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MANAUS
2007
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MANAUS
2007
3
Aprovado em ________/________/_________
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________________
Profº Tristão Sócrates Baptista Cavalcante, MsC. ENG.
ORIENTADOR
UNINORTE
____________________________________________________
Profº Antonio de Brito-Inglês Bonates, Dr.
MEMBRO
UNINORTE
4
Dedico
5
Agradeço.
6
RESUMO
ABSTRACT
LISTA DE GRÁFICOS
LISTA DE TABELAS
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO....................................................................................................... 13
CAPÍTULO 1
ORGANIZAÇÃO BUROCRÁTICA.................................................................... 16
1.1 MUDANÇA ORGANIZACIONAL...................................................................... 18
1.2 A CULTURA ORGANIZACIONAL.................................................................... 19
1.3 CLIMA ORGANIZACIONAL............................................................................. 19
1.4 CULTURA E CLIMA EM EQUIPES INTERDISCIPLINARES.......................... 21
1.5 COMUNICAÇÃO: UMA NECESSIDADE HUMANA DE EXPRESSÃO E
RELACIONAMENTO...................................................................................... 22
1.6 O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO............................................................... 23
1.7 A IMPORTÂNCIA DO FEEDBACK.................................................................. 27
1.8 OS FLUXOS DA COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL................................. 28
1.9 A REDE INFORMAL........................................................................................ 30
1.10 O BOATO....................................................................................................... 34
1.11 COMUNICAÇÃO & EMOÇÃO........................................................................ 36
1.12 COMUNICAÇÃO E EMPATIA........................................................................ 38
1.13 A COMUNICAÇÃO E A IMPORTÂNCIA DO CONTATO PESSOAL............. 39
1.14 BARREIRAS À COMUNICAÇÃO................................................................... 42
1.15 APRIMORAR A COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL..................................... 45
1.16 COMUNICAÇÃO............................................................................................ 53
1.16.1 Comunicação Organizacional............................................................. 54
1.16.2 Comunicação Interna.......................................................................... 56
1.16.3 A Comunicação Interna em Empresas que aprendem....................... 59
CAPÍTULO 2
METODOLOGIA.................................................................................................... 60
2.1 NATUREZA DA PESQUISA............................................................................. 60
2.2 TIPO DE PESQUISA........................................................................................ 60
2.2.1 Quanto aos fins........................................................................................ 61
2.2.2 Quanto aos meios.................................................................................... 61
2.3 INSTRUMENTO DA PESQUISA...................................................................... 62
2.4 UNIVERSO E AMOSTRA................................................................................ 62
2.5 COLETA DE DADOS....................................................................................... 62
CAPÍTULO 3
RESULTADOS OBTIDOS NA PESQUISA DE CAMPO....................................... 63
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES................................................................ 70
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................... 72
APÊNDICE............................................................................................................. 82
12
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO 1
ORGANIZAÇÃO BUROCRÁTICA
A produção, que era feita somente por uma pessoa e para uso próprio,
passa a ser feita por diversos operários, destinando-se à troca. Cada um passa a
executar apenas parte do processo de fabricação. As fábricas sentem a necessidade
de contratar pessoas para administrar o processo como um todo. Surge o
profissional de administração, o profissional de escritório. Começa a ser evidenciado
nas empresas, a burocracia que atinge também, a sociedade. Para os pensadores
da época, a burocracia era essencial para atender as novas perspectivas do
mercado, da revolução industrial.
Essa dominação é marcada pelo procedimento sine ira et studio (sem ira ou
paixão), que caracteriza a impessoalidade da burocracia. Neste tipo de dominação,
de um lado está o senhor (dominador) e de outro os subordinados (dominados).
Existe, também, o quadro administrativo, composto de funcionários escolhidos pelo
senhor, tendo o profissionalismo como critério, que faz a intermediação entre essas
duas partes.
A dominação tradicional está baseada na crença de que o sujeito da
pesquisa está num nível espiritual mais elevado e por isso o súdito lhe deve
obediência. O quadro administrativo se apresenta de duas formas: escolha pessoal
dos senhores ou servidores que conquistam seu cargo pela sua posição ou
concessão do senhor, dando-lhe um caráter de independência, apesar de limitada.
A dominação carismática, como o próprio nome diz, deve-se ao carisma do
dominador, à devoção dos apóstolos ao poder intelectual e de oratória do
dominador. Nesse caso, o quadro administrativo é escolhido pelo carisma e vocação
pessoais.
Para Pinchot e Pinchot (1994) as empresas burocráticas estão com os seus
dias contados dando lugar às empresas inteligentes. Embora perceba-se que o fim
da burocracia está muito distante, até mesmo por se tratar de uma questão que
transcende o ambiente de uma empresa. “A burocracia está em uma comunidade
territorial, uma igreja, um exército, um partido ou um estado” (WEBER, 1966, p.17).
Pinchot e Pinchot (1994) aponta diversos aspectos negativos da empresa
burocrática quando a compara com uma empresa pós-burocrática, ao que ele dá o
nome de Empresa Inteligente. Para o autor, a hierarquia, que é muito forte em uma
empresa burocrática, faz, por exemplo, com que a tomada de decisão torne-se
demorada, pois muitas pessoas (chefes) têm que ser consultadas. Essa hierarquia
provoca a subserviência, pois os funcionários não contrariam seus chefes, mesmo
que a vontade dele não seja condizente com a vontade do cliente (interno ou
externo). Já numa empresa pós-burocrática, o poder não flui da hierarquia, mas sim,
dos clientes. Uma empresa burocrática é limitadora da inteligência das pessoas, já a
pós-burocrática, ao contrário, se utiliza da inteligência de seus funcionários para
alavancar progresso. Elas dão poder e liberdade (empowerment) a seus
empregados, para satisfazerem as necessidades dos clientes.
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O clima terá sua primeira origem dentre os valores, tradições que cada um
dos envolvidos no processo trouxerem para dentro da organização, sendo que esses
pressupostos influenciarão diretamente no estilo gerencial ou de liderança. De
acordo Edela apud Shein (1978): “O clima gerencial é determinado primeiro pelos
pressupostos sobre a natureza do homem, prevalentes na organização”.
O clima organizacional também reflete a história dos tipos de pessoas que a
organização atrai, dos seus processos de trabalho, das modalidades de
comunicação e também reflete a história de quem exerce a autoridade dentro do
sistema. Edela apud Davis (1978), como um outro referencial fixou-se mais no clima
20
perspectiva que compartilha com outros, ele pode visualizar sua linha de
ação proposta a partir desse ponto de vista generalizado, antecipar a
reação dos outro, inibir impulsos indesejáveis e assim dirigir sua conduta.
Argumenta Lacan, apud Todorov (1977, p.324): Para o sujeito, não haverá
progresso senão por meio da integração pela qual ele alcança a sua posição no
universal. Postula Carrel (1936, p.289): O indivíduo... aparece-nos distinto do mundo
exterior e dos outros homens. Mas, ao mesmo tempo, acha-se ligado a esse meio e
a esses homens, e não poderia existir sem eles. Pondera Fialho (1998, p.265): A
característica central da existência humana é a sua ocorrência em um domínio
lingüístico e cognitivo. Esse domínio é constitutivamente social.
A comunicação é estudada por diversas áreas do saber humano, tendo por
esta razão como fundamentação os conteúdos de diversas disciplinas. Afirma
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Torquato (1991) que a comunicação, como conceito, abriga uma vasta área
multidisciplinar e corrobora Coelho Netto (1980) concluindo que uma análise da
comunicação exige algum domínio da psicologia, da psicanálise, da sociologia, da
história, da economia, da filosofia, da matemática e até da física, pelo menos como
método de investigação.
Comunicação, a partir da própria origem da palavra traz no cerne o sentido
de compreensão, pois se origina do latim “comunicare”, que significa o ato de
entender alguém e se fazer entendido. Nas definições, usando palavras com
significados, reação, modificação e influência, os autores deixam patente a
necessidade deste fator primordial. Kotter (1977) definiu comunicação como um
processo que consiste em um emissor transmitindo uma mensagem, através de um
meio, para um receptor que reage. Schwartz (1994, p.70) pondera: “A habilidade de
se fazer entender é importantíssima”.
Para Megginson et al (1986) comunicação é o processo de transferir
significado sob a forma de idéias ou informações de uma pessoa para outra. Para
Loomis e Beagle (1957) comunicação é o processo pelo qual informação, decisões e
diretivas circulam em um sistema social, e as formas em que o conhecimento, as
opiniões e as atitudes são formadas ou modificadas. Condon (1976) entende que
comunicação é um fenômeno simultâneo e contextual no qual as pessoas sentem
uma mudança ocorrendo, compartilham o mesmo sentimento de mudança e são
levadas a tomar uma atitude. Sustenta Berlo (1960, p.20): A comunicação é,
sobretudo um processo de influência.
É, pois, através da comunicação que os homens influenciam-se e crescem
juntos, transformando a realidade onde se encontram inseridos. Postula Torquato
(1991):
ouvir não há comunicação: apenas ruído. O canal (Por que meio?) é o meio de
transmissão de uma pessoa para outra, freqüentemente inseparável da mensagem.
Berlo (1989) apresenta este modelo de comunicação: A fonte: uma pessoa
ou um grupo de pessoas com um objetivo, uma razão para empenhar-se na
comunicação. É uma origem com idéias, necessidades, intenções, informações e um
objetivo a comunicar. O Codificador é o responsável por pegar as idéias da fonte e
pô-las num código, exprimindo o objetivo da fonte em forma de mensagem. A
Mensagem é o produto físico real do codificador fonte.
O Código pode ser definido como qualquer grupo de símbolos capaz de ser
estruturado de maneira a ter significação para alguém. O canal é o intermediário, o
condutor de mensagens. Na comunicação, a fonte tem de escolher um canal. Tem
de escolher algum veículo no qual transportar sua mensagem. O Decodificador
decifra a mensagem e coloca em forma que possa usar. Assim como o codificador é
o conjunto de habilidades motoras da fonte, assim também podemos considerar o
decodificador como o conjunto de habilidades sensórias do receptor. O Receptor é o
alvo da comunicação.
As fontes e os receptores devem ser sistemas similares. Muitas vezes
podem ser a mesma pessoa, pois a fonte pode comunicar-se com ela própria. No
processo de comunicação espera-se que a comunicação seja a mais fiel possível.
Para tanto são necessárias habilidades comunicativas, evitando-se a todo custo os
ruídos que interferem e deturpam a comunicação.
Shannon e Weaver (1949), falando sobre a fidelidade da comunicação
eletrônica, introduziram o conceito de ruído, como os fatores que distorcem a
qualidade de um sinal. De acordo com Berlo (1989) existem quatro espécies de
fatores, dentro da fonte que podem aumentar a fidelidade na comunicação:
As habilidades comunicativas: são as habilidades verbais de comunicação
que são a escrita, a palavra, a leitura, a audição e o pensamento ou raciocínio. A
facilidade lingüística de uma fonte de comunicação é fator importante no processo
de comunicação.
As atitudes: são importantes para consigo mesmo, pois afetam a forma de
se comunicar. Todo o complexo de variáveis que reúnem para formar a
personalidade do indivíduo tem relação com o conceito de atitude quanto a si
mesmo na comunicação.
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Para que ele seja efetivo, quem recebe precisa compreender a mensagem,
aceitá-la e fazer algo com a mesma. O feedback eficaz é aquele em que a
mensagem pode ser ouvida pelo receptor sem que seja necessário utilizar
mecanismos de defesa. Sustenta Penteado (1993):
Muito embora o feedback seja uma etapa extra, que pode ou não fazer parte
de uma seqüência específica da comunicação, ele é absolutamente
necessário para completar o circuito da comunicação, pois permite a
verificação do significado, que volta do receptor para o emissor. Somente
conhecendo o resultado da comunicação é que podemos alterar ou corrigir
a mensagem.
os canais da comunicação expressiva, que, por falta de vazão para subirem até o
topo, correm lateralmente, criando redes informais de comunicação.
A comunicação ascendente é a que parte da base para o topo. É uma
modalidade importantíssima, pois é através dela que os dirigentes podem saber o
que os subordinados pensam e o que está acontecendo na base. A comunicação
ascendente deve ser enfatizada. Esclarece Torquato (1986): A comunicação
ascendente representa o processo de transmissão das informações através do qual
a base (os trabalhadores) pode fazer chegar aos escalões superiores suas opiniões,
atitudes e ações sobre assuntos importantes para o funcionamento da empresa.
Através do fluxo de informações, a direção pode verificar se sua política está sendo
aceita e cumprida.
Matsushita (1988) enfatiza a importância da comunicação ascendente na
organização. Lembra que este tipo de comunicação requer um enorme esforço e
atenção constante da parte de todos os envolvidos. Drucker (1992) alerta que a
estrutura da organização deve ser baseada na comunicação, de baixo para cima, de
informações que possibilitem que aqueles no topo saibam o que está acontecendo lá
embaixo, na ponta da lança.
A comunicação horizontal é a que flui lateralmente entre departamentos. A
grande importância desta modalidade prende-se ao fato de garantir harmonia no
trabalho.
1.10 O BOATO
controvérsia e resistência. Afirma Davis (1957) que devemos combater o boato, mas
temos que aprender como e quando. É um sério erro tentar combater a rede como
um todo, só porque transmite o boato. É o mesmo que tentar liquidar a humanidade
só porque as pessoas transmitem doenças.
Por ser extremamente dinâmica e versátil a rede de boatos pode possuir
diferentes maneiras de atuação. Davis (1957) identificou quatro tipos possíveis de
redes de boatos:
Na rede “linha única” a pessoa A diz algo à pessoa B, que conta à pessoa C,
e assim vão seguindo a linha. Essa rede é menos precisa na transmissão da
informação. Na rede “fofoca”, uma pessoa descobre e conta a todo mundo a
informação que obteve.
Essa rede costuma ser usada quando uma informação interessante, mas
não relacionada ao trabalho, está sendo transmitida. Na rede de “probalilidade”, os
indivíduos são indiferentes com relação à pessoa a quem dão a informação; contam
aleatoriamente. Essa corrente provavelmente será usada quando a informação é um
pouco interessante, mas insignificante.
Na rede “grupo”, a pessoa A transmite a informação a poucos indivíduos
selecionados, alguns dos quais, em seguida, transmitem-na a outros.
Argumenta Mintzberg (1986) que os executivos parecem apreciar as
pequenas informações, especialmente fofocas, boatos e especulações, devido a sua
intemporalidade e lembra que a bisbilhotice de hoje pode ser o fato de amanhã. Por
outro lado, se houver confiabilidade nas mensagens enunciadas pelos gerentes, se
os empregados sentirem firmeza e estiverem convictos de que não são excluídos no
que diz respeito às notícias, a formação de boatos esmorecerá. No entendimento de
Caponigro (2001) os funcionários que sentem que a empresa atendeu o seu nível de
expectativas e sentirem que estão sendo informados de toda a situação de forma
honesta e não manipulada, tendem a apoiar a posição da empresa e não espalhar
boatos prejudiciais.
emoções são qualidades inerentes aos seres humanos, das quais eles não se
apartam quando entram na empresa. Bock at al (1995, p.192) definem: “Emoções
são expressões afetivas acompanhadas de reações intensas e breves do
organismo, em resposta a um acontecimento inesperado.”
Afirma Capra (1982, p.360): “Um aspecto importante da nova psicologia é o
crescente reconhecimento de que a situação psicológica de um indivíduo não pode
ser separada do seu meio ambiente emocional, social e cultural”. No entendimento
de Goleman (1995) o significado básico da palavra emoção é “mover”, pois as
emoções por sua própria natureza levam a um ou outro impulso para agir. Observa
Bock at al (1995): As emoções são nossa própria vida e uma espécie de linguagem
na qual expressamos percepções internas. São sensações que ocorrem em
resposta a fatores geralmente externos. As emoções estão ligadas à consciência, o
que nos permite dizer ao outro o que sentimos, expressar através da linguagem
nossas emoções.
Inúmeros fatores podem desencadear as emoções humanas, cabendo a
cada indivíduo buscar incessantemente o auto conhecimento, convertendo-as em
experiências engrandecedoras. Mesmo que as emoções façam parte da
necessidade humana, elas precisam ser vividas de uma maneira ecológica. Na visão
de Goleman (1995) os altos e baixos dão tempero à vida, mas precisam ser vividos
de forma equilibrada, pois é a proporção entre emoções positivas e negativas que
determina a sensação de bem estar. Pondera Sveiby (1998) que as pessoas
imprimem às palavras seus próprios significados, emoções e interpretações. Toda
interpretação de informações está baseada na experiência, no contexto e nas
situações e contém nuances das emoções.
O fato é que as emoções têm o poder de transformar o estado de espírito da
pessoa, bem como o seu mundo externo. O desencadear de emoções podem
contaminar e comprometer as experiências. Os sentimentos, sejam de que tipo
forem, criam problemas para a comunicação, pela maneira sutil com o qual
influenciam o significado. Afirmam Bock at al (1995) que as emoções e os afetos têm
sido vistos como deformadores do conhecimento objetivo.
Na visão de Murray (1971) as emoções são poderosas reações que
exercem efeitos motivadores sobre o comportamento, influenciando na percepção,
aprendizagem e desempenho. Esclarece Pigors (1949): Qualquer forte emoção
tende a perturbar a atenção, podendo deformar de tal forma o significado, fazendo
37
com que a comunicação perca o valor. Somente quando são adequados à situação
e conservados em seu lugar, podem os sentimentos constituir elementos
construtivos nas relações humanas.
No ambiente organizacional, a comunicação é considerada espontânea,
acessível e positiva, quando existe credibilidade. Porém, quando a suspeita ou
aversão reinam, a comunicação tende para o fracasso, independente de quão
cuidadosamente as palavras são escolhidas. Argumenta Goleman (1995) que a arte
de se relacionar é, em grande parte, a aptidão de lidar com a emoção dos outros.
Esta aptidão reforça a eficiência interpessoal.
Na verdade, grande parte dos descontentamentos se originam nas
comunicações truncadas que resultam em choques entre nossas emoções e nossas
ações, gerando grande insatisfação no trabalho.
conseguir cooperação.” Bennis (1996) entende que o verdadeiro líder é alguém que
entende muito de relações humanas, que é capaz de juntar pessoas que queiram se
comprometer com um sonho e criar esse sonho. Carrard, apud Penteado (1987,
p.25) corrobora: “Uma das qualidades do líder é a faculdade de meter-se na pele
dos subordinados, de sentir o que eles sentem”.
McGee & Prusak (1994) comparam a informação como uma “cola” que une
a organização e afirmam que na maioria das grandes organizações, uma função
essencial da “gerência intermediária” tem sido realizar essa transmissão de
informação. Argumenta Prahalad (1995, p.187): Os gerentes de nível médio são
constantemente apontados como culpados por não traduzirem diligentemente as
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Observa Mintzberg (1986) que em duas pesquisas inglesas ficou constatado que os
executivos gastam em média, 66% de seu tempo em comunicação oral.
Entretanto, de modo geral, existe pouca informação acessível sobre a
empresa, sobre empregados, clientes e até sobre os próprios produtos. Mesmo as
empresas famosas pela aplicação de sistemas de informação de última geração,
costumam contar com ambientes informacionais internos pobres. Certamente que
informações guardadas, extraviadas, mensagens interrompidas, destinadas
erroneamente, deturpadas, não contribuem para o crescimento organizacional.
Defende Hugh Macdonald apud Stweart (1998, p.70) “O capital intelectual é inútil se
não se movimentar. De nada adianta ter alguém muito sábio isolado em uma sala”.
Na visão de Matsushita (1988) são os gerentes de médio escalão que devem
encorajar o grupo de trabalho a falar.
Eles estão na melhor posição para criar aquela atmosfera tão importante na
qual o livre intercâmbio de opiniões é dado como certo. Portanto, para serem bem
sucedidos na árdua tarefa do gerenciamento na era do conhecimento, é
imprescindível que os gerentes desenvolvam esta essencial habilidade interpessoal:
a comunicação. Cabe aos gerentes tomar atitudes coerentes para obter uma
comunicação eficaz, gerenciando estrategicamente a comunicação e por
conseqüência, a criação do conhecimento. De acordo com Heron (1947) a
administração pode fazer sua parte nisso se mantiver:
Comunicações livres dentro da estrutura de administração;
Coerência visível em todas as declarações emanadas da administração;
Coerência entre suas ações.
Macedo apud Balcão & Cordeiro (1979, p. 278-279) apresenta cuidados que
permitem melhorar as comunicações:
Ponto de vista do leitor ou ouvinte - o material a ser comunicado deve ser
adaptado ao ponto de vista do ouvinte e não ao conteúdo da informação em si;
Transmitir informações em pequenas doses – uma quantidade grande de
material tende a ameaçar as organizações mentais do receptor, levando-o a rejeitá-
lo;
Prover oportunidade de expressão do receptor - a menos que se tenha
um modo de descobrir o que foi ouvido, tanto pela observação do comportamento
subseqüente, como por ouvir a repetição, a comunicação será como atirar no
escuro;
Prover oportunidade de participação - se o material a ser comunicado e a
situação específica, forem de tal molde que o receptor da comunicação possa ser
trazido à discussão e encorajado a exprimir problemas e soluções em suas próprias
palavras, muitas das dificuldades serão vencidas.
1.16 COMUNICAÇÃO
para estudar sua evolução, não é possível desvinculá-la da cultura (PINTO, 1986,
p.05).
Pinto (1986) analisa a comunicação como uma ferramenta usada pelo
homem para se relacionar com seu meio e garantir sua sobrevivência. Ele faz uma
analogia dela com a realidade que circunda o homem. Em outras palavras, para este
autor, a comunicação está intimamente relacionada com a cultura na qual o homem,
objeto dela, está inserido. Dentro desta visão sociológica, percebe-se os diferentes
canais utilizados pela comunicação, como: mímica, dança, musica, jornais, teatro,
cinema, obras literárias etc. A carta de Pero Vaz de Caminha a D. Manuel citava a
mímica, a música e a dança como os primeiros meios de comunicação entre
portugueses e indígenas.
(...) passou-se então, além do rio, Diogo Dias, almoxarife que foi de
Sacavem, que é homem gracioso e de prazer; e levou consigo um gaiteiro nosso,
com sua gaita e meteu-se com eles [os nativos] a dançar, tomando-os pelas mãos; e
eles folgavam e riam, e andavam com ele mui bem, ao som da gaita; depois de
dançarem, fez-lhe ali, andando no chão, muitas voltas ligeiras e salto real, de que se
eles espantavam e riam, e folgavam muito (Souza apud Pinto, 1986, p.08).
Também em outros relatos de Pinto (1986) pode-se observar o poder da
comunicação para influenciar as pessoas quando cita, por exemplo, a atuação dos
jesuítas no Brasil – neste trabalho pretende-se considerar o ensino uma forma de
comunicação, pois “a sala de aula” é um ambiente perfeito para troca de
informações – ou quando fala da corrente literária – o realismo de Machado de Assis
e Aluísio Azevedo, entre outros - desenvolvendo mais o espírito crítico sobre a
realidade que a cerca. O autor mostra que o governo militar brasileiro, reconhecendo
o poder da comunicação, relata várias de suas iniciativas, como na ditadura de
Vargas, quando se usava a comunicação para vender um regime autoritário que,
apesar de ademocrático, foi aceito pelo povo. Dentre essas iniciativas está a lei de
imprensa, de 1934, que introduziu o nacionalismo no Brasil, proibindo a participação
de estrangeiros como proprietários, diretores e acionistas de empresas jornalísticas
e a constituição de 1937 que estabelecia a censura à comunicação e a criação do
Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), órgão de difusão e de controle
ideológico da informação do Estado.
Considerando-se que para Kotler (1998) em uma comunicação
organizacional, para que uma mensagem seja eficaz, é preciso que o processo de
54
CAPÍTULO 2
METODOLOGIA
CAPÍTULO 3
33%
67%
Masculino Feminino
Gráfico 01 – Sexo dos colaboradores.
Fonte: Pesquisa realizada com os colaboradores da Amazontur/2007.
0% 2%
12% 0% 69%
17%
Solteiro 10 33,33%
Casado 10 33,33%
Divorciado 3 10,00%
Outros 7 23,33%
Total Geral 30 100,00%
Tabela 2 – Estado civil dos colaboradores.
Fonte: Pesquisa realizada com os colaboradores da Amazontur/2007.
7% 7%
20%
49%
17%
8%
54%
33%
5%
0% 3%
30%
67%
98%
Sim Não
Gráfico 06 – Treinamento para agregar novos líderes.
Fonte: Pesquisa realizada com os colaboradores da Amazontur/2007.
No questionamento sobre se o treinamento na empresa é uma opção
inovadora para agregar novos líderes, percebe-se, através do gráfico 7, que o maior
percentual está direcionado para 98% dos entrevistados que responderam sim,
somente 2% responderam que o treinamento não agrega novos líderes. Sendo o
treinamento importante para que os funcionários saibam de todos os procedimentos
da organização, para que conheçam a operação e todos os seus relacionamentos,
sejam comerciais, financeiros, relativos a seguro, e os programas e sistemas
desenvolvidos.
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
70
REFERÊNCIAS
72
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80
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1998.
APÊNDICE
APÊNDICE A
Questionário de Pesquisa
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
Qual a sua satisfação quando seu chefe conduz as informações quando a equipe
atinge as metas estabelecidas pele empresa? Justifique.
( ) Ruim ( ) Regular ( ) Boa ( ) Ótima
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................