professora falando sem parar, meu
Deus quando ela irá parar de falar?

Me desligava e imagina algo melhor, eu queria dançar, cantar representar, o barulho


do giz arranhando no quadro me irritava, meus colegas jogando papel e a professora
gritando me deixa doida, meu corpo já não suportava aquela cadeira dura.

Quando chegava em casa, tinha que ler aquilo tudo novamente, fazia um resumo de
uma maneira que pudesse entender melhor.

Na minha época, tínhamos que fazer o quinto ano e depois a admissão, tentei a prova
de seleção para o Colégio Estadual pulando a admissão e para surpresa de minha
professora (já que ela havia afirmado em sala, que eu e um colega íamos tentar mas
não iríamos passar) pois foi justamente os dois únicos aprovados).

Minha notas eram regulares durante todo o primário.

No Ginásio corria da mesma forma que o primário, até que tive a primeira aula de
matemática com o professor Rosendo Moreira Pimenta, ele era fantástico, suas aulas
eram alegres, brincava com os conteúdos e havia um fato importante, ele conversa
com todos os alunos, sabia nossos nomes.

Veio a professora de educação física Lili Dinelli, as aulas eram de dança, havia
harmonia entre as alunas, parceria, criando laços de amizade, mantidos até hoje.

Fiz parte do Centro Cívico, do Grêmio Estudantil, promovíamos concursos de danças,


festivais de músicas estudantis, concurso de trovas, campeonatos de jogos estudantis
e fazia parte da fanfarra do colégio.

O curso normal, meu Deus! Não quero ser professora!

Mas minha família queria porque queria, lá fui eu para o normal.

Tive a sorte de estudar durante quatro anos com um professor maravilhoso, Marilon,
suas aulas eram sempre um desafio, ele sabia do que falava, não precisa ler para falar,
seus exemplos eram reais, no quadro somente tópicos, não precisava ficar
copiando...copiando...em uma simples frase me lembrava de tudo que ele havia falado
em aula.

Tive também por três anos uma professora sabe tudo, sabe tudo com quadro cheio,
copiando dos livros e falando demais.

Falava até o que não devia, um dia houve um problema muito sério em minha casa,
muito sério mesmo! Fui para a escola chorando, antes de entrar sentei na beira do rio,
que passa perto do colégio até conseguir parar de chorar. Ao entrar na sala, fui direto
sentar, ela entrou, depois de uns cinco minutos gritou lá na frente: vocês aparecem no
colégio com os olhos vermelhos, sei muito bem o que fazem antes da aula!

Vou chamar a polícia e encaminhar algumas alunas, não quero aluna drogada em
minha sala!

Ainda não tinha me dado conta que era comigo que ela falava, olhos vermelhos tudo
bem, havia chorado mais uma hora, mas drogada?

Ela sabia humilhar também, era mestre nisto.

Todas me olhavam assustadas, minhas amigas sabiam que eu não usava droga e pelo
modo que cheguei sabiam que havia algo errado.

Me retirei da sala, para não faltar com respeito, fui para direção e pedi para me
levarem ao hospital e fazerem o exame. Claro que ninguém me levou para lugar algum,
o exame não foi realizado, em casa nada falei, minha família passava por um
problema muito sério, não seria eu a levar mais um.

Ela nos deu aula mais dois anos, passei dois anos sem olhar nos olhos dela, a matéria
que eu tanto gostava passou a ser uma nada, copiava, decorava, só tirava média nove
e meio.

As provas eram previsíveis, era só decorar os textos. Perguntem se me lembro de


algum texto.

Minha média era sempre boa em todas as matérias, as que eu entendia não precisava
estudar, as outras era só decorar.

Hoje me recuso a decorar qualquer coisa, pois não me lembro de nada do que decorei.

Eu como professora?

Sou uma mistura de cada mestre que me ajudou a construir meu conhecimento.
Não sigo a linha de quadro cheio, de fazer os alunos decorarem, minhas provas são
preparadas junto com os alunos, eles anotam em um papel os tópicos que eles acham
importantes, falam o porque e só depois preparo a mesma.

Minhas aulas são alegres, sou amiga de meus alunos, olho nos olhos deles. Quando
chega um triste, chamo, converso, se posso ajudar, ajudo de coração.

No quadro somente os tópicos, os exemplos são reais, juntos construímos nosso


conhecimento.

Sempre trabalhei montando grupo de danças, teatro, músicas.

Fui ser Orientadora Tecnológica, descobri finalmente meu lugar na educação.

Durante o curso de Orientadoras, fui me apaixonando por todas as possibilidades de


inovação,

Em cada aula nós descobríamos algo novo e ao aplicar em minhas turmas, cada vez
mais a aprendizagem melhorava, conteúdos defasados em séries anteriores eram
recuperados.

Como professora, mesmo afastada da função de OT, continuei usando blogs com
meus alunos, trabalhamos com webequests, criamos vídeos e slides, com os
conteúdos do PCN.

Os alunos estão sempre motivados, participativos.

É a união de sala convencional ao laboratório de informática educativa.

Cada professor tem seu modo de ser, não estou correta em tudo, ninguém acerta
sempre, não quero ser igual aos professores, que passaram em minha vida, que
machucaram meus colega, que mudaram negativamente o rumo da história de vida
deles.

Sou uma pessoa que trabalho feliz, tenho a sorte de trabalhar no que eu amo.

Como aprendiz, gosto de aulas criativas, cooperativas, colaborativas e interativas.

Curso: Tecnologia na Educação: Aprendendo e Ensinando com as TIC

Professora Orientadora Tecnológica Marise Brandão

Proinfo Integrado - Seed/mec.

NTERJ07_2009

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