You are on page 1of 20

Instituto de Ciências

Departamento de Física e Química


Laboratório de FIS-02

2° Trabalho Experimental
PÊNDULO DE TORÇÃO

Turma Número Nome Assinatura


11568 Felipe Henrique da Silva
Gomes
P 41 11579 Juan Felipe P. Melo
11582 Bruno Santos Goulart
1- OBJETIVO
O objetivo desta experiência foi de demonstrar que o torque aplicado a um pêndulo de torção
é proporcional ao seu ângulo de torção. E relacionar o mecanismo de perda de energia do sistema
estudado com a diminuição da amplitude do movimento do pêndulo.

2- INTRODUÇÃO TEÓRICA
2.1- O PÊNDULO DE TORÇÃO
O pêndulo de torção consiste em um disco, suspenso por um fio que passa por um eixo em
seu centro de massa. Nesse fio pode-se prender algumas peças com pesos, que forçaram o fio para
baixo, fazendo o disco rodar. Pelo esquema abaixo podemos entender melhor a configuração de um
pêndulo de torção: Na posição de equilíbrio do disco, uma linha radial OP é traçada. Fazendo-se o
disco girar, de modo que OP coincida com OQ, o fio de suspensão sofrerá uma torção e exercerá
um torque sobre o disco, de modo a faze-lo voltar à posição de equilíbrio (Vide Figura 1).

Figura 1 –Esquema de um Pêndulo de Torção

Esse torque é proporcional ao ângulo de giro e quando o ângulo é pequeno pode-se tomar o
torque pela fórmula:
τ = −k ⋅ φ (1)

Onde, k é o coeficiente de torção e é dependente do fio utilizado. Pode-se notar a semelhança


da equação (1) com a força restauradora de uma mola pela Lei de Hooke:
→ →
F = −K. x (2)

Conclui-se assim que este é um Movimento Harmônico Angular, e seu deslocamento angular
é dado por:
θ = θ máx . cos( wt + δ) (3)

Onde, θmáx é o deslocamento angular máximo (amplitude)


(wt + δ) é a fase do movimento
δ é a fase inicial do movimento (t = 0s)

2.2- OSCILAÇÕES AMORTECIDAS


Em oscilações amortecidas, as forças sofrem perda de energia mecânica, fazendo com que as
oscilações a se extinguirem gradualmente. No caso do pêndulo atuar em um disco que esteja em
um líquido viscoso, este líquido causará um torque no pêndulo que causará um amortecimento. O
toque nesse caso será dado por:


T = − R. → T = − R.v (4)
dt

2
Onde, R é a constante de amortecimento.
Pela expressão (4) acima podemos observar que a força de amortecimento é proporcional a
velocidade, porém com o sentido oposto.
Se temos uma oscilação subcrítica (ou seja, o valor de R é pequeno), a equação horária do
movimento é dada por:
θ = θ máx . e − γt cos( wt + δ) (5)

Onde, γ = R/I e I sendo momento de inércia do disco.

A energia mecânica do movimento é dada por:

1 2 (6)
E mec = I w 2 θ máx ( t )
2

3- MATERIAL UTILIZADO
Para realização desse experimento foram utilizados os seguintes materiais:
 Emissor de Laser
 Disco de Torção
 Espelho com anel de fixação
 Tensor de cordas
 Fio de constantan
 Fio de seda
 Anteparo com escala graduada
 Três hastes para sustentação do disco (armação)
 Duas Roldanas
 Gancho porta-pesos
 Pequenas peças de metal (pesos)
 Cinco fixadores de mesa
 Becker com óleo
 Paquímetro
 Trena
 Balança
 Cronômetro analógico

4- PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
4.1- DISCO GIRANDO LIVREMENTE
Foi determinada a massa do disco que foi utilizada como pêndulo de torção. Esse disco fica
suspenso pelo fio de constantan. O disco foi ajustado na altura pelo tensor de cordas, a fim de que
ficasse em posição horizontal em relação as roldanas.
Um outro fio, com extremidades unidas, fica preso ao eixo central do disco. Esse fio foi
enrolado de modo a dar três voltas no eixo central, sendo enrolado de modo a tracionar o fio pelo
mesmo lado.
Para a medição do ângulo de torção foi utilizado um método ótico, no qual um emissor de
laser que disparava em direção ao eixo do disco, na qual estava preso um espelho. O feixe laser
refletia-se no espelho e indicava uma posição na escala graduada, que foi anotada. Ajustou-se o
laser para que ficasse perpendicular a escala. Foi medida também a distância entre a escala e o

3
espelho. As posições do emissor de laser e da escala foram marcadas, a fim de que se houvesse
algum problema, fosse possível recolocar os equipamentos em suas posições originais.
Após esse ajuste, colocou-se cinco massas diferentes, uma de cada vez, e anotou-se o
deslocamento do feixe laser na escala para cada uma das massas. Feito esses passos, foi feita uma
tabela com os valores referentes a tal procedimento (Vide Tabela 1).

4.2- DISCO GIRANDO AMORTECIDO


Na segunda parte da experiência, foi feito um ajuste similar ao do item 4.1. Entretanto o eixo
inferior do disco foi mergulhado no becker com óleo, o qual fez o papel de dissipador de energia do
pêndulo, que ao invés de girar livremente, obteve um movimento de rotação amortecido pelo atrito
com o fluído viscoso.
Medimos o tempo gasto pelo disco para completar cinco oscilações completas, obtendo-se
assim o período do movimento.
Dando ao disco uma pequena torção, mediu-se o deslocamento máximo à esquerda e à direita
do ponto de equilíbrio durante oito oscilações consecutivas. Com os dados montamos uma tabela
referente ao movimento de oscilação agora com o atrito do óleo. (Vide Tabela 2)

5- CÁLCULOS E ANÁLISE DOS RESULTADOS


5.1- DISCO GIRANDO LIVREMENTE

5.1.1- CÁLCULO DAS FORÇAS E TORQUES


A força de tensão que faz o disco girar sofre influência da aceleração da gravidade e do
ângulo formado pelo fio de seda. A figura abaixo ilustra a situação das forças exercida no sistema
massa-fio-eixo do pêndulo livre (Vide Figura 2).

Figura 2 –Esquema das Forças num Pêndulo de Torção Livre

Assim, temos que:


T.Senθ + T.Senθ = P
m.g (7)
∴T =
2.Senθ
Onde: g = 9,80665
m = Massa
θ = Ângulo

Com a equação (7) foram calculadas as forças de tensão responsáveis pelo giro do eixo, que
serão dispostas em uma tabela no item 6 (Vide Tabela 2).
A incerteza da força foi calculada usando:

4
2 2 2
 ∂T   ∂T   ∂T 
∆T =  ⋅ ∆m  +  ⋅ ∆g  +  ⋅ ∆θ  , como não existe incerteza de g, temos :
 ∂m   ∂g   ∂θ 
2 2 2
 ∂T   ∂T   ∂T  g
∆T =  ⋅ ∆m  +  ⋅ ∆θ  → ∆T =  ⋅ ∆m  → ∴ ∆T = ± ⋅ ∆m
 ∂m   ∂θ   ∂m  2.Senθ (8)

Como as incertezas para os ângulos foram muito altas devido à precariedade das leituras feitas
em laboratório, essa parcela foi excluída da incerteza para a força, visto que este fato acarretaria
muito o valor da incerteza da força T.
A incerteza encontrada para a força foi de:

∴ ∆T = ± 0,2752 (.10 -3 N)

É importante lembrar que a incerteza para cada ângulo é diferente, porém adotamos a de
maior valor para todos as forças, já que esta englobaria todas as outras incertezas menores sem
perigos de erros mais graves nos cálculos.

Para o cálculo dos torques foi usada a seguinte fórmula:


m.g.R
τ= (8)
Senθ
Onde: m é a massa
R é o raio do eixo de rotação
g é aceleração da gravidade

O valor de R é dado por:


D 8,422
R= = = 4,211 (.10 −3 m)
2 2

Para o cálculo da incerteza do torque foi utilizada a seguinte fórmula:

2 2 2 2
 ∂τ   ∂τ   ∂τ   ∂τ 
∆τ =  ⋅ ∆m  +  ⋅ ∆g  +  ⋅ ∆R  +  ⋅ ∆θ 
 ∂m   ∂g   ∂R   ∂θ  (9)

Como a gravidade é uma constante e não tem incerteza, podemos desconsiderar a sua parcela.
No caso da parcela referente ao raio R, a incerteza é muito pequena, já que o paquímetro utilizado
para a medida do diâmetro do disco era de alta precisão, fazendo com que o valor dessa parcela
fosse irrelevante para o cálculo em questão.
E no caso da parte do ângulo θ não é considerado porque é muito grande (± 5º) de modo que
esse valor afetaria muito o cálculo da incerteza do torque.
Portanto, com as devidas considerações, a fórmula simplificada para a incerteza do torque é
dada por:

2 2
 ∂τ   1 
∆τ =  ⋅ ∆m  → ∆τ =  ⋅ g ⋅ R ⋅ ∆m 
 ∂m   Senθ 
1
∴ ∆τ = ⋅ g ⋅ R ⋅ ∆m → ∴ ∆τ = ± 0,232 (.10 -4 N / m)
Senθ
É importante lembrar que a incerteza para cada ângulo é diferente, porém adotamos a de

5
maior valor para todos os torques.
Os valores calculados para o torque e para as forças de tensão assim como as suas respectivas
incertezas estão relacionados na Tabela 2 no item 6 (Vide Tabela 2).

5.1.2- CÁLCULO DO ÂNGULO DE TORÇÃO


O cálculo do ângulo de torção para cada deslocamento será calculado em relação aos ângulos
e às distâncias formadas entre o laser, o espelho e a régua da seguinte forma: A figura abaixo irá
explicitar melhor como foi o cálculo para o ângulo (Vide Figura 3).

Figura 3 – Ângulo de Torção

Pela figura acima é fácil ver que:


x
tg 2φ = → Isolando φ, temos :
d
(10)
1 x
∴ φ = arc tg
2 d

Onde: x é o deslocamento do feixe laser na escala


d é a distância do espelho ao ponto fixado na escala
Os ângulos de torção foram calculados e serão dispostos em uma tabela (Vide Tabela 2).

As incertezas para o ângulo de torção φ foram calculadas pela fórmula:

2 2 2 2
 ∂φ   ∂φ   d   x 
∆φ =  ⋅ ∆x  +  ⋅ ∆d  → ∆φ =  ⋅ ∆x  +  − ⋅ ∆d  (11)
 ∂x   ∂d  2(d + x )   2(d + x )
2 2 2 2
 
Onde: ∆x = 1,0 .10 (m)
-2

∆d = 0,5.10-3 (m)

∴ ∆φ = ± 0,00957 (rad)

Calculando a incerteza para cada ângulo, foi adotada a incerteza de maior valor para todos os
valores de ângulo de torção (Vide valores na Tabela 2).

5.1.3- RAZÃO ENTRE TORQUE E ÂNGULO DE TORÇÃO


A relação entre o torque e o ângulo de torção é dada pela seguinte fórmula:
τ
r= (12)
φ
As incertezas foram calculadas pela fórmula:
2 2 2 2
 ∂r   r   1   τ 
∆r =  ∆τ  +  ∆φ  → ∴ ∆r =  ∆τ  +  − 2 ∆φ  (13)
 ∂τ   φ   φ   φ 

(
∴ ∆r = ± 1,3545 10 −3. Nm
rad
)

6
Assim como os valores feitos anteriormente, as incertezas são diferentes, porém utilizamos
para todos os valores a maior delas (Vide valores na Tabela 2).

5.1.4- SENTIDO DAS EXTREMIDADES DO FIO


As extremidades foram enroladas no mesmo sentido (Vide Figura 4) para que as forças
exercidas por cada extremidade tenham sinal positivo.

Figura 4- Forças Exercidas pelo Fio no Mesmo Sentido

Logo, considerando cada força igual a P/2, tem-se:


m.g
F=
2Senθ (14)

Se fossem enroladas em um sentido diferente (Vide Figura 5), as duas forças se anulariam,
não fazendo o eixo girar.

Figura 5- Forças Exercidas pelo Fio em Sentido Oposto

Dessa forma, a equação seria:

P P
F= − =0 (15)
2 2
Ou seja, resultaria em uma força T nula.

5.1.5- RELAÇÃO ENTRE τ E φ E COMPARAÇÃO COM A LEI DE HOOKE


Pode-se observar na Tabela 2 que todos os valores da razão entre o torque τ e o ângulo de
torção φ são aproximados. Isto mostra uma relação de proporcionalidade entre tais valores. Esta
relação pode ser expressa com a presença de uma constante. Podemos expressar da seguinte forma:
τ = −k ⋅ φ (1)
Nota-se a semelhança com a Lei de Hooke (2). Esta semelhança deve-se ao fato de que a Lei
de Hooke se aplica a movimentos de translação, já a relação (1) se aplica a movimentos de rotação.
Assim podemos relacionar os movimentos analisando os seguintes pontos:

Translação: Rotação:
x  Deslocamento Linear φ  Deslocamento Angular
F  Força do Deslocamento Linear τ  Força do Deslocamento Angular

Na relação (1) a força também é restauradora, ou seja, tende a levar o sistema ao ponto de
equilíbrio, o que implica a existência de um sinal negativo.

7
A constante de proporcionalidade (k), como pode-se observar através do gráfico τ x φ (Vide
Gráfico 1 em anexo), forma uma reta. Isso nos indica que seu valor é a razão entre o Torque e o
Ângulo de Torção, que já foi calculado no item anterior. Por isso, adotaremos para a constante k, a
média aritmética entre os valores das razões encontradas. Assim, temos:

τ
r= =k → k = Média r
φ
∴ k = (3,756 ± 1,355).10 -3 ( Nm/rad)

Essa constante que acabamos de encontrar fisicamente representa a constante de torção que
depende das características do tipo de fio utilizado na experiência.

5.1.6- RELAÇÃO DO TORQUE EM FUNÇÃO DO ÂNGULO DE TORÇÃO


O torque é dado pela equação:
τ = −k ⋅ φ (1)

Onde: k é a constante de proporcionalidade


φ é o ângulo de torção

A incerteza do torque é dada por:

2 2
 ∂τ   ∂τ 
∆τ =  ⋅ ∆k  +  ⋅ ∆φ  → ∆τ = ( − φ ⋅ ∆k ) 2 + ( − k ⋅ ∆φ) 2
 ∂k   ∂φ  (9)
∴ ∆τ = 1,0848 (⋅10 -4 N.m)

As incertezas foram calculadas para cada torque. E mais uma vez adotaremos a maior delas
para todos os valores. Apresentaremos esses valores de torques em função do ângulo de torção em
uma nova tabela no item 6 (Vide Tabela 4).
Comparando os valores do torque da Tabela 2 com os valores da mesma grandeza, porém em
função do ângulo de torção na Tabela 4, percebemos que tais valores são bem próximos. Os valores
da Tabela 4 são mais precisos devido ao valor da incerteza. Concluímos que isso ocorre porque
estes últimos valores foram encontrados a partir do gráfico τ x φ, enquanto que os valores obtidos
em função do ângulo, uma vez que passaram por uma série de cálculos que podem carregar erros
além dos erros da medição.

5.1.7- CARACTERIZAÇÃO DO MOVIMENTO DO PÊNDULO


Ao deslocarmos o pêndulo de seu ponto de equilíbrio, atribuímos a este uma energia potencial
acumulada na torção do fio de suspensão. Quando soltamos o pêndulo ele tem amplitude máxima e
velocidade instantânea zero. O pêndulo tende então a voltar para o equilíbrio, devido ao torque
acumulado no fio de suspensão.
Quando o pêndulo passa pelo ponto de equilíbrio a amplitude é nula, a velocidade instantânea
é máxima. O pêndulo atinge novamente então a amplitude máxima e o movimento se mantêm
constante desta forma, mantendo assim um movimento oscilatório indefinidamente.

5.2- DISCO GIRANDO AMORTECIDO


5.2.1- CÁLCULOS DO ÂNGULO DE TORÇÃO
Os cálculos abaixo descritos foram calculados de forma análoga ao item 5.1.3.

8
1 x
φ= arc tg (10)
2 d

Onde: x é o deslocamento do feixe laser na escala


d é a distância do espelho ao ponto fixado na escala

Os ângulos de torção foram calculados e serão dispostos em tabela no item 6 (Vide Tabela 6).
As incertezas foram calculadas pela fórmula:

2 2 2 2
 ∂φ   ∂φ   d   x 
∆φ =  ⋅ ∆x  +  ⋅ ∆d  → ∆φ =  ⋅ ∆x  + −
  2( d 2 + x 2 ) ⋅ ∆d 

 ∂x   ∂d   2 ( d 2
+ x 2
)   
Onde: ∆x = 1,0 .10-2 (m)
∆d = 0,5.10-3 (m)

∴ ∆φ = ± 0,01427 (rad)

A incerteza será representada pela maior incerteza encontrada, abrangendo assim todos os
pontos.

5.2.2- CÁLCULOS REFERENTES AO MOMENTO DE INÉRCIA


Sabe-se que:
I
P = 2.π. (16)
K

Onde, P é o período de oscilação


I é o momento de inércia
K é o coeficiente de torção

Logo,
I=23,810(4).10-4 (17)

A incerteza do momento de inércia pode ser dada por:


2 2 2 2
 ∂I   ∂I   P 
2
  P.K
∆I =  ⋅ ∆P  +  ⋅ ∆K  → ∆I =  ⋅ ∆P  + 
 ⋅ ∆K 
 ∂P   ∂K  2.π   4.π
2 2
  (18)
∴ ∆I = ± 3,2924 (10 −4 ⋅ kg. m 2 )

Adotamos para incerteza do período ∆P = ±0,20 segundos, temos o seguinte valor para o
momento de inércia:
I= 23,810(4) +_3,292(4) (10-4 Kgm2)

5.2.3- CÁLCULO DO RAIO DE GIRO


Quando a massa de um corpo pode ser concentrada, a uma distância radial, sem que alteremos
sua inércia rotacional em relação ao eixo que serve como referência ao raio de giro, temos o que
chamamos de raio de giro. Este pode ser descrito pela seguinte equação:
I
G= (19)
M
Onde, G é o raio de giro
I é o momento de inércia

9
M é massa representativa do sistema em estudo.
Portanto, o raio de giração é:

G = 23,810.10-4 G = 8,227(3).10-2
289,4.10-4

Particularmente nesse caso a massa do sistema é representada pela massa do pêndulo.


Calculando a incerteza do Raio de Giração, temos a fórmula:
2 2
  1 I 
2 2
 ∂G   ∂G   1
∆G =  ⋅ ∆I  +  ⋅ ∆M  → ∆G =  ⋅ ∆I  +  − ⋅ ∆M 

 ∂I   ∂M
3
  2 M.I   2 M  (20)
∴ ∆G = ± 1,0298 ⋅10 -2 (m)

Assim, o raio de giração é dado por:


G =(8,227± 1,030) 10-2 (m)

5.2.4- DEDUÇÃO DA EQUAÇÃO HORÁRIA


A equação abaixo deduzida, será determinada usando como base dados referentes ao gráfico φ
MAX x t (Vide Gráfico 2 em anexo). Os dados utilizados para a construção do gráfico foram o ângulo
de torção e o tempo já calculado a partir do período encontrado para o experimento (Vide dados na
Tabela 6).
Sabe-se que:
θ = θ o . e − γt . cos( wt + δ) (21)
Quando a amplitude do movimento é máxima, a fase do movimento (wt + δ) é nula. Dessa
maneira segue que:
θ = θ o . e − γt (22)

A reta é a chave da analise gráfica, por ser a única função em que o expoente da variável
independente fica conhecido por mera inspeção, dessa maneira devemos linearizar a expressão
acima, para que a mesma possa ser representada em papel monolog (Vide Gráfico 2 em anexo).
ln θ = ln (θo . e − γt )
ln θ = ln θo + ln e − γt
ln θ = ln θo − γt + ln e
ln θ = ln θo − γt

Adota-se dois pontos escolhidos no gráfico, distantes o máximo possível para que x possa ser
calculado, logo:
P1= (4,0 ; 0,210)
P2= (40,0 ; 0,002)

Assim, podemos escrever:

10
ln θ1 = ln θo − γ t1 ln(0,210) = ln θo − γ (4,0)
− (ln θ2 = ln θo − γ t 2) − ln(0,002) = − ln θo + γ (40,0)

ln θ1 − ln θ2 = γ ( t 2 − t1 ) ln(0,210) − ln(0,002) = γ (40,0 − 4,0)
(23)

ln(0,210) − ln(0,002)
γ= → γ = 0,1292(8)
40,0 − 4,0

Onde γ é uma constante dada por:


R
γ=
I
R = Constante de Amortecimento
I = Momento de Inércia.

Assim, temos que:


θ
θo = − γt (24)
e
Para P1 ⇒ θ 01 = 0,352(2) (rad)
Para P2 ⇒ θ 02 = 0,352(2) (rad)

A média é o valor que melhor representa uma distribuição. Assim obtemos a média aritmética
do ângulo de torção θo, que é obtida pela fórmula abaixo:
θ1 + θ2 → = 0,352(2) (rad)
θo = θo (25)
2
Logo, a equação geral do movimento pode ser dada por:

θ = 0,352. e−0,129 t (22)

5.2.5- ENERGIA TOTAL DO MOVIMENTO


Analisando o movimento a partir do Movimento Harmônico Simples em oscilações, pose-se
encontrar a energia mecânica total de um sistema que é dada pelo somatório de todas as suas
energias cinéticas e potenciais.
Em = Ec + Ep (25)
Para a energia cinética temos:
1
E C = K. θ2 . sen 2 ( wt + θ) (26)
2
A energia potencial pode ser representada por:
1
E P = K. θ2 . cos2 ( wt + θ) (27)
2
Logo:
1
E = K. θ 2 (28)
2

Em uma oscilação amortecida o movimento ocorre uma diminuição gradativa da energia e


amplitude, que é descrita pela equação (22) já descrita acima.
Sendo um movimento amortecido, podemos jogar as equações (22) em (28)

1
E = K. θo 2 . e − 2 γt (29)
2

11
Onde: K é o coeficiente de torção
θo é a amplitude máxima
γ é uma constante
t é o tempo gasto, variável.

Empregando os valores abaixo mostrados na expressão acima temos:


k = 3,756 .10-3
θo= 0,52(2)
γ =0,129(3)

∴ E mec = 2,33.10 −4. e−0, 258 t

5.2.6- CÁLCULOS RELATIVOS À ENERGIA MECÂNICA


Adotando o tempo nulo (t = 0 s), na iminência do movimento, temos :

Energia mecânica inicial = Eo= 2,33.10-4

Isolando o variável tempo t na equação de energia mecânica E, temos que:


ln E m = ln (θo . e− γt )
ln θ = ln θo − γt
ln(0,3522) + ln(E m )
t=−
0,258

Com esta equação, do tempo em função da Energia mecânica, é possível calcular o tempo
gasto pelo pêndulo para perder 50 % de sua energia mecânica:
Para 1 E m ⇒ t 1 E = 6,72 (s)
2 2 m

De forma análoga, o tempo que o pêndulo gasta para perder 75 % de sua energia mecânica:
Para 3 E m ⇒ t 3 E = 9,40 (s)
4 4 m

Observando, os valores de tempos, para a perda de 50 % e 75 % da energia mecânica total do


sistema, é possível afirmar que a perda da energia mecânica total do sistema é proporcional ao
tempo, ou seja, gasta-se o dobro de tempo para que o valor da energia mecânica total caia pela
metade. O valor real foi um pouco desproporcional devido às grandes incertezas que possuíam as
medidas coletadas em laboratório.

5.2.7- EXPECTATIVA DO MOVIMENTO NA LUA


Se essa mesma experiência fosse realizada na lua, onde a gravidade é menor que na terra, o
período do movimento não seria afetado. Pela equação (16), sabemos que o período é calculado por:
I
P = 2.π.
K
Dessa forma, vemos que a gravidade não influencia neste caso, pois o período depende do
momento de inércia e da constante de torção k.

6- TABELAS E OBSERVAÇÕES
6.1- DADOS COLETADOS E VALORES CALCULADOS PARA PRIMEIRA PARTE

12
Abaixo estão relacionados os dados coletados na primeira parte da experiência, onde foi
observado o pêndulo de torção girando livremente. Foram coletados os valores das massas e seus
respectivos deslocamentos:

13
DADOS PARA O COEFICIENTE DE TORÇÃO
Massa Deslocamento Ângulo
-3
m±∆m (10 .kg) -2
x±∆x (10 .m) θ ±∆θ ( º )
0,50 ± 0,05 8,0 ± 1,0 63 ± 5
1,00 ± 0,05 10,0 ± 1,0 65 ± 5
1,40 ± 0,05 17,0 ± 1,0 67 ± 5
1,90 ± 0,05 26,0 ± 1,0 68 ± 5
2,25 ± 0,05 31,0 ± 1,0 71 ± 5
-2
Distância do Espelho à Escala: ( 51,0± 1,0) . 10 (m)
Diâmetro do Eixo de Rotação: (8,422 ± 0,001) . 10-2 (m)
Massa do Disco: (289,4 ± 0,1) . 10-3 (kg)
Tabela 1- Valores coletados para Pêndulo de Torção Livre

Abaixo temos a tabela 2 com os valores das grandezas calculadas através dos cálculos já
explicados no item 5.

VALORES CALCULADOS PARA 1ª PARTE


Força Tensora Torque Ângulo de Torção Razão Torque/Ângulo
T±∆T (10-3 .N) τ ±∆τ (10-4 φ ±∆φ (rad) r ±∆r (10-3 . Nm/rad)
.Nm)
2,75(2) ± 0,27(5) 2,31(7) ±0,23(2) 0,077(8)± 0,009(6) 2,97(8) ±1,354
4,55(7) ±0,23(2) 0,096(8) ±
5,41(0) ±0,27(5) 0,009(6) 4,70(7) ±1,354
6,28(1) ±0,23(2) 0,160(9) ±
7,45(8) ±0,27(5) 0,009(6) 3,90(4) ±1,354
8,46(3) ±0,23(2) 0,235(7) ±
10,04(8) ±0,27(5) 0,009(6) 3,59(0) ±1,354
9,82(7) ±0,23(2) 0,273(1) ±
11,66(8) ±0,27(5) 0,009(6) 3,59(9) ±1,354
Tabela 2- Valores das Grandezas Calculadas para o Pêndulo Livre

Os dados abaixo foram utilizados para confecção do gráfico τ x φ (Vide Gráfico 1), como já
foi dito, esse gráfico nos fornece o valor da constante de torção para o fio usado.

DADOS PARA GRÁFICO τ x φ


Torque Ângulo de Torção
τ ±∆τ (10 .Nm)
-4
φ ±∆φ (rad)
2,31(7) ±0,23(2) 0,077(8)± 0,009(6)
4,55(7) ±0,23(2) 0,096(8) ± 0,009(6)
6,28(1) ±0,23(2) 0,160(9) ± 0,009(6)
8,46(3) ±0,23(2) 0,235(7) ± 0,009(6)
9,82(7) ±0,23(2) 0,273(1) ± 0,009(6)
Tabela 3- Valores para confecção do Gráfico 1

A próxima tabela (4) está apresentando os valores do torque em função do ângulo de torção:

14
TORQUE EM FUNÇÃO DO ÂNGULO DE TORÇÃO
Torque Ângulo de Torção
τ ±∆τ (10 .Nm)
-4
φ ±∆φ (rad)
2,09(7) ±1,08(5) 0,077(8)± 0,009(6)
2,60(9) ±1,08(5) 0,096(8) ± 0,009(6)
4,33(6) ±1,08(5) 0,160(9) ± 0,009(6)
6,35(3) ±1,08(5) 0,235(7) ± 0,009(6)
7,36(0) ±1,08(5) 0,273(1) ± 0,009(6)
Tabela 4- Torques em Função do Ângulo de Torção

6.2- DADOS COLETADOS E VALORES CALCULADOS PARA SEGUNDA PARTE


Abaixo estão relacionados os dados coletados e valores calculados na segunda parte da
experiência, onde foi observado o pêndulo de torção girando com atrito em um líquido viscoso.
Os seguintes dados foram coletados para o movimento de oscilação com a viscosidade do
óleo:

MOVIMENTO OSCILÁTORIO
Fração do Período Tempo Deslocamento Máximo
P (s-1) t±∆t (s) x±∆x (10-2.m)
1 0.5 2,50 ± 0,20 22,0 ± 1,0
2 1,0 5,00 ± 0,20 20,0 ± 1,0
3 1,5 7,50± 0,20 16,0 ± 1,0
4 2,0 10,0 ± 0,20 15,0 ± 1,0
5 2,5 12,5 ± 0,20 12,0 ± 1,0
6 3,0 15,00 ± 0,20 11,0 ± 1,0
7 3,5 17,50 ± 0,20 9,0 ± 1,0
8 4,0 20,00± 0,20 8,0 ± 1,0
9 4,5 22,50± 0,20 6,0 ± 1,0
10 5,0 25,00± 0,20 6,0 ± 1,0
11 5,5 27,50± 0,20 5,0 ± 1,0
12 6,0 30,00± 0,20 5,0 ± 1,0
13 6,5 32,50± 0,20 4,0 ± 1,0
14 7,0 35,00± 0,20 4,0 ± 1,0
15 7,5 37,50± 0,20 3,0 ± 1,0
16 8,0 40,00± 0,20 2,0 ± 1,0
Tabela 5- Valores coletados para Movimento Oscilatório com Viscosidade

A segunda coluna da tabela, referente ao tempo t do deslocamento foi calculada


multiplicando-se a fração do período pelo período. O período do movimento foi obtido como é
mostrado nas equações a seguir:
Tempo de 5 oscilações: 25s
P= 5segumdos

Adotamos para a incerteza do tempo ± 0,20 segundos, o valor final do período é dado por:

15
P = (3,00 ± 0,20) segundos. Assim, multiplicando-se esse valor pelas frações, conseguimos o
tempo gasto para cada oscilação.
Com os dados de tempo e ângulo da tabela 6 abaixo, foi traçado o gráfico φ x t (Vide
Gráfico 2 em anexo).

ÂNGULO PARA MOVIMENTO OSCILÁTORIO


Tempo Deslocamento Máximo Ângulo de Torção
t±∆t (s) x±∆x (10-2.m) φ ± ∆φ (rad)
1 2,50 ± 0,20 22,0 ± 1,0 0,1613 ± 0,014(3)

2 5,00 ± 0,20 20,0 ± 1,0 0,1475 ± 0,014(3)

3 7,50± 0,20 16,0 ± 1,0 0,1192 ± 0,014(3)

4 10,0 ± 0,20 15,0 ± 1,0 0,1121 ± 0,014(3)

5 12,5 ± 0,20 12,0 ± 1,0 0,1000 ± 0,014(3)

6 15,00 ± 0,20 11,0 ± 1,0 0,0828 ± 0,014(3)

7 17,50 ± 0,20 9,0 ± 1,0 0,0679 ± 0,014(3)

8 20,00± 0,20 8,0 ± 1,0 0,0604 ± 0,014(3)

9 22,50± 0,20 6,0 ± 1,0 0,0454 ± 0,014(3)

10 25,00± 0,20 6,0 ± 1,0 0,0454 ± 0,014(3)

11 27,50± 0,20 5,0 ± 1,0 0,0379 ± 0,014(3)

12 30,00± 0,20 5,0 ± 1,0 0,0379 ± 0,014(3)

13 32,50± 0,20 4,0 ± 1,0 0,0304 ± 0,014(3)

14 35,00± 0,20 4,0 ± 1,0 0,0304 ± 0,014(3)

15 37,50± 0,20 3,0 ± 1,0 0,0228 ± 0,014(3)

16
16 40,00± 0,20 2,0 ± 1,0 0,0152 ± 0,014(3)

Tabela 6- Ângulos de Torção para Movimento Oscilatório com Viscosidade


Obs: Para o experimento 2,a distância do espelho até a escala vale (65,8.10-2)m.
6.3- INCERTEZAS ADOTADAS
É importante ressaltar que as leituras dos dados foram feitas diretamente e possuem uma
incerteza. No caso das medidas de massa, a balança utilizada tinha seu µ= 0,10g, portanto
consideramos sua incerteza como a metade deste valor, ou seja, a incerteza ∆m = ±0,05g.
No caso das leituras dos deslocamentos, consideramos a incerteza como a menor interpolação
vista pelo componente da equipe que fez a leitura. Sendo o µ=1,0mm, a menor interpolação foi a
metade deste valor, sendo portanto o erro da escala seria ∆x = ±0,5mm, porém como a suspensão do
pêndulo disponível no laboratório era muito precária, de baixa precisão, qualquer pequeno toque na
mesa ou em qualquer objeto próximo ao sistema montado, produzia um significativo erro no feixe
de luz do laser. Por esse motivo foi adotado uma incerteza maior de ∆x = ±1,0 cm, mais apropriada
para as condições dispostas. Já para a medida entre a escala e o espelho ∆d foi considerado a
incerteza de da metade do µ como já foi explicado acima, ou seja ∆d = ± 0,5mm
Pelo mesmo motivo explicado acima, o ângulo de torção do sistema também possuía um erro
observacional considerável de ∆θ = ±5 º. Temos ainda a incerteza do paquímetro de ∆l = ±0,01mm.
Abaixo, temos uma tabela com os valores de todas as incertezas adotadas e calculadas para
este experimento (Vide Tabela 7).
INCERTEZAS ADOTADAS
Massa / ∆m (10-3.kg) ± 0,05
Deslocamento / ∆x (10 .m)
-2
± 1,0
Deslocamento / ∆d (10 .m)
-3
± 0,5
Ângulo / ∆θ ( º ) ±5
Paquímetro / ∆l (10 .m)
-3
± 0,01
Período / ∆P (s) ± 0,20
Tabela 7- Valores adotados para Incertezas dos Dados
7- CONCLUSÃO E COMENTÁRIOS FINAIS
Provou-se que o torque e o ângulo de torção mantém uma relação de proporcionalidade,
sendo está representada pelo coeficiente de torção dependente do fio de torção.
Assim em um sistema amortecido ocorre a perda gradativa de sua energia mecânica até que o
sistema entre em repouso. A equação que rege esse movimento foi desenvolvida de forma ideal.

8- BIBLIOGRAFIA
 NUSSENZVEIG, H.M., Curso de Física Básica. S.Paulo, E. Blucher, 1983, v.2.
 RESNICK e R. HALLIDAY, D., Física. Rio de Janeiro, LTC, 1983, v.2.

ANEXO

Gráfico 1

17
0,90
0,85
0,80
0,75
0,70
0,65
0,60
0,55
Ângulo

0,50
0,45
0,40
0,35
0,30
0,25
0,20
0,15
0,10
0,05
0,00
-0,05
0,0005 0,0010 0,0015
Torque

Gráfico 2

18
0,1
log θ [rad]

0,01

1E-3

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
T [s]

19
20

You might also like