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Apresentação
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Idéia de Mark Prensky, para este autor os nativos digitais se criaram com a TV ligada, controle remoto,
celular e computador na mão. Ver: http://www.marcprensky.com/writing/,
do bom uso dessas linguagens e recursos no cotidiano escolar. Para tanto, é
imprescindível que os professores vivenciem, nos processos de formação
continuada, a aprendizagem de conceitos usando diferentes TIC, apropriando-se
deste “novo” movimento de apreender e ensinar conceitos na era digital.
Para que haja coerência entre os processos de formação de professores e
as demandas contemporâneas, ensinar e aprender não podem estar limitados a
um modelo de reprodução de aulas convencionais ou de simplesmente lidar com
a máquina. Trata-se de problematizar a construção do conhecimento, num
ambiente em que os professores compartilham seus saberes e aprendem
conteúdos com o computador, a partir de uma nova linguagem - a digital. Ao se
apropriar dessa linguagem, proporcionada pelo avanço tecnológico, os
professores tem a possibilidade de explorar diferentes maneiras de pensar,
ampliando também as formas de ensinar.
Portanto, segundo Valente( 1997, p.14):
não se trata de criar condições para o professor dominar o computador ou o
software, mas sim auxiliá-lo a desenvolver conhecimento sobre o próprio conteúdo
e sobre como o computador pode ser integrado no desenvolvimento desse
conteúdo. Mais uma vez, a questão da formação do professor mostra-se de
fundamental importância no processo de introdução da informática na educação,
exigindo soluções inovadoras e novas abordagens que fundamentem os cursos
de formação.
Em 2004, o termo Web 2.0 foi apresentado pela primeira vez por Tim
O’Reilly2 para definir aplicativos utilizados na rede, que aproveitavam a
inteligência coletiva dos usuários, propondo uma experiência de uso parecida com
os desktops, na qual os softwares são disponibilizados na internet como um
serviço, e a web, como uma plataforma. Para esse modelo, o que vale é a
interatividade, uma vez que os usuários deixam de ser consumidores e passam a
ser também produtores de conteúdo. Apesar de todos os questionamentos a
respeito destas terminologias, é evidente que as características da web de hoje
são muito diferentes da web que existia antes.
Enquanto no modelo antigo, que chamamos de “Web 1.0” o usuário era
apenas um expectador em uma página, na “Web 2.0” ela passa a ser também
autor, acrescentando opiniões e conteúdos, pode ler, participar, modificar e
(re)criar conteúdos. Não há mais armazenamento ou processamento local, agora
os dados são enviados para servidores online que podem ser acessados em
qualquer lugar. O privado torna-se público. Arquivos, compromissos, agenda, lista
de favoritos, tudo é compartilhado na rede, tornando-se acessíveis a todos os
usuários.
Inúmeras são as mudanças, bem como as aplicações dessas novas
ferramentas à proposta e encaminhamentos metodológicos da educação.
Produção coletiva
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Ver: http://www.orkut.com
4
Ver: http://www.myspace.com
5
Ver: http://pt.netlog.com/
6
Ver: http://www.secondlife.com
Para Vygotsky (1988) as funções psicológicas superiores, memória e
linguagem, são construídas ao longo da história social do homem, em sua relação
com o mundo. Os processos voluntários, as ações conscientes e os mecanismos
intencionais - funções psicológicas superiores - dependem de processos de
aprendizagem. O pensamento tem origem na motivação, no interesse, na
necessidade, no afeto e na emoção e, a construção do conhecimento se dá por
uma interação mediada por essas várias relações feitas com outros sujeitos.
Na web, por meio dos diferentes recursos disponíveis, essas relações
podem ser potencializadas de uma maneira bastante evidente. Um exemplo disso
são os Blogs, chamados também de diários virtuais, onde as pessoas escrevem
sobre diversos assuntos, expressam idéias, sentimentos, coisas cotidianas. Os
blogs tem origem no hábito de alguns pioneiros de conectar na web para fazer
anotações, transcrever, comentar, interagir nestes diferentes espaços virtuais. Em
sua estrutura de publicação, apresenta-se similar a uma página web, composta
por postagens (ou posts) que ficam dispostas de forma cronológica como se fosse
um jornal. Cada post (fig.1) vem acompanhado da data da publicação e também
de um espaço para se inserir comentários, abrindo espaço para discussão e troca
de idéias. Acompanha também marcadores que funcionam como palavras-chave.
Estas páginas podem ser acompanhadas de imagens, sons ou vídeos, inseridas
de maneira fácil e dinâmica, permitindo aos usuários participarem do que chamam
blogosfera7.
Fig.1
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Blogosfera é o termo coletivo que compreende todos os blogs (ou weblogs) como uma
comunidade ou rede social. Fonte: Wikipédia.
Cabe destacar que uma das vantagens da utilização de blogs é a
possibilidade de interação. Por meio destas ferramentas os usuários podem agir,
interagir, publicar experiências, discutir e apresentar assuntos de interesse
conjunto, criando grandes redes colaborativas. Para Vygotsky (1987) a
colaboração entre os pares contribui para desenvolver recursos para a solução de
problemas, por meio do processo cognitivo implícito na interação e na
comunicação. Segundo esse autor, a linguagem seria um fator fundamental para
estruturar o conhecimento.
Ao trazer esses conceitos para os ambientes criados com a tecnologia dos
blogs, destaca-se a interação, elemento básico e inicial, responsável pela
abertura do canal de comunicação. “A interação entre as pessoas e objetos de
conhecimento ocorrida nesses ambientes, possibilita processos colaborativos e
cooperativos de aprendizagem.” MANTOVANI, online)
Assim, a partir deste contexto, propomos o uso dos blogs como uma
possibilidade para professores discutirem, socializarem práticas, e proporem
reflexões sobre sua própria prática por meio da investigação e da colaboração
utilizando-se das tecnologias de informação e comunicação como linguagem
nesta formação. Muitas das insatisfações enquanto educadores podem ser
“resolvidas” por meio destes ambientes, uma vez que o “estar junto virtual”
(VALENTE, 1999), possibilita aproximações e abertura para discussões. Inclusive
professores que sentem-se tímidos ao fazer questionamentos ou revelar
produções, encontram espaço neste modelo.
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Ver: http://blogseducativos.teia.bio.br/
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Ver: br.groups.yahoo.com
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Ver: http://gepete.blogspot.com/
11
Ver: http://ideiasemblog.blogspot.com/
12
Ver: http://recreamat.blogs.sapo.pt/
Enfim, destacamos aqui algumas poucas iniciativas, porém vários são os
espaços na web onde encontramos professores pesquisadores que se utilizam
dos blogs como espaço para divulgação de seus trabalhos.
Acreditamos que a partir das novas possibilidades, da ousadia, do desafio
em redimensionar o velho, e da vontade de desvendar saberes novos, da vontade
de divulgar e socializar nossos trabalhos, nos impele a conhecer outros ambientes
a caminhar por terrenos desconhecidos e a propor outros encaminhamentos.
REFERÊNCIAS
AKAGI, André. E-Learning 2.0. Portal WebAula Disponível em http://portal.we-
baula.com.br/artigo.aspx?sm=artigos&codartigo=13. Acesso em 06 mar.2009.