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10- O CONSAGRADO

A- Objectivo
Dar aos jovens elementos que os motivem e os façam apaixonar-se por Jesus, de
tal modo que possam optar por ele numa vocação particular.
Durante todo o processo do nosso discernimento, descobrimos muitas coisas para
viver a nossa vocação. O que interessa, nesses momentos, é ver qual o sentido da
entrega total de uma vida na consagração religiosa, para se doar no seguimento
de Jesus Cristo.

B- Dinâmica
O animador estude o tema e veja qual será o melhor modo do seu grupo o deba-
ter…

C- Desenvolvimento do tema
1- A vocação religiosa
É necessário que haja sacerdotes, religiosos e religiosas porque há necessidade de
anunciadores da pessoa de Jesus Cristo e da sua mensagem. Trata-se de uma ne-
cessidade no campo da fé, não no campo da cultura. É uma vocação que nasce no
contacto do homem com Jesus Cristo. Muitos homens e mulheres, depois de ter
conhecido Jesus, já não puderam viver separados dele e dedicaram-lhe a vida,
quando perceberam que a sua vocação era segui-lo de forma absoluta e total.
O evangelho de S. Marcos diz que Jesus chamou algumas pessoas para que esti-
vessem com ele e assumissem a missão da evangelização. Nessa vocação dos
apóstolos convergem os chamamentos que Deus faz a homens e mulheres de to-
dos os tempos, para que o sigam incondicionalmente e assumam a sua própria
missão de anunciar a boa notícia da salvação.
Os apóstolos assumiram o encargo que Jesus lhes confiou. Assim está descrito nos
primeiros dez capítulos do livro dos Actos dos Apóstolos. Nesses capítulos ressal-
ta-se a qualidade de testemunhas que eles possuem. Viveram ao lado de Jesus, es-
cutaram as suas palavras, deram-se conta da sua missão, viram-no morrer e res-
suscitar, receberam o seu Espírito e agora sentem necessidade de comunicar aos
outros a experiência salvífica que vivenciaram: «Vós sereis minhas testemunhas
em Jerusalém, em toda a Judeia e Samaria, e até os confins da Terra».
(Se possível ilustrar com uma breve leitura – exemplo – do livro dos Actos dos Apóstolos)

2- Testemunhas de Deus no mundo


Os religiosos e religiosas têm a vocação de testemunhas no mundo. A testemunha
tem duas qualidades que lhe são essenciais: a experiência e o anúncio. A testemu-
nha anuncia a experiência que viveu. Fazer uma experiência é muito diferente do
que saber algo. Eu posso saber muitas coisas porque as pesquisei, estudei,
reflecti... porém, só posso ser testemunha delas se as experimentei. Testemunha
não é aquele que sabe muito, mas aquele que teve uma experiência. A experiência
não se discute. São João expressa-o bem a respeito de Jesus Cristo. «O que ouvi-
mos, o que vimos com nossos olhos, o que contemplamos, o que nossas mãos
apalparam do Verbo da vida, o que vimos e ouvimos, vo-lo anunciamos» (1Jo 1,1-
3). Para poder ser testemunhas de Jesus Cristo deve-se fazer a experiência de Je-
sus.

3- Fazer a experiência de Jesus


As pessoas pedem-nos que lhes anunciemos Jesus. Isto exige de nós a experiência
de Jesus, para que o nosso anúncio tenha força de transformação nas pessoas. Fa-
zer a experiência de Jesus é referir a nossa vida concreta a ele, ou seja, viver como
Jesus viveu, pensar como Jesus pensou, amar como Jesus amou, sentir o que Jesus
sentia. A experiência de Jesus Cristo é o ponto de partida do nosso testemunho ao
mundo.

4- O mundo precisa de Jesus


Os homens procuram sempre o sentido das suas vidas, precisam de algo que ex-
plique e justifique a sua existência. Nós, que fazemos a experiência de Jesus Cris-
to, sabemos que Jesus é a resposta absoluta de Deus a todas as necessidades, pro-
blemas e interrogações dos homens. Jesus Cristo, Deus e homem. Como homem,
sabe o que existe no homem; e como Deus proporciona ao homem a razão última
da existência.
O homem precisa de um valor absoluto que dê sentido a todos os outros valores
com os quais terá de viver no decurso de sua permanência na Terra. Se não põe
este valor absoluto em Deus e no seu filho Jesus Cristo, pô-lo-á noutras coisas que
têm nomes diferentes: causa, revolução, progresso, história, ciência etc. Absoluti-
zando esses valores, torná-los-á ídolos que lhe justificam todas as coisas que diz e
faz. Jesus veio para ordenar todas as coisas, para dar um sentido mais profundo à
vida do homem, para implantar o reino de Deus e a sua justiça como primeiro va-
lor, certo de que as outras coisas serão acrescentadas àquilo que já é fundamental.
Quando Jesus passa a ser o valor primário da nossa vida no mundo, então encara-
remos a realidade política, económica e social a partir da vida cristã, de maneira
que haja justiça no mundo, sejam respeitados os direitos dos homens e cresça a ci-
vilização do amor na humanidade. Essa é a pregação de Jesus, dos apóstolos, da
Igreja, de todos os religiosos e religiosas do mundo.

5- Anunciar Jesus com a vida e as palavras


Nós que conhecemos Jesus Cristo numa experiência pessoal de fé, anunciamo-lo
com a simplicidade da nossa vida concreta e das suas manifestações de acolhi-
mento, bondade e compreensão. Expressamo-nos sendo solidários em todas as ne-
cessidades humanitárias da nossa sociedade. A nossa vida é oculta, porém real-
mente transformadora, conforme a vida de Jesus durante trinta anos passados ao
lado de seus pais, crescendo em sabedoria e em graça diante de Deus e dos ho-
mens.
Embora a nossa vida cristã já seja evangelizadora, a nossa experiência de fé impe-
le-nos, também, a fazer algo positivo pelos outros. Lutaremos para construir um
mundo mais humano e justo, removendo todas as suas estruturas de pecado. E a
partir da experiência cristã de vida e de actividade reais, realizadas à luz de Jesus
Cristo, nascem, necessariamente, as palavras de vida denunciadoras do pecado
que destrói o homem nas mais diversas expressões e encarnações de ordem social,
económica e política, e o anúncio da boa notícia proclamada aos pobres, aos mar-
ginalizados e doentes, aos indefesos e pacíficos, aos que amam a Deus e cons-
troem o seu reino.

6- Qualidade do testemunho
Para que as pessoas recebam e entendam o anúncio que fazemos de Jesus, há al-
gumas exigências:
a) Que o sinal evangélico que pretendemos ser, seja de tal modo claro e
transparente, que não necessite de muitas explicações. Com os votos religiosos,
nós queremos ser sinais da vida futura. Demonstrar com a nossa pobreza que
Deus é o bem supremo e que, por isso, escolhemos ser pobres e fazemos a nossa
opção pelos pobres, e a partir deles anunciamos essa realidade. Isto foi muito cla-
ro em Jesus que, sendo rico, se fez pobre por nós e viveu toda a sua vida em ambi-
entes pobres. Com a nossa obediência, anunciamos que o que vale neste mundo é
fazer o que Deus quer, para além dos egoísmos e determinações dos homens. Je-
sus viveu como filho obediente de José e de Maria, e submetendo-se a um projecto
histórico infamante obedeceu a Deus, até a morte na cruz. A nossa castidade con-
sagrada quer mostrar ao mundo que o primeiro amor é para Deus, ao qual entre-
gamos a nossa sexualidade e os nossos afectos, pondo-nos a serviço de todos os
homens ao anunciar-lhes a boa notícia de Jesus Cristo. Estes sinais têm de ser mui-
to claros para que as pessoas os entendam e recebam a mensagem que querem
transmitir. Em Jesus foram sinais muito claros, de forma que os religiosos, ainda
hoje, os lêem assim e procuram segui-los com sua vida.
b) Que seja um testemunho que respeite a fé e a liberdade da pessoa. Os
religiosos não são magos. Por isso, não devem esperar milagres do seu anúncio de
Jesus Cristo. De facto, lidam com pessoas humanas que zelam pela sua liberdade e
que têm direito de aceitar ou rejeitar o anúncio. Além disso, aceitar o anúncio de
Jesus Cristo é questão de fé, que é dom de Deus, que tem os seus tempos próprios.
Não devem desanimar diante de pessoas e ambientes que não entendem o seu
anúncio nem compreendem a sua vida. Devem recordar sempre que a sua vida,
centrada em Cristo, será bem entendida apenas por aqueles que amam e vivem
em Cristo.
c) O testemunho dos religiosos seja gratuito, ou seja, a sua força deve vir
unicamente de Deus: «Ninguém conhece o Pai senão o filho; e ninguém conhece o
filho senão o Pai e aquele a quem o Pai o queira revelar». Ninguém pode perceber
o testemunho dos religiosos se Deus não derrama o seu Espírito sobre ele. Os reli-
giosos são, unicamente, mediadores de Deus, instrumentos da sua acção. Por isso,
quando se apresentam com o anúncio de Jesus Cristo, devem apresentar-se com
as mãos vazias.

7- Princípios de verdadeira evangelização


- Considerar-se a si mesmo como escolhido e enviado: Jo 1,16; 17,18;At 22,14.
- Exercitar-se permanentemente na humildade: Mt 3,11; 11,29; 2Cor 12,9-10. Paulo
VI dizia: «A renovação depende da nossa humildade».
-Anunciar unicamente a palavra de Deus: Rm 15,18-19; 1Cor 1,20.
- Dar testemunho: Jo 3,16.
- Ser corajoso: At 4,27-31.
- Preparar-se bem através da oração e a reflexão. O Espírito Santo fala nos mo-
mentos de estudo e meditação.
- Depender do Espírito Santo: At 1,8.
- Ter fé nos sinais e prodígios, pois se Jesus precisou deles, tanto mais nós os ne-
cessitamos no apostolado.
- Ser optimistas. Recordemos as palavras de João Paulo II: «A alegria deve sobres-
sair em nós. A Bíblia fala-nos muitíssimo dela. Deus fez-nos luz do mundo, sal da
terra, pescadores de homens, pastores das ovelhas perdidas. Ele vê a abundância
da colheita e quer ter ceifeiros. A palavra de Deus nunca falha. É espada de dois
gumes nas mãos de quem a usa».

D- Reflexão em conjunto
Senti, alguma vez, o chamamento à vida religiosa? Sinto-me disposto a escutar e a
responder ao chamamento do Senhor?
À luz desta reflexão, que opinião tenho das pessoas consagradas que conheço: pa-
dres, religiosos, religiosas…?

E- Cântico

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