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INTRODUÇÃO

O sistema único de saúde é um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo. Ele
abrange desde o simples atendimento ambulatorial até o transplante de órgão,
garantindo acesso universal, integral e gratuito para toda a população do país.

O sistema único de saúde foi criado em 1988, pela constituição federal brasileira, para
ser o sistema de saúde de todos o brasileiro. Além de oferecer consultas, exames e
internações, o sistema também promove campanhas de vacinação e ações de
prevenção e de vigilância sanitária: como fiscalização de alimentos e registro de
medicamentos, atingindo, assim, a vida de cada um dos brasileiros.

Antes da criação do SUS, que completou 20 anos em 2008, a saúde não era
considerada um direito social. O modelo de saúde adotado até então dividia os
brasileiros em três categorias: os que podiam pagar por serviços de saúde privados; os
que tinham direito à saúde pública por serem segurados pela previdência social
(trabalhadores com carteira assinada); e os que não possuía direito algum. Assim, o
SUS foi criado para oferecer atendimento igualitário e cuidar e promover a saúde de
toda a população. O Sistema constitui um projeto social único que se materializa por
meio de ações de promoção, prevenção e assistência à saúde dos brasileiros.

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Histórico

Antes da criação do Sistema Único de Saúde (SUS), à assistência de saúde no país


tinha uma estreita vinculação com as atividades previdenciárias, e o caráter contributivo
do sistema gerava uma divisão da população brasileira em dois grandes grupos:
previdenciários e não previdenciários.

Essa divisão, profundamente injusta dividia a população em cidadãos de 1ª e 2ª classe.


Os de 1ª classe representados pelos contribuintes da previdência, tinham, mesmo com
as dificuldades do sistema, um acesso mais amplo de assistência a saúde, dispondo de
uma rede de serviços e prestadores de serviços ambulatoriais e hospitalares providos
pela previdência social por meio do INAMPS. Os de 2ª classe, representados pelo
restante da população brasileira, os não previdenciários, tinham um acesso bastante
limitado a assistência a saúde, normalmente restrito as ações dos poucos hospitais
públicos e as atividades filantrópicas de determinadas entidades assistenciais.

Esta lógica de estruturação e financiamento das atividades de atenção e assistência a


saúde, alem das evidentes descriminações delas decorrentes, determinavam uma
lógica de divisão de papeis e competências dos diversos órgãos públicos envolvidos
com a questão da saúde.

Dessa forma, o ministério da Saúde (MS) e as secretarias de saúde dos estados e


municípios desenvolviam, fundamentalmente, ações de promoção da saúde e
prevenção de doenças, com destaque para as campanhas de vacinação e controle de
endemia. A atuação desses entes públicos na prestação de assistência a saúde era
bastante limitada, restringindo-se as ações desenvolvidas por alguns poucos hospitais
próprios e pela fundação de serviços especiais de saúde publica (FSESP) e dirigidas a
população não previdenciária os chamados indigentes. Estes indigentes tinham ainda,
por uma atividade caritativa, acesso a serviços assistenciais de saúde prestados por
instituições de caráter filantrópico como as chamadas Santas Casas.

Já na assistência a saúde, a grande atuação do poder público se dava pela Previdência


Social , inicialmente Instituto nacional de Previdência Social (INPS) e depois pelo

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Instituto Nacional de Assistência Medica da Previdência Social (INAMPS), que tinham
um caráter contributivo, ou seja, beneficiavam apenas os trabalhadores formais, com
“carteira assinada”, e seus dependentes. Não havia, portanto, caráter universal na
atuação desta autarquia.

Toda esta situação, a desarticulação dos serviços de saúde então existente e os


evidentes prejuízos a saúde da população decorrente do modelo vigente naquela
época, começou gerar no seio da comunidade de profissionais da saúde, de
sanitaristas e da própria sociedade brasileira, um movimento na direção de uma
reforma sanitarista e de uma transformação dos paradigmas do sistema de saúde.
Dentro deste processo e como prenuncio das profundas mudanças que estavam por vir,
o INAMPS adotou uma serie de medidas que aproximavam sua ação de uma cobertura
universal de clientela, dentre as quais se destaca o fim da exigência da carteira do
INAMPS para o atendimento nos hospitais próprios e conveniados da rede publica.

Esse processo evoluiu com a instituição do Sistema Unificado e Descentralizado de


Saúde (SUDS), implementado por meio da celebração de convênios entre o INAMPS e
os governos estaduais. Na verdade, o SUDS já era uma tentativa de se fazer o SUS
ainda sem as necessárias definições constitucionais e de uma lei complementar. Como
sua implementação se dava por meio da celebração de convenio, a participação da
Secretaria Estadual de Saúde, ou seja, do Governo do Estado, era opcional. Caso o
Estado não concordasse em participar do SUDS, o INAMPS continuaria executando
suas funções. Se por um lado, isto significou um grande avanço, principalmente pelo
fato de iniciar um sistema de saúde de caráter universal, por outro lado, parece ter
criado uma certa confusão entre SUDS e SUS, que viria logo a seguir, e de
entendimento sobre as verdadeiras regras legais que constituem o SUS.

Por fim, todo esse processo culminou com a criação do SUS e a consagração de seus
princípios e diretrizes na Constituição Federal, 5 de Outubro de 1988 e em toda a
legislação que regulamenta o sistema. Vivemos hoje um processo de consolidação do
SUS. Embora co inúmeros avanços ocorridos nos últimos anos, existem ainda grandes
desafios a serem enfrentados por todos os gestores do SUS para tornar todos os
princípios.

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Conceito

O Sistema Único de Saúde, SUS, é formado pelo conjunto de todas as ações e serviços
de saúde prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais,
da administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo poder público. A
iniciativa privada é permitida participar desse sistema de maneira complementar.

Na verdade, o SUS representa a materialização de uma nova concepção de saúde em


nosso país. Antes a saúde era entendida como o estado de não doença, o que fazia
com que apenas os pequenos efeitos fossem remediados. Mas essa teoria caiu por
terra, dando lugar a uma nova concepção, voltada para a prevenção dos agravos e na
promoção da saúde. A saúde passou a ser relacionada com a qualidade de vida da
população.

Financiamento do SUS

O financiamento do SUS está previsto em lei, tanto na Constituição federam como na


lei orgânica da saúde, que reúne as leis 8.080 e 8.142 de 1990. de forma geral, a lei
prevê as fontes de financiamento, os percentuais a serem gastos em saúde, e inclusive,
a forma de divisão e repasse dos recursos entre as esferas do governo.

A constituição federal afirma no artigo 195, que a seguridade social será financiada por
toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos
provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios. A responsabilidade pelo financiamento do SUS é das três esferas de
governo.

O artigo 55, do ato das disposições transitórias, não deixa duvida sobre o montante da
seguridade social a ser gasto em saúde: “ até que seja aprovada a lei de diretrizes
orçamentária, 30 por cento, no mínimo, do orçamento da seguridade social, excluído o
seguro – desemprego, serão destinados ao setor da saúde. Este percentual valia
para o ano de1989, cuja Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) já estava
elaborada.Nos anos seguintes, ou seja, de 1990 a 1993 ficou mantido o
percentual de 30% nas respectivas leis orçamentárias federais, mas, ainda

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que constasse, esse percentual foi descumprido. A situação piorou a partir de
1994 quando esse percentual deixou de ser citado na LDO.

A lei 8.080 regulamenta as políticas de saúde definidas na Constituição


Federal. Essa lei foi promulgada apenas após uma incansável mobilização de
setores organizados da sociedade. O governo da época, representado por
Fernando Collor, resistiu ao caráter de descentralizador dessa lei e vetou
diversos artigos, especialmente os que dizem respeito aos recursos e a
participação da comunidade nas deliberações da saúde. A população se
reuniu novamente e criou a lei 8.142 que trata especificamente da
participação da comunidade na gestão do SUS e da transferência de recursos
para a saúde entre as esferas de governo.

Como a constituição Federal atribui a LDO o papel de definir o montante a ser


gasto com a saúde, a lei 8.080 não pode estabelecer um valor mínimo para
ser destinada a saúde. Então o artigo 35 da lei 8.080 definiu o seguinte: “
que a metade dos recursos destinados a estados e municípios será
distribuído segundo o seu quociente de sua divisão pelo numero de
habitantes, independente de procedimentos prévios. Mas durante quase toda
a década de 90, a transferência de recursos se dava por serviços prestados,
mediante apresentação de faturas. A partir de 1998 redefiniu-se essa pratica
e adotou-se a exigida pela lei 8.080, onde adotou-se o repasse através dos
seguintes critérios: de um valor per capitã mínimo, fundo a fundo, criou-se
então o Piso Assistencial Básico (PAB), com uma parte fixa por numero de
habitantes e outra variável, por adesão a programas, contudo esta mudança
está sendo lenta e ainda hoje existem dezenas de formas de repasse por
adesão a programas específicos.

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Funcionamento do SUS

O funcionamento do SUS muitas vezes é criticado como sendo um sistema defasado e


sem recursos, mas devemos levar em consideração que o SUS quando idealizado para
ser colocado em prática foi elaborado com uma legislação que beneficiasse a toda a
população independente de raça, crenças, cor, classe social, local de moradia, a ele
todos tem direito. Para atender essas exigências existem os seus objetivos e
princípios,.

Objetivos:

A identificação e divulgação dos fatores condicionantes de saúde, a formulação de


política de saúde destinada a garantir que a saúde seja direito do cidadão e dever do
estado, a assistência de pessoas, por intermédio de proteção, promoção e recuperação
da saúde.

Estão inclusas ainda nos objetivos do SUS as execuções de ações de:

Vigilância sanitária

Vigilância epidemiológica

Saúde do trabalhador

Assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica.

Princípios

As ações citadas anteriormente devem seguir os seguintes princípios:

Universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência,


integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e continuo das ações
de serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em
todos os níveis de complexidade do sistema.

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Igualdade da assistência à saúde: sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie.
Equidade que visa respeitar as desigualdades priorizando os mais vulneráveis e
necessidade de trabalho.

Controle social com a participação da comunidade no repasse de recursos entre as


esferas de governo

Resolutividade: dos problemas apresentados pelos usuários, independente do nível d


complexidade.

Descentralização que consiste na municipalização, regionalização, hierarquização


referencia e contra – referencia.

Intersetorialidade que é uma estratégia dos municípios saudáveis: ciclovias,


conservação de mananciais, participação e compromisso da industria, pastoral,
comercio, rotar, entre outros.

Racionalidade: que consiste na utilização de avanços tecnológicos para a solicitação de


exames e procedimentos desnecessários.

Mesmo com uma teoria tão complexa, o SUS ainda não atende as demandas da
população isto porque, a ineficácia muitas vezes ocorre por falta de vontade ou mesmo
por falta de conhecimento de aspectos que são fundamentados para a gestão, para a
organização e êxito do sistema. Porem o principal problema da ineficácia do sistema
consiste nas falcatruas praticadas por muitos dos que atuam do SUS. Falcatruas estas
que perpassam os gestores, quando adotam o apadrinhamento político em vez de
investir os recursos conforme as necessidades a população, quando coletam
assinaturas dos usuários e cobram do SUS procedimentos não realizados, quando
cobram exames desnecessários, simplesmente porque são favorecidos pelo laboratório
que os realiza, ou quando não cumprem a carga horária contratada, contribuindo para a
formação de filas desnecessárias. As falcatruas também perpassam usuários, quando
se omitem ou consentem com essa forma de tratar o recurso publico ou mesmo quando
usam remédios ou serviços de forma desproporcional e sem real necessidade.

Outra questão que devemos enfatizar quanto a ineficácia do sistema é o desvio de


recursos financeiros do SUS, para a manutenção de entidades filantrópicas que em

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parceria também prestam serviços ao SUS, isso ocorre de diversas maneiras: quando
hospitais universitários, atendem pacientes de planos particulares, quando é concedido
renuncia ou isenção fiscal as operadoras de planos e cooperativas de saúde, quando é
abatido no imposto de renda o gasto com pagamento de planos privados, quando o
próprio governo paga planos para os funcionários públicos.

Diante dos problemas que resultam na ineficácia do funcionamento do Sistema único


de saúde, precisamos voltar nossa atenção aos desafios a enfrentar. E o maior de
todos parece ser fazer funcionar a legislação da saúde, enquanto, usuários do sistema,
estudantes, e até mesmo funcionários públicos, em todas as esferas de governo.

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CONCLUSÃO

Podemos considerar o Sistema Único de Saúde, como um dos sistemas mais ousados
em vigências em nosso país. Ousado porque desde a sua criação, na VIII conferência
nacional de saúde, em 5 de Outubro de 1988, o Sistema Único de Saúde, vem
enfrentando diversos desafios para a realização de sua prática, conforme a sua
legislação. No ano de 2008 o Sistema Único de Saúde completou 20 anos de sua
existência, em assistências de baixas altas complexidades, voltados para prevenção,
promoção e recuperação da saúde de inúmeros usuários em todos o país, nesmo
assim o sistema ainda não está consolidado como um serviço de excelência em saúde,
devido a diversos fatores que engloba, gestores, funcionários em geral e até mesmo a
própria sociedade.

Devemos ressaltar também que não é apenas o Sistema Único de Saúde que irá
melhorar a qualidade da saúde da população brasileira. Saúde é o bem – estar social,
físico e psicológico, itens estes que deixa a desejar, principalmente no quesito social,
pois o nosso país apresenta diversas desigualdades sociais, contribuindo para os
agravos de saúde da população.

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Antecedentes do Sus, Apostila do Conass - Conselho Nacional de Secretários de


Saude, disponível em:
www.conass.org.br/admin/arqurivos/pacto%20federativo%20%livro.pdf. Acesso em
10/04/2009 as 16:30: 30.

Financiamento do SUS, Cartilha do portal da Secretaria da Saúde do Estado de


Alagoas, disponível em:
www.saude.al.gov.br/files/pactopelasaude/manuais/cartilha_financiamento_do_SUS_a_l
uta.pdf, Acesso em 11/04/2009 as 15:30:30

O que é SUS, Noticia do site da Prefeitura de Foz do Iguaçu, disponível em:


http://www2.fozdoiguacu.pr.gov.br/portal2/flash/. A cesso em 15/04/2009 as 21:30: 30

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