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CURSO ON-LINE – DIREITO CIVIL–EXERCÍCIOS COMENTADOS AFRFB

PROFESSORA: SUZANA LOPES

AULA 03 – FATOS JURÍDICOS – NEGÓCIO JURÍDICO

Olá caros amigos!!!

Estamos de volta em nossa aula 03. Vamos dar prosseguimento com nosso
projeto de totalidade de acertos na prova de direito processual civil da Receita
Federal.
Na aula de hoje estudaremos os assuntos relacionados aos fatos jurídicos e
negócio jurídicos.
Dessa forma, prestem bastante atenção, e vamos juntos em mais essa etapa
rumo à aprovação na Receita Federal.

Preparados? Vamos lá...

Um ótimo estudo a todos.

Suzana Lopes

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1. LISTA DE QUESTÕES COMENTADAS

1. (VUNESP/ Exame de Ordem – OAB - SP / 2007) O reconhecimento


da paternidade e a fixação de domicílio são exemplos de qual dos
conceitos a seguir?
a) Direito natural.
b) Negócio jurídico.
c) Ato jurídico stricto sensu.
d) Fato não-jurídico.

Comentário: Essa questão trata de um assunto que é bastante abordado nas


diversas provas de concurso.
Antes de analisarmos a questão propriamente dita, como é nossa primeira
questão, vamos realizar uma rápida e eficiente revisão da matéria em questão.

Podemos definir fato jurídico como sendo as diversas fases que ocorrem
durante a existência do direito, que vem a produzir algum efeito jurídico.
Pode-se fazer uma analogia com o ciclo vital do ser humano. Este nasce,
cresce, se desenvolve e morre, ou seja, passa por diversas fases/etapas
durante sua existência. O fato jurídico seria justamente essas variadas fases
que ocorrem durante a vida do ser humano.

Professora, então todo fato é um fato jurídico?

Não, existem fatos que não possuem importância para o direito, não são
relevantes para o direito.

Ex: uma criança que está andando na rua e pede uma


bala para sua mãe. Isso é um fato, sem dúvida, porém
o direito não se preocupa com ele. Não necessitará de
um juiz para avaliar se a mãe deve ou não dar a bala
para a criança. Ou seja, são fatos sem relevância, que
por sua vez se resolvem sem consulta de advogados ou
juízes.

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Os fatos jurídicos podem ser subdivididos em algumas classificações distintas.


Vamos observar o quadro abaixo para relembrarmos essas classificações.

EXTRAORDINÁRIO

FATOS NATURAIS

ORDINÁRIO

FATO JURÍDICO NEGÓCIO


JURÍDICO

ATO-FATO
JURÍDICO

LÍCITO

ATOS JURÍDICOS ATO JURÍDICO


(SENTIDO AMPLO) (SENTIDO
ILÍCITO
RESTRITO)

Bom, agora que já relembramos um pouco do que vem a ser o fato jurídico,
vamos realizar a análise das questões, sempre realizando sucintas revisões, de
forma a relembrarmos alguns assuntos mais importantes para a prova de
vocês.

Para respondermos essa questão, torna-se importante sabermos o que


representa cada uma das alternativas, vejamos:

ORDINÁRIO: NASCIMENTO,
MORTE ETC.
INDEPENDE DA VONTADE
FATO JURÍDICO
HUMANA
EXTRAORDINÁRIO: FORÇA
MAIOR E CASO FORTUITO.

COMPRAR ALGO, COMER


ATO JURÍDICO A VONTADE HUMANA É
ALGO.
NECESSARIA PARA A
REALIZAÇÃO DO ATO

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DIREITO DE IR
E VIR, DE SE
DIREITO
SERVE DE REPRODUZIR,
CONSTITUIDO ESPONTANEO,
PARAMETRO PARA DE
POR PRINCÍPIOS QUE TEM SUAS
DIREITO OS NÃO É COMUNICAR-
INERENTES A ORIGENS NA
NATURAL LEGISLADORES ESCRITO SE, DE
ESSENCIA NATUREZA
DO DIREITO TRABALHAR,
HUMANA. SOCIAL DO
POSITIVO DE
HOMEM.
CONSTITUIR
FAMÍLIA...

CONSTITUIDO
SERVE DE NORMAS
DIREITO COM BASE NOS O HOMEM QUE É
PARAMETRO PARA EMANADAS
POSITIVO DIREITOS CRIA ESCRITO
A SOCIEDADE PELO ESTADO
NATURAIS

DECLARAÇAO DE VONTADE PRIVADA COM


FINALIDADE NEGOCIAL. VISA-SE A AQUISIÇÃO,
NEGÓCIO JURÍDICO CONSERVAÇÃO, MODIFICAÇÃO OU EXTINÇÃO DE
DIREITOS, IMPLICANDO DECLARAÇÃO EXPRESSA
DA VONTADE.

Portanto, podemos concluir que os casos expressos na questão:


reconhecimento da paternidade e a fixação de domicílio representam um
ato jurídico stricto sensu, uma vez que:

Ambos os casos dependem da vontade humana para realização do ato, tendo o


efeito da manifestação da vontade predeterminado na lei. No ato jurídico stricto
sensu, muitas das vezes o efeito não é buscado nem imaginado pelo agente, mas
decorre de uma conduta e é sancionado pela lei.

Gabarito “C”

2. (VUNESP / Exame de Ordem – OAB - SP/ 2007) São exemplos de


fatos jurídicos stricto sensu

a) a declaração, o testamento, a residência.


b) o contrato, o testamento, a aluvião.
c) a descoberta de tesouro, a dívida de jogo, o nascimento.
d) o nascimento, a morte, a aluvião.

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Comentário: Coloquei essa questão para que todos vocês tomem cuidado para
não confundirem os conceitos. Na questão anterior vimos o ATO jurídico
stricto sensu, e nesta de agora é pedido os casos de FATO jurídico stricto
sensu.

Ato jurídico stricto sensu  há manifestação de vontade humana,


mas seus efeitos jurídicos são determinados pela lei e não pelas partes.

Fato jurídico stricto sensu  São os chamados fatos naturais, se


subdividindo em ordinários e extraordinários. São fatos relevantes para
o direito que decorrem da simples manifestação na natureza, ou seja,
são alheios à vontade humana.

Portanto:

FATOS NATURAIS

(FATO JURÍDICO STRICTO SENSU)

ORDINÁRIOS EXTRAORDINÁRIOS

São os esperados: nascimento, a São os imprevisíveis: terremoto,


morte, a maioridade, o decurso de os raios, as tempestades, e
tempo (ex. usucapião, prescrição e todos os demais atos que se
decadência), etc; enquadram na categoria de caso
fortuito ou força
maior(Aluvião).

Gabarito: “D”

3. (MOVENS / Analista – Prefeitura de Manaus (AM) / 2010) Em


relação aos fatos e atos jurídicos, assinale a opção correta.

a) O dolo se caracteriza quando uma pessoa, sob premente


necessidade ou por inexperiência, se obriga a prestação
manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.

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b) O agente que induz certo devedor a firmar novo negócio jurídico sob
determinadas condições, mediante a ameaça de protestar o título
vencido e não pago, que garante a dívida, age mediante coação.
c) Conforme previsão expressa do Código Civil, não corre prescrição
contra os absolutamente incapazes.
d) É nulo o negócio jurídico por vício resultante de erro, dolo, coação,
estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.

Comentário: Essa questão aborda os defeitos dos negócios jurídicos. Pode-se


resumir esses defeitos da seguinte maneira:

DEFEITOS DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS

Erro Dolo Coação

Estado de Lesão Fraude contra credores


Perigo

Essa questão é relativamente tranquila, pois pode ser


respondida apenas com o conhecimento dos artigos do
Código Civil.

Vejamos:

Alternativa “A”: O dolo se caracteriza quando uma pessoa, sob


premente necessidade ou por inexperiência, se obriga a prestação
manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
Errada - Art. 157. OCORRE A LESÃO quando uma pessoa, sob premente
necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente
desproporcional ao valor da prestação oposta.

Alternativa “B”: O agente que induz certo devedor a firmar novo


negócio jurídico sob determinadas condições, mediante a ameaça de
protestar o título vencido e não pago, que garante a dívida, age
mediante coação.
Errada - Art. 153. NÃO SE CONSIDERA COAÇÃO a ameaça do exercício
normal de um direito, nem o simples temor reverencial.

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DICIONÁRIO JURÍDICO

A coação é uma pressão exercida contra um determinado


indivíduo, de forma que este concorde com algo. É um
vício do consentimento que macula a manifestação da
vontade, podendo dar causa à invalidade ou até mesmo à
nulidade do negócio jurídico.

Alternativa “C”: Conforme previsão expressa do Código Civil, não corre


prescrição contra os absolutamente incapazes.
Correta - Art. 198. Também não corre a prescrição:
I - contra os incapazes de que trata o art. 3º;
II - contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos
Municípios;
III - contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de
guerra.
Para relembrar, observem o art. 3˚ do CC:

Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da


vida civil:
I - os menores de dezesseis anos;
II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário
discernimento para a prática desses atos;
III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade.

Alternativa “D”: É nulo o negócio jurídico por vício resultante de erro,


dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
Errada - Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é
ANULÁVEL O NEGÓCIO JURÍDICO:
[...]
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude
contra credores.

Gabarito: “C”

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4. (TRF – 4ª REGIÃO / Juiz – TRF – 4ª REGIÃO/ 2010) Assinale a


alternativa correta.
É nulo o ato jurídico:
a) Que tiver por objetivo fraudar lei imperativa.
b) Se resultante de erro.
c) Se resultante de coação.
d) Praticado para fraudar terceiros.
e) Todas as alternativas anteriores estão incorretas.

Comentário: O interessante dessa questão é sabermos a diferenciação


entre dois conceitos distintos: “nulo” e “anulável”. Vamos relembrar tais
conceitos, e depois analisar a questão:

ATO JURÍDICO NULO ATO JURÍDICO ANULÁVEL

Viola norma de interesse Viola norma de interesse particular


público/coletividade

Reconhecido de ofício pelo juiz Não pode ser reconhecido de ofício


pelo juiz

Qualquer pessoa envolvida pode Só pode alegar aquele que for


alegar, e a qualquer tempo prejudicado, e dentro do prazo
estabelecido.

Não pode ser dada validade para o Pode ser dado validade para o ato
ato posteriormente posteriormente

Ação declaratória Ação Desconstitutiva

Efeito ex tunc Efeito ex nunc

• EX TUNC  RETROAGE
• EX NUNC  NÃO RETROAGE, É DE
AGORA PARA FRENTE

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Vamos para a análise das alternativas abaixo:

Alternativa “A”: Que tiver por objetivo fraudar lei imperativa.


Correta - Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:
[...]
VI - TIVER POR OBJETIVO FRAUDAR LEI IMPERATIVA;

Alternativa “B”: Se resultante de erro.


Errada - Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é
ANULÁVEL o negócio jurídico:
II - por vício resultante de ERRO, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou
fraude contra credores.

Alternativa “C”: Se resultante de coação.


Errada - Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é
ANULÁVEL o negócio jurídico:
II - por vício resultante de erro, dolo, COAÇÃO, estado de perigo, lesão ou
fraude contra credores.

Alternativa “D”: Praticado para fraudar terceiros.


Errada - Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é
ANULÁVEL o negócio jurídico:
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou
FRAUDE CONTRA CREDORES.

Alternativa “E”: Todas as alternativas anteriores estão incorretas.


Errada – Porque a A está correta!

Gabarito: “A”

5. (CESPE / Exame de Ordem – OAB - SP / 2008) A respeito do fato


jurídico, assinale a opção correta.

a) A decadência extingue a pretensão e, por via oblíqua, o direito.


b) Pode haver renúncia à prescrição antes da consumação do
respectivo prazo, desde que não haja prejuízo a terceiros.

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c) Ato jurídico em sentido estrito é o que surge como mero pressuposto


de efeito jurídico preordenado pela lei sem função e natureza de
autorregulamento.
d) O negócio jurídico, ato independente da vontade humana, produz
efeitos jurídicos, criando, modificando ou extinguindo direitos.

Comentário: Questão bastante abrangente acerca do fato jurídico. Vejamos as


alternativas:

Alternativa “A”: A decadência extingue a pretensão e, por via oblíqua, o


direito.
Errada - Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular A PRETENSÃO, A
QUAL SE EXTINGUE, PELA PRESCRIÇÃO, nos prazos a que aludem os arts.
205 e 206.

A prescrição extingue apenas a pretensão, o direito não é extinto.

Alternativa “B”: Pode haver renúncia à prescrição antes da consumação


do respectivo prazo, desde que não haja prejuízo a terceiros.
Errada - Art. 191. A renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita, e só
valerá, sendo feita, sem prejuízo de terceiro, DEPOIS QUE A PRESCRIÇÃO
SE CONSUMAR; tácita é a renúncia quando se presume de fatos do
interessado, incompatíveis com a prescrição.

Alternativa “C”: Ato jurídico em sentido estrito é o que surge como


mero pressuposto de efeito jurídico preordenado pela lei sem função e
natureza de autorregulamento.
Correta – No ato jurídico em sentido estrito há manifestação de vontade
humana, mas seus efeitos jurídicos são determinados pela lei e não
pelas partes.

Alternativa “D”: O negócio jurídico, ato independente da vontade


humana, produz efeitos jurídicos, criando, modificando ou extinguindo
direitos.
Errada – O negócio jurídico é a DECLARAÇÃO DE VONTADE PRIVADA com
finalidade negocial. Visa-se a aquisição, conservação, modificação ou extinção
de direitos, implicando DECLARAÇÃO EXPRESSA DA VONTADE.

Gabarito: “C”

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6. (PGE - RO / Procurador – PGE - RO / 2011) O recente terremoto


ocorrido no Japão em 11 de março de 2011, sob o ponto de vista da
teoria geral do direito, pode ser classificado como
a) ato jurídico em sentido estrito.
b) ato jurídico em sentido amplo.
c) negócio jurídico.
d) fato jurídico em sentido estrito.
e) fato ilícito em sentido estrito.

Comentário: Essa questão explora a classificação de um fato jurídico.

Conforme já vimos acima, os Fatos Jurídicos em sentido amplo podem ser


classificados em:

1- Fatos Naturais ou FATOS jurídicos em sentido estrito, que se dividem


em:
a- ordinários - chuva, vento; e
b- extraordinários - terremoto

2-Fato Humanos ou ATOS jurídicos em sentindo amplo, dividem em


a- Lícitos; e
b- Ilícitos.
FATOS NATURAIS
Portanto, temos que:
(FATO JURÍDICO STRICTO
SENSU)

ORDINÁRIOS EXTRAORDINÁRIOS

São os esperados: nascimento, a São os imprevisíveis:


morte, a maioridade, o decurso de terremoto, os raios, as
tempo (ex. usucapião, prescrição e tempestades, e todos os
decadência), etc; demais atos que se
enquadram na categoria de
caso fortuito ou força

Gabarito: “D”

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7. (COPEVE /Procurador Municipal - Prefeitura de Penedo (AL) / 2010)


Isabella possui 14 anos de idade e gostaria de realizar o pagamento de
uma prestação do financiamento que seu genitor obteve na Caixa
Econômica Federal de Penedo, no valor de R$ 3.000,00 (três mil reais).
A atendente da instituição bancária, porém, não aceita esse pagamento
por ser ela menor de idade. Considerando a classificação de fato
jurídico de Pontes de Miranda, escolha a opção correta.
a) A atendente encontra-se correta, pois o pagamento representa um
ato jurídico lato sensu e, portanto, não pode ser realizado por
relativamente incapaz em virtude de sua patente anulabilidade.
b) A atendente encontra-se correta, pois o pagamento representa um
ato jurídico lato sensu e, portanto, não pode ser realizado por
absolutamente incapaz em virtude de sua patente nulidade.
c) A atendente encontra-se correta, pois o pagamento representa um
negócio jurídico e, portanto, não pode ser realizado por absolutamente
incapaz em virtude de sua patente nulidade.
d) A atendente encontra-se equivocada, pois o pagamento representa
um ato-fato jurídico e, portanto, pode ser realizado por absolutamente
incapaz.
e) A atendente encontra-se equivocada, pois o pagamento representa
um fato jurídico stricto sensu e, portanto, pode ser realizado por
absolutamente incapaz.

Comentário: Para chegarmos ao gabarito dessa questão é essencial


classificarmos a ação colocada na questão, da vontade de pagar uma conta por
uma menina de 14 anos.

Vamos ver o que aparece nas alternativas e relembrar esses conceitos:

Ato jurídico Lato Sensu  pode ser encontrado também pelo nome de fato
humano. Consiste no fato que o indivíduo pratica com sua vontade por meio
de uma ação humana lícita. Sendo assim, o Ato Jurídico Lato Sensu subdivide-
se em: a) Ato Jurídico Stricto Sensu; b) Negócio Jurídico.

Negócio Jurídico  Declaração de vontade privada com finalidade negocial.


Visa-se a aquisição, conservação, modificação ou extinção de direitos,
implicando declaração expressa da vontade.

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Fato jurídico stricto sensu  São os chamados fatos naturais, se


subdividindo em ordinários e extraordinários. São fatos relevantes para o
direito que decorrem da simples manifestação na natureza, ou seja, são
alheios à vontade humana.

Ex: Raios, tempestades e etc.

Ato-Fato jurídico  Não possui fundamentação no Código Civil, é uma


classificação criada por Pontes de Miranda. Apesar disso, é aceita pela doutrina
e aparece em concursos normalmente.

Consiste em um comportamento humano desprovido de consciência e


discernimento, mas que ainda assim produz efeitos na órbita jurídica.

Como exemplo clássico de uma ato-fato jurídico, é


um louco que encontra um tesouro. Este terá direito
a metade da riqueza encontrada, de acordo com o
art. 1.264 do CC.

Ou seja, foi algo desprovido de consciência, mas que


produziu efeito na órbita jurídica.

Portanto, podemos chegar à conclusão, de que o pagamento de uma divida por


uma criança de 14 anos, caracteriza-se um ato-fato jurídico, visto que um
criança de 14 anos, absoltamente incapaz de acordo com o art. 3˚ do CC, não
possui adequado discernimento para tal ato, produzindo, porém um efeito na
órbita jurídica.

Gabarito: “D”

8. (CESPE / Promotor de Justiça – MPE - AM / 2007) A respeito dos


fatos, atos e negócios jurídicos, assinale a opção correta.
a) É nulo o ato negocial no qual ambas as partes houverem
reciprocamente agido com dolo. Mas, a nenhum dos contratantes é
permitido reclamar indenização, devendo cada uma suportar o prejuízo
experimentado pela prática do ato doloso, resguardando-se tão-
somente o direito ao ressarcimento do terceiro de boa-fé.
b) Caracteriza-se a lesão quando alguém, sob premente necessidade,
assume obrigação excessivamente desproporcional à vantagem obtida,
gerando um lucro exagerado ao outro contratante. Para que seja
reconhecida a nulidade desse negócio, exige-se, além do prejuízo de
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uma das partes e do lucro exagerado da outra, o dolo de


aproveitamento na conduta do outro contratante.
c) Caracteriza-se fraude contra credores a remissão de dívida, quando
se tratar de devedor insolvente ou reduzido a insolvência mediante
perdão. Nesse caso, é irrelevante, para a caracterização da fraude, o
conhecimento ou o desconhecimento do devedor em relação ao seu
estado econômico ou financeiro.
d) O dolo acidental de terceiro provoca a anulação do negócio jurídico,
ainda que a parte a quem aproveite dele não tivesse nem devesse ter
conhecimento, por afetar a declaração da vontade, desviando-a de sua
real intenção e causando-lhe danos.
e) O negócio jurídico celebrado mediante coação exercida por terceiro
sujeita o coator e aquele que teve proveito econômico com a avença à
reparação dos danos causados na conclusão do ato negocial. Nessa
situação, ainda que a parte beneficiada ignore a coação, o negócio não
terá validade, resolvendo-se em perdas e danos suportados somente
pelo terceiro.

Comentário: Essa questão é interessante por ser bastante abrangente, e não


cobrar diretamente o contido no CC, exigindo do candidato um raciocínio e
interpretação de seus artigos. Vamos para as alternativas:

Alternativa “A”: É nulo o ato negocial no qual ambas as partes


houverem reciprocamente agido com dolo. Mas, a nenhum dos
contratantes é permitido reclamar indenização, devendo cada uma
suportar o prejuízo experimentado pela prática do ato doloso,
resguardando-se tão somente o direito ao ressarcimento do terceiro de
boa-fé.
Errada - Art. 150. Se ambas as partes procederem com dolo, NENHUMA
PODE ALEGÁ-LO PARA ANULAR o negócio, ou reclamar indenização.

Alternativa “B”: Caracteriza-se a lesão quando alguém, sob premente


necessidade, assume obrigação excessivamente desproporcional à
vantagem obtida, gerando um lucro exagerado ao outro contratante.
Para que seja reconhecida a nulidade desse negócio, exige-se, além do
prejuízo de uma das partes e do lucro exagerado da outra, o dolo de
aproveitamento na conduta do outro contratante.
Errada – Essa alternativa apresenta dois pontos de erro. O primeiro consiste
no fato de afirmar que existe nulidade na lesão. Na realidade é cabível à lesão
somente a anulabilidade, conforme podemos observar no art.178, II do CC.

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Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para


pleitear- se a anulação do negócio jurídico, contado:
II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo
ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico;

PARA VOCÊ ENTENDER

Como vimos acima, no código civil a lesão é causa de anulação


do negócio jurídico. Entretanto, no Código de defesa do
consumidor em seu art. 6˚, V, temos que a lesão é causa de
nulidade absoluta. Essa diferença pode ser explicada pelo fato
do Código de defesa do Consumidor estar no âmbito de ordem
pública, devendo ser mais severo e extremista.

O outro erro está no fato da alternativa afirmar que é necessário ocorrer o dolo
de aproveitamento para ser configurada a lesão.
Na lesão não é levado em conta se uma das partes se aproveitou da
inexperiência ou da necessidade da outra (dolo de aproveitamento), mas sim se
ocorreu o equilíbrio entre as partes no contrato.
Na lesão a ideia primordial é o aproveitamento, e não o dolo de
aproveitamento.

Observem o art. 157 do CC:

Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente


necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação
manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
§ 1º Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores
vigentes ao tempo em que foi celebrado o negócio jurídico.
§ 2º Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido
suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a
redução do proveito.

Somente de forma a subsidiar ainda mais nossa resposta, temos o enunciado


n˚150 do Conselho da Justiça Federal, onde é apresentado o seguinte:
“A lesão de que trata o art. 157 do Código Civil não exige dolo de
aproveitamento”.

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Alternativa “C”: Caracteriza-se fraude contra credores a remissão de


dívida, quando se tratar de devedor insolvente ou reduzido a
insolvência mediante perdão. Nesse caso, é irrelevante, para a
caracterização da fraude, o conhecimento ou o desconhecimento do
devedor em relação ao seu estado econômico ou financeiro.
Correta - Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão
de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à
insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos
credores quirografários, como lesivos dos seus direitos.
§ 1º Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insuficiente.
§ 2º Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear a
anulação deles.

Alternativa “D”: O dolo acidental de terceiro provoca a anulação do


negócio jurídico, ainda que a parte a quem aproveite dele não tivesse
nem devesse ter conhecimento, por afetar a declaração da vontade,
desviando-a de sua real intenção e causando-lhe danos.
Errada - Art. 148. Pode também ser anulado o negócio jurídico por dolo de
terceiro, se a parte a quem aproveite dele tivesse ou devesse ter
conhecimento; em caso contrário, ainda que subsista o negócio
jurídico, o terceiro responderá por todas as perdas e danos da parte a quem
ludibriou.

Alternativa “E”: O negócio jurídico celebrado mediante coação exercida


por terceiro sujeita o coator e aquele que teve proveito econômico com
a avença à reparação dos danos causados na conclusão do ato negocial.
Nessa situação, ainda que a parte beneficiada ignore a coação, o
negócio não terá validade, resolvendo-se em perdas e danos
suportados somente pelo terceiro.
Errada - Art. 155. Subsistirá o negócio jurídico, se a coação decorrer de
terceiro, sem que a parte a que aproveite dela tivesse ou devesse ter
conhecimento; mas o autor da coação responderá por todas as perdas e
danos que houver causado ao coacto.

Ou seja, o negócio continuará se mantendo ativo, ainda que a parte beneficiada


não tiver conhecimento da coação.

Gabarito: “C”

9. (VUNESP / Titular de Serviços de Notas e Registros – TJ -SP / 2011)


A consequência da estipulação de condição fisicamente impossível em
negócio jurídico é:
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a) considera-se inexistente a condição, se for suspensiva.


b) nulidade do negócio, se a condição for resolutiva.
c) nulidade do negócio, se a condição for suspensiva.
d) considera-se inexistente a condição, seja suspensiva ou resolutiva.

Comentário: Essa questão exige do candidato o conhecimento da diferença


entre condição suspensiva e condição resolutiva.

Vejamos:

Inicialmente, vamos observar os art. 123 e 124 do CC.

Art. 123. INVALIDAM os negócios jurídicos que lhes são


subordinados:
I - as condições física ou juridicamente impossíveis, quando
SUSPENSIVAS;

Art. 124. Têm-se por INEXISTENTES as condições


impossíveis, quando RESOLUTIVAS, e as de não fazer coisa
impossível.

Vamos ver a diferença entre esses dois conceitos:

Condição suspensiva  O negócio jurídico só existem


quando essa condição está em vigor. A falta das condições
suspensivas invalida o negócio jurídico.

Condição Resolutiva  O ato não para de existir, e sim tem


seu efeito jurídico interrompido.

Ok professora, já sei o que vem a ser as condições suspensiva e


resolutiva, mas o que é essas tais de condição fisicamente
impossível e condição juridicamente impossível?

Muito simples, condição fisicamente impossível são aquelas ações que nenhum
ser humano consegue cumprir.

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Podemos utilizar como exemplo uma viagem ao centro do sol.


Ninguém é capaz de cumprir tal tarefa.

Já as condições juridicamente impossíveis, seriam aquelas


ações proibidas por lei, ou que vem a ferir os bons costumes e
a moral.

Ex: Fumar em local proibido.

Agora que já relembramos os conceitos importantes para essa questão,


podemos respondê-la tranquilamente.

Analisando o art. 123 do CC, temos que:

Art. 123. INVALIDAM os negócios jurídicos que lhes são


subordinados:
I - as condições física ou juridicamente impossíveis, quando
SUSPENSIVAS;

Gabarito: “C”

10. (FCC / Analista Judiciário – TRF – 2ª REGIÃO / 2012) (CESPE /


Analista de Controle Externo– TCE- TO / 2009) A respeito da disciplina
dos fatos jurídicos, assinale a opção correta.

a) O pai, quando reconhece a paternidade do filho havido fora do


casamento, pratica ato jurídico em sentido estrito.
b) O provérbio “quem cala consente” é plenamente aplicável ao direito,
pois, em regra, o silêncio importa anuência.
c) Ocorre a reserva mental quando um dos contratantes oculta a sua
verdadeira intenção, hipótese em que subsistirá a manifestação de
vontade, sendo irrelevante para o direito o conhecimento ou o
desconhecimento da reserva pela outra parte.
d) Considere que duas partes tenham ajustado entre si uma doação, e,
após algum tempo, houve conflito ante a interpretação das cláusulas

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constantes do instrumento. Nesse caso, o juiz, ao decidir a eventual


causa, deverá dar interpretação extensiva ao contrato.
e) A vontade é pressuposto básico do negócio jurídico, sendo
imprescindível a sua manifestação expressa.

Comentário: Vamos analisar as alternativas.

Alternativa “A”: O pai, quando reconhece a paternidade do filho havido


fora do casamento, pratica ato jurídico em sentido estrito.
Correta – Conforme já vimos anteriormente, temos que o ato jurídico em
sentido estrito, ou stricto sensu, possui a seguinte definição:

Ato jurídico stricto sensu  há manifestação de vontade humana,


mas seus efeitos jurídicos são determinados pela lei e não pelas partes.

Ou seja, a atitude do pai de decidir reconhecer a paternidade do filho havido


fora do casamento, ocorreu pela sua vontade, entretanto as consequências
desse ato não dependem do pai, e sim do previsto na lei.

Alternativa “B”: O provérbio “quem cala consente” é plenamente


aplicável ao direito, pois, em regra, o silêncio importa anuência.
Errada – Caros alunos, sempre desconfiem nos termos como “sempre” e “em
regra” nas provas de concursos.

O art. 111 do CC afirma que:

Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as


circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for
necessária a declaração de vontade expressa.

Alternativa “C”: Ocorre a reserva mental quando um dos contratantes


oculta a sua verdadeira intenção, hipótese em que subsistirá a
manifestação de vontade, sendo irrelevante para o direito o
conhecimento ou o desconhecimento da reserva pela outra parte.
Errada - Art. 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor
haja feito a reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o
destinatário tinha conhecimento.

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Reserva Mental  Caracteriza-se pela diferença entre a vontade real


(interna) e a declarada (exteriorizada). Ou seja, a pessoa declara algo
que não é o que ela está sentindo por dentro. Oculta a verdadeira
intenção. Podemos entender também no fato do declarante querer
enganar a pessoa a quem se destina a declaração.

Exemplo: João está vendendo seu fusca 1974 devido a suas


dificuldades financeiras. Carlos, seu amigo de infância, que tem uma
Mercedes e é muito bem sucedido, afirma que sempre foi seu sonho ter
um fusca, e que quer comprar o carro de João.

Nessa situação está configurada a reserva mental, uma vez que Carlos
declarou que queria comprar o fusca, quando na verdade só tinha
intenção de ajudar seu velho amigo diante desse problema financeiro
que passa.

Alternativa “D”: Considere que duas partes tenham ajustado entre si


uma doação, e, após algum tempo, houve conflito ante a interpretação
das cláusulas constantes do instrumento. Nesse caso, o juiz, ao decidir
a eventual causa, deverá dar interpretação extensiva ao contrato.
Errada – Para resolvermos essa alternativa não podemos esquecer que a
doação, em regra, consiste em um negócio jurídico benéfico e não oneroso
Portanto:

Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia


INTERPRETAM-SE ESTRITAMENTE.

Alternativa “E”: A vontade é pressuposto básico do negócio jurídico,


sendo imprescindível a sua manifestação expressa.
Errada – Mais uma vez alerto todos vocês, abram sempre o
olho em expressões como “sempre”, “em regra”,
“imprescindível”, e etc.

Conforme já vimos acima, temos que:

Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o


autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa.

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Gabarito: “A”

11. (CESPE/ Procurador de Estado – PGE - CE/ 2008) Acerca dos fatos
jurídicos, assinale a opção correta.

a) Configura-se o estado de perigo quando uma pessoa, por


inexperiência, ou sob premente necessidade, obriga-se a prestação
manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta, gerando
lucro exagerado ao outro contratante. Nessa situação, a pessoa pode
demandar a nulidade do negócio jurídico, dispensando-se a verificação
de dolo ou má-fé da parte adversa.
b) A fraude contra a execução é um defeito do negócio jurídico,
caracterizando-se como vício de consentimento e viciando, como
conseqüência, a declaração de vontade dos partícipes do negócio
jurídico.
c) A simulação relativa é um vício social que acarreta a nulidade do
negócio jurídico, que não pode subsistir, mesmo que seja válido na
substância e na forma.
d) O negócio jurídico realizado com infração a norma de ordem pública,
mesmo depois de declarado nulo por sentença judicial, por se tratar de
direito patrimonial e, portanto, disponível, pode ser ratificado pelas
partes, convalidando-se, assim, o ato negocial.
e) A reserva mental caracteriza-se pela não-coincidência entre a
vontade real e a declarada, com o propósito de enganar a outra parte.
Se for desconhecida pelo destinatário, a manifestação de vontade
subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não
querer o que manifestou.

Comentário: Essa questão é muito boa, bastante abrangente, que exige do


candidato uma análise mais criteriosa das alternativas.

Alternativa “A”: Configura-se o estado de perigo quando uma pessoa,


por inexperiência, ou sob premente necessidade, obriga-se a prestação
manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta, gerando
lucro exagerado ao outro contratante. Nessa situação, a pessoa pode
demandar a nulidade do negócio jurídico, dispensando-se a verificação
de dolo ou má-fé da parte adversa.
Errada – A definição apresentada nesta alternativa diz respeito à lesão, e não
ao estado de perigo. Observem a diferença:

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ESTADO DE PERIGO

Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido


da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave
dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente
onerosa.

LESÃO

Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente


necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação
manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
§ 1º Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores
vigentes ao tempo em que foi celebrado o negócio jurídico.
§ 2º Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido
suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a
redução do proveito.

Na realidade, é muito complicado diferençarmos a lesão do estado de perigo.


Muito se discute se não seria mais adequado unir esses dois conceitos em
apenas um, mas mesmo assim, vamos verificar as diferenças existentes:

Estado de perigo  Como diz o próprio nome, ocorre quando existe uma
situação de perigo a que uma pessoa está sujeita, e por isso, assume obrigação
muito onerosa.

Ex: Uma pessoa está pulando de paraquedas e seu


equipamento não funciona. Ela diz que dará toda a sua
fortuna se alguém salvá-la.

Lesão  Na lesão não existe a situação de perigo, mas sim uma necessidade
de ordem econômica.

Ex: Uma pessoa está prestes a perder seu único imóvel,


portanto precisa obter dinheiro para salvar seu patrimônio.
Trata-se de uma necessidade de ordem econômica.

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Alternativa “B”: A fraude contra a execução é um defeito do negócio


jurídico, caracterizando-se como vício de consentimento e viciando,
como conseqüência, a declaração de vontade dos partícipes do negócio
jurídico.
Errada – Muito cuidado para não confundir a fraude contra a execução com a
fraude entre os credores, esta sim um defeito do negócio jurídico.

Alternativa “C”: A simulação relativa é um vício social que acarreta a


nulidade do negócio jurídico, que não pode subsistir, mesmo que seja
válido na substância e na forma.
Errada – Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, MAS SUBSISTIRÁ o
que se dissimulou, SE VÁLIDO FOR NA SUBSTÂNCIA E NA FORMA.

Vamos entender isso verificando os conceitos de simulação absoluta e relativa.

Simulação relativa: ocorre quando é ocultada a verdadeira natureza do


contrato estabelecido entre duas pessoas. É um contrato com aparência de
outro. Ou seja, as partes fazem um negócio, mas o verdadeiro objetivo é outro.

Ex: O exemplo clássico dessa situação é o seguinte:


Euzébio quer fazer a doação de um imóvel para Helena.
Sabemos que o imposto de transmissão no caso de
doação é maior do que no caso de compra e venda. Neste
caso, é feito um contrato de compra e venda entre os
dois, de forma a efetivar a passagem do imóvel para
Helena.

Este é um exemplo de simulação, porém que não acarretará na nulidade do


negócio jurídico, visto que um contrato de compra e venda é válido na
substância e na forma.

Simulação Absoluta: É quando cria-se um contrato apenas de “fachada”, de


aparência. É simulada a criação entre as partes de uma relação jurídica, mas na
verdade nada se quer contratar. O objetivo é, geralmente, enganar outros e
obter vantagens.

Ex: César precisa obter um comprovante de residência na Bahia, de forma a


obter vantagens para si. José possui um imóvel na Bahia. Então, eles
combinam e fazem um contrato de locação, de forma que César possa ter o
comprovante residencial que necessita.

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Este é um exemplo de simulação absoluta, onde iria acarretar na nulidade do


negócio jurídico.

OU SEJA, O ERRO DA ALTERNATIVA FOI AFIRMAR QUE NO CASO DA


SIMULAÇÃO RELATIVA, O NEGÓCIO JURÍDICO SERÁ NULO, MESMO QUE
SEJA VÁLIDO NA SUBSTÂNCIA E NA FORMA.

Alternativa “D”: O negócio jurídico realizado com infração a norma de


ordem pública, mesmo depois de declarado nulo por sentença judicial,
por se tratar de direito patrimonial e, portanto, disponível, pode ser
ratificado pelas partes, convalidando-se, assim, o ato negocial.
Errada – De acordo com o art. 169 do CC, temos que:

Art. 169. O negócio jurídico nulo NÃO É SUSCETÍVEL DE


CONFIRMAÇÃO, NEM CONVALESCE PELO DECURSO DO
TEMPO.

Alternativa “E”: A reserva mental caracteriza-se pela não-coincidência


entre a vontade real e a declarada, com o propósito de enganar a outra
parte. Se for desconhecida pelo destinatário, a manifestação de
vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de
não querer o que manifestou.
Correta – Conforme já vimos anteriormente, a reserva mental caracteriza-se
pela diferença entre a vontade real (interna) e a declarada (exteriorizada).
No art. 110 do CC, temos que:

Art. 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu


autor haja feito a reserva mental de não querer o que
manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento.

Gabarito: “E”

12. (EJEF / Juiz – TJ - MG / 2009) "Fatos jurídicos são acontecimentos


que produzem efeitos jurídicos, causando o nascimento, a modificação
ou a extinção de relações jurídicas e de seus direitos". Ora constituem-
se como simples manifestação da natureza, ora podem configurar-se
como manifestação da vontade humana. Neste último caso são
chamados de atos jurídicos.

Assim, dentre as assertivas abaixo, assinale CORRETA.

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a) No ato jurídico em senso estrito a eficácia decorre da vontade do


agente. É ato ex voluntate.
b) Os atos jurídicos em senso estrito consistem em simples declarações
de vontade que produzem efeitos estabelecidos em lei.
c) O ato jurídico em senso estrito é a realização da autonomia privada,
porque é instrumento de realização da vontade.
d) O ato jurídico stricto sensu e o negócio jurídico são, ambos,
manifestações de vontade, não se diferindo quanto a sua estrutura, a
sua função e a seus efeitos.

Comentário: Mais uma questão que exige do candidato o conhecimento sobre


atos jurídicos stricto sensu e negócio jurídico. Observem que são assuntos
extremamente importantes para a prova de vocês, e justamente por isso, que
estou insistindo em várias questões nesse padrão e estilo.

Alternativa “A”: No ato jurídico em senso estrito a eficácia decorre da


vontade do agente. É ato ex voluntate.
Errada – Como já vimos algumas vezes acima, temos que:

Ato jurídico stricto sensu  há manifestação de vontade humana, mas seus


efeitos jurídicos são determinados pela lei e não pelas partes. Existe uma
determinação prévia da lei, não existindo para o agente a escolha dos efeitos
jurídicos.

DICIONÁRIO JURÍDICO

ex voluntate  Segundo o desejo, de acordo com a


vontade.

Alternativa “B”: Os atos jurídicos em senso estrito consistem em


simples declarações de vontade que produzem efeitos estabelecidos
em lei.
Correta – Essa alternativa vai de acordo com o que vimos acerca dos atos
jurídicos stricto sensu.

Alternativa “C”: O ato jurídico em senso estrito é a realização da


autonomia privada, porque é instrumento de realização da vontade.
Errada – O erro dessa alternativa está no mesmo ponto da alternativa “A”. No
ato jurídico stricto sensu, não existe a realização da vontade do agente.

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O negócio jurídico é que consiste na declaração de vontade privada com


finalidade negocial. Visa-se a aquisição, conservação, modificação ou extinção
de direitos, implicando declaração expressa da vontade.

Alternativa “D”: O ato jurídico stricto sensu e o negócio jurídico são,


ambos, manifestações de vontade, não se diferindo quanto a sua
estrutura, a sua função e a seus efeitos.
Errada – Acabamos de ver que são conceitos diferentes. No ato jurídico stricto
sensu, as consequências do ato são pré-estabelecidas pela lei. Por outro lado,
no negócio jurídico, a declaração da vontade privada é previamente
manifestada pelo agente.

Gabarito: “B”

13. (EJEF/ Juiz – TJ - MG / 2006) Conforme dispõe o Código Civil,


quanto aos defeitos que podem levar à anulação do negócio jurídico é
CORRETO afirmar que:
a) o erro de indicação da pessoa ou da coisa a que se referir a
declaração de vontade viciará o negócio, ainda que, por seu contexto e
pelas circunstâncias, possam ambas ser identificadas;
b) o erro de cálculo apenas autoriza a retificação da declaração de
vontade;
c) a coação exercida por terceiro não vicia o negócio, em qualquer
circunstância;
d) o dolo do representante legal de uma das partes obriga o
representado a responder civilmente por todas as perdas e danos à
parte ludibriada.

Comentário: Essa questão apesar de abordar temas interessantes de nossa


matéria, exige apenas o conhecimento direto do CC, aparecendo em todas as
alternativas a cópia fiel da lei.

Alternativa “A”: o erro de indicação da pessoa ou da coisa a que se


referir a declaração de vontade viciará o negócio, ainda que, por seu
contexto e pelas circunstâncias, possam ambas ser identificadas;
Errada – O art. 142 do CC, afirma que:

Art. 142. O erro de indicação da pessoa ou da coisa, a que se


referir a declaração de vontade, NÃO VICIARÁ o negócio
QUANDO, por seu contexto e pelas circunstâncias, se puder
identificar a coisa ou pessoa cogitada.
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Alternativa “B”: o erro de cálculo apenas autoriza a retificação da


declaração de vontade;
Correta – Essa alternativa reproduz fielmente o contido no art. 143 do CC.
Vejamos:
Art. 143. O erro de cálculo apenas autoriza a retificação da
declaração de vontade.

Alternativa “C”: a coação exercida por terceiro não vicia o negócio, em


qualquer circunstância;
Errada - Art. 154. VICIA O NEGÓCIO JURÍDICO a coação exercida por
terceiro, SE DELA TIVESSE OU DEVESSE TER CONHECIMENTO A PARTE A
QUE APROVEITE, e esta responderá solidariamente com aquele por perdas e
danos.

Alternativa “D”: o dolo do representante legal de uma das partes


obriga o representado a responder civilmente por todas as perdas e
danos à parte ludibriada.
Errada - Art. 149. O dolo do representante legal de uma das partes só obriga o
representado a responder civilmente ATÉ A IMPORTÂNCIA DO PROVEITO
QUE TEVE; se, porém, o dolo for do representante convencional, o
representado responderá solidariamente com ele por perdas e danos.

Gabarito: “B”

14. (VUNESP / Exame de Ordem – OAB (SP)/ 2007) Não comporta


condição o ato

a) mútuo.
b) de compra e venda.
c) de doação.
d) de aceitação ou de repúdio a herança.

Comentário: Questão bem fácil. Basta para resolvê-la recorrer ao art. 1.808
do CC.

Art. 1.808. Não se pode ACEITAR OU RENUNCIAR A


HERANÇA em parte, sob condição ou a termo.

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Gabarito: “D”

15. (VUNESP / Titular de Serviços de Notas e Registros – TJ – SP /


2011) A declaração de vontade, cujos efeitos são pré-determinados
pela lei e independem da intenção do agente, é denominada

a) negócio jurídico de disposição.


b) ato jurídico.
c) negócio jurídico unilateral.
d) contrato.

Comentário: Mais uma questão que exige do candidato o conhecimento da


definição dos termos contidos em nossa aula. Vejamos novamente para
relembrar:

Ato jurídico  é o acontecimento que se origina da vontade humana Este


subdivide-se em:

• ato jurídico em sentido estrito e negocio jurídico.

• Ato jurídico, em sentido estrito  é o acontecimento que se origina da


vontade humana cujos efeitos jurídicos já estão previamente
determinados em lei, sendo assim há uma manifestação que gera uma
adesão a estes efeitos.

• Negócio Jurídico  é o acontecimento que se origina da vontade


humana cujos efeitos jurídicos são criados e pactuados entre as partes.

Somente para conhecimento:

Negócio jurídico unilateral:É aquele que para ser celebrado necessita apenas
da manifestação de vontade de uma só parte ou de várias pessoas
manifestando sua vontade no mesmo sentido, logo existindo apenas um pólo
na relação jurídica.

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Exemplos : Testamento, renúncia, promessa de recompensa.

Na realidade, seria mais correto a questão apresentar uma alternativa com a


opção de ato jurídico stricto sensu, mas ato jurídico está correto, visto que o
stricto sensu é uma subdivisão do ato jurídico.

Gabarito: “B”

16. (IESES / Titular de Serviços de Notas e Registros – TJ - CE / 2011)


Acerca da validade dos negócios jurídicos pode-se afirmar:
a) A compra e venda entre ascendente e descendente é anulável, salvo
se houver consentimento expresso dos demais descendentes e do
cônjuge do alienante, se o regime de bens não for o de separação.
b) Não é válida a compra e venda entre cônjuges, ainda que de bem
excluído da meação.
c) Para alienar ou gravar de ônus real bem imóvel validamente é
necessária à outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens do
casamento.
d) A doação de ascendente para descendente é anulável, salvo se
houver consentimento expresso de todos os demais descendentes e do
cônjuge, se o regime não for o de separação de bens.

Comentário: Essa questão é bastante interessante e importante para a prova


de vocês, uma vez que explora os detalhes e características da validade de
negócios jurídicos, tais como: compra e venda, doação, alienação.

Alternativa “A”: A compra e venda entre ascendente e descendente é


anulável, salvo se houver consentimento expresso dos demais
descendentes e do cônjuge do alienante, se o regime de bens não for o
de separação.
Correta – De acordo com o art. 496 do CC, temos que:

Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente,


salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante
expressamente houverem consentido.

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Parágrafo único. Em ambos os casos, dispensa-se o


consentimento do cônjuge se o regime de bens for o da
separação obrigatória.

Ou seja, vamos supor que Ramiro quer fazer um contrato de compra e venda
com Júlio, um de seus filhos. A compra e venda será autorizada, entretanto,
será necessário que se tenha o consentimento de Márcia e José, seus outros
filhos, além de Carlota, sua esposa, que não casou com Ramiro no regime de
bens de separação obrigatória.

ATENÇÃO

Muita atenção, pois isso pode ser um ponto de pegadinha na


prova. Se Ramiro e Carlota tivessem casado com separação
obrigatória de bens, não seria necessário o consentimento de
Carlota no caso da compra e venda. Já o consentimento dos
outros filhos será sempre obrigatório.

Alternativa “B”: Não é válida a compra e venda entre cônjuges, ainda


que de bem excluído da meação.
Errada – Na situação apresentada na alternativa, SERÁ AUTORIZADA a
compra e venda entre cônjuges, SOMENTE PARA BENS QUE NÃO FORAM
INCLUÍDOS NA COMUNHÃO.

Observem o art. 499 do CC:


Art. 499. É LÍCITA a compra e venda entre cônjuges, com relação a bens
excluídos da comunhão.

Alternativa “C”: Para alienar ou gravar de ônus real bem imóvel


validamente é necessária à outorga conjugal, qualquer que seja o
regime de bens do casamento.
Errada - Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos
cônjuges pode, sem autorização do outro, EXCETO NO REGIME DA
SEPARAÇÃO ABSOLUTA:
I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;

Agora observem o que diz o art. 1.648:

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Art. 1.648. Cabe ao juiz, nos casos do artigo antecedente, suprir a outorga,
quando um dos cônjuges a denegue sem motivo justo, ou lhe seja impossível
concedê-la.

Ou seja, com exceção do regime de separação absoluta dos bens, será


necessária a autorização do cônjuge nos atos de alienação dos bens imóveis.

Alternativa “D”: A doação de ascendente para descendente é anulável,


salvo se houver consentimento expresso de todos os demais
descendentes e do cônjuge, se o regime não for o de separação de
bens.
Errada - Art. 544. A doação de ascendentes a descendentes, ou de um
cônjuge a outro, IMPORTA ADIANTAMENTO DO QUE LHES CABE POR
HERANÇA.

Se a doação é um adiantamento do que lhes cabe, não é necessário


consentimento dos demais descendentes ou do cônjuge para que a doação seja
efetivada.

Gabarito: “A”

17. (CESPE / Promotor de Justiça – MPE – RO / 2010) Com relação à


representação, assinale a opção correta.
a) Os poderes de representação podem ser conferidos pelo interessado
ou pela lei.
b) É necessária a demonstração de prejuízo para se anular negócio
jurídico concluído pelo representante em conflito de interesse com o
representado.
c) É anulável o negócio jurídico que o representante celebra consigo
mesmo, ainda que o permita o representado.
d) A confissão feita pelo representante em nome do representado é
sempre eficaz.
e) Admite-se a representação em todos os atos da vida civil.

Comentário: Questão sobre a representação e suas peculiaridades.

Somente para que tenhamos uma noção do que estamos tratando nessa
questão, vamos relembrar o que vem a ser a representação.

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A representação, como o próprio nome já diz, é quando alguém representa


outra pessoa em determinada situação. Quem praticar efetivamente o ato é o
representante, e o indivíduo em nome de quem o representante atua é o
representado.
Pode ser classificada em legal e voluntária ou convencional.

REPRESENTAÇÃO

É conferida para que sejam


defendidos os interesses das pessoas
incapazes, e até de capazes, em Ex: Pais,tutores,
LEGAL
determinadas situações. É conferida síndicos.
por lei, e não pela vontade das
partes.

VOLUNTÁRIA OU Ocorre através da vontade e acordo


Ex: Procuração
CONVENCIONAL das partes

Vamos verificar agora através das alternativas as principais regras da


representação:

Alternativa “A”: Os poderes de representação podem ser conferidos


pelo interessado ou pela lei.
Correta – Como vimos na tabela acima:

Representação legal  Conferida por lei.


Representação Voluntária  Conferida pela vontade do interessado.

Art. 115. Os poderes de representação conferem-se por lei ou


pelo interessado.

Alternativa “B”: É necessária a demonstração de prejuízo para se


anular negócio jurídico concluído pelo representante em conflito de
interesse com o representado.
Errada - Art. 119. É anulável o negócio concluído pelo representante em
conflito de interesses com o representado, SE TAL FATO ERA OU DEVIA SER
DO CONHECIMENTO DE QUEM COM AQUELE TRATOU.
Alternativa “C”: É anulável o negócio jurídico que o representante
celebra consigo mesmo, ainda que o permita o representado.
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Errada – Se o representado ou a lei conceder a permissão, será autorizado tal


ato.

Art. 117. SALVO SE O PERMITIR A LEI OU O REPRESENTADO, é anulável o


negócio jurídico que o representante, no seu interesse ou por conta de outrem,
celebrar consigo mesmo.

Alternativa “D”: A confissão feita pelo representante em nome do


representado é sempre eficaz.
Errada - Art. 213. NÃO TEM EFICÁCIA A CONFISSÃO se provém de quem
não é capaz de dispor do direito a que se referem os fatos confessados.
Parágrafo único. Se feita a confissão por um representante, SOMENTE É
EFICAZ nos limites em que este pode vincular o representado.

Alternativa “E”: Admite-se a representação em todos os atos da vida


civil.
Errada – GENERALIZAÇÕES em provas de concursos sempre
desconfiem!!!!

Art. 1.691. NÃO PODEM OS PAIS ALIENAR, OU GRAVAR DE ÔNUS REAL


OS IMÓVEIS DOS FILHOS, NEM CONTRAIR, EM NOME DELES,
OBRIGAÇÕES QUE ULTRAPASSEM OS LIMITES DA SIMPLES
ADMINISTRAÇÃO, SALVO POR NECESSIDADE OU EVIDENTE INTERESSE
DA PROLE, MEDIANTE PRÉVIA AUTORIZAÇÃO DO JUIZ.
Parágrafo único. Podem pleitear a declaração de nulidade dos atos previstos
neste artigo:
I - os filhos;
II - os herdeiros;
III - o representante legal.

A representação tem seus limites como podemos ver no caput do art. 1.691 do
Código Civil.

Gabarito: “A”

18. (FCC / Procurador de Estado – PGE - RR / 2006) Haverá nulidade


absoluta,

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a) se houver lesão contratual e relativa, se a parte celebrar negócio


jurídico mediante coação.
b) se o negócio jurídico for celebrado por pessoa absolutamente
incapaz e relativa, se tiver por objetivo fraudar lei imperativa.
c) se a parte incidir em erro substancial de direito e relativa, se
praticado por pessoa relativamente incapaz.
d) se o negócio jurídico for simulado e relativa, se for celebrado em
estado de perigo.
e) no caso de dolo, se o seu autor for a outra parte e relativa, se o seu
autor for terceiro.

Comentário: Essa questão vai exigir do aluno a diferenciação entre nulidade


absoluta e relativa.

Para conseguirmos responder essa questão precisamos ter conhecimento da


diferença entre nulidade absoluta e nulidade relativa.

NULIDADE ABSOLUTA (NULO) NULIDADE RELATIVA (ANULÁVEL)

Viola norma de interesse Viola norma de interesse particular


público/coletividade

Reconhecido de ofício pelo juiz Não pode ser reconhecido de ofício


pelo juiz

Qualquer pessoa envolvida pode Só pode alegar aquele que for


alegar, e a qualquer tempo prejudicado, e dentro do prazo
estabelecido.

Não pode ser dada validade para o Pode ser dado validade para o ato
ato posteriormente posteriormente

Ação declaratória Ação Desconstitutiva

Efeito ex tunc Efeito ex nunc

Temos no art. 166 do CC os casos que tornam o negócio jurídico nulo:

Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:

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I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz;


II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;
III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for
ilícito;
IV - não revestir a forma prescrita em lei;
V - for preterida alguma solenidade que a lei considere
essencial para a sua validade;
VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a
prática, sem cominar sanção.

No art. 171 do CC é apresentado os casos de anulabilidade, nulidade relativa:

Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é


anulável o negócio jurídico:

I - por incapacidade relativa do agente;


II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de
perigo, lesão ou fraude contra credores.

Agora que já sabemos as principais características e os casos de nulidade


absoluta e relativa, vamos analisar as alternativas da questão.

Alternativa “A”: se houver lesão contratual e relativa, se a parte


celebrar negócio jurídico mediante coação.
Errada – Tanto a lesão contratual quanto a coação são casos de nulidade
relativa, de acordo com o art. 171 do CC.

Alternativa “B”: se o negócio jurídico for celebrado por pessoa


absolutamente incapaz e relativa, se tiver por objetivo fraudar lei
imperativa.
Errada – Nessa alternativa, as duas situações resentadas são casos de
nulidade absoluta, de acordo com o art. 166, incisos I e VI.

Alternativa “C”: se a parte incidir em erro substancial de direito e


relativa, se praticado por pessoa relativamente incapaz.
Errada – Ambos os casos consiste em nulidade relativa. Observem:

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Art. 138. São ANULÁVEIS os negócios jurídicos, quando as


DECLARAÇÕES DE VONTADE EMANAREM DE ERRO
SUBSTANCIAL que poderia ser percebido por pessoa de
diligência normal, em face das circunstâncias do negócio.

Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é


ANULÁVEL o negócio jurídico:
I - POR INCAPACIDADE RELATIVA DO AGENTE;

Alternativa “D”: se o negócio jurídico for simulado e relativa, se for


celebrado em estado de perigo.
Correta – No caso de negócio jurídico simulado será nulidade absoluta, de
acordo com o art. 167 do CC.

Art. 167. É NULO O NEGÓCIO JURÍDICO SIMULADO, mas


subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e
na forma.

E no caso de estado de perigo, conforme art. 171, II, temos que será uma
nulidade relativa.

Alternativa “E”: no caso de dolo, se o seu autor for a outra parte e


relativa, se o seu autor for terceiro.
Errada – No caso de dolo teremos a nulidade relativa, de acordo com o art.
171, II.

Gabarito: “D”

19. (ESAF / Analista de Comércio Exterior – MDIC / 2012) Sobre a


validade do negócio jurídico, assinale a opção correta.
a) A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada
pela outra em benefício próprio, pois aproveita aos cointeressados
capazes, salvo se for indivisível o objeto do direito ou da obrigação
comum.
b) A escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que
visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos
reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o salário mínimo
vigente, exceto se a lei dispuser em contrário.

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c) A validade das declarações de vontade dependerá de forma especial,


e se atenderá mais ao sentido literal da linguagem do que à intenção
nelas consubstanciada.
d) A impossibilidade inicial do objeto invalida o negócio jurídico se for
relativa, ou se cessar antes de realizada a condição a que ele estiver
subordinado.
e) O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o
autorizarem, e for necessária a declaração de vontade expressa.
Comentário: Questão muito recente da ESAF. Observem que a banca cobra a
literalidade da lei, apresentando em suas alternativas a reprodução do contido
no Código Civil.

Vejamos:

Alternativa “A”: A incapacidade relativa de uma das partes não pode


ser invocada pela outra em benefício próprio, pois aproveita aos
cointeressados capazes, salvo se for indivisível o objeto do direito ou
da obrigação comum.
Errada - Art. 105. A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser
invocada pela outra em benefício próprio, NEM APROVEITA AOS CO-
INTERESSADOS CAPAZES, salvo se, neste caso, for indivisível o objeto do
direito ou da obrigação comum.

Alternativa “B”: A escritura pública é essencial à validade dos negócios


jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou
renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes
o salário mínimo vigente, exceto se a lei dispuser em contrário.
Correta - Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é
essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição,
transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor
superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.

Alternativa “C”: A validade das declarações de vontade dependerá de


forma especial, e se atenderá mais ao sentido literal da linguagem do
que à intenção nelas consubstanciada.
Errada - Art. 107. A validade da declaração de vontade NÃO DEPENDERÁ de
forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir.
Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá MAIS À INTENÇÃO nelas
consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem.

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Alternativa “D”: A impossibilidade inicial do objeto invalida o negócio


jurídico se for relativa, ou se cessar antes de realizada a condição a
que ele estiver subordinado.
Errada - Art. 106. A impossibilidade inicial do objeto NÃO INVALIDA o
negócio jurídico se for relativa, ou se cessar antes de realizada a condição a
que ele estiver subordinado.

Alternativa “E”: O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias


ou os usos o autorizarem, e for necessária a declaração de vontade
expressa.
Errada - Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os
usos o autorizarem, e NÃO FOR NECESSÁRIA a declaração de vontade
expressa.

Gabarito: “B”

20. (TRT – 2ª REGIÃO (SP) / Juiz do Trabalho – TRT – 2ª REGIÃO (SP)/


2011) Nos termos do Código Civil, as condições abaixo invalidam os
negócios jurídicos que lhes são subordinados, à exceção:
a) Das condições física ou juridicamente impossíveis, quando
suspensivas.
b) Das condições física ou juridicamente impossíveis, quando
resolutivas.
c) Das condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita.
d) Das condições incompreensíveis.
e) Das condições contraditórias.

Comentário: Boa questão que aborda os casos de invalidação do negócio


jurídico.
É necessária uma leitura atenta do enunciado, uma vez que é pedido a exceção
dos casos que invalidam o negócio jurídico.
Com certeza, muitos candidatos bem preparados e
“apressadinhos” iriam tropeçar nessa barreira
(aproveitando o espírito olímpico do momento), uma vez
que iriam ler a alternativa A e marcar como correta,
imaginando que se pedia o caso de invalidade do negócio
jurídico. Portanto, muito cuidado e atenção na leitura do
enunciado de qualquer questão, por mais fácil que ela
possa parecer.

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Vamos lembrar os art. 123 e 124 do CC, que dizem o seguinte:

Art. 123. Invalidam os negócios jurídicos que lhes são


subordinados:
I - as condições física ou juridicamente impossíveis, quando
suspensivas;
II - as condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita;
III - as condições incompreensíveis ou contraditórias.

Art. 124. Têm-se por inexistentes as condições impossíveis,


quando resolutivas, e as de não fazer coisa impossível.

Portanto:

Alternativa “A”: Das condições física ou juridicamente impossíveis,


quando suspensivas.
INVALIDAM OS NEGÓCIOS JURÍDICOS  Art. 123, I

Alternativa “B”: Das condições física ou juridicamente impossíveis,


quando resolutivas.
Errada - Art. 124. Têm-se por INEXISTENTES AS CONDIÇÕES
IMPOSSÍVEIS, QUANDO RESOLUTIVAS, e as de não fazer coisa impossível.

Alternativa “C”: Das condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita.


INVALIDAM OS NEGÓCIOS JURÍDICOS  Art. 123, II

Alternativa “D”: Das condições incompreensíveis.


INVALIDAM OS NEGÓCIOS JURÍDICOS  Art. 123, III

Alternativa “E”: Das condições contraditórias.


INVALIDAM OS NEGÓCIOS JURÍDICOS  Art. 123, III

Gabarito: “B”

21. (TRT – 2ª REGIÃO (SP) / Juiz do Trabalho – TRT – 2ª REGIÃO (SP)


/ 2011) Assinale a alternativa incorreta:

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a) É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se


dissimulou, se válido for na substância e na forma.
b) Haverá simulação nos negócios jurídicos quando aparentarem
conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais
realmente se conferem ou transmitem, quando contiverem declaração,
confissão, condição ou cláusula não verdadeira e no caso de
instrumentos particulares que forem antedatados, ou pós-datados.
c) As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do
negócio jurídico ou dos seus efeitos e as encontrar provadas, não lhe
sendo permitido supri-las, ainda que a requerimento das partes.
d) O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, mas
convalesce pelo decurso do tempo.
e) O negócio anulável pode ser confirmado pelas partes, salvo direito
de terceiro.

Comentário: Mais uma questão sobre nulidade e anulabilidade, que vem a


complementar o que vimos nas questões acima sobre esse assunto. Essa
questão é apresentada em formato muito parecido com o que a ESAF vem
apresentando em suas últimas provas, a literalidade.
Vejamos:

Alternativa “A”: É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o


que se dissimulou, se válido for na substância e na forma.
Correta – Reproduz exatamente o contido no caput do art. 167.

Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o


que se dissimulou, se válido for na substância e na forma.

Alternativa “B”: Haverá simulação nos negócios jurídicos quando


aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas
daquelas às quais realmente se conferem ou transmitem, quando
contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira
e no caso de instrumentos particulares que forem antedatados, ou pós-
datados.
Correta – Ainda no art. 167, em seu §1˚, temos que:
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o
que se dissimulou, se válido for na substância e na forma.
§ 1˚ Haverá simulação nos negócios jurídicos quando:
I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas
diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou
transmitem;

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II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula


não verdadeira;
III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-
datados.

Alternativa “C”: As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando


conhecer do negócio jurídico ou dos seus efeitos e as encontrar
provadas, não lhe sendo permitido supri-las, ainda que a requerimento
das partes.
Correta – Assim como vimos anteriormente, as nulidade pode ser
reconhecidas de ofício pelo juiz, bem como qualquer pessoa envolvida pode
alegar.

Dentro dessa ideia, observem o parágrafo único do art. 168 do CC:

Art. 168. As nulidades dos artigos antecedentes podem ser


alegadas por qualquer interessado, ou pelo Ministério Público,
quando lhe couber intervir.
Parágrafo único. As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz,
quando conhecer do negócio jurídico ou dos seus efeitos e as
encontrar provadas, não lhe sendo permitido supri-las, ainda que a
requerimento das partes.

Alternativa “D”: O negócio jurídico nulo não é suscetível de


confirmação, mas convalesce pelo decurso do tempo.
Errada- O NEGÓCIO JURÍDICO NÃO CONVALESCE PELO DECURSO DO
TEMPO.
Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de
confirmação, NEM CONVALESCE PELO DECURSO DO
TEMPO.

Alternativa “E”: O negócio anulável pode ser confirmado pelas partes,


salvo direito de terceiro.
Correta - Novamente a cópia fiel da lei. O art. 172 do CC diz o seguinte:

Art. 172. O negócio anulável pode ser confirmado pelas partes, salvo direito de
terceiro.

Gabarito: “D”

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22. (FCC / Defensor público – DPE - SP / 2012) Em relação aos defeitos


do negócio jurídico, é correto afirmar:
a) O dolo recíproco enseja a anulação do negócio jurídico e a respectiva
compensação das perdas e ganhos recíprocos.
b) O dolo do representante legal de uma das partes obriga o
representado a responder civilmente perante a outra parte,
independente do proveito que houver auferido.
c) O dolo do representante convencional de uma das partes obriga o
representado a responder civilmente perante a outra parte, até o limite
do proveito que houver auferido.
d) A caracterização da omissão dolosa em negócio bilateral exige a
prova de que sem a omissão o negócio não teria sido celebrado.
e) O dolo de terceiro enseja a anulação do negócio jurídico,
independente do conhecimento das partes contratantes.

Comentário: Essa questão versa sobre os defeitos do negócio jurídico, mais


especificamente do dolo, abordando suas especificidades nas alternativas.

O dolo é quando alguém induz, de forma maliciosa, alguém


para a prática de determinado ato que lhe será prejudicial,
mas proveitoso ao autor do dolo ou a terceiro.

Professora, erro é a mesma coisa que dolo?

Não, esses dois conceitos se diferem no seguinte ponto:


No erro não existe o ato malicioso de induzir a parte como vimos na definição
de dolo, a parte se engana por ela mesma.

PARA VOCÊ ENTENDER

O dolo civil ao qual estamos nos referindo em nossa aula, difere


do dolo criminal, que é quando se pratica um ato intencional que
fere o que está contido na lei. Com certeza no estudo de direito
penal, vocês ouviram falar do crime doloso, ou seja, é o crime
cometido com a intenção de produzir um determinado resultado.

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Vamos continuar essa revisão de dolo, agora através da análise das


alternativas:

Alternativa “A”: O dolo recíproco enseja a anulação do negócio jurídico


e a respectiva compensação das perdas e ganhos recíprocos.
Errada – O dolo recíproco consiste na situação em que ambas as partes agem
de forma maliciosa, uma visando prejudicar a outra. Nessa situação,
permanecerá válido o negócio jurídico celebrado, não cabendo qualquer
indenização por perdas e danos de parte a parte.

Art. 150. Se ambas as partes procederem com dolo, NENHUMA PODE ALEGÁ-
LO PARA ANULAR o negócio, ou reclamar indenização.

Alternativa “B”: O dolo do representante legal de uma das partes


obriga o representado a responder civilmente perante a outra parte,
independente do proveito que houver auferido.
Errada – Existe uma diferença em relação ao dolo do representante.
Caso seja de representante legal, o representado terá que responder civilmente
até a importância do proveito que teve, uma vez que a representação legal é
algo definido por lei, que independe da vontade do representado.
Já no caso da representação convencional ou voluntária, será diferente, uma
vez que ocorre pela vontade das partes, em comum acordo. Dessa forma,
diante do dolo do representante convencional, o representado responderá
solidariamente com o representante.

Art. 149. O dolo do representante legal de uma das partes só obriga o


representado a responder civilmente ATÉ A IMPORTÂNCIA DO PROVEITO
QUE TEVE; se, porém, o dolo for do representante convencional, o
representado responderá solidariamente com ele por perdas e danos.

Alternativa “C”: O dolo do representante convencional de uma das


partes obriga o representado a responder civilmente perante a outra
parte, até o limite do proveito que houver auferido.
Errada – Exatamente a explicação da alternativa acima.

Art. 149. O dolo do representante legal de uma das partes só obriga o


representado a responder civilmente até a importância do proveito que teve;
se, porém, o dolo for do representante convencional, O REPRESENTADO
RESPONDERÁ SOLIDARIAMENTE COM ELE POR PERDAS E DANOS.

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Alternativa “D”: A caracterização da omissão dolosa em negócio


bilateral exige a prova de que sem a omissão o negócio não teria sido
celebrado.
Correta – O negócio bilateral corresponde a execução de um contrato onde
existem duas vontades, não necessariamente diferentes.

Vamos pensar em um exemplo e entender o que a alternativa quis dizer.

Ex: João vai alugar um carro. Diante de vários


carros, depois de muito penar, escolheu um deles.
A empresa dona do carro sabe que justamente
esse carro possui seu para-choque solto, preso
apenas por um pequeno e frágil arame, mesmo
assim, a empresa nada fala, e deixa João alugar o
carro e sair dirigindo-o.
Alguns metros a frente, João passa por um
pequeno buraco e o para-choque vai ao chão.

Será que se a empresa tivesse falado para João que esse carro estava com o
para-choque quebrado, ele iria manter sua escolha e alugar o carro?
Com certeza não. Ou seja, a omissão dolosa da empresa fez com que o
contrato se celebrasse, fato que não ocorreria se não acontecesse a omissão.

Art. 147. Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de uma das
partes a respeito de fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado,
constitui omissão dolosa, provando-se que sem ela o negócio não se teria
celebrado.

Alternativa “E”: O dolo de terceiro enseja a anulação do negócio


jurídico, independente do conhecimento das partes contratantes.
Errada - Art. 148. Pode também ser anulado o negócio jurídico por dolo de
terceiro, SE A PARTE A QUEM APROVEITE DELE TIVESSE OU DEVESSE
TER CONHECIMENTO; em caso contrário, ainda que subsista o negócio
jurídico, o terceiro responderá por todas as perdas e danos da parte a quem
ludibriou.

Gabarito: “D”

23. (MPE - GO / Promotor de Justiça – MPE - GO / 2012) Analisando os


itens abaixo, pode-se afirmar que:

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I – A validade da declaração de vontade, em regra, não depende de


forma especial, mas se o negócio jurídico for celebrado com a cláusula
de não valer sem instrumento público, este se torna substância do ato.
II – Ao termo inicial e final aplicam-se, no que couber, as disposições
relativas à condição suspensiva e à resolutiva; logo, se for estipulado
como termo final de um negócio jurídico dia 31/02/2013, tal
estipulação será havida por inexistente.
III – O abuso de direito enseja reparação pelo regime da
responsabilidade objetiva, sendo desnecessária a demonstração da
conduta do agente (dolo ou culpa), de sorte que são requisitos
necessários para haja o dever de indenizar: o ato; o dano; e o nexo de
causalidade entre o ato e o dano.
a) todos são corretos.
b) apenas o I e o II são corretos.
c) apenas o II e o III são corretos.
d) todos são incorretos.

Comentário: Essa questão é interessante, que exige um raciocínio em cima do


contido no CC. Vejamos:

Assertiva “I”: A validade da declaração de vontade, em regra, não


depende de forma especial, mas se o negócio jurídico for celebrado
com a cláusula de não valer sem instrumento público, este se torna
substância do ato.
Correta – Podemos verificar que essa assertiva está correta, através dos art.
107 e 109 do CC. Observem:

Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá


de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir.

Art. 109. No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não


valer sem instrumento público, este é da substância do ato.

Assertiva “II”: Ao termo inicial e final aplicam-se, no que couber, as


disposições relativas à condição suspensiva e à resolutiva; logo, se for
estipulado como termo final de um negócio jurídico dia 31/02/2013,
tal estipulação será havida por inexistente.
Correta – Termo é o que determina que os efeitos dos negócios jurídicos estão
vinculados a efeitos futuros e certos.

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Termo inicial  em suma, é a data em que o negócio


começará a produzir seus efeitos ordinários. Possui
características suspensivas, ou seja, o negócio jurídico
só existirá quando essa condição entrar em vigor.

Termo final  é a data determinada pelas partes para o


interrompimento dos efeitos jurídicos do negócio
acordado. Possui características resolutivas, uma vez
que o ato não para de existir, e sim tem seu efeito jurídico
interrompido.

Art. 135. Ao termo inicial e final aplicam-se, no que couber,


as disposições relativas à condição suspensiva e resolutiva.

No caso apresentado nessa assertiva, não poderá ser estipulado o termo final
em uma data inexistente como 31 de fevereiro, caracterizando-se como uma
condição impossível. Caso isso venha a ocorrer, por ser o termo final uma
condição resolutiva, ocorrerá a inexistência do negócio jurídico, conforme
previsto no art. 124 do CC.

Art. 124. Têm-se por INEXISTENTES as condições


impossíveis, quando RESOLUTIVAS, e as de não fazer coisa
impossível.

Assertiva “III”: O abuso de direito enseja reparação pelo regime da


responsabilidade objetiva, sendo desnecessária a demonstração da
conduta do agente (dolo ou culpa), de sorte que são requisitos
necessários para haja o dever de indenizar: o ato; o dano; e o nexo de
causalidade entre o ato e o dano.
Correta – Na responsabilidade objetiva não é necessário que se busque a
existência do dolo. A responsabilidade do agente pelo ressarcimento surge a
partir da ocorrência do fato.

De acordo com Sílvio Rodrigues, temo que:

“Na responsabilidade objetiva a atitude culposa ou dolosa do agente causador


do dano é de menos relevância, pois, desde que exista relação de causalidade
entre o dano experimentado pela vítima e o ato do agente, surge o dever de
indenizar, quer tenha este último agido ou não culposamente.”

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Ex: uma viatura do Estado bate no fusca rosa de Maria.


Independente se o motorista agiu com imprudência ou
imperícia, o Estado terá que ressarcir Maria.

De forma a reforçar o apresentado acima, observem o art.927 do CC:

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar
dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano,
independentemente de culpa, nos casos especificados em lei,
ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor
do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de
outrem.

Gabarito: “A”

Vamos lá meus amigos, muita força e ânimo, respirem


fundo e vamos continuar nossa aula!!!

Estamos quase lá, cada vez mais perto da tão sonhada


aprovação!!!

“Comece fazendo o que é necessário,


depois o que é possível, e de repente
você estará fazendo o impossível.”

São Francisco de Assis

24. (MPT / Procurador – MPT / 2012) Marque a alternativa CORRETA:

a) Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da


personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis e, caso a pessoa
venha a óbito, mesmo assim tem legitimidade para exigir que cesse a
ameaça ou a lesão a direito à personalidade, além de reclamar perdas e

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danos, o cônjuge sobrevivente ou qualquer parente em linha reta ou


colateral até o terceiro grau.
b) O Ministério Público deve atuar nos casos de desconsideração da
pessoa jurídica, nos quais ocorre o abuso da personalidade jurídica,
configurado pelo desvio de finalidade, ou confusão patrimonial,
constituindo-se modalidade de intervenção obrigatória.
c) Nos termos do Código Civil, é nulo o negócio jurídico simulado, mas
subsistirá o que se dissimulou, se válido for, na substância e na forma.
d) A anulabilidade não opera de pleno direito; logo, não tem efeito
antes de julgada por sentença, nem pode ser pronunciada de ofício,
somente tendo legitimidade para sua arguição os interessados,
aproveitando exclusivamente aos que a alegarem, não podendo ser
estendida em casos de solidariedade ou indivisibilidade.

Comentário: Questão muito boa que apresenta diversos conceitos que já


vimos em nossas aulas.
Vamos analisar as alternativas:

Alternativa “A”: Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da


personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis e, caso a pessoa
venha a óbito, mesmo assim tem legitimidade para exigir que cesse a
ameaça ou a lesão a direito à personalidade, além de reclamar perdas e
danos, o cônjuge sobrevivente ou qualquer parente em linha reta ou
colateral até o terceiro grau.
Errada – Como já vimos anteriormente, a legitimação ocorre para parentes em
linha reta, ou colateral até o QUARTO GRAU !!!

Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da


personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções
previstas em lei.
Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a
medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em
linha reta, ou colateral ATÉ O QUARTO GRAU.

Alternativa “B”: O Ministério Público deve atuar nos casos de


desconsideração da pessoa jurídica, nos quais ocorre o abuso da
personalidade jurídica, configurado pelo desvio de finalidade, ou
confusão patrimonial, constituindo-se modalidade de intervenção
obrigatória.
Errada – Somente em casos que cabem ao MP intervir no processo é que este
deve atuar.

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Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica,


caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão
patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou
DO MINISTÉRIO PÚBLICO QUANDO LHE COUBER
INTERVIR NO PROCESSO, que os efeitos de certas e
determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos
bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa
jurídica.

Alternativa “C”: Nos termos do Código Civil, é nulo o negócio jurídico


simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for, na
substância e na forma.
Correta – Alternativa bastante simples, que já vimos em nossa aula, e
sabemos sem problemas.

Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o


que se dissimulou, se válido for na substância e na forma.

Alternativa “D”: A anulabilidade não opera de pleno direito; logo, não


tem efeito antes de julgada por sentença, nem pode ser pronunciada
de ofício, somente tendo legitimidade para sua arguição os
interessados, aproveitando exclusivamente aos que a alegarem, não
podendo ser estendida em casos de solidariedade ou indivisibilidade.
Errada - Art. 177. A anulabilidade não tem efeito antes de julgada por
sentença, nem se pronuncia de ofício; só os interessados a podem alegar, e
aproveita exclusivamente aos que a alegarem, SALVO O CASO DE
SOLIDARIEDADE OU INDIVISIBILIDADE.

Gabarito: “C”

25. (MPT / Procurador – MPT / 2012) Analise as assertivas:


I - Para a validade de todos os negócios jurídicos que visem à
constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais
sobre imóveis a escritura pública é essencial.
II - Na interpretação das declarações de vontade, deve-se dar mais
importância à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal
da linguagem.
III - Na representação, o representante é obrigado a provar às
pessoas, com quem tratar em nome do representado, a sua qualidade e

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a extensão de seus poderes, sob pena de, não o fazendo, serem nulos
os atos que a estes excederem.
IV - Nos negócios jurídicos, o silêncio importa anuência.

Marque a alternativa CORRETA:


a) apenas as assertivas I e III estão corretas;
b) todas as assertivas estão corretas;
c) apenas as assertivas III e IV estão corretas;
d) apenas a assertiva II está correta;

Comentário: Mais uma questão que a banca “mistura” diversos conceitos


apresentados em nossa aula.

Vejamos as assertivas:

Assertiva “I”: Para a validade de todos os negócios jurídicos que visem


à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais
sobre imóveis a escritura pública é essencial.
Errada – Vou falar mais uma vez: liguem o alerta quando
lerem expressões como essa. (todo, sempre, em regra, e etc)

A escritura pública torna-se essencial para a validade do negócio jurídico,


somente nos casos de imóveis de valor superior a 30 vezes o salário mínimo
do país,

Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública


3 é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à
0 constituição, transferência, modificação ou renúncia de
direitos reais SOBRE IMÓVEIS DE VALOR SUPERIOR A
X TRINTA VEZES O MAIOR SALÁRIO MÍNIMO VIGENTE NO
PAÍS.

Assertiva “II”: Na interpretação das declarações de vontade, deve-se


dar mais importância à intenção nelas consubstanciada do que ao
sentido literal da linguagem.
Correta – Reproduz exatamente o contido no art.112 do CC.

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Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à


intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da
linguagem.

Assertiva “III”: Na representação, o representante é obrigado a provar


às pessoas, com quem tratar em nome do representado, a sua
qualidade e a extensão de seus poderes, sob pena de, não o fazendo,
serem nulos os atos que a estes excederem.
Errada – Mais um ponto importante sobre os representantes que ainda não
vimos em nossa aula.
Observem o art. 118, que é de fácil interpretação e entendimento:

Art. 118. O representante é obrigado a provar às pessoas,


com quem tratar em nome do representado, a sua qualidade
e a extensão de seus poderes, sob pena de, não o fazendo,
RESPONDER PELOS ATOS QUE A ESTES EXCEDEREM.

Assertiva “IV”: Nos negócios jurídicos, o silêncio importa anuência.


Errada – Conforme já vimos no art. 111 do CC, nem sempre o silêncio
importará a anuência.

Art. 111. O silêncio importa anuência, QUANDO AS


CIRCUNSTÂNCIAS OU OS USOS O AUTORIZAREM, E NÃO
FOR NECESSÁRIA A DECLARAÇÃO DE VONTADE
EXPRESSA.

Gabarito: “D”

26. (ESAF / Fiscal de Renda – SMF-RJ / 2010) Sobre o encargo como


óbice à aquisição ou ao exercício de direito, é correto afirmar que o
encargo:
a) enquanto não cumprido, configura óbice à aquisição ou ao exercício
de direito.
b) enquanto não cumprido, se traduz em óbice ao exercício do direito,
não à aquisição.
c) não suspende a aquisição nem o exercício do direito, salvo quando
expressamente imposto no negócio jurídico, pelo disponente, como
condição suspensiva.
d) enquanto não cumprido, se traduz em óbice à aquisição, não ao
exercício do direito de forma precária.

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e) enquanto não cumprido, não suspende o exercício do direito de


forma precária.

Comentário: Agora que já vimos um pouco sobre fatos e negócios jurídicos,


vamos observar algumas questões da ESAF que apareceram nas últimas provas
da banca.

Essa questão aborda os encargos. Observem que mais uma vez a ESAF
explorou a literalidade, exigindo do candidato o conhecimento do contido no
CC.

O encargo consiste em uma exigência realizada por uma das partes em um


negócio jurídico. Sua principal característica é a obrigatoriedade.

Ex: Um milionário resolve doar uma quantia de dinheiro para


uma ONG, com a exigência de que esse dinheiro seja
utilizado para a compra de cestas básicas.

É bastante importante que vocês saibam o que está previsto no art. 136 do CC.
Vejamos:

Art. 136. O encargo não suspende a


aquisição nem o exercício do direito, salvo
quando expressamente imposto no negócio
jurídico, pelo disponente, como condição
suspensiva.

Vamos agora analisar as alternativas:

Alternativa “A”: enquanto não cumprido, configura óbice à aquisição ou


ao exercício de direito.
Errada – Bastante simples. Como vimos acima, o encargo não suspende a
aquisição nem o exercício do direito.

Alternativa “B”: enquanto não cumprido, se traduz em óbice ao


exercício do direito, não à aquisição.
Errada – Não traduz óbice nem ao exercício de direito, nem à aquisição.
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Alternativa “C”: não suspende a aquisição nem o exercício do direito,


salvo quando expressamente imposto no negócio jurídico, pelo
disponente, como condição suspensiva.
Correta – Reproduz o contido no art. 136 que vimos acima.

Alternativa “D”: enquanto não cumprido, se traduz em óbice à


aquisição, não ao exercício do direito de forma precária.
Errada – Mesmo erro das alternativas “A”e “B”. O não cumprimento do
encargo não traduz óbice nem ao exercício de direito, nem à aquisição.

Alternativa “E”: enquanto não cumprido, não suspende o exercício do


direito de forma precária.
Errada – Analogamente com o que vimos nas alternativas anteriores.

Gabarito: “C”

27. (ESAF / técnico Administrativo – MPU/ 2004) Quanto ao exercício


dos direitos, os negócios jurídicos podem ser
a) constitutivos e declarativos.
b) patrimoniais e extrapatrimoniais.
c) inter vivos e causa mortis.
d) unilaterais e bilaterais.
e) de disposição e de simples administração.

Comentário: Questão relativamente fácil. Vamos aproveitá-la para


relembrarmos as diversas classificações dos negócios jurídicos.

Observem o esquema abaixo:

Quanto as Quanto ao
Quanto as
vantagens que conteúdo
formalidades
produz

Gratuitos Onerosos Solenes Não solenes Patrimoniais Extrapatrimoniais

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Quanto ao tempo Quanto ao seu Quanto a


que produzem efeito manifestação da
efeito vontade

Inter vivos Causa mortis Constitutivos Declarativos Unilaterais Bilaterais

Quanto a Quanto ao
existência
exercício do
direito

Principal Acessórios

Simples Negócios de
administração disposição

Negócios de disposição  quando autorizam o exercício de amplos direitos,


incluindo a alienação, sobre o objeto transferido (ex.: doação);

Negócios de administração  admitem apenas a simples administração e


uso do objeto cedido (ex.: comodato )

Vejamos as alternativas:

Alternativa “A”: Quanto ao seu efeito

Alternativa “B”: Quanto ao conteúdo

Alternativa “C”: Quanto ao tempo que produzem efeito

Alternativa “D”: Quanto à manifestação da vontade

Alternativa “E”: QUANTO AO EXERCÍCIO DO DIREITO

Gabarito: “E”
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28. (ESAF / Auditor Fiscal do Trabalho – MTE / 2010) A propósito do


negócio jurídico, todas as assertivas abaixo são verdadeiras, exceto:

a) segundo a doutrina alemã dos pandectistas, a expressão negócio


jurídico é aplicável ao ato jurídico criador de direitos e obrigações,
enquanto ato jurídico se aplica aos demais atos.
b) no silêncio de uma das partes, entende-se que ocorreu anuência,
quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e for necessária
declaração expressa de vontade.
c) o Código Civil de 2002 introduziu a distinção entre negócio jurídico e
ato jurídico no direito pátrio, dividindo os fatos jurídicos em negócios
jurídicos, atos jurídicos lícitos e atos jurídicos ilícitos.
d) no direito brasileiro, a distinção entre negócio jurídico e ato jurídico
não tinha maior significado durante a vigência do Código Civil de 1916.
e) na interpretação dos negócios jurídicos, importa mais a intenção das
partes do que o sentido literal da linguagem, porém, quando os
negócios jurídicos forem benéficos ou consistirem em renúncia,
deverão ser interpretados restritivamente.

Comentário: Fiz questão de colocar essa questão em nossa aula, pois parece
ser um pouco complicada se começarmos a ler as alternativas, uma vez que
apresenta alguns assuntos que não são comuns de aparecer em provas de
concursos.

Entretanto, se lermos a alternativa “B”, notamos que esta é bem simples e


rápida de ser respondida.

Alternativa “B”: no silêncio de uma das partes, entende-se que ocorreu


anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e for
necessária declaração expressa de vontade.

Errada - De acordo com o art. 111 do CC, temos que:

Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as


circunstâncias ou os usos o autorizarem, e NÃO FOR
NECESSÁRIA A DECLARAÇÃO DE VONTADE EXPRESSA.

Gabarito: “B”

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29. (ESAF / Auditor Fiscal – Receita Federal / 2009) A nulidade


absoluta do negócio jurídico

a) somente poderá ser alegada pelos prejudicados, não podendo ser


decretada de ofício pelo juiz.
b) só aproveitará à parte que a alegou, com exceção de indivisibilidade
ou solidariedade.
c) poderá ser arguída por qualquer interessado, pelo Ministério Público,
quando lhe couber intervir.
d) poderá ser suprida pelo juiz e suscetível de confirmação e de
convalidação pelo decurso do tempo.
e) será decretada se ele for praticado por pessoa relativamente incapaz
sem a devida assistência de seus legítimos representantes legais.

Comentário: Questão do último concurso de auditor fiscal para a Receita


Federal, que trata da nulidade absoluta do negócio jurídico. Vamos verificar as
alternativas.
Devido à importância desse assunto, vamos mais uma vez observar o esquema
que apresente as características da nulidade absoluta em comparação com a
nulidade relativa.

NULIDADE ABSOLUTA (NULO) NULIDADE RELATIVA (ANULÁVEL)

Viola norma de interesse Viola norma de interesse particular


público/coletividade

Reconhecido de ofício pelo juiz Não pode ser reconhecido de ofício pelo
juiz

Qualquer pessoa envolvida pode alegar, e Só pode alegar aquele que for
a qualquer tempo prejudicado, e dentro do prazo
estabelecido.

Não pode ser dada validade para o ato Pode ser dado validade para o ato
posteriormente posteriormente

Ação declaratória Ação Desconstitutiva

Efeito ex tunc Efeito ex nunc

Vejamos as alternativas:

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Alternativa “A”: somente poderá ser alegada pelos prejudicados, não


podendo ser decretada de ofício pelo juiz.
Errada – A nulidade absoluta pode ser alegada pelos prejudicados, pelo MP
quando lhe couber intervir ou de ofício pelo juiz.

Art. 168. As nulidades dos artigos antecedentes PODEM SER


ALEGADAS POR QUALQUER INTERESSADO, OU PELO
MINISTÉRIO PÚBLICO, QUANDO LHE COUBER INTERVIR.
Parágrafo único. As NULIDADES DEVEM SER PRONUNCIADAS
PELO JUIZ, quando conhecer do negócio jurídico ou dos seus
efeitos e as encontrar provadas, não lhe sendo permitido supri-las,
ainda que a requerimento das partes.

Alternativa “B”: só aproveitará à parte que a alegou, com exceção de


indivisibilidade ou solidariedade.
Errada – O ato não pode ser convalidado nem aproveitado.

Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de


confirmação nem convalesce pelo decurso do tempo.

Alternativa “C”: poderá ser arguída por qualquer interessado, pelo


Ministério Público, quando lhe couber intervir.
Correta – Conforme vimos no art. 111 acima, está correto o contido na
alternativa.

Alternativa “D”: poderá ser suprida pelo juiz e suscetível de


confirmação e de convalidação pelo decurso do tempo.
Errada – Essa alternativa está toda errada, de acordo com o art. 168 e art.
169. Observem:

Art. 168 [...]


[...]
Parágrafo único. As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz,
quando conhecer do negócio jurídico ou dos seus efeitos e as
encontrar provadas, NÃO LHE SENDO PERMITIDO SUPRI-LAS,
AINDA QUE A REQUERIMENTO DAS PARTES.
Art. 169. O negócio jurídico nulo NÃO É SUSCETÍVEL DE
CONFIRMAÇÃO NEM CONVALESCE PELO DECURSO DO
TEMPO.

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Alternativa “E”: será decretada se ele for praticado por pessoa


relativamente incapaz sem a devida assistência de seus legítimos
representantes legais.
Errada – Este não é um caso de nulidade absoluta, e sim de nulidade relativa,
ou anulabilidade.

Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é


anulável o negócio jurídico:
I - por incapacidade relativa do agente;

Gabarito: “B”

30. (ESAF / Analista de Finanças e Controle – CGU/ 2006) Se A adquire


de B uma obra de arte, por influência de C que o convence de sua
raridade, sem que B, ouvindo tal disparate, alerte o comprador, o
negócio é suscetível de anulação por

a) dolo negativo.
b) lesão.
c) simulação relativa objetiva.
d) reserva mental.
e) dolo de terceiro.

Comentário: Essa questão é interessante, pois aborda vários conceitos que


vimos em nossa aula de hoje.

Vamos relembrar cada um desses conceitos:

Dolo negativo  Também pode ser chamado de omissivo. Ocorre em


situações que uma das partes, através do silêncio, omite determinada
informação importante para a celebração do contrato.

Art. 147. Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio


intencional de uma das partes a respeito de fato ou
qualidade que a outra parte haja ignorado, constitui
omissão dolosa, provando-se que sem ela o negócio não se
teria celebrado.

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Lesão 
Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente
necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação
manifestamente desproporcional ao valor da prestação
oposta.

Simulação relativa objetiva  ocorre quando é ocultada a verdadeira


natureza do contrato estabelecido entre duas pessoas. É um contrato com
aparência de outro. Ou seja, as partes fazem um negócio, mas o verdadeiro
objetivo é outro.

Reserva mental  Caracteriza-se pela diferença entre a vontade real


(interna) e a declarada (exteriorizada). Ou seja, a pessoa declara algo que não
é o que ela está sentindo por dentro. Oculta a verdadeira intenção. Podemos
entender também no fato do declarante querer enganar a pessoa a quem se
destina a declaração.

Dolo de terceiro  se um terceiro, não integrante da relação jurídica, induz


uma das partes a agir de forma diversa da que faria por livre vontade.

Após relembrarmos esses conceitos, fica fácil chegarmos à resposta correta.

PARA VOCÊ ENTENDER!!!

É importante destacar que não é um dolo negativo,


uma vez que B não omitiu nenhuma informação
acerca da obra de arte, ele apenas não desmentiu o
que o terceiro (A) afirmou para B.

Gabarito: “E”

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Caros concurseiros, chegamos ao fim da nossa aula 03.

Estudem bastante os assuntos apresentados nessa aula, e


tenham certeza que estão cada vez mais bem preparados
para a prova de vocês.
Façam sempre a revisão das aulas anteriores, e qualquer
dúvida “gritem” no fórum!!!

Ainda não esgotamos o assunto de negócio jurídico. Em


nosso próximo encontro abordaremos alguns outros
assuntos relacionados ao negócio jurídico, uma vez que
trata-se de um assunto bastante extenso.

Mantenham sempre o ímpeto e a força de vontade, e


acreditem sempre no potencial que vocês possuem.

Como em nossas outras aulas, apresentarei em seguida as questões sem os


comentários, de forma que vocês possam verificar o aprendizado de vocês.
Após o gabarito geral das questões.

Foi um grande prazer estar mais uma vez com vocês!!! Até nosso próximo
encontro, na nossa aula 04.

Estudem bastante e um ótimo estudo a todos!!!

Suzana Lopes

“A força não provém da capacidade física e sim de uma vontade indomável.”


Mahatma Gandhi

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2. LISTA DAS QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS

1. (VUNESP/ Exame de Ordem – OAB - SP / 2007) O reconhecimento


da paternidade e a fixação de domicílio são exemplos de qual dos
conceitos a seguir?
a) Direito natural.
b) Negócio jurídico.
c) Ato jurídico stricto sensu.
d) Fato não-jurídico.

2. (VUNESP / Exame de Ordem – OAB - SP/ 2007) São exemplos de


fatos jurídicos stricto sensu
a) a declaração, o testamento, a residência.
b) o contrato, o testamento, a aluvião.
c) a descoberta de tesouro, a dívida de jogo, o nascimento.
d) o nascimento, a morte, a aluvião.

3. (MOVENS / Analista – Prefeitura de Manaus (AM) / 2010) Em


relação aos fatos e atos jurídicos, assinale a opção correta.
a) O dolo se caracteriza quando uma pessoa, sob premente
necessidade ou por inexperiência, se obriga a prestação
manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
b) O agente que induz certo devedor a firmar novo negócio jurídico sob
determinadas condições, mediante a ameaça de protestar o título
vencido e não pago, que garante a dívida, age mediante coação.
c) Conforme previsão expressa do Código Civil, não corre prescrição
contra os absolutamente incapazes.
d) É nulo o negócio jurídico por vício resultante de erro, dolo, coação,
estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.

4. (TRF – 4ª REGIÃO / Juiz – TRF – 4ª REGIÃO/ 2010) Assinale a


alternativa correta.
É nulo o ato jurídico:
a) Que tiver por objetivo fraudar lei imperativa.
b) Se resultante de erro.
c) Se resultante de coação.
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d) Praticado para fraudar terceiros.


e) Todas as alternativas anteriores estão incorretas.

5. (CESPE / Exame de Ordem – OAB - SP / 2008) A respeito do fato


jurídico, assinale a opção correta.
a) A decadência extingue a pretensão e, por via oblíqua, o direito.
b) Pode haver renúncia à prescrição antes da consumação do
respectivo prazo, desde que não haja prejuízo a terceiros.
c) Ato jurídico em sentido estrito é o que surge como mero pressuposto
de efeito jurídico preordenado pela lei sem função e natureza de
autorregulamento.
d) O negócio jurídico, ato independente da vontade humana, produz
efeitos jurídicos, criando, modificando ou extinguindo direitos.

6. (PGE - RO / Procurador – PGE - RO / 2011) O recente terremoto


ocorrido no Japão em 11 de março de 2011, sob o ponto de vista da
teoria geral do direito, pode ser classificado como
a) ato jurídico em sentido estrito.
b) ato jurídico em sentido amplo.
c) negócio jurídico.
d) fato jurídico em sentido estrito.
e) fato ilícito em sentido estrito.

7. (COPEVE /Procurador Municipal - Prefeitura de Penedo (AL) / 2010)


Isabella possui 14 anos de idade e gostaria de realizar o pagamento de
uma prestação do financiamento que seu genitor obteve na Caixa
Econômica Federal de Penedo, no valor de R$ 3.000,00 (três mil reais).
A atendente da instituição bancária, porém, não aceita esse pagamento
por ser ela menor de idade. Considerando a classificação de fato
jurídico de Pontes de Miranda, escolha a opção correta.
a) A atendente encontra-se correta, pois o pagamento representa um
ato jurídico lato sensu e, portanto, não pode ser realizado por
relativamente incapaz em virtude de sua patente anulabilidade.
b) A atendente encontra-se correta, pois o pagamento representa um
ato jurídico lato sensu e, portanto, não pode ser realizado por
absolutamente incapaz em virtude de sua patente nulidade.
c) A atendente encontra-se correta, pois o pagamento representa um
negócio jurídico e, portanto, não pode ser realizado por absolutamente
incapaz em virtude de sua patente nulidade.

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d) A atendente encontra-se equivocada, pois o pagamento representa


um ato-fato jurídico e, portanto, pode ser realizado por absolutamente
incapaz.
e) A atendente encontra-se equivocada, pois o pagamento representa
um fato jurídico stricto sensu e, portanto, pode ser realizado por
absolutamente incapaz.

8. (CESPE / Promotor de Justiça – MPE - AM / 2007) A respeito dos


fatos, atos e negócios jurídicos, assinale a opção correta.
a) É nulo o ato negocial no qual ambas as partes houverem
reciprocamente agido com dolo. Mas, a nenhum dos contratantes é
permitido reclamar indenização, devendo cada uma suportar o prejuízo
experimentado pela prática do ato doloso, resguardando-se tão-
somente o direito ao ressarcimento do terceiro de boa-fé.
b) Caracteriza-se a lesão quando alguém, sob premente necessidade,
assume obrigação excessivamente desproporcional à vantagem obtida,
gerando um lucro exagerado ao outro contratante. Para que seja
reconhecida a nulidade desse negócio, exige-se, além do prejuízo de
uma das partes e do lucro exagerado da outra, o dolo de
aproveitamento na conduta do outro contratante.
c) Caracteriza-se fraude contra credores a remissão de dívida, quando
se tratar de devedor insolvente ou reduzido a insolvência mediante
perdão. Nesse caso, é irrelevante, para a caracterização da fraude, o
conhecimento ou o desconhecimento do devedor em relação ao seu
estado econômico ou financeiro.
d) O dolo acidental de terceiro provoca a anulação do negócio jurídico,
ainda que a parte a quem aproveite dele não tivesse nem devesse ter
conhecimento, por afetar a declaração da vontade, desviando-a de sua
real intenção e causando-lhe danos.
e) O negócio jurídico celebrado mediante coação exercida por terceiro
sujeita o coator e aquele que teve proveito econômico com a avença à
reparação dos danos causados na conclusão do ato negocial. Nessa
situação, ainda que a parte beneficiada ignore a coação, o negócio não
terá validade, resolvendo-se em perdas e danos suportados somente
pelo terceiro.

9. (VUNESP / Titular de Serviços de Notas e Registros – TJ -SP / 2011)


A consequência da estipulação de condição fisicamente impossível em
negócio jurídico é:
a) considera-se inexistente a condição, se for suspensiva.
b) nulidade do negócio, se a condição for resolutiva.
c) nulidade do negócio, se a condição for suspensiva.

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d) considera-se inexistente a condição, seja suspensiva ou resolutiva.

10. (FCC / Analista Judiciário – TRF – 2ª REGIÃO / 2012) (CESPE /


Analista de Controle Externo– TCE- TO / 2009) A respeito da disciplina
dos fatos jurídicos, assinale a opção correta.
a) O pai, quando reconhece a paternidade do filho havido fora do
casamento, pratica ato jurídico em sentido estrito.
b) O provérbio “quem cala consente” é plenamente aplicável ao direito,
pois, em regra, o silêncio importa anuência.
c) Ocorre a reserva mental quando um dos contratantes oculta a sua
verdadeira intenção, hipótese em que subsistirá a manifestação de
vontade, sendo irrelevante para o direito o conhecimento ou o
desconhecimento da reserva pela outra parte.
d) Considere que duas partes tenham ajustado entre si uma doação, e,
após algum tempo, houve conflito ante a interpretação das cláusulas
constantes do instrumento. Nesse caso, o juiz, ao decidir a eventual
causa, deverá dar interpretação extensiva ao contrato.
e) A vontade é pressuposto básico do negócio jurídico, sendo
imprescindível a sua manifestação expressa.

11. (CESPE/ Procurador de Estado – PGE - CE/ 2008) Acerca dos fatos
jurídicos, assinale a opção correta.
a) Configura-se o estado de perigo quando uma pessoa, por
inexperiência, ou sob premente necessidade, obriga-se a prestação
manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta, gerando
lucro exagerado ao outro contratante. Nessa situação, a pessoa pode
demandar a nulidade do negócio jurídico, dispensando-se a verificação
de dolo ou má-fé da parte adversa.
b) A fraude contra a execução é um defeito do negócio jurídico,
caracterizando-se como vício de consentimento e viciando, como
conseqüência, a declaração de vontade dos partícipes do negócio
jurídico.
c) A simulação relativa é um vício social que acarreta a nulidade do
negócio jurídico, que não pode subsistir, mesmo que seja válido na
substância e na forma.
d) O negócio jurídico realizado com infração a norma de ordem pública,
mesmo depois de declarado nulo por sentença judicial, por se tratar de
direito patrimonial e, portanto, disponível, pode ser ratificado pelas
partes, convalidando-se, assim, o ato negocial.
e) A reserva mental caracteriza-se pela não-coincidência entre a
vontade real e a declarada, com o propósito de enganar a outra parte.
Se for desconhecida pelo destinatário, a manifestação de vontade

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subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não
querer o que manifestou.

12. (EJEF / Juiz – TJ - MG / 2009) "Fatos jurídicos são acontecimentos


que produzem efeitos jurídicos, causando o nascimento, a modificação
ou a extinção de relações jurídicas e de seus direitos". Ora constituem-
se como simples manifestação da natureza, ora podem configurar-se
como manifestação da vontade humana. Neste último caso são
chamados de atos jurídicos.
Assim, dentre as assertivas abaixo, assinale CORRETA.
a) No ato jurídico em senso estrito a eficácia decorre da vontade do
agente. É ato ex voluntate.
b) Os atos jurídicos em senso estrito consistem em simples declarações
de vontade que produzem efeitos estabelecidos em lei.
c) O ato jurídico em senso estrito é a realização da autonomia privada,
porque é instrumento de realização da vontade.
d) O ato jurídico stricto sensu e o negócio jurídico são, ambos,
manifestações de vontade, não se diferindo quanto a sua estrutura, a
sua função e a seus efeitos.

13. (EJEF/ Juiz – TJ - MG / 2006) Conforme dispõe o Código Civil,


quanto aos defeitos que podem levar à anulação do negócio jurídico é
CORRETO afirmar que:
a) o erro de indicação da pessoa ou da coisa a que se referir a
declaração de vontade viciará o negócio, ainda que, por seu contexto e
pelas circunstâncias, possam ambas ser identificadas;
b) o erro de cálculo apenas autoriza a retificação da declaração de
vontade;
c) a coação exercida por terceiro não vicia o negócio, em qualquer
circunstância;
d) o dolo do representante legal de uma das partes obriga o
representado a responder civilmente por todas as perdas e danos à
parte ludibriada.

14. (VUNESP / Exame de Ordem – OAB (SP)/ 2007) Não comporta


condição o ato
a) mútuo.
b) de compra e venda.
c) de doação.
d) de aceitação ou de repúdio a herança.

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15. (VUNESP / Titular de Serviços de Notas e Registros – TJ – SP /


2011) A declaração de vontade, cujos efeitos são pré-determinados
pela lei e independem da intenção do agente, é denominada
a) negócio jurídico de disposição.
b) ato jurídico.
c) negócio jurídico unilateral.
d) contrato.

16. (IESES / Titular de Serviços de Notas e Registros – TJ - CE / 2011)


Acerca da validade dos negócios jurídicos pode-se afirmar:
a) A compra e venda entre ascendente e descendente é anulável, salvo
se houver consentimento expresso dos demais descendentes e do
cônjuge do alienante, se o regime de bens não for o de separação.
b) Não é válida a compra e venda entre cônjuges, ainda que de bem
excluído da meação.
c) Para alienar ou gravar de ônus real bem imóvel validamente é
necessária à outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens do
casamento.
d) A doação de ascendente para descendente é anulável, salvo se
houver consentimento expresso de todos os demais descendentes e do
cônjuge, se o regime não for o de separação de bens.

17. (CESPE / Promotor de Justiça – MPE – RO / 2010) Com relação à


representação, assinale a opção correta.
a) Os poderes de representação podem ser conferidos pelo interessado
ou pela lei.
b) É necessária a demonstração de prejuízo para se anular negócio
jurídico concluído pelo representante em conflito de interesse com o
representado.
c) É anulável o negócio jurídico que o representante celebra consigo
mesmo, ainda que o permita o representado.
d) A confissão feita pelo representante em nome do representado é
sempre eficaz.
e) Admite-se a representação em todos os atos da vida civil.

18. (FCC / Procurador de Estado – PGE - RR / 2006) Haverá nulidade


absoluta,
a) se houver lesão contratual e relativa, se a parte celebrar negócio
jurídico mediante coação.

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b) se o negócio jurídico for celebrado por pessoa absolutamente


incapaz e relativa, se tiver por objetivo fraudar lei imperativa.
c) se a parte incidir em erro substancial de direito e relativa, se
praticado por pessoa relativamente incapaz.
d) se o negócio jurídico for simulado e relativa, se for celebrado em
estado de perigo.
e) no caso de dolo, se o seu autor for a outra parte e relativa, se o seu
autor for terceiro.

19. (ESAF / Analista de Comércio Exterior – MDIC / 2012) Sobre a


validade do negócio jurídico, assinale a opção correta.
a) A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada
pela outra em benefício próprio, pois aproveita aos cointeressados
capazes, salvo se for indivisível o objeto do direito ou da obrigação
comum.
b) A escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que
visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos
reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o salário mínimo
vigente, exceto se a lei dispuser em contrário.
c) A validade das declarações de vontade dependerá de forma especial,
e se atenderá mais ao sentido literal da linguagem do que à intenção
nelas consubstanciada.
d) A impossibilidade inicial do objeto invalida o negócio jurídico se for
relativa, ou se cessar antes de realizada a condição a que ele estiver
subordinado.
e) O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o
autorizarem, e for necessária a declaração de vontade expressa.

20. (TRT – 2ª REGIÃO (SP) / Juiz do Trabalho – TRT – 2ª REGIÃO (SP)/


2011) Nos termos do Código Civil, as condições abaixo invalidam os
negócios jurídicos que lhes são subordinados, à exceção:
a) Das condições física ou juridicamente impossíveis, quando
suspensivas.
b) Das condições física ou juridicamente impossíveis, quando
resolutivas.
c) Das condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita.
d) Das condições incompreensíveis.
e) Das condições contraditórias.

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21. (TRT – 2ª REGIÃO (SP) / Juiz do Trabalho – TRT – 2ª REGIÃO (SP)


/ 2011) Assinale a alternativa incorreta:
a) É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se
dissimulou, se válido for na substância e na forma.
b) Haverá simulação nos negócios jurídicos quando aparentarem
conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais
realmente se conferem ou transmitem, quando contiverem declaração,
confissão, condição ou cláusula não verdadeira e no caso de
instrumentos particulares que forem antedatados, ou pós-datados.
c) As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do
negócio jurídico ou dos seus efeitos e as encontrar provadas, não lhe
sendo permitido supri-las, ainda que a requerimento das partes.
d) O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, mas
convalesce pelo decurso do tempo.
e) O negócio anulável pode ser confirmado pelas partes, salvo direito
de terceiro.

22. (FCC / Defensor público – DPE - SP / 2012) Em relação aos defeitos


do negócio jurídico, é correto afirmar:
a) O dolo recíproco enseja a anulação do negócio jurídico e a respectiva
compensação das perdas e ganhos recíprocos.
b) O dolo do representante legal de uma das partes obriga o
representado a responder civilmente perante a outra parte,
independente do proveito que houver auferido.
c) O dolo do representante convencional de uma das partes obriga o
representado a responder civilmente perante a outra parte, até o limite
do proveito que houver auferido.
d) A caracterização da omissão dolosa em negócio bilateral exige a
prova de que sem a omissão o negócio não teria sido celebrado.
e) O dolo de terceiro enseja a anulação do negócio jurídico,
independente do conhecimento das partes contratantes.

23. (MPE - GO / Promotor de Justiça – MPE - GO / 2012) Analisando os


itens abaixo, pode-se afirmar que:

I – A validade da declaração de vontade, em regra, não depende de


forma especial, mas se o negócio jurídico for celebrado com a cláusula
de não valer sem instrumento público, este se torna substância do ato.
II – Ao termo inicial e final aplicam-se, no que couber, as disposições
relativas à condição suspensiva e à resolutiva; logo, se for estipulado

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como termo final de um negócio jurídico dia 31/02/2013, tal


estipulação será havida por inexistente.
III – O abuso de direito enseja reparação pelo regime da
responsabilidade objetiva, sendo desnecessária a demonstração da
conduta do agente (dolo ou culpa), de sorte que são requisitos
necessários para haja o dever de indenizar: o ato; o dano; e o nexo de
causalidade entre o ato e o dano.
a) todos são corretos.
b) apenas o I e o II são corretos.
c) apenas o II e o III são corretos.
d) todos são incorretos.

24. (MPT / Procurador – MPT / 2012) Marque a alternativa CORRETA:


a) Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da
personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis e, caso a pessoa
venha a óbito, mesmo assim tem legitimidade para exigir que cesse a
ameaça ou a lesão a direito à personalidade, além de reclamar perdas e
danos, o cônjuge sobrevivente ou qualquer parente em linha reta ou
colateral até o terceiro grau.
b) O Ministério Público deve atuar nos casos de desconsideração da
pessoa jurídica, nos quais ocorre o abuso da personalidade jurídica,
configurado pelo desvio de finalidade, ou confusão patrimonial,
constituindo-se modalidade de intervenção obrigatória.
c) Nos termos do Código Civil, é nulo o negócio jurídico simulado, mas
subsistirá o que se dissimulou, se válido for, na substância e na forma.
d) A anulabilidade não opera de pleno direito; logo, não tem efeito
antes de julgada por sentença, nem pode ser pronunciada de ofício,
somente tendo legitimidade para sua arguição os interessados,
aproveitando exclusivamente aos que a alegarem, não podendo ser
estendida em casos de solidariedade ou indivisibilidade.

25. (MPT / Procurador – MPT / 2012) Analise as assertivas:


I - Para a validade de todos os negócios jurídicos que visem à
constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais
sobre imóveis a escritura pública é essencial.
II - Na interpretação das declarações de vontade, deve-se dar mais
importância à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal
da linguagem.
III - Na representação, o representante é obrigado a provar às
pessoas, com quem tratar em nome do representado, a sua qualidade e

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a extensão de seus poderes, sob pena de, não o fazendo, serem nulos
os atos que a estes excederem.
IV - Nos negócios jurídicos, o silêncio importa anuência.

Marque a alternativa CORRETA:


a) apenas as assertivas I e III estão corretas;
b) todas as assertivas estão corretas;
c) apenas as assertivas III e IV estão corretas;
d) apenas a assertiva II está correta;

26. (ESAF / Fiscal de Renda – SMF-RJ / 2010) Sobre o encargo como


óbice à aquisição ou ao exercício de direito, é correto afirmar que o
encargo:
a) enquanto não cumprido, configura óbice à aquisição ou ao exercício
de direito.
b) enquanto não cumprido, se traduz em óbice ao exercício do direito,
não à aquisição.
c) não suspende a aquisição nem o exercício do direito, salvo quando
expressamente imposto no negócio jurídico, pelo disponente, como
condição suspensiva.
d) enquanto não cumprido, se traduz em óbice à aquisição, não ao
exercício do direito de forma precária.
e) enquanto não cumprido, não suspende o exercício do direito de
forma precária.

27. (ESAF / técnico Administrativo – MPU/ 2004) Quanto ao exercício


dos direitos, os negócios jurídicos podem ser
a) constitutivos e declarativos.
b) patrimoniais e extrapatrimoniais.
c) inter vivos e causa mortis.
d) unilaterais e bilaterais.
e) de disposição e de simples administração.

28. (ESAF / Auditor Fiscal do Trabalho – MTE / 2010) A propósito do


negócio jurídico, todas as assertivas abaixo são verdadeiras, exceto:
a) segundo a doutrina alemã dos pandectistas, a expressão negócio
jurídico é aplicável ao ato jurídico criador de direitos e obrigações,
enquanto ato jurídico se aplica aos demais atos.

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b) no silêncio de uma das partes, entende-se que ocorreu anuência,


quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e for necessária
declaração expressa de vontade.
c) o Código Civil de 2002 introduziu a distinção entre negócio jurídico e
ato jurídico no direito pátrio, dividindo os fatos jurídicos em negócios
jurídicos, atos jurídicos lícitos e atos jurídicos ilícitos.
d) no direito brasileiro, a distinção entre negócio jurídico e ato jurídico
não tinha maior significado durante a vigência do Código Civil de 1916.
e) na interpretação dos negócios jurídicos, importa mais a intenção das
partes do que o sentido literal da linguagem, porém, quando os
negócios jurídicos forem benéficos ou consistirem em renúncia,
deverão ser interpretados restritivamente.

29. (ESAF / Auditor Fiscal – Receita Federal / 2009) A nulidade


absoluta do negócio jurídico
a) somente poderá ser alegada pelos prejudicados, não podendo ser
decretada de ofício pelo juiz.
b) só aproveitará à parte que a alegou, com exceção de indivisibilidade
ou solidariedade.
c) poderá ser arguída por qualquer interessado, pelo Ministério Público,
quando lhe couber intervir.
d) poderá ser suprida pelo juiz e suscetível de confirmação e de
convalidação pelo decurso do tempo.
e) será decretada se ele for praticado por pessoa relativamente incapaz
sem a devida assistência de seus legítimos representantes legais.

30. (ESAF / Analista de Finanças e Controle – CGU/ 2006) Se A adquire


de B uma obra de arte, por influência de C que o convence de sua
raridade, sem que B, ouvindo tal disparate, alerte o comprador, o
negócio é suscetível de anulação por
a) dolo negativo.
b) lesão.
c) simulação relativa objetiva.
d) reserva mental.
e) dolo de terceiro.

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GABARITO

1-C 2-D 3-C 4-A 5-C 6-D

7-D 8-C 9-C 10-A 11-E 12-B

13-B 14-D 15-B 16-A 17-A 18-D

19-B 20-B 21-D 22-D 23-A 24-C

25-D 26-C 27-E 28-B 29-B 30-E

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