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Projeto

PERGUNTE
E
RESPONDEREMOS
ON-LINE

Apostolado Veritatis Spiendor


com autorizagáo de
Dom Estéváo Tavares Bettencourt, osb
(in memoriam)
APRESENTAQÁO
DA EDipÁO ON-LINE
Diz Sao Pedro que devemos
estar preparados para dar a razáo da
nossa esperanza a todo aquele que no-la
pedir (1 Pedro 3,15).

Esta necessidade de darmos


conta da nossa esperanga e da nossa fé
hoje é mais premente do que outrora,
■■>■—■ visto que somos bombardeados por
numerosas correntes filosóficas e
religiosas contrarias á fé católica. Somos
assim incitados a procurar consolidar
nossa crenca católica mediante um
aprofundamento do nosso estudo.

Eis o que neste site Pergunte e


Responderemos propóe aos seus leitores:
aborda questóes da atualidade
controvertidas, elucidando-as do ponto de
vista cristáo a fim de que as dúvidas se
dissipem e a vivencia católica se fortaleca
no Brasil e no mundo. Queira Deus
abencoar este trabalho assim como a
equipe de Verítatis Splendor que se
encarrega do respectivo site.

Rio de Janeiro, 30 de julho de 2003.

Pe. Estevao Bettencourt, OSB

NOTA DO APOSTOLADO VERITATIS SPLENDOR

Celebramos convenio com d. Estevao Bettencourt e


passamos a disponibilizar nesta área, o excelente e sempre atual
conteúdo da revista teológico - filosófica "Pergunte e
Responderemos", que conta com mais de 40 anos de publicacáo.
A d. Estéváo Bettencourt agradecemos a confiaca
depositada em nosso trabalho, bem como pela generosidade e
zelo pastoral assim demonstrados.
ANO XXXIV

DEZEMBRO

1993

SUMARIO

"Na plenitude dos tempos"


(O
UJ
«O "Jesús era um extraterrestre" por J.J. Benftez
fe
UJ
A crise das vocacoes
8
O segredo da confissao
3
Nova Era

Livros em estante '

índice Geral de 1993


PERGUNTE E RESPONDEREMOS DEZEMBRO 1993
Publicarlo mensal N9 379

Diretor-Responsável SUMARIO
Estevao Bettencourt QSB
Autor e Redator de toda a materia "Na plenitude dos tempos" 529
publicada neste periódico
A sensacao fantasiosa:
Diretor-Administrador: "Jesús era um extraterrestre" por
J. J. Benftez 530
D. Hildebrando P. Martins OSB
Realista e otimista:
Administracao a distribuicao: A crise das vocacoes 537
Edicoes "Lumen Christi"
Muito serio:
Rúa Dom Gerardo, 40 - 5? andar - sala 501
O segredo da confissao 547
Tel.: (021) 291-7122
Fax (021) 263-5679 Aínda urna vez:
Nova Era 554
Ata
Enderezo para correspondencia: Livros em Estante 573
Ed. "Lumen Christi"
índice Geral de 1993 577
Caixa Postal 2666
Cep 20001-970 - Rio de Janeiro - RJ

ImpressSo a Encadernafío

"MARQUES SARAIVA"
GRÁFICOS E EDITORES S.A.
Teís.: (021) 273-9498 / 273-9447

NO PRÓXIMO NÚMERO

"O Pecado: o que dizer?" (X. Thévenot). - "Aborto ná"o é Pecado" (I. Geba-
ra). - "Bebés para queimar" (Litchfield e Kentish). - Um Padre Católico num
País Proibido. — Sonriente a Biblia?

COM APROVACÁO ECLESIÁSTICA

! ASSINATURA ANUAL PARA 1994


(12 números) CR$ 2.800.00- n? avulso ou atrasado CR$ 280,00

.O pagamento poderá ser á sua escolha:.


1. Enviar EM CARTA cheque nominal ao Mosteiro de Sao Bento do Rio de Janeiro, cruza
do, anotando no verso: "VÁLIDO SOMENTE PARA DEPÓSITO na conta do favoreci
do" e, onde consta "Cód. da Ag. e o N? da C/C", anotar: 0229 - 02011469-5.
2. Depósito no BANCO DO BRASI L, Ag. 0435-9 Rio C/C 0031-304-1 do Mosteiro de S. Ben
to do Rio de Janeiro, enviando a seguir xerox da guia de depósito para nosso controle.
3. VALE POSTAL pagável na Ag. Central 52004 - Cep 20001-970 - Rio.
Sendo novo Assinante, é favor enviar carta com nome é endereco legfveis.
Sendo renovacao, anotar no VP nome e endereco em que está recebendo a Revista.
BIG! fe
o r. Jv \ «

'NA PLENITUDE DOS TEMPOS"


(GI4.4)

Sao Paulo diz que "na plenitude dos tempos Deus enviou o seu Filho, nascido de
urna mulher,... para que recebéssemos a adocao filial" (Gl 4,4s).

"Na plenitude dos tempos...". Esta imagem supoe o relógio antigo: um cilindro
cheio de agua deixava pingar regularmente a agua dentro de outro cilindro do mesmo
tamanho e graduado. Quando o segundo cilindro estava cheio, dizia-se que o tempo es-
tava cheio ou pleno. - No texto do Apostólo, tal expressao designa a época em que
Cristo veio. Poder-se-ia pensar que a plenitude dos tempos significava a plenitude da
cultura e da prosperidade entre os homens. Ora, paradoxalmente, o contrario se deu;
Cristo veio numa fase em que o Imperio Romano se ressentia de varios males: a filoso
fía decadente e o ceticismo solapavam a vida moral (cf. Rm 1,18-32); o povo judeu so
fría dominapao estrangeira e se via dividido entre partidos religiosos-políticos (fariseus,
saduceus, zelotas, sicarios...); um idumeu (Herodes dito "o Grande") fora colocado por
Roma sobre o trono de Oavi...

Por que, precisamente numa época tao sombría da historia de judeus e pagaos,
quis o Filho de Deus nascer neste mundo? Os homens nao deveriam estar no auge de
sua cultura para receber o Messias?

Sao Paulo responde a estas indagacoes. Deus quis preparar a humanidade para re
ceber o Cristo mostrando-lhe que ela por si nao se pode salvar; é propensa ao pecado
e, por isto, precisa da graca de Deus; cf. Gl 3,19; Rm 5,20. O Messias nao é um rótulo,
um verniz ou um mero acabamento dado aos valores humanos, mas é Aquele que pro
cura o homem consciente de sua fragilidade e, por isto, também sequioso do dom de
Deus; vem para preencher o vazio do coracfo humano, trazendo todos os bens definiti
vos a quem tenha fome e sede de santidade. "Deus nao ama o homem porque o ho
mem seja bom, mas o homem é bom porque Deus o ama", diz S. Tomás de Aquino
muito sabiamente. O amor de Deus ao homem é anterior á virtude do homem; é ele
quem suscita a fidelidade dos bons. E a suscita nao apenas em um ou outro privilegia
do, mas a suscita em todo e qualquer individuo que o aceite, pois na origem de cada
ser humano há um ato de amor de Deus, que é gratuito e irreversível (nao pode voltar
atrás). Todo aquele que, pequenino e contrito, se chegue ao Cristo, receberá dele a
resposta desse amor primeiro.

E, continua o Apostólo, o Filho de Deus veio como Filho da mulher - a Virgem-


Mae SS. — para que recebéssemos a participadlo na sua filiacao divina. Natal é esse sur-
preendente intercambio: Deus se faz homem para que o homem possa ter acesso ao
que é de Deus! Aínda desta vez, em 1993, Natal é o dom do Filho para toda criatura
que o queira receber com sínceridade e coragem...

FELIZ NATAL E PRÓSPERO 1994 A TODOS OS NOSSOS LEITORES!

E.B.

529
"PERGUNTE E RESPONDEREMOS"
Ano XXXIV - N? 379 - Dezembro de 1993

A sensacao fantasiosa:

"JESÚS ERA UM EXTRATERRESTRE"

por J.J. Benitez

Em sfrítese: J.J. Benitez deu urna entrevista ao jornal O GLOBO, cu


ja tese fundamental 6 a existencia de seres extraterrestres; estes explica-
ríam tópicos do Evangelho e outros fenómenos. Ora no mesmo día
29/08/93, o JORNAL DO BRASIL pub/icou urna noticia segundo a qual
está comprovado que em nosso sistema solar nao existem condicdes de
vida; os pesquisadores tém procurado detectar sinais de seres inteligentes
habitantes de outros sistemas so/ares, mas atéhoje nada conseguiram cap
tar, apesar da sofisticada aparelhagem aplicada. Esta noticia, sobria e
fundamentada como é, vem a ser o me/hor argumento para dissipara lite
ratura de ficcao deJ.J. Benitez.

• * *

Juan José Bem'tez é autor espanhol que se tornou famoso entre nos
e em mu ¡tos países por seus livros de literatura fantasiosa no plano da re-
ligiao. Já escreveu "0 Cávalo de Tróia", "Os Astronautas de Jaweh" (cf.
PR 332/1990, pp. 44-46 e 336/1990, pp. 211-219) e recentemente públi-
cou urna obra sobre Jesús Cristo intitulada "0 Enviado". J.J. BenCtez pro
cura explorar "misterios" fascinantes e empolgantes; diz ter pravas da
existencia de discos voadores e habitantes de outros planetas — o que cer-
tamente Ihe vale um público muito ampio, semelhante ao de Paulo Coelho.

J.J. Benftez deu urna entrevista ao jornal O GLOBO de 29/08/93,


Caderno de TV e Cinema, p. 7. Diz a( que "Jesús durante a sua vida terres
tre teve relacionamento. com seres que vieram do espaco", e expSe consi
derares que merecem atencá"o pelo seu caráter agressivo e fantasioso. Co
mentaremos essa entrevista ñas páginas subseqüentes.

530
"JESÚS ERA UM EXTRATERRESTRE"

1.J.J.BENfTEZ:DEP0IMENT0

Poremos em destaque quatro tópicos da entrevista.

1.1. Jesús Cristo e a Igreja

Para Benítez, "Jesús foi o grande extraterrestre... filho de Deus, de


origem divina, ou seja, extraterrestre". Teve contato com extraterrestres.

"As religioes sao como um sarampo, urna enfermidade infantil, que


passa... As religioes atuais sao muito dogmáticas, tem a pretensao absolu
ta da verdade. Eu nao acredito em ninguém que tenha o controle da ver-
dade".

"Alguns setores muito conservadores da Igreja Católica ficam irrita


dos, porque eu questiono muito... Seique há urna campanha de despresti
gio por parte de pessoas que qualifícam meus livros como um subgénero
literario".

1.2. Contato com extraterrestres

Pouco adiante Benítez declara ter avistado naves espaciáis de seres


extraterrestres:

"0 GLOBO — O senhorjá teve contato com extraterrestres?

BENÍTEZ — Eu já vi objetos em Sao Paulo, na Espanha e no Mediter


ráneo, mas nao cheguei a fafar com os tripulantes. Mas existe tanta infor-
macáo de pessoas que já os viram que nSo tenho a menor dúvida de que
eles existem. Depois de 21 anos de estudos, se eu duvidasse, seria um com
pleto idiota. Alias, quando aiguém maneja muita informacSo sobre este te
ma - sobretudo informagoes classif¡cadas como secretas pelas Porgas Ar
madas — pode estar sujeito a controle de telefonemas e correspondencia.

O GLOBO — Como foi essa experiencia em Sao Paulo?

BENlTEZ - Foi em 1989, no centro da cidade, quando safa de um


jantar. 0 céu estava nublado e se abriu como urna especie de túnel. Baixou
urna luz muito forte até o solo. Foi um momento só, e depois voltou a su
bir. Era muito grande, nao se comportava como um aviao ou helicóptero.
Ninguém teve dúvida de que era um objeto."

531
"PERPUNTE E RESPONDEREMOS" 379/1993

1.3. Os milagros

"O GLOBO — O senhor acredita em mi/agres?

BENÍTEZ — NSo. O mi/agre é contra as leis físicas. Hoje nos sabemos


que basta apenar um botSo e o gravador funciona, mas isso teña sido um
mi/agre há 200 anos. E é apenas urna técnica e nada mais. Quanto aos
milagres de Jesús relatados pelos apostólos, era falta de informacSo. A
agua se converte em vinho. Hoje isso parece impossível, mas dentro de cin
co mil anos, pode haver urna técnica."

1.4. O Santo Dai me

"O GL OBO — Tem planos de trabalhar no Brasil?

BENÍTEZ — O Brasil é um universo. NSo é um planeta, mas um uni


verso onde é preciso trabalhar durante anos. É um país onde há de tudo:
qualquer tema mágico, misterioso, está presente al¡. Tenho um projeto que
se chama "A galaxia insólita" e quero dedicar um volume exclusivamente
ao Brasil. Pensó em passar urna longa temporada lé. Na última viagem que
fiz ao Brasil lembro que o investigador Claudeir Cobo me disse que havia
reunido 12 casos de raptos. Há outro tema que me interessa: as civilizacoes
antigás. Para isso é preciso entrar na selva e ñas próprías lendas brasileiras,
já é material para um longo trabalho. Quando estive no Rio para fazer um
documentarlo para a TV espanhola, experimente!' o daime e me sentí mal,
vomitei muito, mas tive urna experiencia muito bonita. Diasantes, telefo-
nei á minha mulher, que estava em casa, e pedi que ela colocasse algo no
chafo do quarto sem me contar o que era. No día da experiencia com o dai
me, fiz o "vdo", passeei pela casa e vi que era urna fotografía colorida.
Contó isso no livro 'Meus enigmas favoritos'".

Urna vez apresentados os tópicos principáis da entrevista de Benftez


ao jornal 0 GLOBO, procuremos tecer-lhes alguns comentarios.

2. QUEDIZER?

Repassemos os pontos abordados por Benftez.

.2.1. Extraterrestres

A tese básica de Benftez ó a afirmacSo de que existem seres extrater


restres que visitam a Térra a bordo de naves adequadas ou o que se chama
"discos voadores".

532
"JESÚS ERA UM EXTRATERRESTRE"

Ora no mesmo dia 29/08/93 a imprensa publicou urna notfcia que,


como tal, vem a ser o melhor demonstrativo de quanto é fantasiosa e falsa
a concepcSo de BenCtez. Com efeito, no JORNAL DO BRASIL de
29/08/93, p. 20, sob a rubrica Ciéncia/Ecologia lé-se o seguinte:

"ESTRELAS DISTANTES SAO A ÚLTIMA ESPERANQA DE


VIDA EXTRATERRESTRE
Sondas espaciáis acabaram com mito da civilizacao marciana

Ao pousar nos desertos marcianos, em 1976, a sonda espacial Viking


nao detectou sinal de vida inteligente.

Os problemas com a nave Mars Observer, esta semana, levaram um


grupo de entusiastas da vida extraterrestre a acusar a Nasa de ocultar a
existencia de marcianos. Para a agencia espacial americana, os extraterres-
tres nSo estao em Marte e sim ñas estrelas mais distantes. Em setembro do
ano passado, a Nasa iniciou o projeto Seti, sigla de busca por extraterres-
tres inteligentes. Usando enormes antenas parabólicas em Gofdstone, na
California, e Arecibo, em Porto Rico, os astrónomos tentam captar sinais
de radio emitidos por urna civilizacao semelhante á nossa. Até agora a
equipe da astrdnoma Ji/I Tarter/é registrou 164 sinais misteriosos no espa
co, mas nenhum durou tempo suficiente para ser identificado.

A busca pela vida extraterrestre comecou no sáculo 17, quando Gali-


leu Galilei apontou sua luneta para o céu. Em 1610, Galileu descobriu que
a Lúa e os planetas eram mundos no espaco. A idéia de que fossem mun
dos habitados tornou-se popular e foi incentivada por escritores imaginati
vos. No secuto 19, o astrónomo italiano Giovanm Schiaparelli comunicou
a observacio de cañáis em Marte. O americano Percival Lowell confirmou
a descoberta e afirmou que eram obra de seres inteligentes.

Com o inicio da exp/oracao do espaco, em 1957, as hipóteses sobre


vida em Marte foram derrubadas.

Em 1964, a sonda espacial Marine 4 fotografou o planeta, mostrando


que os cañáis eram HusSo de ótica. Em 1971, a Mariner 9 revefou que Mar
te é um planeta morto, com mares e ríos secos, intensos desertos e vulcoes
extintos com 20 quilómetros de altura. Épossfvel que Marte tenha abriga
do algum tipo de vida há milhdes de anos, mas para procurar os fósseis
desses animáis seria preciso enviar homens ao planeta vermelho, o que cus-
taria US$ 200bilhoes com a tecnología atual.

A busca pela vida extraterrestre se deslocou para os pontos mais re


motos do espago. As naves Pionner e Voyager mostraram que os planetas

533
"PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 379/1983

gigantes sSo fríos demais para ter vida. Júpiter, Saturno, Urano e Netuno
sao mundos gasosos, sem superficie sólida. Mercurio é quente como um
forno e em Venus chove ácido sulfúrico. Resta a possibilidade de que exis-
tam mundos como a Tena orbitando estrelas distantes. Se houver civiliza-
cdes como a nossa, poderemos captar seus sinais de radio e televisSo.

Baseado nessa hipótese, o astrónomo Cari Sagan iniciou o projeto


Meta em 1991. Ele usa duas antenas parabólicas, urna na Argentina e outra
nos Estados Unidos, para tentar captar sinais artificiáis no espaco. A Nasa
usa antenas mais poderosas, com o mesmo fim. Até hofe nao deseo-
briram nada".

Quanto aos discos voadores, ainda se lé:

"As 'visoes' dos discos voadores

Para a maioria das pessoas a palavra extraterrestre se associa é ima-


gem de discos voadores cruzando o céu. A palavra disco voador é urna tra-
ducao errada do termo americano f lying saucers, que significa pires voa
dores. Foram aeronaves em forma de pires que o piloto Kenneth Arnold
afirmou ter visto no dia 24 de/unho de 1947, iniciando urna onda de rela
tos sobre aparicoes de supostos vefeulos e seres extraterrestres.

Algumas pessoas afirmaram ter visitado discos voadores e conversado


com seus tripulantes, homens e mulheres vindos de Venus. Em 1962, ame
ricanos e russos enviaram sondas espaciáis para a Lúa é Venus e a fantasía
acabou. A Lúa era vazia e sem ar. Venus tinha temperaturas de SOOgraus
centígrados, nuvens de ácido sulfúrico e pressdes esmagadoras. NSo pode-
riam existir seres humanos por lá.

dentistas como Cari Sagan acham que tudo nSopassa de fantasía. O


biólogo Stephen Jay Gould lembra que criaturas de outro planeta difícil
mente teriam forma humanóide. Além disso,umaviagemda Térra as estre
las distantes levaría centenas de anos. Se algum dia recebermos a visita de
urna nave extraterrestre, é mais provávef que ela se/a urna sonda automá
tica."

Estes dizeres, sobrio como sSo, emanados de fonte científica, dissi-


pam as afirmacSes de Benítez. Pode-se crer que, em torno de extraterres
tres, a imaginacSo tem sido fecunda, produzindo nocSes fantasiosas que
sugestionam o grande público e levam muitas pessoas a julgar que tiveram
ou tém contato com astronautas e naves misteriosas.

534
"JESÚS ERA UM EXTRATERRESTRE"

De resto, a fé católica nada tem a opor á hipótese de haver seres inte


ligentes em outros planetas. Deus revelou-nos o necessário para que nos
santifiquemos juntamente com nossos irmábs na Térra, ¡ndependentemen-
te de haver ou nSo habitantes em sistemas solares distantes. Por conseguin-
te, a questSo concernente aos extraterrestres é da aleada das ciencias natu-
rais: aos pesquisadores do espapo toca dizer se conseguem ou nfib conse-
guem perceber sinais de vida fora da Térra; importa ao cristao ná"o mistu
rar esse assunto com falsa mística e religiSo, pois isto deturpa as auténticas
nocSes da fé.

Há mesmo teólogos que presumem haver seres inteligentes fora da


Térra, pois Ihes é difi'cil conceber tanta materia esparsa pelas galaxias do
universo sem alguma inteligencia que a reconheca e dé gloria a Deus, o seu
Criador. Este arrazoado é válido, mas só pode ser confirmado mediante
averiguares de ordem científica.

Quanto a Jesús Cristo e sua identidade professada pela fé, nao é ne


cessário tecer aqui longas considerares, visto que as declaracoes de Be-
nítez nao tém efeito impugnativo que mereca ulterior atencáfo; tal autor
sai fora dos parámetros do raciocinio e da ciencia, de modo que nSo há
necessidade de o refutar. Diz o adagio: "O que gratuitamente se afirma,
também gratuitamente se pode negar".

2.2. Os milagres

A fé católica admite a possibilidade e a realidade de milagres, que o


Evangelho de SSo Joao chama semeia ou sinais de Deus, sinais para diri
mir alguma dúvida ou autenticar algum mensageiro ou ainda atender
a urna prece humilde.

Para que algum fato portentoso possa ser reconhecido como mila-
gre em Teología, requer-se o preenchimento de tres condicoes:

1) seja um fato real, histórico, e n§o urna estória vaga e imprecisa


mente contada. Esta exigencia elimina muitas narrativas de prodigios fal
sos ou imaginarios.

2) o fato real seja totalmente inexplicável pela ciencia contempo


ránea ao evento. A ciencia pode e deve investigar o ocorrido com toda a
sagacidade; se suspeita de alguma possibilidade de explicaca*o natural
do fenómeno, a Igreja o descarta do rol dos possíveis milagres. Dizemos
que basta que a ciencia contemporánea ná"ó consiga explicar o fato, pois o
mi I agre, como se sabe, é um sinal de Deus para os homens de determinada
época.

535
8 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 379/1993

3) o fato real e inexplicável é também examinado por teólogos para


averiguarem os tragos religiosos do fenómeno: terá ocorrído em resposta
a prece humilde de fiéis? Ou houve algo que Deus ná*o possa abonar, como
charlatanismo, ¡nteresse comercial, vaidade...?

Somente quando preenchidas as tres condicdes, a Teología fala de mi-


lagre. A Igreja é sobria em relapso a tudo que é extraordinario, de modo
que ela reluta para admitir milagres; há mesmo, nos processos de canoniza-
pío dos Santos, um "Advogado do Diabo", que tenta contraditar os argu
mentos aduzidos em favor de portentos.

2.3. O Santo Daime

Bem'tez narra urna experiencia de v6o fora do corpo em conseqüén-


cia do uso do cha de ervas dito "do Santo Daime". Devemos dizer que to
dos os relatos desse tipo s§o derivados da fantasía do narrador. A alma
humana é o principio vital do corpo; caso saia deste para "passear pelos
ares", dá-se a morte do individuo; um corpo sem alma n§o tem vida. Em
sonho as pessoas podem imaginar estar voando fora do corpo, mas sonho
nao é realidade.

Estas ponderales evidenciam suficientemente quanto é capciosa e


ilusoria a posicSo de Bem'tez. Se faz tanto sucesso, isto se deve ao fato que
ele mesmo registra: "As pessoas estufo cheias de problemas e necessitam
urgentemente de um pouco de paz, seguranea e sorte e acreditam que po
dem encontrar isso com os adivinhos, a magia e o esoterismo". — Na ver-
dade, as pessoas cansadas e desanimadas estSo inconscientemente mais dis
postas a admitir respostas e solucSes mágicas, pois estao decepcionadas pe
las teorias convencionais; o seu senso crítico está embotado, pois o desejo
de sair dos seus problemas as leva a ná"o refletir muito sobre as propostas
"maravilhosas" de solucSo que Ihes sao feitas.

De resto, já diziam os antigos romanos: "Vulgus vult decipi. — A mas-


sa quer ser engañada". Há, sim, no fundo de cada adulto um pouco da-
quele gosto da criancinha, que gosta de ouvir coisas maravilhosas e dar-I hes
crédito; o maravilhoso. é muitas vezes mais ¡nteressante e atraente do que o
real. Quem ná"o despena seu senso critico, corre o risco de se deixar enga
ñar. Nao seja este o caso dos leitores de J.J. Benítez!

536
Realista e otimista:

A CRISE DAS VOCAQOES

Em síntese: O Cardeal Godfried Danneels, de Malines-Bruxelas, ex


plana as dificu/dades que o mundo de hoje apresenta ao surto e ao cultivo
de vocacoes sacerdotais e religiosas. Aponta, entre outras coisas, o consu-
mismo e o secularismo, o enfraquecimento da fé, o medo de compromisso
vitalicio, a pouca compreensao do Sacramento da Igreja e dos seus ritos...
O autor propoe reflexoes aptas a debelar esses males e suscitar auténticas
vocacoes: é preciso que os jovens nao desistam de ser generosos e heroi
cos, apesar das renuncias que isto pode impor; um grande amor a Cristo
e é sua Igreja, devidamente entendida como Corpo de Cristo, sustentará
os vocacionados na procura de Deus e no zelo de levar a muitos e muitos
-irmSos o tesouro da fé e da vida crista.

* * *

O Cardeal Godfried Danneels, Arcebispo de Malines-Bruxelas, desta-


ca-se na Igreja como figura eminente, que periódicamente escreve sobre
temas de atualidade. Em maio de 1993 publicou no Boletim oficial da
sua arquidiocese Pastoralia um artigo referente ás vocacSes sacerdotais e
religiosas. Trata-se de um texto notável, redigido em estilo um tanto poé
tico, com metáforas e sugestSes varias, que interessa tambem ao público
do Brasil, pois toca em tragos característicos da sociedade ocidental con
temporánea; p6e em evidencia certas linhas da mentalidade moderna que
vá"o penetrando nos ambientes católicos com prejuízo para estes. — Eis
por que, a seguir, publicaremos em traducSo brasileira o texto do Cardeal
Danneels.

I. "PREPARAR A PRIMAVERA DAS VOCAQOES

'Nao há vocacoes'. Este refrSo se apodera dos meios de común¡cacá*o


e da Igreja como se se tratasse de urna verdade indiscutível. Tornou-se
quase um mito. 0 mito do nao-ser. Todavía é preciso relativizar essa afir-
macao. Mesmo em nossa diocese uns quarenta seminaristas se preparam
para o sacerdocio.

537
JO "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 379/1993

Verdade é que na Europa Ocidental e na América do Norte o recru-


tamento das vocacSes se estagnou. Parece que há poucos rebentos. Isto é
o corolario de urna cultura em que os olhos está*o fixos sobre o visível e o
material.

Ñas outras partes do mundo, o número das vocacoes aumenta. Por


certo, houve um declínio em torno de 1986, em que a Igreja sentiu baixar
o número. Mas, desde entao, as vocacoes florescem de novo na Asia, na
África, na América Latina e na Europa Oriental, onde as pessoas ainda vol-
vem seu olhar para o invisível e o misterio, onde ainda se tem o sentido
natural de Deus.

Obstáculos a Superar

Há varias causas que, em nossa cultura, dificultam o despertar das vo-


cac5es..

. 1) Existe sobre a nossa retina urna mancha cega para tudo o que diz
respeito ao invisível, principalmente no setor religioso cristao. Doutro la
do, há um movimento de reacao e de interesse difundido para o invisi'vel
esotérico, as novas religiosidades e a Nova Era.

2) Somos tomados por urna fome de verificacSo. Como se só fosse


real aquilo cuja eficacia pudesse ser apalpada. Para aquele ou aquela que se
quer consagrar ao Reino de Deus, é impossível fazer o balanpo das perdas
e dos lucros e fixar-se sobre resultados.

3) Nossa fé na vida eterna está obscurecida. É esta talvez a causa mais


grave do difícil recrutamento de vocacoes. Foi estendida a cortina sobre o
além. Tudo há de ser feito aqui e resolvid o neste mundo. Ora a fé na res-
surreicao é o ámago do Cristianismo. Sem fé na vida eterna, nunca tenemos
vocacées. Os homens perderam o senso do final dos tempos e da consu-
mácao da historia em Cristo. Quando dizemos na oracao 'Venha o vosso
reino', reduzimos tudo ao ¡mediato e á ¡manéncia; a salvacáo vem a ser o
desenvolví mentó material.

4) Estamos envolvidos numa revolucao copernicana: o antropocen-


trismo e seu corolario, o subjetivismo. Em conseqüéncia, quando cada um
faz o seu projeto de vida, nao é mais possível a comunhao. Além disto, o
eu está a tal ponto no centro que nao fica mais lugar para Deus, o absolu
tamente Outro. Existe como que urna especie de ostracismo frente a Deus
na vida cotidiana.

538
acrisedasvocacOes 11

5) Ninguém ousa mais comprometer-se por toda a vida. Só resta a ex-


pressao comum: 'enquanto as coisas durarem...'. Este é o mal da falta de
confianza total ñas possibilidades de Deus!

6) Em nossa civilizado, o aumento do número de celibatários tor-


nou-se urna realidade cada vez mais importante. Basta entrar numa grande
loja comercial: no setor de alimentacá'o os produtos mono estao em plena
expansao, ao passo que no setor da música o stereo corresponde ao mono.1

'Um belga sobre tres vive a sos' é o título de um artigo de revista. Mas
essa solidSo é pouco desejável. Muitas vezes é a conseqüéncia de um iracas-
so. Sociológicamente, o celibato aparece como a face visi'vel da solidao, da
carencia, do ferimentó, do vazio existencial. Isto torna mais difícil a per-
cepcao da dimensao transcendental do celibato para o Reino ou do celiba
to por graca de Deus e por amor.

7) Outra dificuldade, e nao das menores, é a seguinte: o desdém da


convergencia doutrinal. O individualismo e o subjetivismo promovem a fé
como num mercado: 'escolha a fé na prateleira que vocé deseja', e depois:
Do it yourself (Faca-o vocé mesmo). É moderno. Entrar no curso de urna
historia? Sim, contanto que seja a rninha historia.

8) Temos muito fraca compreensao dos gestos sacramentáis. As pes-


soas preferem a Liturgia da Palavra: 'Isso me diz algo; o resto, nao'. Tor-
namo-nos urna religiao da palavra. Isto é muito grave, dado que estamos
cercados de reiigioes curandeiras.

Existe em torno de nos urna especie de onda em demanda dos gestos


antroposóficos ou esotéricos de cura. Já que as pessoas nao compreendem
mais a forca terapéutica dos sacramentos, procuram medicinas paralelas.

9) Em nossos ambientes, urna vocacao religiosa ou sacerdotal ná*o


corresponde a urna promocáo social ou a um estatuto privilegiado e res-
peitado. Isto também tem sua importancia.

10) O consumismo contribui para apagar totalmente o sentido dos


valores que transcendem o visível. Limita o nosso horizonte áo nosso coti
diano e impede-nos de ver mais adiante. Tudo isto tem que ver com a anes
tesia do sentido do pecado e da f raqueza moral. A penda do senso do peca
do extingue a razao de ser da salvacSo e a necessidade de RedencSo.

1 O autor usa de imagens: observa que no comercio sao muito freqüentes


os produtos mono (um só) e stereo (estéril, seco), querendo com isto mos
trar como é solidao é um fato comum.

539
J2 "PERPUNTE E RESPONDEREMOS" 379/1993 '

Crer, esperar, amar... por excesso

Toda vocacSo específica está ligada a um excesso ou a uma grande


intensidade de fé, de esperanca e de caridade. Ná*o se trata, em primeira
instancia, de um apelo a fazer algo, mas a ser. Ora a intensidade do ser cris-
tío provém do calor da fé, da forca da esperanca e do caráter incondicio
nal da caridade.

A intensidade da fé transparece num olhar — que nos é dado como


grapa —, um olhar que percebe Deus, Jesús Cristo, o além, a alegría espiri
tual, a alma, os valores das bem-aventurancas e do SermSo da Montan ha
(Mt 5-7). é uma certa sensibilidade da retina, que alguns possuem e outros
ná*o possuem.

A intensidade da esperanca traduz-se pela audacia de crer que,


embora tenhamos poucos títulos em maos, somos todos destinados a uma
felicidade garantida por Deus;... crer que o bem triunfará sobre o mal,...
que o sofrimento e a morte tém sentido, pois sao coisas passageiras.

A intensidade da caridade se exprime num amor que quer imitar Je


sús e seu Pai: 'Amo o outro, porque ele é filho de Deus e meu irmao'. Deus
entra na definicao do amor. Ele é a fonte e o ponto de chegada do amor.
Este, portanto, é muito mais do que o sentido da justipa social, da ¡gualda-
de e da fraternidade. O amor envolve estas dimensoes e as leva á perfeicao.

O amor verdadeiro é cada vez menos possessivo e sempre mais obla


tivo; penetra até os recantos mais extremos da existencia. Nos casos mais
desesperados, a pessoa que ama, ama sem condicSes, apesar das desilusoes
e dos fracassos. 'Eu te amo porque te amo', e nao 'Eu te amo porque me
amas'.

Dominar o tempo

Aquele ou aquela que é vocacionado, tem especial relacionamento


com o tempo. NSo tem medo do tempo. Domina-o. Isto quer dizer que
sabe tomar decisSes e assumir compromisso para sempre. Por conseguin
te, está apoiado na esperanca, pois, sem ela, ninguém assume compromis-
sos.

A pessoa vocacionada senté dentro de si o grande valor da fidelida-


de. Que é que se pode esperar de um dispensador dos misterios de Deus
se nao que seja fiel? A fidelidade é uma acolhida, cheia de gratidSo, dada ao
amor e á fidelidade de Deus. Nossos contemporáneos tém enorme dificul-
dade para se situar no tempo e na durapao, qualquer que seja o setor de

540
A CRISE DAS VOCACOES 13

suas atividades. Ora a fidelidade é, antes do mais, a fidelidade de Deus que


fundamenta a nossa.

Compreender o celibato por amor

No modo geral de entender, celibato é sinomino de solidSo, e esta,


ná"o raro, é ligada á depressSo. Para compreender o celibato, é preciso fa
miliarizarse com a morte. Santo Agostinho diz que a virgindade por causa
do Reino é uma meditacá"o conti'nua, enquanto vivemos num corpo mor
tal, sobre o fato de que somos destinados á vida eterna. Com efeito; sem a
fé no além, o celibato nao tem sentido. No Antigo Testamento, quando a
vi sao relativa á vida eterna era muito fraca, ná"o havia lugar para o celiba
to. A idéia de celibato por amor veio através de Jesús, porque, por Jesús,
a ressurreicao e a vida eterna foram plenamente valorizadas.

Torna-se difícil compreender o celibato por amor, visto que as pes-


soas sempre mais identificam amor e genitalidade. O amor ná"o é mais de
senvolvido em todas as suas dimensSes: espiritual, afetiva e sexual.
Tornou-se unívoco. As campanhas em prol dos preservativos insistem so
bre a liberdade sexual e o afastamento do risco de morte. Mas, quando a
sociedade tiver matado o amor, que é que aínda sobrará? 'A tristeza matou
mu ¡tos' (Eclo 30,23).

Apreciar o valor dos sacramentos

Compreender a eficacia da palavra é relativamente fácil, i,.esmo que


haja alguns percalcos quando assistirnos a uma peca de teatro ou ouvimos
o Evangelho. Existe uma eficacia psicológica decorrente da escuta. Mas,
quando nos vemos diante de um gesto ritual, nos nos desconcertamos:
¡nterpretamo-lo como algo de simbólico e, por conseguinte, arbitrario. No
protestantismo, por exemplo, quase na*o há ritos. A palavra, sem mais,
basta. Para os católicos, o gesto sacramental é a palavra mais forte de to
das. É neste ponto que a nossa percepcao se tornou muito falha.

Mas aqueles que escutam a Palavra religiosa, tém grande esforco a fa-
zer para suscitar a humilde atitude de obediencia á fé. Mu ¡tas vezes somos
demasiado intelectuais e procuramos dominar as idéias. Preferimos que o
servico da Palavra se torne um diálogo ou um intercambio — o que signifi
ca reduzir a Palavra de Deus a uma Palavra humana.

O Amor á Igreja

É ¡mpossível seja chamada á Vida Religiosa ou ao sacerdocio a pessoa


que considera a Igreja como instituicSo meramente humana, necessária

541
14 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 379/1993

para efeitos de organizado, mas sem a profundidade do misterio. Sem


amor á Igreja, Corpo de Cristo, sem um amor que vá a lém das aparéncias,
é impossível que alguém seja chamado. A grande crise do nosso tempo se
sitúa nesta deficiencia como também na perda do sentido da vida eterna.

Fala-se insuficientemente da Igreja, Corpo de Cristo, como devido


entusiasmo. As pessoas ficam sempre presas aos conflitos, ás tensoes com
os teólogos, ás nomeacSes de Bispos, ao celibato, á funcá"o da mulher...
Dio grande importancia á arquitetura da Igreja, e muito pouco estimam o
misterio da Igreja: ela é a Esposa de Cristo, a Vinha do Senhor, a Jerusa-
lém do alto, o Povo de Deus. Onde é que ainda se fala da Igreja recorrendo
ás grandes imagens bíblicas propostas em nova luz pelo Concilio do
Vaticano II?

Para que surjam vocacoes...

É preciso cultivar atitudes do coracá*o:

— Urna humildade fundamental e o espirito de acolhida (o Sim) de


María: "Seja-me feito segundo a tua palavra". Se alguém náfo possui essa
atitude, nem mesmoem pequeña dose, nao pode conceber vocagao alguma.

— O instinto da verdade. Nunca repousar antes de ter penetrado den


tro da verdade, nao se vangloriar, nao se ufanar em vao; ná*o conceber ilu-
sSes a seu próprio respeito, nem ceder á hipocrisia. As vezes é preciso cer-
to tempo para que a pessoa perceba a diferenca entre a verdade subjetiva
e a verdade objetiva, entre a verdade que o individuo constrói para si, e a
verdade que vem de Deus. Hoje dá-se grande énfase á sinceridade. Mas po
de alguém estar sinceramente dentro do erro...

A sinceridade é absolutamente necessária, mas nao basta. A verdade


vem de fora. Ela sobrevém a nos. Entrar na verdade supoe deixar de fazer
do próprio eu o seu centro. A verdade é como urna morada na qual nos
entramos humildemente; dentro da nossa morada tomamos assento.

A verdade está ligada também á beleza. Pode haver algo de mórbido


na sinceridade, como, por exemplo, o sentimento da indignidade. Se desli
gado da beleza e da bondade de Deus, esse sentimento me dobra sobre
mim mesmo. — Ora a verdade é a aura da beleza. A procura da verdade su-
p5e urna alma contemplativa, urna virada do coracSo em demanda do
Outro.

— A acolhida da misericordia de Deus. NSo é possível que seja voca-


cionado quem nSo tem consciéncia da su a fraqueza e nao conhece a mise
ricordia e o perdao.

542
acrisedasvocacOes ijj

Por vezes, a pessoa se valoriza de tal modo que na"o fica lugar para a
misericordia de Deus... Por vezes, verificamos em nos chagas que nos le-
vam a crer que nao precisamos de perdió porque s9o castigo justo; em tais
casos, é nossa justíca que fala. O que há de mais difícil, é acolher a miseri
cordia de Deus no ámago da nossa fraqueza e usar de misericordia para
com aqueles que nos ferem. Os dois movimentos — receber e dar miseri
cordia — sao inseparáveis um do outro.

— O gosto da justica superabundante. A santidade é o amor que


transborda. A medida do amor é ser sem medida. A generosidade é muitó
mais do que o i'mpeto pelo qual nos damos a alguém festivamente, como
dizem os jovens. O dar-se festivo tem algo que nos satisfaz. Mas a justica
superabundante, que fundamenta a generosidade, vem de Deus. Ela invade
todos os setores da existencia, inclusive o do perdao.

— A perseverarla. Esta atitude está profundamente ligada á alegre es


peranza. Ela nao é um produto da vontade. É Deus quem nos faz perseve
rar, porque Ele é o Deus da promessa.

Condipoes climáticas

Além das disposicoes do coracá*o, é preciso também dar atencao ás


condipoes climáticas da nossa civilizapSo.

— O equilibrio afetivo. Nossa civil ¡zaga o nao favorece o equilibrio


afetivo. É esta a chaga aberta do lado do homem contemporáneo. Ele san
gra do lado do corapáb. Em vez de urna fonte de grapa, como aquela que
jorrou do coracao de Cristo, há urna fonte de amargura.

— A sede dos valores espirituais e religiosos ná"o se deve tornar urna


compensapáfo. O Deus que chama, nao é únicamente um Deus que consola.
O seu amor nao é somente material.

Muito se perdeu o sentido da aventura. A imagem que outrora seti-


nha do vocacionado, era a do amor de Deus entrelapado com a coragem da
criatura. Eram propostos como modelos os alpinistas, os pilotos e outrds
heróis ou missionários (Charles de Larigaudie, F. Frascati, Saint-Exupéry...).

Hoje a vocacá*o religiosa tornou-se sinónimo de calor do vinho. O que


atrai, é o apoio de urna comunidade. O modelo do missionário que deixa
tudo a fim de seguir para longe, já nao atrai muito. Consideram-no ultra-
passado... Todavia aínda em nossos dias encontramos pessoas cheias de
heroísmo e generosidade em prol de causas humanitarias. Os missionários
da paz, da saúde e dos direitos humanos tém urna coragem admirável e ar-

543
J6 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 379/1993 '

riscam a sua vida. Mas, no plano do anuncio da fé, tomamo-nos friorentos


e delicados.

QUE FAZER?

Antes do mais, rezar. Pedir ao Pai que mande operarios para a sua
messe. Se Jesús os quis pedir ao Pai, quanto mais nos os devemos pedir?!
As vocacSes nao véem da publicidade nem de uma Pastoral especializada.
Estes meios s3o necessários. Mas as vocacSes nascem no coracao e Deus é
o único Senhor dos coracSes.

Rezarmos juntos. Fora da Jornada das VocacSes, em que ás vezes se


reza t3o somante mediante uma intencSo de Missa, há poucas ocasiSes de
oracá*o pública em prol das vocacSes. As oracSes seriam bem diferentes
se ñas paróquias se celebrasse uma Missa ou se promovesse uma hora de
adoracSo em favor das vocacSes. Alias, já acontece isto, mas de marina"
muito cedo, por iniciativa de grupos fervorosos que vao enxameando por
contagio.

Promover o amor á Igreja como o Corpo Crucificado e Ressuscitado


de Cristo. Falar da Igreja positivamente, pois Ela tem muita coisa positi
va... A Igreja deve ser restaurada em todos os tempos, mas em nossos dias
seria mórbido estar apenas a apontar falhas e nao talhar novas pedras para
colaborar na sua restauracSo.

'A Igreja é velha', dizem. Mas, sob a Cruz, também María era velha...
é preciso que a levemos para a nossa casa, como Sa*o Jólo, é a condicao
para que suas rugas desaparecam.

Constituir grupos de jovens em torno de um orientador (sacerdote.


Religioso ou Religiosa ou leigo-a) e fazer tres coisas: ler as Escrituras, par-
tilhar ou prestar contas do que fizeram após a última reuniao do grupo, e
tomar decisSes para o futuro próximo... é assim que poderao surgir vo-
cacoes.

Por ora estamos fazendo como se lé no poema de Prévot: 'Vocé pinta


uma gaiola com belas cores, abre a porta, pendura a gaiola a uma árvore
e se esconde atrás de outra árvore, esperando que o passarinho entre na
gaiola; logo que isto acontecer, vocé fechará cuidadosamente a porta'. Ora
isso ó totalmente descabido... é preciso ir ás encruzilhadas das rúas e lá
constituir pequeños grupos. Numa palavra, procurar os passarinhos e ensi-
nar-lhes um novo modo de vida".

544
ACRISEDASVOCACOES 17

2. REFLETINDO...

É altamente sugestivo o texto do Cardeal Danneels, de modo que pa


rece oportuno por em relevo ao menos quatro de suas abordagens:

2.1. A Fé na Vida Eterna

O terceiro ponto mencionado sob o título "Obstáculos" refere-se ao


enfraquecimentó da fé na vida eterna. Com efeito; a secularizapSo ou as
tentativas de reduzir o Cristianismo a um sistema de atendí mentó' material
ao homem (pondo os valores religiosos a servico da pessoa) tém depaupe
rado enormemente a mensagem e a vida cristSs. Ora o Cristianismo é essen-
cialmente a vocacSo do homem á plenitude da vida, á satisfaca*o de suas
aspiracoes mais legítimas que nao podem ser atingidas dentro dos limites
deste peregrinar terrestre, mas só há*o de ser saciadas no encontró face-a-
face com a Beleza Infinita. O homem chega a tanto, sen/indo a Deusnuma
atitude de fé e amor, ou fazendo de Deus e dos valores transcendental o
criterio do seu comportamento. — Caso falte a consciéncia disto, há de fal
tar também, nos jovens, o desejo de se consagrar inteiramente ao servico
de Deus.

Quem reconhece a auténtica escala de valores, compreende melhor o


significado do celibato ou da vida una e indivisa, que Sá*o Paulo recomenda
em 1Cor 7,25-35; o cristao concentra entSo os seus talentos na procura
dos valores definitivos, a fim de usufruir deles e contribuir para que os ¡r-
maos deles usufruam sempre mais copiosamente.

O caráter vitalicio da consagracá*o a Deus, em vez de ser algo de es


pantoso, torna-se assim urna conseqüéncia lógica das premissas da fé.
Sa*o Paulo dizia no fim de sua vida:"Se¡ em quem acreditei" (2Tm 1,12);
ele havia entregue tudo ao Senhor, renunciando á sua carreirá de fariseu
fogoso, para apregoar o Cristo crucificado e compartilhar sua Paixao glo
riosa; após muito padecer por Cristo, ele podia dizer que ná*o se sentia
decepcionado, mas tinha plena consciéncia de se haver devotado a Deus,
que nao falha, e n3o a um líder ou a um Partido humano.

2.2. A Igreja: sociedade burocrática ou misterio?

A consagracao ao servico de Cristo só pode ocorrer auténticamente


no Corpo de Cristo prolongado, que é a Igreja (cf. Cl 1,24). Se alguém es-
quece este aspecto da Igreja, ná"o entenderá nem o sacerdocio nem a Vida
Religiosa.

545
18 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 379/1993 '

O interesse pela Igreja, nos últimos decenios, levou muitos católicos


a apontar suas lacunas para Ihes levar soluca*o. Isto parece ter gerado o há
bito de criticar a Igreja, na consideracSo quase exclusiva de seu lado hu
mano. Ora a Igreja ná"o é apenas urna sociedade de gente que procura edi-
ficacao mutua através de suas assembléias; o Cristo nela existe e age, fazen-
do passar a grapa de Deus através de seus cañáis humanos. — Daí deve bro
tar o amor á Igreja,... á Igreja-Sacramento de salvacao, Esposa de Cristo,
Reino de Deus encarnado dentro de fragilidade humana.

2.3.0 culto divino: Palavra e Sacramento

O Cardeal Danneels tem razao ao dizer que a Liturgia da Palavra,


para muitos, é mais interessante do que o ritual sacramental. — É certo que
a Palavra de Deus bem lidá e comentada entusiasma..., mas nao é menos
certo que essa Palavra mesma é o que os hebreus charnavam dabhar, isto
é, palavra que nao apenas diz, mas realiza o que diz. Com efeito; a salvacao
e as boas-novas apregoadas pelas Escrituras deixam de ser meras licoesde
catecismo para tornar-se principio de vida nova em nos mediante os sacra
mentos. S. Agostinho chamava o sacramento visibile verbum, palavra visí-
vel (e nao apenas audfvel). Sim; o perdá*o dos pecados prometido pela Bi
blia ocorre realmente quando o sacerdote diz: "Eu te absolvo dos teus
pecados..."; o alimento predito pelas Escrituras se torna presente quando
o sacerdote diz: "Isto é meu corpo... Isto é meu sangue". Sem os sacra
mentos, o Cristianismo perde a sua identidade; torna-se mera escola de vi
da moral, que cada um procura assimilar "aprendendo a licá*o".

2.4. O zelo missionário

A vocacáo sacerdotal e a vocacáo religiosa sSo chamamentos para con


tinuar a obra de Cristo missionário. N3o há vocaca*o para consagrar-se to
talmente a Deus que nao implique zelo apostólico. — Ora tal zelo, que exi
ge sacrificios e renuncia da parte dos vocacionados, parece arrefecer em
muitos por causa do bem-estar a que o consumismo acostuma os jovens
desde a infancia. Na verdade, a vocacSo sacerdotal é vocacao para a gran
deza e o heroismo, pois é tendencia á plena configuracao a Cristo; ora na*o
há grandeza de personalidade sem renuncia,... renuncia, alias, que ná"o dei-
xa de ser praticada nos nossos dias em vista de fins humanitarios (atendi-
mento a doentes, criancas, anciSos, etc.). Poder-se-ia perguntar: o Cristo
e os dons da vida definitiva ná"o merecem ainda mais dedicaca*o do que os
valores temporais?

Eis algumas das idáias que, muito oportunamente, o Cardeal Dan


neels sugere aos seus leitores e que, devtdamente meditadas, darlo frutos
múltiplo em nossa sociedade, especialmente em nossos jovens.

546
Muito serio:

O SEGRELT6'DA CONFISSAO

Em símese: O sacramento da Reconciliacao tem seu fundamento bí


blico em Jo 20,22s: Jesús conferiu aos seus Apostólos a faculdade de per-
doar e nao perdoar,... nao perdoar aos penitentes nao suficientemente dis-
postos a abandonar o pecado. Ora este discernimento supoe conhecimento
do estado de ánimo do cristao — o que só pode ser obtido mediante a con
fissao dos pecados; esta, portan to, está implícita na instituicao do sacra
mento realizada por Jesús. Compreende-se que, desde os prímeiros tem-
pos, se tenha exigido sigilo da parte dos confessores. Tal sigilo ho/e em
día é mais rigoroso do que o segredo profissional de médicos, psicólogos,
advogados, pois a violacao do mesmo acarreta a pena de excomunhSo
para o sacerdote; a este nao é lícito revelar faltas ouvidas em confissao
nem fazer uso dos conhecimentos adquiridos em confissSo, se este uso
redunda em detrimento do penitente.

* * *

Os meios de comunicacSo, especialmente a televíselo, tém lancado


ao público o tema "segredo ou sigilo da confissao sacramental". É as-
sunto muito grave; a abordagem do mesmo em ambientes profanos tende
a depreciar a importancia que a Igreja atribuí ao sacramento da Confissao
e ás obrigacSes pertinentes ao confessor.

Vejamos, pois: 1) por que o sacramento da Reconcil¡acá*o? e 2) a


importancia do sigilo sacramental, ilustrada por um exemplo famoso.

1. CONFISSAO DOS PECADOS: POR QUÉ?

A remissao dos pecados, na Igreja, nao se obtém por vía meramente


privada (a confissao direta a Deus), mas por via sacramental. Isto se com-
preende pelo fato de que o pecado nao é urna desordem que afete apenas
o pecador, mas é algo que prejudica a comunidade dos fiéis e que, por
isto, tem sua remissao mediante essa comunidade ou através da acá"o da
Igreja. 0 próprio Jesús instituiu o sacramento da Reconciliacao, quando,

547
20 "PERPUNTE E RESPONDEREMOS" 379/1993

na noite de Páscoa, apareceu aos Apostólos reunidos; soprou-lhes na face


e disse: "Recebei o Espirito Santo. Aqueles a quem perdoardes os peca
dos, serlo perdoados; aqueles aos quais os retíverdes, serao retidos"
(Jo20,22s).

A razio para ná"o se ministrar o perdá*o ao pecador, está na eventual


falta de disposicSes dessa pessoa. Na verdade, o perdió supSe, da parte do
penitente, arrependimento sincero e propósito de emenda ou de evitar as
ocasides que levem ao pecado. Ora pode haver casos em que o cristao re-
conheca estar cometendo falta grave, que o aborrece, mas nao tenha a
coragem de mudar de vida; está ainda apegado ao mau hábito, de modo
que nao consegue dizer Ná*o ao pecado, embora o reconheca como in
digno. Tal é o caso, por exemplo, de quem ganha dinheiro desones-
to, sabe que é desonesto e pecaminoso, mas nao quer cessar de o fa-
zer;é o caso também de quem leva vida dupla (tendo duas familias); per
cebe que isto é falho, mas deseja continuar como está. Em tais situacoes,
o confessor, tomando conhecimentó das disposicoes do penitente, há de
procurar ajudá-lo á conversao e protelará a absolvicáo sacramental até que
conceba um repudio eficaz do pecado. -

Como se vé, o uso das faculdades que Jesús concedeu aos seus minis
tros, supSe o conhecimento dos fatos pecaminosos e do estado de ánimo
do respectivo sujeito. Ora isto só pode ser obtido mediante confissao sin
cera e integral das faltas feita ao confessor. Assim se fundamenta a con-
fissSo sacramental.

É de notar que a praxe de confessar faltas ao sacerdote já estava em


vigor no Antigo Testamento. Com efeito; o livro do Levítico enumera di
versos casos em que a expiacáo do pecado era realizada através de confis-
sá"o; assim, por exemplo:

Lv 5,5s: "Aquele que se tornar culpado de urna destas tres coisas


(recusa de testemunho, contatos impuros, juramentos levianos), confes-
sará o pecado cometido, levará ao Senhor como sacrificio de reparacSo
pelo pecado cometido urna fémea de gado miúdo... em sacrificio pelo pe
cado, e o sacerdote fara por ele o rito de expiacáo".

A confissüo podia ser pública no caso ácima. Em outros casos, po-


rém, verifica-se que era feita diretamente ao sacerdote, como aparece em

Lv 5,23-25: Se alguém pecar recusando devolver ao próximo algo


extorquido ou roubado^.. deverá restituir o valor ao proprietário respec
tivo. "Depois levaré ao Senhor, como sacrificio de reparacSo, um carnei-
ro, sem defeito, do seu rebanho; será avahado segundo o valor estabelecido
pelo sacerdote para um sacrificio de reparacSo".

548
O SEGREDO DA CONFISSAO

A fórmula ácima prevé que o sacerdote pondere a gravidade do delito


e defina o tipo de reparacSo a ser prestada. Ora isto supSe a confissSo feita
ao sacerdote. Algo de semelhante ocorre em Nm 5,5-7.

Estes textos evidenciam bem que o costume de confessar os pecados


aos sacerdotes tem orígem nos próprios ritos do Antigo Testamento; por
conseguinte, nao é praxe ¡novadora oriunda no Cristianismo.

2. O SIGILO SACRAMENTAL

Ccmpreende-se que a confissao de pecados feita por um cristao ao


ministro do sacramento da Reconciliacao seja tutelada pela ¡mposicífo de
rigoroso sigilo. O sacerdote que viole o segredo da confissao, incorre em
excomunhao latae sententiae, ou seja, pelo fato mesmo de violar a norma.
Assim reza o Código de Direito Canónico:

"Canon 983 -§1.0 sigilo sacramental é inviolável; por isto nao é


lícito ao confessor revelar o penitente com palavras ou de qualquer outro
modo, por causa alguma.

§ 2. Tém obrigacao de guardar segredo também o intérprete, se o


houver, e todos aqueles a quem por qualquer motivo tenha chegado o co-
nhecimento de pecados através da confissao".

Eis o comentario que a este canon propSe o Pe. Jesús Hortal S.J.,
abalizado canonista:

"Sigilo sacramental é a obrigacao que o confessor tem de nSo revelar,


de nenhum modo, nada daquilo que o penitente /he manifestou em ordem
a receber a abso/vicSo. Essa obrigacSo é sempre grave e nio admite nenhu-
ma excecSo, a nao ser a I¡cenca expressa, dada Hvremente pelo próprio pe
nitente. Caem, portanto, sob o sigilo: a) todos e cada um dos pecados gra
ves confessados, mesmo que se/'am públicos, a nSo ser que o confessor os
conheca por urna outra vía. Mas, mesmo neste último caso, poder/a haver
falta de prudencia, se o confessor falasse a respeito deles; b) os pecados ve-
niais, específicamente considerados. Nao haveria, porém, lesao do sigilo se
o confessor dissesse genéricamente que afguém confessou pecados veníais,
porque se afguém se confessa supoe-se que tem, pelo menos, pecados ve
níais. Mas também aquí se deveria evitar qualquer expressSo que pudesse
tornar odiosa a confissao; c) tudo aquilo que é manifestado na confissSo,
para que o confessor compreenda a acusagSo, como as circunstancias do
pecado, a cumplicidade etc.; d) tudo aquiló que aconteceu na confissao ou
que se veio a saber por meto déla, sempre que guardar relacao direta com

549
22 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 379/1993

a absolvicSo sacramental, como a penitencia imposta, a absolvicSo dene


gada etc."

A pena para quem viola o sigilo, é estipulada no canon 1388:

"Cin. 1388 — § 1. O confessor que viola diretamente o sigilo sacra


mental incorre em excomunhSo latae sententiae reservada á Sé Apostó
lica; quem o faz só indiretamente se/a punido conforme a gravidade do
delito.

§ 2. O intérprete e os outros mencionados no cSn. 983, § 2, que vio-


lam o segredo, sejam punidos com justa pena, nao excluida a excomu
nhSo".

Tal canon é assim comentado pelo Pe. Jesús Hortal S.J.:

"A nocao de sigilo sacramental e o conteúdo do mesmo se encontram


no comentario ao can. 983. A violacao é direta, quando se revela o pecado
ouvido em confíssao e a pessoa do penitente, quer indicando o nome, quer
manifestando tais pormenores que quaiquer um poderia deduzir de quem
se trata. É indireta, se nao se revela tao claramente a pessoa do penitente,
mas o modo de agir ou de falar do confessor é tal que origina o perigo de
que alguém chegue a conhecé-la.

Nao é exatamente violacao do sigilo, mas está igualmente proibido


(embora nao tenha como conseqüéncia as penas aquí mencionadas) o uso
indevido da ciencia obtida na confissSo, com onus para o penitente, de
forma a poder tornar odioso o sacramento".

Assim, por exemplo, se um sacristao revela ao confessor que ele


rouba objetos da igreja, o confessor ná*o tem o direito de demitir esse
funcionario, pois estaría fazendo uso da ciencia adquirida em confissao,
com grave incomodo para o penitente. Tal é a preméncia da norma da
Igreja. O sigilo sacramental há de ser visto em paralelo com o segredo pro-
fissional (o médico, o advogado, a psicóloga, a enfermeira... tém o seu se
gredo profissional); ultrapassa, porém, quaiquer outro tipo de segredo pelo
rigor com que deve ser observado.

A ¡mposicao do sigilo aos confessores é atestada desde a Idade Antiga


da Historia da Igreja, como se depreende dos seguintes testemunhos:

Afraate (t após 345), o sirio, pedia formalmente a quem recebesse a


confissSo do pecado, nSo o revelasse (Demonstracao VI 14).

550
O SEGREDO DA CONFISSÁO 23

S. Astério, bispo de Amásela (Asia Menor), tcerca de 410, assegurava


aos pecadores a máxima discr¡cá*o, pois, dizia ele, o pai tem mais ¡nteresse
em salvaguardar a dignidade dos filhos do que os próprios filhos.

S. Agostinho (t 430) falava dos segredos de consciéncia dos quais o


Bispo é depositario e que o condenam a atitudes que o público nao com-
preende (sermao 82, 8,11).

S. Joá"o Crisóstomo (t407), em suas homilias, enfatizava freqüente-


mente o segredo da ConfissSo; só Deus há de conhecer as faltas reveladas
ao confessor.

0 primeiro Concilio que tenha legislado sobre o assunto, foi o Sí


nodo regional de Tovin (Armenia) em 520:condenava com um anatema o
sacerdote que violasse o segredo da ConfissSo.

Na Idade Media, dizia o Papa Inocencio III (t 1216) em um de seus


sermSes:

"O sacerdote, a quem o pecador se confessa nSo como a um homem,


mas como a Deus, deve evitar toda palavra ou todo sinal que insinué que
ele conhece o pecado confessado" (ed. Migne latina CCXVII, 652 CD).

S. Tomás de Aquino (t 1274) observava:

"O sacerdote está obrigado ao segredo, antes do mais e principalmen


te, porque o segredo é de esséncia do sacramento; o sacerdote, com efeito,
só conhece o pecado na qualidade de representante de Deus" fSuma Teo
lógica, Suplemento, questao II, artigo 4c).

Ou ainda:

"O que é conhecido pela ConfissSo, é considerado como desconheci-


do, pois o sacerdote nSo o conhece como homem, mas como representan
te de Deus" (\h,, art. 1,adprimum).

O Papa Inocencio XI, aos 18/11/1682, houve por bem proibir nao so-
mente a violacSo do segredo como tal, mas também o uso dos conheci-
mentos adquiridos em confissgo (mesmo quando tal uso ná"o implique a re-
velacSo das faltas do penitente); o sacerdote está obrigado a agir como se
nunca tivesse ouvido o que Ihe é dito em confissa*o, desde que o contrario
redunde em detrimento do penitente.

551
24"PERGUNTEE RESPONDEREMOS" 379/1993

82s .0f3. U
>i,:n rr;y) i;:,q o .ais ijistb .moa ,or,jfr.<¿¡íi r,r;iiv!,(:i ¡ ¿;i>o'.-> ...:^, '••:. •.
Certamente^muitos, vultos heroicos se ¡distinguirán!'na Historia da
Igreja, fiéis ao ministerio do sacramento da Penitencia. Um dos mais famo-
sos;^S^pJdqaqfNeRpmjjMnp,Ldpl.século,XI/VvJcujpS'traposíbÍQgráfico
inter^Jsanje,s¡vapjaquiijrejatadps.: ¿ f.opHbfo.' c tv...'p a onH-cis-i - ':-.•■••:.j
Joao nasceu em Nepomuk na Boémia (antiga Tchecoslováquia) em
1330; donde o nqme de Neppmuceno. Feito sacerdote, foi chamado pelo
fóhp%Ta|Í¿r.^ éncon-
troli't{jm; ámBieh'te1 devá'áso, em que o imperador dava'lárgas a paixoes ver-
gonhosas, se entregava á bebida e se comprazia na adulacao. A I mpe'r'atriz
Joana, porém, era urna mulher virtuosa. Cativada pela pregagao do cónego
Jó'áo Neportiucentí,1 a trnperátriz,escolheü-ff para sefseú confessor. Orien-
tada por-este santo homém(vJoá'ná levava vida de piedáde e caridade para
com os pobres. .oíkin^O i:\. r.:»-'v;>' ■■} •.(.:■;r,.■_,■■■■ ::■■■■: ■■:■:.. ■-.:■

?m--¡z © Imperador Venceslauitornourse,descuripsidade,;evresolveu,;pedir a


Joao que Ihe contasse o que ouvia da Irnperatriz em confissao. Está claro
que o sacerdote recusou peremptoriamente obedecer. Venceslau, pouco
acostumado á resistencia dos súditos, ficou muito. irritado.

í/j. .ú\v\;¿ ísvíVí .c.\'-o;í ;■, «.i:•:•,.; , ,■•;..-.••


^ernp^s deppiSypccpz¿nheírpip.p3áciqjDríeparpyv(3^^^^
de carne máí assadá. O"'monarca' iridígñou-seérriandoú matar o cózihheiro
no espeto. Joá*o entao interveio em defesa ,dp pobre funcionario. .0 rei, ao
vé-lo, mandou prender o cóné^&'Jótb e^dViXá-ió'na'prreSo&ért'áíimentos
Nada in.timidou o sacerdote. Diante disto, Venceslau recorreu a novo arti
ffcí6¡l¿1órt(viabü W&8ré 'para tírn'^jarítarWéstirná1 éaim¡zade"'Terminada

padre de morte.

Nada conseguiu Sua Majestade. Joao respondeu-lhe: "Mais vale obe-

0 soberano entSo deu ordens para'qüe'recolocassem o cónego Joao


no cárcere, onde sofreu horrfveis torturas... A Imperatriz, diante dos fatos,
¡ntercedeü(pe|orseü-confessor. Este foi posto emliberdade, mas bem sabia
queit¡nbapDucQitempojde;vidav; L;í otio-> oíí?ií,)1b oh :-^>ao!v .■; ^ns •••
-9" s 9Upi!cjrn¡ o'¿n O2!J íkj obneup orr.í'jrn} olsí'itic:) rn> .:-..;;¡';¡;jphr, ;OJi;':r¡
sa ofíCerta>yez,')áíiárclei p;íc6nego.Jpá"ov;Nepprnuceno:voltav.a' paracasaíO
Imperador. avi/$to!u*oada.[Suatjanelft e .mandou:chamá-lo..iPrppós:Jhe;um.;ult¡-
mato: ou revelaría os segredos de confissao ou,morrena^Joao olhou para o

552
O SEGREOO DA CONFISSÁO 25

monarca com semblante calmo e severo, sem dizer urna palavra. Ao vé-ló,
o rei deu ordens a um oficial para que atirassem JoSo no rio Moldavia logo
que fosse noite escura (... noite para que o povo nSo o pudesse reco-
nhecer).

Joáo passou suas últimas horas emoracao, preparando-se para mor-


rer. Desde que a noite se fez escura, os carrascos ataram as maos e os pés
do cónego Joáo e o atiraram no rio a partir de urna ponte, que aínda hoje
existe. Era o dia 16 de maio de 1383; Joá"o Nepomuceno tinha 53 anos, e
morria como mártir do sigilo da confissao sacramental. A Imperatriz cho-
rou a morte do seu confessor até os seus últimos días. .

Sobre o túmulo do Santo fo¡ gravado éste epitafio:

"Aguí jaz o muí venerável Joao Nepomuceno, doutor, cónego desta


¡greja, confessor da fíatnha, ¡lustre pelos mi/agres, gue, por ter guardado
o sagrado sigilo da Confissao, foi cruelmente atormentado e precipitado
da ponte de Praga para dentro do rio Moldavia, por ordem de Vencesiau
IV, no ano de 1383".

. Possa o Santo Mártir obter para,o povo de Deus o heroísmo que o


caracterizo.u, a fim de que os fiéis mais e mais se apliquem a evitar o peca
do e a reconhecer sinceramente as faltas que cometam!

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA

Saiü do prelo em outubro pp. a traducao brasileíra do Catecismo da


Igreja Católica. Belo volume de 744 páginas de papel Biblia, destinado a
dissipár dúvidas em materia de fé, mora), liturgia e espiritualidade, e ppssi-
bilitar aos fiéis católicos urna vivencia mais consciente .e coerénte do seu
Credo. É mais do que um Catecismo rio sentido obvio desta palávrá: tra-
ta-se de um compendio da fé. Era necessárió que talobra fosse elaborada
em nossos días, pois após ó Catecismo dé S. Pió X (1903-1914) müitas
questoes relativas á fé foram suscitadas; coñséqüentemente, nao poucos
documentos da Santa Sé foram publicados; o novo Compendio reúne tudo
quanto de decisivo tenha sido dito sobre tais pontos e sobre o patrimonio
da fé em geral. Nada de novo se encontra em tal obra; o que a valoriza, é a
clareza cóm que enfrenta teses do pensáméHto moderno, clareza sátlida e
de agradávéí leitura, ricamente'ilustrada pbrtextosd?,^Escrituraíé da Tradi:
c§oda Igreja. ; ■ :. "''; ' '/'.; .'"■■'.i'.,-".''.^'''''■"'[ .,.""",-■:-';.'-,'. ..
SSo co-Editoras Vozes, Paulinas» Loyola, Ave-María. Pedidos a qual-
quer destas. Composicao e impressSd da Ed. Vozes, Rúa Freí Luís, 100,
25689-900 Petrópolis (RJ). "

553
Aínda urna vez:

NOVA ERA

Em síntese: Nova Era é um con/unto de proposicdes "místicas" pou-


co lógicas e concatenadas, mas perpassadas por quatro principáis teses: o
panteísmo, a reencarnacao, a comunicacao com o além... em vista da im-
plantacSo de urna Nova Era, dita "de Aquário (ou Aguadeiro}", em que a
humanidade estará unificada sob um só Governo mundial e urna só re/i-
giao.

Tal mensagem é mais fantasiosa e emocional do que lógica e cientí


fica. O panteísmo, porexemplo, é urna aberracSo filosófica, pois identifica
a Divihdade (o Absoluto, o Eterno) com o mundo e o homem, que sSo re
lativos e passageiros. Nao háprova de reencarnacao, nem alguém tem remi
niscencia do que fez ou foi em sua "vida pregressa". Também se pode di-
zer, á luz da psicología e da parapsicología, que os fenómenos mediúnicos
nada tem que ver com comunicacao do além, mas sSo expressoes do in
consciente do médium e dos seus clientes.

Apesar de tudo, a Nova Era faz sucesso, porque promete paz, frater-
nídade é fe/icidade — valores que faltam ao mundo de boje e que ninguém
vé como instaurar mediante os meios convencionais. Na falta de solucSo
racional e lógica, a mente humana se abre fácilmente para as propostas
fantasiosas e mágicas, como sSo as da Nova Era. - Aos cristaos, consci
entes disto, compete responder é interpelacao que Nova Era Ihes dirige,
apresentando um testemunho mais lúcido e eloqüente da grande novida-
de, que é o Evangelho vivido e transmitido na Igreja de Cristo confiada
aPedro.
* * *

Sa*o sempre muito freqüentes as indagares a respeito de Nova Era,


córrante de pensamento e ac§o que tem chamado a atencSo por suas pro
clamares, seus sfmbolos, suas prevísSes... O assunto já foi abordado em
PR 354/1991, pp. 518-526 e 360/1992, pp. 235-240. Voltamos a consi-
derá-lo acrescentando novos dados a quanto já publicamos; proporemos
as linhas gerais que caracterizam o Movimento, e urna reflexéfo a respeito
das mesmas.

554
NOVA ERA 27

1.TRACOSGERAIS

A diferenca de outras correntes modernas, Nova Era ná*o tem data


precisa de fundacSo nem fundador definido; nSo apresenta um governo
centralizado que assuma a lideranca do Movimento. Podemos dizer, sim,
que este comecou na década de 1960, quando apareceram os beatles e os
hippies, que exaltavam o amor á natureza, a liberdade sexual, a paz e
urna nova era, dita "de Aquário"; esta foi sendo enaltecida em prosa
e verso no musical Hair.

Sem dúvida, contribuiram para o surto de Nova Era a Sra. Helena Bla
vatsky, fundadora da Teosofía (corrente pan teísta ligada ao pensamento
indiano) no sáculo XIX, e sua discípula, a Sra. Alice Bailey (t 1948). A
Sra. Blavatsky era profundamente infensa ao Cristianismo, e transmitiu
essa sua maneira de ver aos discípulos; assim se manifestava Blavatsky:

"A doutrina da expiacSo é um perigoso dogma, em que os cristifos


acreditam. Ensina que, independentemente da enormidade de nossos cri-
mes contra as leis de Deus e dos homens, temos apenas de acreditar no
auto-sacrificio de Jesús para a salvacaoda humanidade e que seu sangue la
vará todas as máculas. Faz vinte anos que prego contra ¡sso"(A Sabedoria
Tradicional. Hemus Ed., Sao Paulo 1987,4a. ed., p. 194).

A Nova Era na"o professaum sistema de pensamento concatenado; ao


contrario, compreende varias linhas de pensamento, que correm paralelas
entre si, e formam um conjunto heterogéneo, como se verá a seguir: assim
o panteísmo, a ufologia, a comunicacao com os extraterrestres vivos e com
os mortos, a psicologia transpessoal, o movimento ecológico, a cura por
medicina alternativa... É o que permite aos adeptos da Nova Era estar
presentes na política, na medicina, na educacao, na religiao, na cultura...

Apontemos os principáis temas inseridos ñas propostas de Nova Era.

2. PRINCIPÁIS TEMAS

Deter-nos-emos sobre sete pontos.

2.1. Deus e a Reencarnapao —

A Nova Era professa o panteísmo: Deus seria urna energía universal,


donde procedem todas as coisas. Assim tudo que existe no mundo, é tido
como emanacSo e expressao da Divindade; cada partícula de materia é di
vina, pois possui em si todas as informacSes do universo. O pensador Ro-

555
28 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 379/1993 '

berto Crema, da Universidáde Holística Internacional de Brasilia, assim


se exprime:

•i "Deus darme nos mineréis, senté nos vegetáis, sonha nos animáis, e
despertarnos humarios" (II Gongreéso Holístico Internacional; Be/o Hori-
zontep¡ulhode1991). : ; ^ :, . -: ¡ ^
• ■;;:'! £• :■■■>•.;/.*: ■ :-\:¡<v -.•::•: ••.,•..••■■.■•,■•:• . ^¡n--. <■ . :■■,:■■■.,•.■■•: ■..:.■ . ■-.-•■•■„ •
■Através de encarnagdes sücessivas, cada ser vivo pode alcancar níveis
mais elevados de consciéncia, a tal ponto que n§o precise mais de se reen
carnar, mas se torne o que se chama "um espirito cósmico", é o que lem-
braPierreWeil, citandoMayseChoisy:

'"/va teoría'dé ida e yolta, o espirito decide éndarríar-se, é passa dos


riívéis-máís sutis'éos p/ahós grosséirós. Ehi cónseqüéncia, a materia nao sé
aquietaé'ñqúántó'ñSú'voliá'é sua fonte dMna'prímifiva, É a iñvolúcSo-
evolucao, simbolizada pelos dois triángulos que compoem a estrela de Da-
vi. NSó'éra issoque énsih'ava'Platao, aó afirmar que Córihecér é lembrar-se?
Oúéñtaóqiiaridó Lamartine' escrévié: '&hómém éúm deús decaído que
sé fémbrá dos céüs'? Coitádo, ó homémiém memoria tSó curta... Volta e
meiéfé pfeciso lembrar-fhé o1 que; já sabe' " (Pierre Weil, Sementó* para
urnai'Vid'tftfova: Ed. Vózés, Petrópolis.p. 47).

Como se vé, o panteísmo da Nova Era está associado, como em ou-


tros ;sistem^s'] pantefstás1;^
rilo'exlste^péus'distinto dií hóméi^, é ó hpmerf) mesrhp qué se sályá...,
é' sé' saivaí?me'dián'te sucessivos! re'tórríóí a'o' córpó a1 fim dé se aperfeicbar
cada'ye2mais.:;;,. ;.,,.. ■"■..'.'.',....■,' ".;''.,. ''
■■?-; '.n?, (1..O¡.', >.r. ..■-^.'h- ■'.■ . -::-■., •:...':- ■■. ' .- - ,.¡- ■■>■■■;:■
..2.2llO>Homem:irii (iO .^.".".-,•-;■■.-..•'j ./• ,:=.:-:r:, :-...'•■ ■ ■-...:•.-.: ¡- ■:.;.•.■■.■;■

¡.'.~ O .homem está no centro das considerapoes da Nora Era. Já que o


panteísmo professa que a Divindade, o mundo e o homem se identificam,
o homem, nesse contexto, vem a ser a expressao mais elevada da evolucao
divina. A Sra. Helena Blavatsky, urna das precursoras do Movimento, assim
manifesta seu pensamento:

"Voces acreditam que o homem é um deus?

— Por favor, diga Deus, e nao um deus. A nosso ver, o homem é o


único ¿Deusque podemos conhecer. & como,poderia ser de>, outra forma?
ÑossO: postulado aceita como verdadeiro que Deus é um principio juniver-
salmenté,xiifuso,-infín¡to\e,sendoyassim;:corno poderia o homem.sozinhp
escapan de: ser embebido por e:naiDeidade?¿. Chamamos'paLdoéeu* a essa,

556-
' NOVA ERAlí • ■•"••■'.■ • ' 29

esséncia deífica que reconhecemos dentro dexnósfém<nos$Wcórác§óeem


nossaconsciéncia espiritual"YASabedoriaTradicional;p. 62)$'>'■'■- " -i

Emconseqüéncia; os mentores da Noya1 Eravjülgam"quei>toTdá$>as'eher-


gias' existentes no-universo' est§b o*emro^d<í"ho1mem>"est6,' peicrpodérdé
sua mente- quando-se concentra sobrerdetérrninadcí objetó bü'pVojeto¿'po
de torná-lo realidade, chegandomesnio a efetuáKfa^anh^sTnila^i-osas; tan
to para o bem como para o rhál da sociedades■•^•>rw- f-wo ,a> oV>ou- c.w\ -v.'

Mas nao somente as forcas do bémre do'mal estld dentro dohomem.


Ai' se acham também outros elementoscontrastantes;como 'Omásculino
e.o feminino^ o amor é oódio.Gristoe o dem&n¡o:¿:i O cerebro cbnsta.de
dois hemisferios: i o esquerdo éa sede" das nossas características1 masculinas
(analisar; contaf^planejar..,); o/direitotcorrespondé:aos elementosífamini1-
nos (a ¡ntu ¡pao, os sonhos, as metáforasuJrOíhomem perfeitoitem-qúé sa
ber equilibrar e harmonizar esses seus dois lados: o masculino e o feminí-
no. Pbr isto¿ os mestres da-NovarEra> reconhécém;as!práticas?heférossexuais
ehomossexuais como igualmente legít¡mas;desde querriaja "relacionamen-
to saudável'', os seres' nriais evoluídos 'devem-gozar; de^pleñaíliberdade
sexual. •■.■;•■- -y.-- <■■'.,: ■■■■' ■-.-■'■l') cpnhs-i'v:^ A .ü¡f,.x>ir<3!-! íi&ibfiuM

Assim Nova Era prevé novo estilo de vida paraAhumanidadérextín*


guir-se-á a fami'lia e instaurar-se-á absoluta igualdade entre os seres huma
nos. A familia é tida como fonte de egoísmo, inveja e possessividade, pois
incita o homem a trabalhar para os seus descendentes'6(riá"ó>para a comu-
nidade como tal; desse egoísmo brotam competicoes e conflitos. A solu-
cáfo estarlas portanto, em por termcPá ínstrtuipSo'fáfni fiar ■& instituir Comu
nidades abertas; cooperativistas e-stílidáriás.?o^ sni'.-H hifnon?.? f>b
;;r ■•:, ,:■;..: :-. *■ > r^;- ■ ■•" ::in ■■'Ai ;':;íwJ"'t!bb ¿n,'n so ;üvi.¡i svab
-ÍTal'procedimento já deixou:de^ser'pr6"póstá¡
épraticadoi segundo relata Pierre: Wéil^ern seUJ|ivr<S^Se'merlteS ifiara*uma
Nova'Eta":fi '•'.'■.'■■■■ ■^■r-^oU^r.oo or»;: ;tiu!0V9 sisq I6.'in¡ori9 93 9b c;srr.
o'-íi't, .■■;'- ■<■■■<■, ■.-.;;:■•■■, ■ r íWJüm leboqís sieri ojea ,s?.-i&nií>ün9 rnüborj

"Em certas comunidades existe urna liberdade total de rela^deit lamo*


rosas entre os sexos. Existe, por exemplo, na Alemanha um movimento
comunitario chamado- Artion^Anatytte h
de vida; a eliminacSo total'dó^ñúcleo1
duas pessoas no núcleo familiar, á luz da experiéndarioletivaycbmcPiuma
verdadeira doenca. Muito influenciada pelas idéias de Reich, a comunida-
de considera r©;nucleónfamiliar<com'ó hrtwhda de uma~nédessidadedvateria-
lista de assegurar a posse da propriedade privada. A córhvnfdadesexiste
para satisfazer ás necessidades materiais e existenciais dos seus membros.
Há nelaum respeito^/nuito grande pela vidasiPoteexemployiXiabótW 6 in-
comunidadesdáximparo, á mSé^doránte,\a .gesiapá~a°e\

5K6
30 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 379/1993

assume a responsabilidade da criacSo dos filhos. Rafneesh preconiza tam-


bém um sistema desta natureza e afirma que é muito mais saudável, para
urna crianca, ter varios modelos de adultos com que identificar e escolher
o seu próprio comportamento, do que apenas dois, sobretudo quando
estes modelos sSo indesejáveis do ponto de vista humano. Cari fíogers tam-
bém questiona bastante o atual modelo familiar. As experiencias atuais de
'casamento aberto' constituem também urna reacio aos aspectos penosos
de ceno modo de vida familiar" (pp. 139 e 141).

Alias, o projeto de unificado da humanidade mima comunidade glo


bal está sendo elaborado com certa rapidez. Em 1977, urna assembléia
mundial de Aquarianos adotou o anteprojeto da Constituicao da Federa-
cao do Planeta Térra. Em maio de 1991, foram aprovadas emendas dessa
ConstituicSo, que atualmente vai sendo examinada pelos líderes mundiais
do Movimento para ser aperfeícoada.

Essa ConstituicSo da FederacSo do Planeta Térra, que deverá vigorar


no mundo unificado, prevé um organograma bem definido: na cúpola ha-
veria urna Procuradoria Geral Mundial e urna Comissao de Procuradores
Mundiais Regionais. A Procuradoría Geral constará de cinco membros.
Terá a seu servico urna Policía Mundial, responsável pelo fiel cumprimento
da legíslacao internacional.

2.3. A Ufologia -
<f
A Nova Era ná*o duvida da existencia de seres extraterrestres; sao ex-
pressSes da Energia Divina Cósmica postas em diversos graus de evolucáo.
Portanto deve haver os mais adiantados dos que nos em civilizacao, como
também os menos evolui'dos. Dentre os mais adiantados, alguns atíngiram
a condicao de ultraterrestres; aperfeicoaram-se tanto que nao precisam
mais de se encarnar para evoluir; sao considerados mestres cósmicos que
podem encarnar-se, caso baja especial míssSo a cumprir entre seres menos
evoluídos.

A bibliografía relativa a seres extraterrestres e ultraterrestres é cada


vez mais vasta e rica em episodios que tomam traeos do fantasioso e ficti
cio. Eís alguns espécimens:

A Sra. Eve Carney e suas duas filhas narram urna visita que fizeram a
urna nave espacial:

"Há muitos anos, em minha casa situada nos profundos bosques da


Pensi/vánia, minhas filhas e eu estévamos ¡untas em meditacSo, quando

' 558
NOVA ERA 31

tfes IrmSos Espaciáis apareceram no jardim em frente á casa. Preferiram


permanecer lá fora quando os convide/' para entrar, devtdo á sua diferenca
de altura em relacSo ás portas e ao teto normáis. Convidaram-nos a conhe-
cer sua nave, o que aceitamos com satisfacio. Fixaram a hora da visita
para 8.-00 horas do dia seguinte, dando-nos instrucdes para refaxarmos
em pos/cao horizontal no piso, para que pudesse vir a escolta.

Agradecidas, regressamos á casa. Minhas filhas puderam vera nave so


bre nos, jé que ambas tém o dom perceptivo visual.

Ao entardecer do dia seguinte, relaxamos, como combinado, e fhe


mos tres experiencias com meditacdes diferentes. Abandone/ meu corpo e
apoiei minhas maos sobre os bracos de minhas escoltas, experimentando
uma emocSo tremenda enquanto ascendíamos, a uma velocidade incrível,
á nave que nos esperava ácima, ¡mediatamente encontrei-me parada no
aposento de controle principal, frente a Athena, enquanto as lágrimas ro-
lavam-me pela face. Chorando, abracamo-nos. Athena (comandante mu-
Iher) comecou a mostrar-me varios mapas. Sentí que uma de minhas filhas
seguía por um longo passadico. Embora eu nSo tenha visto, sabia que se
encontrava em alguma outra parte da nave. Caminhamos e passamos por
uma parede transparecente, através da qual pude ver minha outra filha re
clinada sobre uma mesa de exame médico, com alguém junto déla. Essas
recordacoes sao fragmentadas.

Depo/'s de alguns minutos, nSo mais de quime, estávamos de vo/ta á


nossa consciéncia e comecamos a comparar nossas experiencias" (ER-
GOM, Projeto Evacuacáo Mundial. Roca, Sao Paulo 1991, pp. 99s).

Nao raro o contato com naves espaciáis é realizado, segundo dizem,


por pessoas postas em estado hipnótico, pois os extraterrestres praticam a
hipnose sobre as pessoas que eles contactam. Daí o seguinte caso:

"Um dos casos mais famosos é o de Bety e Barney HUÍ, casal norte
americano. Somente sob hipnose narrava um encontró imediato de terceiro
grau, quando teriam sido levados a bordo de uma espaco-nave e submetí-
dos a detalhado exame médico por humanó/des extraterrestres...

Sabemos que a hipnose é uma técnica altamente vantajosa no sentido


de desencadear e melhorar a percepcSo extra-sensorial, dando alto resulta
do em testes controlados — por exemplo, em telepatía, visSo $ distancia
(clarividencia) e precognicSo.

Ao mesmo tempo, sao inacredítavelmente freqüentes na casuística


ufológica as experiencias em que os referidos fenómenos parapsicoiógicos

559
32 "PERPUNTE E RESPONDEREMOS" 379/1993

estío presentes, sendo mesmo a telepatía o meio usual de comunicacio


cornos UFO-ópéradoresi segundo oscontatados.'''>\ v ^v •.-.-, v. >;.vav ;

'■:■'<'•=■■'■■ Certos individuos que viveram urna experiencia ufo/ógica marcante,


passararira tero que nos chamamos'efeito residual':ápós o indtienteven-
tram em estado de'transe sonambúlicü, de maneira espontánea ouinduzi-
da, dando informac&es de teor variado, dados técnicos, 'planetas' de orí-
gem,nomes dos Comandantes de naves e mensagensmísticas" (Artigo "Hi-
pnose na Pesquisa Ufológica", ría revista Planeta Ufblbgia.'ftf/fora Trés¿
Sao Paulo, abril de 1982, p. 19).

• ■ ^Passemosfa óutrá unidáde daVnensagem da Nova Era. ■ .;.■

2.4. Eráde Aquário? ;^'--.-k ■>■; •.,■,•,■••;:•--•,. •.•••■w*•■■•.• i ...■..-...^ •■-.-..;.

.' ^Conforme as^correntes esotéricase os mestres da Nova Era; a historia


da humanidadecompreeride ciclos de evolugao-tarnbém chamados "Eras".
A. duracSo dessas. Eras é.diversamente^indicadapelos diversos autores, mas
equivale a -2.000 anos ou pouco mais cada qual. Segundo as varias conta-
gens, tal seria a seqüéricia das Eras: «>• -•'<;• t,'.-, • cvu^H, ..-^ ,.-■.' ww •■•:r...-.y

ide,T;purQ:de4304ia'2154a.C..--^,yv. ,\( f>


Era de Carinéiro: de 2Í54 a 4 a.C. <; v./- v
Era de Peixes: de 4a.C. a 2146 d.C.
., Erade,Aquário.:de2146,a4296d.C. .■,..■,■,.,.,.,,
_>\ Nesta tabeja. .cada Era.compreende 2.150 anos..

A Era'dé^Tolíro^éHá^a dá^ritig^crvííí^gaVégípcía^iñhWa v
mo animal sagrado, deusa da fecundidade, e a pecuaria como principal cul-

A Era>de Carneiro seria a do:povo daisraeL.* Carneiro; pbrque^o.rh


tual de Israel praticava o sacrificio de cordeiros; além do qué, o povo cul-
tivava ovelhas'fseja; recordada' a típica figura do pastor)v. O'momento de
transicaodaErado Touroparao do Cordeiro\tferásidoasaída,de Israel,
doíEgito-os hebreus?tentaramainda preservar opoderdoTouro.confec
cionando o bezerro^de-ouro no deserto; mas Moisés os censurou einaugü»
rou a Era do Cordeiro. Seguiu-se a Era de Peixes, inaugurada por Jesús
Cristcr;íque chamou:seust3póstolospara serem pescadoresde homehs;don-
deísecontluivquevoshomens.s§ot dominados pelo signo de Peixes: O pro-
prioínó'me Jésus Cristbcforassociado;ao símbolo.do;Peixe, visto que.
ICHTHYS (em grego, peixe) compSe-se das iniciáis de urna fórmula de fé
crista: lesous Christós Theou Yiós Soter, Jesús Cristo, Filho de Deus Sal-
vaddru'Assim o>povo dominante:da Era,de Peixes veio a ser o^povo dos
discfpülosíde13risto'ou\ó:póvo cristSo.vo oeo m

560;
NOVA ERA 33

Jaap Huibers julga que, sendo o peixe um animal que vive no fundo
do mar escuro, a Era de Peixes está sendo urna era marcada pelas trevas;
claro espécimen disto seriam as catedrais católicas, sempre sombrías.1

Após a Era de Peixes, espera-se a de Aquarius ou Aguadeiro {um jo-


vem portador de um cántaro, cuja agua ele vai derramando). Aquário é um
signo astrológico regido pelo planeta Urano, descoberto em 1781, ou seja,
durante a RevolucSo Francesa. Por isto o lema da Revolugáo Francesa
"Liberdade, Igualdade, Fraternidade", que é também o de Urano, passará
a ser o da Nova .Era; somente assim o mundo se transformará numa aldeia
global sob um regime único para todos os povos. ., '-.-..

. Os aquarianos dizem que Sao Joá*o, ao.falar de céus novos e térra no


va em Ap.2:1,1» se referiu á Nova Era; que Urano; OiAnciSú dos Días, pro'
porcionaria á humanidade; a Nova Jerusalém,,que desee dos céus, seria
precisamente a nova Era de Urano (note-se que a palavra Urano correspon
de ao grego ouranós, céu). -,..-.- .>•■•. •■ - í;^:. -*■: •:. ■ . n v,.?."^"

2.5. Jesús Cristo , . '', '.... ■.n':,.,.. ,.^ V,\'.<>!^ <• • n- ■-■-v,

Para..a.Nova, Era, Jesús Cristo foi,apenas.um dos muitps.mestres.que


contribüiram para a evolucSb da ihurnanidade.vÓv^seü^jnorne,.cpnsta..lde
Jesús — apelativo judaico masculino —e Cristo,,adjetivo^ que designa, um.
nivel, de evoíugSo elevédo; Jesús, p6rtantp,,v.foi.Num^
cn'stico; daí ser chamado "Jesús Cristo''.,," .,';., .^i.,Vi-,ü •, "^-^v,-'0"

Jesüs Cristo ná"o é chámadpÚSenhor!úpelos rnentores da!•Wpva.Era,


porque o seu senhorio:.termina com a Era,,de Peixes.,Ó autor.de um^arti-.
go.na revista "Destino", ano II, n9.^2.1,. abril de I991,p. 51,.descreve o
papel de Jesús frente aos novos tempos aquarianos^ • )?, Vl ;> > v y.

"A passagem de Peixes para Aquário, do ponto de vista da astrologia^


é extremamente difícil,,pois as características dos dois signos sao bem,di-,
ferenies, Peixes é representado peloespirito, de; sacrificio^ decaridade.'
Aquário aponía em outra direcSo. É 6 signó da amizade, do companhei-
rismo,daesperanca e dacriacSode ummundo novo...,; 4; .¡;;,.:)- ■;, c

1 Aquí nSo se pode deixar de observar,que a.associacao de ¡délas é extre


mamente frágil, se nao ridicula. A civilizagao e a tecnología estao num ápi
ce nunca dan tes atingido. Quanto á penumbra das catedrais, e/a se deve ao
sadio dese/o de facilitar o recolhimento e a oracSo dos seus freqüentado-
res. .■.>.-; •-<,; .. ■■■<.•:.*■■ ■:■:>'..! y.,- i-.'i. ■■V>U ,tüilíiVS l'.'.n'H".:.1', OO ?.W. 16T6VA ;

56.13
34 "PERPUNTE E RESPONDEREMOS" 379/1993

Com a mudanca de Peixes para Aquárío, dizem os astrólogos, sai de


cena também Jesús Cristo, o grande avatar da Era que termina, dando lu
gar ao patrono máximo de Aquárío, o mestre Saint Germain".

0 mestre Saint Germain é urna das figuras caras ao esoterismo.

2.6. O Avatar

Os mestres da Nova Era esperam um Messias, que eles também cha-


mam Avatar1. Deverá instaurar a unidade, a ordem e a paz no mundo.
Cada Era tem seu Avatar ou Messias. Esse personagem aguardado tem
nomes diversos, entre os quais Saint Germain e Lord Maitreya; Jesús
terá sido discípulo de Maitreya. Eis o que Worls Goodwill, conceituado
adepto de Nova Era, diz a respeito do Avatar:

"Este é um tipo de preparacSo nSo apenas para urna nova civiliza-


gao e cultura numa Nova Ordem Mundial, mas também para a vinda de
urna nova dispensacüo espiritual. A humanidade nSo está seguindo um
curso nao planejado. Há um plano divino no cosmos, do qual somos
parte. No fim de urna Era os recursos humanos e instituicoes estabeleci-
das parecem inadequados para suprir as necessidades e resolver os proble
mas do mundo. Em tal tempo, a vinda de um Mestre, um líder ou avatar
espiritual, é antecipada e invocada pelas massas da humanidade em to
das as partes do mundo. Ho/e o reaparecimento do Instrutor do mundo
- o Ungido — é esperado por milhdes, nSo só por aqueles da fé Cristi,
mas por aqueles de todas as crencas que esperam o Avatar, debaixo dos
nomes: Senhor Maitreya, Kríshna, Messias, Imán Mahdi e o Bodhisattva...
A preparagSo por homens e mulheres de boa vontade é necessária para
introduzir novos va/ores, novos padroes de comportamento, novas atitu-
des de nao separacio e cooperacio, guiando as retas relacdes humanas a
urna paz mundial. O Instrutor mundial vindouro estará principalmente
preocupado nao com o resultado ou erros passados e insuficiencias, mas
com as necessidades de urna Nova Ordem Mundial e com a organizacSo
da estrutura social" (A Rede Cresce, Londrina, p.3).

0 esperado Messias satisfará aos anseios de todas as crencas religiosas,


que aguardam a vinda de um Salvador: o Maitreya de Nova Era será o pro
metido aos judeus, o quinto Buda dos budistas, o Imán Mahdi dos mucul-
manos, o Krishna dos hinduístas, e também o Cristo dos cristSos. Alguns
aquarianos julgam que Maitreya já nasceu em 1982 — o que ná*o combina

1 Avatar vem do sánscrito avatara, descida (do Céu sobre a Térra).

562
NOVA ERA 35

com a previsSo de que a Era de Aquário só comecará em 2146 d.C. (Mai-


treya terá 164 anos quando se manifestar ao mundo, ou seja, 2146 —
1982= 164?).

Como quer que seja, a vinda do novo Avatar unificará ná"o sonriente
os interesses políticos e administrativos da humanidade, mas também o
senso religioso: o Cristianismo será extinto em favor de urna nova e única
religiá"o, dizem os aquarianos.

2.7. Magia e Curanderismo

A Nova Era conhece agentes seus chamados "bruxos, magos, ilumina


dos..." Seriam seres mais evo luidos do que o comum dos homens; dotados
de poderes especiáis, paranormais, realizarSo facanhas portentosas em dois
planos:

- no plano de adivinhacao: os magos poderSo revelar coisas ocultas


ou futuras, recorrendo ao taró, aos búzios, á astrologia; farao mapa astral
mediante computador; cultivarlo a grafologia (a caligrafía) para predizer o
futuro das pessoas, praticarao a quiromancia ou a leitura "profética" das
linhasdas maos...

- no plano ritual: os bruxos da Nova Era tém seus ritos semelhantes


aosdosxamas (exorcistas de povos primitivos), aos dos sabbat e da Missa
Negra dos bruxos medievais, aos do tranta, que adota a prática sexual ri
tualista. Há também o uso da pirámide, tida como fonte de grande ener
gía. Seja também mencionada a projecSo astral ou o exercício segundo o
qual o bruxo julga abandonar seu corpo durante o sonó a fim de viajar pe
los espacos. A revista Planeta descreve tal exercfcio nos seguintes termos:

"Até uns poucos anos atrás chamava-se a peculiar experiencia de es


tar fora do corpo 'projecSo astral', mas últimamente e/a tem sido denomi
nada 'experiencia extracorpórea'. A viagem astral consiste, essencialmente,
na projecao do corpo interior ou personalidade'do corpo físico, geralmen-
te durante o sonó, mas nio exclusivamente. As projecoes astrais aconte-
cem na vigilia e costumam ser chamadas 'deslocamentos momentáneos'...

Nesse fenómeno a pessoa viaja cobrindo distancias diversas, desde o


teto de seu quarto até o outro lado do continente, e permanece ligada ao
corpo físico por um fio prateado, que nem sempre Ihe é visível...

Os habituáis efeitos físicos e emocionáis da projecao astral sSo os


seguintes:

563
36 "PERPUNTE E RESPONDEREMOS" 379/1993 '

., .■ —jSensagSo de,extremo cansaco.ao despertar, mesmo que a pessoa


tenha;dormido:por<muitashoras;,; - >,'^ o.? oLv.v;;. ¿-..r--, ;-0f ¡ ■: .v ■■

— No final de cada projecSo astral, sensacSo de queda de grande


altura,, de-estar girando, em direcao ao solo, geralmente acompanhadapelo
medq¿de_ cair.jstp, representa apenas a reacio física édesaceleracSo de vi-
bracqes, que se dá á medida que o.eu interior retorna ao involucro físico,
restabelecendo a ligacao com ele. ¡

- A nítida lembranca de ter atravessado muros aparentemente só


lidos ou de ter visto de cima o próprío corpo, geralmente no inicio da via-
gem. Sensacdes de estar flutuando para fora do corpo, primeiro devagar,
elevándose até o teto do quarto.depois ganhando velocidade, ás vezes ful
minante, destocándose rápidamente pela paisagem; observacao, ao mesmo
tempo, dos marcos físicos em. volta e, ás vezes, sensacdes de conforto e
desconforto devidas á temperatura, tais como ca/afrios, umidade ou calor.
Ocasionalmente, observacSo de um fio prateado atrás de si, que tornava
ase.enroiar,por¿ocasiao~doregresso.-- -..-.• :■■:;.•)¡i<-í!;v ;-¡, ?.-.•} >,;••■,.■■•;
¡¡:.-iTü:-í ¡jq;:;! otió1 .!,¡;"v':;"'í ?<. •_, -.-.o. ■;;;•; [i:".-, .vid ;■■•!-. ■:-.-■: w '•.■...;/• ,'■ ■■: . i¿; ■.'
. vrv^r.Ao.fím daviagem ou no local de destino, observacao depessoas ou
cenáSf geralmente com incapacidade de estabelecer contato através da fala.
Há registro de contatos visuais. : i ■-

> plena das facuidades de raciocinio durante o,sonho" (Artigo


"Experiencias1:(Extracorpóreas'.'em Revista "Planeta Especial —, Sonhos".
Editora Tres; Sa~o Paulo, pp.54s)¿ . t

^- :r'."-.,l\ 3. OSSI'MBOLOS DANOVA ERA


A Nova Era recorre a mu i tos símbolos, que pretendem insinuar as
proposipdes de sua mensagem. Cada corrente da Nova Era tem seus emble
mas correspondentes ao que ela professa. Eis.alguns dos principáis sinais
utilizados: .

, 1) 0 arco-iris significa a luz divina, que se


. .vai irradiando, e faz a ponte entre o céu e a Ter-
,.,ra ou. entre os seres terrestres eos extraterres-
tres.
NOVA ERA! i ! ■.'.';•" 37

V"
2) Fitas entrelazadas ^ésigham a irtterde-
> pendénciandosTseres existentes e a tendencia a
o fazer-;da cmultiplicidade urna Vnidadé l^
s Símbolos proposta rpor J^rilyn^Rerguwñce
seu livró "A Conspirapa'o>Aquariani'í. (1 §80)\
V.
I
j

3) Yih-Yang é antiga figura oriental que


lembra. 6 equilibrioí das forpascósmicas positi
vas e negativas; os ópostos se compensa rio mu
tuamente na. Nova Era. v-

4) Urano é o planeta que rege o mundo


na Era de Aquário, como dito atrásj. Simboliza
a harmonía dos homens com o cosmos.
■■«,-■ *,

. 5) Pirámide é tida como elemento que


capta a energía cósmica e beneficia as pessoas.1

6} Cruz de Ñero ou Símbolo de Paz é urna


cruz de cabeca para baixo ou em aparéncia de
pé de galinha¡Traz a paz áfque'm.a usa erh.bfin-
cos, broches, camisetas, cadérnos:..U f¿

1 A propósito de pirámides e "eféitós maravi-


Ihosos", verPR 326/1989, pp.-324-329.. '

565
38 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 379/1993

7) Pomba com ramo no bico. Simboliza


a paz a qual tendem os aquarianos, na esperan-
ca de que as aguas de Peixes sequem para dar
lugar á Nova Era.

8) Estrela de Davi, com seis pontas, sim


boliza os processos de involucro e evolucSo.
Com efeito; o triángulo que aponta para baixo,
apresenta a ¡nvolucSo da energia divina que des-
ce ás suas formas mais bogáis, ao passo que o
triángulo voltado para cima indica a ascensao
dos seres que tendem a se divinizar cada vez
mais.

A
9) Estrela de cinco pontas significa o Ser
Cósmico Divino em sua plenitude ou o Absolu
to. O triángulo superior com um olho no cen
tro simboliza o Ser Superior a todos na escala
hierárquica (Serquealguns identificam com Lu
cifer, considerado como anjo de luz). Esse pen
tagrama é irradiante de bons fluidos, se coloca
do de cabeca para cima; em posicSo inversa,
emite maus fluidos.

10) Borboleta significa o homem quedei-


xa as trevas do casulo de Peixes para entrar na
dimensSo celestial do Aquário.
NOVA ERA 39

11) Unicornio (animal de quatro patas, com um chifre só): símbolo


de liberdade sexual e moda unisex, com todas as suas manifestares mais
ousadas.

12) Cruz suástica 6 o símbolo da boa sorte que toca aos iniciados.

Além destes e de outros símbolos típicos, Nova Era usa um vocabula


rio próprio, do qual vá*o abaixo apresentados alguns espécimens.

4. A NOMENCLATURA DA NOVA ERA

1) O Movimento tem os seguintes apelativos: Nova Era (New Age),


Era de Aquário ou Aquarius, Conspirado Aquaríana, Nova Ordem Mun
dial, Nova Consciéncia.

2) Deus é dito: Eu Maior, Grande Mente Universal, a Forca, o Abso


luto.

3) O planeta Térra é: Mae Térra, Mae Gaia (do grego gé, térra), Mae
de Agua, Nave Térra.

4) A unif¡cacao do género humano é: Fraternidade Universal, Fa


milia Global, Holismo (de holon, tudo, em grego), Colonia Global,
Paradigma (= padronizacüo).

5) Os espíritos que, do além, se comunicam com o homem, sao:


Mestres Cósmicos, Espirites Cósmicos, Mestres Universais, Extraterres-
tres ou ETs.

6) O canal de comúnicacáo é dito channeling.

7) O chefe que governará a nova Ordem Mundial, é: Senhor Maitreya,


Saint Germain, Instrutor do Mundo, o Ungido, o Avatar.

8) Os que se dedicam á ¡mplantacáo da Nova Era, mediante contato


com Espíritos Cósmicos, sa*o: Médiuns da Nova Era, Bruxos, Magos, Sen
sitivos, Paranormais. Tais seres safo tidos como emissários de um Governo
secreto, dirigido por seres extraterrestres, que vai comandando todas as
transformacSes ocorrentes hoje sobre a Térra.

5. ATUACÁO DA NOVA ERA

Dizem muitos observadores que os adeptos de Nova Era sa*o, em


grande parte, responsáveis pelas mudancas de ordem cultural e compor-

567
40 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 379/1993

tamental pelas quais vai passando o mundo contemporáneo. — A própria


Sra. Marilyn Ferguson, em seu livro "A ConspiracSo Aquariana", o veri
fica:

"Urna rede poderosa, embora sem fideranca, está trabalhando no sen


tido de provocar urna mudanza radical no mundo. Seus membros rompe-
ram com alguns elementos-chave do pensamento ocidental, e até mesmo
podem ter rompido com a continuidade da Historia...

Há Conspiradores Aquarianos de todos os ni'veis de renda e educacSo,


dos mais humildes aos mais poderosos. SSo professores, auxiliares de escri
torio, dentistas famosos, funcionarios do governo e legisladores, artistas e
millonarios, motoristas de taxi e celebridades, expoentes da medicina, da
educacao, do direito e da psicología. Mu¡tos sao conhecidos em suas áreas
de trabalho, e seus nomes podem ser familiares. Outros se mantém em si
lencio quanto a seu envolvimento, acreditando que possam ser mais efica-
zes se nao forem identificados com idéias que, com demasiada freqüéncia,
tém sido mal interpretadas" (pp. 23s).

Pode-se averiguar, dizem, a atuacao de Nova Era em alguns setores


de maior projecao na vida pública.

S 5.1. Educacao
Verifica-se que a mentalidade e os símbolos da Nova Era vao pene
trando nos estabelecimentos de ensino de todos os graus. Existem mesmo
Universidades Holísticas pelo mundo, sendo que em Brasilia há urna, dita
Universidade da Paz, construi'da com recursos do Distrito Federal; neste
está sendo preparada a Cidade da Paz ou a Alvorada. Brasilia é tida como
regiao de grande forca espiritual e ponto de convergencia dos diversos ra
mos ocultistas.

Em julho de 1991, realizou-seo II Congresso Holístico Internacional


na cidade de Belo Horizonte: reuniu membros das Universidades Holísti
cas e profissionais da educacao para estudar como fazer da educacSo um
veículo transmissor das idéias da Nova Era e um canal transformador da
sociedade. Para tanto, sao programados exerci'cios de relaxamento e medi-
taccfo transcendental, que incutem ao aluno urna espiritualidade alheia aos
principios tradicionais da educacao crista. Nesse Congresso um médico
brasileiro defendeu a tese segundo a qual as má"es falharam na educacSo
dos filhos, por isto o mundo de hoje é caótico. Para resolver o problema,
dever-se-iam criar "escolas de maes" ou de profissionais femininas que se
encarregariam da formacá*o holística das criancas desde os seis anos de
idade. "Ser m§e" tornar-se-á, no caso, urna profissSo, independente da
maternidade física;

568
NOVA ERA 41

Um dos principios da educacfo "Nova Era" afirma que o aluno ná"o


precisa de aprender coisa alguma de fora para dentro, mas deve aprender
de dentro para fora, suposto que todo o saber já está contido dentro dele;
essa nova forma de educaca*o p5e o discípulo em estado de "superconsci-
éncia", levando-o á vivencia de uma consciéncia cósmica ou transpessoai,
estado este que se op5e ao estado de consciéncia normal e de vigilia.

<=> 5.2. Música

Nova Era se propaga também pela música. Há dois tipos de música


aquariana: a música New Age propriamente dita e a música rock conven
cional.

A Música New Age tem o estilo mantra. Mantra querdizer, em sáns


crito, libertacá~o da mente (man = mente; tra = libertapao). 0 estilo man
tra utiliza sons que alteram e influenciam o estado de consciéncia; na ver-
dade, os mantra sao sílabas, palavras ou frases que, repetidos-com fre-
qüéncia, marcam o consciente e o inconsciente da pessoa, servindo-lhe pa
ra o relax e a meditacao.

A Música Rock Convencional é outro veículo de Nova Era, tanto por


sua letra como por seu ritmo. Com efeito; a letra rock pesada refere-se
muitas vezes ao sexo livre, ao homossexualismo, ao adulterio e á prostitui
do como formas válidas de comporta mentó. Quanto ao ritmo, dito beat,
é concebido matemáticamente de modo a excitar o sistema nervoso: o
som é elevado a sete decibeis, cota que está ácima da tolerancia do sistema
nervoso e debilita o funcionamento normal do cerebro; tem efeito
provocador, que cede á depressao, á revolta e á agressividade; daí a procu
ra de drogas e libertinismo sexual por parte de quem é assim atingido e
procura saída para o seu estado de ánimo convulsionado.

*^> 5.3. A Medicina Alternativa

A Nova Era valoriza a Medicina nao convencional, ou seja, a Medicina


alternativa, mais relacionada com "misticismo" do que com ciencia. A jus
tificativa antropológica dessa prática é a seguinte: o homem possui um cor
po energético, do qual o corpo físico é apenas uma manifestacSo. Esse
corpo energético consta da mesma energia que constituí a Divindade. As
doencas do corpo físico, portante, sao dependentes do corpo energético,
pois o corpo físico é o espelho do corpo energético.

Na base desta concepcáfo, os aquarianos adotam as terapias alternati


vas já existentes no Oriente e acrescentam-lhes aínda outras. Entre estas
maneiras alternativas, merece destaque o cultivo de pensamentos positivos.

569
42 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 379/1993 '

Além disto, a Medicina da Nova Era julga que, como a energía divina
é luz e a luz compreende as sete cores do espectro, assim também nosso
corpo energético, que é divino, é formado pelas cores contidas na luz bran
ca, cores que sao chamadas chakras. Cada cor ou cada chakra corresponde
a urna regiao do corpo humano. Conseqüentemente, o tratamento de mo
lestias se faz mediante a "energ¡zacá"o" do chakra (ou da parte do corpo)
atetado; o chakra causa a doenca, porque está afetado. Tal energízacáfo
ocorre mediante o recurso a cores, pirámides, cristais. Floráis de Bach (te
rapia pelas flores), frases de conteúdo positivo, musicoterapia, massagens
orientáis e muitos outros procedimentos.

Pode-se mencionar aqui também a psicoterapia utilizada pela Nova


Era: recorre á chamada "psicología transpessoal". Esta leva o individuo a
varios estados de consciéncia, para que finalmente transcenda os limites do
tempo, do espaco e da individualidade, atingindo o grau de consciéncia
cósmica. Essa terapia servia-se, a princi'pio, do ácido lisérgico (LSD), pro
vocador de sucessivos estados de consciéncia; tal método já foi abandona
do em favor do recurso á meditacao transcendental, que propicia os mes-
mos efeitos. A hipnose e a regressao em idade sao também instrumentos
caros á psicoterapia aquariana.

6. QUEDIZER?

O contato com o programa da Nova Era sugere varias considerares,


das quais tres serao, a seguir, propostas. Os demais pontos da mensagem de
Nova Era sá*o elucidados no Curso sobre Ocultismo da Escola "Mater
Ecclesiae", Caixa postal 1362,20001-970- Rio (RJ).

6.1. Fusao-confusao

O Holismo, pretendendo unificar a humanidade, com suas crencas e


seus comportamentos, propoe urna fusá"o, que é confusao. Falta á mensa
gem da Nova Era a luz de um discurso lógico, racional, pois a emocSo e o
sentimento preponderam. Por conseguinte, as proposicSes do Holismo nSo
podem ser comprovadas nem podem apresentar credenciais; a emocao e
a fantasía sao as suas principáis fontes inspiradoras. Por isto, o edificio de
idéias da Nova Era é extremamente frágil; é adaptável ao gosto de cada in-
teressado, pois o subjetivismo ai prepondera. Este fato dispensa o estudio
so de urna critica muito cerrada, pois a Nova Era versa mais sobre o plano
subjetivo dos sentimentos e da ¡maginaca*o do que na esfera da lógica e da
intelectualidade.

570
NOVA ERA 43

6.2. Panteísmo, reencarnacao, común ¡cacao com o além.

Como quer que seja, distinguem-se na Nova Era tres teses, que pare-
cem ser as pilastras da respectiva mensagem.

a) Panteísmo. A ¡dentificacSo da Divindade com tudo (pan) ocorre


ern qualquer apresentacao do Holismo. Ora este ponto é altamente vulne-
rável, pois contradiz ás regras mais elementares da lógica: faz coincidir o
Absoluto (Deus) com o relativo (o mundo volúvel e o homem), o Eterno
(Deus) com o temporal (mundo e homem), o Necessário (Deus) com o
contingente (mundo e homem), o Imutável (Deus) com o mutável e volú
vel (o mundo e o homem). Assim o Sim é identificado com o Nao — o que
fere as normas fundamentáis do pensar.

b) Reencarnacao. Esta tese é geralmente associada ao panteísmo, co


mo dito atrás. Com efeito; se nao há um Deus distinto do homem, é o ho
mem mesmo que se salva, e se salva através de sucessivas tentativas e expe
riencias de vida neste mundo. - Ora esta afirmaca o é arbitraria, pois care
ce de provas ou de fundamento; nenhuma pessoa sadia se recorda do que
tenha sido e vivido numa encarnacao anterior; os próprios "relatos de vida
pregressa" sao explicados pela parapsicología como manifestacoes do in
consciente da pessoa hipnotizada, que traz á tona episodios vividos na
existencia presente e livremente associados entre si para formar um enredo
aparentemente novo.

c) Comunicacao com o além. A suposicá*o de que nos podemos comu


nicar com o além (almas de defuntos, anjos ou seres de outros planetas) é
desmentida pela Filosofía e a própria Psicología. Na*o há receita que nos
permita chamar ao nosso convivio seres extraterrestres; os encantamentos
e as artes rituais mediúnicas nao o conseguem; as pretensas comunicacoes
do além captadas por bruxos ou médiuns nao sao senao expressoes do pró-
prio médium, que tira do seu inconsciente e do inconsciente dos seus cli
entes as mensagens que ele profere como se fossem oriundas do além.

Tal fenómeno é muito conhecido pela Parapsicología, que no caso


dispensa explicacSes misteriosas ou "transcendentais". A propósito ver as
pp. 532-536 deste fascículo.

6.3. O sucesso da Nova Era

Apesar de muito inconsistente, a Mensagem da Nova Era encontra


grande aceitacfo em nossas sociedades da América e da Europa. Por qué?

- O simples fato de propor urna novidade de índole mundial, radical


e total é um atrativo de grande influencia. Os homens de nossos tempos

571
44 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 379/1993

sofrem de urna crise generalizada na política, na economía, na cultura em


geral; ná*o véem solucffo próxima no recurso aos me ¡os convencional da
ciencia e da lógica. Por conseguinte, estSo especialmente abertos a qual-
quer tipo de solucao "transcendental, mágica, irracional". Quanto mais
maravilhosa é a mensagem proposta em tais circunstancias, tanto mais po
der sedutor terá. Afinal de contas, é sempre verdade que em todo homem,
mesmo culto, há o gosto inconsciente do mito, do irreal, do romance, da
lenda..., pois o irreal é mais belo do que o real; o irreal é construido por
cada um como ele o quer, e cada um tende a fazer do irreal sonhado a sua
realidade ou a própria realidade. Esta tendencia é mais acentuada em nos-
sos dias, quando prevalece um certo antiintelectualismo em materia de re-
ligiao e Moral; a metafísica é desprezada por certas escolas; parece a muí-
tos que os sentimentos e as emocSes é que devem inspirar as crencas reli
giosas, pois estas careceriam de parámetros objetivos firmes e válidos para
todos os homens.

Nao obstante, pode-se dizer que o Moví mentó da Nova Era tem o va
lor de despertar a consciéncia dos cristSos. Lembra-lhes que o mundo está
ávido de algo maior e melhor do que a situacá"o aflitiva de muitos povos
contemporáneos. Ora o cristSo sabe que a grande novidade que responde
cabalmente a tal anseio, é a do Cristo Jesús ou é a do Evangelho pregado
por Cristo e entregue a Pedro e seus sucessores na Igreja. é o Senhor quem
afirma: "Vos sois o sal da térra... Vos sois a luz do mundo... Ná"o se acende
urna lámpada para colocá-la debaixo do alqueire, mas no candelabro, e as-
sim ela brilhe para todos os que estSo na casa. Assim brilhe a vossa luz
diante dos homens, para que, vendo as vossas boas obras, glorífiquem vos-
so Pai que está nos céus" (Mt 5,13-16).

Possam os cristaos, interpelados pelos seus irmaos aquarianos, tomar


sempre mais viva consciéncia da seriedade e do valor de tais palavras!

A guisa de bibliografía, se/am citados:

MARCO ANDñÉ, Nova Era — O que é? De onda vem? O que preten


de? Ed. BetSnia, Caixa postal 5010, Venda Nova (MG).

NEW AGE. A Nova Era á luz do Evangelho. Editor GehardSautter,


Caixa postal 21486,04698-970 - SSo Paulo (SP).

SCHUNK, BASILÉA M., Nova Era á luz da Biblia, Caixa postal


3440,80001-970 Curitiba (Pfí).

Estévao Bettencourt O.S.B.

572
LIVROS EM ESTANTE

Educapao Sexual ñas Escotas, por María Helena Matarazzo e Rafael


Manzin. - Ed. Paulinas, Sio Paulo 1988, 148 pp.

Este livro, em vez de educar, des-educa, pois ensina anatomía e psico


logía humanas, sem a apresentacio de alguma escala de valores ou até
mesmo debochando sutilmente dos valores moráis. Com efeito; merecem
atencEo particular as pp. 59-63 (abordagem da virgindade) e 64-68 (abor-
dagem do homossexualismo). Com respeito á virgindade, o texto afirma
que o pudor feminino é apenas "um jogo" da sociedade, que pre/udica a
moca e o rapaz (p.61), tolhendo sua liberdade de comportamento (p.61).
Quanto ao homossexualismo, os autores do livro tendem a legitimá-lo, no
tando, entre outras coisas, que "muitos mamíferos praticam em certas
épocas o homossexualismo; afém disto, muitas cu/turas... aprovam alguma
forma de homossexualidade, considerando-a normal e natural" (p.67). O
namoro é deixado a criterio de cada qual dos interessados, nio havendo
outra norma além da habilidade que cada qual possa aplicar para satisfa-
zer a si e ao (á) parceiro(a); cf. pp. 54-59. O texto é acompanhado de
imagens de anatomía muito realistas, quepodem despertar as paixoes pre
maturamente e desencadear atos de nocivas conseqüéncias para adolescen
tes ejovens.

Em suma, a obra é fadada a deformar mais do que a formar o estu-


dante, suscitando nele a desarmonia entre os impulsos naturais e a razSo.
Deve-se lembrar que a educacSo sexual compreende sempre a transmissao
de uma escala de valores, que hSo de ser iluminados pela luz da Ética; caso
falte essa escala de va/ores, nio se fale de "educacSo sexual", mas de
"¡nstrucSo sexual", ... instrucSo que podería ocorrer de mesmo modo se
se tratasse de ensinar a anatomía e a fisiología dos animáis irracionais.
Mais: a sexua/idade humana nSo pode ser tida como um absoluto, mas é,
sim, um fator integrante de uma personalidade bem construida, que há de
ser regida pelo intelecto e seus ideáis, e nSo pelos impulsos cegos da sen-
sibilidade. Ora o livro em pauta está longe de atender a estes requisitos;
por isto o próprio bom senso, anteriormente a qualquer criterio religioso,
o rejeita como tendencioso e deletério.

573
46 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 379/1993

Homem-Mulher no Caminho da Vida, por Urbano Zilles. — Editora


Santuario, Rúa Pe. Claro Montelro 342, 12570-000 Aparecida (SP),
175x125 mm, 141 pp.

Este livro deve-se a renomado professor de Teología da PUC de Porto


Alegre; resulta de conferencias feitas a/ovens. Considera a sexualidade hu
mana na sua ¡dentidade transcendental; é elemento integrante de urna per-
sonalidade inteligente, que tem seu ideal e deve procurar harmonizar seus
impulsos naturais com os difames da razio: "O sentido da sexua/idade hu
mana nio se esgota na uniSo de dois corpos, mas no amor, que é a uniio
de duas vidas, entrelazadas e unidas no que a existencia tem de mais pro
fundo" (p. 23). Observa o autor que "entre os tipos de comercio mais ren-
táveis do mundo estSo o dos armamentos, o dos tóxicos, o dos anticoncep-
cionais e o da pornografía com as mais diversas formas de exploracSo do
sexo. Tenta-se banir toda noció de pecado, reduzindo todas as aberracoes
moráis a meros casos clínicos de competencia psiquiátrica... Em nome do
amor defende-se um egoísmo disi'arcado" (p. 19).

Em conseqüéncia, o Pe. Zilles é contrario ás re/acdes pré-matrimo-


niais: "O homem tornase homem na medida em que domina seus instintos
e suas paixdes. Quem for incapaz disso, ¡amáis se tornará capaz de verda-
deiro amor, pois será incapaz de fidelidade á pessoa amada" (p. 31). Tam-
bém é contrario á masturbacSo consciente e voluntaria (p.26), ao abor
to (pp. 33-46)...

Todavía esse livro, precioso em multas de suas páginas, 6 pre/'udicado


por falta de posicSes nítidamente fiéis é Igreja em outros pontos impor
tantes. Assím, por exemplo, no tocante á HmitacSo da natalidade, o autor
reconhece a necessídade do planejamento familiar, pois nao se devem gerar
enancas sem que ha/a os meios de as educar com dignidade, mas decerto
modo legitima, por sua própria iniciativa, o uso de anticoncepcionais, des
de que os cón/uges os julguem oportunos para o seu caso próprio; isto fere
a doutrina da igre/a repetidamente manifestada na encíclica Humanae Vi-
tae, no Catecismo recém-publicado e na encíclica Veritatis Splendor; o re
curso a anticoncepcionais fere a leí de Deus manifestada pela índole mes-
ma — unitiva e fecunda — do amor humano. No que concerne ás segundas
nupcias após o divorcio, Zilles é tolerante, embota reconheca que a Igreja
professa a indissolubilidade do matrimonio (pp. 58.71s); o mesmo autor
usa de finguagem impropria, quando afirma que "a Igreja admite o divor
cio em dois casos: privilegio paulino e privilegio petrino (p. 67); estes sao
dois casos em que nio há matrimonio sacramental no sentido pleno da pa-
lavra. O celibato sacerdotal deveria ser optativo, segundo Zilles, o que mais
urna vez nSo se coaduna com a secular Tradício da Igreja.

E.B.

S74
"PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 379/1993 47

Caro(a) leitor(a)

Em nossos dias registramos ardente sede de misticismo e valores


religiosos. O materialismo da época parece provocar esta reacio. Ora
"Pergunte e Responderemos" tem por programa precisamente consi
derar as questSes desafiadoras de nossos tempos para dar-lhes urna res-
posta crista tranquila e seria.

Queira colaborar com a sua revista, proporcionando-I he novos assi-


nantes. O período de Natal e Ano Novo é de presentes e lembrancas.
Torne-se presente e lembrado aos seus amigos, oferecendo-lhes urna as
sinatura de "Pergunte e Responderemos". Cinco assinaturas novas dio
direito a urna de cortesía. Queira, pois, utilizar o cupom abaixo:

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Caso a assinatura de cortesía seja destinada a aiguém que nao o


próprio angariador de assinaturas, queira-nos dizer o nome de quem faz
a cortesía, para que o indiquemos ao beneficiado.

575
48 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 379/1993

OUTROS PRESENTES DE NATAL

COLEQÁO DE 15 OPÚSCULOS "POR QUE NAO ... ?":

POR QUE NAO SOU PROTESTANTE? POR QUE NAO SOU ES


PIRITA? POR QUE NAO SOU ATEU? POR QUE NAO SOU MACOM?
POR QUE NAO SOU ROSA-CRUZ? POR QUE SOU CATÓLICO? O
FENÓMENO RELIGIOSO: SIM OU NAO? JESÚS, DEUS E HOMEM?
A RESSURREIQÁO DE JESÚS: FICQAO OU REALIDADE? OS MI-
LAGRES DE JESÚS: HISTORIA OU MITO? JESÚS SABIA QUE ERA
DEUS? OS NOVOS MOVIMENTOS RELIGIOSOS. POR QUE NAO
SOU TESTEMUNHA DE JEOVÁ? POR QUE NAO SOU JOHREI. . .
SEICHONOIÉ? O ESTADO DO VATICANO.

CURSOS POR CORRESPONDENCIA

S. ESCRITURA, INICIACAO TEOLÓGICA, TEOLOGÍA MO


RAL. HISTORIA DA IGREJA. LITURGIA, SOBRE OCULTISMO,
PARÁBOLAS E PÁGINAS DI FICÉIS DO EVANGELHO, DOUTRINA
SOCIAL DA IGREJA, DIÁLOGO ECUMÉNICO, NOVÍSIMOS
(ESCATOLOGIA).

PEDIDOS DE INFORMAQÓES E ENCOMENDAS SEJAM DIRI


GIDOS A ESCOLA "MATER ECCLESIAE", CAIXA POSTAL 1362,
20001-970, RIO (RJ).

576
Pergunte

Responderemos

índice Geral de 1993


50 "PERPUNTE E RESPONDEREMOS" 379/1993

l'N D I C E

(Os números á direita indicam, respectivamente, fascículo, ano de edicao e página).

ABORTAMENTO E ESTUPRO 378/1993, p. 506;


E MÁES HEROICAS 374/1993, p. 310.
"ABORTO. GUIA PARA TOMAR DECISÜES ÉTICAS" 372/1993, p. 203.
ABSTINENCIA DE CARNE: POR QUÉ? 377/1993, p. 467.
ACULTURAQÁO DO CRISTIANISMO 377/1993, p. 461.
ADHONEP - que é? 370/1993, p. 141.
ADIVINHACÁO, HORÓSCOPO, QUIROMANCIA 371/1993, p. 158.
"A ESCOLHA DE DEUS" pelo Cardeal Jean-Marie Lustiger 375/1993, p. 349.
AIDS E CASTIDADE 377/1993, p. 476.
- PRESERVATIVO OU PREVENCÁO? 373/1993, p. 286.
ALIANCA - tema central 377/1993, p. 464.
"ALTO CLAMOR" - corrente protestante 372/1993, p. 221.
ANDES, TERESA DE LOS 375/1993, p. 364.
ANGLICANOS E ORDENAQÁO DE MULHERES 371/1993, p. 171.
ANJOS -existencia 371/1993, p. 153.
ANTICONCEPCIONAL E AMEACA DE ESTUPRO 378/1993, p. 504.
ANTIINTELECTUALISMO E FUNDAMENTALÍSIMO 368/1993, p. 40.
ANTONIO DE CATEGERÓ: devocao a 373/1993, p. 283;
. 378/1993, p. 522.
ANTROPOCENTRISMO NO PENSAMENTO MODERNO 372/1993, p. 199.
AQUÁRIO E NOVA ERA. . 379/1993, p. 554.
ARTEMAHIKARhqueé? 372/1993, p. 211.
ASSOCIACÁO DE TELESPECTADORES E RADIOOUVINTES. . 376/1993, p. 432.
ASTROLOGIA Á LUZ DA CIENCIA 374/1993, p. 290.
AUTENTICIDADE DOS EVANGELHOS - criterios 376/1993, p. 408.
AVATAR NA NOVA ERA 379/1993, p. 562.

BATISMO DE CRIANCAS CUJOS PAÍS NAO ESTÁO CASADOS. 378/1993, p. 498;


- novo rito? 373/1993, p. 260.
BEM E MAL - MANIQUEl'SMO? 377/1993, p. 480.
BENITEZ, J.J., E EXTRATERRESTRES 379/1993, p. 530.
BÍBLIA DAS T.ESTEMUNHAS DE JEOVÁ 376/1993, p. 426.
BONHOEFFER, DIETRICH.ECOMUNIDADE IDEAL. '. 374/1993. p. 329.
BOSNIA - dramáticos acontecimientos 378/1993, p. 505.
BULTMANN, R.: autoridade científica? 370/1993, p. 122.

578
ÍNDICE GERAL 51

CAMISINHAS E PRESERVATIVOS INEFICAZES 377/1993, p. 466.


CARISMAS E VIDA DA IGREJA 374/1993, p. 326.
CARLA LEVATI: mié fiel 374/1993, p. 313.
CASAMENTO DE CATÓLICOS FRACOS NA FÉ 378/1993, p. 499.
- motivos de nulidade 373/1993, p. 244.
CASTIGO ATÉ A TERCEIRA E QUARTA GERACÁO? 376/1993, p. 421.
CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA 371/1993. p. 146;
379/1993, p. 553.
CATEGERÓ, ANTONIO DE: quem era? 373/1993, p. 283;
378/1993, p. 522.
CATEQUESE NA IGREJA - necessidade urgente • 377/1993, p. 441.
"CATÓLICAS PELO DIREITO A DECIDIR" 372/1993, p. 203.
CELIBATO E SACERDOCIO 368/1993, p., 13;
POR AMOR 379/1993, p. 541.
SACERDOTAL - extinto, haveria mais Padres? 371/1993, p. 191.
CENSO UNIVERSAL SOB CÉSAR AUGUSTO 370/1993, p. 135.
CHARLESWORTH, JAMES: "JESÚS DENTRO DO JUDAISMO" . 377/1993, p. 446.
CIENTOLOGIA:queé? 375/1993, p. 377.
CLA NA ANTIGUIDADE 376/1993, p. 421.
CLARISSA CLANDESTINA NA TCHECOSLOVÁQUIA 375/1993, p. 374.
CLARK, WALTER, E TELEVISÁO 375/1993, p. 362.
COMERCIÁIS DA TV 372/1993, p. 227.
COMISSÁO TEOLÓGICA INTERNACIONAL:escatologia 376/1993, p. 386.
COMUNHÁO ANGLICANA - que é? 371/1993, p. 172.
COM CRISTO, LOGO DEPOIS DA MORTE 376/1993, p. 389.
DOS SANTOS 376/1993, p. 398.
COMUNIDADE IDEAL: onde? 374/1993, p. 329.
CONFERENCIA DE SANTO DOMINGO: resenha 370/1993, p. 98.
CONFISSÁO - segredo 379/1993, p. 547.
CONSCIÉNCIA MORAL: que é? 372/1993, p. 208.
CULLMANN, ÓSCAR, E PRIMADO DE PEDRO 375/1993, p.343.

DEFICIENTES E ESTERILIZACÁO 317/1993, p. 471.


DEMOLA Y, ORDEM: que é? 372/1993, p. 275.
DEUS E O MAL: como explicar? 372/1993, p. 195.
"DEUS, EU E A CIENCIA" porStephen Hawking 372/1993, p. 235.
DfACONATOPARAMULHERESNOANGLICANISMO 371/1993, p. 174.
DIGNIDADE DO SER HUMANO E PASCAL 378/1993, p. 519.
DIREITO CANÓNICO E MACONARIA 369/1993, p. 73.
DISCOS VOADORES: sim ou nao? 379/1993, p. 534.
DISPENSA DO CASAMENTO: quando? 373/1993, p. 257.
DISSOLUCÁO DO MATRIMONIO NAO CONSUMADO 373/1993, p. 259.
DOMINGO: por qué? 372/1993, p. 231.

579
52 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 379/1993

EDUCACÁO NA NOVA ERA 379/1993, p. 568.


EMBRlAO HUMANO É PESSOA 374/1993, p. 301.
ERA DE AQUÁRIO 379/1993, p. 560.
ERRO A RESPEITO DO MATRIMONIO 373/1993, p. 248.
EPISCOPADO PARA MULHERES NO ANGLICANISMO 371/1993, p. 176.
ESCATOLOGIA: documento da C. Teológica Internacional 376/1993, p. 386.
ESCOLA PÚBLICA E E. PARTICULAR NA MACÓN ARIA 373/1993, p. 281.
ESCRITURA SAGRADA E TRADICÁO 374/1993, p. 293.
ESTACOES DA VÍA SACRA ALTERADAS POR JOÁO PAULO II. 368/1993, p. 11.
ESTERILIZACAO DAS PESSOAS DEFICIENTES 377/1993, p. 471.
ESTUPRO E ANTICONCEPCIONAL 378/1993, p. 504.
EUTANASIA E DISTANÁSIA 374/1993, p. 317;
PROVOCADA 378/1993, p. 421;
.VOLUNTARIA... EUTANASIA INVOLUNTARIA . 373/1993, p. 264.
EVANGELHÓS - exame crítico 376/1993, p. 412.
EXTRATERRESTRÉS E J.J. BENITEZ 379/1993, p. 530.

FANATISMO E SEITAS 377/1993. p. 438.


FELICIDADE -conceito 372/1993, p. 200.
FETO É PESSOA? 372/1993, p. 204;
374/1993, p. 301.
FIM DO MUNDO: "profecías" modernas 372/1993, p. 221.
FIN ANCAS DA SANTA SÉ: prestacao de contas 368/1993, p. 46.
FORMA CANÓNICA NO CASAMENTO 373/1993, p. 256.
FORMACÁO DA JUVENTUDE 373/1993, p. 282.
FUNDAMENTALISMO BÍBLICO 368/1993, p. 31.
378/1993, p. 511.

GALILEU - encerrado o caso 371/1993, p. 160.


GIANNA BERETTA MOLLE: máe fiel 374/1993, p. 311.
GRACA WAGNER, E TELEVISAO 376/1993, p. 432.
GRUPO CRISTÁO SAO FRANCISCO DE ASSIS - que é? 372/1993, p. 240.

HAWKING.STEPHEN, E DEUS 372/1993, p. 235.


"HISTORIA" por Joel Rufino dos Santos 373/1993, p. 270.
HOMEM NA NOVA ERA 379/1993, p. 556.
CHAMADO Á RESSURREIQÁO 376/1993, p. 394.
HOMOSSEXUALISMO NO NOVO CATECISMO 371/1993, p. 157.

580
l'NDICEGERAL 63

IGNORANCIA SOBRE O COMPROMISSO NO CASAMENTO


RELIGIOSO 373/1993, p. 247.
IGREJA E LUTÉRO 368/1993, p. 48.
-SOCIEDADE BUROCRÁTICA OU MISTERIO? 379/1993, p. 545.
IMAGEM DA VIRGEM DE FÁTIMA EM MOSCOU 375/1993 p. 348
IMPEDIMENTOS DIRIMENTES DO MATRIMONIO 373/1993 p. 254.
INCULTURACÁO E SANTO DOMINGO 370/1993 p. 116
INFANCIA DE JESÚS E CRÍTICOS 376/1993, p. 415.
"IRMÁOS DE JESÚS" quem eram? 370/1993, p. 124;
376/1993, p. 414.

"J'ACCUSE!" por D. Lucas Moreíra Neves 375/1993, p. 357.


JACQUES DE MÓLAI - quem fo¡? 373/1993, p. 276.
JAMES RANDI - COMENTARIO SOBRE NOSTRADAMUS 369/1993, p. 81.
JESÚS CASADO? 376/1993, p. 416.
JESÚS CRISTO E NOVA ERA 379/1993, p. 560.
"JESÚS DENTRO DO JUDAISMO" por James H. Charlesworth . . 377/1993, p. 446.
JESÚS DOS 12 AOS 30 ANOS 376/1993, p. 416;
E OS MANUSCRITOS DO MAR MORTO 377/1993, p. 448.
"JESÚS ERA UM EXTRATERRESTRE" por J.J. Benítez 379/1993, p. 530.
"JESÚS ESTÁ VOLTANDOÜ!" 372/1993 p. 224.
"JESÚS, PRECURSOR E ANUNCIADOR DA NOVA ERA", por
Lauro Trevisan 378/1993, p. 488.
"JESÚS: QUEM ERA ELE?", artigo de "VEJA" 370/1993, p. 121.
JESÚS REAL E JESÚS HISTÓRICO 376/1993, p. 407.
JOÁO NEPOMUCENO.S. : sigilo sacramental 379/1993, p. 552.
JOÁO PAULO II E SEITAS 377/1993, p. 444.
JUDAISMO E CRISTIANISMO (LUSTIGER) 375/1993, p. 349.
"JUDEUS MESSIÁNICOS" 375/1993, p. 345;
377/1993, p. 455.

"LEXORANDI-LEXCREDENDI" 376/1993, p. 405.


LIMBO DAS CRIANCAS: que é? 373/1993, p. 262.
LUSTIGER, JEAN-MARIE: "A ESCOLHA DE DEUS" 375/1993, p. 349.
LUTERO: fé e obras 368/1993, p. 48.

MACONARIA E CRISTIANISMO 373/1993, p. 280.


E IGREJA - por Jesús Hortal, SJ 369/1993, p. 59.

581
54 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 379/1993

MAGIA E CURANDEIRISMO 379/1993. p. 563.


MAL NO MUNDO 372/1993, p. 194.
MANIPULACÁO DA VIDA HUMANA .378/1993. p. 513.
MANIQUEl'SMO NA ÉTICA? 377/1993. p. 480.
MANUSCRITOS DO MAR MORTO E JESÚS CRISTO 370/1993, p. 126.
MARXISMO - táticas anti-religiosas 368/1993, p. 42.
MATERNIDADE - conceito 374/1993, p. 315.
MATRIMONIO SACRAMENTAL - conceito 373/1993, p. 243.
MEDICINA ALTERNATIVA NA NOVA ERA 379/1993, p. 569.
MEIER, JOHN, E JESÚS HISTÓRICO 376/1993, p. 406.
MIRANDA, A.A.. E RENOVACÁOCARISMÁTICA 374/1993. p.318.
MISSA DE 7? DÍA E DE CASAMENTO: justificativa 378/1993, p. 501.
MORTALHA DE JESÚS: genuinidade 378/1993, p. 482.
MORTE CRISTA: sentido 376/1993, p. 397.
MORTE E ALÉM - comoentendé-los? 376/1993, p. 386.
MOVIMENTOS RELIGIOSOS NOVOS:origem,características 377/1993, p. 343.
MULHERES EORDENAQÁOSACERDOTAL NO ANGLICANISMO 371/1993, p. 171.
MUNDOS HABITADOS: sim ou nao? 379/1993. p. 533.
MÚSICA NA NOVA ERA 379/1993, p. 569.

NASCIMENTO VIRGINAL DE JESÚS: discussao 376/1993, p. 413.


"NEM BATIZADOS NEM CÁSAMENTOS": pastoral rígida 378/1993, p. 496.
NEOCATECUMENATO: carta do Papa 378/1993, p. 525.
NEPOMUCENO, JOAO S.: Sigilo sacramental 379/1993, p. 552.
NOSTRADAMUS: urna nova imagem 369/1993, p. 81.
NOVA ERA E TREVISAN 378/1993. p. 498;
que é? 379/1993, p. 554.
NULIDADE DE CASAMENTO: causas de 373/1993, p. 242.

"OBRA DOS SANTOS ANJOS": esclarecimento 369/1993. p. 93.


OKIYOME -que é? 372/1993, p. 215.
ORAQAO E PODER DA MENTE 378/1993, p. 493.
"ORDEM DEMOLAY" - que é? 373/1993, p. 275.
ORDENACÁO DE MULHERES NA INGLATERRA 371/1993, p. 171.
"O QUE É PRECISO SABER SOBRE A RENOVACAO
CARISMÁTICA" 374/1993, p. 318.

PANTEI'SMO, REENCARNACAO, COMUNICACAO COM O


ALÉM 379/1993. p. 571.
PARUSIA DE CRISTO. NOSSA RESSURREICAO . 376/1993, p. 388.

582
l'NDICE GERAL 55

PECADO MORTAL E PECADO VENIAL NO CATECISMO 371/1993. p. 155;


ORIGINAL NO CATECISMO 371/1993, p. 151;
E SOLIDARIEDADE 376/1993, p. 423.
PEDRO E PRIMADO 375/1993, p. 338.
PENA DE MORTE NO NOVO CATECISMO 371/1993, p. 156.
PESSOA:COMO IDENTIFICÁ-LA? 374/1993, p. 301.
PODER DA MENTE E ORACAO 378/1993, p. 493.
POMPEU DE TOLEDO, R., E JESÚS 370/1993, p. 121.
PRESBITERATO PARA MULHER NA INGLATERRA 371/1993, p. 174.
PRIMADO DE PEDRO 375/1993, p. 338.
PRIVATIZACAO DA FÉ 377/1993, p. 462.
PRIVILEGIO PAULINO E P. PETRINO 373/1993, p. 258.
PROFECÍAS DO FIM DO MUNDO 372/1993, p. 221.
PROFETA BANG-IK HA E FIM DO MUNDO 372/1993, p. 223.
PROSTITUICAO NO CATECISMO 371/1993, p. 157.
PROTESTANTISMO NAO ANGLICANO E ORDENACÁO DE
MULHERES. . .* 371/1993, p. 179.
PURGATORIO POSTUMO NO CATECISMO 371/1993, p. 154.
E C. TEOLÓGICA INTERNACIONAL 376/1993, p. 400.

RECENSEAMENTO SOB CÉSAR AUGUSTO E QUIRINO 370/1993, p. 134.


RENOVACAOCARISMÁTICA:avaliacao 374/1993, p. 38.
"RESISTIR, QUEM HÁ-DE?" de D. Lucas Moreira Neves 375/1993, p. 360.
RESSURREICÁO DA CARNE NO CATECISMO 371/1993, p. 155;
DE CRISTO E A NOSSA 376/1993, p. 391.
RETRATO DE CRISTO: existe? 371/1993, p. 187.
RISO ÑAS TRADICÓES ANTIGÁS E MEDIEVAIS 371/1993, p. 182.
ROSARIO:que é? Como teve origem? 369/1993, p. 50.
RUDOLF BULTMANN:autor¡dade científica? 370/1993, p. 122.

SACRAMENTOS: valor 379/1993, p. 541.


SANTO ANTONIO DE CATEGERÓ - quem era? 373/1993, p. 283;
378/1993, p. 522.
SANTO DOMINGO E EPISCOPADO LATINO-AMERICANO 370/1993, p. 98.
SANTOS ALVES, J.E.: Ética Médica 378/1993, p. 513.
SAOJOAO NEPOMUCENO- um exemplo 379/1993, p. 552.
SEGREDO DA CONFISSAO 379/1993, p. 547.
SEITAS: origem, características 377/1993, p. 434.
SIGILO SACRAMENTAL 379/1993, p. 549.
SIMULAQAO NO SACRAMENTO DO MATRIMONIO 373/1993, p. 252.
SUDARIO DE TURIM: rejeitado o teste do Carbono 14 378/1993, p. 482.

583
56 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 379/1993

TÁTICASANTI-RELIGIOSASMARXISTAS 368/1993, p. 42.


TCHECOSLOVÁQUIA E CONVERSAO RELIGIOSA 375/1993, p. 369.
TELEVISAO BRASILEIRA:criticase 372/1993. p. 227;
375/1993, p. 357;
376/1993. p. 432.
TERESA DE LOS ANDES: biografía 375/1993, p. 364.
TESTEMUNHAS DE JEOVÁ - BIBLIA 376/1993, p. 426.
"TÍO LAND" - FUNDADOR DA ORDEM DEMOLAY 373/1993, p. 275.
TREVISAN, LAURO, E NOVA ERA 378/1993, p. 488.

UFOLOGIA NA NOVA ERA 379/1993, p. 558.


"UM JUDEU ORIGINAL. REPENSANDO O JESÚS HISTÓRICO",
por John P. Meier 376/1993, p. 406.

"VEJA" E JESÚS CRISTO 370/1993, p. 421.


VÍA SACRA: que é? origen^ 368/1993, p. 2.
VIDA DA MÁE OU A DO FILHO? 374/1993, p. 310.
VOCACOES - crise e solucao 379/1993, p. 537.

ZELO MISSIONÁRIO 379/1993, p. 546.

EDITORI AIS

"A ALMA VIAJORA DO TEU BARCO..." 374/1993, p. 289.


A IGREJA: PARA QUÉ? 375/1993, p. 337.
"AMAR ALGUÉM É DIZER-LHE: 'TU NAO MORRERAS!' "... 378/1993, p. 481.
A RODA DO TEMPO 368/1993, p. 1.
A SOLIDAO 370/1993, p. 97.
CAUSA DA NOSSA ALEGRÍA 372/1993, p. 193.
"FAZEI PENITENCIA" 369/1993. p. 49.
"MANSO E HUMILDE DE CORACAO..." 373/1993. p. 241.
"NA PLENITUDE DOS TEMPOS" 379/1993, p. 529.
PALAVRA EFICAZ E PENETRANTE 376/1993, p. 385.
PÁSCOA: A VITORIA DA VIDA 371/1993, p. 145.
•TU ME SEDUZISTE.SENHOR..." 377/1993. p. 433.

584
ÍNDICE GERAL 57

LIVROS APRECIADOS

AVELINO DE ASSIS, Fr. Paulo. De Olhos Abertos para a


Realidade 374/1993, p. 335.
BOULAD, Henri. Deus e o Misterio do Tempo 374/1993, p. 333.
MATARAZZO, María Helena e Rafael Manzin. Educacao Sexual
ñas Escolas 379/1993, p. 573.
RANGEL, Paschoal. Sagrado Coráceo do Homem 372/1993, p. 226.
ROCHETTA, Cario. Os Sacramentos da Fé 374/1993, p.
RUBIO, Afonso García. Unidade na Pluralidade 377/1993, p. 445.
VARIOS AUTORES. A Esperanca Crista. Curso de Teología para
Leigos - vol. 6 371/1993, p. 159.

585
58 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 379/1993

REFLETINDO...

"Que pode perturbar o santo? A morte? Nao, porque a deseja como


Drémio. As injurias? Nao, porque Cristo ensinou a sofré-las: 'Bem-aventu-
'ados seréis quando vos injuriarem e vos perseguirem' (Mt 5,11). A doen-
?a? Também nao, porque a Escritura aconselha: 'Aceita tudo o que Deus
te mandar, e permanece em paz na tua dor, e no tempo da humilhacao
:em paciencia; porque o ouro e a prata se provam no fogo e os homens
imados de Deus no cadinho da tribulacao' (Eclo 2,5). Que resta entao que
¡eja capaz de perturbar o santo? Nada. Na térra, ató a alegria costuma aca-
)ar em tristeza; mas, para quem vive de acordó com Cristo, as próprias
jenas se transformam em alegría" (S. Joao Crisóstomo, Homilia sobre as
Estatuas 19).

"Nada há de mais frío do que um cristáo despreocupado da salvacao


ilheia. Nao podes aduzlr como pretexto a tua pobreza económica; acusar-
:e-á a velhinha que deu as suas moedas no Templo. O próprio Pedro disse:
Nao tenho ouro nem prata' (At 3,6). E Paulo era tao pobre que muitas
iezes passava fome e nao tinha o necessário para viver. Nao podes pretex-
:ar a tua origem humilde; eles também eram pessoas humildes, de cóndi
lo modesta. Nem a ignorancia te servirá de desculpa; todos eles eram ho
mens sem letras. Sejas escravo ou fugitivo, podes cumprir o que depende
de ti; assim foi Onésimo, e vé qual foi a sua vocacáo... Nao invoques a do-
jnca como pretexto, pois Timoteo estava submetido a freqüentes indispo-
sicoes. Nao digas; nao posso ajudá-los, porque, se és cristao de verdade é
impossfvel que nao o possas fazer... '

Cada um pode ser útil ao seu próximo, se quiser fazer o que está ao
¡eu alcance".

(S. Joáo Crisóstomo, Homilia sobre os Atos dos Apostólos 20).

586
"PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 379/1993 59

CARO AMIGO,

SE ESTA REVISTA LHE AGRADOU, PROCURE DIFUNDI-LA


ENTRE PARENTES E CONHECIDOS. NESTE MOMENTO EM QUE A
SOCIEDADE É INTERPELADA PELAS MAIS CONTRADITÓRIAS E,
NAO RARO, FALSAS NOTICIAS EM MATERIA DE RELIGIÁO E
COSMOVISÁO, AJUDE-NOS A AJUDAR AQUELES QUE DE CORA-
QÁO SINCERO PROCURAM ESCLARECERLE SOBRE PROBLEMAS
BÁSICOS DA VIDA HUMANA.

CONTAMOS COM A COLABORACÁO DE NOSSOS AMIGOS


NESTE PROPÓSITO DE PROJETAR LUZ SOBRE QUESTÓES QUE
INTERESSAM A TODO PENSADOR.

PARTICIPE DA NOSSA CAMPANHA DE NOVOS ASSINAN-


TES.

EIS O QUE LHE PROPOMOS JUNTAMENTE COM NOSSOS


VOTOS DE FELIZ NATAL E PRÓSPERO 1993, CUMULADO DE LU-
ZES E GRACAS.

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587
Em Comemoragao do IV Centenario de sua Fundabao

408 páginas (30 x 23) de urna obra ricamente policromada


Texto histórico documentado por D. Mateus Rocha OSB
É a crónica corrida e compacta da construcao do Mosteiro, da sua
igreja e das obras de arte nele comidas. Resume as mais diversas contri-
buicSes que, durante séculos, formaram o patrimonio da Ordem Benediti-
na na provincia do Rio de Janeiro.
Palavras do renomado arquiteto Lucio Costa:

"Esse mosteiro — este monumento — é, sem dúvida, a áncora da c¡-


dade do Rio de Janeiro. - Em boa hora o intelectual e fotógrafo Humber
to Moraes Franceschi que já nos deu a obra-prima "O Oficio da Prata",
resolveu fazer, com o pleno apoio do engenheiro-Abade D. Inácio Barbosa
Accioly {falecido a 26 de maio de 1992) - impecável dono da casa - este
definitivo inventario visual, velho sonho de D. Clemente da Silva Nigra."
De D. Abade Inácio Barbosa Accioly:

"Hoje o Mosteiro é realmente a áncora da cidade do Rio de Janeiro.


É igualmente foco de luz ardente que, sem qualquer ostentacao ilumina to
dos aqueles que aqui vivem, que aqui vém louvar o Senhor ou que aqui
encontram alimento para a chama misteriosa de sua fé — pois o Mosteiro
nao é um simples monumento ou um museu, mas urna casa viva a irradiar
a presenga de Deus." CR$ 31.500J00

Da mesma obra, álbum com 110 págs. (30 x 23) lómente sobre a IGREJA DE SAO
BENTO, em S volumes separados ñas línguas portuguesa, espanhola, francesa, inglesa
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Apresenta em seqüéncia todos


os momentos da celebracao da
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O ANO LITÚRGICO. Presenca de Cristo no tempo.


Quadro mural (formato 65 x 42). Ilustrado em cores, para estudo do Ano
Litúrgico em cursos para equipes de Liturgia. É um "calendario" com as
solenidades e festas do ano eclesiástico, com breves explicacoes. Pode ser
afixado as portas de ¡grojas, em salas de aulas, noviciados, etc. Elaborado por
D. Hildebrando Martins. Útil á Catequese CR$ 700,00

EM COMUNHÁO

. Revista bimestral (5 números: margo a dezembro)


Editada pelo Mosteiro de S. Bento do Rio de Janeiro, desde 1976
(já publicados 101 números), destina-se a Oblatos beneditinos e pessoas
interesadas em assuntos de espiritualidade bíblica e monástica. - Além de
. artigos, contém traducoes e comentarios bíblicos e monásticos, e, ainda a
crónica do Mosteiro.

Para 1994, a assinatura ou renovacáfo, se feita até 31 de dezembro,


ficaráporCRS 1.500.00. Dirija-saa ARMANDO REZENDE FILHO
Caixa Postal 3608-20001-970)
ou ás Edicoes "LUMEN CHRISTI" (Caixa Postal 2666-20001-970
Rio de Janeiro - RJ). - Pelo Reembolso Postal.

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Encademado em percalina, 590 págs. com índice
(Número limitado de exemplares)... CR$ 9.000,00.

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