Professional Documents
Culture Documents
Reportagem de:
2006/07
pág.2 Linguagem dos Media
ÍNDICE DE PAGINAÇÃO
I. Introdução ..........................................................................................pág.3
B. Enquadramento .................................................................pág.6
Anexos ...............................................................................................pág.16
Bibliografia .......................................................................................pág.17
Trabalho de grupo
Linguagem dos Media pág.3
I. Introdução
dos tabus” de 12 de Junho de 2001, da revista número 4311 como alvo da nossa
aplicação de conhecimentos.
A. Análise da imagem
B. Enquadramento
1
O material analisado pode ser consultado nos Anexos deste trabalho.
Trabalho de grupo
Linguagem dos Media pág.5
F. Estratégias enunciativas
H. Verificação de ideologias
A. Análise da imagem
2
Génesis Cap. 1 a 3
pág.6 Linguagem dos Media
sexualidade, o sexo entre casais, o sexo na televisão, as posições sexuais, todo um role
de assuntos relacionados). É este crescendo dos portugueses falarem de sexo sem pudor
o tema abordado pela reportagem.
B. Enquadramento
Ao longo dos Big Brother foram várias as cenas de sexo, ponto para ao qual
a reportagem faz alusão, inclusive introduzindo imagens comprobatórias. Estas imagens
escaldantes mereceram “honras de discussão nacional” e levantaram questões relativas à
forma como o sexo passou a ser encarado entre os portugueses: sem tabus ou quaisquer
tipos de pudores.
3
Primeiro Big Brother (3.09.00 a 31.12.00); Segundo (21.01.01 a 20.05.01)
4
“A constituição social da mente: (re) descobrindo Jerome Bruner e construção de significados”; Mônica
F. B. Correia; Universidade Federal da Paraíba; 2003
Trabalho de grupo
Linguagem dos Media pág.7
numa linguagem explícita facilmente passaria despercebido ao leitor mas que com os
recursos estilísticos é destacado. Esta reportagem, assim como a maioria dos textos
deste género jornalístico, é rica em recursos estilísticos. Nessa medida apenas iremos
referir alguns exemplos.
Não fosse o tema “O Fim dos Tabus” talvez a linguagem não fosse tão
informal e até em certas partes recheada de coloquialismos.
No parágrafo seguinte é referido que esta situação é da vida real e não dos
Reality Shows afirmando que não são apenas as televisões que banalizam tais práticas
na medida em que “(…) basta «levantar as antenas» para perceber que um vento de
mudança percorre o país”. Uma metáfora finalizada com a controversa e ambígua frase
“o sexo está na boca do povo”. Além das já mencionadas o texto comporta diversas
outras, das quais devemos realçar: que “as sex-shops (…) se integram pacificamente na
paisagem urbana”, “as crianças que brincavam ao «ao Sérgio e à Verónica» ” e “(…) o
pág.8 Linguagem dos Media
imaginário masculino português não mudou muito: «A maneira como se pinta é que é
diferente» ” o strip- tease e o table- dancing “perderam o perfume da transgressão”, o
prazer de fugir à norma foi substituído e tornou-se uma trivialidade comum nas saídas
entre amigos. Estes exemplos apenas para citar algumas das metáforas que melhor
retratam a capacidade da metáfora em recriar os mesmos ditos de forma diferente e,
desta forma, tornar mais aprazível e simultaneamente rica a reportagem.
Trabalho de grupo
Linguagem dos Media pág.9
Ao longo do texto existe uma clara alusão a um estereótipo que vai sendo
desconstruído no decorrer da peça: o falso puritanismo português. Uma ideia pré
concebida e errada de que a “população portuguesa foi educada em princípios rígidos”,
algo que rapidamente é negado na medida em que “só existe ao nível do discurso, da
prática não há”. Além disso a inibição apenas se verifica inicialmente mas rapidamente
se ultrapassa (relembremos o casos das jovens que estranharam mas depois entranharam
o tema do vibrador que depressa lhes passou de objecto estranho a conhecido de longa
data). Não obstante, “A televisão é o reflexo da sociedade onde está constituída” sendo,
desta forma impossível apelidar Portugal de um país de pessoas puritanas quando os
programas de maior audiência nas televisões são os ditos da vida real (Reality Shows),
repletos de cenas de sensualismo e sexo explícito e programas como “A dama de
espadas” (SIC Radical), e os canais com maiores taxas de subida de assinaturas o
Playboy e Sexy Hot.
variados produtos, a favorita dos homens, uma figura feminina que emana sensualidade.
Esta mulher fatal apresenta-se invariavelmente ligada ao sensualismo e beleza e de
formas corporais perfeitas capazes de fazer despontar uma das mais primárias
necessidades do Homem. Uma figura feminina que apela ao espectador masculino. A
mulher fatal é a Afrodite5 dos tempos modernos.
5
Deusa grega da beleza e da paixão sexual. Originário de Chipre, o seu culto estendeu-se a Esparta,
Corinto e Atenas. Foi identificada como Vénus pelos romanos.
Trabalho de grupo
Linguagem dos Media pág.11
consumo de produto igual a prazer libidinal que conduzirá mais tarde ou mais cedo à
exaustão e consequentemente repulsa deste tipo de anúncios por parte do público.
F. Estratégias enunciativas
Encontramos esta ideia espelhada no título [sexo] “O Fim dos Tabus”; no super-
lead [sexo] “É o novo mantra nacional”; no lead [sexo] “esta é uma cena da vida real”;
nas legendas das fotografias [erotismo] “O erotismo serve cada vez mais para vender”,
[erotismo e sexo] “(…) Playboy Tv. tem o seu público fiel de admiradores”, [sexo e
debate público] “A rapidinha do Big Brother mereceu honras de discussão nacional”,
[Erotismo] “Cada vez mais também em prime-time. Filmes, novelas, anúncios, todos
usam e abusam”; e ainda nas fotos que acompanham a peça. Esta repetição sucessiva de
ideias que expressam o mesmo reforçam o carácter cada vez menos e mais público do
sexo e assuntos relacionados.
Trabalho de grupo
Linguagem dos Media pág.13
H. Verificação de ideologias
tempo, inclui as pessoas com mentalidades mais ligadas a tradições e valores religiosos
rígidos; por outro lado as mentalidades dos mais jovens e deveras mais abertos a
falarem de qualquer assunto sem quaisquer pudores, ultrapassando mesmo por vezes as
barreiras do chamado “aceitável socialmente”.
IV. Conclusão
Para esta transformação não foi só o evoluir dos tempos que contribuiu,
também o contributo dos media foi fundamental. Não se pode descuidar o facto de que
foi a televisão que lançou os Reality Shows, que por sua vez lançaram o debate público
acesso em torno dos assuntos do sexo, tal como é referido na última página da
reportagem pela “ experiência das técnicas do serviço de telefónico Sexualidade em
Linha que, após certas transmissões do Big Brother, responderam a muitas questões ”
relacionadas com determinados assuntos abordados e/ou praticados pelos concorrentes.
Além disso não podemos esquecer o facto de actualmente as revistas não dispensarem
uma chamada de capa relacionada com sexo e secções dedicadas exclusivamente a tratar
de todo o conjunto de temas relacionados. Tal como é referido na última página da
Trabalho de grupo
Linguagem dos Media pág.15
Bibliografia Activa
(ordenada alfabeticamente por fonte)
Obras consultadas:
“A constituição social da mente: (re) descobrindo Jerome Bruner e construção de
significados”; Mónica F. B. Correia; Universidade Federal da Paraíba; 2003
Apontamentos facultados pelo docente: “E - Caderno - de linguagem dos media”, in
http://jcfcorreia.googlepages.com/e-caderno-linguaemdosmedia
Internet:
Trabalho de grupo