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ENQUADRAMENTO DAS MATÉRIAS DE

ASTRONOMIA
NO JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO
2007 - 2009

1
Luz "errada" ofusca maratona astronômica
Cidades do Chile e da Espanha combatem poluição luminosa, que impede
observação do céu e desperdiça energia elétrica

Luz que "vaza" em excesso para o espaço é principal inimigo de jornada de cem
horas de observação que marca Ano da Astronomia

Quando astrônomos profissionais e amadores do mundo inteiro se juntarem a partir de


amanhã para a maior maratona de observação dos céus já feita, as 100 Horas de Astronomia,
enfrentarão um inimigo comum: o céu das grandes cidades do mundo, como São Paulo, que
permite ver apenas a Lua e um punhado de estrelas mais brilhantes.
Por causa da poluição luminosa, os cenários urbanos estão longe do ideal para observações.
No deserto do Chile, por exemplo, é possível contar a olho nu mais de 5.000 estrelas.
Transformar o panorama do céu, segundo os pesquisadores inconformados com o grande
desperdício de luz, não melhora apenas o lado da astronomia. Faz bem ao bolso também.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe0104200901.htm

2
CÉU VIRTUAL:
PROJETO MUNDIAL PÕE TELESCÓPIOS À DISPOSIÇÃO DO PÚBLICO

A maratona 100 Horas de Astronomia, que vai colocar telescópios à disposição do público leigo
a partir de amanhã, poderá ser acompanhada ao vivo ou pela internet. No Brasil, várias
cidades fazem parte da programação, algumas com astrônomos profissionais, outras com
amadores. Todos os eventos no país estão listados no site do projeto
(www.astronomia2009.org.br). O Brasil, ontem, era o segundo país com mais atrações
listadas, 146. Na internet, o interessado poderá observar imagens enviadas por 80
observatórios ao redor do mundo. As fotografias poderão ser encontradas no site
internacional do projeto (www.100hoursofastronomy.org).

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe0104200902.htm

3
ciência

Zoo das galáxias


Projeto on-line pede que internautas ajudem cientistas a classificar galáxias

Imagine que um grupo de cientistas tem, hoje, acesso a 250 mil fotografias de galáxias
espalhadas pelo universo. E que eles precisam classificar todas elas, uma a uma, para dar
continuidade às suas pesquisas sobre o cosmo.
É exatamente aí que você se encaixa, com seu conhecimento quase nulo sobre astronomia. O
pulo do gato, que faz com que sua contribuição de amador gere frutos científicos, está no
"Galaxy Zoo 2" (www.galaxyzoo.org), site que pede ajuda a internautas do mundo inteiro para
classificar as galáxias fotografadas pelo telescópio do Sloan Digital Sky Survey -projeto
financiado por instituições de países como os Estados Unidos, o Japão e o Brasil.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/folhatee/fm1603200905.htm

4
Dupla acha buracos negros "siameses"
Corpos com centenas de milhares de vezes a massa do Sol giram um em torno do
outro, bem no centro de uma galáxia

Observação do fenômeno foi feita de maneira indireta, por meio da luz emitida
pela matéria que está prestes a ser engolida para sempre

RICARDO MIOTO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Uma dupla de astrônomos anunciou ontem a descoberta de um par de buracos negros


negros gigantes, orbitando um o outro, no centro de uma galáxia. Essa estrutura binária,
até então concebida apenas em teoria, pode ajudar a entender como se formam esses
monstros galácticos, que tem massas de até 100 mil vezes a do Sol, e onde a gravidade é
tão grande que nem a luz pode escapar.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe0503200901.htm

5
BEATRIZ BARBUY

Somos dependentes, mas não queremos perder o bonde


Ganhadora de um prêmio de ciência destinado a pesquisadores de países em
desenvolvimento e de outro para mulheres, a astrônoma da USP Beatriz Barbuy
conta por que não se intimidou com as limitações de verba -nem com o machismo-
durante sua carreira

Vice-presidente da União Astronômica Internacional, a paulistana Beatriz Barbuy diz que o


Brasil não pode abrir mão de ajuda externa para fazer astronomia de ponta, mas precisa
planejar sua independência. Aos 59, ela acaba de ganhar o prêmio L'Oréal/Unesco, dedicado a
mulheres que se destacam na ciência. Solteira, conta que nasceu em família liberal e não sabia
o que era machismo. "Só comecei a perceber quando entrei na faculdade." Barbuy também
ganhou, em 2008, o prêmio Trieste, destinado a cientistas de países em desenvolvimento. Em
entrevista à Folha por telefone, ela conta por que voltou ao Brasil depois de um doutorado na
França, mesmo tendo qualificação para trabalhar em instituições de ponta na Europa.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe0803200901.htm

6
Cometa "na contramão" será visível hoje
Lulin, astro que aparenta ter duas caudas, terá brilho máximo nesta noite e poderá
ser visto com binóculos, se não chover

Cometa originado em zona distante e que viaja em sentido oposto ao da órbita da


Terra deve levar milhões de anos para reaparecer

RICARDO MIOTO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O cometa Lulin, esverdeado, rápido, vindo de longe, circulando no sentido oposto ao dos
planetas e com duas caudas, poderá ser visto no céu com brilho máximo na madrugada de
hoje para amanhã, com ajuda de binóculos. Vale a pena: ele não deve voltar por aqui nos
próximos milhões de anos.
Já era possível ver o Lulin aumentando o seu brilho no céu havia alguns dias, mas ele atinge
agora a sua aproximação máxima com a Terra. Estará a cerca de 60 milhões de quilômetros,
menos de metade da distância entre a Terra e o Sol.
Para observar o astro errante no seu momento mais luminoso, será necessário estar em um
lugar com céu limpo e longe das luzes da cidade. A Lua, pelo menos, deve colaborar: estará no
fim da fase minguante e não ofuscará a observação.
Se as condições forem favoráveis, será possível ver o cometa a olho nu. Ter um binóculo à mão
é recomendável. Mas é melhor não contar com o bom tempo: o Sol aparece hoje entre nuvens
no país inteiro e pancadas de chuva podem acontecer. Na noite de hoje, o cometa aparecerá
perto de Saturno (veja quadro à direita).

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe2302200901.htm

7
ASTRONOMIA

Cometa poderá ser visto na segunda-feira


DA ASSOCIATED PRESS

O Lulin, um cometa esverdeado descoberto há dois anos, terá sua aproximação máxima
da Terra na madrugada de segunda-feira para terça-feira (23 e 24) e poderá ser visto
com ajuda de binóculos. Ele estará a cerca de 60 milhões de quilômetros, menos da
metade da distância entre Terra e o Sol.
O cometa é verde por causa da estrutura de seus compostos de carbono e porque têm
cianogênio, um gás tóxico.
Sua órbita, ao contrário do que ocorre na maioria dos cometas, é no sentido horário.
Esta é a primeira passagem de Lulin perto do Sol, dizem astrônomos, porque ele ainda
preserva a maior parte dos seus gases. Quando ele se aproximar da estrela, o chamado
"vento solar" deve varrer esses gases, formando a cauda do cometa.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe1802200905.htm

8
Telescópio no Chile turbina astronomia produzida no Brasil
Com brasileiros controlando 31% do observatório Soar, produção científica de
grupos nacionais triplicou na área

Experiência adquirida com a realização do projeto colocou o país no mercado de


aparelhos de observação sofisticados, diz cientista

EDUARDO GERAQUE
ENVIADO ESPECIAL A LA SERENA (CHILE)

Um prédio de mais de 700 m2 sustenta uma cúpula de 20 metros de altura, perdida na


imensidão dos Andes chilenos. Quem entra no observatório Soar, em Cerro Pachón, a 2.701
metros de altitude, vê o maquinário silencioso. A impressão é que se está diante de um
brinquedo grandioso, que ficou ali guardado por alguém.
Mas a aparente imobilidade é rompida com as explicações técnicas do astrônomo residente
Luciano Fraga, 32, que há um ano e sete meses se mudou para a pacata La Serena, no Chile. O
Soar, claro, é mais do que um videogame sofisticado. Inaugurado em 2004, começou agora a
funcionar "em velocidade cruzeiro", dedicando mais tempo à observação científica e menos a
trabalhos de ajuste.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe0202200901.htm

9
Para astrônomo, observatório é como videogame
DO ENVIADO ESPECIAL A LA SERENA

Trabalhando no Chile, o astrônomo Luciano Fraga, 32, troca a noite pelo dia para
comandar as observações no Soar, que tem o Brasil como investidor majoritário.
Diferentemente de astrônomos mais "românticos", ele não faz questão de trabalhar junto
do telescópio. Para Fraga, manipular um dos maiores observatórios do mundo é como
jogar videogame. Ele faz tudo desde uma estação de trabalho em sua casa, numa colina
na cidade de La Serena, no litoral do Chile.
Não que estar ao lado da praia traga vantagem recreativa. Por causa da água gelada, em
um ano e sete meses Fraga entrou no mar apenas um dia. Mas ele não dispensa um farto
risoto de frutos do mar.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe0202200902.htm

10
ASTRONOMIA

Temperatura sobe 700C em 6 horas em planeta extra-solar

RICARDO BONALUME NETO


DA REPORTAGEM LOCAL

Astrônomos nos EUA descobriram um comportamento tão bizarro de um planeta fora


do Sistema Solar que o torna de longe o mais inóspito e inabitável já encontrado. Em
apenas seis horas, a superfície do planeta HD 80606b passa de 525 C para 1.225 C -um
aumento de 700 C. Os extremos de calor acontecem nos momentos em que passa perto
da estrela em torno da qual ele gira.
O planeta foi observado através do telescópio espacial Spitzer, da Nasa, e seu
comportamento está descrito na edição de hoje da revista científica "Nature" pela equipe
de Gregory Laughlin, da Universidade da Califórnia em Santa Cruz. É a primeira
observação de mudanças de clima de um planeta fora do sistema solar.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe2901200902.htm

11
ESPAÇO

Ano mundial da astronomia tem início no Brasil


DA REPORTAGEM LOCAL

Os astrônomos foram mais rápidos do que os biólogos, e Galileu venceu Darwin dentro
da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).
Ontem, na sede da instituição em Paris (França), ocorreu a cerimônia de abertura do
Ano Internacional da Astronomia, que terá muitas atividades no Brasil.
O ano de 2009, marca os 400 anos em que Galileu olhou pela primeira vez para o céu
com um telescópio, mas são comemorados também os 200 anos de nascimento de
Darwin e os 150 anos de seu livro "A Origem das Espécies".
No Brasil, a abertura oficial do ano em homenagem à astronomia ocorrerá na noite de
terça-feira, no Planetário da cidade do Rio de Janeiro. Entre as atividades, há a
apresentação da Escola de Samba Unidos da Tijuca que, neste ano, defenderá na
avenida o enredo "Uma odisseia sobre o espaço".
A grande missão no Brasil, segundo Augusto Damineli, coordenador do ano da Unesco
no país, é fazer com que as pessoas olhem mais para o céu.

NA INTERNET - Veja a agenda de eventos para o Brasil www.astronomia2009.org.br

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe1601200902.htm

12
Telescópios do Havaí detectam metano na atmosfera
de Marte
Na Terra, gás está relacionado com atividade biológica e erupção de vulcões

DA REUTERS

Uma série de observações da atmosfera de Marte, feitas por três telescópios no Havaí,
mostram uma vasta quantidade de metano -gás tipicamente envolvido em processos
biológicos- misturado com vapor d'água durante o verão boreal.
A Nasa afirma que não há evidência de que seres vivos estejam produzindo o metano
(também produto de atividade vulcânica), mas diz que a mistura de gases é a notícia
mais favorável à existência de vida no planeta vermelho até agora.
A descoberta está descrita na edição de hoje da revista "Science", e os pesquisadores
concederam uma entrevista coletiva para divulgar a notícia.
"A questão que mais atrai está relacionada mesmo à origem do metano em Marte",
afirma Michael Mumma, da Nasa.
Segundo o cientista, o gás, que é a molécula mais simples de carbono com hidrogênio,
foi produzido por fontes existentes em áreas aquecidas no hemisfério Norte marciano.
"Organismos vivos produzem mais de 90% do metano atmosférico da Terra; o resto é
de origem geoquímica. Em Marte, o metano poderia ter a assinatura dessas duas
origens."

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe1601200903.htm

13
Inglês usou telescópio para ver a Lua antes de Galileu
Historiador apresenta mapa lunar de Thomas Harriot datado de julho de 1609

Uso de instrumento para astronomia só foi feito pelo italiano 4 meses mais tarde;
britânico omitiu trabalhos para evitar ser perseguido

No ano em que o mundo comemora o quarto centenário da introdução do telescópio na


astronomia, um obscuro acadêmico inglês ameaça roubar do italiano Galileu Galilei (1564-
1642) o mérito de ter feito a primeira observação celeste com esse tipo de instrumento óptico.
De acordo com um desenho antigo -e com cartas e anotações analisadas por historiadores-, foi
o britânico Thomas Harriot (1560-1621), não Galileu, quem desbravou o céu usando o novo
equipamento.
A ilustração, um mapa parcial e simplificado da superfície da Lua, é datada de 26 de julho de
1609, quase quatro meses antes do registro mais antigo das observações de Galileu. Um novo
estudo, que esquadrinhou a cronologia dos fatos com base em documentos antigos, foi
distribuído ontem à imprensa pela RAS, a Sociedade Astronômica Real da Inglaterra.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe1501200901.htm

14
Apagão em estrela reforça teoria de cientista brasileiro
Eta Carinae, na verdade, é um sistema com dois astros; atrito entre ambas
bloqueia passagem de raios energéticos

Fenômeno invisível a olho nu ocorreu exatamente no dia previsto por Augusto


Damineli, da USP; telescópio no Chile registrou o evento

EDUARDO GERAQUE
ENVIADO ESPECIAL A LA SERENA (CHILE)

Às 3h35 da manhã (4h35 de Brasília) de segunda-feira em La Serena, no Chile, o


astrônomo Augusto Damineli, 61, sentava-se na cadeira que permite controlar o
telescópio Soar (Observatório do Sul para Pesquisa Astrofísica). Ansioso, testemunhou
um fenômeno que poucos tiveram oportunidade de ver, ocorrido em Eta Carinae, uma
estrela que ele estuda há 20 anos. Ontem, bem no dia em que Damineli havia previsto, a
estrela sofreu um apagão.
O prédio de controle do Soar, na verdade, fica a 80 km do equipamento, que está no
topo de Cerro Pachón, a 2.701 metros de altitude. "Astrônomo não pode por muito a
mão no telescópio", brinca o cientista brasileiro. Em La Serena, 475 km ao norte de
Santiago, na beira do Pacífico, o observatório fica próximo de centros produtores de
vinho e pescado. E, ontem, não faltou motivo para abrir uma garrafa.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe1301200903.htm

15
Quando astro explodir, noite vai virar dia na Terra
DO ENVIADO ESPECIAL A LA SERENA

Para quem vive no hemisfério Sul, pode haver algum mês nos próximos anos em que a
noite vire praticamente dia. Tudo por causa da Eta Carinae.
A explosão definitiva dessa estrela, que pode ocorrer "a qualquer momento" -hoje ou
daqui a muitos séculos-, deve liberar uma energia equivalente à luminosidade de dez
luas cheias. "Seria praticamente um mês sem noite", calcula Augusto Damineli, da USP
(Universidade de São Paulo).
O cataclismo galáctico provavelmente dará origem a um buraco negro. Apesar de não
destruir Eta Carinae B, a explosão poderia afetar Terra.
Só não vai afetar por uma questão de sorte. "As emissões de raios gama de um evento
como esse atravessam todo o Universo como um tiro", diz o astrônomo brasileiro.
"Mas a Terra não está na direção exata dessa emissão. Como estamos a 45 graus, não
corremos riscos."
Apesar de ser difícil saber quando a morte definitiva da Eta Carinae A vai ocorrer -
estrelas como essa não passam dos 3 milhões de anos- Damineli lembra que o apagão
observado ontem poderá ajudar a completar mais informações da dupla. "Ainda
precisamos explicar melhor o papel de cada um dos atores nessa peça. Já sabemos que
são dois" afirma, transmitindo segurança.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe1301200905.htm

16
Marcelo Gleiser

O ano da astronomia

A visão que temos hoje do cosmo se


deve a dois homens que, há 400
anos, acreditaram nas próprias
ideias

Começou a grande festa dos céus. 2009 é o Ano Internacional da Astronomia. Por todo
o mundo, centenas de conferências, palestras, livros e documentários irão celebrar a
ciência dos céus. No Brasil, entre várias celebrações, telescópios serão distribuídos em
escolas.
Por que 2009? Em 1609, dois eventos marcaram o início de uma nova era: o italiano
Galileu Galilei apontou o seu telescópio para os céus, mudando definitivamente a nossa
concepção dos astros e, mais importante, o nosso lugar no cosmo. No mesmo ano, o
astrônomo alemão Johannes Kepler publicou o seu "Astronomia Nova", que, como já
diz o título, propôs uma nova astronomia, baseada na descrição das causas por trás dos
movimentos celestes: planetas giram em torno do Sol devido a uma força e não por
estarem presos a esferas de cristal. Na mesma obra, Kepler mostra que as órbitas
planetárias, por milênios descritas como sendo circulares, são, na verdade, elípticas.
Tanto na obra de Galileu quanto na de Kepler, são os dados e as observações cuidadosas
que determinam a nova ciência dos céus. Galileu não inventou o telescópio. A
descoberta é atribuída a um holandês, em 1608. O que Galileu fez foi aperfeiçoar o
instrumento, aumentando a sua potência. A sua grande sacada foi usar o instrumento
para estudar o céu noturno, com o intuito de criticar a filosofia de Aristóteles e seus
seguidores.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe0401200903.htm

17
Dupla de físicos enxerga Universo em gota d'água
Em nível molecular, estudo imita interação entre campo magnético e gravidade

Experiência que utiliza levitação gera gotículas que reproduzem tanto núcleos
atômicos quanto grandes buracos negros

IGOR ZOLNERKEVIC
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Uma gota d'água pode revelar segredos sobre planetas, núcleos atômicos e até buracos
negros, indica um novo experimento. Cientistas observaram o que acontece com um
pingo do líquido quando posto para "levitar" sob forças eletromagnéticas. E, pelo visto,
na física, como na canção de Chico Buarque, quase qualquer interação "pode ser a gota
d'água".
Quando giram rapidamente, as gotas criadas pelos físicos Richard Hill e Laurence
Eaves, da Universidade de Nottingham (Reino Unido), adotam forma de amendoim ou
triângulo.
A tecnologia que faz com que as gotas parem no meio do ar é a mesma que fez um sapo
levitar, em uma pesquisa ganhadora do infame Prêmio IgNobel, em 1997.
A aplicação de um campo magnético 10 vezes mais intenso que o de um imã de
autofalante faz com que a água das gotas produza seu próprio campo magnético como
reposta.
"A força magnética [da água] contrabalança a força da gravidade em nível molecular,
por todo o objeto", explicou Hill. "Podemos investigar como as coisas se comportam no
espaço, aqui no solo."

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe2212200801.htm

18
ASTRONOMIA

Cientista elucida explosão de estrela desaparecida em


1573
DA ASSOCIATED PRESS

Quatro séculos atrás, o astrônomo dinamarquês Tycho Brahe desafiou colegas ao relatar
o surgimento daquilo que achava ser uma nova estrela no céu, em 1572, que sumiu após
brilhar por um ano. Só agora, porém, cientistas descobriram o que exatemente ele
avistara.
Na época, o fenômeno ajudou Brahe a argumentar que os objetos celestes além dos
planetas não eram imutáveis. Astrônomos modernos já sabiam que aquilo na verdade foi
uma supernova -a explosão de uma estrela-, mas não de qual tipo. Um estudo na revista
"Nature" afirma agora que Brahe viu a morte de uma estrela do tipo anã branca. De
tanto engolir matéria de outra estrela vizinha, sua gravidade cresceu e a fez entrar em
colapso.
O cientistas só conseguiram estudar o fenômeno tão antigo usando uma espécie de "eco
luminoso". A luz da supernova passou pela Terra há muito tempo, mas parte dela
atingira nuvens cósmicas de poeira, fazendo-as brilhar mais tarde. Esse brilho é o que
foi analisado agora.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe0412200802.htm

19
Áreas contempladas incluem mudança do clima,
astrofísica e estudos dos EUA
DA REDAÇÃO
DO ENVIADO A BRASÍLIA

De terremotos à astrofísica, passando por estudos dos EUA e de geleiras, a lista de


linhas de pesquisa a serem financiadas nos novos institutos é ampla.
O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Astrofísica, coordenado pelo professor
João Evangelista Steiner, da USP, é um dos contemplados. "No nosso caso, a questão é
mais estratégica. O objetivo do nosso grupo será pensar onde estaremos daqui a 15
anos. A astronomia brasileira colhe frutos hoje por causa dos observatórios Gemini e
Soar [ambos instalados no Chile]. O primeiro começou há 15 anos e o segundo há 2
anos", afirmou o cientista à Folha.
O objetivo do Instituto Nacional de Mudanças Climáticas, do Inpe (Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais), é mais pragmático. O grupo terá R$ 7,2 milhões para
desenvolver um modelo climático brasileiro que possa prever, assim como fazem os
grandes grupos de modelagem do mundo hoje, as exatas conseqüências do aquecimento
global.
"O que anima é a possibilidade de fazer pesquisa integrada e interdisciplinar", diz o
coordenador do centro, o climatologista Carlos Nobre. Ele pilotará uma rede que
envolve 74 grupos de pesquisa nacionais e 14 internacionais.
O país também ganhará seu primeiro centro de pesquisas da criosfera (nome dado aos
10% da superfície terrestre permanentemente cobertos por gelo). Sediado na UFRGS
(Universidade Federal do Rio Grande do Sul), o centro liderado por Jefferson Simões
abrigará um laboratório especial para a armazenagem e o estudo de testemunhos
(cilindros) de gelo escavados em geleiras na Antártida ou nos Andes.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe2811200802.htm

20
ASTRONOMIA
SONDA VAI ESTUDAR FRONTEIRA DO SISTEMA SOLAR

A Nasa lança amanhã uma nova sonda espacial para estudar os limites do Sistema Solar. A
Ibex, que é do tamanho de um pneu de caminhão, será levada ao espaço por um foguete
Pegasus, lançado desde um avião sobre o Pacífico e orbitará a Terra a 322 mil quilômetros de
distância. A espaçonave não-tripulada investigará por que a fronteira da heliosfera -a distância
máxima até onde o vento solar viaja- parece estar recuando.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe1810200805.htm

21
ASTRONOMIA

Sonda registra maior calmaria do vento solar


FRANCE PRESSE

Nunca antes na história das medições dos ventos solares feitas pelas agências espaciais
americana e européia -que começaram há 50 anos- a intensidade desse fenômeno esteve
tão baixa.
Essa calmaria, decorrente provavelmente da alteração dos fluxos magnéticos do Sol,
segundo os cientistas, pode reduzir o escudo natural proporcionado pela heliosfera
(vasta zona de vários bilhões de quilômetros de diâmetro que serve como "trilho" para o
vento de partículas que saem do Sol).
Essa falha no escudo natural do Sistema Solar, registrada pela sonda Ulisses, que há 17
anos estuda o astro, pode fazer com que os raios cósmicos, provenientes de outros
lugares da Via Láctea, penetrem com mais facilidade nas vizinhanças da Terra, segundo
Ed Smith, responsável pelo projeto.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe2509200804.htm

22
ASTRONOMIA

TELESCÓPIO VÊ PLANETA EM TORNO DE "GÊMEO" DO SOL

Astrônomos canadenses usando o telescópio Gemini Norte, no Havaí, fizeram a primeira


fotografia de um planeta extra-solar em torno de uma estrela parecida com o Sol. O planeta
tem oito vezes a massa de Júpiter, e está tão longe de sua estrela que, se a descoberta for
confirmada, ela demandará uma revisão nas teorias atuais de formação de planetas.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe1609200802.htm

23
outro mundo

Não estamos sós


Quando eles olham para o céu, procuram mais do que estrelas; conheça gente que
acredita em ET

DANIEL SOLYSZKO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Numa noite escura de Alpinópolis, no sul de Minas Gerais, Vinicios e um amigo subiram a serra
para observar o céu e as estrelas. Estavam dentro do carro e, de repente, olhando para trás,
viram uma cratera próxima à uma árvore, com luzes coloridas. "Abrimos o vidro do carro e
ouvimos um barulho estranho, mas ficamos com medo de sair porque a gente não sabia bem o
que era."
Apesar de já ter interesse por astronomia, o estudante, na época com 16 anos, se tornou
obcecado pela ufologia após esse contato imediato assustador.
Hoje, aos 20, Vinicios Batista Dias criou um site sobre o tema, o UFO Zone
(www.ufozone.com.br). Para manter sua página sempre atualizada, ele pesquisa arduamente
tudo o que encontra sobre o assunto.
"Procuro investigar um pouco para saber a opinião dos especialistas em ufologia e depois tirar
minhas conclusões." Entre outras atividades, ele também monitora satélites, na esperança de
se deparar com algum caso de avistamento.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/folhatee/fm1509200806.htm

24
TENDÊNCIAS/DEBATES

Programa espacial, o sonho possível


CARLOS GANEM

Chegar ao espaço é uma meta que


será cumprida em um futuro
próximo. Mas o Programa Espacial
Brasileiro vai muito além disso

UM PROGRAMA espacial é muito mais do que fazer e lançar foguetes, satélites e


veículos espaciais. É mais do que uma área física, onde se instalam radares,
equipamentos de telemetria, meteorologia e torres de lançamento. É um objetivo que
congrega os sonhos de conhecimento e domínio do espaço que está presente desde os
primórdios da humanidade na sua atitude diante do universo.
Essa meta não é fácil de alcançar. A atividade espacial é complexa, exige planejamento,
longo prazo de maturação e, ainda assim, é de alto risco.
Grandes conquistas foram alcançadas por meio da atividade espacial.
Atualmente, diminuímos as distâncias por meio das telecomunicações, que levam
informação, saúde e educação a lugares de difícil acesso. Mapeamos com precisão o
planeta, fazemos previsões meteorológicas cada vez mais acuradas...
Mas esse desenvolvimento cobra um preço. Não é por acaso que, com pouquíssimas
exceções, praticamente todos os programas espaciais do mundo exibem um longo
histórico de tristes ocorrências. E, no Brasil, esse desenvolvimento não foi diferente.
A última sexta-feira foi um dia triste para o Programa Espacial Brasileiro, em que
lembramos dos 21 técnicos que há cinco anos perderam suas vidas no acidente ocorrido
em Alcântara (MA), acreditando no sonho de garantir ao Brasil o acesso ao espaço.
Em respeito à memória dos que se foram e sem desistir de proporcionar ao país a
soberania e os benefícios advindos da tecnologia espacial é que precisamos continuar
esse projeto.
Chegar ao espaço é uma meta que será cumprida em um futuro próximo. Em 2010,
deverá ser lançado o primeiro protótipo de uma nova série de foguetes que está sendo
desenvolvida no Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial (CTA), a do Veículo
Lançador de Satélites (VLS). Nesse mesmo ano, deverá ser lançado pela Alcântara
Cyclone Space (ACS), empresa binacional Brasil-Ucrânia, o primeiro foguete, Cyclone-
4, a partir de Alcântara, abrindo-nos as portas para a exploração comercial das
atividades espaciais.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2808200809.htm

25
Brasileiros vão à caça de planetas gigantes

Astrônomos participarão de maior projeto de varredura dos céus já feito

Pesquisadores capitaneados pelo Observatório Nacional ainda usarão telescópio nos Estados
Unidos para estudar região central da Via Láctea

CLAUDIO ANGELO
EDITOR DE CIÊNCIA

Pesquisadores brasileiros acabam de se tornar sócios de um dos clubes mais exclusivos da


astronomia. Eles vão usar dados de um telescópio nos Estados Unidos para procurar planetas
gigantes fora do Sistema Solar e obter pistas sobre a evolução do Universo.
O tal clube, o SDSS (Sloan Digital Sky Survey), se auto-intitula "o levantamento astronômico
mais ambicioso já realizado". Desde o começo da década, seus cientistas têm usado um
telescópio com espelho de 2,5 metros de diâmetro para fazer varreduras sistemáticas do céu e
desvendar a geografia do cosmo: como as galáxias se distribuem pelo Universo e por que elas
estão onde estão.
Até agora, o projeto já detectou mais de 200 milhões de objetos celestes e ajudou a confirmar
que uma energia misteriosa -a energia escura- está realmente acelerando a expansão do
Universo. Também ajudou a rastrear os vestígios de galáxias que se chocaram com a Via Láctea
no passado.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe2408200802.htm

26
Energia misteriosa faz dez anos sem ganhar explicação
Força que faz Universo crescer de forma acelerada desafia físicos teóricos, e
astrônomos ainda esperam "ajuda do céu"

Entidade física de natureza desconhecida -batizada de energia escura-, vai contra a


gravidade, afastando as galáxias umas das outras

RAFAEL GARCIA
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma das maiores descobertas da história da astronomia está completando uma década
neste ano, mas cientistas não têm muita motivação para comprar um bolo e tornar a data
uma comemoração. Em 1998, dois grupos de pesquisa independentes descobriram que o
Universo está se expandido de maneira acelerada -algo que ninguém esperava. Passados
dez anos, a força que move esse fenômeno já tem um nome -energia escura-, mas
ninguém ainda sabe o que ela é.
"Não estamos mesmo muito mais perto da resposta do que estávamos antes", disse à
Folha Robert Kirshner, astrônomo da Universidade Harvard, de Cambridge (EUA).
"Mas estamos bem convencidos hoje de que essa coisa existe, e esse sinal não se foi nos
últimos anos. Na verdade se tornou melhor, mais evidente."
Kirshner foi um dos astrônomos com papel crucial na descoberta de 1998. Ele inventou
uma maneira de analisar a luz de supernovas (explosões de estrelas) em galáxias que se
afastam da Terra a alta velocidade para estimar quão distantes elas estão. Sob liderança
de Adam Riess, ex-aluno de Kirshner, astrônomos usaram essa técnica para fazer um
grande mapeamento do Universo, mostrando que as galáxias mais distantes estão se
afastando cada vez mais rápido.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe1506200801.htm

27
Nova geração de supertelescópios renova esperança
DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar de cosmólogos estarem um tanto quanto imobilizados na busca de uma solução


teórica para o problema da energia escura, cientistas que fazem o trabalho "braçal" na
área -construir e operar telescópios- vislumbram uma oportunidade de ouro.
Um congresso no mês passado no Observatório Nacional, no Rio de Janeiro, reuniu
representantes de vários novos projetos de observação que podem jogar luz sobre o
enigma. Alguns deles, que começarão a operar na próxima década, ajudarão a investigar
como a gravidade e a energia escura atuam em cada nível. Uma boa varredura no céu
mostra como as estrelas se agrupam para formar galáxias, como surgem aglomerados de
galáxias, como estes se juntam em superaglomerados e assim em diante.
"Numa varredura profunda, podemos ver mais objetos, e podemos aprender algo novo",
diz John Peoples, um dos idealizadores do DES (Dark Energy Survey), projeto que
"turbinou" o telescópio Blanco, no Chile, para essa e outras tarefas. "Pode ser que não
aprendamos algo [sobre energia escura] agora, mas a astronomia se trata disso: ampliar
a fronteira."

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe1506200802.htm

28
+ Marcelo Gleiser

Buracos negros em fúria


Fenômeno representa a união do macro com o micro

Sempre que menciono buracos negros, detecto no rosto das pessoas um misto de
fascínio e terror. Como podem meros restos mortais de estrelas ser capazes de criar
rupturas no aspecto mais fundamental da realidade, a continuidade do espaço e do
tempo? Não é exagero dizer que buracos negros representam a fronteira entre o racional
e o absurdo, entre o possível e o desconhecido.
Se os buracos negros sugam tudo e não emitem luz, como sabemos que eles existem?
Na verdade, a história não é bem assim. Quando a matéria é acelerada na direção de um
buraco negro, como água escoando por um ralo de banheira, ela pode emitir radiação.
Essa radiação, de natureza eletromagnética, pode ser de vários tipos: se for na
freqüência da luz visível, podemos vê-la. Se for no infravermelho ou no ultravioleta,
temos de usar telescópios especializados nessas freqüências.
Hoje, a astronomia usa muitas janelas para ver os céus.
Dentre as várias assinaturas eletromagnéticas dos buracos negros, a mais espetacular é
criada pelos gigantes da ordem, estruturas com massas que podem chegar a milhões ou
até centenas de milhões de massas solares. Por incrível que pareça, esses monstros
cósmicos habitam o coração da maioria das galáxias. Mesmo a nossa Via Láctea tem
um buraco negro gigante, com massa equivalente à de 3 milhões de sóis.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe1506200805.htm

29
ASTRONOMIA

Ex-planeta Plutão deverá ser agora chamado de "plutóide"


DA REUTERS

Os livros didáticos que se apressaram em mudar a designação de Plutão terão de ser


corrigidos de novo em suas próximas edições. Os corpos celestes semelhantes ao ex-
planeta -que foi "rebaixado" para planeta-anão em 2006- deverão agora ser chamados de
"plutóides".
O novo nome foi anunciado ontem pela União Astronômica Internacional, que havia
tomado a decisão em reunião fechada na Noruega, na semana passada.
Pequeno demais para ser considerado planeta, mas com força gravitacional suficiente
para adquirir forma arredondada, Plutão é o único de dois plutóides achados até agora.
O outro, Eris, tem uma órbita mais distante, mas é maior. Sua descoberta em 2003 foi o
que desencadeou o movimento que levou Plutão ao rebaixamento.
Um dos argumentos principais para separar os plutóides dos planetas é que astrônomos
estimam que existam vários outros objetos do tipo ainda a serem descobertos. Para
serem considerados plutóides, esses novos astros também terão de orbitar o Sol além de
Netuno.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe1206200803.htm

30
ASTRONOMIA

Telescópio que enxerga raio X encontra matéria "perdida"


DA REPORTAGEM LOCAL

Cientistas que analisaram imagens do telescópio espacial XMM-Newton, da ESA


(Agência Espacial Européia), anunciaram ontem ter encontrado uma enorme "ponte" de
gás ultraquente entre dois aglomerados de galáxias. Essa grande quantidade de matéria,
encontrada em uma região que antes parecia ser um colossal vazio, já havia sido
prevista em teoria, mas nunca avistada.
Como a grande nuvem de gás descrita pelos cientistas é extremamente rarefeita, ela
havia escapado ao escrutínio de outros telescópios. O XMM-Newton, porém, que
enxerga imagens raios X em altíssima resolução, conseguiu ver a matéria perdida.
A ponte de gás encontrada fica entre os aglomerados de galáxias Abell 222 e Abell 223,
a 2,3 bilhões de anos-luz da Terra. Segundo cientistas do Instituto Max Planck para
Física Extraterrestre, de Garching (Alemanha), estruturas como essa são o que compõe
cerca de metade da matéria comum que existe no universo.
Apesar de a descoberta do XMM-Newton ser importante, dizem os astrônomos, ela
ainda não resolve o problema da chamada "matéria escura", que não emite luz nem
nenhum tipo de radiação. Apesar de não deixar traço observável, ela é responsável por
mais de 85% da massa do Universo.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe0805200802.htm

31
ASTRONOMIA

"PAS DE DEUX" INTERGALÁCTICO


Astrônomos publicaram uma coleção de imagens de colisões entre galáxias fotografadas pelo
Telescópio Espacial Hubble, ontem, para comemorar os 18 anos do observatório orbital

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe2504200803.htm

32
ASTRONOMIA

Espanhóis descobrem menor planeta fora do Sistema Solar


DA REUTERS

Um grupo de astrônomos espanhóis anunciou ontem a descoberta do menor planeta já


visto fora do Sistema Solar. Ser pequeno, neste caso, tem um mérito especial. "Acho
que estamos muito perto, a apenas alguns anos, de detectar um planeta semelhante à
Terra", disse Ignasi Ribas, líder da equipe, que revelou a descoberta em um estudo na
revista "Astrophysical Journal Letters".
O planeta, com raio cerca de 50% maior que o da Terra, orbita uma anã vermelha (tipo
de estrela fraca) à distância de 30 anos-luz da Terra, na região da constelação do Leão.
Segundo os astrônomos do CSIC (Conselho Superior de Pesquisa Científica da
Espanha), autores da descoberta, sua massa é de cerca de cinco vezes a da Terra.
Registrado com o código "GJ 436c", o planeta foi achado por meio da análise de
distorções na órbita de outro planeta, gigante, que orbita a mesma estrela.
"Em um tempo muito curto, seremos capazes de observar um planeta com a mesma
massa da Terra, mas ele estará em uma órbita muito mais próxima à sua estrela do que a
Terra está do Sol, então não vai ser, a rigor, um planeta do tipo da Terra", diz Ribas.
"Planetas com massas similares à da Terra e situados a uma certa distância de suas
estrelas permitem a existência de água líquida em sua superfície, ou seja, são habitáveis.
Estamos um pouco longe [de descobri-los], mas certamente o faremos numa década."

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe1004200802.htm

33
ESPAÇO

Meteorito cai no nordeste da Argentina


ADRIANA KÜCHLER
DE BUENOS AIRES

Um meteorito teria caído na noite de domingo na Província de Entre Ríos, na Argentina.


Às 22h03, um objeto luminoso foi avistado no céu de várias cidades da Província, ao
norte de Buenos Aires. No entanto, até a tarde de ontem, o objeto ainda não havia sido
encontrado e não se podia determinar o local do impacto.
Moradores de cidades da região disseram ter visto um objeto luminoso de cor vermelha
que foi ficando azulado conforme se aproximava da Terra. Em seguida, foi ouvido um
estrondo e o solo tremeu. Durante o dia, várias pessoas encontraram pedras que
poderiam ser pedaços do meteorito.
A Associação Entrerriana de Astronomia divulgou um comunicado informando que
seus integrantes estão buscando o meteorito, mas que existe a possibilidade de que o
objeto seja, na verdade, lixo espacial. "Nesse caso, os organismos espaciais, como a
Nasa ou a Agência Espacial Européia, nos informarão a respeito", diz o informe.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe0804200803.htm

34
ASTRONOMIA

NASA IDENTIFICA MENOR BURACO NEGRO

Pesquisadores da Nasa identificaram o menor buraco negro já encontrado. Chamado J1650,


ele tem 3,8 vezes a massa do Sol e o diâmetro de uma cidade grande. "Durante muito tempo
os astrônomos quiseram saber qual era o menor tamanho possível para um buraco negro, e
esse carinha é um grande passo para responder a essa questão", disse Nikolai Shaposhnikov,
do Centro Goddard de Vôo Espacial. O menor buraco negro descoberto antes tinha 6,3 vezes a
massa solar.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe0204200804.htm

35
Eclipse lunar total é visível hoje a partir da meia-noite
Lua entrará na sombra da Terra e ficará com aspecto escuro e avermelhado

Segundo astrônomos, uma condição tão favorável quanto esta para observar outra
vez o fenômeno não ocorrerá no Brasil até 2015

DA REDAÇÃO

A Lua entra em eclipse total na madrugada de hoje para amanhã entre 0h01 e 0h51
(horário de Brasília). O fenômeno -caracterizado pelo bloqueio da luz solar que chega
ao satélite quando a Terra está na sua frente- será visível de todo o Brasil e de diversos
países banhados pelo oceano Atlântico (veja mapa à direita).
O que se observará não é um enegrecimento total da Lua; ela ficará avermelhada e mais
escura. Isso ocorre porque, apesar de ela não receber luz solar direta durante o
fenômeno, ela receberá raios solares que passam pela atmosfera terrestre e são
desviados. Esse processo privilegia raios de luz com cores próximas ao vermelho.
Quem quiser observar todo o fenômeno terá de acompanhá-lo a partir das 21h34,
quando começa o eclipse parcial. Neste processo, parte do satélite fica encoberto, com a
aparência de um biscoito mordido.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe2002200801.htm

36
ASTRONOMIA

Via Láctea tem muitos planetas similares à Terra


DA REPORTAGEM LOCAL

Os planetas rochosos como Vênus, Marte e a Terra são mais comuns na Via Láctea do
que os cientistas imaginavam. Dados apresentados por Michael Meyer, da Universidade
do Arizona, indicam que de 20% a 60% das 309 estrelas parecidas com o Sol na galáxia
não agregam matéria gasosa, e sim formadas por poeira rochosa.
"O resultado é empolgante por causa da alta quantidade de planetas como a Terra",
disse o cientista durante uma conferência em Boston.
As informações apresentadas por Meyer foram coletadas pelo telescópio espacial
Spitzer, da Nasa.
A inferência sobre a constituição dos planetas é feita de forma indireta. O telescópio
analisa apenas a poeira que gravita ao redor das estrelas parecidas com o Sol e não a
constituição do planeta em si.
Ao todo, os cientistas estudaram seis grupos desses astros, com idades que variaram de
3 milhões a 3 bilhões de anos.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe1902200804.htm

37
ASTRONOMIA
GRUPO DESCOBRE SISTEMA ESTELAR "IRMÃO" DO SOL

Pesquisadores da Universidade do Estado de Ohio (EUA) anunciam hoje na revista "Science" a


descoberta dois novos planetas em um sistema estelar distante, com estrutura semelhante à
do Sol. Um dos astros é parecido com Saturno e o outro com Júpiter. A descoberta, que contou
com a participação de astrônomos amadores, usou uma técnica inovadora. Os cientistas
detectam a presença dos planetas por meio do ínfimo desvio que a gravidade deles provoca na
luz que emana da estrela.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe1502200805.htm

38
ASTRONOMIA

HUBBLE FLAGRA DANÇA DE GALÁXIAS

Um par de galáxias detectado na década de 1970 só pôde ter os detalhes de sua colisão vistos
agora, graças ao Telescópio Espacial Hubble. As galáxias, batizadas NGC 3808 e NGC 3080A,
localizadas na constelação de Leão (a 300 milhões de anos-luz da Terra), formam juntas o par
Arp 87. Elas estão em plena fusão, induzida pela gravidade. Poeira, gás e estrelas fluindo de
um dos braços da NGC 3808 (a galáxia maior, espiral) formam um envelope em torno da
3808A. A forma da "ponte" entre as duas sugere que estrelas da galáxia maior foram
capturadas pela gravidade da menor.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe3010200704.htm

39
ASTRONOMIA

Lua de Saturno tem área com chuva intensa


DA REUTERS

Uma série de imagens novas do Observatório Keck, do Havaí, revelaram uma cobertura
de nuvens em quase toda a atmosfera de Titã, a maior lua de Saturno. Uma parte do
satélite do planeta provavelmente está sob uma garoa constante de metano, substância
conhecida na Terra como o componente principal do gás natural.
A descoberta foi divulgada ontem, quando pesquisadores apresentaram a análise de
imagens do telescópio ultrapotente situado em Keck.
Cientistas já tinham evidências de que existia chuva em Titã, mas foi a primeira vez que
se viu uma área sob constante precipitação. A região de "tempo ruim" é um território
acidentado batizado pelos astrônomos de Xanadu.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe1310200702.htm

40
ASTRONOMIA

Planeta extra-solar escapou do destino que espera a Terra

Representação da V 391 Pegasi em expansão máxima

DA REPORTAGEM LOCAL

O "fim do mundo" previsto pelos astrônomos para daqui a 5 bilhões de anos poderá não
acontecer como imaginado, graças à descoberta de um planeta que conseguiu sobreviver
à fase de "gigante vermelha" da sua estrela.
Estrelas nascem, vivem da fusão de elementos produzindo energia e morrem. O Sol é
uma estrela em idade madura. Hidrogênio no seu núcleo se funde formando hélio e
gerando energia.
Quando seu núcleo parar de "queimar" e se tornar todo hélio, o Sol vai entrar na fase de
gigante vermelha, podendo expandir seu raio em mais de cem vezes. Durante esse
crescimento, os planetas mais próximos, como a Terra, poderão ser engolidos.
Esta, pelo menos, era a teoria com a qual a ciência trabalhava até então. Uma equipe de
23 pesquisadores liderada por Roberto R. Silvotti, do Instituto Nacional de Astrofísica,
de Nápoles, Itália, descobriu um planeta que escapou de ser engolido.
Sua estrela, a V391 Pegasi, já passou pela fase de gigante vermelha. Em artigo na
"Nature" o grupo conta que a estrela, ao se expandir, diminuiu em 70% a distância até o
planeta. Mas depois perdeu quase metade da massa, por motivos desconhecidos. Com a
diminuição da atração gravitacional da estrela, o planeta migrou para uma órbita mais
distante.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe1309200703.htm

41
ASTRONÁUTICA

Estação espacial recebe primeira comandante


DA REUTERS

A espaçonave russa Soyuz transportando a americana Peggy Whitson, primeira mulher


a comandar a ISS (Estação Espacial Internacional) se acoplou ontem com sucesso ao
complexo orbital.
A nave ainda levava o cosmonauta russo Yuri Malenchenko e o primeiro astronauta
malaio, o ortopedista-cirurgião Sheikh Muszaphar Shukor.
Whitson e Malenchenko, que já estiveram na ISS em outra missão, compõem agora a
16ª tripulação da estação. Eles ajudarão a preparar o local para a chegada de novas
estruturas da ISS que começam a chegar de ônibus espacial no fim do mês.
A viagem de Shukor faz parte de um acordo da Rússia com a Malásia para comércio de
aeronaves.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe1310200703.htm

42
ASTRONOMIA

Estrela binária morrendo parece cometa


DA REUTERS

A imagem do rastro de uma estrela binária em processo de morte está fornecendo aos
cientistas uma forma inédita de medir a perda de massa de astros nesse estado.
À primeira vista os astrônomos até pensaram se tratar de um novo cometa, mas logo
observaram que a estrela Mira está deixando para trás uma cauda gigantesca de
oxigênio, carbono e nitrogênio. É a primeira vez que os cientistas observam esse
fenômeno.
A cauda já está com uma distância de 13 anos-luz (um ano luz equivale a 9,5 trilhões de
quilômetros) e foi detectada pelo telescópio Galaxy Evolution Explorer, da Nasa. Hoje,
Mira está a 350 anos-luz da Terra, na constelação da Baleia, atravessando a Via Láctea
a 130 km/s. O material que ela está perdendo provavelmente vai formar novas estrelas e
planetas no Universo.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe1608200703.htm

43
Regina Silveira recria céu em mostra
Metáforas celestes e preocupações cosmológicas permeiam as três obras feitas pela
artista para a exposição "Ficções", no ES

Fã de telescópios e revistas de astronomia, Silveira, que expõe em Vila Velha,


afirma ter seu imaginário habitado por imagens do espaço

GABRIELA LONGMAN
ENVIADA ESPECIAL A VILA VELHA (ES)

Regina Silveira chegou aos céus, ou pelo menos recriou-os em "Ficções", mostra
inaugurada na quinta-feira passada no Museu Vale do Rio Doce, em Vila Velha (ES).
Ao longo de um ano de diálogo com o curador, Adolfo Montejo Navas, ela concebeu,
modificou e construiu as três obras da exposição.
"Entrecéu" é responsável pelo impacto inicial. Ao entrar no espaço, o visitante é
recebido por um corredor de 35 m de comprimento revestido de um céu azulado com
nuvens -foto impressa sobre vinil adesivo.
Teto e parede foram também revestidos, gerando uma espécie de túnel celeste.
"Não tem horizonte neste trabalho. Você tem que entrar na cápsula. Eu queria
justamente criar um lugar impossível, queria deixar as pessoas desorientadas", diz a
artista.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq0208200715.htm

44
ESPAÇO

Astronauta brasileiro nega crime comercial


COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O astronauta brasileiro Marcos Pontes, que está sendo investigado pela Procuradoria da
Justiça Militar em São Paulo por supostos crimes de "ato de comércio", divulgou nota
anteontem negando as acusações. Ele diz que trata-se de um procedimento "padrão,
legítimo e rotineiro" e que está tranqüilo de "não haver absolutamente nada de irregular"
em suas atividades.
Há suspeitas de que Pontes lucre com uma escola em Bauru (interior de SP) e com um
site que vende artigos em seu nome, o www.conexaoespacial.com, segundo o jornal "O
Estado de S. Paulo". O Código Militar proíbe qualquer prática comercial.
Apesar de o tenente-coronel ter entrado para a reserva logo após voltar da Estação
Espacial Internacional, os lucros configurariam crime enquanto ele estava na ativa. No
ano passado havia suspeita de que ele estaria cobrando por palestras.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe1107200702.htm

45
ASTRONOMIA

Galáxia pode ser a mais velha já observada


DA REUTERS

Uma equipe de astrônomos anunciou ontem ter encontrado sinais da mais antiga galáxia
já observada, uma descoberta que pode trazer pistas sobre as origens do Universo.
A partir de observações feitas no telescópio gigante Keck, localizado no Havaí, um
grupo do Caltech (Instituto de Tecnologia da Califórnia) detectou uma luz que teria
surgido quando o Universo tinha apenas 500 milhões de anos (a idade estimada é de
13,5 bilhões de anos).
"Acreditamos que esta é uma das primeiras gerações de estrelas que nasceram quando o
Universo ainda estava na infância", disse Richard Ellis, um dos responsáveis pelo
achado.
Os cientistas acreditam que nos primeiros 300 mil anos após o Big Bang, o Universo era
extremamente quente e não tinha estrelas. Os objetos identificados podem ajudar a
compreender a etapa seguinte, quando as estrelas começaram a brilhar.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe1107200703.htm

46
ASTRONOMIA

Cabeça de Órion tem berçário de estrelas, mostra


telescópio

Berçário estelar achado pelo Telescópio Espacial Spitzer

DA REDAÇÃO

Uma imagem captada pelo Telescópio Espacial Spitzer mostra um berçário de estrelas
localizado da constelação de Órion, anunciaram cientistas na última sexta-feira.
Astrônomos acreditam que uma supernova (explosão estelar) há 3 milhões de anos
tenha dado origem ao material que formou estrelas recém-nascidas na região da
constelação que representa a cabeça do caçador grego.
Na imagem (veja foto acima), manchas verdes indicam a presença de moléculas
orgânicas formadas com a queima de carbono. As nuvens vermelhas e alaranjadas são
gás aquecido pelas estrelas da região.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe2105200702.htm

47
Agência espacial dos Estados Unidos apresenta o
sucessor do Hubble
DA FRANCE PRESSE

A Nasa, agência espacial dos Estados Unidos, apresentou anteontem a maquete do


Telescópio Espacial James Webb. O nome é uma homenagem ao segundo
administrador do órgão. (Ele chefiou a instituição de 1961 a 1968.)
O novo aparelho será o substituto do Telescópio Espacial Hubble, a envelhecida jóia da
coroa da astronomia óptica. O Hubble, lançado há 17 anos, só deve durar até 2013 -e já
chegou a hora de apresentar seu um sucessor.
O novo instrumento custará US$ 4,5 bilhões e será lançado em 2013, por um foguete
europeu Ariane-5. O projeto é uma criação conjunta de americanos, europeus e
canadenses. O James Webb vai orbitar a Terra a uma altura de 1,5 milhão de
quilômetros.
Apesar de custar quase a metade do preço, o novo telescópio será muito mais potente
que o seu antecessor. Com ele, os cientistas esperam investigar o início do Universo e
ainda encontrar novos sistemas estelares, tão confortáveis para os humanos como é o
nosso, o do Sol.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe1205200703.htm

48
ASTRONOMIA

Americano faz 1º mapa do clima de planeta extra-solar


DA REDAÇÃO

Um grupo de astrônomos nos EUA produziu o primeiro boletim meteorológico de um


planeta fora do Sistema Solar. O mapa climático revela que o astro tem os ventos mais
fortes conhecidos.
"A velocidade do vento no planeta extra-solar provavelmente excede a do som. E a
velocidade do som nesses planetas é dez vezes maior que na Terra, então isso quer dizer
alguma coisa", disse Adam Showman, da Universidade do Arizona. Ele é co-autor do
estudo, que sai hoje na revista "Nature".
Seus grupo produziu o mapa climático do planeta gigante gasoso HD 189733b usando
dados do telescópio espacial Spitzer, da Nasa.
Aplicando os dados a modelos numéricos, os pesquisadores estimaram que as
temperaturas do lado "claro" do planeta (voltado permanentemente para sua estrela) são
260C mais altas que as do lado "escuro".
Isso faz com que o ar quente se distribua rapidamente pelo planeta, a velocidades que
podem chegar a 35.000 km/h. Para comparação, os ventos na Terra raramente
ultrapassam os 200 km/h.
Estudar a atmosfera desse tipo de planeta pode ajudar a busca por vida fora do Sistema
Solar. Isso porque planetas de órbita "travada" em relação a sua estrela são comuns no
Universo.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe1005200703.htm

49
astronomia

No mundo da lua
Munidos de telescópios, jovens se dedicam à observação do céu e participam de
competições

DA REPORTAGEM LOCAL

Preste atenção nesse mapinha redondo aí em cima. Hoje, às 20h, é assim que vai estar o
céu.
Esse mapa se chama planisfério e é uma representação da esfera celeste. Serve para
reconhecer as constelações.
Todas as bolinhas representadas são estrelas que podem ser observadas a olho nu, se
você estiver num lugar sem muita luz (fora das cidades grandes) e se as nuvens
ajudarem.
"Os planetas estão em constante movimento, por isso não estão representados", explica
Ulisses Capozzoli, editor da revista "Astronomy Brasil". Ele é o responsável por acertar
o planisfério que está publicado nesta página.

Ver estrelas
Para alguns adolescentes essa história de astronomia já virou mania. Catarina Amarante,
14, estudante da 8ª série, começou a se interessar pelo assunto há quatro anos. "É bonito
ver coisas que as pessoas nem imaginam que existem", afirma.
Apesar de ainda ser iniciante no assunto, ela já conseguiu achar sozinha uma nebulosa
(uma nuvem de gás e de poeira de onde surgem estrelas ou que são deixadas por uma
estrela morta), observando o céu de Bertioga (litoral norte de São Paulo), com seu
telescópio.
"Perco totalmente a noção do tempo. Já passei mais de quatro horas no telescópio",
conta a estudante, que já ganhou medalha de ouro em uma olimpíada de astronomia.
E foi justamente por conta de uma olimpíada que o estudante Bryan Levy, 14, tomou
gosto pelo assunto. "Gosto de estudar a formação das constelações e do sistema solar",
diz.
Por conta de seu bom desempenho, Renata Harumi, 15, ganhou um telescópio de
aniversário e sempre o leva para a praia, onde é mais fácil ver estrelas. "Depois de
começar a estudar, passei a olhar para o céu de um jeito diferente", diz.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/folhatee/fm0705200704.htm

50
ASTRONOMIA

Novo planeta tem 8 vezes o peso de Júpiter


DA REDAÇÃO

Astrônomos americanos anunciaram ontem a descoberta de um planeta supermaciço


fora do Sistema Solar. O novo astro tem oito vezes a massa de Júpiter, o maior dos
vizinhos da Terra dentro do sistema solar, e está a 440 anos-luz de distância.
A órbita do novo planeta também é intrigante. Segundo os astrônomos, ela é bem oval.
Isso faz com que o astro se aproxime do seu sol, mas depois se afaste muito, quase duas
vezes mais. É como se a Terra chegasse perto de Mercúrio (e recebesse muito calor) e
depois se afastasse do Sol até perto de Marte.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe0305200704.htm

51
Animação aborda ciência e astronomia
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Uma tripulação alienígena embarca em missões para desvendar os mistérios do


universo. O argumento não é original, mas o estilo da nova série de animação do
National Geographic Channel, "A Patrulha Zula", garante às crianças uma boa mistura
de entretenimento e informação. "A Patrulha Zula" faz parte da programação "NatGeo e
Eu", que o canal britânico estréia hoje.
Diariamente, das 6h às 12h, serão exibidos programas voltados para crianças entre dois
anos e cinco anos, com objetivo de estimular o contato delas com o mundo da ciência e
da astronomia.
No episódio "O Conto do Cometa", por exemplo, a alienígena Zeeter aposta corrida
com um cometa e acaba descobrindo que é impossível competir com a velocidade do
astro. Criado por Deborah Manchester e roteirizado por autores de desenhos como
"Doug" e "101 Dálmatas", "A Patrulha Zula" foi classificado pelo "New York Times"
como uma espécie de "Vila Sésamo do espaço".
A programação do "NatGeo e Eu" conta também com "A Fazendinha McDonald's", que
explica como é a vida rural, com ação ao vivo e cenas de estúdio. Outro destaque é "O
Gigante e os Pontinhos Vermelhos", com quadros educativos, charadas e informações
sobre animais, natureza, alimentos, números e cores. (DANIELA ARRAIS)

NATGEO E EU
Quando: diariamente, das 6h às 12h
Onde: National Geographic Channel

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq1604200716.htm

52
O sonho de Kepler
Cientista foi autor do primeiro conto de ficção sobre extraterrestres

Em ciência, existem alguns casos famosos de sonhos que inspiraram grandes descobertas. Um
deles foi o do químico alemão August Kekulé. Após anos tentando desvendar a estrutura do
benzeno, Kekulé, em um devaneio diurno, visualizou uma serpente mordendo o próprio rabo,
como no símbolo do Ourobouros. Daí deduziu que o benzeno tivesse a estrutura de um "anel"
com seis átomos de carbono. Einstein também inspirou-se em fantasias diurnas para criar suas
teorias ousadas. Numa delas, imaginou-se cavalgando ao lado de uma onda de luz. Note que
esses "sonhos" não eram do tipo noturno, mas visões alegóricas que ocorriam durante o dia.
Outros cientistas e filósofos usaram alegorias para polemizar ou para atingir uma faixa maior da
população, não especializada nas suas disciplinas. Dessas alegorias, talvez a primeira delas, seja
o "Sonho", de Johannes Kepler, publicado postumamente em 1634. Como os leitores do meu
romance "A Harmonia do Mundo" sabem, para mim Kepler é um dos personagens mais
relevantes e fascinantes da história da ciência, arquiteto, junto com Galileu Galilei e,
posteriormente, Isaac Newton, da grande revolução copernicana que, no final da Renascença,
redefiniu a visão de mundo da sociedade européia.
"Sonho" é um conto de ficção científica -que eu saiba, o primeiro a tratar da possibilidade de
vida extraterrestre. No caso, Kepler usou a Lua como cenário. Como afirmou nas amplas notas
que acompanham o conto, seu objetivo foi usar o movimento da Lua como argumento em favor
do movimento da Terra. Para tal, Kepler usou a astronomia da época com tremenda coragem
intelectual, proclamando que a Lua era muito mais parecida com a Terra do que os filósofos e a
Igreja pregavam. Nosso satélite não era feito de éter e sim de pedra, e tinha crateras e
montanhas como a Terra. Kepler adicionou também rios, mares e lagos, onde as criaturas
lunares nadavam. Ele imaginava esses seres como sendo inteligentes, capazes, por exemplo, de
construir barcos tal como nós aqui na Terra.
Existem duas raças de seres, os Subvolvanos e os Privolvanos. (Os nomes são inspirados pelo
fato de esses seres verem a Terra revolver nos céus.) Os Privolvanos habitam as regiões do lado
oculto da Lua e nunca vêem a Terra. Suas noites são escuras e frias. Seus dias muito quentes. Já
os Subvolvanos estão sempre de frente para a Terra. Suas noites são claras, já que, para eles, a
Terra tem o tamanho de 15 luas para nós. Um dia e uma noite para as criaturas da Lua
equivalem a um mês terrestre.
Kepler cria uma realidade mágica para justificar sua viagem até a Lua. Influenciado pela mãe,
que quase foi queimada na fogueira acusada de bruxarias, conjurou espíritos das sombras
capazes de transportar seres humanos pelo espaço. O conto é uma homenagem à sua mãe e à sua
crença em uma realidade paralela àquela explicada pela ciência. Mas se a fórmula para se
chegar à Lua era mágica e sobrenatural, a análise da astronomia sob o ponto de vista dos seres
lunares é firmemente baseada em cálculos e observações. Outros seres espalhados pelo espaço
terão visões diferentes do céu; não somos os únicos a olhar para a noite e a medir o cosmo.
Na descrição das criaturas, Kepler chega a mencionar seres "monstruosos e gigantescos",
"esponjosos e porosos", formas de vida adaptadas à realidade lunar, completamente diferentes
das encontradas aqui. Ou seja, 250 anos antes de Wallace e Darwin, Kepler antevê que a vida se
adapta às condições locais, a semente da idéia da evolução por seleção natural. Nada mal para
um mero "sonho".

MARCELO GLEISER é professor de física teórica no Dartmouth College, em Hanover (EUA) e autor
do livro "A Harmonia do Mundo"

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe0804200702.htm

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Nasa adota cautela para voltar à Lua
Nova política e orçamento apertado não impedirão a missão tripulada prevista
para 2015, diz o engenheiro do projeto

Segundo Brian Muirhead acidentes de 1999 e 2003 pesaram na transformação da


agência, que ainda quer pôr astronautas em Marte

RAFAEL GARCIA
DA REPORTAGEM LOCAL

Quatro anos após a perda do ônibus espacial Columbia, a Nasa está sucumbido a
política da cautela. O antigo bordão "Mais rápida, mais barata e melhor", que marcou a
administração da agência espacial dos EUA na virada do século, vem desaparecendo de
vez do repertório dos seus engenheiros.
Mesmo com esse cuidado (e sem garantia de orçamento), a Nasa exibe confiança de que
levará astronautas de volta à Lua em 2015. A missão seria um "trampolim" para
chegada depois em Marte.
Hoje, mesmo avessa a bordões, a agência poderia adotar um slogan como "Assuma
riscos, não falhe". Este é o título de uma palestra que Brian Muirhead, ex-engenheiro-
chefe do JPL (Laboratório de Propulsão a Jato) -o grande berçário de tecnologias da
Nasa- vem ministrar no Brasil no mês que vem (para empresários, não para cientistas).
Em entrevista por telefone à Folha, Muirhead, que acaba de assumir a chefia de
engenharia do futuro programa tripulado à Lua, falou sobre o novo espírito da agência.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe2603200701.htm

54
ASTRONOMIA

Água congelada em Marte formaria um oceano de 11 m

Imagem de radar mostra gelo no pólo sul de Marte; camadas mais grossas aparecem em vermelho, e as
finas em violeta

RICARDO BONALUME NETO


DA REPORTAGEM LOCAL

Imagens de radar do Pólo Sul de Marte revelam que a região tem tanto gelo que o
planeta seria coberto por uma camada de água de 11 metros de profundidade se ele
derretesse.
Tanta água poderia facilitar futuras missões tripuladas a Marte; poderia permitir sua
colonização; e, num cenário radical, permitir que o planeta se tornasse mais parecido
com a Terra.
Mas tudo isso ainda é ficção, apesar de a realidade ser impressionante. Toda essa água é
pura, como mostra o radar. E ainda falta analisar imagens do pólo Norte.
As imagens foram feitas pela sonda Mars Express, da Agência Espacial Européia. Os
dados analisados agora são de observações de 2005 e 2006, nas quais foi possível
sondar o solo até 3,7 km abaixo da superfície no pólo.
"Os depósitos em camadas do pólo Sul de Marte cobrem uma área tão grande quanto
uma boa parte da Europa. A quantidade de água que eles contêm já foi estimada antes,
mas nunca com o grau de confiabilidade que este radar torna possível", afirma Jeffrey
Plaut, da Nasa, um dos líderes do estudo.
Para que exista ou tenha existido vida em Marte, essa água toda teria de, em algum
momento do passado, ter existido na forma líquida. Isso deve ter acontecido antes,
como mostram marcas na superfície marciana -que exigiriam, para serem feitas, uma
boa quantidade de líquido, ainda mais que o que existe hoje na forma de gelo.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe1603200702.htm

55
ASTRONOMIA

Trombada cósmica destruiu planetóide vizinho de


Plutão
DA REDAÇÃO

Um objeto do tamanho de Plutão foi destruído 4,5 milhões de anos atrás em uma
violenta colisão nos confins do Sistema Solar, e os restos do impacto ainda são visíveis.
A descoberta, anunciada pelo astrônomo Michael Brown -o mesmo que descobriu Eris,
planeta-anão maior que Plutão- revelou a primeira família de asteróides (os restos da
colisão) além de Netuno.
Brown conseguiu rastrear a colisão no tempo a partir da descoberta de outro planetóide
na região. O objeto, registrado com a sigla "2003 EL61", ainda não tem nome, mas foi
apelidado de "Santa" (Papai Noel, em inglês) porque foi visto pela primeira vez pouco
antes do Natal daquele ano.
"Santa" é o terceiro maior objeto do cinturão de Kuiper, a região orbital de Plutão e
Eris. Ele tem forma irregular e gira extremamente rápido, característica que intrigou os
cientistas. "Ele gira tão rápido que se esticou na forma de uma bola de futebol
americano meio esvaziada e pisoteada", disse Brown em comunicado a jornalistas.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe1503200702.htm

56
ASTRONOMIA

Calor do Sol faz asteróide girar mais rápido


RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL

O calor do Sol pode deixar os terráqueos letárgicos, mas outros habitantes do Sistema
Solar estão girando mais rápido por conta dele: os asteróides.
A descoberta está descrita em três artigos nas edições on-line das duas principais
revistas científicas multidisciplinares, a norte-americana "Science" e a britânica
"Nature".
O movimento acelerado dos asteróides se deve ao chamado efeito Yorp, nome dos
cientistas que o teorizaram -Yarkovsky-O'Keefe-Radzievskii-Paddack. Ele acontece
quando a energia solar atinge objetos assimétricos. Basicamente, uma face grande do
asteróide recebe a radiação do Sol, e depois gira fazendo face ao frio do espaço. Ela
então emana mais radiação infravermelha do que outra menor, acelerando o giro.
Um dos estudos, na "Nature" mostrou que nos últimos 40 anos a rotação do asteróide
1862 Apollo cresceu a ponto de fazê-lo dar um giro extra em torno de si para cada volta
que ele dá em torno do Sol.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe0803200705.htm

57
Peru abriga observatório de 2.300 anos
Conjunto de 13 torres em Chankillo, no litoral do país, é a ferramenta astronômica
mais antiga das Américas, diz estudo

Lugar é anterior à civilização Inca e deve ajudar a explicar origem do culto ao Sol
entre os povos andinos; local pode ter tido importância política

O nascer do Sol no solstício de inverno (21 de junho) visto de um ponto demarcado em Chankillo

RAFAEL GARCIA
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma dupla de arqueólogos anuncia hoje a descoberta do mais antigo observatório solar das
Américas. O complexo de pedra com 2300 anos -um conjunto de 13 torres construídas numa
montanha junto à cidadela de Chankillo, no litoral do Peru- servia como uma espécie de
calendário para marcar eventos que deveriam ter importância social ou religiosa numa
civilização anterior.
"As torres, vistas desde a parte baixa do observatório, são uma espécie de grande régua no
horizonte que permite medir o movimento do sol conforme o passar dos dias, das semanas e
dos meses", disse à Folha o arqueólogo Ivan Ghezzi, da PUC (Pontifícia Universidade Católica)
do Peru, principal autor da descoberta.
Em um estudo com o astrônomo Clive Ruggles, da Universidade de Leicester (Inglaterra),
publicado hoje na revista "Science", Ghezzi lista evidências celestes e culturais para mostrar
como funcionava o observatório (veja quadro ao lado). O sítio de Chankillo está sendo
escavado desde 2001, mas até agora não havia uma hipótese consistente para explicar a
função das 13 torres.
"Foi uma grande surpresa descobrir que 1.800 anos antes dos incas, temos evidências
materiais arqueológicas tangíveis daquilo que nós já sabíamos que eles praticavam", diz
Ghezzi. O sítio também data de uma época anterior aos observatórios maias mais antigos. Os
povos da América Central, porém, tinham uma tradição astronômica independente e distinta
da dos incas, dizem os autores da descoberta.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe0203200701.htm

58
ASTRONOMIA

Poeira da lua de Encélado preenche anel de Saturno


DA REDAÇÃO

A atividade de vulcões na lua saturnina de Encélado é responsável por lançar ao espaço


partículas que compõem o anel E de Saturno e se depositam na superfície de outros
satélites do planeta. Em estudo publicado na edição de hoje da revista "Science",
astrônomos descrevem como o material ejetado dá brilho fora do comum às luas que
orbitam aquela região.
Apesar de ter apenas 500 km de diâmetro, Encélado é um dos satélites planetários que
mais têm atraído a atenção de astrônomos, por causa da poeira que ele ejeta por
atividade vulcânica.
O nome Encélado, vem da mitologia antiga. Assim se chamava o gigante que habitava o
interior do monte Etna, na Sicília, e produzia o fogo expelido pelo vulcão.
Para mostrar que é a poeira de Encélado que dá brilho a outras luas saturninas, os
cientistas usaram imagens desses satélites registradas pelo telescópio Hubble em 2005,
quando eles se encontravam em posição favorável.
Fotos da sonda Cassini do ano passado indicam que a pequena lua pode ter lagos de
água líquida e talvez até oceanos subterrâneos.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe0902200704.htm

59
Cometa só voltará daqui a 100 mil anos
Descobridor do astro mais brilhante do gênero dos últimos 42 anos diz que
visibilidade será melhor na próxima semana

Robert McNaught, escocês radicado na Austrália, trabalha em projeto que


monitora asteróides em risco de colisão com a Terra

Cometa McNaught é flagrado no céu de Christchurch, Nova Zelândia, anteontem; visibilidade é melhor
em cidades mais ao sul

RAFAEL GARCIA
DA REPORTAGEM LOCAL

O descobridor do cometa que corta o céu do hemisfério Sul neste mês é um astrônomo
autodidata que não se considera cientista. "Sou um observador", diz Robert McNaught, um
escocês emigrado para a Austrália, que guardou na gaveta seu diploma de psicólogo para
trabalhar com astronomia. Desde que começou sua carreira tardia, o homem que dá nome ao
cometa mais brilhante dos últimos 42 anos já descobriu outros 31, a maioria deles no
Observatório Siding Spring, perto de Sydney. Em entrevista à Folha, McNaught falou um pouco
sobre seu trabalho.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe2001200701.htm

60
ASTRONOMIA

Tempo nublado prejudica visão do cometa McNaught


DA REDAÇÃO

As chuvas que afetam principalmente o Sudeste estragaram parte da festa, mas o cometa
McNaught ainda pode ser visto a olho nu -e fotografado- em todo o Brasil pelo menos
até sábado. Com instrumentos, será visível quase até o fim do mês.
O astro é o mais brilhante de seu gênero a passar perto da Terra nos últimos 42 anos. É
cem vezes mais brilhante que o Halley, que se aproximou pela última vez daqui em
1986.
Ele pode ser observado em qualquer lugar de onde se possa ver o pôr-do-sol, desde que
não haja muitas nuvens. Basta olhar na direção do poente. O ideal é procurá-lo cerca de
meia hora após o crepúsculo. Anteontem, por exemplo, o McNaught ainda era visível
por volta das 20h.
O cometa fez no fim-de-semana sua aproximação máxima do Sol. Agora ele se afasta da
Terra, e pode ser que não volte nunca mais: alguns astrônomos aventam a possibilidade
de que ele seja aniquilado na sua passagem de raspão pela estrela.
Por enquanto os astrônomos não se arriscam a prever seu destino: nem a massa nem o
período do McNaught foram determinados.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe1801200704.htm

61
ASTRONOMIA

Cometa ajuda a estudar origem da Terra e do Sol


RAFAEL GARCIA
DA REPORTAGEM LOCAL

A passagem do cometa McNaught perto da Terra servirá para estudar sua composição e
revelar dados sobre a composição do aglomerado de matéria que existia nesta região do
Universo antes de o Sistema Solar se formar.
O McNaught é um dos corpos que povoam a chamada Nuvem de Oort, um conjunto de
cometas com órbitas longas, que se estendem para muito além de Plutão -cerca de 100
mil vezes além da distância que a Terra está do Sol.
"Se o cometa não sofreu muitas interações com outros objetos, pode conter informações
interessantes sobre a origem do Sistema Solar", diz Francisco Jablonski, astrônomo do
Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). "A espectroscopia [separação da luz
por cores] pode calcular a proporção relativa dos elementos químicos que o compõem."
Observações estão sendo feitas por grandes telescópios da Terra e pelas sondas Stereo e
Soho, mas os melhores dados só devem ser colhidos dentro de algumas semanas, pois
agora esses instrumentos sofisticados podem ser ofuscados pela luz do Sol.
Alguns astrônomos aventam a possibilidade de o cometa ser aniquilado pelo desgaste
que sofre ao passar perto do Sol, mas ninguém se arrisca dar certezas. "Ainda não foi
possível determinar nem a massa do cometa nem o período", diz Jablonski.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe1601200705.htm

62
ASTRONOMIA

Cometa McNaught poderá ser visto do Brasil hoje à


noite
DA REDAÇÃO

O cometa McNaught, astro mais brilhante do gênero nos últimos 30 anos, poderá ser
observado no céu do hemisfério Sul já na noite de hoje.
O cometa fez sua aproximação máxima com o Sol na última sexta-feira. Nesta noite,
estimam astrônomos, ele fará sua aproximação máxima com a Terra e poderá ser visto
no horizonte. Segundo o site de astrônomos amadores "Southern Comets", ele rivalizará
em brilho com Vênus.
Para observar o McNaught é preciso olhar para o céu logo após o pôr-do-Sol na direção
do poente, de preferência usando binóculos. Os melhores locais para observação são
longe de luzes urbanas e com o céu limpo. Vênus, que estará no oeste, também pode ser
usado como ponto de referência.
O McNaught foi descoberto em agosto pelo astrônomo australiano Robert McNaught,
mas só ficou claro que ele seria tão brilhante quando se aproximou do Sol.
Ele é seis vezes mais brilhante que o cometa Hale-Bopp, que fez sua última passagem
em 1997, e cem vezes mais brilhante que o Halley, que decepcionou muita gente em sua
aparição de 1986.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe1501200702.htm

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Nova sonda busca planetas candidatos a abrigar vida
Telescópio espacial francês terá uma de suas bases de operação no Maranhão

Brasileiros ajudaram a criar o software da sonda e terão participação nas


pesquisas; missão também vai estudar "terremotos" nas estrelas

RAFAEL GARCIA
DA REPORTAGEM LOCAL

Se as condições meteorológicas permitirem, decola amanhã às 12h23 (horário de


Brasília) o primeiro telescópio espacial criado com participação brasileira. A sonda
Corot (abreviação de Convecção, Rotação e Trânsito) terá como missão encontrar
planetas pequenos e rochosos -parecidos com a Terra e capazes de abrigar vida- fora do
Sistema Solar.
A sonda será colocada em órbita por um foguete russo lançado da base de Baikonur, no
Cazaquistão. Projetada pela França, que bancou 70% da empreitada, a Corot contou
com participação de brasileiros no desenvolvimento de seu software de operação e em
projetos científicos. Uma das estações terrestres que receberá os dados da sonda ficará
em Alcântara, no Maranhão.
Apesar de ter contribuído com menos de 2% do dinheiro usado no projeto, o Brasil foi
de importância fundamental. "A base de Alcântara vai permitir um aumento de quase
50% no número de estrelas observadas", diz Eduardo Janot Pacheco, professor do IAG
(Instituto de Astronomia e Geofísica da USP) e chefe da divisão brasileira da Corot. Se
a sonda não tivesse uma base no hemisfério sul, seu campo de visão cairia de 100 mil
para 70 mil estrelas.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe2612200601.htm

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