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Aulas de artes como processo integrado de desenvolvimento

do potencial expressivo e estético.

Para o fim almejado – desenvolvimento do potencial expressivo e


estético – é utilizada uma metodologia que abarca o psicosociológico,
cibernético, cognitivo e conceitual.
No primeiro quesito – psicosociológico, analisa-se a realidade social
dos envolvidos no processo – aluno, professor, escola, região, governo,
baseando-se em J. Piaget, em que o aluno apreende o conhecimento
por si mesmo; em Paulo Freire que apresenta a educação como única
forma de crescimento; no próprio ser humano, integrante do ambiente
e ativo ecologicamente, transformador do entorno e influenciado pela
cultura. Da estrutura como ser humano, diferenciado dos demais seres
animais, com sua individualidade própria; e em Ausubel que
estruturou um modelo de aprendizagem em que o indivíduo mais
aprende quanto maior for sua experiência e sensibilidade, e que o
aprendizado nunca é esquecido. Em Freinet que propõe que a
educação tem que estar atrelada à criança, conforme seu ritmo de
crescimento intelectual. Em Montessori e sua visão de Educação
Especial; na realidade social, cultural e econômica do país; nas
instituições, e no processo de julgamento do ser humano.
O objetivo do programa de vivência pedagógica é dotar o educador de
uma visão abrangente e assim combater o estado de alienação dos
educandos.
Na reflexão de Paulo Freire1(2004, p.94) a sociedade depende:

de uma educação que tentasse a passagem de


transitividade ingênua à transitividade crítica, somente
como poderíamos, ampliando e alargando a capacidade
de captar os desafios do tempo, colocar o homem
brasileiro em condições de resistir aos poderes da
emocionalidade da própria transição.
Arma-lo contra a força dos irracionalismos, de que era
presa fácil, na emersão que fazia, em posição
transitivamente ingênua.

A transitividade crítica está aliada a uma construção democrática dos


propósitos coletivos.
A dinâmica de uma educação em mudança radical se articula com “a
verdade em comum que conquistamos “ouvindo, perguntando,
investigando” (Id. pg.98). Aqui se manifesta a necessidade de uma
educação corajosa que levasse o homem a uma nova postura diante
dos problemas de seu tempo e de seu espaço (Id.pg.101).

1
Educação como prática da liberdade. 24ª Ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2004
A integração a nível cibernético, ou seja, mental, é promover e
incorporar experiências adquiridas através de imagens, sons, sabores,
odores, etc... e assim poder realizar e cumprir propostas e tomar
decisões. Ou seja, ter controle de situações. É o combate a
fronemofobia.
A integração a nível cognitivo, ou seja, de conhecimento
(entendimento), é viabilizar o rompimento de estruturas pré
concebidas.
O estudo conjunto das diferentes disciplinas gerará os Temas
Integradores, necessários para o desenvolvimento expressivo e
estético, considerando que esse é a capacidade ma transmição de
afetividade – inquietação e emoção.
Os Temas Integradores selecionados para os estudos sociológicos no
1°grau são:
- Postura de expressão: Desenvolve a expressividade dinamicamente,
através da observação e associação, criando uma postura crítica e
perceptiva, desenvolvendo a estética.
- Limites e parâmetros de expressão: Identificação de limites e
estabelecimento de parâmetros para as situações.
- Estrutura e componentes inerentes à expressão e à estética:
Identificação, descrição e discussão que torna viáveis a expressão e
determina o senso estético.
- A expressão e a vida: Identificar as diversas formas de expressão
dentro do contexto e circunstância.
- Expressão e Mudanças: Aborda a origem, diversidade e a difusão dos
componentes expressivos e estéticos, levando em conta os constantes
rompimentos e considera a capacidade de interrelação e mudança do
ser humano.
- Relações intra e extra sistêmicas na expressão: Estuda as ações e
relações, visando a compreensão da responsabilidade para a
manutenção do equilíbrio da vida como um todo.
- Cultura e Compromisso: A estética e a expressão como componentes
de um todo. O saber e conhecimento necessários para melhorar a
expressão humana.
A integração a nível conceitual visa informar ao docente acerca da
interrelação entre as demais disciplinas, colocando a antropologia
como disciplina culminante, pois trata das relações humanas quanto a
moral e suas implicações com a vida.
O desafio está em estabelecer um novo olhar sobre o aluno,
compreendendo que além da função “ensinar” o educador transmite o
saber socialmente construído e que possa fazer entender a relação que
os educandos tem com o mundo e com o conhecimento.
Para transformar a escola de forma dinâmica e renovadora é coerente
definir a função social, procurando garantir uma formação ética e
global. É importante que a escola e o educador identifique, respeite e
considere os diferentes ritmos de aprendizagem, compreendendo que
os sujeitos estão sempre em constante formação.
Uma metodologia integradora significa refletir sobre que atividades e
quais conteúdos são oportunos para a organização do tempo e espaço
tanto da escola como do aluno.
O niilismo é a impossibilidade do diálogo. É a perda da esperança, é a
ausência de propósito (West, 1994, pg. 31)2.
West e Freire se aproximam aqui pois acreditam que a transformação
e a humanização do mundo são viáveis.
Para Freire a palavra-diálogo – o diálogo-palavra também é o caminho.
West prefere a conversão política.
O niilismo, escreve, “ é aplacado pelo amor e a solicitude” (West,
1994, pg.35). Pode ser revertido, anulado, mudado.
“Não há palavra verdadeira que não seja práxis” (Freire, 2004, pg.
78).

Maria Adelina Costa, Bacharel em Artes Plásticas pela Universidade do


Estado de Santa Catarina-UDESC, em junho/2009.

2
West, C. Questão de raça. São Paulo: Cia das Letras, 1994.

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