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2° Trabalho Experimental
PÊNDULO DE TORÇÃO
2- INTRODUÇÃO TEÓRICA
2.1- O PÊNDULO DE TORÇÃO
O pêndulo de torção consiste em um disco, suspenso por um fio que passa por um eixo em
seu centro de massa. Nesse fio pode-se prender algumas peças com pesos, que forçaram o fio para
baixo, fazendo o disco rodar. Pelo esquema abaixo podemos entender melhor a configuração de um
pêndulo de torção: Na posição de equilíbrio do disco, uma linha radial OP é traçada. Fazendo-se o
disco girar, de modo que OP coincida com OQ, o fio de suspensão sofrerá uma torção e exercerá
um torque sobre o disco, de modo a faze-lo voltar à posição de equilíbrio (Vide Figura 1).
Esse torque é proporcional ao ângulo de giro e quando o ângulo é pequeno pode-se tomar o
torque pela fórmula:
τ = −k ⋅ φ (1)
Conclui-se assim que este é um Movimento Harmônico Angular, e seu deslocamento angular
é dado por:
θ = θ máx . cos( wt + δ) (3)
dθ
T = − R. → T = − R.v (4)
dt
2
Onde, R é a constante de amortecimento.
Pela expressão (4) acima podemos observar que a força de amortecimento é proporcional a
velocidade, porém com o sentido oposto.
Se temos uma oscilação subcrítica (ou seja, o valor de R é pequeno), a equação horária do
movimento é dada por:
θ = θ máx . e − γt cos( wt + δ) (5)
1 2 (6)
E mec = I w 2 θ máx ( t )
2
3- MATERIAL UTILIZADO
Para realização desse experimento foram utilizados os seguintes materiais:
Emissor de Laser
Disco de Torção
Espelho com anel de fixação
Tensor de cordas
Fio de constantan
Fio de seda
Anteparo com escala graduada
Três hastes para sustentação do disco (armação)
Duas Roldanas
Gancho porta-pesos
Pequenas peças de metal (pesos)
Cinco fixadores de mesa
Becker com óleo
Paquímetro
Trena
Balança
Cronômetro analógico
4- PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
4.1- DISCO GIRANDO LIVREMENTE
Foi determinada a massa do disco que foi utilizada como pêndulo de torção. Esse disco fica
suspenso pelo fio de constantan. O disco foi ajustado na altura pelo tensor de cordas, a fim de que
ficasse em posição horizontal em relação as roldanas.
Um outro fio, com extremidades unidas, fica preso ao eixo central do disco. Esse fio foi
enrolado de modo a dar três voltas no eixo central, sendo enrolado de modo a tracionar o fio pelo
mesmo lado.
Para a medição do ângulo de torção foi utilizado um método ótico, no qual um emissor de
laser que disparava em direção ao eixo do disco, na qual estava preso um espelho. O feixe laser
refletia-se no espelho e indicava uma posição na escala graduada, que foi anotada. Ajustou-se o
laser para que ficasse perpendicular a escala. Foi medida também a distância entre a escala e o
3
espelho. As posições do emissor de laser e da escala foram marcadas, a fim de que se houvesse
algum problema, fosse possível recolocar os equipamentos em suas posições originais.
Após esse ajuste, colocou-se cinco massas diferentes, uma de cada vez, e anotou-se o
deslocamento do feixe laser na escala para cada uma das massas. Feito esses passos, foi feita uma
tabela com os valores referentes a tal procedimento (Vide Tabela 1).
Com a equação (7) foram calculadas as forças de tensão responsáveis pelo giro do eixo, que
serão dispostas em uma tabela no item 6 (Vide Tabela 2).
A incerteza da força foi calculada usando:
4
2 2 2
∂T ∂T ∂T
∆T = ⋅ ∆m + ⋅ ∆g + ⋅ ∆θ , como não existe incerteza de g, temos :
∂m ∂g ∂θ
2 2 2
∂T ∂T ∂T g
∆T = ⋅ ∆m + ⋅ ∆θ → ∆T = ⋅ ∆m → ∴ ∆T = ± ⋅ ∆m
∂m ∂θ ∂m 2.Senθ (8)
Como as incertezas para os ângulos foram muito altas devido à precariedade das leituras feitas
em laboratório, essa parcela foi excluída da incerteza para a força, visto que este fato acarretaria
muito o valor da incerteza da força T.
A incerteza encontrada para a força foi de:
∴ ∆T = ± 0,2752 (.10 -3 N)
É importante lembrar que a incerteza para cada ângulo é diferente, porém adotamos a de
maior valor para todos as forças, já que esta englobaria todas as outras incertezas menores sem
perigos de erros mais graves nos cálculos.
2 2 2 2
∂τ ∂τ ∂τ ∂τ
∆τ = ⋅ ∆m + ⋅ ∆g + ⋅ ∆R + ⋅ ∆θ
∂m ∂g ∂R ∂θ (9)
Como a gravidade é uma constante e não tem incerteza, podemos desconsiderar a sua parcela.
No caso da parcela referente ao raio R, a incerteza é muito pequena, já que o paquímetro utilizado
para a medida do diâmetro do disco era de alta precisão, fazendo com que o valor dessa parcela
fosse irrelevante para o cálculo em questão.
E no caso da parte do ângulo θ não é considerado porque é muito grande (± 5º) de modo que
esse valor afetaria muito o cálculo da incerteza do torque.
Portanto, com as devidas considerações, a fórmula simplificada para a incerteza do torque é
dada por:
2 2
∂τ 1
∆τ = ⋅ ∆m → ∆τ = ⋅ g ⋅ R ⋅ ∆m
∂m Senθ
1
∴ ∆τ = ⋅ g ⋅ R ⋅ ∆m → ∴ ∆τ = ± 0,232 (.10 -4 N / m)
Senθ
É importante lembrar que a incerteza para cada ângulo é diferente, porém adotamos a de
5
maior valor para todos os torques.
Os valores calculados para o torque e para as forças de tensão assim como as suas respectivas
incertezas estão relacionados na Tabela 2 no item 6 (Vide Tabela 2).
2 2 2 2
∂φ ∂φ d x
∆φ = ⋅ ∆x + ⋅ ∆d → ∆φ = ⋅ ∆x + − ⋅ ∆d (11)
∂x ∂d 2(d + x ) 2(d + x )
2 2 2 2
Onde: ∆x = 1,0 .10 (m)
-2
∆d = 0,5.10-3 (m)
∴ ∆φ = ± 0,00957 (rad)
Calculando a incerteza para cada ângulo, foi adotada a incerteza de maior valor para todos os
valores de ângulo de torção (Vide valores na Tabela 2).
(
∴ ∆r = ± 1,3545 10 −3. Nm
rad
)
6
Assim como os valores feitos anteriormente, as incertezas são diferentes, porém utilizamos
para todos os valores a maior delas (Vide valores na Tabela 2).
Se fossem enroladas em um sentido diferente (Vide Figura 5), as duas forças se anulariam,
não fazendo o eixo girar.
P P
F= − =0 (15)
2 2
Ou seja, resultaria em uma força T nula.
Translação: Rotação:
x Deslocamento Linear φ Deslocamento Angular
F Força do Deslocamento Linear τ Força do Deslocamento Angular
Na relação (1) a força também é restauradora, ou seja, tende a levar o sistema ao ponto de
equilíbrio, o que implica a existência de um sinal negativo.
7
A constante de proporcionalidade (k), como pode-se observar através do gráfico τ x φ (Vide
Gráfico 1 em anexo), forma uma reta. Isso nos indica que seu valor é a razão entre o Torque e o
Ângulo de Torção, que já foi calculado no item anterior. Por isso, adotaremos para a constante k, a
média aritmética entre os valores das razões encontradas. Assim, temos:
τ
r= =k → k = Média r
φ
∴ k = (3,756 ± 1,355).10 -3 ( Nm/rad)
Essa constante que acabamos de encontrar fisicamente representa a constante de torção que
depende das características do tipo de fio utilizado na experiência.
2 2
∂τ ∂τ
∆τ = ⋅ ∆k + ⋅ ∆φ → ∆τ = ( − φ ⋅ ∆k ) 2 + ( − k ⋅ ∆φ) 2
∂k ∂φ (9)
∴ ∆τ = 1,0848 (⋅10 -4 N.m)
As incertezas foram calculadas para cada torque. E mais uma vez adotaremos a maior delas
para todos os valores. Apresentaremos esses valores de torques em função do ângulo de torção em
uma nova tabela no item 6 (Vide Tabela 4).
Comparando os valores do torque da Tabela 2 com os valores da mesma grandeza, porém em
função do ângulo de torção na Tabela 4, percebemos que tais valores são bem próximos. Os valores
da Tabela 4 são mais precisos devido ao valor da incerteza. Concluímos que isso ocorre porque
estes últimos valores foram encontrados a partir do gráfico τ x φ, enquanto que os valores obtidos
em função do ângulo, uma vez que passaram por uma série de cálculos que podem carregar erros
além dos erros da medição.
8
1 x
φ= arc tg (10)
2 d
Os ângulos de torção foram calculados e serão dispostos em tabela no item 6 (Vide Tabela 6).
As incertezas foram calculadas pela fórmula:
2 2 2 2
∂φ ∂φ d x
∆φ = ⋅ ∆x + ⋅ ∆d → ∆φ = ⋅ ∆x + −
2( d 2 + x 2 ) ⋅ ∆d
∂x ∂d 2 ( d 2
+ x 2
)
Onde: ∆x = 1,0 .10-2 (m)
∆d = 0,5.10-3 (m)
∴ ∆φ = ± 0,01427 (rad)
A incerteza será representada pela maior incerteza encontrada, abrangendo assim todos os
pontos.
Logo,
I=23,810(4).10-4 (17)
Adotamos para incerteza do período ∆P = ±0,20 segundos, temos o seguinte valor para o
momento de inércia:
I= 23,810(4) +_3,292(4) (10-4 Kgm2)
9
M é massa representativa do sistema em estudo.
Portanto, o raio de giração é:
G = 23,810.10-4 G = 8,227(3).10-2
289,4.10-4
A reta é a chave da analise gráfica, por ser a única função em que o expoente da variável
independente fica conhecido por mera inspeção, dessa maneira devemos linearizar a expressão
acima, para que a mesma possa ser representada em papel monolog (Vide Gráfico 2 em anexo).
ln θ = ln (θo . e − γt )
ln θ = ln θo + ln e − γt
ln θ = ln θo − γt + ln e
ln θ = ln θo − γt
Adota-se dois pontos escolhidos no gráfico, distantes o máximo possível para que x possa ser
calculado, logo:
P1= (4,0 ; 0,210)
P2= (40,0 ; 0,002)
10
ln θ1 = ln θo − γ t1 ln(0,210) = ln θo − γ (4,0)
− (ln θ2 = ln θo − γ t 2) − ln(0,002) = − ln θo + γ (40,0)
→
ln θ1 − ln θ2 = γ ( t 2 − t1 ) ln(0,210) − ln(0,002) = γ (40,0 − 4,0)
(23)
ln(0,210) − ln(0,002)
γ= → γ = 0,1292(8)
40,0 − 4,0
A média é o valor que melhor representa uma distribuição. Assim obtemos a média aritmética
do ângulo de torção θo, que é obtida pela fórmula abaixo:
θ1 + θ2 → = 0,352(2) (rad)
θo = θo (25)
2
Logo, a equação geral do movimento pode ser dada por:
1
E = K. θo 2 . e − 2 γt (29)
2
11
Onde: K é o coeficiente de torção
θo é a amplitude máxima
γ é uma constante
t é o tempo gasto, variável.
Com esta equação, do tempo em função da Energia mecânica, é possível calcular o tempo
gasto pelo pêndulo para perder 50 % de sua energia mecânica:
Para 1 E m ⇒ t 1 E = 6,72 (s)
2 2 m
De forma análoga, o tempo que o pêndulo gasta para perder 75 % de sua energia mecânica:
Para 3 E m ⇒ t 3 E = 9,40 (s)
4 4 m
6- TABELAS E OBSERVAÇÕES
6.1- DADOS COLETADOS E VALORES CALCULADOS PARA PRIMEIRA PARTE
12
Abaixo estão relacionados os dados coletados na primeira parte da experiência, onde foi
observado o pêndulo de torção girando livremente. Foram coletados os valores das massas e seus
respectivos deslocamentos:
13
DADOS PARA O COEFICIENTE DE TORÇÃO
Massa Deslocamento Ângulo
-3
m±∆m (10 .kg) -2
x±∆x (10 .m) θ ±∆θ ( º )
0,50 ± 0,05 8,0 ± 1,0 63 ± 5
1,00 ± 0,05 10,0 ± 1,0 65 ± 5
1,40 ± 0,05 17,0 ± 1,0 67 ± 5
1,90 ± 0,05 26,0 ± 1,0 68 ± 5
2,25 ± 0,05 31,0 ± 1,0 71 ± 5
-2
Distância do Espelho à Escala: ( 51,0± 1,0) . 10 (m)
Diâmetro do Eixo de Rotação: (8,422 ± 0,001) . 10-2 (m)
Massa do Disco: (289,4 ± 0,1) . 10-3 (kg)
Tabela 1- Valores coletados para Pêndulo de Torção Livre
Abaixo temos a tabela 2 com os valores das grandezas calculadas através dos cálculos já
explicados no item 5.
Os dados abaixo foram utilizados para confecção do gráfico τ x φ (Vide Gráfico 1), como já
foi dito, esse gráfico nos fornece o valor da constante de torção para o fio usado.
A próxima tabela (4) está apresentando os valores do torque em função do ângulo de torção:
14
TORQUE EM FUNÇÃO DO ÂNGULO DE TORÇÃO
Torque Ângulo de Torção
τ ±∆τ (10 .Nm)
-4
φ ±∆φ (rad)
2,09(7) ±1,08(5) 0,077(8)± 0,009(6)
2,60(9) ±1,08(5) 0,096(8) ± 0,009(6)
4,33(6) ±1,08(5) 0,160(9) ± 0,009(6)
6,35(3) ±1,08(5) 0,235(7) ± 0,009(6)
7,36(0) ±1,08(5) 0,273(1) ± 0,009(6)
Tabela 4- Torques em Função do Ângulo de Torção
MOVIMENTO OSCILÁTORIO
Fração do Período Tempo Deslocamento Máximo
P (s-1) t±∆t (s) x±∆x (10-2.m)
1 0.5 2,50 ± 0,20 22,0 ± 1,0
2 1,0 5,00 ± 0,20 20,0 ± 1,0
3 1,5 7,50± 0,20 16,0 ± 1,0
4 2,0 10,0 ± 0,20 15,0 ± 1,0
5 2,5 12,5 ± 0,20 12,0 ± 1,0
6 3,0 15,00 ± 0,20 11,0 ± 1,0
7 3,5 17,50 ± 0,20 9,0 ± 1,0
8 4,0 20,00± 0,20 8,0 ± 1,0
9 4,5 22,50± 0,20 6,0 ± 1,0
10 5,0 25,00± 0,20 6,0 ± 1,0
11 5,5 27,50± 0,20 5,0 ± 1,0
12 6,0 30,00± 0,20 5,0 ± 1,0
13 6,5 32,50± 0,20 4,0 ± 1,0
14 7,0 35,00± 0,20 4,0 ± 1,0
15 7,5 37,50± 0,20 3,0 ± 1,0
16 8,0 40,00± 0,20 2,0 ± 1,0
Tabela 5- Valores coletados para Movimento Oscilatório com Viscosidade
Adotamos para a incerteza do tempo ± 0,20 segundos, o valor final do período é dado por:
15
P = (3,00 ± 0,20) segundos. Assim, multiplicando-se esse valor pelas frações, conseguimos o
tempo gasto para cada oscilação.
Com os dados de tempo e ângulo da tabela 6 abaixo, foi traçado o gráfico φ x t (Vide
Gráfico 2 em anexo).
16
16 40,00± 0,20 2,0 ± 1,0 0,0152 ± 0,014(3)
8- BIBLIOGRAFIA
NUSSENZVEIG, H.M., Curso de Física Básica. S.Paulo, E. Blucher, 1983, v.2.
RESNICK e R. HALLIDAY, D., Física. Rio de Janeiro, LTC, 1983, v.2.
ANEXO
Gráfico 1
17
0,90
0,85
0,80
0,75
0,70
0,65
0,60
0,55
Ângulo
0,50
0,45
0,40
0,35
0,30
0,25
0,20
0,15
0,10
0,05
0,00
-0,05
0,0005 0,0010 0,0015
Torque
Gráfico 2
18
0,1
log θ [rad]
0,01
1E-3
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
T [s]
19
20