You are on page 1of 12

Poemas

para
os mais pequenos
Poema “Abecedário sem juízo” de Luísa Ducla
Soares (adaptado)

A é Ana, que gosta muito da mana.


B é o Bruno, vai a fugir de um gatuno.
C é a Carolina , com corpinho de menina.
D é o Daniel, como lenços de papel.
E é o Eduardo, que gosta de jogar dardo.
F é o Frederico, está sentado no penico.
G é o Gonçalo, já hoje levou um estalo.
H é a Helda, picada por uma melga.
I é a Inês, a dar beijos num chinês.
J é o João, põe ratos dentro do pão.
L é a Luísa, vai para a rua sem camisa.
M é a Mariana, que só dorme todo o dia.
Poema “Abecedário sem juízo” de Luísa
Ducla Soares (adaptado)

N é o Norberto, que gosta de se armar em esperto.


O é o Olegário, caiu dentro do aquário.
P é o Pedro, a todos atira pedras
Q é o Quim, meteu a mão no pudim.
R é a Raquel, que se besunta com mel.
S é a Sara, com dez borbulhas na cara.
T é o Tânia, que canta a Mamma Mia.
U é o Urbino, que sofre do intestino.
V é a Verónica, que tem preguiça crónica.
X é o Xavier, usa roupa de mulher.
Z é o Zé, que na dança bate o pé.
Os gostos de Briolanja
A princesa Briolanja
gostava muito de canja
e de sumo de laranja.
No dia do casamento,
num estremecimento,
em vez de um palácio
pediu uma granja,
para nunca sentir falta
de sumo de laranja
nem do caldinho de canja,
coisa que na Corte
nem sempre se arranja.

José Jorge Letria, Mão-Cheia de Rimas


para Primos e Primas, Terramar,
Lisboa, 1998.
FRUTOS
Pêssegos, peras, laranjas,
morangos, cerejas, figos,
maçãs, melão, melancia,
ó música de meus sentidos,
pura delícia da língua;
deixai-me agora falar
do fruto que me fascina,
pelo sabor, pela cor, 
pelo aroma das sílabas:
tangerina, tangerina.
 
Eugênio de Andrade As Mãos e os
Frutos,1948
Se tu visses o que eu vi

Se tu visses o que eu vi
Desatavas às gargalhadas
Uma cobra com doze patas
A comer uma salada.

Se tu visses o que eu vi
Desatavas a fugir
Uma sardinha a mamar
E um pinto a latir.
Se tu visses o que eu vi
Se tu visses o que eu vi
Fugias para outro lado
Uma gata a tocar guitarra
E um cão a cantar fado.

Se tu visses o que eu vi
Ficavas com os cabelos no ar
Um porco a dançar uma valsa
E uma lesma a saltitar.
Se tu visses o que eu vi
Se tu visses o que eu vi
Ficavas de boca aberta
Uma cabra com sete rabos
Em cima de uma caneca.

Se tu visses o que eu vi
Nunca mais te esquecias
Uma mosca a escrever poemas
E um lobo a pescar enguias.
Se tu visses o que eu vi

Se tu visses o que eu vi
Muito havias de rir
comias a sopa toda
E voltavas a repetir.

António Mota, Se tu visses o que eu vi,2005


Realização:
Fernanda Magalhães
Participação especial:
Ana Paula
Bruna
Beatriz
Daniel
Beatriz
Ricardo

You might also like