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PERCUSSÃO

• Objetivo: produzir sons cujas características


variam conforme as propriedades físicas da
área percutida, de modo a:
1. Limitar órgão na superfície da pele
2. Reconhecer alterações físicas de certos
órgãos.
Percussão - Tipos:
1. Percussão Imediata ou Direta: consiste em
percurtir diretamente a superfície do corpo
com os dedos - pouco usada - ex.: percussão de
vértebras.

2. Percussão Mediata ou Indireta: coloca-se um


dedo na superfície do tórax e sobre o mesmo se
percute com o dedo da outra mão - percussão
dígito-digital.
Percussão - Técnica
• Paciente sentado, face posterior do tórax,
de cima para baixo, colocando-se o médico
atrás e à esquerda do paciente.

1. Percutir separadamente cada hemitórax.


2. Percutir comparativamente e
simetricamente ambos hemitórax.
Percussão - Técnica
Mão esquerda, com os
dedos ligeiramente
separados, deve
apoiar-se suavemente
sobre a parede, e o
dedo médio, sobre o
qual se percute, exerce
apenas uma leve
pressão sobre o tórax.
Percussão - Técnica

O movimento da mão
que percute (direita) é
de flexão e extensão
sobre o punho, nunca
envolvendo a
articulação do
cotovelo ou ombro.
Percussão - Técnica
• Os golpes dados com a extremidade distal
do dedo médio (os demais se conservam
parcialmente fletidos) serão sempre da
mesma intensidade (suaves ou
medianamente fortes).
• Um pequeno intervalo a cada dois golpes,
suspendendo imediatamente o dedo
percurssor.
Tonalidade de Som:
• Som claro atimpânico / som claro pulmonar /
sonoridade pulmonar - área de projeção dos pulmões
• Som claro timpânico / timpanismo: espaço de Traube
(estômago e cólon)
• Som maciço / som obscuro / macicez: - região
inframamária direita (macicez hepática)
• Som submaciço / som relativamente obscuro /
submacicez - região inframamária esquerda (transição
pulmão-coração)
Tipos de Sons
Espaço de Traube:
Espaço de forma
semilunar com
aproximadamente 9-
11 cm de largura e
10cm de altura,
localizado em abaixo
da linha inframamária
direita.
Importante:
• A zona de vibração perceptível pelo ouvido atinge
em profundidade o parênquima pulmonar somente
cerca de 4 cm, ou seja 6 cm da superfície do tórax.

• Influenciam na percussão: espessura, tensão e


elasticidade da parede torácica; massa muscular;
infiltrados inflamatórios; edema; mamas; tecido
adiposo, idade, deformidades da coluna vertebral.
Som normal da percussão nas
diversas regiões
Hemitórax Direito - anteriormente

• Som claro até 5ª costela

• abaixo: muda para submaciço (diafragma)

• posteriormente: maciço (fígado)


Hemitórax esquerdo - Anteriormente

• Som claro até 4ª costela


• abaixo: submacicez (sobreposição pulmão /
coração)
• posteriormente: macicez (coração)
• Abaixo da macicez cardíaca: timpanismo
(espaço de Traube - estômago / cólon)
Lateralmente:
• Direita: som claro até 7ª costela
Abaixo: macicez hepática

• Esquerda: som claro até 7ª costela


Abaixo: timpanismo (Espaço de Traube)
Posteriormente
• Direita: som claro até 9ª-10ª costelas
Abaixo: macicez hepática
• Esquerda: som claro até 9ª-10ª costelas
Abaixo: macicez esplênica e renal

***Importante: abaixo do ângulo da escápula, o som


é bem mais claro pois nesta região a espessura da
parede torácica é menor (até 4 dedos abaixo do
ângulo escapular)
Rx de tórax normal
Alterações qualitativas dos sons
Hipersonoridade:
• Som demasiadamente claro

1. Compressão pulmonar ( ex.: pulmão


superposto a um pequeno derrame pleural,
pulmão vizinho a coração aumentado)
2. Deslocamento do diafragma (ex.; ascite,
grandes tumores abdominais)
3. Enfisema pulmonar (fases iniciais)
Macicez e Submacicez:
• Ocorre quando:
1. Entre o pulmão e a parede torácica se interpões
massas privadas de ar (ex: derrames líquidos
da pleura ) - Macicez absoluta

2. O pulmão, na área que se percute, está privado


de ar, parcial ou totalmente (ex: atelectasias /
pneumonias / tumores / tuberculose /
abscessos) - Macicez ou Submacicez
Timpanismo:
1. Skodismo : timpanismo a precussão da região
clavipeitoral de um doente que tenha um derrame
volumoso chegando até 4ª costela.
2. Compressões: cardiomegalia / derrame pericárdico
/ tumores de mediastino / hepatomegalia /
esplenomegalia / útero gravídico
3. Pneumotórax aberto ( comunicação direta com os
brônquios)
4. Cavernas
5. Enfisema Pulmonar antigo
Rx tórax - Pneumonia
AUSCUTA
Auscuta Pulmonar - Técnica
• Paciente deve ficar em posição cômoda,
respirando tranqüilamente e normalmente pela
boca entreaberta.
• Auscuta indireta ou mediata: estetoscópio.
• Tórax despido sempre que possível
• Limite: 4 dedos abaixo do ângulo inferior da
escápula (bases pulmonares)
• Tosse / respiração profunda
Ruído Respiratório Normal
• Murmúrio vesicular (periferia do tórax)

• Ruído Laringotraqueal / sopro glótico /


respiração brônquica (laringe, traquéia, ao
nível de C7 e adjacências, espaço
interescapular)
Importante:
• O MV pode ser fisiologicamente menos
intenso em pessoas obesas, ou com edema
de parede torácica, ou com musculatura
muito desenvolvida.

• Nas crinaças o MV é fisiologicamente mais


forte.
Mecanismo de Produção do
Ruído Respiratório Normal
• Sopro glótico: deve-se a passagem de ar
pela fenda glótica.
• Murmúrio Vesicular:
1. Passagem de ar pela coarctação dos
bronquíolos
2. Vibrações sonoras produzidas pela
distensão inspiratória das paredes alveolares
Alterações Patológicas do MV
1. Exagero do MV (dispnéia, taquipnéia,
indivíduos magros)
2. Diminuição ou abolição do MV (enfisema,
penumonia, pneumotórax, derrame pleural)
3. MV rude: indica lesão superficial dos
brônquios e dos alvéolos, secreção brônquica
ou congestão do aparelho broncoaoveolar.
SOPROS
• Ocorrem:
1. Quando o pulmão perde a sua textura
alveolar, tornando-se hepatizado,
condensado, privado de ar.

2. Nas cavernas
Importante:
O sopro que se ouve na parede torácica
é o próprio sopro glótico;
não nasce na lesão, mas vem da glote,
e devido a hepatização do parênquima
pulmonar, se espalha do seu foco originário
e vai ser audível na sede da lesão.
Variedades de Sopros
1. Tubário:

• É o próprio sopro glótico transmitido pelas


condensações pulmonares, masi intenso e
de tonalidade mais elevada na expiração.
• Ex.: pneumonia
• Dele se derivam todos os outros sopros.
Variedades de Sopros
2. Sopro Pleural:
• É o sopro tubário modificado pela presença
de uma camada líquida entre o pulmão
condensado e a parede torácica.
• Maior intensidade / tonalidade mais aguda
• Predomina na expiração
• Sopro em “i”.
Variedades de Sopros
3. Sopro Cavitário:
• É o sopro tubário modificado pela
interposição de uma cavidade contendo ar e
formando caixa de ressonância, situado
entre a área pulmonar condensada e a
parede torácica.
• Tonalidade baixa / grave
• Sopro em “u”.
Variedades de Sopros
4. Sopro Anfórico:

• Sopro tubário modificado pela interposição


de uma cavidade grande, cheia de ar, com
paredes lisas e tensas.
• Timbre metálico
Auscuta da Voz

1. Auscuta a distância

2. Auscuta torácica da voz


Auscuta a distância:
• Voz Nasal: amigdalites, adenóides, destruição do
véu palatino
• Voz bitonal: compressão do nervo recorrente
esquerdo (aneurisma da aorta, tumor do
mediastino, adenopatias traqueobrônquicas)
• Voz em falsete: fonação aguda, esganiçada
(compressão no recorrete esquerdo)
• Voz rouca: lesões das cordas vocais, laringites,
compressão do recorrente ou do peneumogástrico.
• Ausência da voz: alterações das cordas vocais e
compressão do recorrente ou do pneumogástrico.
Auscuta torácica da voz
• Paciente pronuncia “trinta e três” durante a
auscuta torácica.

1. Auscuta da voz alta (broncofonia /


pterilóquia / egofonia / anforofonia)
2. Auscuta da voz baixa ou cochichada
(peterilóquia afônica)
Broncofonia:
• Retumbância exagerada da voz, sem que se
consiga distinguir bem todas as silabas.
• Ocorre nas hepatizações pulmonares em
que os brônquios permanecem permeáveis.
• Ex.: pneumonia, tuberculose, neoplasia
Pterilóquia ou voz cavernosa:
• Retumbância exagerada da voz, permitindo
distinguir as silabas adequadamente.

• Ocorre quando há cavidade fazendo caixa


de ressonância superposta à condensação.
Egofonia
• Voz de polichinelo ou voz caprina
• Voz torna-se aguda, fanha e trêmula.
• Ocorre nos derrames pleurais de médio
volume.
• Pode ocorrer ainda em consolidações
pneumônicas, hidrotórax não muito
abundante e ao nível de cavernas.
Voz Anfórica ou Anforofonia
• Voz vibrante com sonoridade metálica.

• Ocorre em grandes cavidades de paredes


lisas e no pneumotórax que se comunica
com os brônquios por grandes fístulas.
Pterilóquia Afônica
• Na auscuta da voz “cochichada”
normalmente ouve-se ruído difuso, sem
distinguir palavras ou sílabas.

• Na pterilóquia afônica a voz “cochichada”


se transmite perfeitamente (ex.: derrame
pleural seroso ou serofibrinoso)
Ruídos Adventícios
• Definição: ruídos que aparecem em qualquer
área do tórax em condições patológicas do
aparelho respiratório.

1. Roncos e Sibilos
2. Estertores Bolhosos
3. Estertores Crepitantes
4. Atrito Pleural
Roncos e Sibilos:
• Ruídos secos e vibrantes
• Ronco: tonalidade mais baixa / grave
• Sibilos: tonalidade mais alta / fina
• Auscutados na ins e expiração.
• Sibilos são mais intensos na expiração
• São ruídos móveis, que desaparecem conforme
a profundidade da respiração, postura ou com a
tosse.
Roncos e Sibilos
• Têm origem traqueobrônquica
• Produzido pela passagem do ar por estenoses
patológicas dispostas ao longo dos canais aéreos
• Causas das estenoses: edema parcial da mucosa
brônquica, presença de secreções viscosas,
espasmo muscular dos brônquios.
• Quanto mais acentuado o estreitamento da árvore
brônquica, mais agudo o ruído.
• Ex.: Bronquite crônica / Asma
Estertores Bolhosos
• Ruído descontínuo que se produz quando se
encontra na traquéia, brônquios, bronquíolos ou
tecido pulmonar em via de desintegração,
substâncias líquidas que entram em conflito com o
ar e se agitam.
• O local onde o ruído é produzido não deve estar
cercado de parêquima hepatizado / condensado.
• O parênquima deve ser inteira ou parcialmente
arejado.
• Ex.: Brônquite crônica
Estertores Crepitantes
• Indica estado congestivo intenso, com
exudação intra-aoveolar.
• Compõe-se de ruídos muito breves e finos,
exclusivamente inspiratórios.
• Não muda com a respiração forçada ou com a
tosse.
• Ex. pacientes acamados / pneumonias /
tuberculose
Atrito Pleural
• Em condições normais a pleura parietal e
visceral deslizam silenciosamente uma sobre a
outra durante a respiração.
• Se as pleuras tornam-se irregulares ou se cobre
de exsudações pseudomembranosas, há
comprometimento desse deslizamento
produzindo um ruído seco - Atrito Pleral.
• É mais nítido na inspiração.
• Ex.: derrame pleural em resolução.
Ruídos Adventícios
Rx de tórax - Pneumonia

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