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COASTWATCH EUROPE

Relatório da Campanha Coastwatch 2008/09: Um Olhar sobre a Biodiversidade

Toda a tarde a pensar no meu destino,

E o rio, com mais água ou menos,

Sossegado a correr

Num areal que o nega!

Que lhe importa que o chão do seu caminho

Seja seco e maninho,

Se ele é uma eterna fonte que se entrega?!

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Miguel Torga in Diário VI

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Relatório da Campanha Coastwatch 2008/09: Um Olhar sobre a Biodiversidade

A GRADECIMENTOS

"Um homem caminhava pela praia quando se deparou com um


banco de areia onde milhares de estrelas-do-mar tinham vindo com
a maré. Um pouco mais à frente viu uma jovem rapariga que pegava
nas estrelas-do-mar, uma de cada vez e as atirava de novo para o
vasto oceano. "Rapariguinha tonta" exclamou um homem. "Não vês
que não consegues salvar as estrelas-do-mar? são demasiadas. " A
rapariga sorriu e disse."Eu sei... mas posso salvar esta" e atirou-a
para o oceano. "... E posso salvar esta "atirando a estrela-do-mar"...e
mais esta..."

Porque acredito que, embora a diferentes escalas, cada um de nós


pode dar o nosso contributo para salvar a biodiversidade grata a
todos os que contribuíram para a concretização da 19ª Campanha.
De uma forma mais ou menos activa, mais ou menos directa ao
“olharem para a biodiversidade” contribuíram para a sua
conservação.

Um agradecimento especial à Adelaide Ferreira sempre imparável e


disponível para ajudar, à Sónia Borges pelo seu contributo no

3
capítulo “Sobre Biodiversidade” e ao José Pereira Lopes pelo seu

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empenho na produção de cartografia em SIG.

Obrigada!
Até à 20ª Campanha
“Coastwatch: 20 anos a olhar pelo litoral”
Lurdes Soares
Coordenadora Nacional Coastwatch

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1. P REFÁCIO
O Coastwatch, sempre de olho no litoral, desafiou este ano os seus participantes a lançarem
um olhar mais atento sobre a biodiversidade.

O conceito de diversidade biológica – ou biodiversidade – é, ao mesmo tempo, difícil de definir


e extraordinariamente vasto e abrangente, englobando toda a variedade de formas que a vida
assume, em todos os seus níveis de complexidade, desde o gene até aos ecossistemas (no
limite, à biosfera).

Por onde começar então?

Na zona intertidal1 de uma praia rochosa observa-se facilmente uma grande variedade de
animais, entre crustáceos (camarões, caranguejos, cracas, percebes), moluscos (mexilhões e
outros bivalves, vários búzios, polvos, chocos), minhocas de diferentes tamanhos e cores,
esponjas, cnidários (anémonas e penas-do-mar), equinodermes (estrelas-, ouriços- e pepinos-
do-mar), para referir apenas os mais evidentes. Também as praias sedimentares (de areia e
vasa), que podem, à primeira vista, parecer desertos onde salta uma ocasional pulga-do-mar,
albergam dezenas a centenas de espécies de animais no seio do sedimento. Depois, há as
plantas: algas verdes, vermelhas e castanhas, de muitas formas e tamanhos, uma enorme
variedade de plantas que florescem nos sapais e dunas, sem esquecer as ervas-marinhas,
plantas com flor que vivem na água salgada. Também os líquenes estão presentes, com formas
mais discretas, que fazem pensar em rocha suja, ou mais exuberantes, formando pequenos
tufos de cores variadas.

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No cômputo da biodiversidade no litoral, há ainda que incluir todos os peixes, aves e os
ocasionais mamíferos que visitam a praia e, para concluir o inventário, não se podem deixar de
fora incontáveis espécies de fungos, bactérias e vírus que povoam estes ambientes e/ou os
organismos que deles fazem o seu lar. Falámos só de espécies e já o número é, pelo menos, da
ordem dos milhares. Considerando que cada espécie é ainda a súmula da variabilidade de

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Definida no questionário do Coastwatch como a “Zona entre as linhas normais da maré cheia e da maré vazia”.

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todos os seus genes, nas suas infinitas combinações, que permitem aos indivíduos adaptarem-
se, melhor ou pior, aos ambientes que ocupam2, o número de diferentes formas vivas numa
dada área – a sua biodiversidade total – aumenta, provavelmente, de várias ordens de
grandeza. Deve-se ainda ter em conta a unicidade de cada ambiente, de cada praia, de cada
zona costeira. Por muito semelhantes que pareçam à primeira vista, em cada local há uma
combinação única de condições ambientais e de organismos, o que faz com que não haja,
verdadeiramente, duas comunidades iguais.

Na “zona terrestre contígua”, para onde o questionário do Coastwatch nos pede que olhemos
também, encontramos, para além de tudo o mais, um mamífero hominídeo altamente
modificador do seu ambiente. Mesmo nesta era da globalização e da normalização, ainda
assim conseguimos encontrar especificidades locais, antropológicas e sociais, que constituem a
identidade particular de cada comunidade humana costeira, mesmo nas mais
descaracterizadas. E, porque somos parte integrante da comunidade costeira, a diversidade de
hábitos, práticas e vivências humanas na e com a costa é também mais um aspecto da
biodiversidade litoral.

Porém, tanto o litoral como a biodiversidade estão, em muitos casos e cada vez mais, em
erosão. Se da erosão litoral se fala já amiúde (sem por isso se encontrarem, em demasiados
casos, respostas viáveis e sustentáveis para os problemas), já a erosão da biodiversidade é
frequentemente esquecida. No entanto, também a biodiversidade litoral se encontra em
erosão, ameaçada, entre outros aspectos, pela introdução de espécies exóticas que se

5
sobrepõem às autóctones ou pela artificialização de longos troços da costa, mas também, no

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que diz respeito à componente humana, pela desvalorização e perda de conhecimentos e
práticas ancestrais de utilização e ocupação sustentada do litoral – da cultura costeira.

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Na zona intertidal os organismos estão adaptados a duras condições ambientais, com variações extremas (cíclicas e
esporádicas) do grau de humectação (imersão/emersão), salinidade, temperatura, embate da agitação e de sedimento
em suspensão, etc.

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Ao longo desta campanha e enquanto monitorizávamos o litoral vimos, tal como em anos
anteriores, que continua pejado de todo o tipo de resíduos, que se continua teimosamente a
tentar estabilizá-lo, apesar de sabermos como é inerente e necessariamente dinâmico, e que
continuamos paulatinamente a depauperá-lo.

O que aprendemos então de novo ao longo desta campanha? Claro que a resposta será
diferente para cada um dos participantes do Coastwatch mas, ao lançarmos um novo e mais
profundo olhar sobre a biodiversidade, certamente que cada um de nós passou a conhecer
melhor aquilo que torna única a praia, ria ou poça, em suma, aquele pedaço da costa de que
tanto gostamos e a que chamamos “nosso”. Dessa forma, tornámo-nos cidadãos costeiros
mais informados e, quem sabe, mais pró-activos na defesa do nosso litoral.

Maria Adelaide Ferreira (m.adelaide.o.ferreira@gmail.com ) 3

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Mestre em Ecologia Marinha; Investigadora do Laboratório Marítimo da Guia – Instituto do
Mar

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2. I NTRODUÇÃO
“Nos últimos 50 anos, o homem modificou os ecossistemas mais rápida e extensivamente que
em qualquer intervalo de tempo equivalente na história da humanidade, em geral para suprir
rapidamente a procura crescente por alimentos água pura, madeira, fibras e combustível”
(Millennium Ecosystem Assessment, 2005:17).

Os ecossistemas costeiros são de uma extrema fragilidade, na medida em que sofrem uma
enorme pressão, consequência das actividades desenvolvidas ao longo do litoral, concentradas
numa estreita faixa. Grosso modo cada uma destas actividades (turismo, infra-estruturas de
transporte, desenvolvimento da aquacultura, sobrepesca, entre outros), per si, é já detentora
de um impacte considerável, num todo o resultado tem sido, em alguns casos, desastroso para
o elo mais frágil: os ecossistemas

Porém, de acordo com o Relatório Millennium Ecosystem Assessment (2005), a poluição por
nitratos e fosfatos, pelo uso exagerado de pesticidas e fertilizantes agrícolas e ainda dos
efluentes provenientes da actividade pecuária e industrial é responsável pela perda
incomensurável da biodiversidade costeira.

Aliado a tudo isto surgem ainda os impactos das alterações climáticas que muito embora não
sejam a causa mais devastadora, têm um impacto considerável.

Tendo consciência que a biodiversidade está cada vez mais ameaçada e os perigos da sua
perda e extinção de diversas espécies será catastrófico a médio e longo prazo, a campanha
Coastwatch 2008/09 foi dedicada à Biodiversidade. Pretendia-se que os participantes se

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debruçassem, com um olhar de observador, sobre a biodiversidade dos ecossistemas costeiros
que os rodeiam e que fazem parte do objecto de estudo do Projecto. Assim, seria mais fácil
compreender as consequências da sua perda e a importância da sua conservação.

Por conseguinte, após esta experiência com a sensibilização em ecossistemas costeiros,


acredita-se que, para alguns, a preocupação com os ecossistemas gerais poderá ocorrer

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instintivamente. E este é se dúvida um aspecto que está incluindo nos objectos do Projecto
Coastwatch: Sensibilizar e desenvolver hábitos de cidadania ambiental.

“Coastwatch: Um olhar sobre a biodiversidade”, pretendeu, primeiro que tudo despertar este
“olhar”, para que o apontar das causas e consequências da perda de biodiversidade fizessem
sentido. Coube, à posteriori, a cada um, participante independente, grupo ou aluno, docente
ou técnico, aprofundar o tema e compreender que existem causas directas e indirectas que
influenciam as actividades humanas e que o resultado é um estrondoso impacto sobre a
biodiversidade.

Lançou-se o desafio de cada um nos transmitir o seu olhar sobre a biodiversidade. Nesse
sentido, este relatório é composto por muitas fotografias, testemunho deste olhar de muitos
de entre os mais de 5000 participantes. No Relatório Regional está publicado o contributo de
todos os envolvidos na campanha e que nos fizeram chegar o seu testemunho.

O tema da biodiversidade não se esgota numa campanha, todavia o Coastwatch “plantou a


semente”; estamos convictos que se alertou e sensibilizou para esta questão. O resto cabe a
cada um dos envolvidos continuar a olhar e a cuidar pelo que a natureza nos deus.

A Natureza faz muito, cabe ao Homem fazer a sua quota-parte pela preservação e
conservação.

E, porque o Coastwatch faz 20 anos, a próxima campanha será intitulada “20 anos a olhar pelo
litoral”. O tema é vasto e permite diferentes abordagens.

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3. S OBRE A B IODIVERSIDADE
Este capítulo foi elaborado em colaboração com a Sónia Borges, estagiária no
Projecto Coastwatch do Mestrado em Gestão do Território na especialização
de Ambiente e Recursos Naturais, no âmbito do protocolo entre a FCSH-UNL e
o GEOTA

Actualmente a biodiversidade é um tema muito debatido – consequência da consciência


colectiva da velocidade a que se perdem espécies e da urgente necessidade de tomar medidas
com vista à sua conservação – contudo, esta é uma questão que há muito vem a ser alertada
pela comunidade internacional e debatida nas conferências sobre ambiente e sustentabilidade.

“A conservação da diversidade biológica e a utilização sustentável dos seus componentes não é


um tema novo nas agendas diplomáticas. Esta relação foi realçada pela primeira vez em Junho
de 1972 durante a Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente Humano, em Estocolmo, e a
primeira sessão do Conselho Governamental para o novo Programa das Nações Unidas para o
Ambiente (1973) identificou a "conservação da natureza, da vida selvagem e dos recursos
genéticos" como uma área prioritária. O aumento da preocupação da comunidade
internacional em relação à perda crescente e sem precedentes da diversidade biológica levou à
criação de um instrumento vinculativo legal, com o objectivo de inverter esta situação
alarmante. As negociações foram fortemente influenciadas pelo crescente reconhecimento, por
parte de todos os países, da necessidade de uma partilha justa e equitativa dos benefícios
provenientes da utilização dos recursos genéticos. De todo este processo resultou a Convenção

9
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sobre a Diversidade Biológica (CDB).4

A CDB5 foi assinada em 1992 na Convenção do Rio por 175 países e ratificada por 168. No
Artigo 2º pode ler-se: "Diversidade biológica significa a variabilidade entre os organismos vivos

4
http://portal.icnb.pt – visitado em 24 de Abril de 2009
5
Convenção sobre Diversidade Biológica (CBD) – É constituída por 42 artigos que estabelecem um
programa para reconciliar o desenvolvimento económico com a necessidade de preservar todos os
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de todas as origens, incluindo, inter alia, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros


ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos dos quais fazem parte; compreende a
diversidade dentro de cada espécie, entre as espécies e dos ecossistemas” (Artigo 2.º do DL nº
2/1992, de 5 de Junho).

Desde então, o valor dado à biodiversidade foi adquirindo ênfase, não só no seio da
comunidade científica e política mas também junto da população em geral, fruto de uma maior
divulgação desta temática e de uma tomada de consciência que a perda de biodiversidade era
um facto. O aumento do conhecimento destas matérias por parte da população em geral é um
passo fundamental para uma maior participação pública, intervindo activamente na resolução
dos problemas.

Com a CDB a conservação da diversidade biológica torna-se mais abrangente, aliando a


necessidade de protecção com o desenvolvimento e a responsabilidade partilhada;
suspendendo o seu carácter meramente de preocupação com a protecção das espécies e
ecossistemas. “Reconhece-se assim que a conservação da diversidade biológica é uma
preocupação comum da Humanidade e parte integrante do processo do desenvolvimento
económico e social”6

Muito embora o conceito de diversidade biológica seja usado para descrever o número e a
variedade dos organismos de uma forma geral, podemos entendê-lo como a “história biológica
da terra”, resultante de mais de 3000 milhões de anos de evolução.

10
Conquanto o número de espécies actualmente existente no nosso planeta seja desconhecido,

Página
cientistas identificaram até á data cerca de 1,7 milhões, sendo que o máximo é apontando
para 100 milhões de espécies. Proporcionalmente é como se o universo biológico fosse
“desconhecido” (Tabela 1).

aspectos da diversidade biológica. Defende três objectivos fundamentais: a conservação da diversidade


biológica; utilização das componentes da biodiversidade; e partilha justa e equitativa dos benefícios que
advêm da utilização dos recursos genéticos.
6
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T ABELA 1: SERES VIVOS AINDA ESTÃO POR IDENTIFICAR (E XEMPLOS )


Espécies conhecidas Espécies estimadas % Espécies conhecidas
Vertebrados 52.000 55.00 95%
Plantas 270.000 320.000 84%
Insectos 950.000 8.000.000 12%
Fungos 72.00 1.500.000 5%
Bactérias 4.000 1.000.000 0,40%
Fonte: Adaptado (Garcia, 2006: 132) - (Sónia Borges)
Desde a sua existência, o Homem tem sido um devastador do meio natural, atitude essa que o
responsabiliza pela actual taxa de extinção de espécies e da rápida destruição do ambiente. (…)
Nos últimos 50 anos, o Homem modificou os ecossistemas mais rápida e extensivamente que
em qualquer intervalo de tempo equivalente na história da humanidade, em geral para suprir
rapidamente a procura crescente por alimentos água pura, madeira, fibras e combustível”
(AM, 2005: 17)·

Especialistas afirmam que o problema da excessiva degradação da biodiversidade, ao longo do


tempo, tem origem na errada percepção dos decisores de políticas económicas sobre a real
importância dos valores associados à biodiversidade e à conservação dos ecossistemas
(Miguel, J : 2008). Neste sentido, Myers refere algumas das razões existentes para manter uma
alta biodiversidade (Myers, 1981) - (tabela 2).
T ABELA 2: R AZÕES PARA MANTER A BIODIVERSIDADE
Permitir a continuação dos processos evolutivos
Salvaguardar o papel que os ecossistemas desempenham na regulação do equilíbrio da
biosfera, particularmente na manutenção das estabilidades climáticas local, regional, e mesmo

11
global
Salvaguardar os recursos aquíferos – evitando as inundações e a erosão do solo, e

Página
mantendo as reservas
Garantir a existência de organismos que possam ser objecto de investigação;
Garantir a existência de ecossistemas que possam servir de exemplos de estudo;
Assegurar o fornecimento de materiais com utilização, por exemplo, na construção e na
alimentação;
Conservar bancos de genes para utilização futura pelo homem
Garantir a existência de áreas selvagens para fins de educação e de recreio
Proporcionar lucros gerados pelo turismo
Fonte: Adaptado de Myers, 1981:141-54
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Independentemente do pressuposto que está por trás de cada razão (utilitário, filosófico, ou
outro) a perda de biodiversidade que se regista actualmente é bastante acelerada,
desaparecendo, cerca de 27 000 espécies por ano (Wilson: 1992).

A Conservation International (CI)7 fundada em 1987 é uma importante entidade, de entre


muitas outras, que se tem esforçado para preservar áreas onde a biodiversidade está
ameaçada. Como missão a CI pretende “conservar a biodiversidade do planeta e demonstrar
que as sociedades humanas podem viver em harmonia com a natureza”

Numa tentativa de enfrentar este grande desafio a Conservation International desenvolveu um


modelo a que denominou “estratégia dos Hotspots8”. Seleccionou 25 pontos correspondentes
às 25 regiões mais ricas e ameaçadas do mundo e lançou uma campanha mundial para
proteger estes Hotspots, segundo os responsáveis esta atitude permite-lhes contribuir para
salvar mais de 60% de toda a diversidade da vida da Terra.

Segundo, Myers, tendo em conta que os conservacionistas estão longe de poder salvar todas
as espécies ameaçadas, até porque economicamente tal era incomportável, a escolha destes
25 pontos críticos tem patente que a biodiversidade não está igualmente distribuída pelo
planeta, sendo que cerca de 60% de todas as espécies de plantas e animais estão concentradas
em apenas 1,4% da superfície terrestre.

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7
http://www.conservation.org. Visitado em 25 de Abril de 2009

Página
8
O conceito dos Hotspots foi criado em 1988 por Norman Myers que estabeleceu 10 áreas
críticas para a conservação em todo o mundo. Esta estratégia foi adoptada pela Conservation
International para estabelecer prioridades nos seus programas de conservação, assim como
pela John D. & Catherine T MacArthur Foundation. Em 1996, um novo estudo liderado pelo Dr.
Russell A. Mittermeier, presidente da Conservation International, aperfeiçoou a teoria inicial de
Myers, identificando 17 Hotspots. Estudos mais recentes, conduzidos com a contribuição de
mais de100 especialistas, ampliaram e actualizaram esta abordagem. Após quatro anos de
análises, o grupo de cientistas estabeleceu os 25 Hotspots actuais. In
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Essa abordagem dá prioridade às acções nas áreas mais ricas - como os Andes Tropicais,
Madagáscar, Indonésia, entre outros - protegendo espécies em extinção e mantendo o amplo
espectro de vida no planeta Os critérios mais importantes na definição de Hotspots é a
existência de espécies endémicas e o grau de ameaça ao ecossistema, sendo consideradas
como Hotspots, as bioregiões onde 75% ou mais da vegetação original tenha sido destruída.
Muitas áreas mantém apenas 3 a 8% do que existia inicialmente, como a Mata Atlântica, que
hoje guarda entre 7 a 8% de sua extensão original (Myers, 2000) (figura 1).

F IGURA 1: 25 HOTSPOTS . A S EXTENSÕES DOS HOTSPOTS INCLUEM 30 ± 3% DAS ÁREAS A VERMELHO . F ONTE : B IODIVERSITY
HOTSPOTS FORCONSERVA TION PRIORITIES , M YERS 2000

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A distribuição da diversidade e endemismos de plantas pelos 25 hotspots pode ser observada


na tabela 3.
T ABELA 3: D ISTRIBUIÇÃO DOS 25 H OTSPOTS

14
Fonte: Hotspots: http://www.biodiversityhotspots.org

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De acordo com o MA, cerca de dois terços dos serviços ecossistémicos à escala global
encontram-se em declínio, incluindo o abastecimento de água doce, a produção de pesca
marinha, o número e a qualidade de locais de valor espiritual e religioso, a capacidade da
atmosfera se auto-purificar, eliminando poluentes, a regulação de desastres naturais, a
polinização, e a capacidade dos ecossistemas agrícolas de controlar pragas.

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O mesmo estudo evidenciou que os ecossistemas da Europa, comparativamente com os


ecossistemas dos restantes continentes, registam uma maior fragmentação, ou seja, aqueles
em que a redução da biodiversidade induzida pelas actividades humanas foi mais grave,
afectando numerosas espécies e diferentes tipos de habitats, como é o caso das zonas
húmidas costeiras.

Os especialistas do MA
afirmam, ainda, que o
planeta perdeu a maior
parte das zonas húmidas e
terras agrícolas de elevado
valor natural, e que
muitos dos ecossistemas
marinhos e costeiros
encontram-se degradados,
compreendendo reduções
significativas de
populações e mesmo F IGURA 2: Í NDICE P LANETA V IVO MOSTRA AS TENDÊNCIAS MÉDIAS DE POPULAÇÃO DE
ESPÉCIES TERRESTRES , DE ÁGUA DOCE , E MARINHAS EM TODO O MUNDO . F ONTE :
extinções (Figura 2). UNEP, (2006:25)

Em Portugal, mais de 19% dos anfíbios, 26% dos mamíferos, 32% dois répteis e 38% das aves
encontram-se, actualmente, ameaçados de extinção.

15
Segundo as pesquisas levadas a cabo por cientistas da UNEP9, desaparecem, por dia, entre 50 a

Página
100 espécies. Previsões dramáticas apontam que até meados deste século desaparecerão 2
milhões de espécies de animais e 60.000 espécies vegetais (ALLÉGRE, 1996).

9
As Nações Unidas, através do Programa Nações Unidas para o Ambiente (UNEP), expõem a
problemática da perda da diversidade biológica.
9
in DRAOT-N, 2002
9
In Gestão e Ordenamento das Actividades Litorâneas (2006) – 1º Seminário- Academia da
Marinha.
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Os programas de trabalho da Convenção sobre Biodiversidade reconhecem cinco ameaças


principais responsáveis pelo declínio da biodiversidade: espécies exóticas invasoras, mudanças
climáticas, carga de nutrientes e poluição, modificação de habitats e sobre-exploração.

Se a nível global a ameaça sobre a biodiversidade é intensa, nas áreas costeiras esta encontra-
se fortemente fragilizada. Intrinsecamente ligada às elevadas densidades populacionais,
concentram-se as actividades económicas, infra-estruturas de transporte, estando ainda
sujeitas a grandes pressões turísticas, “No que respeita aos ecossistemas costeiros e marinhos,
não existem dúvidas da magnitude dos impactos da acção humana no litoral, já que estas são
as áreas com maior densidade populacional, albergando cerca de 80% da população mundial
em apenas 500 000 km de comprimento” (Andrade, 1997).

Segundo Gonçalves, os sinais de alarme, indicadores de que temos um grave problema entre
mãos são variadíssimos: a diminuição da abundância de muitas espécies com interesse
comercial (ex, bacalhau, espadarte, atuns etc.); o aumento dos fenómenos de poluição
costeira; eutrofização; a erosão costeira acelerada provocada essencialmente pela retenção de
sedimentos nas barragens, pela construção de pontões, esporões e outras obras no litoral, e
pelo aumento do nível do mar; as alterações irreversíveis de muitos ecossistemas costeiros
devido à sua devastação por artes de pesca destrutivas; as alterações faunísticas induzidas
pelas alterações climáticas etc. (Gonçalves, 2006).

Embora os dados do Millenium Ecosystem Assessment pareçam subestimar um pouco o


impacto das alterações climáticas na perda de biodiversidade comparativamente com as

16
restantes, no caso dos ecossistemas costeiros o impacto das alterações climáticas é

Página
considerável; por exemplo na Europa vários estudos afirmam que a subida do nível do mar
originará uma migração das praias para o interior e perder-se-ão até 20% das zonas húmidas
costeiras, bem como muitos habitats de espécies que se reproduzem em zonas costeiras baixas
(National Geographic, 2008).

A título de exemplo refira-se o caso do Parque Natural Litoral Norte relativo ao grau de
exposição ao risco de recuo da costa. O PNLN é um habitat único – as Falésias com vegetação
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das costas Atlânticas e Bálticas, o estuário do rio Lima e uma importante área dunar fixa por
pinhais. Estudos levados a cabo por especialistas portugueses nestas matérias, concluíram que
o grau de exposição deste património natural ao risco de erosão é bastante elevado,
nomeadamente em 61% da costa do referido Parque, o que poderá levar à perda de espécies
relevantes e únicas em todo o país, resultante, entre outras, da perda das Dunas fixas
descalcificadas atlânticas (Pedrosa, 2007: 10-11).

Segundo o relatório português do Millennium Assessment, no nosso país, à semelhança do que


se regista a nível global, a biodiversidade dos ecossistemas costeiros e marinhos, apresentam
um cenário regular ou pobre e muito embora ambos seguirem a tendência de evolução de
deterioração, os ecossistemas costeiros registam uma situação mais crítica. Na sua origem
encontram-se as mesmas causas que fragilizam os ecossistemas à escala global.

As consequências da perda de biodiversidade nos ecossistemas costeiros podem ser


catastróficas para as comunidades costeiras, por exemplo, os danos causados por inundações e
tempestades podem aumentar drasticamente após a transformação de habitats marinhos
(interface marinha e terrestre) uma vez que a protecção natural fornecida por esse
ecossistema contra a acção das ondas, marés vivas e o escoamento de águas continentais fica
comprometida.

A preservação da biodiversidade diz respeito a todos, por isso importa investir na


informação/formação e sensibilização da população em geral reforçando a ideia que as
alterações na biodiversidade são globais e irreversíveis. Neste sentido o projecto Coastwatch

17
ao dedicar a sua 19ª campanha à biodiversidade, criou oportunidades com vista a este fim,

Página
conjugando uma série de acções: Observação da biodiversidade in situ , identificação de
espécies, debates, acções de sensibilização, participação pública, entre outras. Aspectos
claramente defendidos na CBD (artigo 8 e 9)10.

10
Artigo 8 – “Cada Parte Contratante deve, na medida do possível e conforme o caso: a)
“Estabelecer um sistema de áreas protegidas ou áreas onde medidas especiais precisem ser
tomadas para conservar a diversidade biológica”.

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Relatório da Campanha Coastwatch 2008/09: Um Olhar sobre a Biodiversidade

De acordo com o segundo Relatório relativo ao estado da biodiversidade “Panorama da


Biodiversidade Global 2“, são apontadas cinco abordagens principais para reduzir a
biodiversidade (Figura 3).

Consumo Sustentável:
Limitar o consumo excessivo de
energia, madeira e alimentos,
especialmente carne pelos
Proteger e restaurar sectores mais ricos da
ecossistemas críticos que Proteger áreas de alto
fornecem recursos para as sociedade ;
valor para a biodiversidade
pessoas pobres, permitem e aquelas que produzem
adaptações ás mudanças serviços ambientais
climáticas, e fornecem bens e essenciais
serviços ambientais;

Cessar a exploração
excessiva de recursos
selvagens, em particular
Agricultura sustentável e
a pesca excessiva e as
práticas destrutivas de Protecção da eficiente: Aprimorar a
eficiência do uso da terra, da
pesca. Expandir as áreas Biodiversidade água e dos nutrientes na
protegidas marinhas;
agricultura, incluído
Cessar o uso de espécies
aquicultura e monoculturas
e populações
ameaçadas;

F IGURA 3: A BORDAGENS PARA A PRESERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE (S ÓNIA B ORGES ). F ONTE : UNEP, P ANORAMA DA
B IODIVERSIDADE G LOBAL 2 (2006:68)

Crê-se que todos os esforços conjuntos poderão minimizar e, quiçá, travar a grande perda de
biodiversidade, pondo em prática os pressupostos do desenvolvimento sustentável: usufruir,
sem comprometer a possibilidade das gerações futuras satisfazer as suas próprias
necessidades.

18
Este é claramente um dos grandes desafios e paradigmas do século XXI. Que cada um de nós

Página
faça a sua parte!

Artigo 9 – c)”Adoptar medidas para a recuperação e regeneração de espécies ameaçadas e


para sua reintrodução no seu habitat natural em condições adequadas.”

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4. M ETODOLOGIA
A metodologia do projecto não difere de ano para ano, porém, existem ligeiras adaptações
para que cada campanha vá de encontro às necessidades das entidades e participantes
envolvidos.

Assim, na campanha 2008/09 em vez da tradicional Sessão de Abertura com formato de


Seminário, optou-se por realizar diversas Reuniões Técnicas em diferentes regiões do país,
sensibilizando e alertando para a biodiversidade de cada local e cada tipo de costa; num total
de sete reuniões - Moita, Albufeira, Peniche, Sintra, Angra do Heroísmo, Horta, Lages do Pico
Ponta Delgada, Ribeira Grande e Lagoa (Figuras 4 e 5).

F IGURA 4: O BSERVAÇÃO DE B IODIVERSIDADE NA L AGOA DOS F IGURA 5– O BSERVAÇÃO B IODIVERSIDADE NA P RAIA DO


S ALGADOS – A LBUFEIRA M AGOITO - S INTRA

As restantes reuniões agendadas e que se destinavam a revestir


uma maior parte do litoral português não foram realizadas por
questões externas ao projecto, nomeadamente a impossibilidade

19
de muitos professores puderem participar. A par destas reuniões

Página
técnicas foram ainda dinamizadas diversas actividades de
formação na prática de Coastwatch e no âmbito do tema da
campanha – Um Olhar sobre a biodiversidade. Por outro lado são
ainda monitorizados muitos blocos, por parte da equipa
F IGURA 6 – M ONITORIZAÇÃO C OVA Coastwatch Nacional, que não são atribuídos a escolas ou outras
DO V APOR – C OSTA DA C APARICA
( FOTO : S ÓNIA B ORGES ) entidades (Fig. 6).

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Por questões de logística o projecto foi organizado em 5 fases que se complementam entre si.
A primeira fase coincide com a preparação e divulgação da campanha; a segunda com o
acompanhamento da monitorização, formação de professores, alunos e outros participantes; a
terceira com a introdução de dados, recepção dos relatórios regionais e análise estatística; a
quarta fase com a elaboração do relatório, apresentação do Seminário e divulgação dos
resultados da campanha. A quinta e última fase da campanha tem a ver com a divulgação dos
resultados em diferentes seminários, congressos, feiras de ambiente, entre outros e a
preparação da nova campanha que, por ser a 20ª, será intitulada “20 anos a olhar pelo Litoral”
(Figura 7).
-Divulgação da campanha "Um olhar sobre a
biodiversidade"
-Lançamento do concurso de fotografia "O meu Olhar
sobre a biodiversidade
1º fase - Agosto- - Formação teórico-prática no âmbito do Projecto
Outubro 2008 -Reuniões técnicas sobre o projectos e o tema da
campanha *Escolas
-Acompanhamento de escolas na prática de *Autarquias
Coastwatch *ONGA
*Outras Entidades
*Participantes Independentes
-Recolha de informação;
2º fase - Outubro a -Actividades de divulgação e sensibilização ambiental
Dezembro 2008 -Acompanhamento de escolas;
-Logística do Projecto

- Introdução dos dados recolhidos


3º fase - Janeiro a -Tratamento estatístico dos dados
-Preparação do Seminário Coastwatch Candidatura do
Fevereiro 2009 Seminário à creditação
-Análise dos dados a nível nacional
do CFPOR - 1 Crédito

20
- Elaboração do Relatório Coastwatch

Página
4º fase - Março a -Organização do Seminário Coastwatch
Maio de 2009 -Apresentação do Seminário no Funchal
-Divulgação dos resultados da Camapnha

5º fase - Maio a -Divulgação dos resultados da campanha


Setembro de -Apresentação do Projecto "20 anos a olhar pelo
2009 -Preparação da Campanha 2009/10 litoral"

F IGURA 7:F ASEAMENTO C AMPANHA C OASTWATCH 2008/09

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5. C ONTEXTO
A elaboração deste relatório é o culminar de mais um ano de Projecto Coastwatch. De entre os
principais objectivos para a Campanha de 2008/09 realça-se o aumento da área coberta, tanto
em Portugal continental como nas ilhas adjacentes, como o envolver um maior número de
participantes voluntários, o que se traduziria numa maior participação e, logicamente, numa
maior sensibilização.
Cobertura por Campanha (Km)
A área total coberta
pela monitorização foi
de 677km. Mais uma 1069,5 1086
vez, as condições 972,5
832,5
meteorológicas que se
707,5 681,5 677
fizeram sentir aquando
do período de
monitorização (15 de
Setembro a 31 de
Dezembro), com
2002/03 2003/04 2004/05 2005/06 2006/07 2007/08 2008/09
precipitação intensa e
F IGURA 8: C OBERTURA POR C AMPANHA ( KM ) – F OTO : P AULO C AROCINHO
ventos fortes
influenciaram a concretização de muitas das saídas de campo agendadas e,

21
consequentemente, a monitorização total. (Figura 8).

Página
Considera-se que, embora não tenha sido possível concretizar o primeiro objectivo - aumentar
a área coberta - o acréscimo do número de participantes foi uma realidade alcançada,
ultrapassando-se a barreira dos 5000 voluntários, directamente envolvidos na campanha. Tal
prática é representativa da Educação e Cidadania Ambiental, característica do Projecto
Coastwatch.

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Note-se que a este propósito, há a salientar que, dado o interesse de um cada vez maior
número de escolas e escuteiros em envolver-se no projecto, por questões de acessibilidade e
fácil monitorização, muitos coordenadores regionais optam por repetir a monitorização de
blocos, embora sabendo à partida que a informação é contabilizada apenas uma vez na Base
de Dados. Esta situação ocorre com frequência em áreas cuja costa oferece maiores perigos ou
é de difícil acesso como acontece nos blocos respeitantes a falésias e sapal. Também as ilhas,
pelas suas características geomorfológicas, são, disso, exemplo.

Através da figura 9 pode


Oeste 90,9
avaliar-se a taxa de Grande Porto 77,3
Pinhal Litoral 62,5
cobertura da área
Península Setúbal 46,8
monitorizada por NUT III. Baixo Mondego 42,4
Cávado 32,5
Não obstante um maior
Grande Lisboa 29,0
número de coordenadores Baixo Vouga 28,7
Algarve 20,2
regionais, nomeadamente Açores 19,8
ao nível de autarquias, Alentejo Litoral 13,3
Madeira 9,4
existem áreas que não têm Minho-Lima 0,0
qualquer cobertura, como
F IGURA 9: ÁREA COBERTA POR NUT III (%)
é o caso de Minho-Lima

A fraca cobertura da Madeira poderá ser colmatada já na campanha 2009/10, na medida em


que a realização do Seminário no Funchal, tem como objectivo envolver um maior número de

22
autarquias e outras entidades no projecto. O Grande Porto viu este ano aumentar a sua

Página
cobertura de aérea monitorizada em virtude do trabalho desenvolvido pela ONDA VERDE.

Tendo em conta a extensão do Alentejo litoral, as duas entidades envolvidas (CPAS e CEBE)
não conseguem aumentar a percentagem de área coberta. Espera-se que nas próximas
campanhas seja possível envolver as autarquias locais no projecto, de forma a alterar este
panorama.

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Uma outra forma é tentar encontrar grupos


independentes que monitorizem estes blocos
(Figura 10).

A região OESTE é, desde há muito, aquela que


alcança a maior taxa de cobertura (90,9%), tal pode
ser justificado pela tradição de um variado leque de
coordenadores regionais, as características do
litoral e o número de escolas envolvidas no F IGURA 10: M ONITORIZAÇÃO A LENTEJO LITORAL
(G RUPO INDEPENDENTE ). F OTO : F ERNANDO
projecto.
S ALVADO

Comparando, a área monitorizada por NUT II, desde 2002/03 até à actualidade, reconhece-se
que a região Centro e Lisboa são as que de uma forma geral atingem maior taxa de cobertura
ao longo dos anos, ultrapassando em algumas campanhas os 50% de cobertura. Na campanha
2002/03 a NUT Centro atingiu os 90% de cobertura e em 2004/05 foi a NUT Lisboa (Lisboa e
Península de Setúbal) que se aproximou deste valor - 87,4% - (Figura 11).
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
Norte Centro Lisboa Alentejo Algarve Açores Madeira
2002/03 52,8 90,6 43,4 40,4 28,4 8,2 0,0

23
2003/04 50,3 35,7 57,0 39,6 17,0 13,9 0,0

Página
2004/05 16,6 64,9 87,4 40,0 33,0 22,9 17,2
2005/06 44,5 66,7 66,1 28,2 41,5 29,7 14,2
2006/07 22,4 56,5 54,0 10,6 31,9 22,8 14,2
2007/08 21,4 54,8 38,1 7,8 19,0 23,9 9,4
2008/09 33,8 48,0 39,1 13,3 20,2 19,8 9,4

F IGURA 11: T AXA DE COBERTA POR NUT II DE 2002 A 2008 (%)

A solução para uma maior cobertura de área pode passar por um aumento de coordenadores
regionais quer sejam autarquias ou outras entidades. Actualmente as autarquias enquanto

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entidades coordenadoras regionais e os Escu(o)teiros enquanto grupos oferecem uma boa


resposta para cobrir as áreas deficientemente monitorizadas, cujo contributo das escolas se
torna difícil efectivar. No caso do Alentejo Litoral, a área é extensa (51 blocos, o que
corresponde 255km) para o número de escolas aí situadas.

Quanto à abordagem a efectivar na região Norte deverá passar por uma maior sensibilização
junto das autarquias, ONGA ou outras entidades, para que na próxima campanha esta
deficiente cobertura venha a ser colmatada.

A campanha 2008/09 envolveu 3729 alunos, 354 professores, 1053 esco(u)teiros, 78


participantes independentes, 40 coordenadores regionais, num total de 5254 participantes
(tabela 4.)
T ABELA 4: E VOLUÇÃO DO NÚMERO DE PARTICIPANTES POR CAMPANHA
T IPOLOGIA DOS P ARTICIPANTES 2003/04 2004/05 2005/06 2006/07 2007-08 2008-09
A LUNOS 3823 2903 3050 3467 3140 3729
P ROFESSORES 370 292 302 333 298 354
E SCO ( U ) TEIROS 151 463 870 873 1168 1053
P ARTICIPANTES I NDEPENDENTES 246 530 337 63 53 78
C OORDENADORES R EGIONAIS 24 34 36 38 44 40
T OTAL 4614 4222 4324 4774 4703 5254

Todavia, o número de participantes acaba por ser superior ao divulgado, na medida em que
muitas das fichas de participação não chegam a ser enviadas à Coordenação Nacional, assim
como o envio da avaliação, relatórios e outra informação, nomeadamente no que diz respeito

24
à dinamização do projecto na escola ou outro organismo.

Página
Para a campanha 2008/09 reconhece-se que o número de coordenadores regionais diminuiu,
todavia salienta-se o envolvimento de novas autarquias - Alcobaça e Sintra. A desistência da
coordenação regional por parte de quatro autarquias e duas ONGA foi justificada pela falta de
técnicos que levassem avante o projecto

Esta situação é agravada no caso das ONGA, onde o trabalho voluntário é escasso. Muito
embora assuma um papel preponderante nas actividades de educação ambiental; poder-se-á

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afirmar que o voluntariado é o motor de muitas das ONG; perante a crise sentida a este nível,
são os projectos de ambiente, muitas vezes os primeiros a serem afectados.

F IGURA 12: ACÇÕES DE VOLUNTARIA DO EM LIMPEZAS DO P ORTINHO DA A RRÁBIDA

Contudo, existem actividade que pelas suas características mais ou menos emblemáticas
conseguem acolher mais voluntários. A título de exemplo as fotos da figura 12 exemplificam 3
momentos de diferentes campanhas de
recolha de resíduos no Parque Natural da
Arrábida.

Em contrapartida os agrupamentos de
escu(o)teiros têm vindo a aumentar o seu
contributo no cômputo geral do
Coastwatch - de 2003/04 a 2008/09
registou-se um aumento de 902
participantes. Dentro das NUT III,

25
Península de Setúbal Baixo Vouga e
Algarve são as regiões que registam um

Página
maior envolvimento de Agrupamentos de
Escuteiros (Figura 13).

Se em termos de área cobertura não se


concretiza um aumento, ao nível da
participação, pode-se afirmar que para F IGURA 13: A GRUPAMENTOS DE E SCU ( O ) TEIROS PARTICIPANTES
NA CAMPANHA 2008/09 POR NUT III (J OSÉ L OPES )

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além do leque variado de voluntários participantes, o envolvimento de diversas entidades é


uma realidade expressa do projecto, consumando dois dos seus pressupostos: A prática de
Cidadania e Educação Ambiental e a inclusão de diferentes actores da sociedade civil nas
questões ambientais.

195
185

168 168

132
126

108
98 97 100
95

81

37
31
27
20 22 23 26 24
20 21 19 22 16 16
15
8 10 11 11
3 3 6
2 2

2003-04 2004-05 2005-06 2006-07 2007-08 2008-09


Escolas ONG Agrupamentos Esc. Autarquias Outras associa/entidades Total
F IGURA 14: N º DE ENTIDADES PARTICIPANTES POR CAMPANHA

Com efeito a figura 14 permite-nos observar o comportamento das diferentes entidades face

26
ao Coastwatch. Não obstante algumas oscilações é evidente o aumento de entidades que de

Página
ano para ano aderem ao Projecto.

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As escolas têm sido desde sempre o suporte do


55,4
2008-09
projecto e embora se verifique uma certa difusão
2007-08 51,4
por outros organismos e uma consequente oscilação
na envolvência das escolas no projecto, estas 2006-07 59,5

continuam a deter o maior peso no total de 2005-06 57,7


entidades participante (Figura 15).
2004-05 64,3

O mapa da figura 16 permite-nos observar a forma 2003-04 74,2


como as escolas se distribuem por NUT III A região
F IGURA 15: P ERCENTAGEM DE ESCOLAS FACE AO
Oeste é a que apresenta um maior número de TOTAL DE ENTIDADES

escolas participantes na campanha 2008/09. Na classe seguinte surgem Península de Setúbal,


Algarve e Baixo Vouga.

27
Página

F IGURA 16: N ÚMERO DE E SCOLAS ENVOLVIDAS NA CAMPANHA F IGURA 17: N ÚMERO DE A LUNOS PARTICIPANTES NA
2008/09 (J OSÉ L OPES ) CAMPANHA 2008/09 (J OSÉ L OPES )

De realçar que em todas as NUT participantes no Projecto Coastwatch as escolas são entidades
presentes em maior ou menor número, confirmando a importância que estas têm no Projecto .

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Relacionado o número de escolas com o número de alunos por NUT III verifica-se que, embora
a Grande Lisboa, Península de Setúbal e o Algarve não detenham o maior número de
equipamentos escolares são as regiões onde a participação dos alunos foi mais expressiva
(Figura 17).

As dificuldades de transporte, seguido das condições meteorológicas e dificuldades de logística


dentro da escola, são alguns dos factores apontados pelos docentes para a não concretização
da monitorização. Efectivamente, alguns professores inscrevem-se, desenvolvem as
actividades de formação/sensibilização, porém, na altura de concretizar a saída de
campo surgem alguns entraves e a mesma não pode ser efectuada. Posteriormente, dadas
as características da monitorização do Coastwatch – período de baixa-mar - voltar a encontrar
um dia de autocarro disponível, condições climatéricas favoráveis e baixa-mar em horário
adaptável ao contexto curricular da turma, são muitos factores a conjugar. É neste sentido que
se pretende fazer uma alteração no projecto, de forma a minimizar a conjugação das diversas
variáveis condicionantes das saídas de campo para monitorização.

Ainda que a concretização das


Não especificadas
saídas de campo sejam um CN/CTV
Geografia
obstáculo sentido pelos docentes, Grupos/Clubes Ambiente
na actual conjuntura da CFQ
outras disciplinas
organização escolar, a realidade é AP/FC
EF
que as escolas continuam a aderir

28
EVT/EV
Estudo do meio
ao projecto e a utilizá-lo como

Página
MAT
Bio/Geo
ferramenta curricular. O facto do Línguas
questionário Coastwatch permitir Hist/HistGeo
F IGURA 18: P ROFESSORES POR DISCIPLINA (%) – C AMPANHA 2008/09
uma grande abrangência temática
(Geologia, Geografia, Biologia, Estatística, Matemática, Educação Cívica, Ciências Físico-
químicas, entre muitas outras) é facilmente adoptado pelos professores que encontra nele
uma forma de integrar os conteúdos curriculares das diferentes disciplinas (Figura 18).

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Nos últimos anos tem sido crescente o número de cursos profissionais que adere ao
Coastwatch, utilizando-o não só como Área de Projecto, como prática de outras disciplinas da
área ambiental. Porém, as Ciência Naturais/Ciências da Terra e da Vida são as disciplinas que
mais utilizam o projecto Coastwatch como suporte aos conteúdos curriculares, essencialmente
do 8º ano (19,8%).

T ABELA 5: E VOLUÇÃO DO NÚMERO DE PARTICIPANTES POR CAMPANHA

Disciplinas 2005/06 2006/07 2007/08 2008/09


% % % %
C Naturais/CTV 14,6 24,0 17,4 19,8
Clubes diversos N definido 8,7 16,4 7,6
Não especificada 9,6 13,2 15,1 27,7
Outras disciplinas 20,5 18,3 14,4 20,3
Geografia 12,9 10,2 9,4 7,6
Biologia/Geologia 13,6 9,3 9,1 2,5
Áreas Não Curriculares 18,2 3,6 7,4 4,0
CFQ/Química 5 8,1 6,4 7,3
1º Ciclo 5,6 4,5 4,4 3,1

Embora com expressões diferentes e variadas o recurso ao Coastwatch, por um vasto painel de
disciplinas, como parte integrante do projecto curricular de turma é uma realidade (Tabela 5).

A organização de Grupos/Clubes de Ambiente, composta por professores de diferentes


disciplinas, surge como uma boa opção para debater as questões ambientais; aqui o
Coastwatch encontra muitos dos alunos que monitorizam o litoral (7,6% em 2008 e com o
valor mais alto em 2007 – 16,4%).

29
O item “Não especificadas” diz respeito a todos os professores que não citaram a disciplina em

Página
que exercem aquando do preenchimento da ficha. Verifica-se que em 2008 atingiu-se a maior
expressão deste indicador (27,7%).

E porque as escolas e o seu leque variado de disciplinas permanece fiel ao Coastwatch como
ferramenta de apoio, uma das alterações que se pretende introduzir no Projecto, prende-se
com a produção de material pedagógico.

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Aguardamos pois, sugestões das escolas, algumas delas, há dez anos consecutivos, envolvidas
no projecto Coastwatch (Quadro 1).

QUADRO I
Escolas participantes na Campanha 2008/09
CASCI, Costa Nova Escola Superior de Tecnologias do ES Dr. Ângelo Augusto da Silva
Mar
Colégio Casa Mãe Escola Secundária D. Inês de Castro EB2,3D.José I

Colégio Dr. Luís Pereira da Costa E.S. Lima de Freitas (VISO) Liga dos Amigos da 3ª idade

Colégio N.ª S.ª da Apresentação St Julian School ES Ribeira Grande

Colégio NS Fátima Escola Secundária Stº André Escola Superior de Educação de


Leiria
Colégio Quiaios EB 2.3 Roque Gameiro - apoio da EB António José Ávila
CM Amadora
E.B. 2,3 de Pataias Agrupamento de Escuteiros 74 E.B. 2,3 Nery Capucho -M Grande

E.B.1ºCiclo da N.ªS.ªdos Campos Escola Secundária de Peniche Escola Básica de Santo António

E.P. Agrícola D. Dinis Paiã EB do 2º e 3º Ciclos Frei Estêvão Agrupamento vertical das
Martins Ferreiras
E.S. Da Gafanha da Nazaré Escola EB 2,3 D. Luís Ataíde EB/S Gonçalves Zarco

E.S. Dr. João Carlos Celestino Gomes Colégio Rainha D. Leonor EB 2, 3 Infante D. Fernando

EB 1 Da Cambeia EB 2,3 de Freiria Escola Gaspar Frutuoso

EB 1º ciclo da Chousa Velha EB 2,3 Padre Francisco Soares Escola Secundária Antero de
Quental
EB 1º Ciclo da Costa Nova EB1º, 2º e 3º ciclos de Peniche E B 2º e 3º Ciclos de São Roque

EB 1º Ciclo da Senhora do Pranto CERCI Peniche Escola Profissional da Povoação

30
EB 2º e 3º Ciclos dos Castanheiros E.B. 2,3 Guilherme Stephens Universidade de Évora

Página
EB2, 3 António Bento Franco EB 2,3 Rainha Santa Isabel 2,3 Navegador Rodrigo
Soromenho
EB2, 3 de Forjões EB 2,3/S S. Martinho do Porto Universidade do Algarve

EB2,3 A-Ver-O-Mar EB Frei Estêvão Martins ES Dr. Francisco Fernandes Lopes

EB2,3 Dr. João das Regras EB2,3 de Pataias EB Dr. António da Costa
Contreiras
EB2,3 Dr. João Rocha EB 2º e 3º ciclo do Ensino Básico da ES de Lagoa
Alaparia

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EB2,3 Pedro de Magalhães EP Bento Jesus Caraça Agrupamento Escolas Vieira de


Leiria
EB2,3 Soares dos Reis EB2 Frei António Brandão Escola Secundária de VRSA

EB2.3 D. António da Costa EB2,3 Amadeu Gaudêncio EB 2,3 Dr. Francisco Cabrita

EPAV - Escola Secundária 3º ciclo Gama ES Domingos Rebelo


Barros
ES Bernardino Machado EB I de S. Francisco Escola Profissional da Horta

ES C/ 3º CEB de Cristina Torres Escola Básica 2,3 José Afonso Escola Secundária Manuel de
Arriaga
ES D. Inês de Castro Escola do 2º e 3º Ciclo D. João I ES Emiliano Andrade

ES Dona Luísa de Gusmão CERCI Nazaré EBI Paderne

ES José Loureiro Botas EB2,3 Dr. João II Agrupamento de Escolas de M


Gordo
Escola 1º ciclo Marinha Velha EB2,3 Maxial EBI dos Ginetes,

Escola Alemã Externato Dom Fuas Roupinho Escola Secundária da Amora

Escola E.B. 1 do Farol da Barra Externato de Penafirme - Póvoa de Escola Secundária de Vila Franca
Penafirme
Escola Secundária Emídio Navarro Externato Cooperativo da Benedita ES Albufeira

Escola Superior de educação de Escola Secundária Dom Manuel EB2,3 Luísa Todi
Coimbra Martins Setúbal
Instituto Educativo do Juncal EB 2,3 Luís Mendonça Colégio S. Filipe

31
Página

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6. C AMPANHA 2008/09
6.1. O TEMA DA C AMPAN HA

A 19ª campanha teve como tema “Um olhar sobre a biodiversidade”. Pretendia-se desde o
início que os participantes olhassem de uma forma mais atenta para a biodiversidade que os
rodeia. Não apenas porque está é importante, ou é bonita, característica da zona, ou é parte
integrante de um ecossistema costeiro; acima de tudo ambicionava-se que os “coastwatchers”
se apercebessem que esta está ameaçada e, na
sua essência, o significa perda de
biodiversidade.

Foto: AAMARG
As Reuniões Técnicas realizadas ao longo desta
campanha, foram planeadas tendo já em mente
a premissa que é de todo importante e urgente
que se alerte e sensibilize para a temática da
F IGURA 19: B IODIVERSIDADE EM DUNA EMBRIONÁRIA
conservação da biodiversidade, como forma de
travar a velocidade a que os ecossistemas são

Foto: GEOTA
destruídos e devastados.

Assim, foram desenvolvidas diversos grupos de


trabalho, saídas de campo, sessões teórico-
práticas com especialista nas diferentes áreas

32
F IGURA 20: REUNIÃO TÉCNICA A LGARVE : A CHEGADA
DOS FLAMINGOS À LAGOA DE A LBUFEIRA
relacionadas com a biodiversidade costeira.

Página
Procurou-se mostrar a biodiversidade existente
em cada tipo de ecossistema, desde uma
simples poça de maré a uma extensão dunar ou
lagoa (figuras 19-21).

F IGURA 21: R EUNIÃO T ÉCNICA S INTRA - O BSERVAÇÃO


DE P OÇAS DE MAR ÉS , P RAIA DO M AGOITO

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6.2. C ONCURSO DE FOTOG RAFIA

No âmbito da campanha foi lançado o concurso de fotografia “O


meu olhar sobre a biodiversidade”. O objectivo principal assentou na
ideia dos participantes se debruçarem sobre um traço da vastíssima
F IGURA 22: M ORGANHEIRA -
gama da biodiversidade costeira existente ao longo do litoral DAS - PRAIAS . AAMARG

português, ou num aspecto conjuntural que a mesma oferece, quer


se trate de uma costa rochosa, arenosa ou lodosa.

No Regulamento ficou explícito que só seriam aceites fotos da


campanha Coastwatch 2008/09; que as mesmas deveriam vir F IGURA 23:H ORA DE
ALMOÇO . S OFIA Q UARESMA
identificadas com o nome do autor, data e local; as fotos seriam
publicadas no blogue criado para o efeito11 e a foto vencedora seria
a capa deste relatório.

Chegaram via e-mail - coastwatch2007@gmail.com – 61 fotos. Duas


F IGURA 24: O LHAR A
foram recusadas por não estarem dentro dos regulamentos. As BIODIVERSIDADE . CPAS
restantes, variadas e exemplificativas de diferentes olhares sobre a
biodiversidade, foram publicadas pela ordem de chegada. A votação
foi feita pelos visitantes do blogue, independentemente de serem ou
não participantes no Projecto. Para garantir a seriedade do F IGURA 25: JARDIM DA
LAGOA . J OÃO F ILIPE
concurso, cada pessoa só podia votar uma vez (excepto se o fizesse

33
em diversos computadores).

Página
Por se tratar de um concurso cujo prémio não tinha valor monetário
e envolver escolas e entidades ligadas à educação não nos ocorreu
F IGURA 26: A RRIBA DA
que houvesse viciação do concurso. Porém, tal aconteceu (ver G RALHA . S ARA B ICHO

conteúdo do blogue), assim o GEOTA decidiu não atribuir foto vencedora e todas fazem parte
da capa do relatório. As figuras 22 a 26, representam algumas das fotos concorrentes.

11
http://coastwatch-fotos.blogspot.com,

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6.3. A CTIVIDADES DE E DUCAÇÃO E S ENSIBILIZAÇÃO A MBIENTAL

Ao longo da campanha 2008/09 foram diversos os contactos encetados por escolas e outras
entidades para que se desenvolvessem actividades de educação e sensibilização ambiental.
Embora a maioria seja relacionada com o litoral ou com o Coastwatch propriamente dito, cada
vez é maior o número de escolas que solicita dinamização de actividades relacionadas com
outros temas dento do ambiente - alterações climáticas, consumo sustentável da água, cidades
sustentáveis, poluição, entre outros - (Figuras 27-32).

Foto: Sofia Quaresma

F IGURA 27 – A CÇÃO DE SENSIBILIZAÇÃO SOBRE P OLUIÇÃO F IGURA 28 – C ONSUMO SUSTENTÁVEL DA Á GUA – E.S DA
MARINHA ( ACTIVIDADE INSERIDA NO D IA DO M AR ) RAMADA
Foto: José Sério

F IGURA 29: D IA DO MAR : A CÇÃO DE LIMPEZA DA F IGURA 30: S ENSIBILIZAÇÃO A MBIENTAL : P OLUIÇÃO -
A RRÁBIDA EBI C HARNECA DA C APARICA

34
Página

F IGURA 31: A TELIER H ISTÓRIA DO M AR B RAVIO E DE UM F IGURA 32: B IODIVERSIDADE EM Z ONAS C OSTEIRAS –
C APITÃO SEM N AVIO - P ADRÃO DOS D ESCOBRIMENTOS - M ONTE DO P AIO RNLSAS

O resultado destas e outras actividades é divulgado no blogue http://coastwatch-


coastwatch.blogspot.com
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6.4. A CTIVIDADES D ESEN VOLVIDO NO Â MBITO DO P ROJECTO POR OUTRAS

E NTIDADES

Para além das actividades desenvolvidas pela


coordenação nacional, cada coordenador regional
dinamiza o projecto de acordo com as possibilidades
da sua entidade, participantes envolvidos,
características da costa a monitorizar, entre outros.
Assim, alguns divulgam a actividade, acompanham na
monitorização, divulgam resultados, envolvem F IGURA 33: WWW . CM - ALCOBACA . PT

comunidade local, outros organizam actividades


conjuntas com limpeza de praias, ou inseridas em
outros tipos de projectos, outro há, que lançam
desafios, concursos, etc. Todavia, o que importa é a
divulgação e o envolvimento dos participantes num
acto de cidadania ambiental
F IGURA 34: WWW . AGRUPAMENTO 523. COM
A título de exemplo, alguns dos muitos testemunhos
de actividades desenvolvidas pelos diferentes
coordenadores/participantes na campanha 2008/09:
Um olhar sobre a biodiversidade12, (Figuras 33 a 35).

35
Poderá ainda descobrir um pequeno vídeo

Página
representativo das actividades desenvolvidas pela
Câmara Municipal de Peniche e a Associação Maré Alta F IGURA 35: WWW . MUN - MONTIJO . PT
http://www.youtube.com/watch?v=80a_pX1tq9k. E por mera curiosidade, no mesmo motor de

busca para “Coastwatch 2008” aparece o seguinte: “Resultados 1 - 10 de cerca de 66.000 para
Coastwatch 2008”.

12
Pesquisa em www.google.pt em 10 de Abril de 2009

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6.5. R ESULTADOS DA M ONITORIZAÇÃO

AA - I N FO R M A Ç ÕE S S O BR E QU E M P RE E N C H E O Q U E ST I ONÁ R I O

Como já foi referido, na 19ª campanha participaram 5214 voluntários (71% alunos, 20%
escu(o)teiros; 7% professores e 2% coordenadores regionais e participantes independentes).

4 – DATA DO INQUÉRITO

Muito embora a data de abertura da campanha tenha sido antecipada para Setembro não
houve registo de qualquer monitorização
Janeiro Fevereiro Outubro
neste mês. Outubro registou apenas 5% de 15% 2% 5%

ocorrências; sendo que o grosso de


Novembro
monitorização decorreu no mês de Dezembro 49%
29%
Novembro - 49% - (Figura 36).

Segundo a figura 37 os quantitativos de


precipitação nos meses de Outubro a
Dezembro de 2008 serem abaixo dos F IGURA 36: P ERCENTAGEM DE ÁREA MONITORIZADA POR MÊS

normais, as chuvas
intensas e
concentradas
associadas a ventos

36
fortes ocorridas no

Página
período de
monitorização
goraram algumas das
saídas planeadas para
estes meses. Alguns F IGURA 37: P RECIPITAÇÃO EM 2008. C OMPARAÇÃO COM OS VAL ORES MÉDIOS 1971-
2000
transferiram as saídas
de campo para Janeiro e Fevereiro (15 e 2%, respectivamente).
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Por outro lado como o maior peso das entidades participantes são escolas, a data de
monitorização é concentrada no período mais fácil em termos de calendário escolar. Assim,
Outubro é o mês em que o ano lectivo está no inicio exigindo um grande esforço de logística
aos docentes e Dezembro é o mês de maior concentração de testes e reuniões. Muito embora
o término da monitorização deva ser 31 de Dezembro, cada campanha acaba por te rum
período de compensação para que seja possível por em prática as saídas de campo.

5 – CO N HE CI M ENT O D O L O C A L
1ª ou 2ª
Quanto ao conhecimento do local, de acordo visita
17%
com a figura 38, 43% afirma ser bom e 40% Bom
43%
regular, tais valores confirmam o facto de que a
Regular
maior parte dos participantes acompanhar o 40%

Coastwatch há muitos anos.

F IGURA 38: C ONHECIMENTO DO LOCAL (%)

6 – ÁREA COM DESIGNAÇÃO ESPECIAL

Na questão 6 é perguntado se a
“Unidade ou parte dela pertence
a alguma área com designação
especial”, 6% indicaram

37
desconhecido. Dos 60% que

Página
monitorizaram unidades em área
com designação especial, o maior
peso, tal como na campanha
F IGURA 39: P ERCENTAGEM DE U NIDADES COM DESIGNAÇÃO ESPECIAL POR
transacta, vai para Área TIPOLOGIA . F OTO : CMA (P ARQUE N ATURAL DA A RRÁBIDA )

Protegida, Zona Balnear e Rede Natura 2000, respectivamente com valores percentuais de
49,4; 36,4 e 31,6. Idêntica proporção ao ano anterior (figura 39).

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7 – TIPO DE ACESSO À UNIDADE COSTEIRA

A questão A7, que se prende com o tipo de


acesso à área costeira inquirida, oferece
sempre algumas dúvidas (Figuras 40 a 42).

Quando se inquire acesso a pé, pretende-se


saber quais as unidades onde apenas é
possível chegar a pé, sem auxílio de qualquer
veículo monitorizado.

A opção com veículo monitorizado pressupõe F IGURA 40: EXEMPLO DE TIPO DE ACESSO À UNIDADE “ A PÉ ”

que também se pode chegar a pé, mas não é


isso que se ambiciona saber, pois importa é
analisar o tipo de acesso à unidade.

Assim, das 1354 unidades monitorizadas,


2,5% era inacessível; 2,5% interdita; 36% com
veículo monitorizado e 59%, a pé.

F IGURA 41: E XEMPLO DE TIPO DE ACESSO À UNIDADE “ COM


VEÍCULO MONITORIZADO ”. F OTO : F ERNANDO S ALVADO

38
Página

F IGURA 42: E XEMPLO DE TIPO DE ACESSO À UNIDADE


F IGURA 43: E XEMPLO DE TIPO DE A CESSO “ INTERDITO ” – Á REAS PORTUÁRIAS ( WWW . GOOGLE . PT
“I NACESSÍVEL ”. F OTO : E COTECA DO F AIAL

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B B– A NÁ L I SE G E RA L D A U N ID A D E

1 – CARACTERIZAÇÃO DO TIP O DE COSTA

Neste ponto será analisada a faixa de 500m paralela à linha de costa. De uma forma geral,
tendo em conta que a área monitorizada é proporcionalmente idêntica às campanhas
anteriores, não existe grandes alterações percentuais no que se refere ao tipo de costa, altura
e inclinação da arriba. A referir que, na presente campanha, dos 45% que assinalaram tratar-se
de costa rochosa, 17,8% não a caracterizou quanto à inclinação da arriba e 23,1% quanto à
altura da arriba (Figura 44).
Inclinação da arriba

N caracterizada 17,8
Moderada a suave
29
29,5
26
Forte a moderada 17,2
45
Abrupta 35,5
N caracterizada 23,1
Altura da arriba

28
Baixa 21,8
35
Média 24,2 2007
37 2008
Alta 30,9

F IGURA 44:C ARACTERIZAÇÃO DA COSTA R OCHOSA – I NCLINAÇÃO E ALTURA DA A RRIBA (%)


43,5
Angulosos 42,2
Rolamento

38,4

39
Pouco rolados 31,8
18,0

Página
Rolados 26,0
57,4
bloco 47,3
Dimensão

calhau 32,5
35,6
10,2
seixo 17,0
2008 2007
F IGURA 45:C ARACTERIZAÇÃO DA COSTA R OCHOSA – D IMENSÃO E GRAU DE ROLAMENTO DOS SEDIMENT OS (%)

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No que respeita à dimensão e grau de rolamento dos sedimentos a maior percentagem é


sedimentos em bloco -> 20cm segundo a escala de Udeen-Wentworth - (57,4%) e com grau de
rolamento angulosos (43,5%). Idêntica proporcionalidade ao analisado na campanha
antecedente. Sedimentos com dimensão de seixo e de calhaus foram assinalados em maior e
percentagem na campanha 2007/08 (Figura 45).

Na caracterização dos 371,5km de costa não rochosa, pode-se constatar que 72,8% são de
sedimento tipo arenoso e 27,2%, sedimento lodoso Dentro do sedimento arenoso predominam
as areias finas (71,1%) e as médias e grosseiras (42,2%). O questionário prevê que no caso do
tipo de sedimento arenoso com areias muito grosseiras se identifique o grau de rolamento.
Assim, dos 16, 1% que assinalaram sedimento de areias muito grosseiras, 62,2%.considerou
que estes eram pouco angulosos (Tabela 6).

T ABELA 6: C ARACTERIZAÇÃO DO TIP O DE COSTA NÃO ROCHOSA (%)


Arenoso 72,8%
Areias 71,1%
Finas
(0 <0,5mm)
Areias
Sedimento

Médias e 42,2%
Grosseiras
(Ǿ 0,6-
5mm)
Muito 16,1% Grau Rolados 33,7
Grosseiras de
Ǿ > 5mm rolamento Pouco rolados 62,2
F IGURA 46: G RANULOMETRIA DO SEDIMENTO Angulosos 28,6
ARENOSO Lodoso 27,2%

40
Não obstante a campanha 2008 ter registado

Página
menos 7,4% de monitorização em duna face a praia 56,4 49

2007; de uma forma geral, no que respeita ao tipo


Duna
43,6 51
de formação, praia e duna apresentam valores
próximos (Figura 47).
2008 2007

F IGURA 47: C ARACTERIZAÇÃO DA COS TA QUANTO AO


TIPO DE FORMAÇÃO . F OTO AAMARG

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Na questão a assinalar duna com vegetação e duna sem vegetação, 214,5km foi caracterizado
como duna com vegetação, ou seja 84% do total encontrado neste tipo de formação

Apesar de em termos de terminologia a costa ser caracterizada em rochosa, arenosa e lodosa,


na prática existem troços em que, costa rochosa e arenosa se complementam. O predomínio
de monitorização em costa arenosa é já uma característica da monitorização do projecto. A
maioria dos participantes localizam-se
em áreas de costa arenosa e na 428
418,5
prática, tendo em conta que o
Costa 305,5
público-alvo dominante é jovens, rochosa
274
opta-se por áreas mais acessíveis e
Não
menos perigosas como é o caso de rochosa
(Arenosa/
falésias. As zonas de estuário, pelas lodosa)

particularidades de ecossistema de 2007 2008

sapal são menos atractivas para os F IGURA 48: KM DE COSTA MONITORIZADOS POR TIPOLOGIA

participantes (Figura 48).

2 – ARTIFICIALIZAÇÃO DA COSTA

A figura 49 permite-nos observar o


grau de artificialização da costa.
N caracterizada
2,0
Comparativamente ao ano
39,6
Muito artificializada

41
anterior, verifica-se um aumento 22,5

do parâmetro muito artificializada

Página
Medianamente artificializada
27,5
(39,6%) e do pouco artificializado
24,0
Pouco artificializada
(24%), o pode ser justificado pela 11,2

simplificação introduzida no 36,4


Nao artificializada (natural)
36,8
questionário, retirando o indicador
“medianamente artificializada”. 2008 2007

F IGURA 49: ARTIFICIALIZAÇÃO DA COSTA (%)

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No parâmetro “não artificializada (natural) ” os valores percentuais não sofreram alterações


significativas. As figuras 50 a 52 são exemplos da tipologia de costa.

F IGURA 50: EXEMPLO DE TIPO COSTA F IGURA 51: EXEMPLO DE TIPO COSTA F IGURA 52: EXEMPLO DE TIPO COSTA
MUITO ARTIFICIALIZADA POUCO ARTIFICIALIZADA NÃO ARTIFICIALIZADA

3 – USO DO SOLO NA ZONA INTERIOR CONTÍGUA

No que respeita ao uso do solo na zona interior contígua a monitorização não oferece grandes
oscilações entre a campanha
de 2007 e a de 2008; a maior 30,4
Matos 37,7
ocorrência assinalada foi em 28,7
Outros 32,0
Matos. Os restantes
18,5
Culturas agrícolas
indicadores apresentam, 15,3

proporcionalmente, as 11,6
Sapal 12,9
mesmas percentagens, 9,9
Floresta 11,2
exceptuando Pastagem que 2007
12,8
Pastagem 8,8 2008
regista um ligeiro acréscimo

42
(figura 53). F IGURA 53:U SO DO SOLO NA Z ONA INTERIOR CONTÍGUA (%)

Página
No indicador Outros surge alguma confusão na medida em que os participantes pretendem
assinalar a área artificializada, contudo, esta já está prevista na questão anterior. Quando a
opção Outros é assinalada, embora o predomínio seja para jardins, campos de golfe, espaços
de lazer, etc; há um considerável número de participantes que o assinala especificando
posteriormente exemplos que se prendem com a artificialização. Tal justifica a percentagem

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alcançada neste item do questionário. Será portanto necessário desenvolver melhor esta
questão nas notas explicativas.

As figuras 54 a 56 são exemplificativas de alguns tipos de uso do solo na zona interior contígua.

F IGURA 54:E XEMPLO DE U SO DO SOLO F IGURA 55: EXEMPLO DE USO DO SOLO F IGURA 56: EXEMPLO DE USO DO SOLO
“ SAPAL ” 4 “P ASTAGEM ” “ MATOS ”

4 ENTRADAS NO MEIO MARINHO.

Caracterizar as descargas líquidas no mar ao longo da unidade continua a oferecer algumas


dúvidas aos participantes. A campanha 2008/09 analisou descargas líquidas no mar em 332
unidades, isto é, 166km de costa percorrida. Na realidade o número seria superior, caso não
houvesse entradas assinaladas e analisadas de forma incoerente e elegível, o que implicou a
sua rejeição na introdução da Base de Dados.
A3
Assim, das 332 consideradas, a tipologia A2 5%
6% N1
drenagem natural foi identificada em 46%
51% das unidades: Linha de água (rio,

43
ribeira, etc. – N1) com 46%; surgência A1

Página
38%
(nascente, fonte, etc. –N2) com 5%. A
tipologia Drenagem artificial foi
N2
reconhecida em 49% das unidades, 5%

F IGURA 57: TIPOLOGIA DAS DESCAR GAS LÍQUIDAS NO MAR (%).


distribuída por entubado – A1 - (38%);
céu aberto – A2 - (6%) e escorrência (fossas, indústria, etc. – A3) - 5%. (Figura 57).

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A figura 58 concentra as
características das descargas Sinais vida na água 38,9
líquidas analisadas. Como o Cor alterada/ espuma 24,4
questionário é de resposta Esgoto doméstico/ industrial 23,2
múltipla, pode acontecer que a 22,3
Mau cheiro
mesma entrada registe tantos
Despejo de lixo 20,2
indicadores como os que o
Vestigios óleo ou derivados 7,2
questionário prevê.
Peixe morto 2,7
O despejo de lixo junto às linhas F IGURA 58: C ARACTERÍSTICAS DAS DESCARGAS LÍQUIDAS (%)

de água é um problema continuado ao longo do litoral, assinalado em todas as campanhas


Coastwatch. As figuras 59 a 61 exemplificam algumas das características das descargas líquidas
no mar.

F IGURA 59:E XEMPLO ” DESPEJO DE LIXO ” F IGURA 60: EXEMPLO DE “ COR F IGURA 61: EXEMPLO DE “ PEIXE
ALTERADA ” M ORTO ”

Em relação aos

44
nitratos, nas 332
unidades

Página
caracterizadas,
foram
encontradas 100
F IGURA 62: A NÁLISE Á ÁGUA COM FITAS DE F IGURA 63: MEDIÇÃO DOS NITRATOS . F OTO
unidades com NITRATOS F ERNANDO S ALVADO

registo de nitratos. Em média o valor foi de 58,4% por entrada, o que é um valor bastante
elevado (Figuras 59 e 60).
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C C– Z O N A S UP R AT I D A L

A zona supratidal é a zona entre a linha normal de maré cheia e a linha máxima atingida nas
marés vivas.

1 L A R G U R A A P R O X I M A D A D A Z O N A S U P R A T I D A L (Z S) A O L O N G O D A U N I D A D E

Porque a largura ZS pode ser variável ao longo dos 500 metros que compõem a unidade, este
parâmetro permite assinalar até duas opções. Assim, do total de unidades monitorizadas, a
maior largura da ZS, concentra-se entre os 2 e os 50 metros (Figura 61).

>250m 0,5

51-250 3,8

6-50m 40,0

2-5m 43,0

0-1m 11,0

F IGURA 64: L ARGURA DA Z ONA S UTRATIDAL (%) F IGURA 65: E XEMPLO DE TIPO D LARGURA DA ZS. F OTO :
COASTWATCH

2. P R I N C I P A I S R E P R E S E N T A N T E S D A F L O R A D A Z O N A S U P R A T I D A L

A ZS está sempre emersa excepto no período de marés-vivas. A flora daqui existente é variada
e adaptada a estas Junco 9,7
Lodosa

Caniço 7,8
características.
Tábua 1,9

45
A figura 66 mostra a Outro 1,9
Cravo-das-areias 7,0
Rochosa

distribuição das espécies

Página
Funcho-marítimo 7,2
Líquenes 13,9
encontradas na Zona Outro 4,2
Planta pioneira 20,8
Supratidal. A predominância
Estorno 24,7
Arenosa

de uma espécie em relação a Cardo-marítimo 20,2


Camarinha 7,0
outra prende-se, Outro 10,8

essencialmente, pelo tipo de F IGURA 66: PRINCIPAIS REPRESENTANTES DA FLORA DA ZS (%)

costa mais monitorizado.


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Como já foi referida a costa não rochosa - com especial


incidência para o tipo de sedimento arenoso, - obteve
uma maior taxa de cobertura, assim, as espécies com
maior expressão são as que se adaptam a estas
características.
F IGURA 67: E STONO [A MMOPHILA ARENARIA ]
Note-se que o facto de, quanto ao tipo de formação,
praia e duna com vegetação serem predominantes na
área monitorizada, reforça a existência de espécies
como o estorno, cardo marítimo e planta pioneira. Com
efeito elas aparecem nesta campanha com valores
F IGURA 68: C ARDO - MARITIMO [E RYGIUM
percentuais de 24,7; 20, 8 e 20,2, respectivamente; MARITIMUM

equivalente proporcionalidade ocorreu nas campanhas


anteriores. No campo “Outros” da costa arenosa
(10,8%) foram exemplificadas diversas espécies tais
como salicórnia, salgueiros, acácia, chorão, Granza-das-
praias, Cordeiros-das-praias, Murganheira-das-praias,
Carqueja-mansa, Perpétua-das-areias, entre outras. F IGURA 69: C ANIÇO [P HRAGMITES AUSTRALIS ]

No sedimento lodoso, com fraca monitorização, as


espécies como junco e caniço são as que manifestam.
Acácia e chorão foram o que mais foi assinalado no

46
item “Outros”. Na costa rochosa há uma

Página
F IGURA 70: L ÍQUEN : V ERRUCARIA MAURA
preponderância dos líquenes (13,9%). Porém o cravo
das areias e o funcho-marítimo também foram
referenciados. As espécies mais identificadas no item
“outros” foram salgueiros e Zimbro.

F IGURA 71: M ORGANHEIRA - DAS - PRAIAS


(E UPHORBIA PARALIAS )

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3. P R I N C I P A I S R E P R E S E N T A N T E S D A A V I F A U N A

A avifauna do litoral português é muito diversa e variada, de acordo com a região. Com efeito,
cada ecossistema contém em si espécies que poderão ser únicas. Espécies que existem nas
ilhas não ocorrem no continente e, muitas vezes, a mesma espécie apresenta algumas
características divergentes. Acresce ainda o facto de uma mesma espécie ter nomes diferentes
em regiões diferentes.

Assim, este é um item do questionário que oferece alguma reclamação, não obstante ter um
espaço assinalado com “outros” – o que permite acrescentar as espécies não indicadas. Para
resolver esta situação, particularmente nas regiões autónomas, onde as espécies divergem
mais relativamente ao continente, seria interessante criar um questionário adaptado.

Garajaus 2,6

Flamingo 3,1

Guincho 3,7

Cegonha-branca 4,7

Andorinhão 4,8

Corvo-marinho 7,3

Garça-real 8,0

Pombo da rocha 8,3

Outros 11,1

Andorinha-do-mar comum 15,8

Gaivota 69,5

F IGURA 72: PRINCIPAIS REPRESENT ANTES DA AVIFAUANA (%)

47
Como não seria de esperar a espécie dominante é a gaivota, com uma clara preponderância

Página
(69,5), tal como é visível quando caminhamos ao longo do litoral português. Todas as outras
espécies existem em menor quantidade por serem específicas às unidades monitorizadas
(Figura 72).

No item “outros” com 11,1% as espécies encontradas foram diversas. A título de exemplo aqui
ficam algumas das assinaladas: pato-real, Pilrito-das-praias, Alveola cinzenta, maçarico-das-
rochas, Pato-preto, Borrelho-de-coleira-interrompida, cagarro, etc.

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E porque a campanha 2008/09 foi acima de tudo o observar a biodiversidade, eis algumas das
espécies que testemunham o olhar dos participantes (Figuras 73 a 80).

F IGURA 73. C AGARRO . F OTO : A MIGOS DOS A ÇORES F IGURA 74. A NDORINHA - DO - MAR . F OTO : S ÉRGIO C AETANO

F IGURA 75:G ARAJAU . F OTO : S ÉRGIO C AETANO F IGURA 76: P IRLITO . F OTO S ÉRGIO C AETANO

48
F IGURA 77. P ATO - REAL . F OTO : RNET F IGURA 78: GARÇA BRANCA . F OTO C. M ONTIJO

Página

F IGURA 79: GAIVOTA . F OTO . C OASTWATCH F IGURA 80: F LAMINGO . F OTO . C OASTWATCH

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DD– Z O N A I N T ER T I D A L

Os organismos que vivem na Zona Intertidal estão expostos à alternância de marés sendo
obrigados a suportar períodos de extrema salinidade e hidratação, interpolados com períodos
de secura e concentração salina. Sofrem ainda com os ciclos de intensa precipitação e radiação
solar. Por outro lado os períodos de grande agitação marítima induzem um forte efeito da
acção mecânica das ondas sobre os organismos que aqui residem.

Assim não é de estranhar que muitos deles desenvolvam uma grande capacidade de fixação ao
substrato.

1 L A R G U R A A P R O X I M A D A D A Z O N A I N T E R T I D A L (Z I) A O L O N G O D A U N I D A D E

5-50m 58,7

<5m 28,5

51-250m 6,8

N/caracterizadas 4,4

>250m 1,6

F IGURA 81: L ARGURA DA Z ONA I NTERTIDAL (%) F IGURA 82: E XEMPLO DE “ LARGURA DA ZI”

Tal como na Zona Supratidal, o questionário prevê duas opções para a caracterizar a largura na
Zona Intertidal. As maiores percentagens de cobertura dizem respeito a menores ZI - 5-50m
58,7% e <5m 28,5% - (Figura 81).

49
Tendo em conta a cobertura de costa rochosa e de praias com grandes obras costeiras,

Página
nomeadamente pontões, compreende-se as dimensões apontadas para a variedade de largura
da Zona Intertidal (Figura 82).

Dos 4,4% de unidades não caracterizadas convém sublinhar que 24 foram consideradas
interditas e 42 inacessíveis o que dificulta e/ou invalida a sua caracterização. Em alguns casos
estas unidades são monitorizadas com auxílio a binóculos.

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2. P R I N C I P A I S R E P R E S E N T A N T E S D A F L O R A D A Z O N A I N T E R T I D A L

A figura 83 possibilita-nos observar que o padrão de distribuição da flora da zona intertidal


está de acordo com as condições de salinidade, hidratação e o tipo de costa onde vivem. Com
efeito os ecossistemas costeiros são diversos, originando uma vasta biodiversidade, mais ou
menos ameaçada. Assim, na costa arenosa existe um claro predomínio de resíduos de conchas
e material orgânico na linha de maré (34,5%); resíduos de algas e/ou plantas na linha de maré
(27,9%).

Outro 2,3
Arenosa

Resíduos de conchas e material orgânico animal na linha de maré 34,6


Resíduos de algas e/ou plantas na linha de maré 27,9
Erva-marinha 6,2
Outro 0,8
Alga Vermelha 7,8
Laminaria 3,5
Rochosa

Alga calcária 3,2


Alga verde 14,6
Alface-do-mar 12,8
Bodelha 7,5
Outro 1,2
Lodosa

Erva-marinha 5,2
Salicórnia 4,0
Morraça 5,5

F IGURA 83:P RINCIPAIS REPRESENTA NTES DA FLORA DA ZONA INTERTIDAL (%).

Na costa rochosa, as diversas variedades de algas vermelhas,


calcária e verde predominam em relação às espécies como a
alface-do-mar e a bodelha. Na costa lodosa, como é

50
característico das áreas de sapal

Página
F IGURA 84 – VESTÍGIOS DE CONCHAS
predomina a morraça (5,5%). Na
NA LINHA DE MARÉ

opção “outros”, das espécies


encontradas as mais referenciadas
foram os jacintos-de-água, alga
F IGURA 86: A LGA CALCÁRIA
castanha e sargaço.

F IGURA 85: A LGAS VERMELHAS


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Todas as espécies assinaladas foram encontradas em


maior quantidade, vivas, excepto os golfinhos.

Dos 28 golfinhos encontrados mortos a sua maior


concentração foi na região centro - situação similar em
campanhas transactas -. Assim, Nazaré, Alcobaça,
F IGURA 87:G OLFINHO M ORTO . S. Q UARESMA Lourinhã, Mira, e Peniche, são algumas das áreas
costeiras onde todos os anos são encontrados cetáceos
em elevado estado de decomposição.

Das espécies que compõem a fauna da zona intertidal,


caranguejos, lapas, cracas e mexilhões foram
F IGURA 88: E STRELA - DO - MAR G. MESQUITA
encontrados em maior frequência. Talvez por influência
do tema da campanha - biodiversidade - e pelas diversas
acções de sensibilização e actividades desenvolvidas no
terreno, sobretudo em observação de poças de maré,
verificou-se uma maior contagem nestas espécies face a
F IGURA 89: L APAS . P. C AROCINHO
anos anteriores. 3,1
Outros 9,6
1,2
Ratos 3,5
Na opção “outros” foram 2,1
Golfinhos 0,4
1,0
assinaladas 9,5% de fauna viva e Tainhas e fataças 3,9

51
1,9
Estrelas-do-mar 4,4
3,1% morta. De entre os Ouriços-do-mar 5,5
8,9

Página
0,8
Cabozes
assinalados como vivos realça-se 3,6
3,0
Cracas 16,7
búzios, camarões, polvos, etc. E Caranguejos 12,5
23,4
6,6
Lapas 23,3
mortos: percebes, choco, lulas, 12,8
Mexilhões 13,9
1,8
camarões e peixes cuja espécie Anelídeos e Poliquetas 4,6
0,6
Anémonas 4,5
não foi identificada (Figura 90) Alforrecas 2,9
Mortos Vivos
4,0
F IGURA 90:P RINCIPAIS REPRESENTANTES DA FAUNA DA Z ONA I NTERTIDAL
(%)

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4. A V E S E N C O N T R A D A S A O L O N G O D A U N I D A D E

No ponto 4 do questionário solicita-se que os participantes contabilizem, dentro dos intervalos


de classe, o número de aves encontradas ao longo da unidade, assinalando na respectiva
coluna, quantas vivas e mortas, com e sem petróleo.

Em 77 unidades foram encontradas aves 30

Sem petróleo com petróleo


1 a 10 6
mortas sem petróleo e 6 com petróleo, 10
11 a 50 1
0
concentradas no intervalo de classe 1-10. > 50 0
401
1 a 10
Por norma estas são encontradas perto 77
276
11 a 50 9
de docas ou áreas portuárias.
119
> 50 6
Quanto às aves vivas foram assinalas
vivas mortas
como estando em todos os intervalos de F IGURA 91: N º DE AVES ENCONTRADAS POR INTERVALO DE CLASSE

classe, embora em maior número de unidades (401) no intervalo de classe (1-10) – Figura 91.

As figuras 92 a 95 espelham o olhar dos participantes sobre a biodiversidade da avifauna.

52
F IGURA 92: GANSO - PATOLA . F OTO S OFIA . Q UARESMA F IGURA 93: G AIVOTA : F OTO : S OFIA Q UARESMA

Página

F IGURA 94: G AIVOTAS . F OTO : CM M ONTIJO F IGURA 95: F LAMINGOS . F OTO : CM M OITA

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E E– RE S ÍD U OS E P O LU IÇ Ã O NA S V Á R IA S Z ON A S DA C O S TA

1 – PRINCIPAIS OBJECTOS D E GRANDES DIMENSÕES

Os objectos de grandes dimensões encontrados ao longo das unidades monitorizadas,


campanha após campanha continuam a ser uma realidade reflectora do nível de cidadania
praticado no nosso país.

Sabendo que na mesma unidade podem ser encontrados diversos tipos de resíduos é de todo
um exercício pouco atractivo imaginar a paisagem costeira em período fora da época balnear.
Contudo, o que é preocupante é que muitos destes resíduos, por se encontrarem fora de áreas
consideradas balneares, permanecem de ano para ano no mesmo local servindo de pólo
atractivo para despejo de novos resíduos.

A figura 96 permite-nos 76,9


Total de unidades com unidades com resíduos
84,0
observar a tipologia de
23,0
Sem resíduos
16,0
resíduos predominante
6,3
Destroços de electrodomésticos
7,8
ao longo das unidades
12,0
Destroços de barcos
monitorizadas. A realçar 11,4
19,3
Lixo doméstico em sacos ou amontoado
o facto de o total de 21,6
9,2
Objectos metálicos de grandes dimensões – sucata
unidades com resíduos, 10,0
8,7 2007
Objectos domésticos volumosos “monos”
independentemente da 8,9
21,5
Resíduos de construção e demolição, entulhos vários 2008
tipologia, só é já de si 24,3

53
elevado, aumentou F IGURA 96: R ESÍDUOS DE GRANDE DIMENSÃO (%)

Página
7,1%.em relação ao ano passado.

Não deixa de ser preocupante constatar que em 677km de costa monitorizada apenas 16% não
assinala qualquer tipo de resíduo de grande dimensão. Contudo, estes 16% contêm, em si,
outros resíduos, nomeadamente plásticos.

Quanto à distribuição da tipologia dos resíduos, continua idêntica ao longo dos anos: Resíduos
de construção e demolições, lixo doméstico em sacos ou amontoado e objectos metálicos de
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grandes dimensões, concentram os valores mais elevados e, registaram ainda, em relação ao


ano anterior, um aumento.

Para o IGAOT13 torna-se impossível manter


inspectores em toda costa fiscalizando aquilo
que já não deveria ser prática comum: usar o
espaço público como lixeira.

Uma parceria entre o IGAOT e o Coastwatch


será uma boa estratégia para unir esforços na
tentativa de erradicar os objectos de grandes
dimensões deixados ao longo do litoral. A F IGURA 97: L IXEIRA “ ESPONTÂNEA ” NA FALÉSIA - P RAIA DE
S. L OURENÇO – R IBAMAR . M ARIANA C OSTA
título de exemplo fica aqui este testemunho.
No dia 4 de Janeiro a coordenação Nacional do Coastwatch e uma participante independente
foram monitorizar o bloco 1 da NUT 172 (Ribamar - Praia de S. Lourenço). Na unidade 2 a
falésia oferecia uma paisagem inacreditável.

A notícia foi divulgada no blogue14 feita uma denúncia ao IGAOT, indicando o local e enviando
fotos (Figura 97).

Em Fevereiro o IGAOT enviou-nos um ofício indicando o despacho do assunto para a SEPNA15


que posteriormente entra em contacto com a coordenação do Coastwatch e providenciou a
resolução do problema. Tomando este episódio como modelo, contamos que outras pessoas

54
façam a denúncia sempre que depararem com situações semelhantes; esta é, também, uma

Página
forma de exercer cidadania ambiental.

13
Inspecção-Geral do Ambiente e do Ordenamento do Território. No site http://www.igaot.pt/,
no item reclamações poderá deixar a informação sobre resíduos de grandes dimensões
encontrados ao longo do litoral.
14
http://coastwatch-coastwatch.blogspot.com
15
Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente, www.gnr.pt

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2. T I P O L O G I A D O S R E S Í D U O S E N C O N T R A D O S

A quantidade de resíduos encontrados, independentemente da tipologia, tem sido, ao longo


das campanhas, um facto inegavelmente impressionante.

É nos meses de Outono e Inverno, que se concentra, ao longo do litoral, a maior quantidade de
resíduos. Dois factores são responsáveis por esta situação: a precipitação intensa e
concentrada que contribui para caudais mais intensos de rios e ribeiras e consequente
arrastamento dos resíduos até ao mar e período das marés vivas, essencialmente as
equinociais (Figuras 98 e 99).

F IGURA 98: R ESÍDUOS EM LINHA DE MARÉ . S OFIA Q UARESMA F IGURA 99: R ESÍDUOS EM LINHA DE MARÉ . M ARIANA C OSTA

Como é sabido a limpeza das praias pelas entidades responsáveis é efectuada em período
balnear, porém, todos os resíduos que ficaram junto á linha de maré voltam a ir para o mar.

Será essencial, e urgente, que as autoridades responsáveis desenvolvam práticas de recolha de


resíduos em linha de maré, aproveitando que

55
o mar os “devolveu”. Concludentemente,

Página
contribuía-se para uma limpeza mais eficaz da
costa e do oceano

Muito embora não seja um princípio geral do


projecto Coastwatch fazer recolhas de lixo,
muitas entidades e participantes
F IGURA 100: R ECOLHA DE RESÍDUOS . CM M ONTIJO
independentes acabam por tomar essa iniciativa.
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Uma das mais-valias de ter as autarquias


associadas ao projecto é que muitas delas
aproveitam a saída de campo e organizam
limpezas do litoral.

De realçar que o escutismo desenvolve cada


vez mais um papel de cidadania activa quer F IGURA 101: A PANHA DE RESÍDUOS POR UM GRUPO DE
PARTICIPANTES INDEPENDENTES . F OTO : F ERNANDO S ALVADO
no projecto Coastwatch, como já foi referido,
quer nestas actividades de limpeza e recolha
de resíduos. (Figuras 100 a 102).

A tabela 7 apresenta o panorama da


distribuição de resíduos ao longo dos 677km
de costa monitorizada.
F IGURA 102: A PANHA DE RESÍDUOS . C ÂMARA M UNICIPAL
Independentemente da quantidade e da DE A LCOBAÇA

concentração nos diferentes intervalos de classe a realidade é que existem resíduos em quase
toda a costa monitorizada. Se imaginarmos que a mesma unidade pode conter todos os tipos
de resíduos, o resultado não será certamente uma paisagem agradável.
T ABELA 7: P ERCENTAGEM DE UNIDADES MONITORIZADAS COM PRESENÇA DE RESÍDUOS
Tipologia de resíduos 2007/08 2008/09
Embalagens de bebida - Vidro 70,5 70,2
Embalagens de bebida - Metal 66,3 63,9
Embalagens de bebida - Plástico 80,4 82,2

56
Embalagens de bebida - Cartão 59,5 54,7
Pneus 41,9 37,2

Página
Sacos de plástico 71,3 65,7
Aparelhos de pesca 57,5 53,8
Embalagens em material sintético 43,0 38,4
Material médico e sanitário 34,5 30,4
Recipientes de substâncias potencialmente perigosas 36,1 32,9
Têxteis [artigos de vestuário, sapatos, luvas] 52,2 49,1
Papel, cartão e/ou madeira 64,9 54,2
Vidros [não incluindo de bebidas] 40,1 31,1
Latas (não incluindo de bebidas] 43,8 39,1

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O plástico, tal como desde sempre, assume um papel preponderante – sacos plástico em
65,7% das unidades; embalagens de bebida em plástico 82,2% - Embalagens de bebida em
vidro 70,2%; embalagens de metal 63,9%; eis apenas alguns exemplos. E porque uma imagem
vale mais do que as estatísticas, como testemunho de quem monitorizou o litoral, eis o olhar
sobre os resíduos ao longo do litoral… (Figuras 103 a 108).

F IGURA 103: O OLHAR DA ADACE F IGURA 104: O OLHAR DO CMA

F IGURA 105: O OLHAR DO CMA F IGURA 106: O OLHAR DA S ARA B ICHO

57
Página

F IGURA 107: O O LHAR DA ES VRSA F IGURA 108: O OLHAR DA CM A LCOBAÇA

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F F– P E RC E P Ç Ã O D E RI SC O S
– 1. I D E N T I F I C A A L G U M R I S C O D E D E G R A D A Ç Ã O A M B I E N T A L ?

Pretendeu-se com este item do questionário avaliar qual a percepção de cada participante face
aos riscos existentes na costa. De acordo com o assinalado, em relação a este indicador na
campanha transacta, 51% da área monitorizada foi apontada como tendo pelo menos um risco
ambiental. Este ano para uma menor área monitorizada os participantes, indiciaram 65% de
risco ambiental.

2. I N D I C A D O R E S D E R I S C O A M B I E N T A L

A erosão costeira continua a ser o


2,8
Extracção de inertes 4,2
indicador percepcionado pelos
4,5
Outros 12,1
participantes como detendo o maior 24,5
Presença de espécies infestantes 0,0
risco, atingindo 60% em 2008e 67,3% em Pressão turística excessiva
26,6
25,3
2007 (Figura 109). Perda de qualidade ambiental
26,9
29,6
60,3
Erosão costeira 67,3
Este ano, por sugestão coordenadores
2008 2007
regionais, foi introduzido neste item do
F IGURA 109: I NDICADOR DE PERCEPÇÃO DE RISCO (%)
questionário “Presença de infestantes”
como sendo um indicador de risco. Assim, das 880
unidades assinaladas como sendo detentoras de um
tipo de risco ambiental, 24,5% é causado pela

58
presença de infestantes que acabam por destruir a

Página
biodiversidade autóctone F IGURA 110: TIPO DE RISCO : E ROSÃO COSTEIRA .

F IGURA 111: T IPO DE RISCO : P RESSÃO TURÍSTICA


F IGURA 112: TIPO DE RISCO : PRESENÇA
EXCESSIVA
DE INFESTANTES . F OTO : G. MESQUITA
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GG– O B SE RV A Ç ÕE S

Este é um espaço que se encontra em aberto. Aqui qualquer participante pode anotar o que
não foi previsto no questionário, comentar, dar sugestões, desenhar… enfim é um espaço livre
para que cada coordenador complementar a caracterização da unidade.

Os comentários recebidos foram diversos. Como testemunho aqui fica a transcrição de alguns:

NUT Comentário/Observação
112 Verificamos mais erosão. As protecções que existiam nas dunas para combater a
erosão, estão a ficar a descoberto e a duna cada vez mais pequena;
Formação de dunas através de barreiras de protecção. Pedras e dique a acompanhar
o percurso da ribeira;
Praia que até há pouco tempo era favorável à acumulação de areias e neste
momento, a erosão está bem presente formando balcões de areia. Esta situação
piorou depois do arranjo do esporão;
Praia e dunas estragadas pelos tractores dos pescadores;
Erosão costeira cada vez mais acentuada;
Acumulação de areias a Sul do esporão;
Esta unidade tem mais lixos do que em anos anteriores. Erosão acentuada do cordão
dunar.
114 Os estaleiros do porto marítimo e a actividade destes aparentam ser um dos
principais poluidores da zona imediatamente envolvente. Areal extremamente
contaminado com óleos e combustíveis. Aparência viscosa e odor característico.
Fauna da zona intertidal também contaminada com óleo e diesel;
O areal encontra-se totalmente saturado de óleos, tornando-o pastoso e brilhante,
além de possuir um odor característico. Os principais representantes da fauna na
zona intertidal apresentam-se também oleosos e viscosos;
Houve ampliação do Porto de Leixões -terminal de cruzeiro, tendo alterada a
paisagem;
Houve ampliação do Porto de Leixões -terminal de cruzeiro, tendo alterada a

59
paisagem;
A linha de costa da foz (nevolgide) sofreu diversas intervenções este Verão tendo em

Página
vista tornar estas praias (6 a 10) acessíveis à prática balnear. Destaco as obras ligadas
com o saneamento básico e as infra-estruturas de acesso à praia. Verifica-se que na
presente data as obras não estão concluídas a 100%. Não obstante há uma
significativa melhoria na qualidade da água e na limpeza das praias. Refiro apenas
como nota negativa, a fraca qualidade do projecto de intervenção na parte fronteira
da praia, onde a aplicação de betuminoso e outros materiais de pouco carácter
biofísico transmitem um carácter pouco apropriado para a área.
161 A presença de uma elevada quantidade e diversidade de tipo de Resíduos e a
diminuição na extensão do areal levam-nos a concluir do risco efectivo da perda de
qualidade ambiental do bloco;

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Não o definiríamos como um risco, mais como uma preocupação constante: a


quantidade de resíduos que aparece no areal na época pré e pós balnear;
Os dois factores anteriormente apresentados - presença de resíduos e pressão
turística - se não forem devidamente acompanhados podem conduzir a
ameaças/riscos efectivos para a linha de Costa;
Excessivo número de artefactos de pesca deixados/abandonados pelos próprios
pescadores;
Existência de um variado e elevado número de resíduos, tendo observado - nos
terrenos identificados como sendo da APA, enormes quantidades de entulhos;
Não, mas se não existir o cuidado para com a limpeza das margens da Ria e da parte
da Fábrica o devido tratamento dos seus efluentes, poderemos vir a assistir a uma
perda da qualidade ambiental de tão bonito e valioso património
162 Troncos de árvores, armadilhas para polvos;
A Praia da Tocha, com Bandeira Azul, devido à forte pressão humana durante a época
balnear apresenta um risco moderado de perda de qualidade ambiental;
Artes da pesca nesta unidade e na anterior (P. da Tocha) degradam a qualidade
ambiental das areias com bastante resíduos da actividade, incluído pescado não
vendido;
Próximo desta unidade há uma descarga contínua de efluentes da aquacultura Stolt
Sea Farm;
Erosão ravinar (escarpa de erosão provocada pela saída da vala para o mar) na duna
junto à foz da vala (que curva para norte);
Zona de deposição com muitos fragmentos de conchas e com bastantes e
diversificados tipos de resíduos. Começa-se a notar a uma pequena escarpa de
erosão costeira;
Zona de deposição com demasiado lixo proveniente, maioritariamente, da actividade
piscatória;
Zona de deposição com bastante lixo (vidros, plásticos e aparelhos de pesca);
Escarpa erosiva na duna já notória e arrojamentos;
Escarpa erosiva. A areia apresenta muitas manchas da espuma, não se observaram
aves e havia muitos resíduos;
Zona de sedimentação. Presença de muita espuma seca na areia no limite supratidal
e no mar;

60
Zona com escarpa erosiva dunar elevada (erosão de risco elevado). Zona interior com

Página
a maior piscicultura de Portugal (Pescanova).;
Zona com escarpa erosiva dunar elevada derivada da presença do esporão sul da
Praia de Mira, situado a norte desta unidade (erosão de risco muitíssimo elevado;
Unidade entre dois esporões e com alguma recuperação da frente dunar (erosão de
baixo risco devido a situar-se entre esporões);
A pressão turística e urbanística e os resíduos no areal apresentam-se como riscos de
degradação ambiental;
Escarpa erosiva dunar muito acentuada e início de pequenos galgamentos oceânicos
(erosão de risco muito elevado);
Duas frentes extensas (maiores que 30 metros) com galgamentos oceânicos e onde a
maioria dos lixos se encontram para o interior dunar;
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Zona de maior erosão em toda a área deste levantamento, com duna praticamente
destruída a partir de 150m para sul do esporão e com galgamentos frequentes;

16B Muito lixo;


Poluição nas areias;
Ver Foto arrojamento
Muito lixo e 2 peixes mortos (fotos);
No início do troço, foi instalada uma estrutura em madeira para estabilização da duna
embrionária, com plantação de Ammophila arenaria;
Erosão costeira intensa. Redução do areal em relação ao mesmo período do ano
passado;
Encontramos restos de uma baleia em decomposição;
Algumas das zonas da unidade foram recentemente limpas; agora já estão de novo
sujas (Praia do Abalo);
Zona de difícil acesso;
Muita poluição “espumosa”
171 Lagoa com sinais de vida interior, com gaivotas e muito turva. Aparentemente o mar
comunica com a lagoa, dando-lhe um carácter bastante salobro;
Construções nas rochas;
Praia artificial;
De 2007 para 2008 houve arranjos nos acessos à praia do Lizandro o que permite
uma melhor preservação das dunas. Houve melhoria da qualidade ambiental;
Unidade que faz fronteira com o concelho de Mafra e Sintra "parece terra de
ninguém";
Recuperação do ecossistema dunar - projecto Life/PNSC;
Forte erosão especialmente na área de estacionamento da praia de vide.
Deslizamento da arriba por baixo do estacionamento. É preciso drenar a água da
superfície da rua e do estacionamento;
Sem acesso unidades observadas com binóculos;
Pressão excessiva de pescadores à linha com degradação do lapiaz costeiro da
vegetação e acumulação de resíduos sólidos por pisoteio terrestre e TT.
Estacionamento selvagem de viaturas nas arribas;

61
Recuo da arriba já destrui parte do miradouro de frente das azenhas do mar;
Escadaria muito danificada e intransitável. Risco permanente da sua utilização de

Página
acesso à praia da Aguda;
Presença de vários resíduos de embalagens de plástico (Mac Donald);
Área de grande movimentação/obras transporte fluvial;
Inacessível devido às obras de intervenção na zona ribeirinha;
150 Passa a linha do comboio, e é uma zona de pastoreio de vacas;
Zona mais urbanizada a sul da linha do comboio;
Picadeiro para a prática desportiva equestre;
A praia estava em bom estado de conservação de um modo geral, tendo um
conjunto de ecopontos numa quantidade significativa. A zona dunar apresentava-se
um pouco suja, evidenciando a presença humana, sendo possível concluir que

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muitas pessoas pisam as dunas. Esta praia foi requalificada em termos ambientais,
tendo melhorado bastante;
Apesar da modificação da paisagem com a construção do aeroporto já possui há
algum tempo, o movimento constante de aviões que prejudicam;
Existência de uma reserva de aquacultura;
Presença em abundância de patos, bastantes plantas invasoras (chorão e acácia);
Recentemente modificação com um campo de golfe o que mudou por completo a
paisagem;
Relacionada com o ponto 4, existe um tubo de origem doméstica com sinal de ter
sido utilizado;
Grande presença de actividade piscatória;
Unidade 01 - O tipo de veículo motorizado utilizado para chegar até à ilha foi o
barco carreira. Depois de efectuar todo o percurso pode-se concluir que pelo menos
estes 5 km2 apresentam no geral um bom estado de conservação apesar de se
encontrar alguma poluição (é residual), é necessário que se tomem medidas de
modo a preservar o património biológico existente, estas ilhas.barreira são únicas
em todo o Portugal - Continental
Passam vários barcos no canal do sapal, a longo prazo poderá afectar a zona
húmida (poluição ambiental);
Zona de erosão costeira relativa. O declive da duna acentuado e zona supratidal
reduzida mostram que nessa parte o processo de erosão é maior que o processo de
acumulação. Reduzida ausência de areias médias. Unidade 07- A pressão turística
na época estival pode originar pisoteio nas dunas o que pode interferir com as
plantas pioneiras das dunas embrionárias. Encontrada ave morta. Unidade 09 - O
chorão é vegetação exótica. Unidade 10 - A pressão turística é excessiva na época
estival. A espécie infestante é o chorão. Este inquérito abrange parte da zona do
canal da Ria Formosa (Barra Grande) e uma pequena parte do Sapal. Depois do
canal de circulação de barcos existem bancos de vasa onde há mariscadores a
apanhar bivalves. Pessoas que estão a trabalhar na ilha disseram que a estação de
tratamentos de águas residuais está a ser construída. Estes questionários foram
preenchidos uma semana depois das marés vivas da lua nova;
Aves mortas. Garças, pardais, cegonhas e outras;
Redução significativa na qualidade de resíduos relativamente ao levantamento de

62
2007;
Esta zona coincide com o molho (esporão) não havendo nada a assinalar sendo

Página
totalmente artifiacializado. Algumas garrafas de plástico deitada s pelos pescadores
200 Houve modificações na aparência da paisagem devido à abertura de uma estrada;
Devido a uma confluência de correntes marítimas esta é uma zona de risco, surgindo
um relativo amontoado de lixos;
Observação efectuada com binóculos, devido á dificuldade de acesso ao local.
Contudo, esta área é bastante homogénea relativamente às suas características
físicas;
Este inquérito foi observado numa parte da Marina da Horta. Pela utilização do
espaço é necessária uma monitorização ambiental frequente;
Zona Balneária com Parque de Campismo;
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Vários acessos à beira-mar que não se encontram ordenados, sendo uma fonte de
poluição pelos seus utentes (pescadores, caçadores submarinos;
Muitos copos de plástico, papéis e beatas de cigarros;
Muito lixo de todos os tipos;
Muitas Fezes de origem humana;
Não há organização da área habitacional - construção de edifícios;
Grande quantidade de plásticos de grandes dimensões;
Muita espuma na costa (da chuva da noite anterior) e sacos de plástico de grandes
dimensões;
Zona onde a possibilidade de construção deve ser planeada;
Presença de plantas endémicas e nativas dos Açores Festuca jubata, Feto-marinho e
Perrexil-do-mar e de aves migratórias;
Muito lixo doméstico;
Presença de uma descarga líquida para o mar, derivada de uma fábrica de peixe.
(líquido com mau cheiro e amarelo);
Presença de plantas endémicas dos Açores - Festuca jubata, Pericalis malvifolia,
Euphorbia azorica e de aves (subespécies endémicas dos Açores) - a foz da Ribeira
(seca no momento da análise) encontra-se com muito lixo.;
Presença de plantas (Euphorbia azorica, Festuca petraea) e de aves nativas dos
Açores

63
Página

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7. C ONCLUSÃO
O Projecto Coastwatch concluiu mais uma campanha, este ano dedicada à biodiversidade. Em
Setembro inicia-se nova campanha: a 20ª. 20 anos a olhar pelo litoral, a sensibilizar jovens e
cidadãos em geral, a mobilizar voluntários, a integrar currículos escolares, a criar hábitos de
cidadania e participação pública, a desenvolver técnicas de observação e trabalho de campo.

Muitos dos que hoje são professores; técnicos responsáveis por grupos de jovens (escuteiros
ou similares); técnicos de ambiente; ou outros que têm a responsabilidade directa ou indirecta
de dinamizar a educação e cidadania ambiental; ou simples cidadãos; foram voluntários
praticantes de Coastwatch em algum momento do seu percurso ambiental.

Numa altura em que a perda da biodiversidade quer por causas antrópicas – directas e
indirectas – quer por causas naturais, é assustadora, atingindo valores sem precedentes.
Procurou-se, com a adopção deste tema, sensibilizar e alertar os mais de 5000 voluntários que
directamente participam na campanha, para a importância de se conservar e respeitar a
biodiversidade costeira.

Para reforçar a importância e a urgência em preservar a biodiversidade, na 19ª Campanha


Coastwatch “Um Olhar sobre a biodiversidade”, dinamizaram-se diferentes grupos de trabalho
teórico-práticos, com observação directa de biodiversidade em diferentes ecossistemas.
Foram, ainda, desenvolvidas sessões teóricas em escolas sobre o tema, mesmo que na prática
estes alunos não viessem a integrar a campanha Coastwatch.

64
Consolidando a sensibilização sobre o tema a que nos propusemos impulsionar e alertar, foi

Página
lançado um concurso de fotografia “O meu olhar pela biodiversidade”. Pretendia-se, assim,
que os alunos olhassem com atenção para a variedade de espécies que compõem os diferentes
ecossistemas sobre os quais o Coastwatch actua, sejam de sapal, dunares ou outros. Aos
professores e técnicos que os acompanharam competia informá-los e motivá-los, despertando-
-os para a biodiversidade vigente e as consequências da sua perda.

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Com agrado comprovámos que em muitos casos este objectivo foi conseguido, recebemos
fotos dentro da temática, alguns docentes dinamizaram o tema em área de projecto ou nos
clubes do ambiente; por isso, estamos convictos o Coastwatch conseguiu o seu intento: colocar
mais de 5000 voluntários a olhar pela biodiversidade.

Assim, de entre as principais conclusões da campanha2008/09, destacam-se:

Directamente envolvidos na campanha estiveram 5254 participantes voluntários, distribuídos


por 3729 alunos, 354 professores, 1053 escu(o)teiros, grupos de clubes de ambiente e outras
associações, 78 participantes independentes e 40 coordenadores regionais;
Envolveram-se na campanha 2008/09 195 entidades: 108 escolas, 16 ONG, 24 agrupamentos
de escu(o)teiros, 31 autarquias e 16 outras entidades/associações.;
Tal como acontece em anos anteriores, existe um maior número de voluntários e entidades
indirectamente envolvidos que apoiam a campanha, divulgam actividades, mantendo-se por
trás da logística própria do projecto, mas que por qualquer motivo, a informação do seu
envolvimento não chega à coordenação nacional e, portanto, não é contabilizada no total dos
participantes;
Foram monitorizados 677km de costa, porém, por questões de acessibilidade –
principalmente em áreas de falésia, sapal ou de mais difícil acesso, como acontece nos
Açores, diversos grupos repetiram o mesmo bloco, sendo o resultado apenas contabilizada
uma vez. Trata-se de um projecto de educação ambiental e semelhante prática não oferece
qualquer inconveniente;

65
49% das unidades monitorizadas foram efectuadas no mês de Novembro;

Página
43% dos participantes afirma ter um bom conhecimento do local, o que confirma a tendência
de continuidade no projecto, verificada nas ultimas campanhas;
49,4% das unidades monitorizadas ocorre em Áreas Protegidas;
Oeste, Grande Porto e Pinhal Litoral foram as NUT com maior taxa de monitorização,
respectivamente, 90.8%; 77,3% e 62,5%. A Península de Setúbal registou uma taxa de
cobertura de 46,8%. Minho-Lima não obteve qualquer monitorização:

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45,1 % da área monitorizada ocorre em costa não rochosa. Do total de costa não rochosa,
304km apresenta sedimento arenoso e 114km lodoso. A inacessibilidade e características
próprias do estuário – o que lhe confere alguma dificuldade – reflectem uma fraca
monitorização nesta zona, o que não foge ao padrão de anos anteriores.

Relativamente ao tipo de formação 56, 4% é praia e 46,4% é duna.

De acordo com a visão dos participantes, 36,4% da área monitorizada era não artificializada
(natural); 24% pouco artificializada e 39,6% muito artificializada;

Foram analisadas descargas líquidas no mar em 332 unidades, 46% das quais eram drenagem
natural - Linha de água (rio, ribeira, etc.) e 38% Drenagem artificial (entubado). Embora 38,9%
contivessem sinais de vida animal na água, todas as descargas, em maior ou menor
percentagem, apresentaram vestígios de poluição, quer fosse por despejo de lixo (20,2%), cor
alterada/espuma (24,4%), mau cheiro (22,3%) peixe morto (2,7%), esgoto
doméstico/industrial (23,2%), vestígios de óleo ou derivados (7,2%). Como a mesma descarga
pode ter mais do que um parâmetro, fácil será concluir que muitas necessitam de uma
intervenção urgente. Da análise aos nitratos, em média foram encontrados 58,4 mg/l.

A adopção de intervalo de classe para assinalar a quantidade de resíduos pode ter um menor
impacto porque não transmite um valor absoluto. Contudo, ele facilita a monitorização. Na
verdade, independentemente da quantidade e tipologia de resíduos o que importa é
compreender que encontrar objectos de grande dimensão, em 84% das unidades

66
monitorizadas é deveras preocupante, muito para além de saber o seu valor exacto.

Página
Tal como ocorreu em campanhas transactas: resíduos de construção e demolição, entulhos
vários e lixo doméstico em sacos ou amontoado aparecem em maior expressão
(respectivamente 24% e 21,6%); 16% do total da área monitorizada em 2008 não assinalou
qualquer resíduo de grande dimensão, em 2007 este indicador registou-se em 23%;

Fruto das práticas de consumo vigentes da sociedade actual, no litoral português continuam a
sobressair predominantemente plásticos, sejam em embalagem de bebidas ou outros.

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Efectivamente, não fugindo a padrões de distribuição de anos anteriores foram encontrados


em 677km de costa monitorizada (1354 unidades de 500m) Embalagens de bebida – Plástico
em 82,2% das unidades; Embalagens de bebida – Vidro em 70,2% das unidades; saco de
plástico em 65,7%; Aparelhos de pesca em 53,8%; Embalagens de bebida – Metal em 63,9%.
Isto apenas para referir alguns dos objectos encontrados. Se tivermos consciente que a
mesma unidade pode conter todos os tipos de resíduos, apercebemo-nos que,
independentemente da contagem exacta, o espectáculo é desolador e deveras preocupante;

A percepção de “Risco de Degradação Ambiental” foi apontado pelos participantes em 65%


das unidades monitorizadas mais 14% que em 2007. A percepção de erosão costeira como
um risco de degradação ambiental é aludida em 60,3% da área observada; seguida de perda
de qualidade ambiental (26,9%) e pressão turística excessiva (26,6%). Os diferentes
indicadores oferecem uma distribuição similar face a campanhas anteriores. Este ano
introduziu-se a presença de infestantes como um risco de degradação ambiental. Este
indicador foi percepcionado em 24,5% da costa indiciada como estando sujeita a um tipo de
risco de degradação ambiental.

A 20ª campanha Coastwatch inicia-se a 15 de Setembro de 2009, contamos convosco para


participarem e desde já lançamos o desafio a todos os que ao longo deste período fizeram
parte deste projecto: enviem fotografias, relatórios, ou outros relatos como testemunho da
vossa vivência. Pretendemos assinalar 20 anos a olhar pelo litoral; nada melhor que uma
publicação com fotos e partilhas.

67
Lurdes Soares

Página
Coordenadora Nacional Coastwatch

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Í NDICE G ERAL
Agradecimentos .......................................................................................................................................... 3

1. Prefácio .................................................................................................................................. 4

2. Introdução ............................................................................................................................. 7

3. Sobre a Biodiversidade ......................................................................................................... 9

4. Metodologia ........................................................................................................................ 19

5. Contexto .............................................................................................................................. 21

6. Campanha 2008/09 ............................................................................................................. 32

6.1. O tema da Campanha ....................................................................................................... 32

6.2. Concurso de fotografia ..................................................................................................... 33

6.3. Actividades de Educação e Sensibilização Ambiental ..................................................... 34

6.4. Actividades Desenvolvido no Âmbito do Projecto por outras Entidades ....................... 35

6.5. Resultados da monitorização ........................................................................................... 36

A - Informações sobre quem preenche o Questionário............................................................. 36

B– Análise Geral da Unidade ...................................................................................................... 39

C– Zona supratidal ....................................................................................................................... 45

D– Zona intertidal ........................................................................................................................ 49

70
E– resíduos e Poluição nas várias Zonas da Costa ..................................................................... 53

Página
F– percepção de riscos ................................................................................................................ 58

G– Observações .......................................................................................................................... 59

7. Conclusão ............................................................................................................................ 64

Bibliografia 68

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Índice Geral 70

Índice de Figuras ....................................................................................................................................... 71

Índice de tabelas ....................................................................................................................................... 76

Í NDICE DE F IGURAS
Figura 1: 25 hotspots. As extensões dos hotspots incluem 30 ± 3% das áreas a vermelho. Fonte:
Biodiversity hotspots forconservation priorities, Myers 2000 .................................................................. 13

Figura 2: Índice Planeta Vivo mostra as tendências médias de população de espécies terrestres, de água
doce, e marinhas em todo o mundo. Fonte: UNEP, (2006:25) .................................................................. 15

Figura 3: Abordagens para a preservação da biodiversidade (Sónia Borges). Fonte: Fonte: UNEP,
Panorama da Biodiversidade Global 2 (2006:68) ...................................................................................... 18

Figura 4: Observação de Biodiversidade na Lagoa dos Salgados – Albufeira ............................................ 19

Figura 5– Observação Biodiversidade na Praia do Magoito - Sintra .......................................................... 19

Figura 6 – Monitorização Cova do Vapor – Costa da Caparica (foto: Sónia Borges) ................................. 19

Figura 7:Faseamento Campanha Coastwatch 2008/09 ............................................................................. 20

Figura 8: Cobertura por Campanha (km) – Foto: Paulo Carocinho ............................................................ 21

Figura 9: área coberta por NUT III (%) -Foto Amigos dos Açores............................................................... 22

71
Figura 10: Monitorização Alentejo litoral (Grupo independente). Foto: Fernando Salvado ..................... 23

Página
Figura 11: Taxa de coberta por NUT II de 2002 a 2008 (%) ....................................................................... 23

Figura 12: acções de voluntariado em limpezas do Portinho da Arrábida ................................................ 25

Figura 13: Agrupamentos de Escu(o)teiros participantes na campanha2008/09 por NUT III (José Lopes)25

Figura 14: Nº de entidades participantes por campanha .......................................................................... 26

Figura 15: Percentagem de escolas face ao total de entidades ................................................................. 27

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Figura 16: Número de Escolas envolvidas na campanha 2008/09 (José Lopes) ........................................ 27

Figura 17: Número de Alunos participantes na campanha 2008/09 (José Lopes)..................................... 27

Figura 18: Professores por disciplina (%) – Campanha 2008/09 ............................................................... 28

Figura 19: Biodiversidade em duna embrionária ....................................................................................... 32

Figura 20: reunião técnica Algarve: A chegada dos flamingos à lagoa de Albufeira ................................. 32

Figura 21: Reunião Técnica Sintra - Observação de Poças de marés, Praia do Magoito ........................... 32

Figura 22: Morganheira-das-praias. AAMARG ........................................................................................... 33

Figura 23:Hora de almoço. Sofia Quaresma .............................................................................................. 33

Figura 24: Olhar a biodiversidade. CPAS .................................................................................................... 33

Figura 25: jardim da lagoa. João Filipe ....................................................................................................... 33

Figura 26: Arriba da Gralha. Sara Bicho ..................................................................................................... 33

Figura 27 – Acção de sensibilização sobre Poluição marinha (actividade inserida no Dia do Mar)........... 34

Figura 28 – Consumo sustentável da Água – E.S da ramada ..................................................................... 34

Figura 29: Dia do mar: Acção de limpeza da Arrábida ............................................................................... 34

Figura 30: Sensibilização Ambiental: Poluição - EBI Charneca da Caparica ............................................... 34

Figura 31: Atelier História do Mar Bravio e de um Capitão sem Navio - Padrão dos Descobrimentos - ... 34

72
Figura 32: Biodiversidade em Zonas Costeiras – Monte do Paio RNLSAS ................................................. 34

Página
Figura 33: www.cm-alcobaca.pt ................................................................................................................ 35

Figura 34: www.agrupamento523.com ..................................................................................................... 35

Figura 35: www.mun-montijo.pt ............................................................................................................... 35

Figura 36: Percentagem de área monitorizada por mês ........................................................................... 36

Figura 37: Precipitação em 2008. Comparação com os valores médios 1971-2000 ................................. 36
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Figura 38: Conhecimento do local (%) ....................................................................................................... 37

Figura 39: Percentagem de Unidades com designação especial por tipologia. Foto: CMA (Parque Natural
da Arrábida) 37

Figura 40: exemplo de tipo de acesso à unidade “a pé”............................................................................ 38

Figura 41: Exemplo de tipo de acesso à unidade “com veículo monitorizado”. Foto: Fernando Salvado . 38

Figura 40: Exemplo de tipo de acesso à unidade “interdito” – Áreas portuárias (www.google.pt ........... 38

Figura 42: Exemplo de tipo de Acesso “Inacessível”. Foto: Ecoteca do Faial ............................................ 38

Figura 44:Caracterização da costa Rochosa – Inclinação e altura da Arriba (%) ....................................... 39

Figura 45:Caracterização da costa Rochosa – Dimensão e grau de rolamento dos sedimentos (%) ......... 39

Figura 46: Granulometria do sedimento arenoso ..................................................................................... 40

Figura 47: Caracterização da costa quanto ao tipo de formação. Foto AAMARG ..................................... 40

Figura 48: km de costa monitorizados por tipologia ................................................................................. 41

Figura 49: artificialização da costa (%) ....................................................................................................... 41

Figura 50:exemplo de tipo costa muito artificializada ............................................................................... 42

Figura 51:exemplo de tipo costa pouco artificializada .............................................................................. 42

Figura 52:exemplo de tipo costa não artificializada .................................................................................. 42

73
Figura 53:Uso do solo na Zona interior contígua (%) ................................................................................. 42

Página
Figura 54:Exemplo de Uso do solo “sapal” ................................................................................................ 43

Figura 55:exemplo de uso do solo ............................................................................................................. 43

Figura 56:exemplo de uso do solo “matos” ............................................................................................... 43

Figura 57:tipologia das descargas líquidas no mar (%). ............................................................................. 43

Figura 58: Características das descargas líquidas (%) ................................................................................ 44

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Figura 59:Exemplo” despejo de lixo” ......................................................................................................... 44

Figura 60:exemplo de “cor alterada” ......................................................................................................... 44

Figura 61:exemplo de “peixe Morto” ........................................................................................................ 44

Figura 62: Análise á água com fitas de nitratos ......................................................................................... 44

Figura 63: medição dos nitratos. Foto Fernando Salvado ......................................................................... 44

Figura 64: Largura da Zona Sutratidal (%) .................................................................................................. 45

Figura 65: Exemplo de tipo d largura da ZS. Foto: coastwatch .................................................................. 45

Figura 66:principais representantes da flora da ZS (%) ............................................................................. 45

Figura 67: Estono [Ammophila arenaria] ................................................................................................... 46

Figura 68: Cardo-maritimo [Erygium maritimum ...................................................................................... 46

Figura 69: Caniço [Phragmites australis].................................................................................................... 46

Figura 70: Líquen: Verrucaria maura ......................................................................................................... 46

Figura 71: Morganheira-das-praias (Euphorbia paralias) .......................................................................... 46

Figura 72: principais representantes da avifauana (%) .............................................................................. 47

Figura 73. Cagarro. Foto: Amigos dos Açores ............................................................................................ 48

Figura 74. Andorinha-do-mar. Foto: Sérgio Caetano ................................................................................. 48

74
Figura 75:Garajau. Foto: Sérgio Caetano ................................................................................................... 48

Página
Figura 76: Pirlito. Foto Sérgio Caetano ...................................................................................................... 48

Figura 77. Pato-real. Foto: RNET ................................................................................................................ 48

Figura 78: garça branca. Foto C. Montijo ................................................................................................... 48

Figura 79: gaivota. Foto. Coastwatch......................................................................................................... 48

Figura 80: Flamingo. Foto. Coastwatch...................................................................................................... 48


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Figura 81: Largura da Zona Intertidal (%) .................................................................................................. 49

Figura 82: Exemplo de “largura da ZI” ....................................................................................................... 49

Figura 83:Principais representantes da flora da zona intertidal (%). ......................................................... 50

Figura 84 – vestígios de conchas na linha de maré .................................................................................... 50

Figura 85: Algas vermelhas ........................................................................................................................ 50

Figura 86: Alga calcária .............................................................................................................................. 50

Figura 87:Golfinho Morto. S. Quaresma .................................................................................................... 51

Figura 88: Estrela-do-mar G. mesquita ...................................................................................................... 51

Figura 89: Lapas. P. Carocinho ................................................................................................................... 51

Figura 90:Principais representantes da fauna da Zona Intertidal (%) ........................................................ 51

Figura 91: Nº de aves encontradas por intervalo de classe ....................................................................... 52

Figura 92: ganso-patola. Foto Sofia. Quaresma ......................................................................................... 52

Figura 93: Gaivota: Foto: Sofia Quaresma ................................................................................................. 52

Figura 94: Gaivotas. Foto: CM Montijo ...................................................................................................... 52

Figura 95: Flamingos. Foto: CM Moita ....................................................................................................... 52

Figura 96: Resíduos de grande dimensão (%) ............................................................................................ 53

75
Figura 97: Lixeira “espontânea” na falésia - Praia de S. Lourenço – Ribamar. Mariana Costa .................. 54

Página
Figura 98: Resíduos em linha de maré. Sofia Quaresma ........................................................................... 55

Figura 99: Resíduos em linha de maré. Mariana Costa ............................................................................. 55

Figura 100: Recolha de resíduos. CM Montijo ........................................................................................... 55

Figura 101: Apanha de resíduos por um grupo de participantes independentes. Foto: Fernando Salvado
56

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Figura 102: Apanha de resíduos. Câmara Municipal de Alcobaça ............................................................. 56

Figura 103: O olhar da ADACE ................................................................................................................... 57

Figura 104: O olhar do CMA ....................................................................................................................... 57

Figura 105: O olhar do CMA ....................................................................................................................... 57

Figura 106: o olhar da Sara Bicho .............................................................................................................. 57

Figura 107: O Olhar da ES VRSA ................................................................................................................. 57

Figura 108: O olhar da CM Alcobaça .......................................................................................................... 57

Figura 109: Indicador de percepção de risco (%) ....................................................................................... 58

Figura 110: tipo de risco: Erosão costeira. ................................................................................................. 58

Figura 111: Tipo de risco: Pressão turística excessiva ............................................................................... 58

Figura 109: tipo de risco: presença de infestantes. Foto: G. mesquita ..................................................... 58

Í NDICE DE TABELAS
Tabela 1: seres vivos ainda estão por identificar (Exemplos) .................................................................... 11

Tabela 2: Razões para manter a biodiversidade ........................................................................................ 11

Tabela 3: Distribuição dos 25 Hotspots ..................................................................................................... 14

76
Tabela 4: Evolução do número de participantes por campanha ............................................................... 24

Página
Tabela 5: Evolução do número de participantes por campanha ............................................................... 29

Tabela 6: Caracterização do tipo de costa não rochosa (%) ...................................................................... 40

Tabela 7: Percentagem de unidades monitorizadas com presença de resíduos ....................................... 56

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F ICHA T ÉCNICA

Título: Relatório Nacional Coastwatch “Um Olhar Sobre a Biodiversidade” – Campanha


2008/09

Autora: Lurdes Soares

Edição: GEOTA – Coastwatch

Data: 30 de Abril de 2009

Apoios:

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Página

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Relatório da Campanha Coastwatch 2008/09: Um Olhar sobre a Biodiversidade

A destruição da biodiversidade – ou seja, a perda das


espécies existentes na Terra – não só causa o colapso dos
ecossistemas e seus processos ecológicos, como é
irreversível. Nem a mais alta tecnologia, nem as
descobertas biotecnológicas, nem as imagens
computadorizadas ou a realidade virtual podem
compensar o prejuízo inigualável da extinção das
espécies; certamente nada pode recuperar o que foi

78
formado de forma tão singular, ao longo de bilhões de

Página
anos, na história evolutiva de nosso planeta.

In Conservation International

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