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(2004): O
sintoma e sua função no sistema familiar de acordo com a perspectiva
sistêmica. Texto Didático, nº 7, 59-70.
O presente artigo, objeto desta resenha crítica, tem por objetivo apresentar
as principais idéias de pensamento sistêmico no entendimento dos sintomas.
Entende-se por pensamento sistêmico, aquele em que o estudo dos
sintomas ou doença mental está atrelada à idéia da causalidade circular onde
cada elemento é, ao mesmo tempo, causa e efeito, isto é, não está ligada aos
elementos, mas está no próprio círculo.
Em oposição ao pensamento sistêmico, oriundo da revolução
epistemológica advinda da Teoria Geral dos Sistemas e da Cibernética, há o
pensamento linear que busca dar aos sintomas, ou doença mental, explicações
psicopatológicas baseadas em modelos lineares, isto é, se um indivíduo está
doente, o problema está nele e para solucioná-lo, devemos estudar os eventos
anteriores que lhe causaram, no presente, os sintomas atuais.
Haja vista esta mudança de enfoque, do linear para o circular, surgiu uma
nova onda de pensadores e terapeutas, sendo objeto do artigo, ora resenhado,
descrever, de forma sucinta, as principais idéias do pensamento sistêmico para o
entendimento dos sintomas.
A autora cita: - Ackerman (1986) que fala de famílias enfermas e níveis de
adaptação; - Pichon-Rivière (1994) que descreve a doença mental não como
doença de um sujeito; - Gregory Bateson que introduz alguns conceitos da
cibernética e fala de duplo vínculo; - Virgília Satir que trata de diferenciação e
triangulação; - Wyne, que a partir de trabalhos com esquizofrênicos, trata da
mutualidade, pseudo-mutualidade e não-mutualidade; - Minuchin que introduz o
tema de estrutura ou da regularidade padronizada onde a família pode ser
dividida em subsistemas. Para Minuchin, o sintoma, é o modo como os membros
da família se posicionam em relação ao “doente” e a estrutura é mudada por meio
de feedback positivo; - Bergman (1986) que aborda os sintomas leve, grandes e o
conflito matrimonial e que o ciclo de vida familiar se desenvolve ao longo dos
tempos, seguindo estágios do ciclo de vida; - Carneiro (1992), baseia-se em
todos esses conceitos descritos acima e assim estabelece categorias de saude
mental e de doença; - finalmente, fala de uma abordagem mais recente chamada
de construcionismo social: onde desempenha um papel significativo o observador
e que a família reage ampliando o seu contexto familiar.