Quinta-feira, 11 de junho de 2009
CULTURA
Dois salões de artes plásticas em MS
Fundações de Cultura de MS e Capital abrem inscrições para artistas do Estado
Carol Alencar
s artistas plásticos de
O Mato Grosso do Sul e
de Campo Grande já
podem se inscrever para par-
ticipar de duas exposições de
artes promovidas pelas fun-
dações de cultura municipal
e estadual. As inscrições pa-
ra a exposição do salão sul-
mato-grossense terminam no
dia 24 de julho. Ao todo se-
rão selecionados 20 artistas.
O "Salão de Artes de MS"
acontece no período de 12 de
novembro de 2009 a 28 de fe-
vereiro de 2010. O Salão de
Arte "Olhar sobre Campo
Grande" será realizado entre
20 de agosto e 12 de setem-
bro no Armazém Cultural, na
Esplanada Ferroviária. As
inscrições para a exposição
municipal podem ser feitas
na sede do Armazém Cultu-
ral entre os dias 1º e 20 de
julho.
Segundo o presidente da
Fundação de Cultura de Ma-
to Grosso do Sul, Américo
Calheiros, o lançamento do
"Salão de Arte MS" represen-
ta uma oportunidade para os
LITERATURA
Escritor relembra ‘Circuito Sul-Mato-Grossense de
em livro ‘herói’ Teatro’ começa novo giro por MS
que enfrentou Hitler
Folhapress
• A queda do Muro de
Berlim, há quase 20 anos,
foi o impulso que faltava
ao escritor Hans Magnus
Enzensberger, 79, para se
debruçar sobre um perso-
nagem histórico alemão
pouco conhecido: o general
Kurt von Hammerstein
(1878-1943), que se opôs à
ascensão de Hitler ao pos-
to de chanceler alemão. O
militar é tema do livro
"Hammerstein ou a vidos no atentado contra
Obstinação'', que Enzens-
berger veio lançar em São
Paulo, onde participa de
sexta a terça de três en-
contros.
Segundo o escritor,
peças do quebra-cabeça
histórico só foram desco-
bertas com a queda do
muro. Como o discurso,
achado em arquivos de
Moscou, em que Hitler
mostrou seus planos de
guerra aos generais na ca-
sa de Hammerstein.
"Eu não poderia ter
escrito o livro antes de
1989, porque as fontes
russas se tornaram acessí-
veis somente a partir do
governo Gorbachov'', conta
Enzensberger. O escritor
já se interessara pelo per-
sonagem nos anos 50, mas
não havia "clima'' político
para abordá-lo.
Hammerstein era re-
chaçado pela esquerda,
por ser um aristocrata; e
pela direita, que o conside-
rava um traidor da pátria.
Para Enzensberger, o ge-
neral tampouco era al-
guém que queria reconhe-
cimento: "Hammerstein
sempre se recusou a ser
um herói. Ele foi apenas, e
desde o início, contra o re-
gime. É o único alto oficial
a deixar seu cargo nas
Forças Armadas pois en-
tendeu, já em 1933, para
onde Hitler levaria a Ale-
manha.''
artistas locais divulgarem
seus trabalhos. "Permite tam-
bém aos apreciadores das
artes plásticas o contato com
as novas linguagens, tendên-
cias e criações", afirma. Há
mais de dez anos, o "Salão
de Artes de MS" não aconte-
cia. Muitos artistas sul-mato-
grossenses participaram das
edições anteriores e concor-
reram a vários prêmios da
época.
REPERCUSSÃO
É o caso do atual presi-
dente da Associação dos Ar-
tistas Plásticos de Campo
Grande, Jonir Figueiredo. Ar-
tista plástico há mais de 40
anos, foi premiado com o
quadro "Protótipo da Arte",
em 1998. Em outra edição fi-
cou em primeiro lugar na ca-
tegoria de desenho, que teve
na mesa de jurados o histo-
riador Frederico de Moraes,
considerado um dos maiores
críticos de arte da América
Latina.
"Ambos são produtivos
para a arte sul-mato-gros-
sense. O Salão de Artes do
Estado é uma linguagem
mais conceitual e a proposta
Enzensberger levou
três anos para escrever a
biografia de tintas literá-
rias: "A única parte fictícia
são as conversas com mor-
tos, forma que um histo-
riador acadêmico não po-
deria se permitir'', diz, re-
ferindo-se às entrevistas
fictícias com Hammerstein
e familiares.
Entre eles, duas de
suas filhas, ligadas a ju-
deus comunistas, que es-
pionaram para a Rússia
leninista. E dois de seus fi-
lhos, que estiveram envol-
Hitler encabeçado pelo co-
ronel Claus von Stauffen-
berg (1907-1944), há pouco
tempo vivido por Tom
Cruise no filme "Operação
Valquíria''.
"A mulher de Ham-
merstein e seus filhos
eram tão obstinados quan-
to ele. Embora as filhas te-
nham escolhido um cami-
nho mais radical, ele não
tinha nenhuma objeção à
postura delas. Isso é algo
incomum no meio da aris-
tocracia militar alemã.
Não conheço outro caso
parecido'', afirma.
CULTURA E POLÍTICA
O primeiro encontro
com Enzensberger aconte-
ce hoje, quando ele fala
sobre cultura e política
com Fernando Gabeira.
Boa chance para o intelec-
tual falar sobre o motivo
da recente recorrência do
tema da Segunda Guerra
em filmes como "A Fita
Branca'', vencedor da Pal-
ma de Ouro em Cannes, e
"Bastardos Inglórios'', de
Quentin Tarantino.
E no seu próprio li-
vro. "As catástrofes do sé-
culo 20 vão nos dar traba-
lho ainda por muitas dé-
cadas. E não apenas as
que se referem à Alema-
nha. Isso também vale pa-
ra as ditaduras latino-
americanas'', afirma.
ARTE E LAZER
Jonir, presidente da associação dos artistas plásticos da Capital, comemora realização de salões
da exposição municipal é
mais focada para a arte mais
trabalhada", ressalta Jonir.
"A idéia do salão municipal é
que os artistas mostrem as
belezas da cidade nos mais
variados olhares", acrescenta
o diretor-presidente da Fun-
dac, Athayde Nery.
A artista plástica Miska
ARTES CÊNICAS
Kátia Kuratone
• Chegou a vez dos municí-
pios de Laguna Carapã, Ja-
teí, Rio Brilhante e Doura-
dos receberem o projeto
"Circuito Sul-Mato-Grossen-
se de Teatro". Serão quatro
apresentações únicas, uma
em cada cidade, todas aber-
tas ao público.
Hoje, a comunidade de
Laguna Carapã poderá assis-
tir ao espetáculo infantil
"Maria Borralheira", do gru-
po Hendÿ. A apresentação
será a partir das 19 horas,
no salão paroquial Nossa Se-
nhora de Guadalupe. Ama-
nhã, o circuito para na cida-
de de Jateí. No local, a mes-
ma peça será encenada, a
partir das 19 horas, no Salão
do Convívio do município. O
espetáculo que relata a histó-
ria de uma menina órfã e
uma madrasta má, mescla
teatro, música e dança, de
forma leve e divertida.
No dia 14, Rio Brilhante
recebe o espetáculo "Dois
Perdidos Numa Noite Suja",
do Teatral Grupo de Risco
que tem o texto de Plínio
MÚSICA
Charme Chulo vem pela primeira vez à Capital
• Campo Grande vai receber
amanhã uma banda que
aposta na mistura de rock
inglês dos anos 80 com a mú-
sica caipira de raiz. A banda
Charme Chulo vem da cidade
de Curitiba (PR) para tocar
na Capital e dividir o palco
com os grupos Jennifer Mag-
nética, Facas Voadoras, Dimi-
tri Pellz e Gobstop na tercei-
ra edição da festa Bigornada.
O evento acontece no BarFly
e promove bandas do circuito
independente. Com o intuito
de ampliar a cena da música
autoral, a festa traz sempre
uma banda convidada de al-
gum lugar do Brasil. A Bigor-
nada começa às 23 horas. Os
convites custam R$ 7 anteci-
Thomé tem uma longa traje-
tória em produções cultu-
rais. Ao lado de artistas re-
nomados, como Henrique
Spengler, Ilton Silva, Hum-
berto Espíndola, entre ou-
tros, participou da sexta edi-
ção do "Salão de Arte de
MS", em 1986, e ganhou o
prêmio de melhor desenho
Os atores Emmanuel Mayer e Yago Garcia em cena no espetáculo "Dois Perdidos Numa Noite Suja"
Marcos, direção de Leandro
Melo e Roma Romã. Inte-
gram seu elenco Emmanuel
Mayer e Yago Garcia. A apre-
sentação, às 20 horas, acon-
tece na Câmara de Vereado-
res. No dia seguinte, os ato-
res viajam para Dourados,
onde às 19h30, no Teatro
Municipal de Dourados apre-
pados.
Charme Chulo já passou
por palcos de vários festivais
brasileiros como o Curitiba
Rock Festival, Ruído Festival
no Rio de Janeiro, Grito
Rock em Mato Grosso, entre
outros. Os integrantes do
Charme Chulo são Igor Filus
(vocal), Leandro Delmonico
(guitarra e viola caipira), Pe-
terson Rosário (baixo) e
Rony Gimenes (bateria). Com
três anos de duração, eles
possuem um EP chamado
"Volume I", com duas regra-
vações ("Piada Cruel" e "Poe-
sia Azeda").
Segundo Jean Albernaz,
representante do núcleo de
planejamento da festa, a ban-
O Estado de Mato Grosso do Sul •
Rodrigo Teixeira
em técnica mista. Atualmen-
te, a obra está no acervo
cultural do Museu de Arte
Contemporânea (MARCO).
"Hoje em dia, Mato
Grosso do Sul possui uma
lista de artistas que fazem
um trabalho interessante,
mais ligado à arte contempo-
rânea. Esse incentivo das
sentam a peça que retrata
valores materiais, passando
por agressividade e passivi-
dade dos dois personagens.
PROJETO
A segunda edição do
projeto selecionou onze espe-
táculos que irão circular pe-
da é uma mistura de influên-
cias. "É só imaginar o filho
bastardo do Morrissey com o
Almir Sater", conta Jean so-
bre a banda curitibana. Com
um estilo autêntico, a banda
sobe no palco com traje típi-
co da roça, com camisa xa-
drex. As honras da casa são
de responsabilidade das ban-
das campo-grandenses Jenni-
fer Magnética, Dimitri Pellz,
Gobstop e Facas Voadoras.
Para a noite de amanhã,
o trio roqueiro Jennifer Mag-
nética preparou um repertó-
rio inteiramente autoral. De
acordo com o vocalista Ro-
drigo Faleiros, as músicas da
banda já fazem parte da "vi-
da" de quem os acompanha.
19
fundações dão um suporte
bacana para a divulgação de
trabalhos", afirma Miska,
que vai se inscrever na ex-
posição estadual.
PREMIAÇÃO
Segundo a Fundação de
Cultura de Mato Grosso do
Sul serão escolhidos cinco
dos 20 artistas selecionados
que receberão um prêmio no
valor de R$ 8.000 cada. Os
demais artistas irão receber
um prêmio no valor de R$
1.000 cada um. O edital para
a exposição do "Salão de Ar-
tes de MS" está disponível no
site: www.fundacaodecultu-
ra.ms.gov.br.
Uma das exigências ne-
cessárias para o artista se
inscrever é selecionar as
obras que encaixem nas ca-
tegorias de desenho, pintura,
gravura, escultura, fotogra-
fia, objeto, instalação, vídeo-
arte e linguagens periféricas.
Para a exposição do "Salão
de Artes Municipal" será re-
passado o prêmio no valor de
R$ 2.500 para três artistas
que forem aprovados nas ca-
tegorias de fotografia, pintu-
ra e escultura.
Divulgação
las cidades do interior do Es-
tado, contabilizando um total
de 60 apresentações. No ano
passado, os dez grupos esco-
lhidos se apresentaram em
19 cidades, registrando um
público de 13 mil pessoas. O
projeto é realizado pela Fun-
dação de Cultura de Mato
Grosso do Sul.
"Tocaremos as quatro músi-
cas do 'Licopeno', mais algu-
mas do 'Placenta' e, se virar,
até algumas inéditas", afirma
o músico, referindo-se aos
dois álbuns da banda.
O Facas Voadoras tam-
bém se apresenta no palco
do BarFly. "Estaremos no
palco para representar o
rock dos anos 60 e 70 mes-
clado ao surf music", diz o
vocalista e também guitarris-
ta Leonardo Schmidt. As
bandas Dimitri Pellz e Gobs-
topper encerram a progra-
mação da noite. (CA)
SERVIÇO - O BarFly fica na Rua
José Eduardo, 201. Informações
www.bigornaproduções.com