www.embalagemmarca.com.

br
 Primeiro movimento do Ciclo de Conhecimento:
Seminário Estratégico de Embalagens Flexíveis:
“Da Matéria-Prima ao Ponto-de-Venda”
Data: 12/05/2008
Local: Villa Noah – Espaço de Eventos – São Paulo, SP
Horário: das 8h00 às 19h00

Tema:
Por questões fiscais e cambiais, convertedores de
embalagens flexíveis de países vizinhos estão abocanhan-
do pedidos importantes que antes eram atendidos por
empresas nacionais. No mercado interno, transformadores
são pressionados, numa ponta, pelos custos de matéria-pri-
ma; na outra ponta, são pressionados pela indústria usuária
por menores preços. O seminário analisará a estrutura da
indústria de embalagens flexíveis no Brasil, e apresentará
caminhos de saída para essa situação que, no longo prazo,
é prejudicial para todos os elos da cadeia.

Agenda:
08:00 - 09:00: Cadastramento e Welcome Coffee;
09:00 - 09:10: Abertura;
09:10 – 09:30: Panorama do Mercado de Flexíveis – A Ameaça Chinesa;
Fernanda Cavalleri, Ciba Expert Services / Pira International;
09:35 – 10:30: Desafios da Indústria de Flexíveis no Brasil
Sr. Synésio Batista da Costa, Presidente da Abraflex;
10:30 – 11:00: Coffee Break;
11:00 – 12:00: Matéria-Prima: Avaliação e Tendências de Mercado
Sr. José Ricardo Roriz Coelho, Presidente da Vitopel;
12:00 – 13:30: Almoço;
13:30 – 14:30: Painel Usuários – A Visão dos Grandes Compradores de Embalagens Flexíveis
• Sr. Moacyr Calligaris Jr., Diretor de Supply Chain da Nestlé Brasil
• Telma Gomes, Gerente de Negociação da Sadia S.A.
• Guillermo Rebolledo, Gerente de Compras de Embalagem América do Sul da Cadbury-Adams;
14:35 – 15:30: Varejo – A Interface entre o Consumidor e a Indústria
Sr. Paulo Lima, Diretor Conceito e Inovação e Mercadoria do Grupo Pão de Açúcar;
15:30 – 16:00: Coffee Break
16:00 – 17:00: A Visão do Governo: Ações Concretas e Soluções Possíveis
Sr. Miguel Jorge, Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior;
17:00 – 18:30: Discussão entre os Palestrantes;
18:30 – 19:00: Entrega de Certificados e Café.

Patrocínio: Apoio:
EDITORIAL  A ESSÊNCIA DA EDIÇÃO DO MÊS, NAS PALAVRAS DO EDITOR

Mais dois passos em muitos

empre fizemos questão de ser completo e resultante, deve se dar,

S
utilizar este espaço como
um canal de diálogo com
nossos leitores, embo-
ra reconheçamos que ele
acaba funcionando mais como um local
em que expomos unilateralmente nosso
ponto de vista. Foi por isso que, já na
primeira edição de EMBALAGEMMARCA,
criamos a seção Espaço Aberto, de
extensão muito mais ampla que esta
e na qual os leitores podem expor
sem restrições suas opiniões, críticas e
sugestões.
Esse intercâmbio, com o aporte de
valiosas idéias e observações, contri-
buiu de forma decisiva para a constru-
ção de uma revista especializada não
só comparável, mas superior mesmo
a muitas existentes em países mais
avançados (e assim se entende por que
tanto procuram nos copiar por aqui).
Ocorre que, no mundo multimídia atu-
al, o intercâmbio de informações, para
como a expressão explicita, pela diver-
sidade plena dos canais.
Nesse quadro, o website da revista,
com média de 35 000 visitas men-
sais, sua pioneira versão eletrônica
no segmento e ainda a e-newsletter
enviada semanalmente a 13 000 assi-
nantes respondem expressivamente à
nossa missão de levar à comunidade
de embalagem informação qualificada
e de fato útil à sua atividade. O PRÊMIO
EMBALAGEMMARCA – GRANDES CASES DE
EMBALAGEM e o CICLO DE CONHECIMENTO
EMBALAGEMMARCA, no qual se enqua-
dram os seminários programados para
este ano, a ser inaugurado com o de
embalagens flexíveis (ver página 46),
são apenas mais dois passos destinados
ao cumprimento daquela missão. Outros
serão dados em breve. Aguardem.
Até maio.
Wilson Palhares

“O aporte de valiosas idéias e observações contribuiu

de forma decisiva para a construção de uma revista
especializada não só comparável, mas superior mesmo
a muitas existentes em países mais avançados”

Diretor de Redação:
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uma publicação mensal da Reportagem: redacao@embalagemmarca.com.br
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Público-Alvo
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ocupam cargos de direção, gerência e super-
visão em empresas integrantes da cadeia de
embalagem. São profissionais envolvidos com
o desenvolvimento de embalagens e com poder
de decisão colocados principalmente nas indús-
trias de bens de consumo, tais como alimentos,
bebidas, cosméticos e medicamentos.
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expressas em matérias assinadas não refletem
necessariamente a opinião da revista.
SUMÁRIO  Nº 104  ABRIL 2008

Limpeza 8
Materiais “verdes” para household
tateiam apresentações ecológicas

Cafés 14 12 Memória
Stand-up pouches
fazem barulho no O valioso legado de Antonio
mercado de cafés Muniz Simas
solúveis
Sondagem
19 GNPD
Mintel analisa mercado
internacional de cafés

20 Entrevista
A briga de Karim Rashid
contra o establishment

Internacional 28
Garrafa de altíssimo luxo é a
nova jogada de marca de gim

Bazar 30
Toalhas de papel agora
têm cartuchos decorativos

Reportagem
de capa 36
Por meio de edições temáticas, latas
para bebidas rastreiam o consumidor
em festas, shows e promoções

42 Materiais
Nova promessa: o polipropileno de
subproduto do biodiesel

Chocolates 44
Lacta inova com embalagem
de tablete que permite
refechamento

4 EmbalagemMarca abril 2008

46 Ciclo Prêmio 49
Audácia de tema de Inscrever cases
evento é um estímulo antes dá tranqüilidade

52 Reciclagem
Embalagens de alimentos agora
podem ter PET reciclado

Cervejas 60
Garrafa exclusiva da AmBev provoca
reação das cervejarias concorrentes

62 Fechamentos
Cervejaria paulista adota rolha
metálica inédita no mercado nacional

Editorial 3
A essência da edição do mês, nas palavras do editor

Na web 6
O que a seção de notícias de www.embalagemmarca.com.br
e a e-newsletter semanal levam aos internautas

Espaço aberto 7
Opiniões, críticas e sugestões de nossos leitores

Panorama 32
Movimentação do mundo das embalagens e das marcas

Painel gráfico 50
Produtos e processos da área gráfica para a produção de
rótulos e embalagens

Display 56
Lançamentos e novidades – e seus sistemas de embalagens

Almanaque 66
Fatos e curiosidades do mundo das marcas e das embalagens

www.embalagemmarca.com.br
NA WEB
Uma amostra do que a seção diária de notícias de www.embalagemmarca.com.br e a e-newsletter semanal da
revista levam aos internautas.
sustentabilidade

Site da Tetra Pak indica locais de postos de reciclagem

Com base no Google Maps, a Tetra Pak está lançando o serviço Rota da
Reciclagem (www.rotadareciclagem.com.br), que indica pontos de coleta sele-
tiva de lixo e reciclagem de embalagens cartonadas assépticas (longa vida). O
site mostra onde ficam localizados pontos para entrega de materiais reciclá-
veis em todo o país.

Leia mais em www.embalagemmarca.com.br/rota

decoração

Coca-Cola com termoencolhível

A Coca-Cola lançou uma garrafa de PET RECEBA A E-NEWSLETTER

de 600 mililitros com rótulo termoencolhível
SEMANAL DE EMBALAGEMMARCA
inspirado no filme Fábrica da Felicidade. A Visite www.embalagemmarca.com.br/newsletter
embalagem especial marca a segunda fase e cadastre seu e-mail.
da campanha mundial “Viva o Lado Coca- Nosso boletim eletrônico, gratuito, é
Cola da Vida”. publicado todas as quintas-feiras.

Leia mais em painel gráfico

www.embalagemmarca.com.br/coca-termo
redesign
Sorine e Decongex em novas embalagens
Os medicamentos Sorine e Decongex Plus, do Aché
Laboratórios, tiveram as embalagens renovadas com o obje-
tivo de apresentar as informações e indicações sobre os pro-
dutos de forma clara, por cores e ícones auto-explicativos. A
reformulação foi conduzida pela agência M Design.
Leia mais em www.embalagemmarca.com.br/sorine
Paraibuna inaugura
fábrica de papelão ondulado
A Paraibuna Embalagens inaugurou, em Sapucaia (RJ), no dia 25
de março, sua nova unidade industrial de papelão ondulado. De
acordo com a empresa, o diferencial da nova fábrica está rela-
cionado à tecnologia de ponta do maquinário para a produção
de papelão e impressão de caixas. O Projeto Sapucaia recebeu
investimentos superiores a 20 milhões de reais.
display
Kimberly-Clark lança nova versão de Neve

A Kimberly-Clark Brasil
apresenta mais uma versão
do papel higiênico Neve:
Neve com Toque da Seda.
O novo produto, mais
macio e resistente, está dis-
ponível em embalagens de
4, 8, 12 e 16 rolos.

Leia mais em www.embalagemmarca.com.br/neveseda

6 EmbalagemMarca abril 2008 www.embalagemmarca.com.br

ESPAÇO ABERTO  OPINIÕES, CRÍTICAS E SUGESTÕES DE NOSSOS LEITORES

mais adequado usar termoencolhível ou “custos invisíveis”, como ajustes de cores e

roll label. Tudo isso decorreu por ela ter me de registro, que aumentam o preço de uma
mostrado a reportagem de capa de EMBALA- embalagem. Excelente abordagem.
GEMMARCA 102 (“Rota do alívio”, fevereiro Reginaldo Baggio
de 2008) como referência e justificativa Consultor na área de embalagem
para o uso de garrafas PET. Afinal a nova São Paulo, SP
embalagem teria gramatura de parede mais
fina. Resumindo, confirmou-se algo que eu Do México

Felicitações pela revista. Eu leio E

sabia: EMBALAGEMMARCA possui a maior
credibilidade em suas sérias reportagens. MBALA-
Marco Antonio Dias de Oliveira GEMMARCA aqui no México. A revista me
Diretor comercial agrada muito, é muito interessante.
Marpac Soluções Integradas Elías Acosta León
São Paulo, SP Engenheiro
Preenchendo a lacuna Toluca, México

A matéria “Calcular é preciso” (E

Maior credibilidade

Para reafirmar minha opinião sobre a Da Argentina

MBA-

Parabéns pela excelente revista que vocês

revista, relato o ocorrido em visita que fiz
a uma grande empresa do setor alimentício.
Como trabalho com rotulagem, a responsá-
vel pelo desenvolvimento de produtos mos-
trou um recipiente para saber se teria pro-
blemas na decoração. Respondi que sim, se
utilizasse auto-adesivo. Expliquei que seria
LAGEMMARCA 101) confirmou uma grande
lacuna existente nos trabalhos de design.
Muitas vezes o designer não conhece os
processos de fabricação das embalagens,
dimensionamento, alternativas de forne-
cedores. Temos então surpresas, enganos
e erros num determinado projeto. Além
das despesas do retrabalho, temos também
disponibilizam na internet. Ela é de grande
utilidade como meio de consulta e de infor-
mações. Ler EMBALAGEMMARCA digital é
um prazer.
Adolfo Ernesto Iturbide
Buenos Aires, Argentina
 LIMPEZA DOMÉSTICA

Pela consciência limpa

Em início de difusão no Brasil, produtos “verdes” de limpeza doméstica
buscam apresentações em dia com seu apelo de preservação da natureza
Por Juçara Pivaro

O
pano de fundo é a crescente
preocupação ambiental, que
tem conscientizado cada
vez mais os consumidores
de que seus hábitos de compra,
até mesmo os mais prosaicos, podem acabar
contribuindo para sérios danos à natureza, e
feito indústrias correr para anistiar seus pro-
dutos ou lançar novidades para aproveitar a
situação. Nesse contexto, algumas empresas
agora batalham para lembrar as pessoas
que a poluição de rios, córregos e represas
denunciada por espumas tem o dedo dos

FOTOS: CARLOS CURADO / BLOCO COMUNICAÇÃO

detergentes, sabões e desinfetantes con-
vencionais.
Essas empresas apadrinham produtos
de limpeza doméstica formulados com
ingredientes naturais e de rápida biodegra-
dabilidade. Além de conquistar público,
tais marcas vêem-se diante de um outro
desafio: encontrar embalagens que extra-
vasem – ou no mínimo não comprometam
– sua “proposta verde”.
Sediada em Jarinu (SP), a Cassiopéia
decidiu acondicionar sua linha BioWash de itens
de limpeza formulados com tensoativos, óleos e
corantes de origem vegetal em frascos de PET
cristal, fechados com tampas da Sonoco For-
Plas ou com gatilhos spray da Master Pumps,
dependendo do produto.
Curiosamente, os rótulos auto-adesivos das
embalagens da Cassiopéia, produzidos pela
Indemetal e que estampam o logotipo do Instituto
Biodinâmico (IBD), a mesma entidade que cer-
tifica alimentos orgânicos, e o Selo Verde do
instituto socioambiental Chico Mendes, também
destacam a inscrição “livre de petroquímica”. A
rigor conflituoso com esse apelo dos produtos, o
frasco plástico foi adotado por ser “soprado com
Frascos de PET dos
15% de material reprocessado de perdas produti- produtos da Cassiopéia
reaproveitam refugos
vas”, conforme detalha Flavio Gaspar, do depar- industriais
tamento comercial da fornecedora Premium
Plastic. A embalagem é ainda reciclável. “Não
encontramos opções de embalagens ecologica-
mente mais corretas”, comenta Lílian Cerini,
gerente de marketing da Cassiopéia. “Se houver
ofertas, com certeza as estudaremos.”
Em alta nos Estados Unidos e na Europa, o
mercado de produtos naturais para home care é
novo no Brasil, e o IBD ainda está iniciando um
processo de elaboração de normas de acondi-
cionamento que sirvam como parâmetros para a
certificação desses itens. A tarefa não tem sido
fácil. “Por deficiência de nosso país, o mercado

8 EmbalagemMarca abril 2008 www.embalagemmarca.com.br

de reciclagem acaba prejudicado porque um
volume exponencial de embalagens vai parar
em rios ou lixões, sem ser verdadeiramente
reciclado”, lamenta Alexandre Harkaly, dire-
tor do IBD. “Por sua vez, as embalagens de
biodegradabilidade programada vêm sendo
questionadas por também terem os lixões
como destino final e pela polêmica em torno
da aceitação dos subprodutos da desinte-
gração”, diz o profissional, aludindo às
opiniões controversas no Brasil sobre a
eficácia dos chamados plásticos oxi-bio-
degradáveis.
Pote reusa garrafas
Dona da marca guarda-chuva de pro-
dutos de limpeza Urca, a Rosatex é
outra indústria que decidiu mergulhar
no segmento de “limpadores verdes”
abraçando embalagens com predicados
de sustentabilidade. Para os sabões em
pó com base em óleo de babaçu de sua
linha de biodegradáveis Amazon H2O,
lançada em meados de 2007, a empresa
lançou mão de uma apresentação em
potes cilíndricos para 2 quilos, fabrica-
dos com resina PET reciclada de garrafas
de refrigerantes. “O cliente nos pediu uma
Pote do sabão em pó
embalagem com formato de impacto, produzida
Amazon H2O: produção
com material reciclado e passível de nova reci-
clagem”, recorda Ricardo Montagner, gerente
comercial da Indústria Bandeirante, a produtora
dos potes – que contam com tampa de rosca com
alça, de polipropileno (PP), e são decorados
com rótulos termoencolhíveis de corpo intei-
ro da BR Films.
Certificados como biodegradáveis pelo
Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT)
da Universidade de São Paulo, e aprovados
pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e Recursos Naturais Renováveis (Ibama),
os sabões em pó Amazon H2O são ainda
comercializados em cartuchos de papel
cartão para 500 gramas ou 1 quilo, con-
feccionados pela Sulgráfica com material
certificado pelo FSC (Forest Stewardship
Council, entidade que atesta boas prá-
ticas no manejo florestal), e em bolsas
plásticas da Canguru Embalagens.
As bolsas plásticas são produzidas
com resinas convencionais, mas Talita
Santos, relações-públicas da Rosatex,
informa que a empresa não descarta
adotar soluções ambientalmente mais
amigáveis para essa embalagem. Um
lava-louças à base de óleo de arroz e
outros produtos de limpeza estão prestes
a engordar a linha, e os investimentos
na marca Amazon H2O devem aumentar.
“Vemos o mercado de produtos naturais de
limpeza como o de alimentos light”, diz Talita.
com reciclagem de “Antes, eles não eram bem aceitos, mas hoje já
garrafas de PET estão incorporados aos hábitos de um grande
número de consumidores.”

BR Films Indústria Bandeirante

(37) 3214-9008 (11) 6099-7400
www.brfilms.com.br www.indbandeirante.com.br

Canguru Embalagens Master Pumps

(48) 3461-9000 (11) 4072-5353
www.canguru.com.br www.masterpumps.com.br

FSC Premium Plastic

(61) 3248-7274 (11) 4652-0077
www.fsc.org.br www.premiumplastic.net

IBD Sonoco For-Plas

(14) 3882-5066 (11) 5097-2750
www.ibd.com.br www.sonocoforplas.com.br

Indemetal Sulgrafica
Papel cartão do cartucho é certificado (11) 4013-9600 (51) 2108-1313
pelo FSC, e Rosatex aventa alterações www.indemetal.com.br sulgrafica@sulgrafica.com.br
de material na bolsa plástica

10 EmbalagemMarca abril 2008 www.embalagemmarca.com.br

 MEMÓRIA

Um desbravador
ANTONIO MUNIZ FURTADO SIMAS (1930 2008)

A
caixinha do leite Long, com a grande pétala estilizada
à frente. Os clássicos rótulos dos fósforos Pinheiro,
Olho, Beija-Flor e Moça, da Fiat Lux. O cartuchinho
amarelo de Mentex. Os invólucros da década de 80
dos embutidos e dos hambúrgueres da Sadia. O frasco
invertido da Loção Cremosa Johnson’s. As clássicas decorações
das latas do WD-40 e de Nescau. Daria para encher uma página ou
mais listando as embalagens projetadas por Antonio Muniz Furtado
Simas que ficaram imortalizadas na história do design brasileiro e na
memória dos consumidores.
Nascido em 1930 no Rio de Janeiro, esse filho de portugueses
açorianos bacharelou-se em Direito, mas enveredou pela comuni-
cação. Depois de passar por agências de publicidade como J.Walter
Thompson, Grant, Multi Propaganda e Standard nos anos 50, Muniz,
como era conhecido por colegas e amigos, decidiu ousar. Em 1o de
Os projetos gráficos das fevereiro de 1962, mesmo dia em que Jânio Quadros assumiu a Pre-
embalagens de Trakinas,
Mentex, Prestígio e Long: sidência da República, inaugurou, em São Paulo, a DIL (Desenho
algumas das centenas Industrial Limitada) tendo como sócios o suíço Jean Udry e o espa-
de criações de Muniz ao
longo de uma carreira de nhol Joaquín Castañer. Como primeira empresa a oferecer design
quase cinqüenta anos independente de embalagens no Brasil, e na América Latina, a DIL
enfrentou percalços iniciais. Mas decolou. “Jânio renunciou seis
meses depois. Nós, não”, Muniz gostava de dizer.
À frente da DIL, Muniz ajudou a consolidar a atividade de
designer de embalagens no Brasil ao longo das décadas de 60,
70 e 80. Participou do lançamento das marcas próprias do Pão de
Açúcar, com as quais ganhou por duas vezes o prêmio Clio Awar-
ds – pelas embalagens do Palmito PAP’s (1977) e dos detergentes
Zin D (1987). A partir dos anos 90, a DIL se tornou DIL Brands,
e passou a operar também na Argentina, no Chile e no México.
Muniz nunca descansou. Entre diversos outros importantes tra-
balhos mais recentes, ajudou a criar a marca Trakinas, da Kraft, e
os rótulos do Guaraná Brahma; desenhou para a Skol as primeiras
multipacks de papel cartão e os primeiros rótulos holográficos do
Brasil; e reformulou os frascos dos limpadores multiuso Veja, da
Reckitt Benckiser.
Em setembro do ano passado, Muniz recebeu pessoalmente os
dois troféus abiscoitados pela DIL Brands na cerimônia do 1º PRÊMIO
EMBALAGEMMARCA – GRANDES CASES DE EMBALAGEM. Foi um dos últi-
mos prêmios que recebeu em vida. Muniz morreu em Salvador, no
dia 28 de março, devido a um infarto. A DIL Brands segue em frente,
FOTOS: DIVULGAÇÃO

tocando um valioso legado de seu fundador: o prestígio – a propósito,

nome do chocolate da Nestlé cuja identidade visual é mais uma das
aclamadas e eternas criações de Muniz.

12 EmbalagemMarca abril 2008 www.embalagemmarca.com.br

 CAFÉS
Bolsas que cabem no bolso
Mais acessíveis que apresentações em outros materiais, stand-up pouches
extrapolam função de refil e crescem no mercado de cafés solúveis
D
epois dos atomatados e das maio-
neses, vem se registrando no Brasil
a generalização – embora longe
da massificação, como ocorre em
grande número de países, incluindo
os vizinhos Argentina e Chile – do uso dos stand-
up pouches (SUP’s). Os saquinhos plásticos fle-
xíveis que se sustentam em pé já são vistos acon-
dicionando um leque de produtos cada vez mais
variado nas gôndolas de supermercados, como
cereais, condimentos, itens de limpeza domésti-
ca e até risotos e outros pratos semi-prontos. O
avanço mais visível parece estar se dando agora
na área de cafés solúveis, onde surgem, mais do
que como alternativa, como embalagens de refil
para potes de vidro e latas de aço.
14 EmbalagemMarca abril 2008
AÇÃO
MUNIC
DE CO
BLOCO
ADO /
S CUR
: CARLO
FOTOS
Na opinião de executivos de algumas das
principais indústrias usuárias e fornecedoras
de embalagens para café solúvel ouvidos por
EMBALAGEMMARCA, parte dos quais não quer ter
seus nomes citados, a presença crescente dos
SUP’s não representa uma ameaça de substi-
tuição para as vendas em outras apresentações.
Paulo Mero, gerente de Solúveis e Capuccinos
da Sara Lee Cafés, dona das marcas Pilão, do
Ponto e Seleto, por exemplo, acredita que “tanto
o vidro quanto a lata e o stand-up pouch vão
conviver no mercado, um não substitui o outro”.
Mas seu espaço já está garantido.
Na ausência de informações consolidadas
das principais entidades relacionadas ao tema,
a Associação Brasileira da Indústria de Café
www.embalagemmarca.com.br
(ABIC) e a Associação Brasileira da Indústria
de Café Solúvel (ABICS), Paulo Mero oferece
dados que permitem tirar algumas conclusões
interessantes. Segundo ele, o stand-up pouch de
50 gramas é líder de vendas do mercado brasi-
leiro de café solúvel. No ranking dos dez itens
mais vendidos em 2006, o SUP nesse volume de
conteúdo teve participação de 22% no total das
vendas, à frente dos frascos de vidro de igual
tamanho, com 6,9%.

Mais forte no Nordeste

Antes de fazer generalizações, convém conside-
rar que as vendas e a multiplicação de marcas
nesse tipo de recipiente não ocorrem de forma
igual em todo o país. Ela se dá com mais impacto
em regiões e pontos onde o poder de compra do
consumidor é mais baixo, como no invariável
exemplo do Nordeste do país e nas zonas urbanas
habitadas pelas parcelas menos favorecidas da
população.
Numa visão mais ampla, o desempenho
daquele tipo de embalagem flexível é puxado
pelo grande consumo da região Nordeste, onde Lata e vidro cumprem
função diferente das
sua presença é predominante, com 70% de par- flexíveis, lançadas como
ticipação. Mas, em âmbito nacional, em 2007 o refis, mas vêem o stand-up
pouch avançar entre os
mercado brasileiro de café solúvel apresentou a consumidores de menor
seguinte divisão: vidro e stand-up pouch dividem renda
mais de 90% do mercado, com pequena supe-
rioridade para o vidro. A lata fica com a fatia
 restante. Para comparar, em São Paulo o vidro
ainda é predominante, com participação de quase
60% (somando as apresentações de 100 gramas
e 200 gramas), enquanto a fatia de mercado do
stand-up pouch é de 37%.
A expansão mais acentuada do SUP no
Nordeste, na interpretação de Roberto Tubel,
diretor operacional da Santa Rosa Embalagens,
se deveria a que esse recipiente é mais barato
para o consumidor final do que os dois para os
quais aparece como “alternativa complementar”,
isto é, como refil. “O stand-up pouch é mais
barato, ocupa menos espaço que potes e latas e
reduz o custo de transporte, além de não quebrar
e não gerar desperdício”, ele diz.
Para caber no bolso
Um aspecto importante a ser considerado na
difusão dos refis é que, ao oferecer porções
pequenas para concorrer com as de maior
volume ou mesmo iguais que as apresentadas
em recipientes feitos de outros materiais, as
marcas estão operando nas margens do poder
16 EmbalagemMarca abril 2008
Sustentabilidade do café se
Hoje excluída das análises do Programa Cafés Sust
O Conselho Permanente
de Qualidade da ABIC
(Associação Brasileira da
Indústria de Café), em sua
próxima reunião, no mês
de junho, deverá analisar
a possibilidade de incluir a
embalagem como um dos
itens da norma do Programa
Cafés Sustentáveis do Brasil.
O Instituto Totum, responsável
pelo gerenciamento deste e de
outros programas de qualida-
de da entidade, confirmou que
incluirá o assunto na pauta
da reunião. “Os impactos
ambientais da embalagem
ocorrem em sua produção,
uso e descarte. Por isso, os
cuidados com essa etapa são
www.embalagemmarca.com.br
de extrema importância para a
garantia da sustentabilidade”,
afirma Celina Almeida, consul-
tora do instituto.
A norma do Programa Cafés
Sustentáveis define cinco
itens de análise dos aspec-
tos ambientais da produção
do café na indústria: licença
ambiental, eficácia do sistema
de emissão de efluentes e
águas residuais, monitoramen-
to e controle das emissões
atmosféricas; manejo de resí-
duos no processo de produ-
ção e existência de programas
de redução do uso de energia,
papel e água. O Programa,
lançado em 2007, é fruto de
uma parceria da ABIC com
rá mapeada do grão à xícara
entáveis da ABIC, embalagem entra em pauta
o CACCER – Conselho das
Associações de Cafeicultores
do Cerrado, de Minas Gerais.
O objetivo é assegurar a
qualidade do produto e a sus-
tentabilidade do processo de
produção em todas as etapas
– do plantio até chegar à xíca-
ra do consumidor.
Sérgio Hamilton Angelucci,
diretor de Relações
Corporativas e Suprimentos
da Embalagens Flexíveis
Diadema, uma das principais
fornecedoras de embalagem
de café torrado e moído, avalia
que, atualmente, a reciclagem
é a medida de alcance mais
imediato que pode ser adotada
na proposta de um programa
www.embalagemmarca.com.br
de sustentabilidade. “Existem
pesquisas, mas não há ainda
produção em escala de mate-
riais originados de fontes
renováveis que apresentem as
características necessárias de
proteção para os produtos”,
explica. Mesmo para o proces-
so de reciclagem, diz o execu-
tivo, será preciso desenvolver
tecnologia específica para cap-
tação do material. As embala-
gens flexíveis de café a vácuo,
por exemplo, utilizam filmes de
poliéster e polietileno de baixa
densidade (PEBD), além de alu-
mínio. “É preciso separar esses
materiais antes de reciclar”, diz.
É mais um tema para análise
dos conselheiros da ABIC.
abril 2008 EmbalagemMarca 17
de compra dos consumidores das faixas C e D.
Embora o noticiário informe diariamente que
tal poder foi ampliado, de modo a atrair novas
levas de compradores ao consumo de produtos
com maior valor agregado, é notório que o con-
sumidor brasileiro é conservador, tendendo a
fazer despesas “que caibam no bolso”. Não obs-
tante pague mais pela unidade (grama), compra
o que consegue pagar. O raciocínio vale para
automóvel e também para artigos de consumo
diário, como, na especificidade deste tema, café
solúvel. De resto, predomina no Norte e no
Nordeste do país o hábito de compras “pinga-
das”, em pequenos varejos.
Um forte player nesse quadro é a Nestlé.
A empresa não quis se manifestar oficialmente
para a elaboração desta reportagem, mas dados
de seu site na internet revelam que o Nordeste
é a região em que obtém sua maior taxa relativa
de crescimento no mundo, e em 2006 marcou
o dobro do registrado no país, e as previsões
para 2007 eram mais otimistas. Para atender ao
paladar dos mercados daquelas regiões, a Nestlé
lançou um café solúvel mais suave, o Nescafé Embalagens Flexíveis
Diadema
Dolca, em stand-up pouch de 50 gramas. Com
(11) 4066-9000
investimento de 100 milhões de reais, a empresa www.embalagensdiadema.com.br
abriu em Feira de Santana sua segunda fábrica na
Santa Rosa Embalagens
Bahia. O empreendimento conta com um Centro (11) 3622-2300
de Distribuição (CD) e produzirá inicialmente www.santarosaembalagens.com.br
massas lámen e envasará bebidas achocolatadas,
cereais e café solúvel. No futuro, fabricará tam-
bém cereais, bebidas achocolatadas, sorvetes,
iogurtes, biscoitos, sopas e caldos.
Com o uso desses recipientes flexíveis, a
empresa se beneficia da redução de fretes, na
medida em que recebe dos fornecedores bobinas
já impressas, no lugar de potes ou latas vazias,
portanto com grande volume. Os filmes são
então transformados em embalagens finais e
entram em linhas de enchimento, com o uso de
equipamentos form-fill-seal. Isso permite, ainda,
utilizar com ganho de tempo de setup as linhas
de enchimento, para atender a necessidade de
oferecer sabores variados do produto. Essa fle-
xibilidade é mais uma das causas do avanço dos
stand-up pouches em cafés solúveis.
  SONDAGEM
AS INFORMAÇÕES APRESENTADAS NESTA SEÇÃO SÃO PROVENIENTES DE LEVANTAMENTOS E ANÁLISES DA MINTEL
E SÃO PROTEGIDAS POR DIREITOS AUTORAIS. EMBALAGEMMARCA NÃO SE RESPONSABILIZA PELO CONTEÚDO.

Sondagem GNPD*: Cafés

Todos os meses, EMBALAGEMMARCA seleciona alguns cases internacionais de um dos mercados
analisados por nossa reportagem, para que os leitores possam compará-los com o que se produz no Brasil
Mais no site: www.embalagemmarca.com.br/104mintel

Coffee House Collection Ground Coffee 3 in 1 Coffee Breakfast

País: Estados Unidos País: França País: Grécia Coffee Blend
País: Estados Unidos
Um cartucho de papel cartão dotado O café moído Suprême Seguindo uma tendên-
de janela para visualização acondicio- d’Arabica vem embalado a cia mundial para doses Uma lata de aço
na quatro latas multifoliadas contendo vácuo, e inserido numa ele- únicas, o Coffee World decorada com
diferentes sabores de cafés da marca gante lata de aço. A tampa 3 em 1, da Altinkiliclar um rótulo tipo
Trader Joe’s. Decoradas com rótulos possui detalhes em alto rele- Gida, é comercializado wrap-around de
wrap-around de papel impressos vo na parte superior. em sticks papel impresso
em offset, as embalagens possuem multilamina- em offset foi
tampa plástica e selo antiviolação. dos impres- a apresenta-
Completam a embalagem uma fita sos em ção escolhida
dourada e um tag que posicionam o rotogravura pela marca
produto como um kit presenteável. com 18 Lighthouse
gramas do para acondicionar o seu blend
produto. de grãos para consumo no
café da manhã. A embalagem
possui um lacre auto-adesivo
antiviolação.

Antioxidant Rich Coffee Pads Freeze Dried Cafe Awasa Ethiopian

Soluble Coffee País: Holanda
Instant Coffee Coffee Beans
País: México País: Reino Unido País: Canadá
O lançamento do café Fortzze, da
Talvez a marca mais famosa de Café solúvel orgânico de marca Extensão de linha do Café
Royal Ahold, coincidiu com a che-
cafés do mundo, o Nescafé, própria da rede Asda que traz o Awasa, da Level Ground, usa
gada ao mercado das cafeteiras
da Nestlé, lançou no México já comum (na Europa, ao menos) a origem dos grãos – a Etiópia
AH Puc. O produto é apresentado
uma versão rica em antioxi- apelo do Fair Trade (comércio – para reforçar o atributo de Fair
em cápsulas utilizáveis na máqui-

FOTOS: DIVULGAÇÃO
dantes. O produto é comercia- justo). Embalado em pote de Trade (comércio justo). Uma
na. Uma embalagem flexível lami-
lizado em cartuchos de papel vidro (com capacidade para 100 bolsa flexível multilaminada,
nada, impressa em rotogravura e
cartão impressos em offset. gramas) impressa em rotogravura e dota-
dotada de válvula de controle de
Produzidas com faca especial, decorado da de sistema de refechamento
pressão,
que lhes confere um visual dife- com rótulo com zíper plásti-
contém
renciado, plástico tipo co, acondiciona
36 unida-
as emba- wrap-around 300 gramas
des do
lagens se impresso em do produto.
produto
destacam rotogravura. A embalagem
(250 gra-
na gôndola. Completa o possui ainda
mas).
Cada caixa sistema de picotes para
contém 25 embalagem facilitar a aber-
sachês do uma tampa tura, dispen-
produto. plástica de sando o uso de
rosca. tesouras.

O Global New Products Database (GNPD) da Mintel acompanha lançamentos de produtos, tendências e inovações.
Para mais informações, visite www.gnpd.com ou ligue para a Mintel Internacional (+ 1 312 932-0600)

www.embalagemmarca.com.br abril 2008 EmbalagemMarca 19

ENTREVISTA  KARIM RASHID

Cruzada contra os arquétipos

FOTO: MILOVAN KNEZEVIC

Para o papa do
design Karim Rashid,
indústrias perdem
oportunidades de
inovar – inclusive no
acondicionamento
de produtos – por
serem incapazes de
romper com modelos
funcionais e estéticos
ultrapassados, sem
sentido na era digital

K
arim Rashid odeia o con-
servadorismo. Um dos
mais badalados desig-
ners do mundo, esse
anglo-egípcio de 47 anos
nascido no Cairo, criado no Canadá
e residente em Nova York diz sen-
tir-se incomodado por ver diversos
produtos inexplicavelmente atados a
padrões funcionais e estéticos ultra-
passados, “que não fazem o menor
sentido no mundo atual”. Geek con-
fesso, ele acredita que a tecnologia é
subutilizada para criar bens de largo
consumo idealmente contemporâneos,
isto é, encantadores, mas também con-
venientes e acessíveis – ou “casuais e
democráticos”, como prefere definir
(embora não se furte de desenhar pro-
dutos de luxo, como se vê na pág. 28
desta edição). Rashid já criou mais de
2 500 objetos entre móveis, roupas,
eletroeletrônicos e jóias, e é cada vez
mais requisitado para projetar embala-
gens. Prada, Carolina Herrera, Method,
Kenzo, Ralph Lauren, Axe (Unilever) e
Shiseido são algumas das marcas para
as quais já concebeu apresentações de
produtos.
Karim Rashid adora o Brasil. Já esteve
diversas vezes no país. Desenvolveu
modelos da sandália Melissa para a
Grendene, concebeu o projeto gráfico
do caderno de moda do jornal Folha
de S. Paulo e, meses atrás, abriu um
escritório na capital paulista. Agora,
trabalha na criação de embalagens para
uma marca nacional, sobre a qual faz
mistério. Rashid pousou mais uma vez
por aqui no início de abril, contratado
para palestrar num evento da química
Milliken ocorrido em São Paulo (veja
a pág. 42). Logo após a apresentação,
deu a seguinte entrevista exclusiva a
EMBALAGEMMARCA.
Parecido a um peão gigante de xadrez,
o frasco translúcido que o senhor pro-
jetou cerca de seis anos atrás para
os lava-louças da americana Method
já se tornou um caso clássico de
marketing, por provar que produtos
de massa em regra pouco charmosos,
como os materiais de limpeza, podem

20 EmbalagemMarca abril 2008 www.embalagemmarca.com.br

 ganhar novos apelos com o auxílio
do design. Se o crescente sucesso
da Method atesta que o consumidor
anseia por bens de largo consumo
mais bonitos e inteligentes, destoantes
dos padrões, por que poucas indús-
trias empenham-se em revisitá-los?
Acho necessário um resgate histórico.
Depois da Segunda Guerra Mundial,
empresas como Unilever e Procter
& Gamble tornaram-se extremamente
poderosas e passaram a dominar as
concepções das embalagens low-end.
Com isso, instaurou-se uma escola
de negócios, uma filosofia, baseada
na busca de padrões. As empresas
adotaram o costume de sempre fazer
produtos à imagem daqueles dos con-
correntes, ou pelo menos levemente
derivativos, com medo de ficarem à
margem de seus mercados. Isso criou
arquétipos poderosos – em formas,
funções, comunicação, emprego de
materiais. Daí a ubiqüidade que todos
nós mais ou menos percebemos nas
apresentações de bens de largo consu-
mo nas últimas décadas. E é chocante
Lava-louças
da Method
Embalagem Triblob da
linha Le Feu d’Issey,
da Issey Miyake
22 EmbalagemMarca abril 2008
como isso perdura, hoje, nos produtos
de alta tecnologia. Por que as câmeras
digitais seguem o desenho das câmeras
antigas, que tinham o formato de para-
lelepípedo devido à disposição dos
filmes em seu interior? É nonsense,
não é? Eu desenvolvi trabalhos para
três fabricantes de celulares. Nenhum
deles chegou ao mercado, porque
destoavam dos arquétipos do celular.
Hoje, o celular pode ser um relógio
de pulso com um fone Bluetooth, por
exemplo. Eu não preciso de um objeto
extra. (imita segurar um aparelho
com as mãos.) Mas essas coisas levam
muito tempo para mudar. No caso das
embalagens, acho que muitos merca-
dos ainda não perceberam que o con-
sumidor está propenso como nunca a
aceitar coisas diferentes, de alguma
forma simbióticas com o tempo em
que vivemos. Veja o creme dental. Por
que meu creme dental, enquanto obje-
to, não pode ser tão contemporâneo
quanto meu tocador de MP3? Em vez
disso, ele tem o mesmo visual de 30,
40 anos atrás...
Perfume Amour,
de Kenzo
Do que dependem essas inovações de
apresentação?
De empresas que aceitem correr ris-
cos, e essas empresas geralmente são
empresas alternativas, pequenas ou
novas no mercado. A Method, por
exemplo, era um novo negócio. Vale
lembrar que a própria Apple tinha 1%
ou 2% do mercado de PCs e por isso
decidiu correr o risco de inovar em
design. Deu certo, não? Devido ao
fato de dominarem o mercado, as gran-
des empresas estão demasiadamente
amarradas a desenvolvimento lento,
alta burocracia, processos decisórios
orientados por procedimentos fúteis.
Lembro-me da Gillette. Anos atrás,
executivos da empresa me procuraram
para conversar. Mas acabaram desis-
tindo de trabalhar comigo. Ficaram
bastante receosos. Se pensarmos no
aparelho de barbear, o quão conserva-
dor é esse objeto, e como ele poderia
ser qualquer outra coisa... Entende?
Contanto que ele desempenhe bem,
você pode produzi-lo em qualquer
forma, com qualquer polímero, cor,
Axe Lab,
da Unilever
www.embalagemmarca.com.br
 decoração, textura. Muito provavel-
mente você pode inovar fazendo qual-
quer coisa que não simplesmente colo-
car uma lâmina numa vareta... Mas
não há desalienação. Há muito medo.
Muitas empresas pensam que design
reduz seus mercados, sem se darem
conta de que as pessoas não são mais
conservadoras como há trinta anos.
Hoje, as pessoas estão dispostas a acei-
tar – e assimilam muito rápido – tudo
de agradável que você lhes oferecer.
Num manifesto que condensa sua con-
cepção de design, o senhor afirma
que seu desejo é “ver as pessoas
vivendo ao modo de nosso tempo, par-
ticipando do mundo contemporâneo,
livrando-se de nostalgia, tradições
antiquadas, velhos rituais, cafonices e
insignificâncias”. Marcas, de alguma
forma, são elementos ultrapassados
nessa sua visão?
De modo algum. Marcas são fun-
damentais, são criações eternas do
homem que vieram para tornar o sis-
tema de consumo mais interessante,
“Embalagem
maleta” para itens
de Issey Miyake
Linha Isa Knox,
da Celliance
24 EmbalagemMarca abril 2008
fascinante e tolerável. Produtos genéri-
cos são tediosos. Mas, tendo dito isso,
meu manifesto não isenta as marcas.
Ocorre que nós temos muitas marcas
tradicionalíssimas, com seus nomes na
história, mas incapazes de acompanhar
os tempos. Muitas pessoas ainda não
perceberam que o modo de administrar
marcas até meados da década de 90 não
nos convence mais como consumido-
res, não é suficiente. Hoje, o comércio
eletrônico e a Internet constroem mar-
cas praticamente da noite para o dia.
Veja como cresce o número de pessoas
que depositam muito mais confiança
e valor em marcas como Google, ou
Amazon, do que em marcas seculares,
marcas “desde 1893”. Muitas dessas
marcas seculares não fizeram muita
coisa para se reinventar. Veja como,
de uma hora para outra, aprendemos
a confiar em qualquer Yahoo!... (enfá-
tico.) A preocupação deveria ser a de
capturar esse espírito e trazê-lo para o
mundo real também.
Vivemos numa época de enfraqueci-
Frascos “encaixáveis”
de fragrâncias dois-
em-um de Issey
Miyake
mento das campanhas publicitárias
tradicionais, e fabricantes de bens
de consumo de altíssimo giro, em
geral, estão enxugando suas verbas
de marketing e branding. É possível
criar uma marca forte basicamente
através de uma embalagem fascinan-
te? Pergunto-lhe isso porque já vi o
senhor declarar algumas vezes que
os recipientes da Method têm muito
pouco branding; para essa empresa, a
embalagem em si seria a marca...
A Method começou a fazer sucesso
por causa da embalagem, porque não
fez campanhas publicitárias tradicio-
nais por muito tempo desde a sua
estréia no mercado. Eles não tinham
dinheiro. Eu acredito que, hoje, os íco-
nes são mais importantes para a iden-
tidade das marcas do que, digamos,
a identidade de marca etérea. Houve
um tempo em que marcas podiam
criar toda uma mitologia sobre elas
mesmas. Hoje, o que elas podem fazer
é se tornar icônicas. De modo que
você pode não conhecer uma empresa,
mas, no minuto em que vê o forma-
Echo Nomad,
da Davidoff
www.embalagemmarca.com.br
 to carismático de sua embalagem,
passa a entender muita coisa sobre
ela. Atualmente, com todo o empare-
lhamento em qualidade de produto e
até de embalagem, o design é o único
diferencial real da marca. Esse é um
primeiro aspecto, mas há um segundo.
Eu acredito que, no atual panorama
para o branding, o marketing viral,
o marketing de guerrilha... (faz uma
pausa.) Quero dizer, o boca-a-boca
permanece muito forte para as marcas.
Na verdade ele está mais forte que
nunca, devido à grande boca global
que existe atualmente, que é a Inter-
net. Muitas vezes não faz mais sentido
a velha tática de investir caminhões
de dinheiro em marcas para estabe-
lecê-las. Não quero parecer piegas,
mas acredito na teoria do marketing
humano. Se você colocar um produto
no mercado que seja bastante humano,
ele irá excepcionalmente bem, com
ou sem dinheiro por trás. As pessoas
adoram coletivizar boas experiências.
Isso ajudou bastante a Method, com
suas embalagens bonitas, praticamente
Summer, da
Issey Miyake
Cosmético
da Prada
em cápsula
26 EmbalagemMarca abril 2008
decorativas, produtos ambientalmente
responsáveis e preço justo. Sabe os
sapatos Crocs? A principal razão de
seu sucesso foi a ótima qualidade de
produto. Eles não anunciaram nos pri-
meiros anos. A palavra Crocs em si se
tornou uma marca global estabelecida
da noite para o dia. Por quê? Porque o
produto é bom, democrático, univer-
sal, agrada de crianças a idosos. Em
suma, as velhas formas de fidelidade
às marcas estão enfraquecendo.
O que é o conceito de “casualização”
que o senhor diz ser uma premissa
do seu trabalho e como ele pode ser
visto nas embalagens que o senhor
projetou?
Nós vivemos na era da casualiza-
ção, que implica em simplificar coi-
sas, tornar tudo o que for possível
mais confortável, mais orgânico, mais
ergonômico, mais democrático. Isso
implica em tentar ajustar objetos aos
hábitos e às atitudes do consumidor.
O detergente da Method, por exem-
plo, tem uma válvula como um dia-
Cremes
da Prada
fragma na base da embalagem, que
facilita seu uso no momento de lavar
pratos. O consumidor não tem que
ficar virando a embalagem ou abrindo
tampas. Ele só posiciona a garrafa em
cima da esponja ou do objeto, a aperta
e pronto. Eu tento fazer embalagens
secundárias que sejam mais que sim-
ples caixas de papel cartão sem função
alguma. Desenhei embalagens para
cosméticos de Issey Miyake que fun-
cionam como nécessaire – e eu adoro
usar essas embalagens nas minhas
viagens. Eu costumo viajar bastan-
te, então para quê usar sapatos com
cadarços, se terei que tirá-los para
passar pelo raio-X dos aeroportos?
Costumo reparar nas bagagens, e é
incrível como muita coisa ainda não é
desenhada para facilitar o acesso aos
objetos guardados. Veja quanto tempo
leva para as pessoas retirarem seus
laptops das malas nos aeroportos...
Será que não temos conhecimento e
tecnologia suficiente para propor uma
nova forma de escovar os dentes? Não
gosto de gastar dez minutos todas as
Perfume de
Estée Lauder
www.embalagemmarca.com.br
 vezes que asseio meus dentes! A casu-
alização, portanto, é algo que eu acho
que qualquer indústria deveria utilizar
como compromisso para inovar. Não
acredito nos métodos tradicionais de
desenvolvimento de produtos. Acho
focus groups e outras pesquisas com
consumidores uma tolice. Pelo que vi
até hoje, para as empresas vale mais
ter duas ou três pessoas, ou um peque-
no time, focado em inovação. Uma
vez, fui contratado para projetar lojas
para Giorgio Armani, e, quando che-
guei à empresa para uma reunião, lá
estava ele, o próprio Armani, sozinho.
Sua empresa é enorme, mas ele está
sempre lá, tomando decisões em nível
pessoal. As empresas de 1 bilhão
de dólares mais inovadoras para as
quais trabalhei são essas, nas quais
há poucas pessoas tomando decisões
– mas pessoas brilhantes. Os proces-
sos de inovação impessoais, burocrá-
ticos, que envolvem a empresa intei-
ra, geralmente fracassam. Quando há
50, 80 ou 100 pessoas envolvidas no
projeto, ninguém se responsabiliza,
e todos se acomodam. O processo é
lento, viciado, se arrasta. Com duas
ou três pessoas, as coisas acontecem.
A maioria das embalagens desenha-
das pelo senhor têm visual despojado,
limpo. No Brasil e no mundo inteiro
vemos embalagens repletas de dados,
com muitas informações impressas. O
senhor também vê tal aspecto como
um anacronismo, como algo fora de
sintonia com a atualidade?
Claro. Pense sobre isso: há dez ou
vinte anos nós comprávamos produ-
tos e tínhamos que ler os manuais.
Hoje, nós temos o Plug and Play.
Hoje, as pessoas compram produtos,
sejam duráveis ou de rápido consumo,
e não esperam ler nada. Toda essa
informação das embalagens é coisa
www.embalagemmarca.com.br
Creme facial
da Prada
Linha de
cosméticos
Sexy Beast
de vinte anos atrás. Hoje, o objetivo
das embalagens deveria ser alcan-
çar o Plug and Play, permitirem o
uso intuitivo pelo consumidor. Há as
informações obrigatórias por lei, mas
é possível respeitá-las sem prejudicar
inovações. Por que não colocar essas
informações numa etiqueta facilmente
retirável das embalagens? Por que
não colocá-las nas bases dos frascos
e potes? A indústria de cosméticos
lida muito bem com isso – mesmo
utilizando rótulos multilíngües, dada
aquela frivolidade de colocar dizeres
em francês, língua que, com todo res-
peito, muito pouca gente fala... Muitas
vezes vemos embalagens lindas, mas
cujos projetos gráficos as destroem, e
designers gráficos sendo considerados
capazes de salvar embalagens ruins.
Por isso, exijo desenvolver os gráficos
das embalagens que eu crio. Do con-
trário, não aceito trabalhar. Não acre-
dito em separação do design estrutural
do design gráfico, em desenvolvimen-
to compartimentado de embalagens.
Aliás, é bom lembrar que gráficos
Perfume 212
de Carolina Herrera
já não são mais bidimensionais. Eles
fazem parte de um mundo tridimensio-
nal. O Google muda de logotipo todo
dia! Já existem lâminas finíssimas de
cristal líquido, que me fazem vislum-
brar embalagens com logotipos pul-
sando, quem sabe até desaparecendo...
veja mais informações em www.embalagemmarca.com.br/entrevista104
Imagine, um logotipo girando ao redor
do produto! É essa a promessa.
O senhor já esteve diversas vezes no
Brasil, abriu uma filial de seu escritó-
rio de design em São Paulo e desenvol-
veu modelos especiais das sandálias
Melissa, da Grendene. No entanto, o
senhor já foi sondado para desenvolver
embalagens de produtos brasileiros?
Eu gosto muito do Brasil. Agora mesmo
eu estou envolvido num trabalho fasci-
nante com uma empresa brasileira de
produtos de largo consumo. Mas, por
ora, isso é tudo o que eu posso dizer.
Não posso nem revelar o mercado. Mas
posso dizer que o projeto está evoluin-
do muito rapidamente, e possivelmente
vocês já saibam mais detalhes no meio
deste ano. (GK)
abril 2008 EmbalagemMarca 27
 INTERNACIONAL

Uma jóia com gim

Bebida inglesa destila glamour com
embalagem especial de 200 000 dólares

O
design sempre foi um importante sustentá-
culo de marca para o gim Bombay Sapphire,
da Bacardi. Depois do seu lançamento, em
1987, o destilado firmou-se como mecenas
de concursos de design de objetos de vidro,
hoje prestigiadíssimos, e passou a apostar em campanhas
publicitárias tocadas por celebrados desenhistas industriais,
como o holandês Marcel Wanders, o suíço Yves Béhar e o
egípcio-inglês Karim Rashid. Este último, entrevistado nesta
edição de EMBALAGEMMARCA (veja pág. 20), assina o dese-
nho da embalagem de uma nova edição limitada do Bombay
Sapphire, a Revelation. Dada a luxuosidade da peça, soa a
menosprezo defini-la puramente como embalagem. Ela é na
verdade uma jóia gigante, com preço estipulado em redondos
200 000 dólares.
A “garrafa” Revelation é lapidada artesanalmente em
finíssimo cristal francês Baccarat. Com formato de pedra pre-
ciosa, possui dez faces principais, que aludem aos dez ingre-
dientes botânicos utilizados na fórmula do Bombay Sapphire.
A tampa da garrafa, também feita à mão com cristal, é ornada
por uma jóia com diamantes e safiras engastados, assinada
pela Garrard, conhecida como “a mais antiga joalheria do
mundo” e tutora das jóias da Coroa Britânica. Quanto ao gim
acondicionado na Revelation, nenhum charme especial. Trata-
se do mesmo dry gin das versões standard da marca.

Aeroportos: cristaleiras
A nova edição limitada de Bombay Sapphire é para poucos, e
não pelo preço. Somente cinco unidades da garrafa Revelation
foram produzidas, com diferentes arranjos das gemas precio-
sas em suas tampas.
Cada uma das integrantes do quinteto de garrafas ficará
exposta num grande aeroporto mundial. No dia 27 de março
último, a primeira delas foi alojada no aeroporto inglês de
FOTOS: DIVULGAÇÃO

Heathrow, no Terminal 5 inaugurado na mesma data. As

quatro garrafas remanescentes terão em breve suas vernis-
sages nos aeroportos internacionais de Nova York, Dubai,
Cingapura e Sydney. O total de 1 milhão de dólares arrecada-
do com as vendas das cinco garrafas será doado à The Smile
Train, instituição filantrópica que subsidia cirurgias de lábio
leporino em crianças de países subdesenvolvidos. (GK)

28 EmbalagemMarca abril 2008 www.embalagemmarca.com.br

 Sustentabilidade.

Uma premissa para os

negócios na cadeia

de embalagens.
“Garrafa” Revelation (ladeada, na foto,
por uma garrafa convencional de Bombay

Aguarde o próximo
Sapphire) é lapidada à mão em cristal
Baccarat e possui, no topo da tampa, jóia
com safiras e diamantes (no detalhe acima)

movimento do
Baccarat
www.baccarat.com

Karim Rashid
(11) 3045-6063
www.karimrashidbrazil.com

Ciclo de Conhecimento

EmbalagemMarca

www.embalagemmarca.com.br
ciclo@embalagemmarca.com.br
 BAZAR
De item de pia a bibelô
Com cartuchos decorativos, toalha de papel busca ocupar espaços em todo o lar
R
omper com apresentações paradig-
máticas pode não só destacar pro-
dutos nas gôndolas dos supermer-
cados, mas também libertá-los de
certas amarras de consumo. Grande
fabricante de artigos de papel para asseio pessoal
e home care, a Melhoramentos Papéis aposta
nessa teoria com a Kitchen Multi, linha que busca
emancipar a toalha de papel do habitat das cozi-
nhas, transformando-a – abstraia-se o trocadilho
– num acessório cômodo para os demais cômodos
das casas também. Para tanto, em vez de se apre-
sentar na tradicional forma de rolo com seções
picotadas, muitas vezes preso a suportes pelas
donas-de-casa, a novidade baseia-se em folhas
acondicionadas em cartuchos de papel cartão com
apelos decorativos.
As duas primeiras caixas lançadas emulam,
visual e tatilmente, aparências de couro e de
madeira, para adequar os produtos às paisagens de
salas, deques, jardins e outros espaços domésticos.
Uma terceira opção, simulando fibra natural, para
combinar com móveis de rattan, vime e junco,
chegará em breve ao mercado.
Essa “clonagem” de outros materiais resulta
da integração de projetos gráficos assinados pela
30 EmbalagemMarca abril 2008
ÇÃO
LGA
DIVU
OS :
FOT
Com texturas especiais, papel
cartão “clona” couro e madeira (nos
detalhes). Abertura na face oposta à do
rótulo valoriza apelo das embalagens
como objetos decorativos
M Design com processos de texturização de
embalagens cartonadas realizados pela gaúcha
Box Print. “Utilizamos clichês de relevo no corte
e vinco que dão ao papel cartão empregado, um
duplex da Suzano, aparências fidedignas de outros
materiais”, explica Eliane Vargas de Campos,
coordenadora comercial da convertedora. O cartu-
cho “de couro” tem superfície gofrada e até simula
costuras típicas de sofás; o “de madeira” reproduz
nós e vãos típicos de parquetes.
As texturas especiais são valorizadas por um
detalhe engenhoso. À moda das caixinhas dis-
pensadoras adotadas por lenços descartáveis, os
cartuchos de Kitchen Multi contam com uma
abertura picotada que, rompida, possibilita retirar
uma a uma as toalhas de papel já cortadas. No
entanto, o orifício é posicionado na face oposta à
dos rótulos dos produtos. Desse modo, as “deco-
Box Print rações comerciais” ficam escondidas na utilização
(11) 5505-2370
www.boxprint.ind.br das toalhas, valorizando seus apelos de bibelôs.
“Tudo converge para criar a idéia de uma emba-
M Design
(11) 3839-0969
lagem inteligente”, sintetiza Renato Nishimura,
www.mdesign.art.br coordenador de criação da M Design. “Com essas
embalagens, a toalha de papel se descola da ima-
Suzano Papel e Celulose
0800 055 5100 gem do uso pesado, para secar fritura ou limpar
www.suzanopapelecelulose.com.br chão, e adquire um perfil refinado”. (GK)
www.embalagemmarca.com.br
PANORAMA  MOVIMENTAÇÃO NO MUNDO DAS EMBALAGENS E DAS MARCAS
Edição: Guilherme Kamio

CONJUNTURA

Um ano ligeiramente melhor

Suportando a maior atividade econômica, indústria nacional de embalagens reagiu em 2007

Mesmo longe de ter sido fulgurante, o desempenho da indús- do, totalizando 195 711 empregos formais.
tria de embalagens em 2007 mostrou reação. A produção físi- Nas projeções de Quadros, a produção física da indústria de
ca cresceu 2,1% no ano passado, a maior taxa desde 2004, embalagens deve crescer 2,5% em 2008, derivando na recei-
gerando receita de 32,5 bilhões de reais, o equivalente a 1,4% ta de 34,2 bilhões de reais. “O mercado interno prosseguirá
do PIB brasileiro gerado no período. Os números constam do aquecido”, afirmou o economista. “A maior utilização da capa-
estudo anualmente encomendado pela Associação Brasileira cidade instalada favorecerá novos investimentos e a demanda
de Embalagem (Abre) ao Instituto Brasileiro de Economia da por embalagens irá crescer”. Veja abaixo a participação de
Fundação Getúlio Vargas (IBRE-FGV), e foram divulgados pelo cada tipo de material no faturamento total da indústria de
coordenador de análises econômicas deste último, Salomão embalagens em 2007.
Quadros, em evento realizado pela Abre, em São Paulo, no TÊXTEIS 931 1 602 VIDRO
fim de fevereiro. 2 271 PAPEL
MADEIRA 747 2,9%
De acordo com a varredura da FGV, as embalagens metálicas 5 523 METÁLICAS
4,9% 7%
foram a que apresentaram melhor desempenho em produção 2,3% 17%
física em 2007 (aumento de 5,20%), seguidas à distância 36,4%
pelas de plástico (+ 1,98%) e pelas de vidro (+ 1,38%). As 29,6%
importações de embalagens aumentaram 26,35% no ano pas-
sado, mas, contrabalançadas pelo aumento de 27,22% nas
PLÁSTICO 11 827
exportações, resultaram numa balança comercial superavitária 9 632 PAPELÃO/PAPELCARTÃO

FONTE: IBRE-FGV
em quase 100 milhões de dólares. O emprego na indústria de
embalagens registrou incremento de 4,3% no exercício passa- TOTAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 533 (em milhões de reais)

MERCADO

Identidades gráficas repaginadas

Referências em tecnologia de embalagem apresentam novos visuais de suas marcas corporativas

Como resultado de mudanças de controle empresas fundidas sobre um círculo púrpu-

ou por estratégia, importantes multinacio-
nais da indústria de embalagens acabam
de apresentar novas identidades visuais.
Referência em embalagens cartonadas
assépticas, a sueca Tetra Pak anunciou um
plano de revitalização de marca, a fim de
reforçar a comunicação de sua vocação. Um
dos primeiros resultados dessa iniciativa é a identidade gráfica
que valoriza o lema corporativo “Protects what’s good” – utili-
zado, no Brasil, como “Protege o que é bom”. O slogan agora
tem mais destaque nos logotipos trabalhados pela empresa,
reformulados pelo braço britânico da agência Ogilvy. Segundo a
Tetra Pak, novas etapas da atualização de marca serão reveladas
gradualmente ao longo de 2008.
Na seara da marcação e codificação
de embalagens, a Markem-Imaje,
companhia resultante da aquisição da
fabricante americana de equipamen-
tos Markem pelo conterrâneo grupo
industrial Dover, dona da concorrente
Imaje, revelou seu logotipo. O emble-
ma combina as iniciais das duas
ro. “Essa arte pode ser interpretada como
uma representação visual da codificação por
barras, ou mesmo de uma linha produtiva”,
diz Sylvain Exartier, diretor de comunicações
da Markem-Imaje. O novo logotipo já está
sendo utilizado pela empresa em todas as
suas peças de comunicação e publicidade.
Com aquisição pelo Reynolds Packaging Group recentemente
consolidada, a CSI – Closure Systems International, antiga
divisão de tampas da Alcoa, também revelou seu novo logotipo.
Nele, a sigla da empresa é destacada à frente de um escudo
azul. “O logotipo mudou, mas, como antes, continuamos a
fornecer sistemas de soluções a nossos clientes globais”,
comenta Lance Mitchell,
presidente da CSI. Com forte
atuação no mercado brasilei-
ro, principalmente em tampas
para refrigerantes, água mine-
ral, óleo e bebidas alcoólicas,
a CSI também inaugurou
CLOSURE SYSTEMS
novo site na internet –
I N T E R N A T I O N A L
www.csiclosures.com.

32 EmbalagemMarca abril 2008 www.embalagemmarca.com.br


SUSTENTABILIDADE
O F, o S e o C de Sadia
Gigante em alimentos adota
embalagens com selo ambiental
Alçado à condição de atestado de responsabilidade socioam-
biental, o selo do FSC – sigla para Forest Stewardship Council
(Conselho de Manejo Florestal, em português), entidade inter-
nacional que atesta o manejo responsável dos recursos flores-
tais – agora dá as caras nas embalagens de papel cartão e de
papelão ondulado que acondicionam os alimentos da Sadia.
é a estréia do selo em embalagens de congelados e fruto de
parceria entre a Klabin e as gráficas Ibratec, Brasilgrafica e
Romiti, empresas certificadas pelo Conselho.
As linhas de pratos prontos, pizzas, hambúrgueres, empana-
dos, produtos porcionados, salgadinhos, bacons e de sobre-
mesas Miss Daisy serão as primeiras a contar com embala-
gens certificadas. As fornecedoras parceiras calculam que
mais 111 milhões de unidades de cartuchos de papel cartão
com selos lateral e frontal do FSC, destacando que sua emba-
lagem portadora é originada de processos sustentáveis, serão
consumidos pela Sadia já neste ano.
DIVULGAÇÃO
Cartuchos da Sadia:
chancela do FSC
FLEXÍVEIS
Nova promessa
para filmes “verdes”
Polietileno linear sustentável é mais
uma inovação da Braskem
Depois da alternativa produzida com etanol de cana-de-açú-
car ao polietileno de alta densidade convencional, a Braskem
anunciou a certificação do primeiro polietileno linear do mundo
feito com a mesma matéria-prima. Utilizado principalmente na
produção de filmes para embalagens flexíveis de alimentos, o
polietileno linear é formado não só por monômeros (moléculas
geradoras dos polímeros) derivados de eteno, objetos do pri-
meiro lançamento “verde” da Braskem, mas também de buteno.
O Centro de Tecnologia e Inovação da Braskem, localizado
em Triunfo (RS), conseguiu elaborar tecnologia para obter um
“biobuteno” a partir da cana-de-açúcar. O novo biopolímero foi
certificado como sustentável pelo laboratório americano Beta
Analytic e seu registro de patente já depositado pela Braskem.
www.embalagemmarca.com.br
Edição: GUILHERME KAMIO  guma@embalagemmarca.com.br
IMPOSTOS
Sem efeito sobre embalagens
Substituição tributária não afetará setor
A inclusão de novas categorias de produtos na sistemática de
substituição tributária – antecipando na indústria a cobrança
do ICMS de toda a cadeia comercial até o consumidor – não
terá efeito direto sobre as empresas de embalagens. É a opi-
nião de especialistas em tributos e empresários do setor. Em
fevereiro, entraram em vigor os decretos do governo paulista
que ampliam o leque de setores sujeitos a essa sistemática,
incluindo medicamentos, produtos de higiene e limpeza, per-
fumaria, cosméticos e bebidas alcoólicas.
A medida, utilizada há pelo menos quarenta anos em São
Paulo, visa coibir a sonegação de impostos. A medida reduz
o número de empresas fiscalizadas, eliminando a necessi-
dade da ação do fisco no pulverizado canal de vendas. Para
os especialistas e representantes do setor de embalagens, é
cedo para avaliar o impacto da medida. “Como afeta o capi-
tal de giro da indústria, deverá haver renegociação de prazos
de pagamento com fornecedores, mas é cedo para avaliar”,
diz Rogério Mani, presidente da Associação Brasileira da
Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis (ABIEF).
Segundo Drausilene Diniz, do IOB, os fabricantes de produtos
finais ganharam fôlego, com a prorrogação do prazo de reco-
lhimento do imposto. “O recolhimento, que era para ser feito
no dia 9 do mês seguinte ao fato gerador, passou a ser no
último dia útil do segundo mês subseqüente à venda.”
A principal reivindicação dos fabricantes é a redução dos
impostos diretos. A ABIEF pleiteia a redução da alíquota do
ICMS em São Paulo de 18% para 12%, como forma de mini-
mizar os efeitos da guerra fiscal sobre as empresas paulistas,
e a instituição de um IPI único de 5%. Segundo Mani, há uma
distorção provocada pela diversidade de alíquotas do IPI. Há
produtos não tarifados, outros com alíquota de 5% – alguns
dos quais importados – e a grande maioria taxada em 15%. A
proposta da ABIEF não afetaria os produtos de alíquota zero,
como é o caso das embalagens usadas na cesta básica.
(Edson Pinto de Almeida)
ILUSTRAÇÃO: JOSÉ HIROSHI TANIGUTI
abril 2008 EmbalagemMarca 33
www.grandes
COMO PARTICIPAR
Indústria Usuária de Embalagens
1) Selecione, dentre as embalagens lançadas por sua empresa de 1/7/2007 a 30/6/2008,
aquelas que trouxeram mais benefícios para a empresa após a sua adoção
2) Preencha a ficha de inscrição, dando especial atenção para a descrição do case
3) Envie a ficha preenchida, juntamente com uma amostra de cada embalagem inscrita,
para o endereço indicado no Regulamento

Indústria Fornecedora de Embalagens

1) Selecione, dentre as embalagens fornecidas por sua empresa e adotadas por um cliente
entre 1/7/2007 e 30/6/2008, aquelas que trouxeram mais benefícios para a empresa
usuária após a sua adoção
2) Preencha a ficha de inscrição, dando especial atenção para a descrição do case
3) Envie a ficha preenchida, juntamente com uma amostra de cada embalagem inscrita,
para o endereço indicado no Regulamento

REGULAMENTO COMPLETO E FICHA DE INSCRIÇÃO NO SITE

MAIS INFORMAÇÕES: (11) 5181-6533 • (11) 5521-4325 • premio@embalagemmarca.com.br
 IN AB
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ES
cases.com.br
INFORMAÇÕES IMPORTANTES
Inscrições: de 1º de março a 22 de agosto de 2008
Entrega das amostras de embalagens: de 4 a 22 de agosto de 2008
Local de entrega das embalagens: Centro Universitário Belas Artes
(Rua José Antonio Coelho, 879 – São Paulo, SP)
Cerimônia de Premiação: 1º de outubro de 2008
Local da cerimônia: Centro Fecomércio de Eventos
(Rua Dr. Plínio Barreto, 285 – São Paulo, SP)
Exposição dos cases vencedores: de 7 a 11 de outubro de 2008
Local da exposição: Centro Universitário Belas Artes
(Rua José Antonio Coelho, 879 – São Paulo, SP)

Patrocínio Master Patrocínio Especial Organização

Apoio Operacional
 REPORTAGEM DE CAPA

Metamorfose geral
Cada vez mais utilizadas por cervejas e refrigerantes,
latinhas com decorações temporárias dão versatilidade
a marcas e abrem caminho para a chegada de inovações
Por Guilherme Kamio

F
estejado consultor em administra-
ção de marcas, o americano Martin
Lindstrom costuma defender em
artigos e palestras aquilo que chama
de “branding contextual”. Segundo
o guru, produtos de massa se fortalecem quando
exploram a empatia do consumidor, através de
ações instantâneas e diferenciadoras que refor-
cem sua percepção como elementos dinâmicos,
capazes de se adaptar a diferentes situações.
Apoiadas pelas latas de alumínio, a indústria
brasileira de bebidas tem feito a lição de casa
recomendada por Lindstrom.
Nunca o mercado nacional assistiu a
uma proliferação tão expressiva de edições
especiais de latas de refrigerantes, cervejas
e outras bebidas como nos últimos meses – e
já não são somente séries temporárias vincu-
ladas a megapromoções ou a “eventos macro”,
como carnaval, Natal ou verão. Até os acon-

O: TOM-B
tecimentos de impacto restrito, como rodeios,
aniversários de cidades, carnavais temporãos e

ILUSTRAÇÃ
shows são cada vez mais regados a latinhas com
decorações especiais, a eles alusivas.
Latas de alumínio são práticas para o consumo
individual de bebidas, inquebráveis e disputadas

36 EmbalagemMarca abril 2008 www.embalagemmarca.com.br

 após o descarte pelo seu valor
na reciclagem. Por tudo isso, elas
sempre gozaram de simpatia para
circular em eventos. No entanto, até
poucos anos atrás não havia flexibi-
lidade para decorá-las com motivos
tão pontuais quanto os que agora se
vê. Baseada num sistema característi-
co de flexografia e considerada crítica
na fabricação das latinhas, a fase da
impressão tendia a ser restritiva às cor-
ridas curtas e às trocas constantes de ser-
viço. “Antes, embalagens promocionais

FOTOS: DIVULGAÇÃO
significavam complicação para a nossa
aparelhagem”, lembra Roberto Santos,
gerente comercial da Crown Embalagens.
O que mudou? As três fabricantes de latas
de alumínio instaladas no Brasil – Rexam,
Crown Embalagens e Latapack-Ball – investiram
em upgrades de máquinas e principalmente em
capacitação de mão-de-obra, seguindo programas
de aperfeiçoamento industrial como o kaizen e o Acima e no rodapé da página anterior, rótulos temáticos produzidos pela Rexam para festas,
kanban japoneses. promoções, datas especiais, torneios e shows patrocinados pelos seus diversos clientes
 As otimizações produtivas resultaram numa
queda significativa dos pedidos mínimos. Na
Crown, a tiragem de partida de 1 milhão de uni-
dades caiu pela metade alguns anos atrás e, hoje, é
de 200 000 unidades. “É o volume correspondente
a uma carga, ou seja, um caminhão carregado com
25 paletes”, diz Santos. “A flexibilização vista em
todo o setor de latas tem não apenas favorecido o
surgimento de ações promocionais, como aque-
las que tradicionalmente fazemos para cervejas
em rodeios no interior paulista, mas também as
segmentações de linhas e a adoção por empresas
pequenas e médias”.
Quinhão expressivo
Mesmo na Rexam, líder do setor com capacida-
de que trisca as 10 bilhões de embalagens/ano
(contra tetos anuais de 2,6 bilhões de unidades
da Latapack-Ball e de 2,1 bilhões de unidades da
Crown), e na qual os pedidos mínimos giram na
casa do 1 milhão de latas, as edições limitadas
estão com tudo. De acordo com a fornecedora,
42% dos rótulos por ela introduzidos em 2007
foram temáticos. Exemplos recentes de latas tem-
porárias supridas pela Rexam são as do Guaraná
Antarctica para o torneio de skate Oi Vert Jam, no
Rio; as de Pepsi e da cerveja Nova Schin vincu-
ladas ao concerto gaúcho Planeta Atlântida; as da
cerveja Bavária comemorativas aos 130 anos da
marca; e as da Kaiser Copa, alusivas ao torneio de
futebol amador patrocinado pela Femsa.
FOTOS: DIVULGAÇÃO
High Quality Print, sistema avançado de impressão da
Crown, valoriza ação vinculada ao seriado 24 Horas
38 EmbalagemMarca abril 2008
Além de estratégicas para a indústria de bebi-
das, as edições limitadas poderão cumprir impor-
tantes papéis para os próprios fornecedores. Como
implicam em baixas escalas, elas são vistas como
potenciais vetores no Brasil para sofisticados avan-
ços em impressão, que prometem conferir qualida-
de fotográfica às estampas.
Tais aprimoramentos resultam da difusão
da pré-impressão baseada no computer-to-plate
(CTP) – sistema que dispensa a fase da gravação
de fotolitos antes da confecção das chapas de
impressão. Fundado num sistema de gravação de
chapas a laser a partir de arquivos digitais, o CTP
propicia ganhos significativos de resolução, isto é,
da quantidade de pontos por polegada na impres-
são das latas. “Não se trata de um conceito novo
para o ramo editorial ou para a impressão de outros
tipos de embalagem, mas para latas, sim”, explica
Santos, da Crown.
Uma das tecnologias vertentes do CTP na
Impressão da Ball baseada
seara de latas é a Illustration Impact, lançada pela em CTP, a Eyeris acaba
Rexam na Europa em 2005 e agora também oferta- de estrear no mercado
americano
da às indústrias de bebidas sul-americanas. “Numa
analogia bastante simples, comparar o sistema
trivial de impressão flexográfica com a Illustration
Impact é como comparar o nível de detalhamento
das telas de computador de dez anos atrás com o
de hoje”, diz Renato Estevão, diretor comercial da
Rexam na América do Sul. Na região, a novidade
estreou no início do ano numa edição especial car-
navalesca, de 15 milhões de unidades, da cerveja
Brahma produzida pela Cervepar, cervejaria da Brahma paraguaia com
AmBev no Paraguai. “Estamos negociando novas motivo carnavalesco foi
a primeira usuária da
aplicações desse recurso no Brasil, no Chile e na Illustration Impact da
Argentina”, anuncia o dirigente da Rexam. Rexam na América do Sul
Por ora, a Illustration Impact incide em gra-
vações de chapas feitas na Europa. Estevão, no
entanto, assegura que o tempo entre a aprovação
da arte pelo cliente e o início da produção local não
leva mais que quinze dias.
A expectativa, agora, é que a Crown
Embalagens e a Latapack-Ball também dispo-
nibilizem no Brasil sistemas CTP recentemente
lançados nos Estados Unidos por suas matrizes
tecnológicas – respectivamente, a Crown Cork e
a Ball. Lá fora, o sistema da Crown nesse campo
foi batizado como High Quality Print, e acaba de
ser utilizada nas latas das edições limitadas de um
energético da inglesa Cott Corporation, vinculada
www.embalagemmarca.com.br
à série televisiva de ação 24 Horas. Santos infor-
ma que a Crown Embalagens “já está estudando Produção e consumo de latas de alumínio no Brasil
(em bilhões de unidades)
a pertinência de trazer esse tipo de pré-impressão
para o Brasil”. Por sua vez, a Ball nomeou sua
opção de impressão com qualidade fotográfica de
Eyeris. Seu début ocorreu nos Estados Unidos,
numa edição limitada dos refrigerantes da marca
Jones Soda, composta por latas estampadas com
fotos de jogadores do time de futebol americano
Seattle Seahawks.

Vetores para efeitos especiais

Muito mais que arautos do CTP para a impressão
de latas de alumínio, as edições temáticas podem FONTE: ABRALATAS

também funcionar como escoadouro no Brasil para
novos e sofisticados efeitos de acabamento. Um
aperitivo disso foi dado pela lata promocional de
Skol, com decoração alusiva à roda-gigante ins-
talada pela AmBev no Forte de Copacabana para
homenagear o Dia de São Sebastião, padroeiro do
Rio de Janeiro, no começo do ano. A impressão da
embalagem destacava uma seta que, constituída
por tinta termocrômica, mudava da cor branca para
a azul à medida que atingia a temperatura ideal Vivendo um boom,
consumo de latas está se
para consumo. aproximando da capacidade
Além da tinta que avisa ao consumidor quando instalada no Brasil.
Crescimento ainda maior
a bebida está gelada, ferramentas já utilizadas com pode inibir uso de edições
limitadas
êxito em outros países, como tintas que brilham no
escuro, vernizes de textura e gravações em relevo
também estão ao alcance das usuárias nacionais de
latinhas. Como muitas vezes dependem de tecno-
logias e insumos caros, geralmente importados, e

www.embalagemmarca.com.br abril 2008 EmbalagemMarca 39

 Frescor prolongado
Edição limitada
de Skol utilizou,
no início do
ano, tinta que
avisa quando
conteúdo está
gelado
Lata para bebidas agora tem tampa refechável

demandam mais tempo em acertos (com volumes
maiores de perdas), elas ainda estão restritas a
aplicações em baixa escala e com apelo de ação
estratégica de marketing – o perfil exato das latas
promocionais.
Curiosamente, uma possível ameaça ao círculo
virtuoso vivido pelas latas com rótulos temáticos
é o melhor cenário econômico. De acordo com
a Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas
de Alta Reciclabilidade (Abralatas), o aumento
da renda e do crédito nos últimos dois anos abriu
o leque de consumo das latas, gerando um cres-
cimento acumulado de 25% em expedição. Em
2007, o consumo de bebidas em lata no país cres-
ceu 13,5%, elevando o consumo per capita anual
do brasileiro para 64 latinhas e gerando vendas
de 12,2 bilhões de unidades – aproximando-se da
capacidade instalada no Brasil de 14,4 bilhões de
latas/ano (veja o gráfico na página anterior).
“Poderemos ter dificuldade em abastecer o
mercado, pois 2008 começou com um vigor ainda
maior que o de 2007”, entende Jorge Bannitz,
diretor comercial da Latapack-Ball. O cenário
é claro: se a demanda pegar o elevador, o setor
poderá reprimir as edições pontuais. “É fato: tira-
gens limitadas diminuem a velocidade de linha,
reduzem a produtividade, eventualmente aumen-
tam o consumo de tintas e elevam as perdas”, diz
Santos. “Estamos estudando, desde já, meios de
equacionar saltos da demanda com as necessidades
de promoções”. Fabricantes de bebidas, portanto,
poderão se ver diante de um dilema, tendo que
escolher entre não perder volume e não deixar de
fortificar suas marcas. É esperar para ver.
D
epois de vários anos
de desenvolvimen-
to, a Ball Packaging
Europe lança uma
alentadora inova-
ção para bebidas carbonatadas:
a lata retampável. Graças a uma
nova tampa, denominada Ball
Resealable End (Tampa Resselável
Ball), agora é possível refechar
latas de aço e de alumínio depois
da abertura inicial, prolongando as
características ideais de consumo
das bebidas.
A Ball Resealable End é com-
posta por uma tampa de alumínio
integrada a um anel plano (“flat”)
de plástico. São dois discos – um
do lado de dentro e outro do lado
de fora da lata – que permitem a
abertura graças a um movimento
de rotação da parte externa. Para
fechar, basta retornar o anel para a
posição original (veja a foto).
A primeira empresa usuária da
lata retampável é a Coca-Cola da
França. No fim de março, a empre-
sa lançou o energético Burn em
latas de alumínio de 500 mililitros
com o novo sistema de fechamen-
to. De acordo com a empresa,
Sistema, baseado em discos,
mira bebidas carbonatadas
uma pesquisa realizada durante
a fase de testes da embalagem,
no ano passado, mostrou que os
consumidores ouvidos elogiaram a
conveniência e a praticidade para
o consumo “on the go” (em movi-
mento), além de outras qualidades
da nova embalagem. O sistema de
abertura é invenção da holandesa
Bound2B.
O grande alvo da Ball
Packaging Europe com a lata dota-
da do novo sistema de fechamento,
além dos refrigerantes, é o merca-
do de águas minerais gaseificadas
e funcionais, dominado pelas gar-
rafas de PET. Pesquisas realiza-
das pela empresa detectaram que
os consumidores preferem latas
a garrafas plásticas para bebidas
com gás devido à facilidade e à
velocidade de resfriamento, mas
acabam optando pelos recipien-
tes de PET pela possibilidade de
retampamento. Rob Miles, vice-
presidente de Vendas e Marketing
da Ball Europe, afirma que “a
tampa resselável, aliada a outros
atributos, faz da lata a embalagem
ideal para bebidas carbonatadas e
gaseificadas”. (FP)
FOTOS: DIVULGAÇÃO

Abralatas Latapack-Ball
(61) 3327-2142 (11) 2171-2400
www.abralatas.com.br www.latapack.com.br

Crown Rexam
(11) 4529-1000 (21) 2104-3300 Ball Packaging Europe Bound2B
www.crowncork.com www.rexam.com www.ball-europe.com www.bound2b.com

40 EmbalagemMarca abril 2008 www.embalagemmarca.com.br

 MATERIAIS

Uma válvula de escape

Biodiesel:
refugo
produtivo
irá virar
polipropileno

Nova Petroquímica cria PP “verde” com subproduto do biodiesel

R
esina termoplástica cada vez mais
utilizada para a confecção de emba-
lagens, o polipropileno (PP) contará
com uma opção “verde”, criada a
partir de um subproduto do biodie-
sel, a glicerina. O feito, pioneiro no mundo, é da
Nova Petroquímica (antiga Suzano Petroquímica,
hoje controlada pela Petrobras), e resulta de estu-
dos conjuntos da empresa com a Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Iniciado em
Mais diáfano que nunca
Novo clarificante promete aproximar PP ainda mais do vidro
Transparência tem sido um inegável
apelo do polipropileno (PP) para a mol-
dagem de embalagens rígidas e peças
técnicas. Esse atributo promete ser
reforçado por uma novidade da ameri-
cana Milliken Chemical, referência em
clarificação e nucleação de resinas plás-
ticas. Em evento ocorrido no início de
Produtos fabricados com o novo clarificante
abril em São Paulo, com a participação
de mais de 170 profissionais entre for- de energia e emissões gerais de CO2. O
necedores de materiais, transformadores novo clarificante não influi nos atributos
e designers, a empresa apresentou seu de leveza, reciclabilidade, rigidez, resis-
mais novo aditivo para clarificação de PP, tências ao envasamento a quente e à
o Millad NX-8000. ação de microondas, alta resistência quí-
“Trata-se de um clarificante que, para mica, barreira à umidade e versatilidade
espessuras maiores, pode proporcionar de processamento.
redução de opacidade de até 50% em Neste último quesito, Cláudia entende
relação ao PP de alta transparência que o novo PPAT garante apelo premium
(PPAT) até então conhecido”, explica no cotejo com resinas como polietileno,
Cláudia Kaari Sevo, gerente de desenvol- PVC e poliestireno, nas moldagens por
vimento de mercado da Milliken no Brasil. injeção, sopro – tradicional ou biorienta-
“Ele abre um novo patamar, inserindo o do (ISBM) – e termoformagem. As prin-
material numa faixa antes não ocupada, cipais fornecedoras de PP no mercado
aproximando-o da transparência referen- nacional, Braskem e Nova Petroquímica,
cial do vidro.” já realizaram testes com o produto e
A Milliken mostrou protótipos de peças devem ser consultadas para desenvol-
moldadas com o novo clarificante – como vimentos de embalagens com base em
mamadeiras, utensílios domésticos, resinas que já incorporem o novo aditivo.
peças de aparelhos eletrônicos e potes “Estamos ansiosos para assessorar pro-
– e garante que a novidade proporciona jetos de novidades com altíssima trans-
reduções significativas de peso, consumo parência”, diz a executiva da Milliken.
2006, o desenvolvimento da novidade foi supor-
tado por 2 milhões de reais, sendo 600 000 reais
provenientes da Financiadora de Estudos e Proje-
tos (FINEP). As parceiras esperam obter o registro
da patente da invenção até abril.
O novo polipropileno surge não apenas como
mais uma opção de matéria-prima de origem
renovável para a produção de embalagens, mas
também como solução para um passivo ambien-
tal. Ocorre que encontrar destinos para a gli-
cerina vinha sendo motivo de preocupação de
ambientalistas, pois a mistura obrigatória de
biodiesel ao diesel convencional irá gerar expo-
nencial excedente desse subproduto. Já para
este ano, com a entrada em vigor da taxa de 2%
de adição de biodiesel ao combustível fóssil,
espera-se oferta saturada de 105 000 toneladas
– o mercado atual para a glicerina é de 40 000
toneladas anuais, consumidas principalmente por
indústrias de cosméticos e de produtos de limpe-
za. “Futuramente, esse resíduo seria um entrave
para a produção do biodiesel”, comenta Pedro
Geraldo Boscolo, gerente de Tecnologia da Nova
Petroquímica, lembrando que a partir de 2013 a
taxa de adição subirá para 5% – o que deverá
resultar num excedente de 250 000 toneladas de
glicerina no Brasil.
No entanto, até 2014 a Nova Petroquímica
pretende inaugurar uma fábrica para o PP de
glicerina, provavelmente com capacidade inicial
para 100 000 toneladas/ano. “Serão investidos
cerca de 50 milhões de dólares nesse projeto”,
antecipa Sinclair Fittipaldi, gerente de marke-
ting da petroquímica. “Trata-se de um produto
premium, que chega para compor nossa família
BIOZ de ‘polímeros verdes’ e que irá agregar
valor ao produto transformado nacional, em tem-
pos em que a sustentabilidade e as alternativas
ambientalmente responsáveis são de grande inte-
resse do mercado interno e externo.” (GK)
Braskem Milliken Nova Petroquímica
(11) 3576-9000 (11) 3043-7170 (11) 3583-5917
www.braskem.com.br www.millikenchemical.com www.novapetroquimica.com.br

42 EmbalagemMarca abril 2008 www.embalagemmarca.com.br

 CHOCOLATES

Abre, fecha, abre, fecha, abre...

Barras de chocolate ganham embalagens flexíveis com selagem conveniente

O
consumidor de chocolate em barras
Depois de aberta,
não precisa mais se preocupar com embalagem dos tabletes
a perda de sabor e textura depois pode ser refechada
até dez vezes
que a embalagem é aberta. Pelo
menos é o que garante a Kraft
Foods Brasil, com os novos invólucros dos table-
tes da Lacta. Baseada em pesquisas de hábitos
de consumo, a empresa apresentou um exclusivo
sistema abre-fecha para as embalagens de toda
a linha de barras de 170 gramas da Lacta. “O
consumidor de chocolates em tablete está acos-
tumado a comer uma fileira, dobrar e guardar o
restante”, afirma Larissa Diniz, gerente de Trade
Marketing Snacks da Kraft Foods Brasil. A Kraft
resolveu trazer para o Brasil uma novidade que
chegou há pouco tempo na Europa: o sistema
abre-fecha, na própria embalagem, sem selos
externos. A iniciativa atende ao desejo do con-
sumidor de poder fracionar o consumo de uma
barra de chocolate, com a praticidade de guardar terísticas modificadas”, informa Olinda Miranda,
o produto no próprio pacote sem perder o sabor. gerente de Inovação da Alcan Packaging, que
“A idéia do abre-fecha é trazer uma emba- produz as embalagens. De acordo com a exe-
lagem prática e funcional que permita curtir o Alcan Packaging cutiva, “a embalagem pode ser refechada, com
(11) 4512-7170
produto por mais tempo, podendo comê-lo e www.alcan.com.br garantia de qualidade, de cinco a dez vezes”.
guardá-lo protegido até uma próxima ocasião”, O layout das embalagens também foi alterado.
afirma o diretor de marketing de chocolates da Narita Design A Narita Design, responsável pelo trabalho, man-
(11) 3167-0911
Kraft Foods Brasil, Eduardo Nigro. www.naritadesign.com.br teve o logotipo branco e a embalagem na cor azul,
A Kraft é a primeira empresa da área de características da marca. Para facilitar a vida do
alimentos a utilizar esse tipo de embalagem no consumidor, o local de abertura da embalagem é
Brasil. “Para permitir que a resselagem aconte- indicado por setas. A agência criou uma faixa
ça foi utilizada uma cola que identifica cada tipo de chocolate pela cor,
aplicada a frio, com carac- já que a linha dos tabletes chega ao mercado
ampliada. Um splash, ilustrado com um
zíper, remete ao sistema abre e fecha da
embalagem. (FP)

Desenhos na embalagem avisam consumidor da novidade

44 EmbalagemMarca abril 2008 www.embalagemmarca.com.br

 CICLO DE CONHECIMENTO

Audaciosa, não ingênua

Ao decidir tocar no delicado tema das embalagens
flexíveis no Brasil, EMBALAGEMMARCA cumpre seu papel

Agenda:
08:00 – 09:00: Cadastramento e Welcome Coffee;
09:00 – 09:10: Abertura;
09:10 – 09:30: Panorama do Mercado de Flexíveis – A Ameaça Chinesa;
Fernanda Cavalleri, Ciba Expert Services / Pira International;
09:35 – 10:30: Desafios da Indústria de Flexíveis no Brasil
Sr. Synésio Batista da Costa, Presidente da Abraflex;
10:30 – 11:00: Coffee Break;

Q
11:00 – 12:00: Matéria-Prima: Avaliação e Tendências de Mercado uando EMBALAGEMMARCA decidiu
Sr. José Ricardo Roriz Coelho, Presidente da Vitopel; realizar o Seminário Estratégico
12:00 – 13:30: Almoço; “Embalagens Flexíveis: da Matéria-
Prima ao Ponto-de-Venda”, em que
13:30 – 14:30: Painel Usuários – A Visão dos Grandes
se debaterá a estrutura dessa indús-
Compradores de Embalagens Flexíveis
tria no Brasil, houve quem classificasse a ini-
• Sr. Moacyr Calligaris Jr., Diretor
de Supply Chain da Nestlé Brasil ciativa como “audaciosa”. Outros a taxaram de
• Telma Gomes, Gerente de Negociação da Sadia S.A. “ingênua”, e alguns de “temerária”, por colocar
• Guillermo Rebolledo, Gerente de Compras de em discussão assunto que é quase um tabu. O que
Embalagem América do Sul da Cadbury-Adams; nos estimulou a ir em frente foi que boa parte das
pessoas consultadas considerou a ação “muito
14:35 – 15:30: Varejo – A Interface entre o Consumidor e a Indústria
Sr. Paulo Lima, Diretor Conceito e Inovação oportuna” e “necessária”.
e Mercadoria do Grupo Pão de Açúcar; A opção por reunir diferentes elos da cadeia
produtiva de embalagens flexíveis para buscar
15:30 – 16:00: Coffee Break caminhos que ajudem a manter a saúde da indús-
16:00 – 17:00: A Visão do Governo: Ações Concretas e Soluções Possíveis tria nacional, entretanto, desde o início baseou-se
Sr. Miguel Jorge, Ministro do Desenvolvimento, numa única certeza: a revista EMBALAGEMMARCA,
Indústria e Comércio Exterior; dentro de sua mais nova iniciativa, o CICLO DE
17:00 – 18:30: Discussão entre os Palestrantes; CONHECIMENTO, está cumprindo seu papel de
levar ao mercado informação relevante para o
18:30 – 19:00: Entrega de Certificados e Café.
desenvolvimento dos negócios de embalagem
Miguel Jorge no Brasil. Atrevemo-nos a considerar o compro-
(esq.), Ministro do
Desenvolvimento, misso com esse posicionamento como corajoso.
Indústria e Lamentavelmente para o mercado, é inédito.
Comércio e José
Ricardo Roriz
Coelho, Presidente
da Vitopel, são
Cenário preocupante
algumas das O assunto em questão é delicado. Os converte-
presenças já
confirmadas no dores brasileiros de embalagens flexíveis vêm
evento enfrentando, cada vez mais, a concorrência de

46 EmbalagemMarca abril 2008 www.embalagemmarca.com.br

seus pares situados em países vizinhos. Os usu-
ários desse tipo de embalagem que consomem
grandes volumes de uma mesma estrutura têm
encontrado vantagens na importação de bobinas
impressas que, considerando-se o preço por
quilo, chegam a assustadores 20%.
Se, com essa dinâmica, os mares estão longe
da calmaria, o que se vislumbra no horizonte
é uma grande tempestade com conseqüências
potencialmente desastrosas para os convertedo-
res locais. A exemplo dos grandes tufões que
devastam freqüentemente diferentes partes do
globo, o “tsunami” que se arma tem nome pró-
prio: China.
Conhecidos por sua discipli-
na, planejamento e determinação, Os preços por
os chineses – a exemplo do que
já fizeram em outras indústrias quilo da bobina
– preparam um grande aumento
da capacidade produtiva de fil- importada
mes para embalagem, e sabem que
já impressa
ganharão mais se fornecerem parte
dessa produção já impressa. Com chegam a ser
larga escala e preços inigualáveis,
pode-se prever uma invasão de 20% menores.
embalagens chinesas, com qualida-
de inquestionável, no mundo todo E a China se
– e o Brasil não é exceção.
Por isso, EMBALAGEMMARCA
prepara para
convidou Fernanda Cavalleri, da Ciba ampliar
Expert Services/Pira International,
para trazer informações sobre o a oferta
mercado de conversão de embala-
gens flexíveis na China. Baseada
num estudo produzido pela Pira International,
um dos mais renomados institutos de pesquisa de
mercado do mundo, a apresentação de Fernanda
mostrará números dos cinqüenta maiores conver-
tedores chineses. As dimensões são assustadoras,
e mostram, por si sós, que alguma coisa tem de
ser feita para que nossa indústria de embalagens
flexíveis não seja varrida do mapa.

Soluções viáveis
Problemas fiscais também ajudam a agravar o
cenário. Nossos vizinhos conseguem comprar
a resina brasileira a custos menores que os
encontrados no mercado local. Saídas para isso
passam por um entendimento entre todos os

www.embalagemmarca.com.br
integrantes da cadeia produtiva e, naturalmente,
pelo Governo. Não se trata de buscar culpados,
de apontar dedos. Muito menos de se busca-
rem barreiras comerciais para as importações,
uma solução que vai na direção contrária à da
abertura de mercado tão sonhada e defendida flexíveis estará
durante anos por boa parcela dos industriais
brasileiros. O que essa indústria precisa é de
entendimento, com a consciência de que conces-
sões no curto prazo podem ser necessárias para
a preservação da saúde financeira no médio e no
longo prazo. É exatamente essa a proposta do
seminário “Embalagens Flexíveis: da Matéria-
Prima ao Ponto-de-Venda”. A presença confir-
mada do Ministro do Desenvolvimento, Indústria
e Comércio, sr. Miguel Jorge, abre um canal
conhecimento e
importante de mediação para incluir o tema na
elaboração da nova política industrial brasileira.
Oportunidade única
É verdade que, nessa empreitada, algumas pes-
soas se mostraram frias à iniciativa, e outras, de
forma aberta ou dissimulada, obstruíram nosso
caminho. A maioria dos profissionais desse mer-
cado, contudo, classificou essa ação da revista
Motivos não faltam
EMBALAGEMMARCA como “necessária”, “interes-
A nata do sante” e “pioneira”. E é justamente dessa parcela
do universo em discussão que vêm os palestran-
mercado de tes (ver quadro na página 46) e congressistas já
inscritos até o fechamento desta edição. Pode-se
dizer que a nata do mercado de embalagens flexí-
veis do Brasil estará presente, no dia 12 de maio,
presente. no Vila Noah Espaço de Eventos, em São Paulo.
A profundidade das discussões e a qualifica-
Será uma
ção do público fazem do Seminário Estratégico
oportunidade “Embalagens Flexíveis: da Matéria-Prima ao
Ponto-de-Venda” uma oportunidade única para
única para toda a cadeia de embalagens. Seja para ajudar
a construir conhecimento relevante para o setor,
construir seja para criar relacionamentos com profissio-
nais de primeiro escalão dessa indústria. Se as
partes interessadas não se mobilizarem, como
fazer contatos sensibilizar o Ministro Miguel Jorge sobre a
relevância do assunto?
Seminário Estratégico
Matéria-
“Embalagens Flexíveis: da
”
Prima ao Ponto-de-Venda
Quando: 12 de maio
de Eventos
Onde: Vila Noah Espaço
Rua Castro Verde, 266 - São Paulo, SP

Trocar cartões com clientes e fornecedores é sempre importante. Mas veja por que Últimas vagas. ou
balagemmarca.com.br
os profissionais que atuam em diferentes elos da cadeia de embalagens flexíveis Informações: ciclo@em
rcella
devem ir ao Seminário Estratégico “Embalagens Flexíveis: da Matéria-Prima ao (11) 5181-6533, com Ma
Ponto-de-Venda”.

Convertedores
Trata-se de uma chance ímpar de entender o momento por que passa o mercado, Patrocínio:
e de extrair subsídios para montar uma estratégia capaz de fazer frente a esse
desafio. A presença maciça dos convertedores pode ajudar a sensibilizar os outros
elos da cadeia sobre o que vem ocorrendo. E, sobretudo, mostrará ao Ministro
Miguel Jorge a importância do setor.

Fornecedores de matéria-prima, insumos e equipamentos

Buscar saídas para preservar o equilíbrio econômico de seus clientes já é motivo
suficiente para participar do Seminário. Mostrar solidariedade e estreitar relaciona-
mentos com os clientes são outros fatores não menos importantes.
Apoio:
End-users
Para quem usa embalagens flexíveis, as vantagens de preço obtidas na impor-
tação encontram um contraponto nas dificuldades logísticas. Achar um caminho
para voltar a consumir localmente, com preços vantajosos, é estratégico para o
sucesso dos negócios.

48 EmbalagemMarca abril 2008 www.embalagemmarca.com.br

 PRÊMIO EMBALAGEMMARCA

Vale a pena se antecipar “Cada vez mais e melhor”

“Ao apoiarmos o PRÊMIO EMBALAGEMMARCA – GRANDES
Consultas são muitas, mas é sempre bom fazer CASES DE EMBALAGEM desde a sua concepção, esta-
mos dando nosso aval a um empreendimento que
inscrições com prazos para esclarecer dúvidas serve de incentivo aos profissionais do mercado

A
de embalagem a buscar cada vez mais e melhor.
bertas as inscrições para a segunda edição do
Assim como o Programa Embala, concebido para
PRÊMIO EMBALAGEMMARCA – GRANDES CASES estimular o setor, através de feiras de embalagens
DE EMBALAGEM, que culminará com a ceri- regionais, o PRÊMIO EMBALAGEMMARCA brindará aque-
mônia de premiação dia 1º de outubro de les que fazem do negócio de embalagem uma
2008, no Centro Fecomércio de Eventos, em atividade cada vez mais dinâmica e inovadora.
Desejamos aos organizadores e aos profissionais
São Paulo, tem sido crescente o número de consultas dos
participantes muito sucesso.”
interessados.
Dada a experiência bem sucedida da primeira edição, e Luiz Fernando Pereira,
conhecendo a tradição brasileira de deixar as coisas para os diretor da Greenfield Business Promotion
prazos finais, os organizadores manifestam total tranqüili-
dade quanto ao número de inscrições a ser feitas, projetadas Patrocínio Master Patrocínio Especial
para, de longe, ser bem maior do que as 130 de 2007 (com
mais de 400 itens apresentados). Lembram apenas que,
deixando para a última hora as inscrições, a exigüidade de
prazos é um fator que dificulta a análise dos cases pelos
jurados. E, no PRÊMIO EMBALAGEMMARCA, a qualidade da Apoio Operacional
inscrição e sua clareza são fatores que também pesam. Com
tempo disponível é sempre possível esclarecer dúvidas.
 PAINEL GRÁFICO
FOTO: CARLOS CURADO / BLOCO DE COMUNICAÇÃO
Brasilcote lança
novo mostruário
Formato “leque” facilita manuseio
A Brasilcote Papéis Especiais lançou no final
de março seu novo mostruário de produtos. O
livreto apresenta todos os materiais e gramatu-
ras disponíveis, expondo as aplicações, tipos
de impressão para cada linha e instruções de
uso. O formato “leque” do mostruário facilita a
visualização e o manuseio.
Para adquirir o mostruário, entre em contato
com o departamento comercial da Brasilcote:
(11) 4360-6211 ou vendas@brasilcote.com.br
Suzano Papel e Celulose
conclui certificação FSC
da Unidade Embu
Empresa passa a contar com 100% de seus
produtos atestados pelo FSC
A Suzano Papel e Celulose concluiu a certificação
FSC (Forest Stewardship Council) da unidade
industrial de Embu (SP). Com isso, a empresa
passa a contar com 100% de seus produtos
certificados. Especializada na produção de papel
cartão e com capacidade para produzir 48 mil
toneladas/ano, a fábrica pertencia à Ripasa e foi
adquirida pela Suzano em março de 2007.
50 EmbalagemMarca abril 2008
 MERCADO DE CONVERSÃO E IMPRESSÃO DE RÓTULOS E EMBALAGENS
Edição: FLÁVIO PALHARES  flavio@embalagemmarca.com.br
Depois das máquinas, ferramental
Controladora da Mark Andy e da UVT adquire a Rotometrics
O grupo americano de investimen-
tos Morgenthaler anunciou a aqui-
sição da conterrânea Rotometrics,
nome de peso do mercado de
ferramental rotativo para a indústria
de conversão e impressão. Com
fábricas nos Estados Unidos, no
Reino Unido e na Austrália, e fatu-
ramento anual estimado em 500
milhões de dólares, a Rotometrics
é especialista em cilindros de corte,
Klabin tem novo diretor geral
Reinoldo Poernbacher assumiu o cargo
Desde 1º de abril Reinoldo
Poernbacher é o novo diretor geral
da Klabin. Engenheiro químico,
Poernbacher, que era diretor-geren-
te da Unidade de Negócios Klabin
Florestal e da área de Supply
Chain, ingressou na empresa em
Alphaprint inaugura
centro logístico
Galpão fica em local estratégico para distribuição
A Alphaprint apresentou em abril seu
novo Centro de Distribuição localizado
na região de Jaguaré, na capital pau-
lista. O Centro Logístico Jaguaré (CLJ)
fica a apenas 700 metros da Marginal
do Pinheiros e a poucos quilômetros
Edição:
Edição:Guilherme
Leandro Haberli
Kamio
meio-corte, vinco e outros produtos
utilizados nas produções de emba-
lagens e etiquetas. A Morgenthaler
também controla as americanas
Mark Andy (incluindo a Comco),
fabricante de impressoras flexográ-
ficas de banda estreita, e UVT, pro-
dutora de estações de cura ultra-
violeta. No Brasil, tais marcas são
representadas pela PTC Graphic
Systems.
1994. Ele foi indicado para subs-
tituir Miguel Sampol, que passa
a integrar o Conselho Consultivo
da companhia. Sampol assumiu a
direção geral da Klabin em 2002,
depois de atuar como executivo da
empresa por dez anos.
da Marginal do Tietê e do Rodoanel,
agilizando a distribuição. O galpão
possui pé-direito livre de 12 metros,
1.320m², piso de concreto nivelado a
laser, docas com plataformas nivela-
doras e sistema de telefonia VOIP.
FOTO: DIVULGAÇÃO
www.embalagemmarca.com.br
 RECICLAGEM

Agora pode. E agora?

Uso de PET reciclado em embalagens de alimentos é finalmente
sancionado pela Anvisa, gerando expectativas sobre seu impacto no mercado

D
eu no Diário Oficial da União do
último dia 27 de março. Pleiteada
há anos por indústrias e ambienta-
listas, a autorização para o uso de
resina PET reciclada na fabrica-
ção de novas embalagens foi enfim sancionada
pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa). Com isso, o Brasil entra no time dos
países que permitem a reciclagem em circuito
fechado do PET utilizado para acondicionar
produtos alimentícios, ou seja, a recuperação
do material para emprego na mesma aplicação
original. Diversas nações européias, os Estados
Unidos e o Japão, entre outros países, incentivam

GAÇÃO
esse processo.

A decisão da Anvisa surge no bojo de uma
agenda comum sobre o tema firmada tempos
atrás com outros integrantes do Mercosul. A reso-
lução, publicada sob a sigla RDC 20/2008, esti-
pula a conformidade com uma série de parâme-
tros técnicos para que as embalagens produzidas
com o chamado PET PCR (de Post-Consumer
Recycled, ou “reciclado pós-consumo”, verten-
do-se ao português) sejam habilitadas. Além da
certificação do material, as embalagens com PET
reciclado obrigatoriamente devem trazer uma
gravação informando que são produzidas com
material recuperado (veja o quadro). “Adotamos
procedimentos de validação normatizados tanto
do FDA dos Estados Unidos quanto da União
Européia – European Food Safety Authority
(EFSA) – como balizadores para o estabeleci-
mento de critérios básicos para a conformidade
da segurança e aprovação de PET reciclado grau
alimentício”, explica Lucas Dantas, gerente de
Ciência e Tecnologia de Alimentos da Anvisa.
A autorização inspira boas perspectivas em
torno da adoção de práticas mais sustentáveis
para a cadeia de fornecimento e para as indús-
trias, principalmente os fabricantes de refri-
gerantes e de águas minerais. Juntos, eles são
responsáveis por mais de 70% do consumo anual
FOTOS: DIVUL
Autorização da Anvisa pode de embalagens de PET no Brasil.
dar novo destino a garrafas Antes que a liberação do PET PCR fosse
descartadas. Melhorar
coleta, porém, permanece sacramentada, a Coca-Cola ventilou planos de
como desafio
investir na chamada reciclagem bottle-to-bot-
tle, que permite reutilizar PET de garrafas em
novas garrafas. Nos Estados Unidos, por exem-
plo, a gigante em refrigerantes investe pesado
nessa tecnologia. Aliás, seja com o nome PET
PCR ou R-PET, o PET reciclado de embala-
gens cada vez mais é utilizado mundo afora. No
Reino Unido, as bebidas da Innocent e o suco
Ribena, da GlaxoSmithKline, recentemente ado-
taram garrafas totalmente produzidas com PET
pós-consumo (veja EMBALAGEMMARCA nº 101,
janeiro de 2008). Geralmente, a resina recicla-
da é empregada em pequenas proporções, pois
tende a ocasionar problemas de processabilidade
e de aparência – notoriamente uma turvidez em

52 EmbalagemMarca abril 2008 www.embalagemmarca.com.br

aplicações com transparência cristal. No entanto,
aperfeiçoamentos em moldagem e preparação da
resina começam a driblar problemas desse tipo. A
finlandesa Huhtamaki, por exemplo, tem destaca-
do linhas de potes para alimentos produzidos com
PET reciclado de alta transparência.
Não obstante o Brasil agora possa ingressar
nesse movimento, a aparição de embalagens
produzidas com PET PCR no mercado nacional
ainda deve levar algum tempo. Ocorre que as
indústrias que postularem o uso dessas embala-
gens terão de passar por um processo de habili-
tação pela Anvisa, e mesmo os recicladores que
já detêm tecnologias bottle-to-bottle – até onde

Requisitos para o uso de PET reciclado

em embalagens de alimentos
Habilitação e o registro do
estabelecimento reciclador na Anvisa

Registro do plástico de Polietileno Tereftalato

pós-consumo reciclado (PET PCR) na Agência

Autorizações especiais de uso da

tecnologia utilizada de PET PCR
(FDA ou outra referência reconhecida)

Análise validada de contaminantes

e análise sensorial

Comprovação pelo estabelecimento de que

o produto dispõe de: sistemas de controle
de processo/produto e garantia da qualidade,
laboratório de análise e pessoal capacitado
e programa de monitoramento analítico que
assegure a qualidade contínua do PET-PCR

Na embalagem do produto deverá ser

identificado o produtor, o número de lote ou
codificação que permita a rastreabilidade

Inclusão da expressão
FONTE: ANVISA

“PET-PCR” na embalagem

www.embalagemmarca.com.br
se sabe são três no Brasil: a baiana Bahia PET,
a pernambucana Frompet e a fluminense CPR
– precisarão se submeter a certificações com
critérios rigorosos.
Segundo Lucas Dantas, a Anvisa organizará
programas ostensivos de fiscalização, de modo a
evitar um temor: o uso dissimulado de material
pirata, não certificado. “Os estabelecimentos
estarão sujeitos às ações de inspeção, a critério
da autoridade sanitária nas esferas municipal,
estadual e federal”, diz o profissional da Anvisa.
“As indústrias de alimentos devem evitar o
uso de material clandestino, pois do contrário
poderão expor a população a riscos por acondi-
cionarem alimentos em embalagens que podem
estar contaminadas por agentes químicos ou
microbiológicos”.
Os pormenores da autorização (disponível
para consulta no site da Anvisa) são importantes
para desmistificá-la. Sucede que uma grande
parcela da grande mídia interpretou o anún-
cio da Anvisa como solução
para o conhecido passivo
ambiental gerado pelo PET,
ignorando que os volumes
exponenciais de garrafas
boiando em rios e entupindo
bueiros decorrem da logís-
tica reversa deficiente des-
sas embalagens. Segundo
Hermes Contesini, coor-
denador de relações com
o mercado da Associação
Brasileira da Indústria do
PET (Abipet), é impro-
vável que a reciclagem
de PET seja catapultada
de imediato, conforme
sugeriram editoriais de
jornais e reportagens de
TV tão logo o anúncio se
concretizou. “A autoriza-
ção não soluciona o pro-
blema da falta de coleta
apropriada”, ele aponta.
“A resolução é positiva
e importante, mas está
longe de significar uma
panacéia”.
54 EmbalagemMarca abril 2008
Linha de potes para
saladas da Huhtamaki tem
alta transparência, mesmo
baseada em PET PCR
Abipet
(11) 3078-1688
www.abipet.com.br
Anvisa
(61) 3448- 1000
www.anvisa.gov.br
Bahia PET
(71) 3594-2000
www.bahiapet.com.br
CPR
(21) 2679-1353
Frompet
(81) 3479-8150
www.frompet.com.br
Huhtamaki
(41) 3661-1229
www.huhtamaki.com.br
Innocent (à esquerda
da página) brande ser
a primeira no mundo a
acondicionar bebidas em
garrafas totalmente feitas
com PET reciclado
Diferentemente das latas de alumínio, as
embalagens de PET são consumidas princi-
palmente nos lares, na forma de garrafas de 2
litros. Por isso, muitas vezes são descartadas
pela população misturadas com outros tipos
de lixo, indo parar nos aterros – inviabilizando
sua reciclagem. Ademais, por não propiciarem
economia fabril como as latinhas, que poupam
considerável energia na produção a partir da
reciclagem, as garrafas de PET são negociadas
no mercado sucateiro por um preço por quilo em
média cinco vezes menor que o quilo das latas de
alumínio (além disso, sua dificuldade de manu-
seio e compactação faz com que sejam malvistas
pelos sucateiros).
O executivo da Abipet lembra que, mesmo
diante das barreiras à coleta e do fato de nunca
ter podido mirar a produção de novas embala-
gens para alimentos, a reciclagem de PET vem
crescendo expressivamente no país, puxada por
utilizações da resina em produtos como fibras
têxteis, tintas e tubos (em tempo: embalagens de
PET reciclado não são novidades para produtos
não-alimentícios, como materiais de limpeza). Em
1994, somente 13 000 toneladas de PET, à época
o equivalente a 18,8% do consumo total da resina
no país, foram reciclados. Em 2006, ano do mais
recente censo de reciclagem da Abipet, foram
recuperadas 194 000 toneladas de PET, ou cerca
de 51% do total consumido pelo mercado domés-
tico. “Embora não signifique uma solução para
as 184 000 toneladas não-recicladas, a decisão
da Anvisa é positiva por melhorar a imagem do
PET, que hoje é muito malvisto”, diz Contesini.
“Fornecedores e usuários de embalagens do mate-
rial agora poderão trabalhar mais os apelos ecoló-
gicos e o ‘marketing verde’.” (GK)
www.embalagemmarca.com.br
 DISPLAY  LANÇAMENTOS E NOVIDADES – E SEUS SISTEMAS DE EMBALAGEM

Perfume envolto em sonhos

Apresentação de fragrância da Água de Cheiro busca transmitir apelo onírico

A colônia feminina Oniric de rosa fosco, feito pela stamping, é impresso pela
(uma alusão a onírico, rela- Solev. O cartucho de papel Kingraf. A Hardy Design assi-
tivo aos sonhos), nova fra- cartão, com detalhes em hot na o layout das embalagens. Hardy Design
(31) 3275-3095
grância da Água de Cheiro, www.hardydesign.com.br
chega ao mercado em
Kingraf
frascos de vidro de 90 (41) 3072-6262
mililitros. Fornecidas www.kingraf.com.br
pela Wheaton, as MBF Embalagens
embalagens têm a (44) 3220-6688
www.aptargroup.com
decoração feita em
serigrafia e pintura Solev
orgânica em dégradé. (19) 3935-6993

As tampas de polipro- Wheaton

pileno (PP), produzidas (11) 4355-1800
www.wheatonbrasil.com.br
pela MBF Embalagens,
têm acabamento com
verniz metalizado em cor

Mais preocupação ambiental e mais conveniência

Linha de papéis Chamex ganha selo de sustentabilidade e alças na caixa de transporte

As versões Colors, Office, Multi, Super

e Eco dos papéis para escritório
Chamex, da International Paper, tive-
Finepack ram as embalagens redesenhadas. Os
(11) 4496-8800
www.finepack.com.br envoltórios de filme de polipropileno
biorientado (BOPP) laminado com
Guaçu
(19) 3868-3000
papel, impressos pela Finepack e pela
www.guacu.com.br Teruel, ganharam um selo metalizado
na parte central, informando que a
Orsa
FOTOS: DIVULGAÇÃO

(11) 4745-4200 empresa respeita regras de sustentabi-

www.orsaembalagens.com.br
Portal Publicidade
(19) 3255-4177
www.portalpublicidade.com.br
Teruel
(19) 3272-0311
www.teruel.com.br
lidade ambiental. Outra novidade é que
as caixas de despacho da linha,
de papelão microondu-
lado, ganharam alças
laterais para facilitar o
transporte. As caixas são
produzidas pela Orsa e
pela Guaçu. Os projetos
gráficos das embalagens
são da Portal Publicidade.

56 EmbalagemMarca abril 2008 www.embalagemmarca.com.br

 Edição: FLÁVIO PALHARES  flavio@embalagemmarca.com.br

Mais visibilidade
Laxante troca frasco âmbar por transparente

O óleo de rícino Laxol, produzido pelo Laboratório

Daudt, chega às farmácias com novo visual. A
principal mudança é no frasco de PET, fornecido
Embalagens Nova Iguaçu pela Védat, que antes era de cor âmbar e agora
(21) 2667-1709 é incolor, deixando o medicamento à mostra.
emnovaiguacu@uol.com.br
Os rótulos auto-adesivos de papel couché são
Mack Color impressos pela Mack Color. As tampas de poli-
(11) 2095-4499
www.mackcolor.com.br propileno (PP) com lacre inviolável também são
supridas pela Védat. Os cartuchos de papel cartão
Target Business
(11) 4688-1564 são fabricados pela Embalagens Nova Iguaçu. O
www.targetbus.com.br design é da Target Business.
Védat
(11) 2133-1212
www.vedat.com.br

Agora também em caixinha

Tetra Pak suporta nova versão de Gatorade

Depois de um longo
período sendo comer-
cializado apenas em
garrafas de PET de 500
mililitros, o isotônico
Gatorade ganha uma
versão de 200 mililitros.
As novas embalagens
cartonadas assépticas
Tetra Brik Aseptic, da
Tetra Pak, têm o design
assinado pela Art 3.

Art 3 Tetra Pak

(11) 3862-9597 (11) 5501-3200
www.art3pop.com.br www.tetrapak.com.br

www.embalagemmarca.com.br abril 2008 EmbalagemMarca 57

DISPLAY  LANÇAMENTOS E NOVIDADES – E SEUS SISTEMAS DE EMBALAGEM

Nova Hellmann’s, novo pote

Maionese à base de leite é lançada em embalagem cujo formato lembra garrafas clássicas

A Unilever lança Hellmann´s Deleite, primeira
maionese do mundo à base de leite. O produto
recebeu o maior investimento da empresa no
Brasil em alimentos nos últimos 40 anos: 50
milhões de reais. A Deleite tem em sua formu-
lação 20% de leite em substituição ao óleo de
soja utilizado na maionese tradicional. O novo
produto foi desenvolvido no Brasil após três
anos de pesquisas. Até o final do ano, a Deleite
será encontrada também na Ásia, na África e
nos demais países da América Latina.
Desenvolvida pela Amcor PET Packaging, a
embalagem de PET de 400 gramas da novi-
dade tem formato que lembra antigas garrafas
de vidro para leite. O rótulo termoencolhível,
fornecido pela Zanniello, tem projeto gráfico
criado pela Matriz Escritório de Desenho. A
tampa, produzida pela Plastamp, é azul escuro,
diferente da maionese regular, que tem a tampa
vermelha. Outro diferencial é o selo “Minha
Escolha” estampado na embalagem. O selo
adotado pela Unilever aparece nas embalagens
de produtos que estão de acordo com reco-
mendações internacionais de nutrição.

Amcor PET Packaging Matriz Escritório de Desenho Plastamp Zanniello

(11) 4589-3000 (11) 5081-8399 (11) 4584-2020 (11) 6191-6344
www.amcor.com www.matrizdesenho.com.br www.plastamp.com.br www.zanniello.com.ar

Renovação comemorativa Além da lingerie

Aos 60 anos, Kraeuterkaese se moderniza DeMillus lança nova colônia feminina

Comercializado em tubos de alumínio Tradicional marca de lingeries, a DeMillus

desde 1948, o Kraeuterkaese, queijo
temperado com ervas finas do Laticínios
Pomerode, estréia novo visual para come-
morar seus 60 anos. Fornecidas pela CBE
Bandeirante de Embalagens, as bisnagas
ganharam um selo comemorativo estampa-
do na parte frontal. As tampas de polietile-
no de alta densidade (PEAD) e polietileno
de baixa densidade (PEBD) são também
fornecidas pela CBE. O design é da FJR
Comunicação Integrada.
expande sua atuação no setor de colônias
e lança a fragrância feminina Sexy. A colô-
nia é acondicionada em frascos de vidro
de 50 mililitros produzidos pela Wheaton,
Beta Id com decoração serigráfica feita pela
(11) 5087-4855 Vitrale. As válvulas de metal, fornecidas
www.betaid.com.br
pela Master Pumps, são recobertas por
Master Pumps tampas transparentes confeccionadas com
(11) 4072-5353
www.masterpumps.com.br Surlyn, resina da DuPont, pela Incom. O
cartucho, de papel cartão triplex, é impres-
Incom
so pela Sky Gráfica. A Beta Id, junto com a
(11) 4173-9937
www.incom.com.br DeMillus, assina o design das embalagens.

Sky Gráfica
(11) 6643-3300
www.skygraf.com.br

Vitrale
(11) 6193-3099
virale@terra.com.br
FOTOS: DIVULGAÇÃO

Wheaton
(11) 4355-1800
CBE Bandeirante FJR Comunicação www.wheatonbrasil.com.br
de Embalagens Integrada
(11) 5641-3388 (47) 3323-4563
www.cbeband.com.br www.fjr.com.br

58 EmbalagemMarca abril 2008 www.embalagemmarca.com.br

 Bolinhos individuais
General Mills leva Muffins a flow-packs

Incoplast A Pillsbury, marca da General Mills, lança Muffins

(44) 3232-8000
www.incoplast.com.br
Oficina Design Up!
(11) 5051-8844
www.oficinadesignup.com.br
Sulgráfica
(51) 2108-1313
www.sulgrafica.com.br
nos sabores chocolate e baunilha em embala-
gens individuais. Os produtos são acondicio-
nados em flow-packs de filme de polipropileno
biorientado (BOPP), produzidos pela Incoplast.
As caixas-display de papel cartão são impressas
pela Sulgráfica com acabamento de verniz à base
de água. Os desenhos das embalagens são da
Oficina Design Up!.

Display para pets

Pedigree tem caixa para venda de ração a granel

Caixas-display confeccionadas pela

Rigesa em papelão ondulado com
impressão flexográfica agora destacam
a venda a granel das rações Pedigree,
da Masterfoods. As embalagens, com
um metro de altura e 50 centímetros de
largura, têm capacidade para 20 quilos
de ração. Na parte inferior da caixa
foi inserida uma base plástica, que
confere barreira contra a umidade. Na
parte superior, há uma trava feita com o
papelão, artifício que dificulta a entrada
de ar e garante a integridade ao alimen-
to. O design das embalagens é assina-
do pela Fábrica Comunicação.

Fábrica Comunicação Rigesa

(12) 3962-7126 (19) 3869-9330
www.fabricacomunicacao.com.br www.rigesa.com.br

www.embalagemmarca.com.br abril 2008 EmbalagemMarca 59

 CERVEJAS

30 mililitros de polêmica
AmBev lança garrafa de 630 mililitros e provoca reação de concorrentes
Por Flávio Palhares

D
esde que a AmBev anunciou a
construção de uma fábrica de gar-
rafas de vidro no Rio de Janeiro,
no final de 2006 (ver quadro),
circulam boatos de que a cervejaria
vai trocar as embalagens retornáveis de 600 mili-
litros – que também são utilizadas pelas outras
cervejarias – por outras exclusivas. Em outubro
de 2007 foi lançada sem estardalhaço, em Porto
Alegre, uma edição especial da Bohemia escura
em uma garrafa de 630 mililitros com o logotipo
da AmBev e um abridor de garrafas desenhado
em alto-relevo. A garrafa tinha alguns recortes
diferenciados: o corpo e o gargalo mais afunila-
dos, e na parte inferior, também em alto-relevo,
a inscrição “Qualidade AmBev”. Além disso, o
pescoço foi remodelado para ajudar a pegada na
hora de servir e evitar que o consumidor segure
o corpo da garrafa.
Em março deste ano, a mesma garrafa che-
gou ao Rio de Janeiro com a Skol, lançada com
grande campanha publicitária. Quando a AmBev
anunciou a chegada da nova garrafa, os pontos-
de-venda do Rio de Janeiro começaram a rece-
ber material informando que, após um período
de troca dos vasilhames antigos pelos novos,
encerrado no final de março, os engradados de
Skol não poderiam mais receber garrafas de 600
mililitros, apenas as do novo modelo.
Garrafa exclusiva da AmBev
causa rebuliço entre cervejarias
O lançamento reforça o temor das cervejarias
concorrentes de que a AmBev – dona de cerca
de 70% do mercado nacional de cervejas – adote
o padrão de 630 mililitros em garrafas perso-
nalizadas para todas as suas marcas, deixando
de utilizar os vasilhames de 600 mililitros. A
preocupação se dá uma vez que todas as cerve-
jarias utilizam embalagens padronizadas de 600
mililitros, o que facilita o sistema de envasamen-
to, transporte e recolhimento dos cascos. Hoje,
todos os fabricantes usam as mesmas embala-
gens, alterando apenas o rótulo e a tampa.
A nova garrafa levou a Femsa e a Associação
Brasileira de Bebidas (Abrabe), que reúne
dez cervejarias, entre elas a Petrópolis e a
Schincariol, a entrarem com representações junto
à Secretaria de Direito Econômico (SDE), vin-
culada ao Ministério da Justiça, solicitando a
interrupção da venda da cerveja Skol em garrafas
de 630 mililitros.
Os concorrentes da AmBev alegam que a prá-
tica é anticompetitiva, já que a garrafa exclusiva
não poderia ser utilizada por outros fabricantes.
Isso faria com que as cervejarias concorrentes
pagassem um preço mais alto por garrafas novas,
já que o poder de negociação nas compras sem a
AmBev obviamente fica muito menor. “O obje-
tivo é preservar o sistema de garrafas retornáveis
que sempre existiu e beneficia toda cadeia, per-

Fábrica de garrafas de vidro da AmBev já funciona

Com capacidade para 1 milhão de embalagens/dia, unidade, no Rio, só produz long neck. Por enquanto
A AmBev inaugurou oficialmente no dia 16 AmBev por garrafas âmbar e mais de 80% des para o futuro”. Seligman argumenta que
de abril sua fábrica de garrafas de vidro, da demanda das regiões Sul, Sudeste e a fabricação de garrafas long neck atende a
a AmBev Vidros Rio, no Rio de Janeiro. A Centro-oeste do país. O diretor de Relações uma necessidade da empresa pelo fato de
unidade produzirá, inicialmente, apenas Corporativas da AmBev, Milton Seligman, existirem poucos fornecedores de garrafas
garrafas do tipo long neck. A capacidade de não descarta a hipótese de outros tipos de de vidro. A AmBev Vidros Rio recebeu inves-
produção, de 1 milhão de garrafas por dia, garrafas virem a ser produzidos: “A fábrica é timento de 160 milhões de reais – recursos
deverá suprir 60% da necessidade total da moderna e estão abertas outras possibilida- próprios da AmBev.

60 EmbalagemMarca abril 2008 www.embalagemmarca.com.br

mitindo que o ponto-de-venda e o consumidor
comprem qualquer cerveja com qualquer garrafa.
As garrafas personalizadas da AmBev somente
poderão ser trocadas por produtos da AmBev”,
argumenta Rosana Galvão, diretora da Abrabe.
Gráfica Rami
Para a AmBev, a questão não é relevante. “As (11) 4587-1100
garrafas podem ser trocadas, e os argumentos www.ramiprint.com.br
dos nossos concorrentes caem facilmente”, afir- Owens-Illinois
ma Alexandre Loures, gerente de Comunicação (11) 6542-8000
Externa da companhia. Ele garante que os www.oidobrasil.com.br
comerciantes poderão trocar as garrafas novas de Saint-Gobain
Skol pelas antigas se decidirem comprar outras (11) 2246-7214
marcas da AmBev. Segundo Loures, depois de www.sgembalagens.com.br

encerrado o prazo de trocas de vasilhames não SPO + Pantani

foi dada continuidade à troca “justamente para (11) 3168-9166
www.spodesign.com.br
respeitar o espaço dos concorrentes”.
As novas garrafas de 630 mililitros da Tapon Corona
AmBev são fabricadas pela Owens-Illinois e pela (11) 3065-8662
www.tapon-corona.com.br
Saint-Gobain. Até o fechamento desta edição, a
SDE não havia se manifestado sobre as ações.
Depois, o caso pode seguir para o Conselho
Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O
Sindicerv, ao qual a AmBev e a Femsa são filia-
das, não se manifesta, por se tratar de discussão
de caráter comercial.

A Itaipava baladeira
Petrópolis agora também tem uma
garrafa exclusiva para o público jovem
Depois da AmBev, com a Skol Beats, e da Femsa,
com a Kaiser Summer, chegou a vez de a Cervejaria
Petrópolis lançar um produto voltado ao público
jovem que freqüenta as baladas. Focada no público
de 18 a 25 anos, a Itaipava Fest segue o padrão
visual de suas duas “irmãs”: garrafas long-neck (350
mililitros) de vidro incolor com shape diferenciado.
A embalagem da Itaipava Fest não tem rótulo nem
contra-rótulo: a labareda que identifica a nova marca
é impressa em alto relevo na garrafa, junto com o
nome da cerveja. O layout da embalagem foi criado
pela SPO + Pantani, e o desenho estrutural ficou
a cargo da equipe da Saint-Gobain. O rótulo do
pescoço é impresso em papel metálico pela Gráfica
Rami. As rolhas metálicas brancas, com
o desenho da labareda em dourado, são produzidas
FOTOS: DIVULGAÇÃO

pela Tapon-Corona.

Sem rótulos, Itaipava Fest

aposta na decoração em
alto-relevo

www.embalagemmarca.com.br abril 2008 EmbalagemMarca 61

  FECHAMENTOS

Puxou, abriu
Rolha metálica finlandesa
facilita a abertura de garrafas
de cervejas ribeiropretanas

T
radicional no ramo cervejeiro,
Ribeirão Preto voltou a produzir
cerveja. A cidade paulista ganhou
sua primeira fábrica, da Antarctica,
em 1911. Chegou a possuir três
grandes cervejarias, que acabaram fechando nos
anos 90. Em 2004, a canadense Molson, então
dona da Kaiser, engarrafou cervejas em solo ribei-
ropretano pela última vez, na antiga fábrica da
Antarctica. Agora, a Cervejaria Colorado reaviva
a tradição cervejeira da cidade. A empresa iniciou
no fim de 2007 o processo de engarrafamento das
cervejas Cauim, Appia e Índica, com sistemas
inéditos no Brasil de envasamento e fechamento
das garrafas de vidro âmbar de 600 mililitros,
fornecidas pela Vidroporto.
A Colorado utiliza uma envasadora fabricada
pela canadense Applied Bottling. É a primeira
máquina desse fabricante no país. O equipamento Rótulos têm ícones dispensam o uso do abridor, já que possuem um
tem capacidade para encher trinta garrafas por que remetem aos
ingredientes das
anel periférico, que funciona como alavanca.
minuto com dupla pré-evacuação e nivelamento cervejas Criados pelo designer americano Randy
por gás inerte. A Colorado conta ainda com duas Mosher (que também é especialista em cervejas
máquinas manuais desse mesmo fabricante, que Applied Bottling alternativas e autor do livro Radical Brewing) e
serão utilizadas para futuros lançamentos de cer- www.applied-bottling.com fornecidos pela Bic Label, os rótulos auto-adesi-
vejas sazonais ou de edições limitadas. vos têm ícones que identificam as cervejas – cada
Bic Label
A tecnologia de fechamento também é diferen- 0800-260434 uma com um toque de “brasilidade” em sua fór-
te das utilizadas pelas outras cervejarias brasilei- www.biclabel.com.br mula. A Cauim (pilsen composta por malte, lúpu-
ras. Já bastante difundida na Europa e em alguns Finn Korkki lo, levedura de baixa fermentação e mandioca)
países da América Latina, o sistema é fornecido www.finn-korkki.com tem folhas de mandioca desenhadas no rótulo; a
pela finlandesa Finn Korkki. As rolhas metálicas Índica (india pale ale de alta fermentação, elabo-
Randy Mosher Design
www.randymosherdesign.com rada com malte, lúpulo, fermento e rapadura) tem
o desenho do Taj Mahal; e a Appia (weissbier,
Vidroporto
formulada com maltes de trigo e cevada, lúpulo,
(19) 3589-3199
www.vidroporto.com.br levedura e mel) traz abelhas desenhadas.
Além das embalagens, o proprietário da
Colorado, Marcelo Carneiro da Rocha, orgulha-
se da água utilizada nas cervejas, originária do
FOTOS: DIVULGAÇÃO

Aqüífero Guarani, maior manancial subterrâneo

Tampinha com anel
possibilita abertura transfronteiriço do mundo, que se estende por
sem o uso de utensílios Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina. (FP)

62 EmbalagemMarca abril 2008 www.embalagemmarca.com.br

 ÍNDICE DE ANUNCIANTES

Anunciante Página Telefone Site

Abief 55 (11) 3032-4092 www.abief.com.br
Adegraf 57 (11) 6167-9999 www.adegraf.com.br
Antilhas 45 (11) 4152-1100 www.antilhas.com.br
Avery Dennison 25 0800 701 7660 www.fasson.com.br
Bauch Campos 47 (11) 4785-2500 www.bauchcampos.com.br
Betim Química 49 (31) 3358-8500 www.betimquimica.com.br
BIC Label 37 0800 260 434 www.biclabel.com.br
BP Filmes 53 (11) 3616-3402 www.bpfilmes.com.br
Braga 43 (19) 3897-9720 www.braga.com.br
Braskem 9 (11) 3576-9000 www.braskem.com.br
Cobrirel 61 (11) 6291-3155 www.cobrirel.com.br
Comprint 41 (11) 3371-3371 www.comprint.com.br
Dupont 3ª capa 0800 171715 www.dupont.com.br
Easy Pack 59 (11) 4582-9188 www.easypack-brasil.com.br
Emibra 39 (11) 4748-2199 www.emibra.com.br
ESPM 51 (11) 5081-8255 www.espm.br
Fispal 63 (11)3234-7725 www.fispal.com.br
Frasquim 59 (11) 6412-8261 www.frasquim.com.br
Greenfield 4e5 (11) 3567-1890 www.embalaweb.com.br
iiMak 47 (11) 3737-4000 www.iimak.com.br
Markem-Imaje 4ª capa (11) 5641-8949 www.markem-imaje.com
Metrolabel 7 (11) 3603-3888 www.metrolabel.com.br
Moltec 57 (11) 5523-4011 www.moltec.com.br
Novelprint 61 (11) 3760-1500 www.noveltech.com.br
Petroquímica Triunfo 13 0800 015 4888 www.ptriunfo.com.br
Propack 59 (11) 4785-3700 www.propack.com.br
Qualy Print 61 (11) 4071-1782 www.qualyprint.com.br
Rio Polímeros 11 0800 707 8898 www.riopol.com.br
Sampafi 57 (11) 4221-6106 www.sampafi.com.br
Santa Rosa 15, 16, 17 e 18 (11) 3622-2300 www.santarosaembalagens.com.br
Set Print 59 (11) 2133-0007 www.setprint.com.br
SIG Combibloc 31 (11) 2107-6744 www.sig.biz/brasil
Simbios-Pack 59 (11) 5687-1781 www.simbios-pack.com.br
Sonoco For-Plas 61 (11) 5097-2750 www.sonocoforplas.com.br
TD Color 57 (19) 3271-7146 www.tdcolor.com.br
Tetra Pak 21 (11) 5501-3205 www.tetrapak.com.br
Tom-B 23 (11) 3255-7214 www.tom-b.eu

64 EmbalagemMarca abril 2008 www.embalagemmarca.com.br

 Acompanho EmbalagemMarca desde o início, antes mesmo de a Nilpeter do Brasil
ser fundada. Sou suspeito para falar da revista porque me considero mais que um
leitor assíduo – sou um fã de EmbalagemMarca!
Quando a Nilpeter se estabeleceu no Brasil e determinou que tínhamos de divulgar
nossa marca e nossos valores, foi definido que deveríamos procurar um veículo que
tivesse as mesmas orientações, que se pautasse pelos mesmos valores. Obviamen-
te a procura se resumiu a um único telefonema, para EmbalagemMarca.
A Nilpeter anuncia na revista EmbalagemMarca porque cultivamos os mesmos valo-
res e crenças: pioneirismo, qualidade do produto, conhecimento de mercado, inova-
ção, respeito ao cliente e compromisso com o crescimento. Tanto a Nilpeter quanto
EmbalagemMarca, mesmo atuando em mercados disputadíssimos, conseguem dei-
xar sua marca: agregar valor ao produto, criando assim um diferencial. Vida longa!

Rubens Wilmers, Diretor

Nilpeter do Brasil É LIDA PORQUE É BOA. É BOA PORQUE É LIDA.

(11) 3729-9207
www.nilpeter.com.br www.embalagemmarca.com.br • (11) 5181-6533
 Almanaque
De âmbar a incolor
Criada por J. M. Thompson
em1916, em Chicago, nos
Estados Unidos, a Crush che-
gou ao Brasil na década de 1930
em vários sabores (laranja, uva,
limão, lima, pêssego e cereja).
As garrafas de vidro âmbar,
fornecidas pela Cisper, tinham
um selo com a marca impresso
em serigrafia, que depois foi
substituído por um alto-relevo.
O melhor dentifrício do mundo
O creme dental e o líquido enxa-
guatório bucal Odol, inventados
na Alemanha por Karl August
Lingner, chegaram ao Brasil na
década de 1920, produzidos pelos
Laboratórios Daudt. Com uma
agressiva campanha publicitária,
Odol já era líder de mercado na
década seguinte. Depois
de anúncios simples,
apresentando os produ-
tos, apareceram os mais
ousados, com desenhos
de mulheres com partes
do corpo à mostra. Em
1928, Di Cavalcanti, um
dos maiores pintores
Evolução dos anúncios de Odol da década de 1920 (à direita, peça desenhada por Di
Cavalcanti). No destaque, embalagem atual comercializada na Alemanha
66
Em 1963, a embalagem âmbar
foi trocada por uma incolor.
A Crush sobreviveu no sabor
laranja, fabricada por pequenas
indústrias como Golé e Pakera,
franqueadas pela multinacional
Cadbury Schweppes, atual dona
da marca na maior parte do
mundo. No Brasil, a Crush foi Selo serigrafado foi trocado
FOTOS: DIVULGAÇÃO
por alto-relevo na garrafa
vendida para a Coca-Cola, que a âmbar. Em 1963, anúncio da
retirou do mercado. nova embalagem incolor
O tempo não passa
Há embalagens no mercado
brasileiros, fez a ilustração para
que resistem a mudanças. O
um anúncio de Odol, publicado
polidor de metais Brasso, da
na revista O Cruzeiro. A peça
Reckitt Benckiser, é um bom
destacava um casal sorridente,
exemplo disso. Lançado na
com traços modernistas. O
década de 1930, quando a
exagerado texto de rodapé classi-
Reckitt ainda se chamava
ficava Odol como “O melhor den-
Atlantis Brasil, o Brasso era
tifrício do mundo”. Atualmente,
– e ainda é – acondidicionado
Odol é comercializado
em latas de aço, cujo layout
na Alemanha pela
permanece praticamente
GlaxoSmithKline sob
inalterado há décadas. O
o nome Odol Med-3.
nome escrito em uma tarja vermelha,
Detalhe: a embalagem
rodeada por listras pretas e brancas,
utilizada na década de
dá a impressão de que o produ-
1920 para o enxaguatório
to parou no tempo. A única dife-
bucal é praticamente a
rença entre o projeto gráfico da
mesma até hoje.
primeira embalagem e o da atual
é que o círculo que envolvia o
nome foi substituído pela tarja.
Mas isso não acontece somente
com o Brasso. O tradicionalismo
parece imperar na categoria de
polidores de metais: o Silvo,
também da Reckitt Benckiser, e o
Kaol, da mineira Briss Comércio e Indústria,
mantêm ainda hoje embalagens muito pareci-
das com as originais.
EmbalagemMarca www.embalagemmarca.com.br/almanaque abril 2008