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O ESPÍRITO SANTO
"Há muita confusão e erro correntes neste dia a respeito da personalidade, operações e manifestações do
Espírito Santo. Eruditos conscientes mas extraviados têm sustentado idéias errôneas sobre esta doutrina. É vital
a fé de todo cristão que o ensino escriturístico dela seja visto na sua verdadeira luz e sustentada nas suas
corretas proporções" (Bancroft, Elemental Theology).
"Ao atribuir personalidade ao Espírito pensamos que Ele não é uma energia impessoal, uma abstração, uma
influencia, ou emanação. Ele é uma inteligência auto-cônscia, autodeterminada, voluntária, sensiente. Pode-se
dizer que a personalidade existe onde se encontrem unidas numa combinação singular inteligência, emoção a
volição, ou senso comum e autodeterminação" (Bancroft, Elemental Theology).
5. A REPRESENTAÇÃO DELE COMO SENDO AFETADO COMO UMA PESSOA PELOS ATOS DE
OUTREM.
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(1) Ele pode ser rebelado contra, incomodado e entristecido.
Isaías 63:10; Efésios 4:30
Em João 16:13, só o pronome masculino se aplica ao Espírito sete vezes. É isto muito significativo desde que a
palavra grega correspondente a "espírito" (pneuma) é neutra. Vemos assim que a idéia da personalidade do
Espírito é tão forte que na passagem supra ela tem precedência sobre a ordem gramatical. Em Romanos
8:16,26, numa construção mais próxima, prevalece a ordem gramatical, mas isto não anula a significação de na
outra passagem arredar-se a ordem gramatical.
"O nome "parakletos"... não pode ... ser traduzido por "conforto", ou ser tomado como nome de qualquer
influencia abstrata. O Confortador, Instrutor, Protetor, Guia, Advogado, que este termo traz perante nós, deve
ser uma pessoa" (Strong, Systematic Theology).
Não há absolutamente nada que justifique a crença que o Pentecostes é para repetir-se na experiência de cada
crente. Ele veio em cumprimento de profecia e promessa definitas e particulares, marcou o princípio de uma
dispensação especial do Espírito. O pentecostalismo é disparate dos mais absurdos. Podia alguém com a mesma
razão falar de uma repetição da ressurreição e ascensão de Cristo como de uma repetição do Pentecostes, que
nunca se repetiu e nunca se repetirá. A ocorrência na casa de Cornélio foi meramente suplementada ao
Pentecostes (Atos 10:44-47) e aconteceu para que Pedro pudesse saber que os crentes gentios foram recebidos
por Deus no mesmo nível como os crentes judeus.
João 7:38,39; Atos 10:1; Romanos 8:9; Gálatas 3:2; 4:6; Efésios 1:13; 4:30; Judas 19. É loucura o crente orar
pelo Espírito Santo, ainda que possa orar pelo Seu poder e plenitude. Tão pouco precisa o crente orar para que
Deus não lhe tire o Espírito Santo; porque, ainda que o crente possa entristecer e apagar o Espírito (1
Tessalonicenses 5:19) ! recusar Seus impulsos, o crente, não obstante, está permanentemente selado pela
presença do Espírito (Efésios 1:13; 4:30).
Efésios 5:18. Mostramos que cada crente tem o Espírito. Agora só resta ser observado que não há na Escritura
garantia para afirmar-se um batismo do Espírito hoje tanto na regeneração como depois dela. A Escritura está
calada sobre a noção de um batismo do Espírito para este tempo. A passagem costumeiramente referida para
substanciar um batismo do Espírito na regeneração refere-se ao batismo na água. Vide seu exame sob batismo
na água.
O crente tem tudo do Espírito Santo, mas o Espírito comumente não tem tudo do crente. Sua presença é
expansiva: Ele enche tanto do crente do que estiver vazio de egoísmo e pecado. Assim, a exortação para encher-
se do Espírito é uma exortação de completa rendição a Ele. Quanto mais Ele nos enche, maior será a
manifestação do Seu poder em nossas vidas (Atos 6:3-5; 11:24).
Note-se que o Espírito Santo, na Sua obra de convencer ou convicção, "convicta, não primariamente do pecado
de transgressão, mas do pecado de incredulidade, !do pecado, porque não crêem em mim?. Atos 2:36-37. Como
todo pecado tem sua raiz na incredulidade, assim a forma mais agravada de incredulidade é a rejeição de Cristo.
O Espírito, contudo, ao prender esta verdade sobre a consciência, não extingue, mas, pelo contrário, consuma e
intensifica o senso de todos os demais pecados." (Bancroft, Elemental Theology).
Chamamos especial atenção para esta última sentença acima. Muitos entenderiam que a incredulidade é o único
pecado danoso. Muitos mesmo diriam que isto é tudo por que os homens sofrerão no inferno. Semelhante noção
está abundantemente contraditada pela Bíblia. Vide Romanos 2:5,6; 7:7-11; Gálatas 3:10,24; 1 João 3:4;
Apocalipse 20:12. O Espírito não convence meramente do pecado de incredulidade, mas do pecado por causa
da incredulidade. Isto é, Ele mostra aos homens sua condição pecaminosa por fazê-los ver que estão rejeitando
ao Cristo de Deus, mostrando assim rebelião contra Deus. A incredulidade é o principal sintoma da doença do
pecado, cuja essência é a anarquia.
A obra indireta do Espírito não só pode ser resistida, mas é resistida constantemente pelos pecadores. Os
pecadores nada mais fazem que resistir ao Espírito até que o Espírito, por impacto direto e pessoal sobre a alma,
vivifica o pecador cadáver á vista. Isto, como já indicado, explica Atos 7:51,52.
A obra direta do Espírito na regeneração é irresistível. Não quer isto dizer que o Espírito viole a vontade: Ele
simplesmente opera posto-vontade. A regeneração tem lugar na "região da alma sob senso comum" (Strong). É
o meio pelo qual nossas vontades se conformam à de Deus rigorosamente segundo as leis da vontade e sua
ação. Vide o capítulo sobre a livre agencia do homem. A regeneração é irresistível porque é uma obra de Deus e
não depende da vontade de homens (João 1:12,13). É na regeneração que Deus habilita os homens a virem a
Cristo (João 6:65). É assim que ele entrega os seus eleitos a Cristo (João 6:37). A regeneração é a atração a que
se refere em João 6:44,45, na sua consumação. O homem nada pode fazer agradável a Deus enquanto estiver
espiritualmente morto, estando na carne (Romanos 8:7,8). Mas, quando vivificado à vida, ele está certo de agir
em harmonia geral com a vontade de Deus (1 João 5:4; 3:9). Assim a regeneração é necessariamente
irresistível.
"Esta passagem não nos conta como o Espírito chama homens, presumivelmente porque Ele não chama sempre
homens do mesmo modo. Cabe-nos a nós estarmos prontos a ser chamado, desejá-lo e então esperar que o
Espírito Santo nos chame. Ele não chama a todos para o trabalho missionário estrangeiro, ainda que todo cristão
devera estar pronto a responder a esse chamado. Ele chama, contudo, todo cristão para algum campo de serviço
e o conduzirá, se ceder, a esse campo especifico" (Bancroft).