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Fernando Pessoa Aconteceu-me do Alto do Infinito

Aconteceu-me do alto do infinito Esta vida. Atravs de nevoeiros, Do meu prprio ermo ser fumos primeiros, Vim ganhando, e travs estranhos ritos De sombra e luz ocasional, e gritos Vagos ao longe, e assomos passageiros De saudade incgnita, luzeiros De divino, este ser fosco e proscrito...

Caiu chuva em passados que fui eu. Houve plancies de cu baixo e neve Nalguma cousa de alma do que meu.

Narrei-me sombra e no me achei sentido. Hoje sei-me o deserto onde Deus teve Outrora a sua capital de olvido... http://www.revista.agulha.nom.br/fpessoa12.html

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