Professional Documents
Culture Documents
Eis aqui uma séria questão quanto à identidade daqueles que irão morar para
sempre com o Senhor no céu.“Quem” refere-se não à sexo, nacionalidade,
posição social, ascendência ou nome, mas às qualidades e ao caráter daqueles
que irão morar no céu com o Senhor. A palavra habitar no texto em questão
traduz a idéia de uma longa ou permanente estadia e não de apenas “passar um
tempo”.
Davi não está procurando por uma lista com o nome daqueles que terão este
direito; ele está indagando ao Senhor, que é santo, que “habita num alto e santo
lugar”, como deve ser o caráter, quais os traços marcantes daqueles que irão
habitar (TABERNACULAR) no céu com o Senhor.
Aqui o verbo habitar significa viver entre pessoas que não são parentes de
sangue; portanto, além de não desfrutar dos direitos civis dos nativos, o
estrangeiro (peregrino), dependia da hospitalidade do povo da terra, a qual
desempenhava um importante papel no antigo oriente.
Davi, preocupado com esta séria questão, pergunta então, “que tipo de pessoas
são aquelas que tu permitirás e coroarás com tão honrosos e eternos favores?”
O salmista considera-se, ele próprio, como um estrangeiro diante do Senhor
(1Cr 29:15).
Isto nos faz pensar quão grande privilégio é ser um cidadão de Sião, uma honra
e uma vantagem – já que nem todos serão assim privilegiados, apenas um
remanescente – e que os homens não têm este privilégio por nascimento e
sangue, nem por serem descendência de Abraão, mas, por causa do modo como
são suas vidas e seus corações.
Temos que colocar em questão esta nossa preocupação: Senhor, o que eu terei
que ser, e fazer, para poder habitar em teu tabernáculo? (Lc 18:18; At 16:30).
Observe a quem esta pergunta está sendo feita – ao próprio Deus. Observe
ainda que, aquele que quer encontrar o caminho para o céu precisa levantar os
olhos a Deus, precisa receber direção de Sua palavra e implorar orientação de
Seu Espírito. Ele mesmo é quem dá leis aos Seus servos, e aponta as condições
de Sua graça, e diz quem é Seu e quem não é.
Mas acima de tudo o Senhor escolhe Sinai e Sião como os lugares onde ele
revela-se. No monte Sinai a Lei foi dada e a adoração nacional estabelecida. Foi
no monte Horeb que Elias se refugiou e foi alimentado e fortalecido em graça.
Em Sião o Senhor colocou seu nome e este se tornou o lugar central e final de
adoração (Ex 15:17; Dt 12:1). Ali as tribos se reuniam em adoração (Sl 122; 13 Sl
133).
Há mais do que indícios de que a Sião terrena é um símbolo daquilo que no NT
se torna explicitamente a Jerusalém celestial. O Monte de Deus, no Sl 68:16,
geralmente comparado a um alto monte, é o retrato de Deus subindo às alturas,
por isso o celestial “alto monte” (cf. Ef 4:8-10).
3. Ele é aquele que planeja fazer tudo de bom que puder ao seu próximo, mas é
cuidadoso para não fazer mal a ninguém, e é, em particular, cuidadoso da
reputação de seu próximo. Ele não faz nenhum mal ao seu próximo,
voluntariamente, nada para feri-lo ou entristecê-lo, nada para prejudicar sua
integridade física, nada para prejudicá-lo em seus interesses materiais, em sua
família ou relações; mas anda de acordo com aquela regra de ouro da equidade:
fazer aos outros o que gostaria que lhe fizessem. Ele é especialmente cuidadoso
para não difamar o bom nome de seu próximo. Se alguém, neste assunto, não
refreia sua língua, sua religião é vã. Ele conhece o valor de um bom nome, e,
portanto, ele não difama, não fala mal de ninguém, não faz fofoca, só fala o que
for bom para edificação, não dá crédito a calúnias, mas franze o cenho contra a
maledicência, e assim a silencia (Pv 15:23). Sua caridade cobre uma multidão de
pecados.
4. Ele é aquele que valoriza os homens pelas suas virtudes e pela sua piedade, e
não pela sua aparência ou posição. Não despreza ninguém, por mais vis e sem
valor que as pessoas pareçam. Não fala mal daqueles que estão investidos de
autoridade e poder (1Pe 2:17); honra as pessoas, estima-as em amor, deseja sua
amizade e fica feliz por ter oportunidade de mostrar-lhes respeito e fazer-lhes
algum bem, pleitear sua causa e se alegra quando elas prosperam, se
entristecem quando elas se vão, e sua lembrança, quando partem, é preciosa
para ele.
5. Ele é aquele que sempre prefere uma boa consciência diante de um interesse
secular ou qualquer vantagem; pois, se ele prometeu qualquer coisa, mesmo
com dano próprio, ele cumprirá o prometido, isto é, ele não muda a promessa.
Uma promessa, um juramento é uma coisa sagrada, com a qual não se pode
negociar.
6. Ele é aquele que não aumenta seu patrimônio por meio de práticas
desonestas, nem por extorsão. Ele não dá seu dinheiro com usura, para que não
venha a viver facilmente do suor de outrem, já que ele pode aumentar seus
ganhos através de seu próprio labor. Um cidadão de Sião emprestará livremente
aos pobres, de acordo com suas possibilidades, e não será rigoroso ou severo ao
cobrar seus direitos daqueles que são desfavorecidos pela Providência. Ele não
aceitará suborno contra o inocente; se ele trabalha em alguma repartição
pública de administração ou justiça, ele não aceitará nenhum ganho, ou
esperança de ganho, para si próprio, para trazer qualquer dano a uma causa
justa.
Ao lermos este salmo devemos aprender com ele e com ele nos admoestarmos,
para que alcancemos as características aqui dadas ao cidadão de Sião, para
nunca sejamos removidos do tabernáculo de Deus na terra, e possamos chegar,
finalmente, àquele monte santo onde estaremos para sempre fora do alcance da
tentação e do pecado.