You are on page 1of 8

TERRA LIVRE

PARA A CRIAÇÃO DE UM COLECTIVO AÇORIANO DE ECOLOGIA SOCIAL

BOLETIM Nº9 JUNHO DE 2009

- CAPITALISMO E ECOLOGIA SÃO COMPATÍVEIS?

- O MITO DA NEUTRALIDADE DOS TRANSGÉNICOS

- A CRISE DA INDUSTRIA TAUROMÁQUICA


CAPITALISMO E ECOLOGIA SÃO COMPATÍVEIS?

Vivemos tempos de retrocesso no campo dos Isso tem como implicação encontrar novos
Direitos Humanos, aqui compreendidos pelos caminhos pós-capitalistas que rompam com a
direitos políticos, civis, econômicos, sociais, lógica de acumulação e produção de energia
culturais, ambientais e sexuais que, as duras baseada em combustíveis fósseis. Essa lógica está
penas, foram conquistados desde o século XVIII. visceralmente vinculada a um pensamento de
Tempos de resistência! mercado imposto pela modernidade capitalista
globalizada, e que deve ser abandonada.
É fato que vivemos tempos difíceis e complexos.
De um lado, percebemos um avanço importante da A mudança climática está alterando o ritmo das
tecnologia por meio da eletrônica, da revolução lavouras, o ciclo da vida, promovendo processos
genética e da biotecnologia, nanotecnologia, migratórios de animais e seres humanos de forma
novos acessos à informação e comunicação dando acelerada, e gerando crise e tensão política,
mais tempo e qualidade de vida aos seres econômica e ecológica em várias regiões do
humanos. mundo. A mão humana avança sobre biomas,
savanizando a Amazônia, destruindo florestas,
Do outro lado, convivemos com desigualdades poluindo rios, desertificando regiões semi-áridas
abissais, pobreza, miséria, doenças que estavam e, com isso, acelerando o aquecimento da
erradicadas voltando a toda força (tuberculose, temperatura da terra, que por sua vez, provoca o
malária, dengue) ou doenças novas que se degelo dos pólos Ártico e Antártico, das camadas
espalham (HIV/AIDs), guerras monstruosas de neve dos Andes, secando rios e acabando com
alimentadas por interesses imorais das grandes a água potável de milhões de seres vivos.
indústrias armamentistas e pela disputa de
recursos naturais, guerras de extermínio (Darfur),
etc.

Vivemos tempos de retrocesso no campo dos


Direitos Humanos, aqui compreendidos pelos
direitos políticos, civis, econômicos, sociais,
culturais, ambientais e sexuais que, as duras
penas, foram conquistados desde o século XVIII.
Tempos de resistência!

Esse modelo de sociedade que se reproduz com


base nas desigualdades de oportunidades, pobreza
de um enorme contingente humano, exploração
predatória dos recursos naturais e na
homogeneização dos comportamentos, tendo o
mercado como ordenador das relações sociais e
econômicas, estruturaram o capitalismo na sua
gênese e o estruturam no seu formato
contemporâneo.

É preciso, portanto, uma ruptura do modelo


capitalista para que outros modelos capazes de dar
conta do desafio da ecologia floresçam, de forma
plural, fundados em matrizes energéticas limpas e
sustentáveis, e que beneficiem dignamente toda a
população do Planeta.
Por que permitimos a continuidade de um modelo É impossível garantir o mesmo padrão norte-
que gera o esgotamento dos recursos naturais, americano para os chineses ou indianos; para isso,
colocando-nos diante de um risco real do fim da necessitaríamos de muitos planetas Terra.
vida? Quem sobreviverá num sistema ou modelo
que tenha como base a exclusão social e a A resposta pós-capitalista requer uma mobilização
construção de uma escala de desigualdades de que provoque movimentos contra-hegemônicos,
raça, gênero e etnia que permitem incluir uns de contracultura, contra-modelos políticos, outras
poucos homens brancos e cristãos, em geral, em estruturas de Estado democrático, e de uso
detrimento de tantos outros e outras? O democrático e transparente dos recursos públicos e
conhecimento, ao fim e ao cabo, está a serviço de das fontes energia limpa. Uma resposta que
quem? redesenhe as formas participativas e de gestão dos
bens públicos fundados em ações de co-
O que se quer em tempos de globalização, em responsabilidade social, controle das instituições
meio a uma crise sistêmica que envolve a crise públicas e privadas pelos diversos segmentos da
financeira, a crise alimentar e a climática, é uma sociedade, produzindo novos modelos
outra visão ou visões de mundo, distinta desta que democráticos de gestão econômica, ambiental e
organizou nossas vidas nos últimos 200 anos. política, entre outros. Um modelo no qual seja
Outras utopias e outras formas de bem viver para possível a radicalização dos direitos humanos,
todos e todas. além de novos comportamentos e formas de viver
os ambientes urbanos e os rurais.
Outro uso da terra e dos recursos naturais e com
outras amplitudes. De valorização do micro Pensar que a atual crise sistêmica será
universo, de valorização de outras dimensões das equacionada por meio de um capitalismo mais
relações humanas, capazes de efetivamente regulado é reincidir no mesmo erro. Querem nos
colocar a solidariedade e a fraternidade no centro. fazer acreditar na revolução verde (tese defendida
Valorizar uma visão de complementaridade da pelo Secretario Geral da ONU, Ban Ki-Moon e
cadeia produtiva, e menos a visão de competição pelo ex-Vice Presidente dos EUA, Albert Arnold
entre os mercados. Uma ruptura definitiva com as Gore Jr.) como uma panacéia para acabar com
formas patriarcais de estruturação do poder. todos os nossos males. O remédio para a crise é
mais do mesmo: um capitalismo consciente e
ecológico, mas que não altera o modelo de
produção e exploração das riquezas. Cheira a
enganação.

Creio que é tempo de despertarmos nossas


consciências para a emergência da situação do
Planeta e a urgência por soluções alternativas ao
capitalismo. Ações que possam ir além do
protocolo de Quioto e de monstruosidades
inventadas, tais como o mercado do carbono e a
revolução verde, entre outras.

Text:

Vivemos um tempo de globalização neoliberal e Iara Pietricovsky – Antropóloga e mestre em


financeira que se estrutura com um método de Ciência Política; co-diretora do Instituto de
acumulação e ordenação dos seres por meio de Estudos Socioeconômicos – INESC.
extremas desigualdades de oportunidades. Poucos
ficam dentro a acessam os benefícios da Fonte:
tecnologia e da dignidade. E os que têm esse http://www.inesc.org.br/biblioteca/textos/capitalis
acesso ostentam um padrão de consumo e renda mo-e-ecologia-sao-compativeis/
desproporcional e desnecessário, quase irracional.
O MITO DA NEUTRALIDADE DOS TRANSGÉNICOS
decisões, por sua vez, são influenciadas pelas
“O conceito de razão técnica é talvez ela mesma ideologias e cosmovisões do contexto, no qual
ideologia. Não somente sua aplicação, porém já a uma pesquisa é realizada. Por isso, a ciência é
técnica em si é dominação (sobre a natureza e contraditória, histórica e contextualizada.
sobre os seres humanos). Uma dominação
metódica, científica, calculada e calculadora” Consequentemente, a ciência não está livre de
(Herbert Marcuse) valores e ela se diferencia de outras formas de
acesso ao conhecimento em função do seu
A proibição de cultivo da variedade de milho método, através do qual se procura analisar
MON 810 conduziu a uma controversa discussão empiricamente um determinado contexto,
sobre a concepção de ciência e técnica na fundamentando-o teoricamente. Esse método foi
Alemanha. Há mais tempo se defende na imprensa desenvolvido ao longo da história, quando as
e, inclusive em círculos científicos, a necessidade visões de mundo eram dominadas por mitos,
de uma ciência puramente objetiva, neutra, crenças e superstições. A ciência afirmou sua
especializada, orientada pelos fatos, livre de condição de procurar primeiramente compreender
ideologias, valores e emoções. A ministra da um contexto antes de acreditar nele.
Agricultura, Ilse Aigner, afirmou, após a proibição
do milho transgênico, que ela se baseia em O debate sobre transgênicos, entretanto, está mais
estudos científicos e que a decisão não teria sido dominado por crenças do que pela ciência. Trata-
política. Pode a decisão de uma ministra de Estado se, basicamente, de um debate político, o qual
não ser política? numa sociedade democrática deveria ser decidido
pela publicidade crítica e não pela arrogância e
A afirmação da ministra Aigner, caracterizando-se pelo poder da tecnocracia. Para isso, o
como uma pessoa pragmática e não ideológica, conhecimento e a pesquisa são importantes, mas
pressupõe a existência de uma espécie de coerção de que tipo de ciência se trata? Uma ciência que
objetiva dos fatos (Sachzwang) na ciência, que estigmatiza ideologicamente o contexto, em que
deveria servir de orientação aos políticos. Embora não haveria paralelos entre fenômenos naturais e
na ciência se almeje uma aproximação da verdade, entre acontecimentos históricos? Uma ciência, na
com essa compreensão de ciência a pesquisa qual a pesquisa para a indústria química é
científica é confundida com a verdade. Portanto, a confundida com progresso tecnológico? O que
procura pela verdade, fundamentada em Karl significa, afinal, a liberdade de pesquisa, quando
Popper, passa a ser concebida como sendo a os interesses da indústria química e farmacêutica
própria verdade. Isso pode constituir a base para o se sobrepõem aos interesses da maioria dos
aumento da tecnocracia na sociedade, ou seja, o consumidores e agricultores?
conhecimento especializado passa a ser aceito
como fato consumado, como se o processo de Após a proibição do cultivo do milho MON 810,
pesquisa e a sua interpretação estivessem livres de também na Alemanha, o objetivo que está por
influências subjetivas. Nesse sentido, as opiniões detrás da transgenia ficou mais evidente. A
que se desviam do conhecimento científico teriam indústria química se queixa em função dos
um caráter exclusivamente “político”. investimentos realizados em pesquisa e que os
empregos dela decorrentes estariam em perigo.
Mesmo que isso pareça plausível a um grande Cientistas anunciam que existe a possibilidade de
público, no processo de construção do não mais atuarem na Alemanha. Diante disso, os
conhecimento científico essa questão não é tão governos, portanto, deveriam continuar
simples. Se levarmos em consideração como a assegurando, que uma técnica não desejada pela
ciência funciona particularmente, é evidente que maioria da população, continue sendo utilizada.
são tomadas decisões subjetivas. Iniciando com a
escolha do tema, dos objetivos da pesquisa, do Se, em decorrência da proibição do cultivo, a
referencial teórico e da metodologia, até chegar à pesquisa, que não pressupõe necessariamente sua
interpretação dos dados coletados, um cientista ou utilização, continua permitida, porque tais
uma comunidade científica tomam, cientistas deixariam de pesquisar na Alemanha? A
necessariamente, decisões subjetivas. Essas questão fundamental está exatamente na
parcialidade ideológica dessa pesquisa: não se a sociedade a usar uma técnica inefetiva estão
pesquisa o que não poderá ser utilizado e só é fundamentadas ideologicamente, seja através do
utilizado o que interessa à indústria química. Para medo neomalthusiano (de que futuramente faltaria
isso, a indústria anuncia investimentos para comida para alimentar uma crescente população
manter postos de trabalho. A situação mais mundial) ou através da crença nos “milagres da
marcante é a dos pesquisadores, que com suas técnica”. Se o uso de uma técnica representa
pesquisas procuram construir a base para a vantagens para uma minoria e causa prejuízos
aceitação dos transgênicos, de forma a assegurar para a maioria, a decisão sobre sua utilização cabe
seus próprios empregos. Nessa situação, é possível à sociedade. Os cultivos experimentais em
desconsiderar os interesses da indústria química e ambiente aberto, assim como os cultivos
dos cientistas por ela financiados? comerciais de transgênicos, representam a
destruição de lavouras e de bens alheios, em
Ideologias surgem em decorrência da junção entre função da contaminação resultante. Contra isso, as
interesses e conhecimento. Há poucos exemplos leis de proteção à maioria atingida são bem
na história da ciência que demonstram, de forma vindas. Os representantes da indústria química e
tão evidente, o caráter ideológico da técnica como seus defensores, que em outros momentos se
o dos transgênicos. Também não há outro setor da manifestaram como legalistas, agora não querem
pesquisa pública, em que universidades, aceitar esse tipo de decisão e continuam tentando
laboratórios públicos, empresas privadas e propagar a “razão técnica”, com o objetivo de
multinacionais cooperem tanto no afirmar seus interesses ideológicos.
desenvolvimento de uma técnica e em sua
pesquisa, quanto na área da transgenia. Muitos Texto:
pesquisadores reconhecidos simpatizam com a Antônio Inácio Andrioli
proposta de comercialização de seus resultados e
utilizam sua posição acadêmica para forçar o uso Fonte:
desta técnica não desejada pela maioria da Revista Espaço Acadêmico nº 96, Maio 2009
sociedade.

Nesse contexto, estudos críticos, que há mais de


10 anos apontam para os efeitos negativos dos
transgênicos, são simplesmente ignorados de
forma irresponsável. O argumento dominante é
que não se deve deixar de usar uma “tecnologia de
futuro”. E isso, mesmo sabendo que os cultivos
transgênicos existentes não são mais produtivos e
sustentáveis do que os cultivos convencionais. A
discussão sobre o futuro está baseada em crenças,
pois as experiências dos agricultores demonstram
o contrário: após poucos anos de cultivo das
plantas transgênicas resistentes a herbicidas e/ou
insetos, surgem resistências de inços e pragas, de
maneira que a técnica perde sua eficácia. Os
cientistas e políticos “neutros” também
desconsideram os efeitos negativos dos
transgênicos ao meio ambiente e à saúde de seres
humanos e animais. O meio ambiente e as
pessoas, que vivem nos países em que os
transgênicos foram introduzidos há mais tempo,
são atingidos, especialmente, em função do
aumento do uso de agrotóxicos, correspondendo
aos interesses de expansão da indústria química e
farmacêutica.
Se trata, portanto, de uma decisão política, e os
transgênicos estão relacionados com a dominação
na sociedade. As tentativas tecnocráticas de forçar
A CRISE DA INDUSTRIA TAUROMÁQUICA

dirigentes associativos agrícolas, do Director


Depois da Assembleia Legislativa Regional ter Regional do Desenvolvimento Agrário que tem
chumbado uma proposta legislativa que pretendia conseguido vender touradas à corda à Câmara
que fosse legalizada a sorte de varas nos Açores, Municipal da Lagoa (ou a uma empresa
várias instituições com destaque para as Câmaras municipal?) e à Associação Agrícola de São
Municipais de Angra do Heroísmo e da Praia da Miguel.
Vitória, bem como a Câmara do Comércio e
Industria de Angra do Heroísmo subscreveram um O último evento da investida tauromáquica
comunicado, datado do passado dia 19 de Maio, ocorreu no passado dia 25 de Maio, aquando do
onde prometem não desistir. VIII Concurso Micaelense da Raça Holstein Frísia
que terminou com uma tourada à corda, assistida
No referido comunicado continuam a escamotear pelo Secretário Regional da Agricultura e Pescas,
a verdadeira razão da sua investida, alegando que Noé Rodrigues, numa ilha onde a tourada nem é
se trata de uma questão cultural. A propósito, tradição e que se realizou porque a crise não
Carlos Enes, num texto intitulado “Toiros picados permitiu a contratação de cantores nacionais e
- não envergonham este povo”, depois de porque alguém pediu à Associação Agrícola de
mencionar que “a defesa dos direitos do homem e São Miguel.
a defesa dos direitos dos animais são uma
conquista da humanidade. Uma conquista que Perante as investidas dos industriais da
marca a era moderna, que nos distingue da tauromaquia, que têm apoio em algumas
barbárie de outros tempos. Só por ignorância ou autarquias e nos governos e a conivência da
demagogia se pode defender a tradição” escreve Comissão Europeia e da UNESCO, só nos resta
que “ mesmo que fosse uma questão cultural, o continuar a campanha de esclarecimento das
que a humanidade tem feito é combater o que há pessoas, chamando a atenção para o que está
de negativo nesses comportamentos dos homens. verdadeiramente em causa: a sobrevivência de um
Será que os nossos deputados vão defender o punhado de capitalistas e do seu sistema.
alcoolismo, a violência doméstica, a prostituição TB
por serem uma prática cultural?”

Mas, o que na verdade faz correr os senhores das


Câmaras Municipais referidas, das Tertúlias e de
alguns ganadeiros, não é o seu amor às touradas e
muito menos aos touros. A verdadeira razão é a
crise que abala o sistema capitalista e
consequentemente toda indústria tauromáquica
terceirense. Basta lermos as entrevistas concedidas
por alguns ganadeiros que afirmam que o negócio
só é viável devido aos apoios governamentais e,
sabemos nós, também comunitários ou a notícia
publicada no jornal a União que refere o facto de
estar em perigo a realização da tourada dos
estudantes, que este ano recebeu um subsídio
menor do que o habitual da Câmara Municipal de
Angra do Heroísmo, por falta de apoios.

Por não poderem crescer os “clientes” na ilha


Terceira (já que são poucos os da Graciosa e São
Jorge) a indústria tauromáquica tem-nos
procurado em São Miguel, através, de acordo com
IVAN ILLICH E A ENERGIA

Prevalece a ilusão de que uma revolução política,


ao suprimir os erros técnicos das indústrias atuais,
criaria a possibilidade de distribuir
eqüitativamente o desfrute do bem produzido e, ao
mesmo tempo, o poder de controle sobre o que se
produz. Meu objetivo é analisar essa ilusão.
Sustento que não é possível alcançar um estado
social baseado na noção de eqüidade e
simultaneamente aumentar a energia mecânica
disponível, a não ser sob a condição de que o
consumo de energia por pessoa se mantenha
dentro de limites. Em outras palavras, sem
eletrificação não pode haver socialismo, mas
inevitavelmente essa eletrificação se transforma
em justificativa para a demagogia quando os watts

Crer na possibilidade de altos níveis de energia per capita excedem certa cifra.

limpa como solução para todos os males


O socialismo exige, para a realização de seus
representa um erro de juízo político. É imaginar
ideais, um certo nível do uso de energia: não pode
que a eqüidade na participação do poder e o
vir a pé, nem pode vir de carro, mas somente à
consumo de energia podem crescer juntos.
velocidade da bicicleta.

Vítimas dessa ilusão, os homens industrializados


in “Energia e Equidade”
não põem o menor limite ao crescimento do
consumo de energia, crescimento que continua
com o único fim de prover cada vez mais gente
com mais produtos de uma indústria controlada
cada vez mais por menos gente.

WWW.TERRALIVREACORES.BLOGSPOT.COM

terralivreacores@gmail.com

You might also like