Professional Documents
Culture Documents
ARQUIPELAGO DA MADEIRA
1836
PUNGHAL
Trabalhos publicados :
( J o r o g r s t l a e l e m e n t a r do a r q u l l p 8 l a g o d a Madeira-NaçBes mialuias,
H o m e n a g e m a João P e r n r n d e r Vlelra-Dlscureo na inaugaração do seu
monumento,
M a d e l r a - $ 8 0 1 - 0 2 ; 1807-1814-Notas e documentos sobre a ocnpagXo Inglesa,
ARQUIPELAGO DA MADE
Gado grosso e miudo
Muares em descanro
ca negra, das bêtas dos tufos ou produzida pela trituraç8o de
Ijrandos congtomerados de côr arroxeada, pois anteriormente
vinha toda a areia sendo buscada ao our&loda mar6, pelo lito-
ral, alem.
1,epois duma levadia forte, em rouco marulhar troante, as
praias siihlevam-se, desde o recorte em baixa-mar. por peque-
nas abras de roliços seixos, ao amontoado acima de pedregiilho
arrojado com iinsia em farto carnalhão, com dispersBes, a con-
trapàr-se ao tempo.
Por entre calhaus arrumados, escoiide-se a areia, deslisando
vergonhosa a procurar abrigo no lastro pedregoso,escassam&
8-flôr, aconchegando-se eni cavas, em bolsos, por interstu'cios de
assento, a fugir ao arrasto que alambe, 6 pressa, de n6v0, reco-
lhida ao mar.
Na vasante, é a faina molhada de procurar a areia, revolver
os seixos, buscá-la ao seu ninho,enti-e calhaus, padejada,conduzi-
da para morrtíclulos a $ 6 ~ 0ctínicos,
, aonde as ondas sa não afoi-
tem, para ser cirandada, limpa do cascalho grosso e medida, por
vezes, no local, na unidade moio que se subdivide enn fangas.
A igual faina se procede,depois das invernias, pelo leito das
rjbeira~,quando o veio abranda, se retorce, e as margens en-
xutas seduzem a procura dos cotavelss da areia. Esta porém,
mais fraca, carece de enxagriiagem que a liberte da lama.
Veem os muares ao carrêto, d e albarda de saca e bolsoes
marnudos, a areia ein lastro, nco~ichegadaein contrap6ao lateral
de balanceio.
Afadigados, ligados á corda, de focinho a focinho, pisatil
firmes, sobem de caminhada, aos lacêtes, para diminuir o aclive,
e num saracoteio derramam as excedências acuguladas da carga.
Dados á milícia, entraram na ordenança, na mobilidade do
parque, e no tempo do Real Trem da Madeira, amistavam pare-
lhas de escolhida marca, na coiisoaância do servigo, recolhidas
na Fortaleza Velha.
Aos quarteis de artilharia e mesmo de! infantaria, coube
sempre os miiares que as organizagões Ihes distribuiam, vindos
de Portugal.
Tendo cessado a indiistria da produção local, particiilares
preferem buscá-los a Espanha e ás Canarias, para a coiidução a
dorso e atrelagem. A Companhia dos Carris explorou durante
algum tempo, uma linha do Largo da RestriuraçZo 6 Estagão do
Pombal, em carro americano, puxado a mulas, facilitatido o
transporte, na ida ou volta á cidade, dos passageiros quo se uti-
lizassem do Camiiiho de Ferro do Monte.
O número de muares, entre as duas ultimas estatísticas,
aumentou de 80 'ro, passando de 77 para 135, apesar da proibi-
çBo de serem aplicados aos carros típicos de eonduçãr, pessoal,
em que se pretendeu substui-10s aos boib.
Gado aslnino
L-
-
Rirrrlnhor do rlmio e seu condutor
I
Carro de bois no Porto Santo
encosta. -r
Veem dar ' l i ,
seus contineentes. aiuntaiido-se A manrldao dum cordelrInho nrcto
os rebanhos ';uma irregular ciluna, avolumada de fracçóes, Ia-
deadas pelos coiidutores que olham pelo tresmalhe, pertencen-
do á matilha, acudir de pronto á repressiío.
Sopeadu o bando, entre apupos de caminhada, move-se ex-
tenso, compacto ondulante, marcando nn vertente o desenho
duma monstruosa cobra de 18, que se estoree subjugada, a sair
do mato.
A chegada aos terreiros, ou redia improvisados, é tumul-
luosa no recuamento de esharre, niío aceitando facilmente o
gado, uin coofinamciito tacanho, fustigado, porem, a reprimir-se
na cerca amurada que fica repleta em pouco tempo, num lago
de cabeças balantes, a reagir.
E' feita a escblha pelos sinais das orelhai, recortes e furos
que cada criador adoptou para o sei1 gado, e avsiin distingue o
que lhe pertence e a s novas crias que injtintivamente veem jun-
tar-se á parentela, recebendo agora a marcaçgo da familia, o que
s e chama assinar o gado.Heparlidos os grupos pelos cercados de
apartamento, alguns improvisadamente em sebe de esgallios e
estacada de varas, começa a tosquia do velo, trazidos liara fhra,
isoladalilente, os animais, cada qual confiado ao seii tosqiiiador.
l i ~ t edeita
, a ovelha, oii carneiro, de costas, amarraiido-llie
t r"
.<"
, ,
;
I
... .
.*.
. .*. r
. , ..'* . . ..-.
I
je-p s4.nn
e . ..'c r~ pj
.. ..
.i,
J.
,. .4'
Gado suina
. ?.I
Lcoada da Serra frequentada pe'os porcos bravos
que ulndo abaixo. arhsram hUm c80 de flla e multas pexas que com
a preasa deixaram.
O eào dos rebanhos i. mais de guia do que de guarda, por uso haver
lobos,e conduz o gado laoigero para 09 locais da tosriuia, já descrita noutro
ca~itnlo.
O cüo de vigia das <quintasnmnradau, para dar rebnte rios ladróos 4
i.itlgarmente chamado grade e u c i o peqncno de estima, 4 conhecido por
buslco.
O povo.crioo a palavra irolgar [inra detinir 8 morte dum irracin-
na1 e para @ate,nào emprega o verbo snlerrar. mas sim atuplr
O c i o ;.-o animal de qne se canhecc niaior niimern rln raças, +.L-
xaa introd~isidaspor estrnnpiroa viaitnntes. Um destoa, <;oiisagroii na
%&ta Vigia, uma Iàpide ao aeo melhor amlgo, em inglP8.
o eqI-!nqple '?d ap aadmas Jeqmol ~ ~ 'JRe oud as.opueaJolsa e
011s ap O P L I ! ~caiuals!saJ
~ ol!nm 9 O ~ I RO anh ~eag!uZ!s e i s d
.~azsrdmoa uie3or a s s!enb s e aJqos 'ror~!~anal
oaau?Z op sAJa euiii 'euolo~qee omoa 'sepe!q~q seain8le e 'SEU
C) Rato
O morcego orelhudo
mutam, ainòa, maitas peles,por todos os artigos que lhe s8o iie-
cesssrios.
A foca 6 iim animal inteligente e snsceptivel de ensino, sen-
do apresentada nos Circos, em trabalhos desportivos e de equi-
librio, qiie causam geral admiraqAo.
Cetáceos
O golfinho
1
A Pstes ultimos, ee atribue a devastaçaio produzida nos car-
dumes de atum. (*) Por informações colhidas e comparadas, naio
andaremos longe da verdade, conjecturando que sejam os se-
guintes cettíceos:
a)-- O grampo-Grampus griseus.
h)-o dt lfim preto-Globicephalus melas.
r)-OS roazes-Orca gladiator e Tursiops tursio.
Alguns pescadores querem dizer que as bichas saio as que
teem malhas claras.
Parece que alguns destes géneros se associam para o ata-
que aos tuoi ieos, pois se afirma que siío da diferentes feitios e
cor, os que perseguem e daio cabo dos cachos de atuns.
i*)Sobre aa diferentes sapúciea de stom e a soa regular passa-
Kem nestas Bpuas, demos noiicla no Ilvro da noasa co-aOtOri8 *Os Pel-
xes dos Mares da Madelra-1434.
Estes piratas da fauna marinha causam um prejuizo enor-
me á classe piscatória que tira do peixe grande, o melhor dos
seus proventos.
E' desolador, vêr chegar os barcos, na faina ingrata do mar
alto, desprovidos da colheita apetecida, que seria a alegria em
tanta pobre mansarda.
A Capitania do pórto do Funchal fez já destribuir algumas
espingardas de guerra, K.rn186, para serem alvejados os bócas-
de-panela, no louvavel intento da sua caça.
As manadas, porém, são tão grandes,que carecem dum efel-
to mais eficaz, como seja, as bombas explosivas propostas por
Heldt. (já citado) e lan~adasdum hidro-avião.
Ouvindo o arrais dum barco nos conta, na sua lingriugeiri
pitoresca e chã, uma &na a que assistiti:
Poi pelo mês de S. João. Ia-se ,i pesca num barco-grande
(4 remos e 2 leitos fechado3) para fóra das Desertas, á procura
dos atuns. O mar estava banzeiro e o uento vinha da Ponta (de
S. Lourenp). Arriou-se a poiia (pedra que serve de âncora) a
duas linhas (cêrca de 100 metros) num pesqueiro de cabdço, e
deu-se uma teima para se puxar mais á terra. Palavras não eram
ditas, u m bando de gaivotas apareceu numa danga e gritaria que
vinha anunciar os atuns, O mar remexia, ao longe, em salseiro
(pequena onda que se entrechoca) ouuia-se o resfolgar das bi-
chas que uinham a galope e aos mergulhos e meram depois u m
cârco. A, espuma era côr de mosto á bica do lagar. Aquilo $ que
foi um combate danado. Sentia-se um mau cheiro da agonia. As
bocas de panela,com a dentuça afiada, deitavam o focinho de fôra
para comerem á vontade e referuiam naquele caldeirâo pedaços
de atuns já esquarteiados.
Eoi u m dia de freima (susto) e de míngua (misérja) mas,lou-
vado seja Deus, que tambem quere prouar os pobres. Quem dd
-bem se sabe que,-póde multo bem tirar.
Gado grosso e miúdo
r cavalar. . .
» muar , . .
» asinino . .
bovino. , a
» ovino . . .
v caprino . .
)) suino . . e
Ogato. . . + .
O cão (nota). . I
O rato. . . . .
O coelho . . .
A lebre . . . .
O fnrtzrão . . .
O morcêgo 1
Afoca. . . .
Uetdosos L ..