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VIEIRA, Alberto (1999), Revoltas e Motins Populares, Funchal, CEHA-Biblioteca Digital, disponível
em: http://www.madeira-edu.pt/Portals/31/CEHA/bdigital/avieira/revoltas.pdf, data da visita: / /
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REVOLTAS E MOTINS POPULARES
A História da ilha regista inúmeros motins populares o que lhes valeu por vezes das
autoridades do continente o epíteto de desordeiros. Na memória de muitos estão
presentes as revoltas que ocorreram no século XX e destas quase sempre refere-se
apenas a da Farinha(1931) e do Leite(1936), ignorando-se todas as outras convulsões,
como a do imposto ad valorem(1924) e as inúmeras de carácter político que
aconteceram durante o momento conturbado no século XIX. Mas, a História regista
outros motins, pautados por reivindicações de ordem económica, por inimizade e
afrontamento da arrogância das autoridades, em pleno fulgor das campanhas eleitorais,
por questões sociais e políticas. Até ao século dezanove foi evidente o braço implacável
dos corregedores enviados em alçada à ilha, enquanto no século XIX a Revolução
liberal trouxe-nos a novidade da presença repressiva de forças militares enviadas de
propósito da metrópole, mas que por vezes acabam por estar na origem de novas
revoltas, como sucedeu com a revolta da Madeira de 1931.
Os distúrbios civis ou com a intervenção dos militares são uma constante até finais do
século, surgindo como repercussão das que acontecem no reino. Em 1829 revoltaram-se
os militares e em 1834, 1847, 1868 as revoltas do reino atingiram também a ilha. Os
actos eleitorais eram momentos de verdadeiro combate político, ocorrendo em muitos
destes motins provocados pelos adeptos ou chefes dos vários partidos ao nível regional.
A estes sucederam-se as revoltas em pleno acto eleitoral. A de 1868 ficou conhecida
como a revolta da pedrada e foi resultado dos conflitos entre os partidos Popular e
fusionista. A mesma agitação popular provocou em 1887-88 a criação das Juntas de
Paróquia. Ficou conhecida como a Parreca e agitou as populações em toda a ilha,
obrigando ao envio de batalhões militares dos Açores e Lisboa.
Em São Vicente estão referenciados tumultos da população, tendo dois como origem o
sistema de cobrança de impostos. O mais relevante ocorreu em 12 de Abril de 1868 e
levou à destruição total doa arquivo camarário. Os tumultos confundem-se com a
convulsão política que ocorreu a 8 de Março de 1868, ficando conhecida como a revolta
de pedrada. As eleições acirraram os ânimos entre os defensores dos partidos Popular e
Fusionista e foi esta conjuntura de afrontamento que fez despoletar a revolta popular
tendo como objectivo a aplicação do decreto sobre o sistema métrico decimal e a
abolição do imposto indirecto sobre a eira e o lagar que foi substituído pela contribuição
predial. O resultado disto foi a queima de toda a documentação do Arquivo Municipal,
perdendo-se irremediavelmente tudo o que estava aí depositado e não concretização do
acto eleitoral para as juntas de paróquia em Ponta Delgada e Boaventura. O sentimento
de revolta popular contra os impostos persistiu em 1880, 1897 e 1899.
Folhetos de poesia popular sobre o Dr. Rego: Farça do Lazareto, 13 pp., Sonho dum
Machiqueiro, 9 pp., Auto da Peste, 16 pp., O dr. Rego no Inferno, 8 pp., O Dedo da
Providencia, 8 pp., A Peste no Funchal (versos do Feiticeiro), 7 pp., A Peste Balbinica,
A Peste no Funchal, A Panelinha da Peste e um medroso, Os Primos do dr. Rego, O dr.
Rego enforcado, Confissões do dr. Rego, Os Pestilenciais no Funchal, A Despedida,
Canção da Peste, Má Peste dê nos Pestes, Farças e Farçantes, 1.ª 2.ª 3.ª e 4.ª partes, O
Bicho desapareceu, Viva o dia 7 de Janeiro de 1906, O Ultimo Suspiro, Assalto ao
Lazareto, A Peste no Funchal no dia 7 de Janeiro de 1906, Partida.