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Aula 5:
A empresa
Uma empresa pode ser definida como uma unidade socioeconômica voltada para a
produção de um bem de consumo (editoras, construtoras, confecções, etc.) ou serviço
(agências de turismo, transportadoras, seguradoras, etc.). No entanto, agregado à
função produtiva está o papel sócio-cultural, que compreende:
Geração de empregos
Incentivo ao desenvolvimento de ciência e de tecnologia;
Elaboração e melhoria de processos e de estratégias.
Este papel vincula sua existência ao progresso da comunidade na qual está inserida.
É possível observar que, indiretamente, as empresas também influenciam o
comportamento das pessoas. Por meio da atividade que desempenham (produção ou
serviço), induzem ao consumo, criando assim novas demandas, padrões estéticos,
gostos e até valores.
A empresa pode ser encarada como um organismo vivo, no qual o dinamismo é
resultado de um processo constante de planejamento, implementação, avaliação e
redirecionamento de suas práticas. Sua organicidade é um requisito importante para
garantir:
Sobrevivência em um mercado altamente competitivo;
Adequação às inovações tecnológicas e transformações culturais;
Expansão, ampliando vendas e lucros.
A comunicação está intrinsecamente articulada a esse processo, tornando-o viável.
Ela interliga os vários elementos (indivíduos, grupos, departamentos) organicamente e
projeta a qualidade desse processo para o público externo da empresa.
Nas organizações, é possível analisar a comunicação como fenômeno, com uma
abordagem sociológica, considerando como são formados os grupos, as lideranças,
os boatos; e, também, com uma abordagem antropológica, considerando a etnia e a
cultura que compõem o clima interno. Essas abordagens não são excludentes.
Quanto mais amplo for o universo e as variáveis consideradas na análise da
comunicação dentro da empresa, maior a oportunidade de compreendê-la, e assim
fazer intervenções positivas.
Sistema de comunicação
Um aspecto importante da tecnologia empresarial, com forte impacto sobre a
comunicação na empresa é a interdependência entre departamentos ou, em outras
palavras, o tipo de relação entre os subsistemas que fazem parte da empresa.
Existem, de acordo com James Thompson, três tipos de interdependência
departamental:
Fluxo ascendente
As mensagens, em geral, – anseios, expectativas, resultados e sugestões – saem dos
cargos de níveis hierárquicos inferiores para os superiores. Uma das dificuldades é a
tendência (por várias razões) de os funcionários somente informarem o que
consideram que seus superiores desejam saber.
Direção horizontal
Fluxo lateral
As mensagens – que incluem as dos tipos anteriores e outras – circulam entre os
funcionários ou grupos de um mesmo nível hierárquico. Quanto melhor a dinâmica e a
organização desse fluxo, melhor a coordenação dos processos. Uma das dificuldades
acontece quando algum grupo retém informações importantes para controlar outros.
Redes e canais
Nas empresas funcionam duas redes de comunicação: a formal e a informal. Na
primeira, circulam as mensagens oficiais e legitimadas pela estrutura da empresa,
utilizando os canais formais. Na segunda, conhecida com Rádio Peão ou Rádio
Corredor, circulam todas as mensagens consideradas inadequadas para circulação na
primeira. Devido a sua importância e peculiaridades, seu funcionamento será
detalhado mais à frente.
Os canais (ou veículos) são os recursos ou instrumentos utilizados para comunicação
na empresa. Os mais usados são:
Visuais
1- escritos:
instruções e ordens escritas;
circulares;
cartas pessoais;
manuais;
quadro de avisos;
boletins;
panfletos;
jornais e revistas;
relatórios de atividades;
formulários;
Rádio peão
A Rádio Peão ou Rádio Corredor é um meio de comunicação que vem sendo muito
valorizado nas empresas. Há administradores que consideram sua existência como
maléfica, uma extensão ou herança das fofocas entre vizinhos. Outros aceitam com
naturalidade e até procuram utilizá-la para ampliar sua percepção e compreensão,
dentro das empresas, das:
relações entre as pessoas e entre grupos;
implicações e interpretações de um determinado fato.
Aparentemente, os boatos iniciam-se a partir de um indício, ou de um fato desprovido
de intenção específica, mas que pode gerar várias interpretações. No cotidiano das
empresas, os boatos podem ter início a partir de índices (compra de novos
equipamentos, transferência de um funcionário, etc.) ou de fatos reais (declaração da
diretoria, circular, notícia veiculada na mídia e outros).
A Rádio Peão é onipotente. Dependendo da importância do assunto sai dos limites da
empresa e passa a atuar em outros ambientes: casas dos funcionários, outras
empresas, etc. Ela se adapta aos novos recursos tecnológicos que só alteram a forma
e a rapidez que os boatos são veiculados.
Independente da opinião que se tenha sobre a Rádio Peão, não é possível negar sua
existência e importância na dinâmica de uma empresa, desde dificultar a implantação
de novos processos de produção para o trabalho (quando os boatos envolvem temas
como a queda de investimentos ou de vendas, demissão, etc.). Mas, afinal, o que é a
Rádio Peão e como funciona?
A Rádio Peão é uma rede de comunicação complexa, informal e muito eficiente pela
qual circulam as mais variadas informações, notícias e rumores de interesse dos
funcionários, independentemente de sua hierarquia, formação profissional ou status.
Sobre o seu funcionamento, é possível ressaltar:
ela é criteriosa; as informações são selecionadas e passadas para quem for
adequado dentro de sua lógica recebe-las;
freqüentemente, trata dos mesmos assuntos que os canais formais de
circulação dentro da empresa estão tratando; entretanto, é mais eficiente, pois
responde a todas as dúvidas surgidas sobre determinado assunto;
se a empresa omite ou fornece informações contraditórias, ambíguas ou mal
elaboradas, certamente a Rádio Peão terá bastantes oportunidades para
especular; essa especulação deve-se à tendência natural das pessoas para
preencher as lacunas de informação ou para procurar racionalizar o que se
mostra contraditório.
Eficiência e eficácia
Com o acirramento da competição entre as empresas, aumentou a busca de eficiência
e de eficácia em todas as suas áreas, inclusive na Comunicação. É bom lembrar que
um sistema de comunicação adequado contribui para a eficiência como um todo.
Eficiência é resultado da maximização de todas as formas de rendimento para a
organização. A eficácia ocorre quando se consegue o melhor resultado de acordo com
os objetivos iniciais. Entretanto, o ótimo resultado deve ser conseguido com eficiência.
Eficácia é medida pela razão entre o produto (resultado, output) e o investimento
(custo, esforço, input). Quanto maior for essa razão, maior a eficiência. Para tanto,
deve-se realizar a tarefa em questão com o mínimo de esforço, sem desperdício, da
forma mais correta e inteligente possível.
São vários os fatores determinantes da eficiência: a tecnologia empregada, o tipo de
trabalho, os recursos humanos envolvidos, o lucro, o gerenciamento e a comunicação.
A eficiência da uma empresa pode ser avaliada considerando seus procedimentos
internos relacionados à produção e também considerando sua relação com o sistema
externo. Por essa ótica, uma empresa será considerada eficiente na medida em que
devolver à sociedade os bens e serviços com qualidade proporcional à energia que
dela retirou.