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Das trincheiras à paz?

Desde a proclamação da sua independência, em 1956, o Sudão não se tem


libertado das suas guerras internas. Muita gente acreditou que Al Bachir, ao
tomar posse do governo, em 1989, através de um golpe militar
relativamente pacífico, seria o homem de luta pela paz e bem-estar
duradoiros para o Sudão. Conversando com os jornalistas, afirmou: “Eu
venho das trincheiras e a minha cor é esta da farda que trago vestida,
verde”.

Até hoje, Al Bachir não demonstrou vontade de aplanar o terreno para que a
paz fosse possível. Ao contrário, escavou mais trincheiras e não abdicou da
cor verde no seu verdadeiro sentido: a máxima autoridade na guerra.

A violência gera violência e a guerra não oferece a paz ao mundo. O povo


do Darfur sofre violência e morte, mas não perde a esperança. Do fundo da
trincheira, a cor verde militar será repisada e esmagada, numa luta
(interior) que é a verdadeira Jihad, aquela abençoada por Deus. Acreditamos
na conversão das cores e, muito mais ainda, dos corações. Até que o verde
beligerante dará lugar à esperança que, por sua vez, trará à luz a realidade
da pomba branca da paz, que voará até ao Darfur.

Feliz da Costa Martins

12 de Novembro 2008

Nyala

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