Professional Documents
Culture Documents
PERGUNTE
E
RESPONDEREMOS
ON-LINE
SUMAR IO
co
O
ce
o. — ■ • —
SUMARIO
DiretorResponsável:
"Marques Saraiva"
PROLONGAMENTO ARTIFICIAL DA VIDA
Santos Rodrigues. 240
E DETERMINAQÁO EXATA DA MORTE . . 45
Rio de Janeiro
LIVROS EM ESTANTE 47
145
"PERGUNTE E RESPONDEREMOS"
ANO XXVII -n?287
Abril de 1986
146
"NOSSOS PAÍS NOS CONTARAM"
classe social oprimida que luta por conseguir a sua libertacáo frente á classe
opressora. Esta maneira de proceder é justificada pelos seus mentores, se
gundo o$ quais a Biblia foi escrita por pobres (os pobres de Israel) e só pode
ser lida e entendida adequadamente pelos pobres de hoje: "a Bi'blia vé as
coisas do ponto de vista do pessoal mais humilde, do povinho" (Suplemento
Informativo de Biblia-Gente nP 1, p. 1). Conseqüentemente tal modo de ler
a Biblia se interessa muito por acao, transformacao, principalmente no cam
po social.
Espécimen muito significativo dessa nova exegese da Biblia é o livro
do Pe. Marcelo de Barros Souza O.S.B., Diretor da Escola de Evangelho da
diocese de Goiás e Assessor de Teologia do Secretariado Nacional da Comis-
sfo Pastoral da Térra, livro intitulado "Nossos Pais nos Contaram. Nova Le i
tura da Historia Sagrada"1. Como diz o subtítulo, tal obra pertence á cate
goría das releituras bíblicas, freqüentes em nossos dias.
Abaixo proporemos breves observacoes sobre o livro em pauta e o
método que ele adota.
I47
"PERGUNTE E RESF ONDEREMOS" 287/1986
"1. A serpente era o mais sabido de A serpente era adorada pelos cana-
todos os animáis que o Senhoi ti- neus e por isso representava a sode-
nha criado. dade dos cananeus. De fato.a sode-
dade dos cananeus era mais sabida
que a de Israel e também mais avan-
cada.
5. A mulher viu que a árvore devia O poder dos reís dá milita seguranca
ser boa para comer e era bonita de e prestigio. Dá aparéncia de segu
se ver. Tomou do seu fruto, comeu ranca nacional.
e depois deu ao seu marido que a
acompanhava. Eele comeu também.
148
"NOSSOS PAÍS NOS CONTARAM' 5
6. Entáo os olhos deles se abriram Quando Israel passou a ter reis co-
e notaram que estavam ñus. Cada mecou a desigualdade entre o prd-
um fez tiras de folhas para se cobrir. prio povo de Deus e as comunida
des do campo ficaram mais pobres
e sem nada.
11. A mulher que o Senhor me deu •Nos povos antigos a mulher era li
como companheira me deu da fruta gada á propriedade da térra. É a
e eu comi. mulher que dá fruto.
11.0 Senhor disse á mulher: O que Foi naquela época que a socieda-
foi que vocé fez? A mulher respon- de de Israel venceu de urna vez a
deu:Aserpente me tludiu e eu comi. sodedade dos cananeus que justa
Ai Deus amaldicoou a serpente. mente influendou Israel a ter reis.
149
"PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 287/1986
17. Vocé vai precisar de se cansar E a vida dos laviadores, mesmo mais
para conseguir tirar da térra a sua no norte, onde a térra era melhor
comida todos os días. A térra vai no tempo dos reís, era muito dura
darespinhos. e de milita opressao.
O homem se fez como um de nos. Deus impede que o reí de Israel seja
Já que se fez de juiz do que é bom absoluto. O reí nSo pode tomar o
e do que é mau nao vá se apropriar lugar de Deus.
também da árvore da vida, porque
ao comer desta árvore vivera para
sempre.
150
"NOSSOS PAÍS NOS CONTARAM"
151
"PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 287/1986
A exegese científica teria sido muito útil no caso, pois estuda as carac
terísticas literarias, arqueológicas, geográficas... do texto de Gn 4, 1-16 e
tira desta análise conclusoes objetivas e ¡ndependentes de premissas precon
cebidas. Em vez de falar de desentendimento entre povo da roca e povo da
cidade, a exegese científica leva a ver em Cafm um famoso fratricida, que é
apresentado pelo autor sagrado logo após o pecado dos primeiros pais para
lembrar ao leitor que, quando o homem diz Nao a Deus, inevitavelmente se
dispSe a dizer Nao (ou a matar) a seu irmSo.
4. Em conseqüéncia das suas preocupacoes socio-políticas, Marcelo
Souza n3o focaliza devidamente a arteria central do Antigo Testamento, a
saber: há urna Alianca do Senhor Deus com o género humano travada no
paraíso, violada pelo pecado e objeto de promessas subseqüentes, que cul-
minam na restauracao dessa Alianca em Jesús Cristo. A historia bíblica
gira em torno destes dois eixos ou dois homens compendiosos: o primeiro
Adao e o segundo Ad3o (Jesús Cristo). Entre um e outro situam-se aliancas
parciais e provisorias, que sao etapas no caminho da restauracao: as aliancas
com AbraSo, com Moisés e o povo de Israel, com Davi e sua casa... O Antigo
Testamento, á luz do Cristianismo, toma o seu pleno sentido se considerado
como a historia de urna lenta pedagogía de Oeus, que prepara o homem pe
cador a receber a mensagem do Messias; Este traz ao homem muito mais
riquezas espirituais do que as que foram perdidas pelo pecado de Adá*o. A
grande graca do Messias é a vocacSo do homem a ver Deus face-a-face e
participar do consorcio da vida trinitaria (cf. Gl 4,6; Rm 8,15).
Está claro que o homem assim amado por Deus no Antigo e no Novo
Testamento deve esforcar-se por realizar em torno de si um mundo justo e
fraterno, que espelhe a Leí do Senhor e seja urna sementé do Reino de
Deus. Todavía essa tarefa socio-política nao é meta primeira da Revelacao
bíblica; vem a ser a decorréncia da mensagem teológica e dos dons estrita-
mente sobrenaturais que o Senhor Deus quis conceder aos homens através
dos tempos.
152
"NOSSOS PAÍS NOS CONTARAM"
153
10 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 287/1986
Isto nlo quer dizer que todo leitor da Biblia deva conhecer I taguas e
cultura orientáis, mas implica apenas que procure certa iniciagao antes de
abordar determinado livro; para tanto, podem servir-lhe as páginas de intro-
ducüo que as boas edicoes da Biblia costumam apresentar. O leitor estará
consciente de que nao deve ler a Biblia como leña urna página de jornal ou
um escrito moderno, redigido segundo as categorias de pensamento e lin-
guagem do próprio leitor.
1) penetracao científica
2) percepcao da mensagem teológica
3) aplicacao á vida ética dos leitores
I54
"NOSSOS PAÍS NOS CONTARAM" 11
2.3. Objetes
155
12 "PERCUNTE E RESPONDEREMOS" 287/1986
pobre (este deve ser o autor da sua historia, sem ter que depender dos pode
rosos).
Respondemos: o estudioso auténticamente cristao é um pobre que,
com os seus irmaos pobres, tem o zeto pela implantadlo do Reino de Deus.
Com efeito; pobres nao sa"o apenas aqueles que carecem de bens materiaís,
mas sSo também os que tém o espirito de pobre, isto é, o desapego e a liber-
dade interior que um cristao deve ter dentro de si. Um tal cristao aplicará
sua erudica"o em favor dos semelhantes. — De resto, em vez de jogarmos os
homens uns contra os outros, procuremos fazer que se sintam solidarios
entre si, unidos na familia dos filhos de Deus. Isto será possi'vel se todos
se empenharem pela conversJo do coracao, da qual resultará certamen te um
mundo melhor.
4) "Os pobres sao o autor humano da Biblia e sao e/es, em última ins
tancia, que tém a chave da sua interpretado ".
Respondendo, devemos observar que, entre os autores dos livros sagra
dos, houve homens das mais diversas classes sociais: Isaías, por exemplo, era
um freqüentador da corte do rei Acaz (736-716); Ezequiel e sua escola eram
de estirpe sacerdotal; os autores de livros históricos do Antigo Testamento
eram provavelmente oficiáis da corte dos reís; Amos era pequeño pastor...
No Novo Testamento, Sao Mateus era cobrador de impostos; SSo Lucas, mé
dico. . . Verdade é que todos tiveram o espirito de pobre. Em conseqüéncia,
nao se pode dizer que somente os pobres no plano material tém a chave da
interpretacao bíblica; a pobreza material nao recomenda ninguém a Deus a
nao ser que acompanhada de espirito de pobreza; este é o valor decisivo
(que se traduz certamente em sobriedade e simplicidade no plano material).
— Poderfamos, alias, reformular a objecSo proposta nos seguintes termos:
O Espirito Santo é o autor principal dos livros sagrados; por conseguinte,
aqueles que tém o Espirito Santo, possuem a chave dé interpretado dos
mesmos, independentemente de categoría social.-
156
Nicaragua:
157
14 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 287/1986
158
"CR1STÁ0S SOB FOCO" 15
tal escola ensina que é preciso avancar dando dois pasaos para a frente e um
para tras, a fim de que a opiniao pública se deixe confundir pelos passos
observados.
Eis alguns episodios que traduzem claramente a identidade do sandi-
nismo:
Por ocasiáo do primeiro Natal ocorrido sob o regime sandinista, o Go-
verno publicou o chamado "Memorando de Natal", que procurava politizar
o conteúdo da fé e, ao mesmo tempo, ocultava as ¡ntencóes anti-religiosas
do sandinismo, como se depreende dos dizeres seguintes extraídos do Me
morando:
"Agora, depois do triunfo da Revolucio Popular Sandinista, estamos
dirigindo a celebracao do Natal, específicamente para as enancas, e com um
conteúdo diferente, fundamentalmente político.
Enfrentar no presente momento de maneira direta, a quase cinco me
ses do triunfo, urna tradicio de mais de 1979 anos nos levaría a conflitos po
líticos e perderíamos influencia entre o nosso povo.
Além disto, a 62 anos da revolucio na URSS esta tradicio religiosa
aínda nao pode erradicarse como um todo. Da/ constituirse urna manifes
tado de revolucionarísmo pequeño burgués pretender tolher o nosso povo
em tao pouco tempo de revolucio ".
Tal documento é interessante porque mostra que os sandi nistas estao
conscientes de que nao é prudente agredir de uma vez e frontal mente a re-
ligiao; julgam melhor proceder indiretamente e aos poucos para nao cho
car o povo.
159
16 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 287/1986
dinistas tiveram suas sedes invadidas; a maioria dos seus dirigentes, todos
opositores do regime de Somoza, foram para o exilio: assim Wilfredo Mon-
talván, do Partido Social Demócrata; Alfonso Róbelo, do Mov¡mentó De
mocrático Nicaragüense; José Davial M., do Partido Social Cristao; Edgard
Macías, do Partido Popular Social Cristao; e Adolfo Calero, do Partido Con
servador Nicaragüense;
— na supressao de Organizares Trabalhistas independentes. Urna vez
no poder, os sandinistas criaram seus Sindicatos próprios: a Central Sandi-
nista dos Trabalhadores (CST) e a AssociacSo dos Trabalhadores do Campo
(ATC). Em 1981, a CST filiou-se á Federacao Mundial dos Sindicatos con
trolada pela URSS e comecou a ser imposta aos operarios como "a única
Central verdadeiramente representativa da classe operaría". Os trabalhadores
que se unissem a outras organizacoes, eram despedidos — o que violava o di-
reitp as associacfies livres reconhecido pela DeclarapéEo Universal dos Direitos
do Homem, que a Nicaragua assinou em 1948;
— na criacüo de grupos de choque destinados a intimidar os oposito
res. Essas tropas armadas e motorizadas agrediram disidentes políticos, jor-
nalistas independentes e pastores da Igreja, entre eles tres bispos católicos,
além de numerosos fiéis. Daniel Ortega, o chefe do Governo sandinista, cha
ma-as "tropas divinas";
— na confusSo entre Estado e Partido. Os sandinistas seguem o padrfo
marxista segundo o qual Estado e Partido se identificam. O exército nicara
güense é o "Exército Popular Sandinista"; seus soldados sSo credenciados
como membros da Frente Sandinista de Libertadlo Nacional (FSLN). Cri
ticar o marxismo na Nicaragua significa ser inimigo da nacao; todos os an
ticomunistas sao "assassinos"!
Varias outras manifestares públicas da vida nicaragüense evidenciam
que o sandinismo é urna forma de marxismo camuflado pela ambigüidade
para nao assustar a populacao crista do país. O próprio Fidel Castro, em dis
curso proferido aos 26/7/79 (ou seja, pouco após a vitória do sandinismo),
recomendou ao Governo da Nicaragua procedesse mais devagar em suas re
formas do que Fidel procederá; e isto, porque a Nicaragua nSo é urna ilha:
além do qué, tem urna populacao camponesa independen te e aguerrida,
muito dedicada a Igreja e aos valqres da fé.
2. SANDINISTAS E CRISTÁOS
160
"CRISTAOS SOB FOGO" 17
161
18 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 287/1986
162
"CR1STÁ0S SOB FOGO" 19
CREDO SANDINISTA
Creio em Carlos Fonseca, seu dileto filho, que herdou seus ideáis e
tíficas de luta guerrilheira, que foi fundador da FSLN, nossa vanguarda po
lítico-militar, e que no altar da patria está ao lado de seu pai revolucionario,
cuja doutrina enriqueceu com novos pensamentos filosóficos e revoluciona
rios de conteúdo proletario e que transmitiu a seus irmios de luta mais che-
gados.
Creio na Revoluto Popular Sandinista e na sabia conducSo político-
militar de nossa Direcao Nacional da FSLN que traba/ha para e pelo bem-es-
tar das massas populares nicaragüenses antes exploradas e margina/izadas, e
luta pela paz na América Central.
163
20 "PERGUNTEE RESPONDEREMOS" 287/1986
164
"CRISTÁOSSOBFOGO" 21
Notemos aínda que a "Igreja dos pobres", rica como é, veio a ser en
cabezada por urna élite de ¡ntelectuais, em maioria estrangeiros, ao passo
que a Igreja institucional é pobre e constituida principalmente por indígenas
(os indios Meskito, entre outros) e goza de respaldo esmagador entre os po
bres da Nicaragua; em 1981 urna pesquisa realizada em 900 lares demons-
trou que Morts. Obando, arcebispo de Managua, era a figura mais popular
do país {a partir desta pesquisa, alias, o Governo promulgou urna lei que
proibia a realizacao de pesquisas sem autorizacao do Estado).
165
22 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 287/1986
166
"CRISTÁOS SOB FOGO" 23
5. HUMANISMO REVOLUCIONARIO?
167
24 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 287/1986
6. CONCLUSÁO
168
"CRISTAOS SOB FOGO" 25
Por último, Humberto Belli nota, com certa dor, que os crinaos do
mundo inteiro pouco apoio tém dado aos seus irmaos na fé nicaragüenses
que sofrem perseguicao. Muitos assim procedem por ignorarem a situacao
real da Igreja naquele país; outros talvez, porque se deixam fácilmente em-
polgar por messianismos políticos de ocasiio, esquecendo-se da originalidade
e da riqueza insondável da mensagem de salvaclo crista. Eis a propósito um
dos depoimentos mais significativos:
Armando Valladares, poeta cubano cristao, passou vinte e dois anos
na prisao em Cuba até 1982. Conta que a experiencia mais dolorosa dos cris
taos cubanos era o apoio que os cristaos no estrangeiro davam ao Governo
marxista em vez de o dar aos cristaos perseguidos Dor este Governo:
"Durante todos estes anos, com o objetivo de forjar-nos a abandonar
nossas crencas religiosas e para desmoralizar-nos, os doutrinadores comu
nistas usavam constantemente declarares de apoio á revolucio cubana pu
blicadas por alguns representantes das igrejas cristas americanas. Cada vez
que se publicava um folheto nos Estados Unidos, cada vez que um sacerdote
escrevia algum artigo, apoiando a ditadura de Fidel Castro, mostravam-nos
urna tradufSo e isso para nos, prisioneiros políticos cristaos, era pior do que
os golpes que recebfamos ou a fome á qual nos submetiam. Enquanto espe-
rávamos com ansiedade o abracó de solidariedade da parte de nossos irmaos
em Cristo, de maneira incompreensfvel para nos os que recebiam este abraco
eram os nossos torturadores" (p. 8).
169
Que diferen?a há entre
1. NOQOES BÁSICAS
170
O HOMEM E OS ANIMÁIS IRRACIONA1S 27
nio...) penetrada por um principio vital, que a faz funcionar como um toHo
orgánico ou um organismo.
171
28 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 287/1986
172
O HOMEM E OS ANIMÁIS IRRACIONAIS 29
173
30 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 287/1986
1 =n + 1
2 = n + 1
3 = n + 1
4 = n + 1
5=n + 1
174
O HOMEM E OS ANIMÁIS 1RRACIONAIS 31
175
32 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 287/1986
2.3.3. Aprofundando...
176
__ O HOMEM E OS ANIMÁIS IRRACIONAIS 33
177
34 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 287/1986
178
O HOMEM E OS ANIMÁIS IRRACIONAIS 35
179
36 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 287/1986
180
O HOMEM E OS ANIMÁIS IRRAC1ONAIS 37
3. Conclusao
181
38 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 287/1986
Por último, notemos que, se a alma humana é espiritual, ela nao se ori
gina da materia por evolucSo, mas é criada diretamente por Deus para cada
novo ser humano concebido no seio materno. Além disto, é ¡mortal, ou seja,
nao perece com a materia, já que o espirito nao se decompfle (na"o tem par
tes componentes); a alma humana sobrevive sem corpo, desde que este, des
gastado, nao possa ser mais sede da vida humana.
A propósito citamos
182
A celeuma de um filme:
Aos 23/01/85 foi lampado na Franga o filme "Je vous salue, Marie"
(Eu vos saúdo. Maña ou Ave Maria) do cineasta f ranco-sufgo Jean-Luc Go
dard, de origem protestante. Desde entao vem provocando celeuma nos
países da Europa e da América, pois toca profundamente em tema religioso,
muito caro aos fiéis católicos. No Brasil a opiniao pública acompanhou com
vivo interesse as etapas do processo de censura ao filme, que finalmente foi
interditado pelo Presidente da República aos 04/02/86. - Procuremos co
mentar as peripecias do debate e propor um juízo sereno sobre o assunto.
183
"PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 287/1986
José, com ciúmes e persuadido de que María havia dormido com algum
outro, está profundamente magoado. Aínda mais que María se recusa a en
tregarse a ele. 0 que nao é tao simples para ela, assaltada és vezes por um
dese/o brutal. Como Eva, por exemplo, uma Jovem que, na vila Paraíso, se
entrega a um tcheco, que Ihe dá um curso sobre o universo e a criacao. José
acaba aceitando a situacao; María dé a luz um menino (Jesús). Alguns anos
depois o menino abandona José e María. O tío Gabriel também se vai, e Ma
ría se prepara para levar uma vida de mulher".
Esta ficha, sobria como é, precisa de ser completada por outros dados
significativos.
184
"JE VOUS SALUE, MARIE" 41
2. IIMTERPRETAQOES FAVORÁVEIS
Podemos distinguir dois tipos de atitude simpática ao filme:
1. "Je vous salue, Marie", dizem alguns, nada tem que ver com o Evan-
gelho; refere-se ao misterio da origem da vida, que suscita a admiracao e o
encanto dos homens. Os personagens María, José, Gabriel, no filme, nao de-
vem ser identificados com os da Biblia. Segundo tal hipótese, o filme n5o
constituiría afronta aos valores religiosos. Ver Herder-Korrespondenz, 6/1985,
pp. 257s.
Sería necessária grande dose de boa vontade para admitir que é "por
acaso" que no filme todos os nomes sSo bíblicos e lembram a Sagrada Fa-
m(lía e os Apostólos de Jesús,... que é "por acaso" que varias vezes no filme
aparecem as palavras "Naquele tempo. . .", características do anuncio do
Evangelho e se fazem alusSes diretas óu indiretas aos episodios da infancia
de Jesús.
185
42 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 287/1986
3. UM JUI'ZO SERENO
186
"JE VOUS SALUE, MARIE" 43
4. DEPOIMENTOS
187
44 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 287/1986
gura da Virgem María, Venerada com tanto amor filial pelos católicos e tao
cara aos crístaos". Nem vale, diante da autorizada palavra do Santo Padre,
com quem se sentem em comunhao todos os católicos, qualquer outra opi-
niao déla discordante.
continuacao da pág. 48
E. B.
188
Um enigma:
1. Definipao de morte
189
46 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 287/1986
. 190
PROLONGAMENTO DA VIDA E DETERMINADO DA MORTE 47
livros em estante
Epístola aos Filipenses. Comentario bíblico do Novo Testamento, por
José Comblin. — Ed. Vozes, em co-edicao com Imprensa Metodista e Edito
ra Sinodal, Petrópolis 1985,65 pp.
191
48 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 287/1986
continua na pág. 44
192
EDIQOES "LUMEN CHRISTI"
Rúa Dom Gerardo. 40 — 5? andar — Sala 501
Caixa Postal 2666 — Tel.: (021) 291-7122
20001 - Rio de Janeiro - RJ
LIVROS DIVERSOS:
5. San Pablo, heraldo de Cristo, Josef Holzner, índice analítico com mapa
e ilustracBes - 560 págs CzS 288,00
6. Confissoes de Santo Agostinho, 11aed. portuguesa - 407 págs.,
CzS 48,00
10. A vida do pequeño Sao Plácido, por Irma Genevíéve Gallois OSB, 104
ilustraedes em traeos ligeiros, caligrafía das legendas pelas monjas do
Mosteíro da Virgem (Petrópolis). É um tratado de oracao pela imagem.
208 págs CzS 50,00
15. Um Encontró com Deus, D. Marcos Barbosa - Breve Teología para Lei-
gos, em estilo bem original (Ed. J.O.) 92 págs Cz$ 21,60
17. Liturgia para o Povo de Deus. Cario Fiori (3aed.). Breve Manual de Li
turgia, cometido a mesma Constituicao explicada ao povo em todos os
seus itens, o rito de cada Sacramento e no final dos Capítulos um ques-
tionário para estudo em círculos - Cz$ 15,00