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Santarém
2008
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INSTITUTO POLITÉCNICO DE SANTARÉM
ESCOLA SUPERIOR AGRÁRIA DE SANTAREM
CURSO DE ENGENHARIA DA PRODUÇAO ANIMAL
Santarém
2008
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Índice Geral
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Índice de Figuras
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Índice de Quadros
5
Índice de Gráficos
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1. Introdução
Mesmo a passos apertados a produção europeia tem tido, graças à mudança dos
hábitos de consumo, um crescimento contínuo.
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Dados da Direcção-Geral de Veterinária (DGV) avançados à agência Lusa
indicam que «o nível de consumo da carne de aves em Portugal é o mais elevado entre
os países da União Europeia», representando a carne de frango uma fatia superior a 90
por cento dessa taxa de consumo. O sector avícola foi abalado nos últimos anos pela
crise dos nitrofuranos (substância cancerígena proibida) e da gripe das aves.
2. Objectivo
O objectivo deste trabalho, desenvolvido no âmbito da Unidade Curricular de
Avicultura, visou o acompanhamento de um bando para a produção de frangos de carne
(Broiler) (Fig. 1), com a várias etapas de maneio, desde da recepção do “pinto do dia”
até à saída para o matadouro.
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A cadeia de produção teve que se ir adaptando constantemente, traduzindo-se
num desenvolvimento espectacular. A produção intensiva de frango inclui várias etapas,
desde a selecção dos animais até ao abate, transformação e consumo (Fig. 2).
Frangas em
De 0 a +/- 20 semanas
Cria – Recria
Frangos de carne
Centro de abate
Corte/Transformação/Consumo
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Parâmetros de aceitabilidade
Distribuída uniformemente, 5 a 10 cm de espessura, bem seca,
Cama devendo estar à temperatura ambiente do pavilhão (entre 30oC a
32oC)
Comedouros Comedouros de 1ª idade (bandejas), distribuídos uniformemente
1ª idade pela área de recepção em quantidade 10 comedouros por cada
1000 pintos (no mínimo).
a) Tipo Campânula (1ª idade)
Utilização de 10 bebedouros por cada 1000 pintos, distribuídos
uniformemente.
Posicionados à altura do dorso dos pintos, com o nível da água
0,5 cm abaixo do bordo superior dos bebedouros.
b) Tito Pipeta
Bebedouros Entre 30 e 40 aves por pipeta, conforme a estação do ano e as
recomendações do fabricante.
No 1º dia as pipetas devem estar á altura dos olhos das aves e a
partir do 2º dia devem formar um ângulo de 45o com o
pavimento.
A pressão da água deve ser suficiente para formar uma gota na
ponta da pipeta.
Recomenda-se a temperatura ambiental de 29oC com +/- 3oC de
intervalo de tolerância, para o sistema de aquecimento com calor
focal.
Temperatura do Caso se trate de outro tipo de aquecimento, deve-se aumentar a
pavilhão temperatura ambiental entre 1 a 3oC, mantendo a mesma
tolerância.
Verificação controlada através de termómetros posicionados à
altura das aves.
Humidade relativa aconselhável 60% com um intervalo de
tolerância de +/- 20%.
Verificação controlada através de um higrómetro posicionado no
Humidade interior do pavilhão, de preferência no centro do pavilhão.
Relativa Humidade relativa superior a 80% pode provocar a condensação,
principalmente nas paredes, nas tubagens e nos plásticos.
Humidade relativa inferior a 40% pode aumentar a existência de
pó e dar a sensação de ar muito seco.
A ventilação adequada é aquela que permite manter os
parâmetros de temperatura e humidade estabelecidos para a
Ventilação recepção das aves.
Os valores de ventilação dependem das instalações e dos
equipamentos disponíveis.
No espaço reservado à zona de recepção é importante não
existirem pontos de sombra.
Iluminação È aconselhável 24 horas de luz com uma intensidade de 20 lux
Continuação … medidos por um luxímetro e registado na ficha técnica, ou menos
quando aconselhado pela equipa técnica.
A ração consumida nesta 1ª fase deve ser na forma de farinado
Continua… ou migalha e de fácil ingestão.
Ração As partículas devem apresentar uma dimensão adequada,
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recomendando-se ração 104-N-FA-BIO distribuída pelos pratos
de 1ª idade duas vezes ao dia, no mínimo.
Continua…
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Continuação …
As jaulas e a viatura devem estar devidamente higienizadas e
desinfectadas antes do transporte;
As jaulas devem permitir uma correcta visualização dos animais,
dispondo estes de espaço suficiente para se manterem de pé na
posição natural e a sua construção deve permitir proteger as aves
das intempéries e variações climatéricas;
O carregamento das jaulas para cima da viatura deve ser feito de
Transporte de forma a evitar contusões nos animais;
aves para abate No verão deve utilizar meios de ventilação para refrescar as aves
já enjauladas, durante o processo de carga e enquanto aguardam
o abate;
No Inverno, use uma protecção na parte da frente da caixa do
veículo antes da 1ª fila de jaulas, para minimizar os efeitos do
frio durante o transporte. Nos períodos de chuva proteja as aves
com uma lona;
No matadouro, enquanto aguarda o abate proteja as aves das más
condições climatéricas;
A viatura deve estar licenciada para o transporte de aves vivas.
(Adaptado de Socampestre, 2006).
4. Medidas de Biossegurança
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4. Avaliação da qualidade microbiológica e química da água para consumo das
aves, com auditorias e análises programadas ao sistema de tratamento, depósitos
e circuito de distribuição.
10. Cumprimento integral dos registos obrigatórios por lei durante a produção.
12. Manter os animais domésticos (cães, gatos, etc) fora das instalações avícolas.
13. Garantia quanto à proveniência e estado sanitário das aves: o criador deve
adquirir aves provenientes de exploração autorizada com o certificado sanitário.
15. Encaminhamento dos resíduos das camas de forma controlada para sistemas que
garantem a descontaminação (compostagem) e utilização em agricultura
biológica.
16. Destruição por incineração, ou outro meio autorizado para o efeito, de cadáveres
de aves encontradas mortas nas instalações.
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18. O vazio sanitário determinado pelos veterinários é escrupulosamente cumprido.
22. Proibição da produção de quaisquer outras aves aos produtores associados, para
evitar possíveis contágios.
23. Proibição de criação de aves por funcionários que trabalhem nas explorações
avícolas.
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A exploração pertencente a Escola Superior Agrária de Santarém, situa-se na
Quinta do Bonito em S. Vicente do Paul, concelho de Santarém. A Quinta do Bonito é
uma propriedade com 120 hectares, com instalações para salas de aula e residências,
sala de refeições, pavilhões de suínos, coelhos e aves (Fig. 3). Mantém ainda um
núcleo, a campo, de porcos de raça Bisara.
A instalação engloba: o pavilhão principal dos frangos, o silo, a caldeira que era
o antigo sistema de aquecimento e um armazém para material.
a b c d
a
Proporcionam menor claridade, tornando o ambiente mais calmo.
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Figura 4: a- Caldeira; b- Tecto de Poliuretano Projectado; c- Depósito de água; d-
linhas de comedouros e bebedouros
5.2.1.1- Ventilação
5.2.1.2- Iluminação
Figura 7: Criadeira
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aproximadamente 2ºC por semana, até que na última semana as aves já estavam com
uma temperatura de 23,4ºC,
(Apêndice 1).
5.2.1.4- Humidade
A verificação da humidade efectuou-se, através do higrómetro (Fig.9),
posicionado no interior e centro do pavilhão. Ao longo destas 5 semanas a humidade
variou, situando-se na 1ª semana nos 50%, 2ª semana nos 70% e
depois estabilizando até a última semana entre 67-68% de
humidade. Esta não deve estar acima do 80%, pois pode
provocar a condensação, principalmente nas paredes, tubagens e
nos plásticos, nem abaixo dos 40 %, pois pode aumentar a
existência de pó e dar a sensação de ar muito seco.
5.3. Animais
Os frangos pertencem ao lote F10689, e são daFigura
estirpe9:Ross.
Higrómetro situado no centro do pavilhão
Características:
Pintos provenientes de ovos com mais de 40 gramas, com vitalidade,
bem cicatrizados e sem defeitos físicos.
Embalagem:
Caixotes de plástico reutilizável, cada um com 100 pintos. Em cada embalagem acresce
2% de bónus para colmatar eventuais erros de triagem e contagem.
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Condições de maneio:
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Figura 11: Organigrama do Grupo Valouro
Fonte: http://www.avibom.pt/Organograma.pdf
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6) Maneio efectuado no Efectivo Avícola
6.1) Recepção dos pintos
6.1.1) Preparação da cama
O material utilizado para a cama era de boa qualidade, pois satisfez os requisitos
de absorção da humidade, de biodegradabilidade, de comodidade e limpeza, e continha
um nível baixo de pó, não provocando por isso problemas respiratórios.
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6.1.2) Preparação para a chegada dos
pintos do dia
Apenas se utilizou metade do pavilhão (ninho) para a recepção dos pintos, que
corresponde a cerca de 10 metros. O pavilhão foi dividido com plástico.
a b c d
e f
2
inspecção visual da qualidade dos pintos tendo em conta factores importantes como: se, se encontram
vigorosos e activos; bico seco e plumagem solta; olhos brilhantes e redondos; umbigo completamente
fechado e cicatrizado; patas brilhantes, bem hidratadas e escorregadias ao tacto; articulações bem
formadas e se continham deformações visíveis
Figura 13 – Chegada dos pintos ao pavilhão e distribuição dos pintos pelo pavilhão
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6.2) Maneio Alimentar
Sistema de abeberamento:
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Sistema de alimentadores:
A ração 104, foi consumida desde do 1º até ao 18º dia, sob a forma de migalha
para facilitar a sua ingestão, sendo depois alterada para a ração 115 do 18º dia até um
dia antes do abate, apresentando-se sob a forma de granulado.
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Figura 16: Comedouros de pratos em linha
6.3) Pesagens
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Vacina D78 (Vacina viva liofilizada contendo a amostra intermediária purificada
D78 do vírus da doença de Gumboro) – Foram adicionadas 5000 doses à água
de bebida;
Programa de desratização:
As janelas do pavilhão eram revestidas com rede para evitar a entrada de insectos e
aves, agentes que podem levar à contaminação do bando.
O processo de apanha foi efectuado durante a noite (21 h) altura em que as aves
se encontravam menos activas.
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7) Biossegurança
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8) Resultados Produtivos de Exploração e discussão
Eficácia Alimentar = Peso Vivo Total (Kg) / Consumo Alimento Total (kg)
5,420 Kg/ 8160 = 0,664 Kg
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8.1) Mortalidade
Animais
15
30-Out 2 11
31-Out 20 12 Mort.
01-Nov 0 13 10
02-Nov 0 14
03-Nov 0 15 5
04-Nov 2 16
05-Nov 1 17
06-Nov 0 18 0
07-Nov 0 19
-1 09
-1 09
-1 09
-1 09
-1 09
-1 09
-1 09
-1 09
-1 09
-1 09
-1 09
-1 09
-1 09
-1 09
-1 09
09
22 - 20
24 - 20
26 - 20
28 - 20
30 - 20
01 - 20
03 - 20
05 - 20
07 - 20
09 - 20
11 - 20
13 - 20
15 - 20
17 - 20
19 - 20
20
08-Nov 0 20
1-
0
1
09-Nov 0 21
-1
20
10-Nov 0 22
11-Nov 3 23 Dias
12-Nov 0 24
13-Nov 0 25
14-Nov 1 26 Gráfico 1- Gráfico da Mortalidade
15-Nov 14 27
16-Nov 0 28
17-Nov 0 29
18-Nov 1 30
19-Nov 1 31
Total: 121
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Quadro 3- Mortalidade
Na análise ao gráfico anterior, foram registados os seguintes dados de mortalidade:
Na primeira semana houve uma mortalidade máxima de 18 pintos/dia, tendo
ocorrido no 4º e 5º dia. (Defeituosos e ainda maioria por não ingestão de
alimento).
(atrasos de crescimento)
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8.2) Curva de Crescimento
Tempo Peso
(Dia) (Kg)
1 0,04
5 0,093
10 0,222
19 0,625
27 1,31
31 1,555
Curva de Crescimento
1,8
1,6
1,4
1,2
Peso (Kg)
1
Peso (Kg)
0,8
0,6
0,4
0,2
0
0 5 10 15 20 25 30 35
Tempo (Dias)
No primeiro dia, que corresponde ao dia da recepção dos pintos, este apresentam
um peso de 0,04 Kg.
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9) Conclusão
À que salientar ainda o facto de ter existido um erro na contagem dos pintos do
dia, na exploração de multiplicação (sendo este um erro habitual na contagem
automática), sendo esse numero superior ao declarado folha de fecho de bando.
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10) Bibliografia
www.socampestre.com;
www.interaves.pt.
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