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REGENERAÇÃO DO ACESSO DE MELANCIA (Citrullus lanatus) B13 DO

BANCO ATIVO DE GERMOPLASMA (BAG) DE CUCURBITÁCEAS PARA

O NORDESTE BRASILEIRO1

James Pereira dos Santos2, Manoel Abílio de Queiroz3.

1 - Trabalho requisitado, como meio de avaliação da disciplina Melhoramento de plantas.

2 - Graduando do Curso de Engenharia Agronômica - Campus III/ DTCS, Juazeiro - BA.

3 - Professor da disciplina Melhoramento de plantas.

1- INTRODUÇÃO

A melancia [Citrullus lanatus (Thumb.) (Matsum & Nakai)], membro da família


Cucurbitaceae. Sendo originária das regiões secas da África tropical, tendo um centro
de diversificação secundário no Sul da Ásia. A melancia cultivada deriva
provavelmente da variedade C. lanatus var. citroides existente na África Central. A
domesticação ocorreu na África há mais de 5000 anos e foi introduzida no Brasil há
muitos anos pelos escravos, principalmente das tribos Sudanês e Banto, as quais
entraram pelos portos, principalmente entre a Bahia e o Maranhão (ROMÃO, 1995),
estão entre as cinco mais importantes hortaliças cultivadas no Brasil. Sua área
plantada em 2002 foi em torno de 82.000 ha. e sua produção de 80 mil T. (FAO,
2003).
Dada à importância econômica da cultura no país, estratégias têm sido adotadas para
tornar o produto mais competitivo, especialmente no controle de pragas e doenças,
Hoje, o Nordeste brasileiro também representa um importante centro de
diversificação da espécie, onde é encontrada variação para caracteres de planta,
fruto e semente, bem como para tolerância a doenças (QUEIRÓZ, 1993). Os
genótipos de melancia utilizados nos cultivos comerciais são poucos e foram
desenvolvidos para condições japonesas e americanas e posteriormente introduzidos
no Brasil (Costa & Pinto, 1997). Este fato acarreta gastos com defensivos, uma vez

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que quando cultivadas em condições ambientais diferentes daquelas para as quais
foram desenvolvidas, as variedades tornam-se suscetíveis ao ataque de pragas e
doenças.
No BAG (BANCO ATIVO DE GERMOPLASMA - que é o elemento dos
recursos genéticos que maneja a variabilidade genética entre e dentro da espécie,
com fins de utilização para a pesquisa em geral, especialmente para o melhoramento
genético, inclusive a biotecnologia), a conservação desse material genético é feita
através de armazenagem em câmaras frias, geralmente 10ºC e 40% de umidade
relativa (atmosfera controlada), que servem para evitar a deterioração da semente e
prolongar a sua sobrevivência, que poderão ser usadas em futuros programas de
melhoramentos de plantas.

Os recursos genéticos são portadores de genes de grande significado para o


melhoramento genético das respectivas espécies, embora estejam ameaçados de
extinção por várias causas, dependendo da espécie. Por outro lado, para algumas
espécies, a variabilidade genética existente nos genótipos cultivados é pequena. É o
caso das cucurbitáceas, onde cerca de uma dezena de genótipos de melancia, melão
e abóbora são cultivados no Brasil. (QUEIRÓZ, 1999), são definidos como a fração
da biodiversidade que tem previsão de uso atual ou potencial. Assim, compreendem
as variedades tradicionais (ainda existentes em áreas menos influenciadas pelas
variedades exóticas), variedades melhoradas, linhas avançadas e espécies nativas
(aí incluídas os parentes selvagens de espécies cultivadas). (GIACOMETTI, 1993
citado por QUEIRÓZ, 1999).

Os recursos genéticos são estudados em várias etapas bem definidas, a saber:


coleta ou introdução, multiplicação, preservação/conservação,
avaliação/caracterização e uso (HAWKES, 1982, citado por QUEIRÓZ 1999). Neste
caso, a justificativa de regenerar as sementes, foi devido à necessidade de multiplicar
este acesso, obtido no ano de 1993, desta forma, para que neste tempo ainda haja
um bom poder germinativo, ou seja, não fiquem velhas, incapazes de regenerar, e
assim proceder em determinado tempo, com a propagação deste acesso.

O objetivo deste trabalho foi de regenerar o estoque de sementes do acesso B13 de


melancia do Banco Ativo de Germoplasma de Cucurbitáceas da Embrapa para o
Nordeste Brasileiro.

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2- MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido, a princípio, na casa de vegetação do Departamento de


Tecnologia e Ciências Sociais, Campus III da UNEB, Juazeiro – BA, e posteriormente
na área experimental de culturas anuais, entre o período de 13 de abril a agosto de
2007.

Foram selecionadas 30 sementes do acesso B13 (ano de multiplicação/1993) do


Banco Ativo de Germoplasma de cucurbitáceas para o Nordeste brasileiro, semeadas
no dia 13 de abril em bandejas de polietileno em substrato comercial plantimax,
sendo irrigadas diariamente duas vezes.

Quando as plântulas apresentaram a segunda folha definitiva, foi transplantada para


o campo, no qual antes desse experimento o solo estava em repouso, havia sido
roçado, arado, gradeado e depois ocorreu o sulcamento no espaçamento de 3,0 m
entre fileiras no dia 3 de abril. Dessa forma no período de 28 e 30 de abril foi aplicado
um herbicida sistêmico de nome Gifosato, que teria poder de controlar a erva tiririca.
E os restos culturais foram queimados antes da implantação desse experimento.

Foram transplantadas (04/05/2007), 21 dias após a semeadura (13/04/2007), sendo


apenas plantadas 20 plantas, as mais vigorosas, no espaçamento de 3,0m entre
sulcos por 0,8 m entre plantas, as outras foram reconduzidas à casa de vegetação
para caso houvesse necessidade de replantio. Nesta mesma os sulcos estavam em
funcionamento, ou seja, estava havendo irrigação de manha e pela tarde. A irrigação
por sulcos ao longo das semanas era determinada pelo fator climático, portanto,
havia necessidade de irrigar de duas 02 a 03 vezes na semana se o clima estivesse
ameno, já que estava na estação de outono para inverno, e havia necessidade de
irrigar de 03 a 04 vezes na semana se a temperatura fosse alta, como na verdade
aconteceu ao longo de varias e principalmente nas primeiras semanas.

A adubação de fundação foi feita um dia antes do transplantio, com base na


recomendação convencional, com 150 g/m da formulação NPK 6 24 12, que foi
distribuído ao longo da parede do sulco, ou seja, 2,4kg de NPK para cada parcela e
adubação de cobertura feita no dia 02/06/2007, realizada quando pelo menos 50%

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das plantas apresentavam flor feminina receptiva. Cada planta recebeu 28g do
formulado (16g de uréia + 12g de KCL).

Os tratos culturais realizados foram: capina para eliminação periódica das ervas
invasoras, não houve necessidade de reposição das mudas que morreram, devido o
desenvolvimento das outras estarem em um estado mais avançado e em campo foi
feita condução de ramas, para que não ocorresse o enovelamento dos ramos, que
não dificultasse no controle por plantas e foi periodicamente executada para garantir
um melhor arranjo do stand e ainda periodicamente houve a necessidade de remover
as plantas mortas. Nos tratos fitos sanitários foram necessárias aplicações de
inseticidas (MOSPILAN) e fungicidas (CUPROZEB).

A precocidade do acesso foi determinada pelo surgimento da primeira flor feminina,


contando-se desde o dia do transplante. A polinização controlada realizado a partir de
05 de junho de 2007 foi o método utilizado para garantir a endogamia. Foi feita a
proteção dos botões florais masculinos e femininos utilizando-se copos plásticos
próximo da antese, nos dias seguintes, após a abertura das flores, o pólen foi levado
manualmente, transportando-se a flor masculina, e em seguida, esfregando-se,
levemente, no estigma da flor feminina a ser polinizada. A polinização cruzada
também foi permitida, sendo as abelhas seu maior agente.

Durante o desenvolvimento da cultura fez-se a tomada de dados, como: percentagem


de germinação; estande da parcela; precocidade; comprimento do ramo principal,
utilizando uma trena; número de ramos no colo da planta; características do fruto e da
folha; acometimento de pragas, doenças e vírus; todos registrados em caderneta de
campo (anexo I).

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3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

As sementes do acesso B13 apresentaram uma percentagem de germinação


satisfatória, totalizando uma percentagem de germinação de 96,6% (Fig.01), sendo
que a maioria germinou entre 07 a 08 dias e apenas duas entre 12 e 15 dias,
respectivamente, mostrando-se mais tardias (Tabela 1).

Tabela 1. Germinação (emergência) das sementes do acesso melancia B 13.


DTCS/JUAZEIRO-BA, ABRIL/2007.

Data Dias após N° de plântulas


semeio emergidas
20/04/2007 07 26
21/04/2007 08 27
22/04/2007 09 27
23/04/2007 10 27
24/04/2007 12 27
25/04/2007 13 28
26/04/2007 14 28
29/04/2007 17 29
Número total de plantas emergida = 29

Após o transplantio para o local definitivo, algumas mudas não apresentaram vigor
uniforme, como é o caso da planta 09 que teve pouco desenvolvimento (Tabela 2) e a
08 e 20 que sofreram efeito da fitotoxicidade do adubo devido à sua má incorporação
ao solo e estavam em estado de estresse, após algumas semanas, e não sendo
substituídas, tornando desuniforme o stand, as quais não sobreviveram, havendo
perda de duas plantas, mas, foram arrancadas na capina e não sendo substituídas.

Tabela. 2. Desenvolvimento do ramo principal do acesso de melancia B 13,


DTCS/JUAZEIRO-BA, MAIO - JUNHO/2007.

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Comprimento do ramo principal Desenvolvimento do
(cm) ramo principal no
30/05/2007 14/06 período
/2006
01 164 310 146
02 122 270 148
03 124 300 176
04 120 265 145
05 140 296 56
06 137 264 127
07 124 286 162
08 - --------- ------------
09 86 187 101
10 130 320 190
11 110 305 195
12 122 296 174
13 138 304 166
14 133 360 227
15 149 350 201
16 160 340 180
17 132 315 183
18 146 312 166
19 134 250 116
20 ----- -------- ----------

O acesso sofreu ataques de pragas como o pulgão, a mosca-branca e doenças


foliares. (Os sintomas apresentados são muito parecidos com mancha de Alternaria,
viroses e murcha de Fusário (Fusarium oxisporum), principal agente da morte da
planta n.09), não comprovadas por não terem sido feitas análises laboratoriais. A
severidade no acesso foi baixa, sendo facilmente controlada com o uso de inseticidas
(Mospilan) e fungicidas (Cuprozeb), não afetando significativamente o
desenvolvimento das plantas. A resistência do acesso a doenças foliares mostrou-se
superior às testemunhas que estavam em parcelas vizinhas.

No estádio inicial do desenvolvimento das plantas em campo, estas apresentaram


sintomas de ataque de pulgão em quase todas as plantas da parcela, mosca
minadora (Liriomyza sativae) em algumas plantas da parcela, e o ataque de oidio
( Podosphera xanthii). As aplicações efetivadas com fungicidas e inseticidas, também,
foram necessárias utilizar espalhante adesivo (Wil fix).

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Ainda no estádio inicial de desenvolvimento das plantas ao início da frutificação foi
observados sintomas de alternaria (Alternaria cucumerina) em algumas plantas, que
começava das regiões das bordas do sulco, ou seja, iniciando-se das folhas mais
velhas para as mais novas, resultando, posteriormente na queima das folhas. Porém,
no final do ciclo todas as plantas apresentaram os sintomas, sendo o
desenvolvimento das plantas seriamente comprometido, apresentando-se quase
mortas. No mesmo período do ataque por alternaria houve sintomas, supostamente,
de viroses em praticamente todas as plantas, com algumas exceções, como as
plantas 05, 06 e 07, que foram atacadas moderadamente (Figura 15), muito embora
outras plantas que estavam ao seu lado foram seriamente atacadas como as plantas
14, 15, 16, 17, 18 e a 19 (Figura 16), já algumas foram atacadas, mas o seu
desenvolvimento não foi comprometido, como as plantas 01, 02, 03 e 04 (Fig. 14),
finalizando então, em 04 mortes até o momento (08; 09; 13 e 20). Testes sorológicos
comprovaram anteriormente que na região havia plantas que apresentavam os
seguintes vírus: PRSV-W, WMV e ZYMV.

Viroses ocasionadas pelos vírus da família Potyviridae, gênero Potyvirus: Papaya


ringspot virus tipo watermelon (PRSV-W), Watermelon mosaic virus (WMV) e Zucchini
yellow mosaic virus (ZYMV) (Oliveira et al., 2000, 2002; Queiróz et al., 2002). São
considerados fatores limitantes ao cultivo da melancia em áreas produtoras, pois
além de originar decréscimo na produtividade podem ocasionar sérios
comprometimentos à qualidade dos frutos (Oliveira et al., 2000. 2002; Lima et al.,
2002).

As primeiras flores femininas foram verificadas aos 26 de maio de 2007 determinou a


precocidade aos 22 dias quando mais de 05% já havia emitido a primeira flor feminina
(quadro 03, Fig. 05). Não foi verificada a presença de flores hermafroditas.

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Tabela 03. Surgimento da primeira flor feminina das plantas em referencia ao dia do
transplantio do acesso de melancia B13 DTCS/JUAZEIRO-BA, JUNHO/2007.

N° planta Precocidade Data da


(dias) abertura
01 22 26/05/07 Tabela 05 - Emissão de novos ramos –
02 26 30/05/07
03 26 30/05/07 Pós - colheita em 04/08/2007
04 29 02/06/07
05 26 30/05/07
06 26 30/05/07 N° da planta Emissão
07 26 30/05/07 01 Sim
08 ----------- ----------- 02 Sim
09 33 06/06/07 03 Sim
10 33 06/06/07 04 Sim
11 26 30/05/07 05 Sim
12 31 04/06/07 06 Sim
13 29 02/06/07 07 Sim
14 32 05/06/07 08 Não/morta
15 29 02/06/07 09 Não/morta
16 31 04/06/07 10 Sim
17 30 03/06/07 11 Sim
18 22 26/05/07 12 Sim
19 27 26/05/07 13 Não/morta
20 -------- ----------- 14 Sim
15 Sim
16 Sim
17 Sim
18 Sim
19 Sim
20 Não/morta

Tabela 04. Número de ramos no colo da planta no estagio inicial de melancia do


acesso B13 DTCS/JUAZEIRO-BA, JUNHO/2007.

Planta 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
N° de ramos 08 07 07 06 07 07 07 05 06 07 05 05 06 05 07 04 07 07 07 --

Para os descritores do acesso foram utilizados os seguintes caracteres: comprimento


do ramo principal, cor externa do fruto, formato do fruto e formato da folha, formato e
cor da semente dos frutos (Fig. 09-12), contagem de emissão dos ramos novos pós –
colheita (Tab. 05) e de etiquetas que ficaram e as que foram na colheita, totalizando

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assim o numero de frutos que não fixaram e os que fixaram, respectivamente, na
parcela 24 após a polinização controlada (Tab. 06).

As ervas invasoras que foram encontradas em maior quantidade na área dos


acessos foram: a beldroega (Portulaca oleracea) e o bredo (Amaranthus sp.) que
foram facilmente eliminadas nas capinas realizadas e não apresentaram qualquer
prejuízo ou dano, porém, emergiram novamente.

As plantas apresentaram números variados de ramos no colo da planta, desde 02 até


08 (Tab. 05). Os frutos mostraram uma coloração, em todas as plantas, verde claro
com listras finas em verde escuro e formato alongado e esférico, com frutos
deformados, devido, provavelmente, a polinização ou ao ataque de viroses e as
folhas de quase todas as plantas da parcela apresentaram-se lobadas (Fig.07).

Ao comparar o vigor de depois (Tab. 04) e antes (Tab. 05), concluímos que tanto
quanto antes e depois da colheita a maioria das plantas ainda tinha resistência para
poder formar um novo ciclo, que poderia ser uma entressafra, apenas três das
plantas não resistiram ao ataque de pragas e doenças, que foram 08; 09 e a 13. A
parcela apresentou uma quantidade total de 24 frutos, tendo uma média de 1,5 frutos
por planta (Tabela 07).

Tab. 06 - Percentual/Taxa de fixação de frutos (apenas polinização controlada).

Etiquetas Retiradas do Levadas pela Total de


campo coleta tentativas
N° 12 10 22

Frutos Fixação de Sucesso da fixação de frutos


colhidos/total frutos
10/22 0,45 45,45% de fixação

O acesso apresentou boa prolificidade, com média de 1,5 frutos/planta, merecendo


destaque os acessos que produziram 02 frutos por planta, sendo que cada fruto foi
por polinização livre e um por polinização controlada (Tabela 07). E o acesso pode

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ser considerado de sucesso de fixação de frutos com o total de 45,45% de fixação
(tabela 06), esse percentual exclui o valor de frutos oriundo da polinização livre.

TABELA 07. Quantidade de frutos obtidos com polinizações livre e controlada no


acesso B13. DTCS/JUAZEIRO-BA, JUNHO-AGOSTO/2007.
Quantidade Polinização Polinização
Planta
total livre controlada/autofecundação
01 01 00 01
02 01 01 00
03 02 01 01
04 02 01 01
05 00 00 00
06 02 01 01
07 02 01 01
08 --- --- ---
09 ---- ---- ----
10 01 01 00
11 02 01 01
12 02 01 01
13 ---- ---- -----
14 02 01 01
15 01 01 00
16 02 01 01
17 01 01 00
18 01 01 00
19 02 01 01
20 --- --- -
TOTAL 24 14 10

10
Parcela 24 Parcela 24 Parcela 24
Fotos: James Pereira

Fotos: James Pereira

Fotos: James Pereira

Fotos: James Pereira


Fig.01 Fig.02 Fig.03 Fig.04

A Fig. 01 demonstra o potencial germinativo da semente, mesmo depois de 14 de


anos conservada no Banco Germoplasma do laboratório, revelando assim um ótimo
poder, que foi de 96,6% de germinação. As demais figuras (02-04) estão definindo o
crescimento vegetativo da melancia, que se desenvolveu expressamente do dia
23/05/007(Fig.02) ao dia 14/06/2007(Fig. 04), de forma acelerada, cerca de 140 cm
em media, por planta, exceto a planta 09. Nesta mesma figura é notável observar a
atividade de polinização por meio de copos (Fig. 04 e 05) e próximo do sulco, nas
folhas mais velhas da melancia folhas com sintomas de alternaria (Fig.06) e sintomas
de oidio (Fig.07). Neste mesmo mês de junho houve uma colheita de frutos, a partir
do meio do mês (19/06/2007), nas parcelas que houve uma maior produção de frutos
por polinização natural (Fig. 08). Obtendo frutos e sementes variados.
Fotos: James Pereira
Fotos: James Pereira

Fotos: James Pereira

Fotos: James Pereira

Fig.05 Fig.06 Fig.07 Fig.08

No caso da parcela 24, os frutos obtidos foram de varias formas e tamanhos, de acordo
com as imagens, os frutos tiveram três formatos padrão: esférico de coloração verde e
listras verdes (Fig.09), alongado com listras verdes (Fig.10), e alongado com coloração
com coloração branco e listras claras (Fig.11) e frutos com predomínio de coloração
vermelho e sementes de cor preta de forma oval (Fig.12).
Fotos: James Pereira

Fotos: James Pereira

Fotos: James Pereira

Fotos: James Pereira

Fig.09 Fig.10 Fig.11 Fig.12

11
Entretanto, a situação final da parcela se encontrava com varias plantas determinando
um novo ciclo, devido a sua remissão de ramas com novas flores e folhas (Fig.13), e na
região das ramas antigas encontrava-se com alternaria, de forma que uma era uma
planta era mais tolerante do que a outra (Fig.14), de forma que as primeiras eram mais
resistentes do que as mais posteriores (Fig.15), que estavam próximo à sombra de uma
algoroba, tornando-se possível, poderiam ser esta uma das condições para a ambiente
interferir na regeneração do acesso B 13.

Parcela 24 Parcela 24
Fotos: James Pereira

Fotos: James Pereira

Fotos: James Pereira

Fotos: James Pereira


Fotos: James
Pereira

Fig.13 Fig. 14 Fig. 15 Fig. 16

Entretanto, foi possível regenerar, caracterizar morfologicamente os frutos e sementes,


colheita, armazenagem em câmara fria, sendo possível o seu uso posterior.

Tolerância de ambiente x representação Genotípica quanto à tolerância e vigor.

(Parcela 28 A )
Parcela 03
Parcela 02
Fotos: James Pereira

Fotos: James Pereira

(Parcela 28 B )

Fig. A - parcela 28 Fig. B - parcela 02 a 03.

O patogeno Alternaria cucumerina, ataca em condições de estresse hídrico,


observado na 2ª. Metade da parcela 28, que havia uma distribuição diferenciada de
água. A umidade interfere no ataque da alternaria – acontecendo neste caso, a
expressão do efeito ambiente, ou seja, para se formar uma nova geração o agricultor,
ou o individuo, que for regenerar, não deve confiar apenas no fenótipo, pois o
ambiente interfere nas características visuais.

A alternaria que foi uma característica de efeito dos genes quantitativos,


portanto, são muitos os fatores ou razoes que ela vem se expressar, começa, por
folhas mais velhas para as mais novas, de aspecto, de cor amarelada nas folhas, que
depois ganha um aspecto de queima e logo a destruição da folha, e ao longo do
estagio podem eliminar as plantas parasitadas, no caso da planta de 11 a 20 desta
parcela, mencionada, é mais resistente a alternaria do que as primeiras plantas,
devido estarem hospedando e apresentando resistência, enquanto que as demais da

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outra metade, ainda não foram infectadas, ou não, passaram por estresse hídrico,
poderia não ser tolerante ao ataque. Desta forma, já conhecendo as que sofreram,
poderiam ser indicadas para multiplicação aquelas que foram atacadas, pois, sabe
que são resistentes, ate mesmo pós-colheita, e também, por ter capacidade de
regenerar novos ramos, e conseqüentemente com remissão de flores e novos frutos,
mesmo existindo em si, regiões de ramos velhos bastante atacados pelo patogeno.

A maioria das parcelas era resistente ao oídio, mesmo sendo de variedades


resistentes que era Crimson Sweet, mas, de uma forma reduzida, o fungo ainda
conseguiu atacar algumas parcelas no inicio da floração, com mais intensidade
quando o clima estava quente seco. Foi observado, também que a parcela 29 foi a
mais precoce em termos de ciclo de vida, bem como de produção, enquanto que a 02
e a 03 foi as mais retardadas, que ainda, não foi constatada a sua colheita. Mas,
mesmo retardadas tinham contrastes entre si, como por exemplo: na propagação da
alternaria na quantidade de plantas mortas e no vigor mais isolado que a parcela,
apresentava, sendo que eram as mesmas condições de ambiente, como: as águas a
orientação do vento, mas se comparada a todas as outras parcelas a sua soma de
resistência e vigor seria impar, ao contrario da parcela 28, que foi altamente
contrastante entre si mesmo, bem como a 29, muito precoce, a 02 que era tardia,
mais apresentou diferenças, em uma das plantas que não resistiu a alternaria, e
todas as outras próximas na cabeceira do sulco, mas de forma muito agravada ao
ataque, portanto a parcela 03 demonstrou acima de tudo alta resistência e poder
genético quase uniforme. Entretanto, se fosse para regenerar e depois para polinizar
por endogamia a indicada seria uma tardia com resistência (parcela 03) com a
precoce (parcela 29), então formando um produto de ciclo precoce, mas, que poderia
haver poder para mais safra devido à resistência aos patogenos.

4 - CONCLUSÕES

 Foi possível regenerar o acesso de melancia B13 do banco de Germoplasma


de cucurbitáceas para o Nordeste brasileiro;
 O acesso de melancia B13 foi precoce;
 Todas as plantas foram suscetíveis a alternaria (Alternaria cucumerina).
 O acesso apresentou uniformidade quanto a características, como: tamanho
do ramo, precocidade, forma e tamanho do fruto.

5 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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brasileiro. Horticultura Brasileira. Brasília-DF, v. 11, n. 1, p. 7-9, 1993.

ROMÃO, R. L. Dinâmica evolutiva e variabilidade de populações de Melancia


Citrullus lanatus (Thunb) Matsum & Nakai em três regiões do Nordeste brasileiro.
1995. 75 f. Tese (Mestrado em Genética e Melhoramento de Plantas), ESALQ, USP,
Piracicaba.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, pela vida, ao professor Manoel Abílio, pela compreensão, Izaías, pelas
dicas, todos os funcionários e colegas de curso,

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