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om 7 oo Lae Manual de Eitamparih @Xtil Jorge Neves PREAMBULO As empresas do sector téxzil desde a iltima década que se conftontam com profun- das akeragdes econbmicas, sociais ¢ organizacionais, tanto nos mereados eomuniti- ros como internacionais. A competividade internacional no sector, muito marcacla pela erescente agressividade ros mercadas dos novos Estados industralizados, exige que as empresas se rornem cada vez mais competitivas, adaptiveis a modaneas tanto estruturais como conjunturai, Alexi c produtivas Os desafios constantes que as empresas do sector (sobretudo as PMEs) enfrentam, no quadto da internacionalizaeio da economia, requerern que 1s seus quados e gestores enveredem pela via do desenvolvimento permanente das suas comperéncias ¢ pela busca de novos métodos e téenieas de gestio dos sens recursos. E nccessirio que as empresas se preparem para conquistar “nichos” de mercado onde as inovagdes tecnologicas, o design ea diferenciacio dos produtos sejam factores predominantes Por outro lado, a informacio técnica em portugues sobre a Industria Téxtil e do \Vestudrio nio rem acompanhado a importincia que esta indistria tem para Portugal, quer do ponto de vista econémica, quer do ponto de vista social. No caso particular do subsccvor da Fstamparia Textil, as referéncias bibliogrificas resumem-se a alguns artigos publicadlos em revistas nacionais. O objectivo deste manual visa, pois, colmacat ‘um pouco esta auséncia, quer sistematizando informagio basica, quer desenvolven- do alguns temas que pela sua actualidade ¢ inovagio poderio ser importantes para o faruro do téxtil em Portugal. A aplicagio inteligente das tecnologias, assim como novas ideias para produtos, sio 4 otigem da eriatividade ¢ da inovacio © consequentemente consticuem um factor decisivo na competitividade € no sucesso. Esta a razio da introducio de capitalos tais como a obtengio de efeitos especiais ¢ dos sistemas CAD/CAM apropriados & Resposta Rapida, além do desenvolvimento de temas como as aplicagdes da geometria fractal e dos pigmentos cromotripicos Esta publicago faz parte de um projecto mais vaste, financiado pela Linha de 5 Acgio - Métodos e Recursos Didécticos do programa PESSOA, denominado Projecto Integrado de Ensino a Distincia Multimédia em Design Textil. sua insere0 neste projecto visa a interligagio das fungdes de Design © Tecnologia. Em simulkineo foi desenvolvida uma aplicagio Multimédia, apresentada em formato CD-ROM, que permite uma ficil ¢ sipida consulta das informagdes, Resta dar resposta & pergunta: A quem se destina este manual? ‘A actual “cultura” de novas exigéncias de formacio afecta toda a populagio activa, ‘quer sejam aqueles que se enconteam integrados no mercado de trabalho, quer os jovens em fase de formagio. A todos eles, de algum modo, nos ditigimos AGRADECIMENTOS (O autor ageadece aos responsiiveis pelo Programa PESSOA, Ministério do Trabalho € da Solidariedade, a oportunidade que the foi concedida pata a publicagio deste manual © autor quer agradecer igualmente a todas os que contribuiram de algum modo para a sua coneretizagio e em particular -20 Prof. Luis de Almeida, como principal consultor desta obra, pelas muitas suges tes que foram dadass ~4 Prof’, Noémia Carneito, responsavel pelo capitulo sobre Colorimetsia; ~ sua mulher Prof Manuela Neves aio s6 pelo apoio constante, mas também pela ajuda no tratamento das imagens; -a toda a equipa da TeeMinho envolvida neste project, em especial a Eag* Manuela Maia Neves ¢ a Det Inés Castro; - as empresas “F.stamparia Marpei”, Artestidio, ¢ Citeve por terem permitido » captagio de imagens de miquinas existentes nas suas instalagoes, FICHA TECNICA Tinalo: Manual de Estampatia Textil Antoria ¢ Coordenasio Tecnica: jorge Neves Direccio Editorial: Fscola de Engenharia Univ. Minho Composi¢io: Multiplas Dimensdes - Comunicagio ¢ Imagem Pré-impressio: 4¢?arte - Comunicacio Visual Impressio: Grifigamelas Tiragem: 300 exemplares Depésito Legal: 153956/00 Data de Edigdo: Julho 2000 ISBN: 972-8600-003, Producio apoiada pelo Programa Operacional Formagio Profissional ¢ Emprega, co-financiado pelo Estado Portugués ¢ Unio Europeda, através do ESE. Ministério do Trabalho ¢ da Solidariedade-Secretaria de Estado do Emprego © Formacia, Tec indice 1-Introdusto. : 15 L.1~ Enguadamento das operas de estampria na ers exci confeegia— 416 12— Processos parainesugio da cor mos artigns FEN. cat 2-Processos de estamparia iq 19 2A ~ Poses previa z - een 2.2— Bstampasia proplamente dit eeceee - evens 2.21 Processos ealcionaisde macuferéaciade cor. as 2.22 Novas tecnologia de trnsferéncia cla cor estamparia de ndo contaco etamparia igial 29 2224— Introdugia. 2» 222.2- Byxumparia por xerograia oe rc 222.3— stampasia port de tata 7 32 223~ Modosde estampur : 1 24— Pastasde estampar. 7 a2 225— Fspessantes mateits e semi sinrévcos, 7 eT 2.3. Fases posteriones as processos de mansferéncace cor at 3-‘Tratamento previo. 7 st BA Tntredugie. ewe scanere 32 32~ Process e objectives ds pencipais operates de preparagia, 36 33- Gasagem ouchamoscagcm. : x6 3A— Desencolagem : 38 B41~ Desencolagem enzimitca 38 342~ Desencolagem Oxidativtvneecone : “o 343- Desencolagem dcida : 62 3.44~ Deseneclagem por putrefagia, we 345— Desencolagem de prods sokvcis em gua 63 35~ Tratamentotealino, : z 63 35.1 Fervuracom desencolagem oxida. 36 Branguci. 361— Introduzo, 3.62~ Branqueio com perbxide de hidrogéni nn 7 . 3663 Branqueio com hipoclotiea de sheen nen 364— Brangucio com corto de So enenmenneennen 36.5 Branqueio 6ptico. nm semen Meccerizacia, oe ee 30.— Brilho, z 37.2— Propriedades tintsiais, — af 37.3— Propriedades mecinicas estabilidade dimensionaleeneennnn 374— Processovindustriis ieee 37.5 Mereerizagio de celloses ragenertda6. o-oo 31.6 Merceriagio de mitts cnnrenrennenn 3.8—Termofixagia, : 4-0 CAD/CAM na estamparia, 41 Intodugia. 7 42 Sistemas CAD oon See 7 42.1— Introdugio do desenbo no sistema. sve 42.2—_Adapraglo de um desenho a um padro de estampatit nese. — 42.2.1 — Redugio de cores sue eee 42.2.2— Limpezacajustamento de “rappor 423— Coloragian sinasany A248 Melos coms. oh 4.3 Exemplo de ferramensas de cacao extriores aos sistemas cad de estampatinn..nu 43.1— Geometria fractal ocasnnnesnnnmnone Baaneee 43.2— Desenvolvimento pritic, Seite 43.2.1 Adaplagio dos fracas 20s pardmetros da estampatit.on : 4322-— Resultados. : 4A Sistemas CAD, 7 ltd Ete 94 AAA Gravagio a t08 latiwsscssnnensinnnnnnnnnn 95 442— Robie 7 ” 442.1— Cosinhas de cores totalmente satomaczadas 98 5-Obtengio de efeitos especiais na estampatit. oo -eesennen 103 5.1 = Coneeio, 104 5.11 Aplicagiode sensors isico-quiicos 108. 5.1.2— Apliegio de produtos qimiens - 105 5.13— Aplcagiode efeitos porcalandtagem 107 5.1.4— Outasaplicages. _ 108 52 Potencialidaces grificas ds pigmentos cromowpicos; um exemple de usorde senses 0 SESUAFO nnn 508 52.1 Crista lquidos sua cssiiagio. covemenine 09 52.2= Aspectospriticos 7 14 52.21 Variedades existentesino merc2davvuresunennenneneeneensmnensnnat 14 52.2.2 Modos de apicagio em estampuris.. 116 52.2.2. - Estampariaconvensionsl 116 52.2.2.2~ Aplicaglo por fet enone 7 5.2.2.2. ~ Aplieagdo por spticoenneeeenrn 47 5.2.2.2. Substrates. - 117 6 Anilise de defeitos de estampaticcnnnmnn 119 6.41 — Inwoducio. 7 120 6.2 Aprescntegio de dfs weno 120 621 Desacerto dos quadros. ct 120 622 — Quad fit8d ec ennenrnneennnnn 122 62.3— Quantidade excessive de pasta na “gatagOoccnun a 12 623.1 — Bore en ool 6.2.3.2— Marcacio do rapport. s22, 624— Deposigio insuficiente de corante... Sele 122 625~ Estampagem confusa, 7 124 62.6~ Dene desert, Seed 124 62.7 Contosio incomplet : als 628~ Chotado 7 7 135, 629 Alastrao. : 7 125 62.10 Rephieas 126 62.11 = Cor*pingada 126 6.2.12 Cor diferente da pretendida 127 62.13 — Bronzeamenta 128 62.14 Fala de uniformidade da cor. 13 62.15 Amarclecimento do branco ripe, regs 62.16~ Fala de solide. 129 62.17 — Toque demasiado duro, Seas) 62.18— Enviezamento, 19 62.19 Estampados qucbrados, : 19 62.20 ~ Sangramento, : 130 6.2.21 — Diferentes encolhimentos pera deesisténca i 130 6.2.22 Inregularidades na cardagoelaigem, eee stad 62.23~ Defetos do procesto de pulverzagio. 131 6.3~Precaugies de caicter goal 132 63.1 — Caidados tena prepansgio das pastas de estampat. 132 632— Cuidados ater como quadros. noel 2 7-Colorimenia... eee 135 TA~ Ogee Comose re? ssetost ae 7.2~ Fontes deluzeiluminantes... : owl37 73~ Reflexdoe wansmissio delux pelo objeto : nl 39 7A~ Arespostado observader. eee 1 75— Descigione medigie da 608 envennenneeneennennnnnnn 145 7.8~ Diferengade cor, : 754 — Sistema CLE, 52— MetamerismodelJuminant. 75.3 Dingramade cromaticdade CHE 7.6 ~ Espago de €0¢ CIE XYZocesensern 7.8.1 Equagio ciclab pan diferenga decor. 7.8.2 Aceitabilidade e pereepablicdade.. 7.83— Formulas do Colour Matching Commit T84— Poemula daaecitabilidede CEO an 4,85— “Shade sorting” ee 5.9 Avaliagio instrumental. F91= Bspectrofondmetra de reflex. 79.2 Apresensagio das amostrs. 793~ Bspectoseopiade reectincia 7.9.4— Imituedo de wistimuls. 8- Dados estatisticos eecondmicos.. 8.1 Globaliasio dos mereados.. 8.2 Produgio mundial de esaampados. 83 Frvohigio ds eniea de esampari. H4— Niimero de cores por desenho.. 5 Metragem colocads em maquina por desenho. 86— Repargio por ipos de suport 87-— Repaticio por pos de fbr. A— Clasesde eoranes ulizados om estamparia. 89— Quiras estatistias Bibliografia —_ Espago de cores bascadas em pares de cores oposts. 146 a7 148 149 149 4151 131 152 161 162 165 166 166 168 168 169 169 170 1° Capitulo Introduciao anual de Esumpara Te 1, INTRODUGAO 1.1 Enquadramento das Operagdes de Estamparia na Fileisa Téxtil- Confecgao Nio existe um modelo de estrurura comum das empresas direccionadas pata a inchistia textile do vesnuiio, uma vez que existe um clevado grau de intercmbio e flexibilidade na utlzagio das matérias primas e processos por parte dos vitios sectores desta indstia Até meados do sec. XX o factor determinante da estrutura organizativa das empresas téxteis era o dpo das matérias primas utilizadas, Isto traduziu-se na existéncia de cmpresas verticas em que se partin da matéria prima axé se chegar 20 produto final, ‘ow scja, as empresas. englobavam sectores tio divesificados como o si0 08 seetores de fagio, tecelagem (fecidos ou malhas),ultimacio (preparacio, tnturaria, estampa- sia ¢ acabamentos) e confeesio. A panir desta data, devido a0 elevado capital necessitio € difculdade, ow mesmo impossibitidade, de eyailbrar a produgio em todos estes sectores, suagi uma Forte tendéncia para 4 horizonralizagio, tanto mais que existiam sectores altamente expecilizaos capazes de tratar praticamente qualquer tipo de fibras,fios ou tecidos. E este 0 caso do sector da Ultimagia Os sub-sectores de tingimento, da estampatia € dos acabantentos sio provavelmente as areas deste tipo de indlistria, mais bem definidas em termos de identidade propria baseada no processo. Isto ainda & mais verdadeiro no caso especial da estamparia, uma ver que a ela esti associado um sector de criagio, profundamento especialivado, que a associam a0 “design” ¢ 20 “marketing” 20 ponto de no poderem anda dissociados uns dos outros Nao € pois de admiear que mesmo empresas verticais de grande dimensio no tenham frequentemente departamento de estamparia propria ou, quando 0 tém, io estarem preparadas para exccutar as operagdes de criagio anteriormente referidas, 16 Inrodugio 1.2 Procesios para a Introdugio de Cor nos Artigos Téxteis A industria téxil socorre se de diversos peocessos tecnologicos pata introduzis cor nos seus artigos, os nas importantes dos quais sio com certeza a estamparia ea Note-se, porém, que enquanto a estamparia permite abter desenhos a varias cores sobre © mesmo tipo de fibra, a rinturaria apenas introduy uma cor por fibra, pelo que ter de se socorrer de artficios se quiser obter esses Uesenhos, nomeadamente através da tecelagem- jacquard ou de encaises de diferentes tonalidades na conteecio Se,no que respeita aos efeitos, a diferenca é grande, também os processos de Fabico © sia, nio apenas no que respeita ao tipo de maguinatia usada, mas também no modo como se desenrolam, exi ado-se um sentido artistico a0 profissional de ‘estamparia que nao tem paralelo no profissional de dnturatia F, aliés, este duplo aspeeto artistico-teenoligico que torna a estamparia tio especiti a, originando frequentes conllitos entre pessoas que possuam apenas uma destas sensibilidades. A andlise da sequéneia, a sexuir deserita (ver cap.2}, dos procedimen- tos envolvidos na obtengio dos artigos estampadas, faciimente confirma a necessi- dade de um intimo relacionamento da técnica ¢ da arte: Criagio € adaptagio de um original Separaio das cores do desenho Gravura dos intermediarios (quadros, rolos) Preparagio do artigo téxti Estampagem propriamente dita, incluindo a preparacio das pastas de estampar Secagem Fixacio (calor seco, vaporizagio ) Lavagem “Tratamentos posteriores 2° Capitulo Processos de Estamparia Manwal de Esumpara Textil 2. PROCESSOS DE ESTAMPARIA. 2. Fases prévias As duas primeiras fases do proceso de estampatia, referidas na introducio, sao bastante demoradas ¢ requerem grande cuidado e pericia. Na primeira fase - Criagio do Original sua Adaptacio - a crlacio do ori- ginal pode ser espontines ow inspirada em elementos existentes, naturais ou attificias, simples ou combinados. Trata-se de um trabalho com elevado cariz artistico, no qual o criador vai transmitir para o papel (tecido} 0 resultado de toda uma movimentacio social, cultural, natural, etc. Na segunda fase - Separacio de Cores - a separagio de cores ¢ feita tradi- © misonettes “ desenhadas em cionalmente dama forma manual, sendo as fotha do tipo acerato com tinta foto-opaca, Serio necessarias tantas “misonettes” (mis au net) quantas as cores do desenho, excepto se se urilizarem em téenicas de tricromia ou sobseposigao parcial, 0 que nio é muito cortente na estamparia. A obtengio de efeitos de meio-tom ou “dégeade”, obriga & utilizacio de téenieas especiais (pontilhado manual ou efeito de trama fotografico)!2.1}. A automatizagio € inovagio permitida pelos sistemas CAD/CAM vieram revolucionar estas fases de processo de estamparia. Refira-se porém, desde ji, que estes sistemas no substituem o designer, uma vez que nfo passam de uma ferramenta que Ihes vai facilitar 0 trabalho libertando-o das acgoes epetitivas ¢ permitindo-the uma fatia de tempo mais ampla para se dedicar a parte criativa A Gravura & 4 terceira fase do proceso, fase esta de cariz tecnoldgico ¢ por isso mesmo 0 CAD/CAM ja comecon a desalojar as anteriores reenologias convencionais, embora estas ainda estejam muito longe de desaparecer 0 Process de stamparia Nos quadros planos (constituidos por caixilho de ferro ¢ telas de poliester monofilamento, com boa resisténcia dinamométrics, boa solidez 4 luz, 208 Acidos fortes ¢ a0s alcalis) a gravura é efectuada por técnicas fotogrificas, recobrindo o quadro com um produto fotossensivel que se insolubiliza ape- nas nos locals expostos & luz no recobertos pelo desenho da “misonette”, De mancira resumida podemos considerar que a gravacio dos quadros pla- nos engloba ox seguintes p2ssos: -Preparagio do quadro: consiste em colar a tela 20 quadto apés uma ope- ragio de tensio. Esta operacio pode ser feita numa mesa tensora manual ‘ow numa mesa miltipla para varios quadros de uma vezs -Aplicacio da emulsio fotossensivel. Dependendo da espessura da pelicula pretendida, pode ser feita uma ou varias passagens com a régua; Si gem do quadro em posicio horizontal a temperatura e humidade eons tantes, Para emulsdes & base de bicromato a temperatura nio deve ultrapas- sar 30°C, enquanto para as diazdicas a temperatura maxima é de 40°C; -Exposi¢io 4 luz. A duragio desta exposigio, dependente da fonte de luz, da espessura do filme, da espessura da tela ¢ da emulsio usada, poderd ir de 30 segundos até aproximadamente 10 minutos; -Revelagio num banho de gua (estaticamente) ou com a ajuda de um duche, 2 uma temperatura de 20 a 30°C, para evitar © inchamento da emulsio; “Nova secagem, com o quadro, de preferéncia, em posieto horizontal; -Endurecimento por aplicagio de um endurccedor em ambas as faces do quadro; “Tratamento final para correccio de possiveis defeitos Os quadros rotativos sto feitos de nfquel que € um material apropriado por possuit boa resisténcia ao desgaste mecinico, 4 accio dos produtos quimi- cos, ter boa flexibilidade e baixa tendéncia ao alongamento. A grande mat ori destes quadros (95-91%) tém um diémetro de 640 mm, embora também se usem com 820 mm e914 mm. a Manual de Fsamparia Text Existem 3 processos de gravagdo de cilindros: lacagem, galvanoplastia ¢ cor- rosio. Estes dois dltimos tém normalmente um “mesh” (mimero de orili ‘08 por polegada) inferior dando portanto contornos mais grosseiros, sendo, porém muito sélidos, 0 que da a possibilidade de estampar grandes metragens. Pela importincia que tem vindo a adquisir nos dltimos 20 anos a gravaglo por lacagem, por vezes também denominada serigrafica, merece um desenvolvimento especialf2.2], envolvendo as seguintes fases: - Desempacoramento dos cilindros que se encontram com a forma achata- da, transmissio da respectiva forma cilindrica ¢ colocacio dos anilhos de pressio auxiliares; - Limpeza ¢ desengorduramento dos cilindias, necess ios para uma melhor aderéncia da laca fotossensivel - Recobrimento com uma capa fotossensivel, de cerca 0,08 mm de espes- sura, e posterior secagem (cerca de 30 minutos a 30°C); - Gravacio propriamente dita dos cilindros por exposi¢io a Juz, Previamente teri de ser feita a colocacio do filme (misonette), resultante da separagio de cores do desenho, sobre o cilindro © com extrems precisio para evitar visionar-se no cstampado quebras (ligagdes mal feitas) do rapport do desenho. A exposi¢io & luz pode ser efectuada numa maquina apropriada (geradora de comprimentos de onda curtos), sendo o tempo de exposicao dependente da intensidade e distancia da luz, da transparéncia e do nimero de orificios do filme, © calor excessivo poder provocar © endurecimento da laca fotossensivel € posterior dificuldade da sua remogio, Apenas como exemplo, sao indicados alguns tempos de exposigio em fan- io do mesh 2 Process de Estamparia 100 mesh 06 minutos 80 mesh 07 minutos 60 mesh 10 mimuios 40 mesh 20 minutos Revelagio dos cilindros por remogio da laca fotossensivel que nio foi sen- sibilizada, por acgao de jactos de 4gua. Esta operagio deve ser feita com cuidado de modo a conservar os mfnimos detalhes. Retoques da gravagio em cavalete especial; - Polimerizacio do cilindro, com 0 objectivo de se obterem gravagdes mais consistentes € menos frigeis. A polimerizagio é feita em eondigdes de tem- poe temperatura adequada (cerca de 1 horaa 180 °C). = Colagem dos angis de extremo em cavalete apropriado, Da quarta fase - Preparacio do Artigo Téxtil - exigir-se-4 adequada hidrofilidade, auséncia de encolantes, pH neutro ou pelo menos apropriado 40s corantes usados posteriormente, grau de brancura médio a bom, even- tualmente com branco éptico, boa gasagem de modo a impedir que as fi- bras soltas alterem os contornos dos desenhos quando sio “prensadas” pelos quadros € termofixagio quando necesséria, Existe um grande numero de estamparias que nio estio preparadas para executar as operages que temos vindo a deserever, socortendo-se de outras empresas que nclas se especializaram ¢ trabalham “a feitio”. E esta a razio pela qual dividimos © processo global de estamparia em dois grandes blocos, 0 que se segue, de cariz fundamentalmente tecnoligico, exige dos executantes menos seasibilidade artistica que nas fases prévias. 8 Manwal de Esumparta Te 2.2 Estampatia propriamente dita As opetacdes © nuiquinas utilizadas estao a seguir esquematizadas: Preparagao Gasar/Detoncolar FerverfBranquear Secagem Secadeira Ramla Preparacéo das pastas Selecgto de Corantes Receita Cozinha de Cores Estamparia Propriamente Dita Téericas Tradicionals ‘Teeneas Digtals Secagem Ao Ar Mancardes Aamolas Fixagao Vaporizador Polmerizador Foulard e maquina de lavat am continuo Lavagem ‘taquina de lavar em continuo dete Bavcas Secagem Ramola Acabamentos Mecinioos Guimieos bp 2. - Rsquoma dis uperages © minjsinas wnlizadas ma estempacia propsiamente dita Process de Esamparia 2.2.1 Processos tradicionais de transferéncia de cor Iremos fazer referencias aos processos de estamparia a0 rolo de cabre, x0 quadro transfer. Na estamparia ao roi de cobre os motives a estampar sio gravados em rolos de cobre que, apos a wravagao, io cromados para que nao haja qualquer ataque 20 cobre, Fste rolo mergulha num balseiro com pasta, que & em seguida retirada por meio de uma régua em todos os locais do rolo excepto nos sulcos de gravaciio. A transforéncia para o tecido é feita por meio de pressio, Trata-se de tum processo que, embora realgando-se 0 acerto ¢ 6 reeorte dos desenhos, esta a cair em desuso devido a0 peso ¢ tamanho dos rolos, 20 elevado custo € a nio set aplicivel em tecidos delicados, A estampa a0 quadro plano é bastante econdmica, mas como é intermitente € um proce p lento, Conforme o grau erescente de automatizagio, a estamparia poderd ser A tionesa (manual), 20 quadro aucomotor ou automatica (seja em tapete colante seja em maquina circular) A estamparia a lionesa € © processo mais antigo, necessitando apenas de uma mesa com barra fixa onde se colocam as patilhas do “rapport” ¢ dos quadros. A teansforéncia € feita por meio de uma régua A técnica do quadro automotor ou “chariot”, como € vulgarmente conhecida, € ainda uma técnica de estampar manual mas em que o transporte dos quadros 6 feito em carros, automaticamente. Aliés podem igualmente see utilizados earros no transporte dos tecidos, No caso da estamparia a0 quadro automitico podemos destinguir 0 quadro plano € 0 quads rotative © primeiro aplica-se nas maquinas planas, fazendo-se # transforéncia de cor com 0 auxilio das réguas usuais pu varctas de aco, Estas deslocam-se por acco clectromagnética cuja variacio permite modificar a pressio exercida As miquinas de estampar ao quadro pline sie compostas por um sistema de 5 ‘anual de Fsampana Teil entrada de material, com aspiragio de pociras © colagem do recido ao tapete sem fim. comprimento € a largura deste tapere slo varkiveis em funcio dos materials que se estampam, Sobre o rapete sto colocados os quadros, deslizando sobre eles as réguas em movimentos descendentes ¢ ascendeates. O “rapport”, (© mimero de passayens, o tipo de rég) , a pressfio € a velocidade das réguas dependem do deseaho, processo € tipo de material a estampar. Fig 2.2. Aspecto de uma maquina de estampae av quadeo plano © quadro rotative permite transformar a miquina de estamparia com funcio- namento intermirente em miquina de funcionamento continuo ¢ como consequéncia aumentar a velocidade de produgio (velocidade média entre 20 ¢ 80 m/min.), Por esta razio, a estamparia com quadro plano, utiliza-se de preferéncia em desenhos cujas metragens sejam mais peqoenas, enquanto que a ‘estamparia com quadro rotativo se realiza em desenhos com maiores meiagens. [As maquinas de estampar a0 quadro rorativo tém @ mesmo principio de funci- ‘onamento ¢ componentes da maquina de estampar a0 quadro plano. Os cilindros estio colocades por cima do tapete, sendo a pasta bombeada para o seu interior, onde esta uma régua ou vareta que fazem com que a pasta passe de dentro para fora pelos locais que nao estio impermeabilizados. Unna das inovagdes secentes consiste no aproveitamento dos tubos de alimentagio % Process de Estamparia da pasta aos cilindros para fazer a lavagem do tapete ¢ dos cilindros na prépria miquina, de modo a evi perdas de rempo ¢ manipulagdes dos cilindros, susceptiveis de os danificar. Fig 2.3 - Aspectos de uma miguina de estampar a0 quadro rtativo Relagdo de custosim em % % oBS8883 [Bice Pinos | | SEE EE | “er aa Grif 2.1. Relagio de custos por metro {%%) Manual de Esarmpaia Text Pode dizet-se que os dois tipos de quadros tém as suas vantagens especificas -Para metragens superiores a 3500 m ¢ desenhos de riseas verticais os quadros rorativos sio concerteza vantajosos. Para metragens menores a escolha deverd recair sobre os guadros planos (ver yrafico 2.1); -Na estamparia com quadros rorativos mimero de repeticées € Timitado, as recladas (passagens) sio simples, os quadros so mais earos, no ha problemas com o desenho de riscas ¢ notmalmente a quantidade de 2* escalha é maior, -Contrariamente, na estamparia com quadros planos o mirnero de repetigoes & 0 desejado, podem dar-se vs recladas, os quadros so normalmente mais baratos, hi dificuldade nos desenhos de riscas verticals € a quantidade de 2° escolha € menor. Para aproveitar as vantagens de ambos sio ja frequentes as maquinas que permisem a utilizagao simultinea dos dois tipos de quadros. A estamparia por tansfer é significativamente diferente dos processos antetiormente referidos © consiste em estampar um desenho sobre um suporte inrermeditio, vulgarmente papel, que ¢ teansferido para o tecido por decalque. Base se na capacidade de sublimagio dos corantes disperses os quais estampados sobre papel slo postos em contacto com o tecide, A transferéncia da imagem colorida do papel para o tecido & fe através da fase vapor sob condicées controladas de tempo, temperatura ¢ pressio. Uma vez que a maior parte das fibras sintéticas tem afinidade para os corantes dispersos, pode usar-se esta técnica em artigos de poliester, misturas de polester/ celulose (desde que a percentagem de poliester seja maior), misturas de poliester/ 1 @esde que a quantidade relativa de poliester seja superior a 2/3), poliamidas, algumas fibras acrilieas, triacetate, ete. Os principais requisitos a ter em conta na selecgao dos corantes apropriados para esta técnica so: sublimem entre 18) 2 230°C, no tenham afinidade para o suporte celulésico ¢ tenham uma velocidade de vaporizagio muito semelhante, especialmente quando usados em misturas de cores. 8 Processos de Esampara Na constituicio do banho usado para imprimir © papel, além dos corantes, usa- se um solvente (normalmente agua), agentes espessantes modificadores da viscosidade, ligantes (resinas do tipo maleico ou acetatos polivinilicos) ¢ outros aditivos, como emulsionantes ou agentes antiespuma. As propriedades fisicas do banho sio muito dependentes do método de estamparia usado. caso de se usarem métodos de gravura ou flexogrificos (ambos usam cilindros de cobre gravados} ter-se-d que usar um banho de baixa viscosidade, Os métodos que usem quadros planos, quadros rotativos e sobretudo 0s litogedficos requerem por sua vez uma viscosidade muito maior. Dentre as vantagens deste processo, referir-nos-emos posteriormente ao Facto de ser razoavelmente apropriado a Resposta Répida. Ei também notavel a definigao dos contornos. Entre as desvantagens além da limitagio da aio aplicagio as fibras 100% celulésicas, também existem limitacbes das conalidades possiveis quando comparadas com os métodos de estamparia mais tradicionais. 2.2.2 Novas Tecnologias de Transferéncia da Cor, Estampatia de Niio Contacto ¢ Estamparia Digical 2.2.2.1 Introdugio Os diltimos anos da industria téxtil tem sido caracterizados pela introdugio dos conceitos de Quick Response (QR) ¢ Just in Time (JIT) como consequéncia do menor tamanho das encomendas, da tipida variagio do produto procurado ¢ do rigoroso controle de qualidade. Nao é pois de admirar que haja um ineremento do mimero de colecgies apre sentadas av longo do ano. Enquanto que dantes apenas existiam coleccdes de Inverno ¢ Verdo, hoje € comum existirem mais de seis colecedes por ano, As implicagdes na industria dos Acabamentos téxteis so evidentes: Manval de Esampaia Text = Maior variagio dos desenhos; - Maior niimero de amostras; - Maior ntimero de cores por desenho; - Individualizagao das encomendas; - Repetigio das encomendas. Neste contexto a automagio torna-se uma palavra chave, tal como o sio flexibilidade e reprodutibilidade. Os computadores sio cada vez mais utilizados devido nio s6 & sua evolugio no que respeita as suas capacidades, mas também porque climinam significativamente os eros fortuitos introduzidos pelo homem. A tecnologia da estamparia actual porque engloba um grande mimero de fases ira provavelmente ser muito aperfeigoada. Por alguma razio 0 CAD téxtil foi introduzido em primeiro lugar na estamparia (wer Cap) De facto, os processos tradicionais de escamparia téxtil esto longe de se poder adaptar 208 conceitos acima referidos do QR ¢ JIT: E necessitio criar 0 oF nal, reduzir © separar as cores, fazer a geavura, preparar o tecido, preparar a pasta de estampar, fazer a estampagem propriamente dita, secar, fixar os corantes € fazer os tratamentos posteriores. Embora 0 uso de sistemas avangados CAD seja ja um grande avango, este nlimero de operagoes ¢ consequente variedade de especialistas toroa a estamparia uma aperagio morasa nada de acordo com as actuais exigéncias do mercado. Isto € ainda mais grave quando se constata que grande mimero de operagdes sio realizadas, de uma mancira geral, anterior mente @ tomada de decisio da estampagem de facto do desenho, E entretanto os quadros foram feitos, as amostras ja foram tiradas, as combinagdes coloristieas ja foram estudadas ¢ as pastas preparadas Passadas semanas, seno meses, 0 cliente rejeitaras (cerca de 60% das combinagdes coloristicas nunca so urilizadas na producio) Existe portant espaco para desenvolvimento. Dos processos ditos tradicionais aquele que melhor se adapta 20 QR é 0 de termoestampagem, vulgarmente conhecido por transfer: Eaplicivel a pequenas wo Procussos de Estamparia meteagens, pertnite grande variedade de desenhos, é uma tecnologia de preso bastante acessivel e a solidez é éptima, pelo que o seu sucesso nas duas tiltimas décadas foi razoivel. Devido porém 4 sua grande limitacio de no se poder aplicar a fibras naturais, este método tem ultimamente segistadlo uma certa estabilizacgio indieadora de algum modo dos seus limites. [A ideia de sistemas computadorizados flexiveis capazes de produzirem desenhos quando necessi rio € suficientemente atraente para que técnicas de estampar de nip contacto tenham comegado a serem implementadas Iremos fazer teferéncia a séenica de xerografia ¢ em especial & de jacto de tinta 2.2.2.2 - Estamparia por xerografia Esta nova tecnologia[2.3] é uma técnica electrofotogrifica de impressio nio directa para impedir a dis ipacio das cargas eléctricas nos artigos de algodio Gissipagio essa muito ripida nas condigées standard de humidade relativa - 65%- € vemperatura-20°C) As ctapas do processo xerografico podem ser assim resumidas: ~ Carga de uma folha forocondutora, colocada sobre 0 prato xerografico, por electrizagio, - Por exposigio a luz a folla torna-se condutora pelo que perde a carga nas regides expostas. Por isso, se fizermos passar a luz através de um documento nio transparente impresso numa folha transparente, resultard uma imagem electoestatica desse documento. ~ Para tornar visivel a imagem latente faz-se 0 seu desenvolvimento pela adicio de toner (pigmento + ligante). - Transferéncia da imagem anteriormente desenvolvida para 0 substrate por clectrizacio deste. - Fisagdo da imagem para 0 tecido por accdo de temperatura e por vezes de 31 Maal de Estampaia Ext pressd - Limpeza do toner € da resina nao fixos, carga da folha exposigao do documento adigao de toner — transteréncia para 9 para'o fxagdo limpeza ¥ + a - =e ; ae | 1) Fig 24 — Eaquema da reenotogia xeragraticn “frata-se de um processo que tem a grande vantagem de usar pigmeatos em pd, mas embora se trate de um processo ji muito deseavolvido na impressio do: papel ainda csté numa fase experimental para a aplicagio a wxtil, O desenvolvimento esti a ser feito no sentido de melhorar os “carriers” © os “toners” (a produgio de cor fuz-se pelo uso de toners com as trés cores primirias © preto) de modo s poder implementarse esta tecnologia em tons escuros, Refira-se porém que as perspectivas sio boas, sobretudo na utilizagio de pequenas partidas, por exemplo em Tshirts 2.2.2.3 - Estamparia por jacto de tina Consiste em projectar gotus de tinta sobre Desde que a empresa Miliken & Co introduziu © seu process Militeon em meados dos anos 70, virios rém sido os desenvolvimentos sem que porim tenha resultado 12 miquina totalmente aproprisda para téxteis com larguras 2 Process de Fstrpara rnormais, ou seja, com mais de dois metros de largura. Tal como com xerogafia a tecnologia “jacto de tinta” tem tido grande sucesso za impressio de papel. Acontece que 20 transpor esta tecnologia pata os tecidos, aparecem varios problemas|2.4] - Numa pagina de papel impressa a taxa de cobertura da sua superficie varia enite 5 € 15%, No que se refere aos téxteis, as suas superficies sio frequentemente cobertas na toralidade peto desenho a ser estampado. - Os téxteis porque tém uma espessura maior do que papel absorvem muito mais tinta, 2 qual para um cobrimento adequado pode representar mais de 50% de peso do tecida - Os tecidos porque contém muito mais sujidade e posiras do que © papel, interagem com 2 atracgio electrostitica do sistema de jacto de tinta, agravando © problema jé de si importante de formagio de gotas ~ Os corantes usados na téxtil tém propriedades especificase significativamente diferentes dos usados no papel. Este problema é um dos principais, se no a principal preocupacio dos promotores desta nova tecnologia - Nio se poderio utilizar as impressoras de baixa resolugio uma vex que na estamparia de tecidos sio necessirios contornos bem definidos. Por isso 0 custo inicial do equipamento jacto de tinta € algo maior do que o investimento em tecnologia convencional. Porque as vantagens sio contudo consideriveis, a evolugio tem vindo a fazer se de modo continuado, o que alids se traduz na variedade, ja existente, de processos de geracio de gotas[2.5] ¢ do miimero elevado de patentes surgidas desde 1970: ~ controlo por valvulas; - _ ejeeeio sinerona de gotas a partir de um fluxo continuo de fluido submetido a vibragdes; - Drop on Demand -DOD- técnica assinctona em que as gotas sio geradas em resposta a impelsos eléctricos; 3 Manual de Esamparia Text = tenicas de geragio intermitemce, pelo uso de sistemas de alta voltagem co- Jocados por tris do substracto e capazes de atrair as gotas de vinta; uso de pulverizadores que poderio incluir defleccio electrostitica © movimento do substeacto, ‘Talver de uma mancira mais sistematizada, podemos dividit estas tecnologias em dois grandes grupos(2.6]: = © jacto continuo, em que as gotas geradas em continuo sto desviadas 20 passar por um campo magnético exixtente entre dois clecerodos. Exister duas variantes: acto multidesviado: esramparia; io 28 goticolas carregadas que sio utilizadas na Método initio: sio as goticolas no carregadas que sio utilizadas na estamparia, - Proceso DOD, em que as gotas sio geradas segundo as necessidades. Existem também duas variantes: Proceso Piezo: utiliza forgas electrostiticas para formar ¢ ejectar as goticolas; Sistema “bubble jet”: a goticola é criada num canal ¢ aquecida a uma temperatura acima do seu ponto de ebuligdo (360°), A forga do vapor que se desenvolve é suficiente para provocar a cjecgio da goricola Esta variedade de processos traduz-se em miquinas com caracteristicas muito diferentes, tal como se revela na tabela seguinte 3H Process de Fstamparia ees Vowctaes | Lae vinadae | Parcels | Técnica | OPI ae ‘my | Prsecto BA ICH} eo, Smite 135 Peete homie Imonoiech PIEZO - (1901 F ewan | amwe | PUBBE] sue] asm | | Hl i KOT FI a son a | ver cttSiB | sane : = nero ire et tee bali xe CONTINUO: me at c te] en aussie | ay | ann | ow vowearn | ene we] ase | ramen! WS | 290 | seuran | ann | an | ar | *Bxperiéncia em carpetes Tab2.1-€ -aetersticas de maquinas de impressio por jacto de tina Como ja foi referido atras, um dos principais problemas de aplicagio do jacto de tinta 4 text resulta das caracteristieas fisicas © quimicas exigidas a0 fluido: tipo de corantes e solventes; produtos auxiliares para evitar a obstrugio do gerador de gotas, reduzie a viscosidade ¢ promover a condutividade apropriadas = Molhantes e tampoes de pH. Dado que os corantes e pigmentos actualmente em uso consumiram muito tempo, dinheiro ¢ esforgo para satisfazer as exigéncias que do mercado, seria certamente uma grande economia se 0 novo processo puder utilizar esses corantes, pelo que uma sequéncia logica de desenvolvimento sera seleccionar, testar € usaf, tanto quanto possivel, corantes ja existentes; % Manual de Fsarparia Tet = encorajar os fornecedores a fazer alteragdes fisicas ¢ de formulacio para facilitar 0 préximo passo; -investigar novos produtos quimicos para satisfazer as necessidades mais criticas do novo sistema. se 0 acordo entre 2 STORK Como exemplo do atris referido refi, Colosproofing ¢ a ICI Colours para o desenvolvimento de corantes muito reactivos especialmente concebidos para 0 uso desta tecnologia, corantes esses possiveis de aplicar sobre: + algodao - viscose seda i linko desde que os suportes téxteis tenham sido pré-tratados com um agente auxiliar (exclusive) que petmite aumentar 0 rendimento coloristica Atendendo 2 que a grande maioria dos estampadores téxteis usa pigmentos, tem sido feito um grande esforco no sentido de evitar as aglomeragdes € floculagdes das particulas destes pigmentos (como nfo sao soliveis em agua sho usados sob a forma de disperses). Neste sentido a DuPont revelou que durante 0 ano 2000 estario disponiveis no mercado pigmentos apropriados para esta tecnologial2.7]. Resumindo, apesar das limitagdes das méquinas industriais ¢ laboratoriais ja existentes, 0 processo tem varias caracteristicas atractivas: - 0 niio contacto entre 0 mecanismo de impressio ¢ substrato, auséncia de gastos com os quadros, + resposta répida, - alteragio do padtio © da cor muito versitil, - capacidade de impressio directa do CAD, - muito mais ecolégico que 05 processos tradicionais. 36 Process de Esamparia ois facimente aceitivel que © cendrio futuro mais previsivel seja um aumento continuo da produtividade destas maquinas ¢ consequente produgio (a Stork supde uma produgio de 5% do toral no préximo decénio, enquanto a Canon prevé 15%). ‘Também o mimero de unidades instaladas tem vindo a crescer consecutivamente: ‘em 1999 eram jf cerca de 2000, prevendo-se 6000 para 2001 © 12500 para 2002(2.7]. rs Fig2.5- Impressora a jueto de tints da MIMAKI Convém realgar 0 aspecto ecolégico anteriormente referido: apenas cerca de 10% da Agua necessiria nos processos tradicionais, uma vez que nio necessirio lavar os quadros, nao ha praticamente desperdicios de corante ¢ evita-se 0 uso de metais necessiios a consteugio dos quadros. 2.2.3 - Modos de Estampar Referimo-nos anteriormente aos meios instrumentais usados para transferie a pasta para o substracto téxtil. Consideremos agora os diferentes modos como (6s mesmos meios instrumentais podem fazer essa transferéncia, A estamparia dita directa aplica os corantes sobre telas ou malhas em branco 3 Manual de Estmpara Tet enquanto a de sobreposicao o faz sobre fundos coloridos ou desenhos. Na estampatia por corrosio artigo deve primeiro ser tingido com corantes que possam ser destruidos por agentes de corrosio seleccionados. A pasta de corrosio é entio estampada sobre o artigo tingido e, geralmente, durante a subsequente vaporizacio 0 corante, é descarregado na area estampada Bxiste sempre a possibilidade de adicionar um corante (designado por iluminante) 4 pasta de corrosio para se produzir uma corrosio colorida. Pela importincia que a estamparia por corrosio tem vindo a ter nos iltimos tempos, merece que The dediquemos algumas linhas em especial. Corantes ¢ Agentes de Corrosi: Na corrasio hi que distinguir dois tipos de corantes. Os corantes de fundo (corroiveis) ¢ 08 iluminantes (nio corroty Sto virias as classes de corantes que se podem utilizar para tingir 0 Fundo, desde que sejam corrofveis, por exemplo, corantes directos, reactivos, de cuba, fete, As casas produtoras usam normalmente uma escala de 1a 5 paca indicar a corrosibilidade, sendo 0s indices mais elevados mais corroiveis que os indices mais baixos, Deste modo corantes classificados no nivel 1 sero utilizados como iluminantes, enquanto os classificados no nivel 5 serio os mais apropriados para a cofrosio branca. A cortosio colorida podera utilizar corantes com um indice de corrosio menor do que 5 (eventualmente 4). Corantes apropriados para um fundo corroivel geralmente contém grupos azo que se podem destruir por redusio. Por exemplo, muitos corantes monoazo na gama dos corantes dispersos, que sio detivados do azobenzeno, com a frmula geral, [2.8] Rt P oon 7 N : mg \ Re ao i Process de Esampari sto facilmente corroidos. No entanto 2 corrosibilidade é muiro dependente dos substituintes RI e R2, No caso conereto de haver dtomios de cloro nessas posi- bes, 0 corante teri um maior indice de corrosibilidade do que no caso de haver étomos de bromo, Ou entio, corantes com um grupo nitro ¢ um atomo de clote nessas posiedes, sio mais dificeis de corroer do que aqueles que tém apenas um dtomo de cloro. Quanto aos agentes de corrosio, a maioria deles sio a base de sulfoxilato de formaldeido, As solucdes de cloreto estanhoso sto ainda de algum interesse, sobretudo na corrosio de fibras sintétieas (note-se que do ponto de vista do tratamento de efluentes os sais de estanho sio indesejaveis). Actualmente 0s agentes redutores mais usados so 0 Rongalit ST ¢ 0 Decrolin. Este € 0 redutor mais forte dos dois, mas tem uma estabilidade menor. Além disso 0 Decrolin necessita de um solvente apropriado e 0 uso de solventes ja fo & permitido em muitos paises. Por estas razdes, hoje em dia, o Rongalit ST € largamente predominante Pigmentas ¢ igantes: Os pigmentos sio usados como iluminantes, havendo no entanto que ter cuidado com alguns deles devido a falta de resisténcia ao agente redutor, As respectivas casas fornecedoras informatn, naturalmente, sobre o possibilidade de utilizagio dos seus pigmentos. ‘Uma ver que os pigmentos nio reagem quimicamente com a fibra é necessirio uum ligante pata fazer a ligagio do pigmento 4 fibra. Estes ligantes sao constituidas & base de actilatos, butadieno ou poliuretano ea quantidade necessiria depende do substracto, das exigéncias do estampado ¢ do método de estampar. anual de Estria Tet Preparaiae, armazenamento ¢ estabilidade das pastas de estampar: Normalmente trabalha-se com pastas standard que sio preparadas em quantidades elevadas e que sio formadas essencialmente pelo espessaate, pelo alcali, pelo agente redutor € eventualmente por produtos auxiliares, Estas pastas standard servem para a preparagio das pastas de estampar, devendo estas ser cuidadosamente passadas por filtros finos antes da sue urilizagio de modo a climinar particulas de espessamte nao dissolvidas ou particulas de ureia, metais, ete. A incorporagio de agentes auniliares, sejam emulsionantes, produtos de igualizagio ou de captagio de gua, ajuda o efeito de corrosio ¢ 0 efeito final dos estampados. As pastas de estampar devem ser armazenadas em recintos de cemperatura moderada, livres de vapores acidos € em vasithas cobertas, de madeira, louga ou a¢o inoxidavel Em boas condigdes de armazenamento as pastas sem espessante nem agente redutor podem ser guardadas durante algumas semanas. Com agente redutor 0 prazo € muito variivel dependendo da estabilidade do redutor € podendo ir desde algumas horas até alguns dias. Problemas gerai: Como ¢ ficil de depreender um critério essential para o sucesso da estamparia por cortosio é 0 correcto balango entre @ penctragio de pasta no artigo ¢ 0 control do alastramento (formacio de auréolas). © alastramento de uma descarga branca resulta na formagio de orlas manchadas e a pexda dos contornios finos, Em corrosio colorida ocorre usualmente a formagao de uma orla branca ‘em volta das éreas estampadas, Isto devido & migragio do agente de redugio solivel que, se 0 ingimento do artigo for feito com uma mistura de corantes com um grau de corrosibilidade diferente, pode dar origem a uma auréola “0 Process dé EStampara colorida. © controlo da penetragio poderd ser feita usando molhantes ¢ espessantes com elevado teor de matéria seca, No entanto, existem outros factores que a afectam: 8) a viscosidade da pasta de corrosio: ) a quantidade de pasta aplicada (controlada pelo mesh, pressio € diimetro da vareta ou pressio da régua); © condigdes de vaporizacio, Ha alguns problemas priticos associados as actuais condigdes de estamparia por corrosio, Um dos mais dificeis ¢ a colocagio (acerto) do deseaho no artiga Isto porque as pastas de estampat, quando aplicadas em fundos escuros so virtualmente invisiveis, especialmente na estamparia por rolo, devido a0 movimento rapido da maquina. A incorporagio de um pigmento branco em corrosio branca, ou de um pigmento fluorescente & luz uv, ajudam a visualizar ‘o desenho. Este pigmento desaparece na secagem com @ temperatura. Porém, este “truque” & poucas vezes usado. Normalmente faz-se 0 acerto do desenho ‘em rastithos braneos que passam na maquina antes do tecido tingido, Se surge uum defeito no desenho ele pode passar despercebido, notando-se apenas depois de vaporizar, A estamparia de reserva pode ser usada para produzir efeitos semelhantes aos produzidos por corrosio, sendo naquele processo 0 artigo primeiramente estampado com um agente de reserva e s6 depois tingido. As cores de fundo podem ser obridas com corantes nio corroiveis Os mecanismos de reserva podem ser quimicos ou fisieos. Uma reserva fisica inibe a absoreo do corante, enquanto que a teserva quimica inibe a fixagio. A reserva colorida requer a adicio 4 pasta de estampar, de corantes e pigmentos que sio fixados (como ficam na presenga do agente de reserva, tém que obrigatoriamente ser resistentes a esse agente) antes ou durante a fixagio da cor de fundo, As reservas sio um campo, hoje em dis, dos mais explorados em estamparia, 4a Manual de Etamparia Tet mormente no sector das fibras sintéticas, pois os rofdos nessas fibras so sempre mais dificeisc, muitas vezes, no apresentam recorte agradivel. Com as reseevas esse problema fica praticamente resolvido, A técnica “dévoré” consiste em eliminar uma das fibras num material composto por mais do que uma fibra, Normalmente as mais usadas so as misturas de poliester € fibras celuldsicas. Estampando uma pasta que contenha ou gere um Acido sobre essas misturas, a celulose é destruida € por lavagem, retira-se a celulose “carbonizada”. Na parte estampada aparece pois uma maior transparéncia, dando origem « efeito tipo “renda”” ou “bordado”. Se quisermos essa “renda” ou “bordado” coloridos, basta juntarmos na pasta um corante disperso da cor desejada Nio se deve porém esquecer que, para evitar perdas exageradas de resistencia, 105 fios devem ser constituidos no interior essencialmente por poliester (alma) enquanto que a celulose deve dispor-se externamente. 2.2.4 - Pastas de estampar Ja se fer roferéncia anteriormente as pastas de estampar usadas na estamparia por corrosio, Devido igualmente a sua importincia dediquemo-nos agora sobre a estamparia pigmentar Esta, que ainda hi pouco tempo era considerada de valor inferior tem vindo a desenvolver-se de forma considerivel, 20 ponto de haver sectores que os utilizam guase exclusivamente, como por exemplo os téxtels lar. Isto deve-se ao facto de ser econdmica, proporcionar éptima solidez 4 luz e sobremdo a nao ter necessidade de favagem. Convém, no entanto, realgar alguns inconvenientes: ~ alteragio do toque, embora também aqui, a evolugio seja muito importantes - fraca solidez a fricgi0; ~ as pastas possuem estabilidade limitada; a Process de Esamparia a luz influencia por vezes a estabilidade do ligamte. ‘Uma pasia pigmentar € constituida pelos seguintes componentes: 9) Agua Devido a imposi¢des ambientais deixaram de se usar outros solventes ii) Agentes antespuma e emulsionantes Os agentes antiespuma tem por objectivo evitar a formagio de bolhas de espuma fem contacto com o ar devido presenga de tensioactivos nas pastas, que iriam provocar, por rebentamento quando da passagem da régus, uma auréola caracteristice, Numa pasta de estampar com pigmentos, com excepeio dos produtos auxiliares soliveis em Agua (por exemplo: vreia ou glicol), todos 0s produtos activos, sélidos ou liquidos, encontram-se numa forma dispersa, sendo importante que essa dispersio se mantenha. Por isso, juntam-se a estas pastas agentes emulsionantes que devem ser acompanhados de substincias tampio. Estes emulsionantes evitam igualmente 9 sangeamento nas misturas poliester/ algod3o que se deve & hidrofobicidade ¢ hidrofilidade destas duas fibras, iii) Epescantes sintétcos estas pastas no se usam espessantes naturais devido 4 elevada quantidade de produto necessatio para a sua preparasio. Os espessantes sintéticos actuais sio obtidos por copolimerizagio do acido acrilico ou do acido maleico, os quais, como se disse, rio accessitam de set climinados por lavagem, pois sfo climinados por evaporagio quando da secagem iv) Ligantes Os ligantes so compostos orginicos de elevado peso molecular que polimeriza, fem presenga de um eatalizador, por accao do calor (1a 5 min, a 150-200°C), ‘Manual de Fstnparia Tex retendo assim o pigmento. Como referido anteriormente os ligantes dividem-se em 3 grupos principais: com base em acrilatos: tém boa resisténcia 4 luz, aos oxidantes ¢ aos solventes usados na limpeza a seco; -com base em butadieno: tém uma baixa temperatura de vitrificacio (portanto so muito macios), so econémicos, mas tém solidez a luz teduzida; -com base em poliuretano: si0 macios, estiveis 4 limpeza a seco, fixam a tempera- ‘uras mais baixas que os restantes e sto elisticos. Tém, porém, um toque pegajoso, 10 caros + as propriedades de solidez no podem ser melhoradas por um agente de fixagio ¥) Agunter de frvarao Estes produtos (resinas de melamina formaldeido) proporcionam uma reticulagao adicional, tornando-os mais resistentes & 4gua e aos solventes, No entanto, pre- jadicam o toque. Actualmente, ¢ face & legislacio em alguns paises, estes fixadores so substituidos por outros isentos, ou pobres, em formaldefdo, que tém também a vantagem de nio precisarem de catalisadores ¢ polimerizarem a temperaturas mais baixas. vi) Amaciadores Estes amaciadores, contrariamente aos utilizados em tinturatia, nfo tém afinidade com a fibra ¢ plastificam o filme do ligante. Os amaciadores, mais recentes, baseados em dleo de silicone tém a vartagem de aumentar a solider & fricgio. vii) Outros auxitares © facto da ureia ser muito higroscépiea, permite-Ihe absorver agua ¢ evitar durante muito tempo a secagem prematura do ligante, evitando deste modo 0 blogucio das gravuras. “i Processus de Estampara Outras substincias baseadas em glicois e a glicerina, também sio usadas para este fim, As lacas, flocados ¢ borcachas, aplicados normalmente para obter efeitos de cestampatia tridimensional (alto relevo), Jo alguns dos efeitos espectais que vio surgindo na estamparia, decorrentes de uma moda em ripida mudanga (Cap, 5), que no podem ser produzidos a no ser com pastas pigmentates 2.2.5 - Espessantes naturais ¢ semi-sintéticos Tal como todos os espessantes, servem de suporte ao corante € 08 produtos auxiliares da pasta © promovem o contacto do material durante 0 proceso de estampatia, Permitem obter s6 a finur do contorno do deseno, mas também a uaiformidade e penetragio necessérias da pasta pasa o tipo de material a wabalhar. Ajuda a ajustar a viscosidade da pasta em fangio do material, do tipo de maquina ¢ do tipo de mesh a usar. Por exemplo, para os diferentes tipos de miquinas os valores aconsethados para a viscosidade sio: Estamparia com rolos de cobre 300 - 1500 eps Estamparia com quadros rotatives 4000 = 8000 eps Estamparia com quadros planos 8000-1000 eps Estamparia manual 10000-20000 eps ‘Os espessantes para ser aplicivel em estampavia, devem ter as seguintes caracte- O seu efeito espessante deve ser conseguido a uma concentracio de aplicagio Muito solivsis em agua fria, mesmo depois da fixagio, nio formando glome sados capazes de irapedir a transferéncia da pasta através dos quadros: Nentros do ponto de vista quimico ¢ coloristico; Nio provoque espuma na pasta seque sapidamente; % Manual de Estumpara Teal - _ Bstiveis do ponto de vista microbiano, mas serem biodegradiveis; ~ Nao devem alastrar ou estalar; - Deve ter boa penetragio ¢ permitirem um bom rendimento de cor. (Os espessantes naturais que se aproximam mais destas caracteristicas so: 5) Os alginatos Extraem-se de determinados tipos de algas ¢ a sua estrutura quimica é uma combinacio polimérica de acido D-Manurénico ¢ acido L-Glurénico, Sio muito adequados para estampar com corantes reactivos porque possuindo grupos carboxil dissociados no podem formar ligagdes covalentes com eles, A sua facilidade de lavagem ¢ 0 seu toque especialmente macio permite 0 seu uso em tecidos de alta qualidade (1 € seda), embora também se usem com corantes directos € dispersos. So relativamente caros. Gomas vegtals © caso particular mais importante de gomas vegetais sio os guares, Obtém-se das sementes do guar, pelo que o seu prego é dependente das colheites de um determinado ano, Do pento de vista quimico sio poligalactomanatos. Os guares, modificados ou no, podem ser aplicados em quase todos 0s tipos de estamparia, embora com os corantes reactivos, fcidos, directos © de cubs, sejam preferiveis os guares modificados (por carboxialquilagao, hidroxialquilacao, alquilagio ¢ eationizagio) conforme as necessidades il) Armido E de facil obtengio em todo 0 mundo (2 partic do artoz, trigo, milho, barata,..) © € constituido por alfa D-glucose. Conforme a sua estrurura pode existir sob 2 forma de amilose amilopectins E insolivel na agus fra, dissolvendo-te por aquecimento (entre 52 ¢ 77°C). De 6 Procesos de Estria notar que 0 amido reogradado (alteracio, apés armazenamento, da consisténcia do amido dissolvido} nto pode ser re-dissolvido, pelo que tem de ser desencolado. De modo a obter a solubilidade em gua fria , 0 amido pode ser modificado quimicamente ou clevando, sob pressio, a temperatura, ou por oxidacio, por hidrélise ou ainda enzimaticamente, Os carboxilmetil ¢ hidroxilmetil amidos sio os mais usados Podem ser considerados espesantes universais, embora a sua viscosidade seja menor que 4 dos outros espessantes naturais, 2.3 Fases Posteriores aos Processos de Transferéncia de cot Inicialmente apés a deposigio de corante sobre o artigo téxtil € necessirio impedit que a pasta slastre ¢ ocasione contornos mal definidos Isto consegue- se fazendo uma secagem imediata (é significativo 0 facto de muitas maquinas de transferéncia de cor terem acoplado um secador), tendo sempre 0 cuidado de evitar que 0 lado estampado seja de algum modo sujeito a abrasio por contacto com os dispositivos que permitam a sua movimentacio. Scgue-se « operacio de fixagio a qual permite a aderéncia dos corantes & fibra, de modo & conseguir-se as solidezes necessarias, sejant elas A lavagem, friegio a seco. ea molhado, a luz ov a0 suor, ‘Os meios técnicos para a fixagio sto escolhidos conforme o tips de corante. Na maior parte das cores a fixacio faz-se por vapotizagio a baixa temperatura (102°C) ou a alta temperatura (175°C). Com este teatamento procura-se fazer a difusio do corante no interior da fibra ¢ acelerar a reacgio da fixagio. Nalguns casos também se utiliza o calor seco, especialmente em fibras sintéticas, nomeadamente no polisster (processo termosol). Os pigmentos sio normalmente fixados por polimerizagio: 5 minutos a 150°C = Os reactivos também podem set fixados em ar quente. 9 Manual de Espa Téa Apés a fixagio deve peoceder-se 4 lavagem dos estampados. Apenas nos pigmentos se pode dispensar a lavagem, jé que cla pouco melhora a qualidade de estampada, nomeadamente a solide, Com a lavagem retira-se todo 0 corante nio fixado que itia desaparecer ¢ provocar problemas de contaatinagdo durante as lavagens caseiras, assim como liminar os espessantes utilizados durante a estamparia propriamente dita Nos fundos a roer ou a reservar, ter em conta também os corantes utilizados nesses fundos, além das cores ditas de iluminagio. Enquanto que os corantes reactivos precisam dum detergente e de relagies de hanho elevadas com agua a fervara, as corantes dispersos precisam de uma Invagem fortemente redutiva a 50 € a 70°C. Os corantes basicos nas cores anais ‘escuras precisam de um tratamento com hidrossulfito, mas a temperaeuras nunca superiores a 50-60%C, © sem aleali, Nos corantes acidos, ou melhor nas fibras poliamidicas em geral, € necessiria a adigio dum produta que mascare o melhor possivel os fundos brancos a fim de evitar 0 seu manchamenso, Normalmente estes produtas ji concém elementos que methoram a solidez a0 suo, & biz 4 lavagem (2.9) Apés a lavagem, o material vai para a secagem, sendo de seguila acabado. No acabamento procede-se a tratamentos mécinicos ou quimicos, conforme o tipo de fibra, 1oque, brithio © amaciamento pretendidos. Podem igualmente ser efectuados acabamentos anti-ruga, de impermeabilizagio, etc. assim como varias calandragens: normal, chintz, Schreiner, ete. Apds o acabamento proceder-se~i nos varios testes de solidex © qualidade dos estampados, © consrolo de qualidade realizado nas estamparias depende dos requisitos dos clientes e do fim a que se destinam. A qualidade dos estampados pode ser avaliada por vitios parimetros: Solidez aos diversos agentes ¢ condigdes. Os ensaios sio analogos aos da solidez de tintos, devendo-se referir 0 gran de solider para cada cor. Poderé 8 ainda sex avaliado © manchamento do fando, De salientar a importincia da solidez a friegio em seco e himido; - Penetragao ¢ rendimento coloristico. Estes dois parimetros opostos sito avaliados pelo contraste da intensidade da cor no direito © no avesso do tecido. A avaliagio pode ser feita a vista desarmada ou enti efectuar medidas de reflectincia num espectrofotémetro; “Toque das zonas estampadas; Amarelecimento das cores muito claras; Sincronizagio das cores, - Nitidez € finara dos contornos (Wer defeitos habituais em estamparia nn capitulo 6). 3° Capitulo Tratamento Prévio ‘Tralamento Frio sintétieas, apers iremos referirmo-nos 4 Preparacao destas fibeas, Devido & posigio central no processo de fabrico de téxteis, as pessoas responsivels pela Preparagio devem estar habilitadas nfo s6 a reeonhecer os defeitos introduzi- dos nas fases anteriores ¢ eventualmente costigi-las, mas também precaverem-se da introdugio de defeitos que serio detectéve's posteriormente, com especial relevo na Estamparia, Por ordem de importincia os defeitos (Cap6) causados durante a Preparagio ~ Falta de uniformizagio da hidrofiidade; Manchas; + Introdugio de barrados € traccjados; ~ Perdas de resistencias - Defeios provocados pela falta de eratamento adequado do material. Para climinar/reduzir os defeitos durante o processo de preparagio € preciso ter em atengao os seguintes requisitos: Requisitos Quimico-Tecnoligicos: - Uniformidade de efeitos (zaséncia de manchas); - Blevada capacidade de absorgio; - Reprodutibilidade entre o laborario € a producio; ~ Controlo de qualidade dos produtos usados; ~ Baixo contetido de impurezas (cascas, dleos, ..), - Grau de branco apropriado. Requisitos Mecinico-Teenologicos: - Estabilidade Dimensionals ~ Relagées de banho ou taxas de espresso constantes; - Blevada resisténcia aos vincos ¢ quebras. ‘Além das impurezas exiseentes nas fibras naturais, existem outras introduzidas du- rante © processamento téxtil: Manual de Esamparia Test Antes da Bacio: ‘Com o fim de facilitar as operagies de fiagio (emaranhamento das fibras) é fre- ‘quente proceder 4 ensimagem das fibras (lubrificagio).. Antes da Tricotager: Lubrificagio ou parafinagao dos fios, de forma a reduzir o coeficiente de atrito, reduzindo assim as tensbes e as quebras. Antes da Tecelagem: Na tecelagem os fios de teia estio sujeitos a esforgos de fadiga intensos, 0 que provoca eventualmente um elevado niimero de roturas nos fios se niio se introduzir ‘um produto de protecgo para aumentar a sua resisténcia, Esta operacio denomina-se encolagem (ou engomagem) e em média contribu com cerca de 10% para o peso do tecido. Produtos de encolagem mais utilizes: Amido: 5 um produto natural (amido da batata, do milho, do trigo, da tapioca, ete) barato, sendo de longe, o produto mais utilizado na encolagem dos tecidos de fibras celulésicas Porém, se vem a qualidade de ser barato para 0 tecelio, tem grandes inconvenientes para o ultimador jé que a sua eliminagio nao ¢ ficil ¢ provoca frequentemente viios Aipos de problemas Dada a grande semelhanga de estrutura entre 0 amido ¢ a celulose, a liminagio cficaz destes produtos $6 pode ser feita por via enzimitica, Gomas naturais: So produtos que se podem adicionar 20 amido, de modo a au. mentar 0 seu poder colante. Proteinas: (gelatina, caseina,..). So normalmente usados para encolar filamentos de fibras regenetadas (viscose, acetato,.). A sua eliminagio € ficil (avagem com Agua 54 quente e detergent). ‘Tratmento réio Detivados cclulésicos: Sao utilizados sobretude como aditivos a outros encolantes, Resinas sintéticas: (poliacrilatos, alcool polivinilica,..). Sio utilizados com maior fre~ aquéncia nas fibras no-naturais Na tabela seguinte, poder'se ver 0 comportamento destes produtos de encolagem fem relagio a sua solubilidade em gua INSOLUVEIS. SOLUVEIS ‘Amido do batata Carboximetilcelvlose: Amido de mitho Moticeluloss Amido do tigo Aileoo!Potiviniico Amigo do arroz Acilatos ter de amido moditicedo Proteinas Etores de amido “Tab 5.1 - Solubildade em gua dos encolanes: Manual de Fstampara Téa 3.2 - Processos € Objectivos das Principsis Operages de Preparagio OPERACAG OBJECTIVO PROCESSO aun mia sas wats : fostuces cinnar auewn ‘OU CHAMUSCAGEM a humidade residual das fibras. Degradardoe remogio dos Rauaiea ‘panes eennagen extraccho puttigen con etamen | ACHANENTO WIGAL inclu emcgio de mpurezas cosas TRATAMENTO. Inchamento da celviose. EXTRACGAQ, ALCALINO shige gas INoKANENTO é Dest eas inpuezs oxpagio BRANQUEAGRO tdleides, Remogae ih das casces 038 serene. GAO. escenaacho inant sore WNoKANENTO Center xbade SaaeaneutD TERUWDF KAKO cieroal as fibras sintéticas. TERMICO ‘Tab 32 Operagfes Peincpais de Preparagio das Fibras Celusica eSintxieas 3.3 Gasagem ou Chamuscagem E normalmente a primeira operacio realizada sobre o tecido apés a tecelager, pois é necessirio que o tecido esteja bem seco, Podem ser utilizados dois métodos: ~ Por passagem do tecido em contacto com um rolo ou placa de cobre 20 rubro. ‘Tem a desvantagem de consumir elevada quantidade de energia eléetrieas - Por passage do tecido na proximidade imediata de uma chama (gassgem pro- prlamente dita}. Em seguida é fundamental apagar todos os pontos de igni¢ia Isso pode ser feito 5% ‘TeatamentoPrvio por introdugio do tecido em gua ou, se nio for conveniente molhar o tecido, por ‘pulverizacio com vapor de sigua ou entio por esmagamento entre dois rolos, [No caso dos fios, a chamuscagem € um proceso caro e apenas efectuado para fios de alta qualidade (inhas de cover, fios para bordados, peigas, etc). © controlo da operagio de gasagem pode ser feito actuando sobre os seguintes parimetros: ~ pré-aquecimento; ~ velocidade do wecidos ~ altura da chama, Esta operagio, bastante simples, tem diversos perigos dos quais € necessitio estar -consciente: - Por vezes o fide art, Tal fenémeno pode ser provocado pelos aditives dos pro- dutos de encolagem 0 tecide, = No caso de misturas de algodiio com fibras sintéticas hi 0 rio de fusio destas, pelo que € conveniente diminuir 4 intensidade da operagio de gasagem: ~ Ainda no caso de misturas sintéticas ha 0 isco de endurecimente dor alas de ensimagem que foram intteduzidos aquando da extrusio das fibras sintéticas, 0 que itd concerteza ‘provocar problemas de hidzofilidads; ~ As chamas demasiado brilhantes produzemn marchas de negro de fume; ~ Quando se utiliza uma resina sintética como produto de encolagem, esta pode fandir e penetrar nas fibras de algodio, podendo provocar sérios problemas nas ‘operagdes seguintes (manchamentos por exemplo). ‘A gasagem dos tecidos de malha é pouco frequente, mas possivel Como vantagem complementar da operacio de gasagem, é de salientar a reducio do fendmeno de formagio de borboto (pilling) A gasagem pode efectuar-se sobre uma s6 face. Tal é fungio do aspecto comercial lo tecido ou entio quanda se pretende estampar com contornos bem definidos, 3 Manual de Estmpara Tel 3.4 Desencolagem A operacio de eliminar as gomas (eneolantes) introduzidas quer na fagio quer so- bretudo na tecelagem € denominada desencolagem. A sua nko realizagio, ou 0 seu mau processamento, podiri ter (¢ tem normalmente) consequéncias graves nas ope- rages posteriores de estamparia, tinturaria ¢ acabamento, 3.4.1 Desencolagem Enzimities Como se disse 0 amido ¢ o produto de encolagem mais usado e no é sohivel em figua a nao ser em pequenas quantidades Devido sua estrutura ser muito semelhante & da celulose, apenas por via enzimitica € possivel a sua eliminagZo sem degradar a celulose. As enzimas actuam como eati- lizadores bioguimicos selectivos da degradagio do amido. Hyon J. CELULOSE | 9 oH o— | frD-Glucose [ ntl Helane | enoH ono a Joo ‘AMIDO jo Ket 7, “Lo |o-D-Glucose oF on De acondo com 0 seu mecanismo de acco nos processos bioguimicos, as enzimas podem ser classificadas em 6 grupos principais, um dos quais so as bidrolases, as quais catalizam reacgdes de degradacio potcaptacio de égva. Esta classe inclui mais de 800 enzimas,tais como as dase (degradadoras de gordu- 128), a5 amilases (egradadoras do amido} e as profeaes (degradadoras das proteines). [As amilases podem ter origem bacterlana, panerestica ou de malte, A estabilidade e actividade das enzimas esta condicionada a certos valores de pH, 58 ‘ratamento Pro temperatura € também & presenga de certos activadores, como sejam os catides Nat, K* e Ca**, B também possivel diminuir a estabilidade dos banhos que contém enzimas, pela adicéo de agentes molhantes especificos ou de ides metalicos pesados, os quais actuam como “venenos”. Na tabela seguinte sio apresentads os valores de pH e de temperatura aconselhados para cada tipo de amilase. Origem PH éptimo Temperatura optima Amilase Bacteriana 68 758C _/ Amilase Panoreatica 6.8 I Bere | Amilase de Mal 45.5.5 60°C ‘Tab 33 - pHLe remperaturas épeinss para a depeadaczo das amilises Hoje em dia preferem-se as enzimas de origem bacteriana, por no setem tio exi- -gentes quanto aos valores de pH ¢ serem menos sensiveis a cettos “venenos”” O seu conteiido em componentes activos pode ser expresso nas seguintes unidades; “Effront”, “Novo” ¢ “PS 40”, cujos factores de conversio estio a seguit indicados: Efont Nae PS 40 1 85 11S “Tob 34 - Factores de eonversio das unidases ve exprimem « actvidade das amilises [As amilases cometciais tém actividades entre 501 ¢ 10000 unidades effront, valores cesses que definirio a concentragio a ser aplicada, Quanto 20 processo como as amilases atacam o amido, assim podem ser classficadas ‘em alfa e beta-amilases As alfa-amilases atacam a cadeia do amido 20 acaso provocando uma queda ripida do grau de polimerizagio de modo a obterem-se dextrinas (sohiveis em agua). [As beta-amilases atacam a cadeia do amido nos extremos como que “comendo” a 9 Manual de Estanpara Textil macromolécula aos poueos, provocando portanto um decrescimento muito mais lento do grau de polimesizagio, As enzimas utilizadas na desencolagem contém tanto alfa como beta amilaces, mas as_amilases de mahe caracterizam-se por um maior contedido de beta-amilases Como ji se disse, certos agentes molhantes acruam como “venenos” das enziimas Os fabricantes destas, fornecem normalimente listas de molhantes compativeis com as suas enzimas, Os tensio-aetivos iio idnicos sio os produtos ideais, mas sto os mais caros, Podem também ser utilizados os éleos sulfonados e os sulfatos de alcool gorda, processo de aplicacio das enzimas podera ser em continuo {pad-steam) ou em semi-continuo (pad-batch). Quer um, quet outto apresentam vantagens ¢ desvanta- gens: ee VANTAGENS DESVANTAGEN Os agnte eragen Bvedotpe de PROCESSO PAD- ero sercanpatamente | gmezenamen 0 a0 pea sletamente e2enament, abso ; removidos ana Elevada absorgao. Tempo. | PROCESSO PaD- poate total para a desencolayem: 10 lavestimento slevado "Tah 3.5 - Balango entre os Processos Pad Batch e Pad- Steam 3.4.2 Desencolagem Oxieativa Devido ao elevado prego da energia ¢ du gua envolvidas no pracesso de desencolagem ei necessidade de um armazenamenso a frio (no processo Pad- ‘bateh) que interrompe uma possivel operagio em continuo, worna-se atractivo para -muitas empresas integrar 0 processo de desencolagem na etapa seguinte de preparagio: 6 tratamento alcalin. Isto no pode set realizado com uma desencolagem enzimética, pois como se viu, oo Teatamento Pro esta exige um controlo apertado de pet Acescolha poderi ser 0 processo de desencolagem oxidative com perssulfatos. Estes sio fornecidos sob a forma de sas de aménio (NH,),5,05 , porissio K,$,0g ,o1 de sédio Na,S,0, ssc ees ree ec aaa reece aoa ee sintegragio gradualmente, 4 medida que se eleva a temperatura Os produtos resultantes sio o sulfato respectivo, 4cido sulfitico € oxigénio live, de acordo com a reacgi K, 8,0, + HO» K, 80, + H,80, + 0 A formagio de Acido sulfisico implica a sua continua neutralizagio, pelo que a desencolagem oxidativa podera ser assoc da com vantagem ao tratamento alcalino, onde € possivel fornecer o excesso de alcali necessirio & neutralizagio. Alcali = OCH, Meio oxidative DESENCOLAGEM OXIDATIVA DO.AMIDO Também se pode fazer a desencolagem oxidativa com bromito de sédio ou corn perdido de hidrogénio. Neste tikimo caso o processo de desencolagem poderd ter lugar simultineamente com 0 branqueamento. Tem, porém, 0 inconveniente de nio climinar a totalidade do amido, pelo que nio € suficiente para certos fins (por ex. no tingimento com corantes reactivos). A desencolagem com bromito de sédio, peemite a sua utiizagio em continu. O bromito de sédio aptesenta-se no comércio sob a forma de uma solugio alealina estabilizada, de cor amarelada, com um teor dé 75% em bromito, o que cortesponde a um teor de 180 g/l em bromo activo, a Manual de Etamparis Tet Em presenca de substancias oxiciveis (amido, impurezas da Sbbra, cetufose), decom- poe-se em fcido bromidrico € oxigéaio A desencolagem depende: ~ da concentragio de bromito no banho: - do pHi; + da cemperatura Acconcentragio éptima é de | g/I de bromo activo, o pH deve ser aproximadamente 10 € a temperatura cerca de 30°C, Acima destes valores ha degradacio da fibta Os produtos resuhantes da degtadacio do amido nio sfo sohiveis, pelo que se deve fazer imediatamente um teatamento alealino para os elimina. Caso 0 algodio seja branqueado com clorit ¢ preferivel fazer o tratamento alcalino apds o branqueamento. 34.3 Desencolagem Acida £ efectuada por impregnacio do tecido numa solugio de acide sulfitico (0.5 a 1%) seguida de um repouso durante 4 horas a 40°C. Este processo, pouco utilizado, fem o inconveniente de degrada apreciavelmente & celulose, 344 Desencolagem por Putrefacio © tecido molhado € armazenado durante 24 horas ao ar € a 25-400"C, Nestas condi- ‘gOes as bactéras presentes naturalmente na Agua reproduzemse € provocam a de- gradagio do amido. ‘Teuta-se pois, de uma desencolagem enzimitica, mas com o inconveniente de nio ser controlada e poder provocar o apatecimento de bolotes que degeadam a celulose e que podem provocar manchas no secido, de muito dificil, se nio mesmo impossivel, remogio, ‘Tratamemto Pro 3.45 Desencolagem de Produtos sohiveis em Agua Se 0 produto de encolagem utilizado € soliivel em gua (produtos esses cuja impor- tncia tem vindo a crescer, particularmente 0 Alcool polivinilice), é suficiente uma operagio de lavagem alcalina com detergente. O aleali usado € 0 carbonato de sédio a duragio de lavagem oscila entre 30 e 60 min, Pata a fazer utilizam-se maquinas de lavar ao larga, ‘a, conmudo, que ter cuidado com o tempo necessiio para o inchamento de resinas sintéticas, Assim, se se introduzir um tecido encolado corn élcool polivinilico em ‘qua quente, hi um inchamento superficial instanténeo da resina, que impede a pene- tragio do banho de lavagem no interior da fibra, Neste ¢a8o, € portanto conveniente tum inchamento prévio em agua fra A tazio pela qual a utilizagio de produtos de encolagem sokiveis tem vindo a crescer, resulta do facto da desencolagem ser das operagdes tmais poluentes da indsstria téxtil cerca de 25% da poluigio total dae iguas de uma Fibrica de Ultimacio). ‘Mesmo quando os produtos desta opetigio sio biodegradiveis a sua depradagio implica 0 consumo do oxigénio da Agua do rie, A utilizagio de produtos soliveis de encolagem permite, no caso de nao haver problemas com a quantidade de Jgua, fazer a remogio completa desses produtos por enxaguamento e a sua separacio dos banhos de enxaguamento utiizando téenicas de ultrafiltragio, podendo recuperar-se por este meio até 95% do produto de encolagem (em empresas verticals com departamentos de tecelagem e ultimagio) inconveniente deste processo esté no elevado custo do investimento necessiria 3.5 Tratamento Alcalino (Fervura) Esta operacio tem por fim eliminar do algodio as ceras da superficie da fibra (cuticula ¢ parede priméria) de forma a tornar o algodiio hidréfilo e consequentemente facilitar a penetragio do banho de tingimento ou da pasta de estamparia Consiste essencialmente no tratamento do algodio com solugdes alealinas, a tempe- 6 anal de Estmpara Tec raturas proximas dos 100 °C {no caso de se ucitizarem miiquinas pressurizadas a temperatura ser de 110°C a 140°C), Consegae-se, assitn, saponificar a maior parte das ceras ¢ gorduras que impregnam o algodio, ou endo, emulsionar as que no sko. saponificaveis, Note-se que a quantidade de cera numa fibra de algodio esta relacionada com a finura dessa fibra (Superticie especitica: m2/Kg), sendo tanto maior quanto mals fina for a bra, Note-se também que, a climinagao das ceras no deve ser total, para evitar um toque desapradivel (ceducio até 0.15%) “Adicionalmente a eliminagio de ceras e gorduras, durante a feryura elimiau-se uma parte dos corantes naturais do algodia. No caso da fervara sobre pressio, a composicao de banho é normalmente a se- guinte: 1-3% de hidsdxido de s6din(36° Be® ) em relagio a0 peso da mercado, 01-23 cm3/I de bissulfito de sédin 4 35° Be®, 05-1 Kg de hidrossulfito de sddio por 1000 Ky de matéria seca. A adigio de redutores tais como o bissuifito ¢ 0 hidrossullica tim por fir diemiaair 108 iscos de férmagio de oxicelulose Pode adicionar-se ao banho um detergente (resistente aos alcals fortes) para ajudar a emulsionar os materiis nae saponificiveis, (© tempo de fervura € de 5.2 10 horas € a pressio de 1 a 2 Kg dependendo da qualidade do artigo e do grau de hidrofilidade desciado. No caso de fervara ao ar livte (Sem pressio), pode substituir-se a soda ciustica por 2.2 5 % de carbonato de sddio (em relagin a0 peso) para diminuir 9 perigo da formagio de oxivelulose. No entanto, a soda cfustica é igualmente muito utilizada, Nota: Comportamento dos tecidos de poliester/algodio: Devido ao facto do poliester ser sensivel is soluges alealinas, sobretudo @ ‘quente, convém reduzir a concentragic da soda ciustica, independentemente do facto do PES resist bem a0 processo de fervura Manual Ge Estanpare Téa 3. TRATAMENTO PREVIO renee ALAS fenas [-—*[_ Fos [>| PREPARAGAO TINGIVENTO ESTAMPARIA TeeOs EW CAD ‘Ov BRANCOS ee or [eee Fig.l - A posisio da preparacia, do tngimento € da estamparia, ap processo de fabsicn dos tstehe 3.1 Introdugio © objetivo das operagies de tratamento prévio ow preparacio dos artigos téxteis & a climinagio das impusezas que as fibras contém e a melhoria da estrutura do material de forma a estte apto 48 operagies posteriores de tingimento, estamparia e acaba. mento propriamente dito. Estas operaciies podem ser feitas em rama, ém fio, em tecido, em maha e mesmo cm attigos ja confeccionados, Uma vez que cntre nds a estamparia € feita sobretudy sobre fibras celutisicas € 8 Tratumento Previa 35.1 - Eeevura a Dsidativa Jise disse anteriormente que ba vantagem em associar a fervura com a desencolagem oxidativa. Porém, embora a desencolagem em persulfatos seja conhecida desde os anos 20, s6 agora apareeeram produtos que evitam a degradagio simultinea do amido ¢ da celulose. Note-se que estes novos produtos, tém a vantagem adicional de reduzir a tendéncia do ferro para corroer 0s tecidos. Aliés, com este objectivo, é frequente proceder & desmineralizagio das fibras de algodio por impregnagio com 6.2% de acido closi- rico, seguido de reacgio em meio ambiente durante 5 minutos ‘Também se poderi utlzar acido acético concentrado (1 a 10 g/'). Seguir-se-d uma °C) lavagem numa solugio de 3 g/l de Na OH e um mothante (20 min. a9 3.6 Branqueio 3.6.1 - Introdugio ‘Trata-se sem divida do procedimento base de todo o Process de Preparagio © tem por objectivo eliminar 0 corante natural existente nas fibras naturais ou » corante que eventualmente teaba introduzido durante © processo de fabrico mas restantes fibras No caso do algodiio a cor natural podesé ser creme, amarclada, acastanhada, acinzentada ou mesmo rosa Actualmente, 0 branqueio é efecrsado usando diversos agentes oxidantes (peroxido de hidrogénio, hipoclorito de sédio, clorito de sdio, Acido peracético, ..) ou redu- tores (hidrossulfito de sédio, didxido de enxofte), evja utilzacdo aio € igual, uma ver que 0 processo que usa perdido de hidrogénio se destaca nisidamente de todos 8 outros. Os processos do hipoclorito e do clorito, que ja foram os mais usados, hoje em dia perderam importincia. No branqueio do algodao o hipoclorito € usado normalmente em combinagio com 0 perdxido, enquanto o clorito, embora seja um 6 Sooual de Estampara Test brangueador universal, € apenas usado em artigos especiais ou misturas de algodio com fibras sintéticas. Existe ainda uma outra forma de branquear, no por eliminagio do corante, mas por adigio de produtos. Eo chamado branqueamento éptico, que analsaremos separadamente. A cescolha do processo de branqueio € fungio de: ~ Matéria Prima (CO, PAC, PES, .)5 ~ Aptesentagio da Matéria Prima (Tecido, Malha, Fio, Rama, ..); - Maquinaria de se dispée (por Esgotamento: Barcas de Sarilho, ets Jigers, .. ou por Impregnagio: Pad-Batch, Pad-Roll, Pad-Jig, Pad-Steam); - Destino do artigo (Tingimento posterior, Estamparia, “Branco Propriamente Dito”) Quando © destino € a Estampari, exigir set ~ Adequada hidrofilidade; ~ Auséneia de encolantes; ~ pH neutro ou adequado 3 estamparia posterior; ~ Branco médio ou bom, com branqueador dptico sobretudo no caso da estampatia de malhas peea & pegas - Solider de acordo com o facto de o artigo se destinar a pegas exteriores ou interi ores. 36.2 - Branqueio com peroxide de. hidrogénio De todos 05 agentes de branqueio € o que tem o potencial redox mais baixo (810- 840mV) pelo que fica na cauda da lista dos oxidantes Isto permite uma aplicagio ‘quase universal, quer em processos a fio, quer em processos 2 quent. Contrariamente 20s outros oxidantes, no apresenta problemas de toxidade ¢ de Das ras reacgSes cavolvidas no processo a dissociagio em Agua, com a formagio do at HO, €a mais importante. Este ido € muito instivel e reagiri na presenga de substincias oxidaveis (por exemplo: componentes corados do algodao) ‘eatmento Préio devido 4 formagio de oxigénio atémico (que € 0 agente de branguci). De modo a garantir apenas uma desintegracio gradual deste aniio ¢ simultaneamen- te prevenir a formacio de oxigénio molecular, é necessitio estabilizar o banho de branqucio, Com esse propésito sio adicionados aos banhos, estabilizadores do perdxido de hidrogénio (aumentando a estabilidade do HO2”¢ prevenindo/reduzindo a deteri- ‘oragio quimica das fibras), entre os quais © mais usado € 0 silcato de sédio, exja éncia aumenta na presenca de sais de Cae Mg, Convém, portanto, tabalhar com {gua ligeiramente dura, St « Agua € muito mole, convém adicions 0.06 g/l de Me 804, O papel do sileato &o de sequester sas de metas pesados (Cu, Fe, .) 08 quais sio catalisadores da decomposigio do peréxido. © fosfato trissédico Na3POg, em presenga de Ca, cern igualmente um efeito estabiliicor, pelo que € recomendado em certos casos, Porém, como se tata de wm produto alcalino € necessicto ter euidado com o aumento da sua concenteacko que provocari um aumento da decomposigio do perdxido de hideogénio. Pode acrescentar-se, em ambos os casos, um estabilizador onginico, 0 qual apoia 0 efeito de estabilizasio do silicato, permitindo reduzit a sua concentrasio. Usiiza-se, rambém, um detergent, para impedir a precipitacio do silicato (04 do fiosfato) sobre o artigo, O silieato de s6dio nio € utlizado no branguelo de malhas, devido a0 toque éspero aque the di Os aealis promovem a decomposigéo do peréxido, pelo que é importante controlar © pH inical e final Os me pesados (Fe, Cu, Ni,..) catalizam a decomposigio do H202 , pelo que podem provoear perde de resisténcia € mesmo buracos nos tecidos. Se estes conti- vetem quantidades elevadas (superiozes a 1 mg/1},hé que os submeteraum tratamento adequado com H Cl ou complexantes. B também utilizado 0 Acido oxilica As solugdes de perdxido de hideogénio si comercializadas « uma concenteagio de 130 volumes (correspond @ cerca de 35% em massa), ou a 200 volumes. © perdxido de hidrogénio branqueia os acetatos de celulose (devende, pore, ser o Manval de Estamparia Teil empregue em condigdes suaves: 1 hora a 45°C), mas tem pouco efeito sobre o poliester € sobre as fibras de acrilico, Por outta lado ataca as fibras de poliamica 3.633 -Branqueio com hipoctorito de si © Bipoclorito de sddio é o oxidante mais forte usado nu Indistria Téxti. O seu potencial redox oscila entre 1400 ¢ 1550 m\- E relativamente barato e obtém-se por reaccio do cloro com a soda céustice: Cl, + 2Na OH» Na lO + NaCl + HjO As concentragies das solugies comerciais, oscilam entre os 150 e Os 160 g/l de cloro activo (quantidade de Clz que I litto de solugio pode libertar). © sev doseamento pode ser feito por iodomersia, Enrre as desvantagens deve incluit-se a tendéncia para se desintegear ficilmente (Le reduzir 0 seu contesdo de cloro activo), risco de degeadacio das fibras, ¢ 0 facto de ‘io branqueat/decompor as cascas das sementes do algodo, A.elevada acgio oxidante do hipoclorito, se é conveniente para a oxidacio do corante natural, tem 0 grande inconveniente, como se disse, de degradar a celulose, dando otigem a oxiccluloses redutora (contém o grupo aldefdo, detectaveis pelo “indice de cobre”}, osiceluloses acicas (detectiveis pelo “teste do azul de metileno”) ¢ outtas oxicehuloses no detectaveis pelos testes anteriores. Nas reacgdes envolvidas com este oxidante, além da libertacio do agente de bran- queio (oxigénio atémico) forma-se igualmente acido hipoclssico (HCIO) que a pH centre 5 € 6 tem um valor maximo, pelo que devido a formacio de cloroaminas © ano nas fibras seri miximo neste intervalo de pH 0 qua! por isso deve ser evitado, Sobre o algodio, mesmo apés a fervura, ficam sempre vestizios de pectinas (estas contém grupos -NH,) que de acordo com a reacgio seguinte dio origem & forma- io de cloroaminas: (NH, + Cl O——p-NHC + OF ‘Tratament Privo as quais por secagem conduzem 4 libertagao de oxigénio atdmico e dcido cloridrico que provoca séria degradacao da eelulose: NHC + H,O——-m-NH, + HCl + 0 pelo nao se deve secar um artigo que contenha clorominas. E, pois, importante efectuar um tratamento anticloro antes de secar, de modo no 86 desteuir as cloroaminas, mas também climinar o hipoclorito em excesso. Este tratamento pode ser efectuado com um redutor tal como o bissulfito de sédio (Na ASO), que reagird rapidamente a fri0, ou entTo com 0 H2O2, 0 que equivale a um segundo branqueamento, Usa ‘iuma concentracio de 1-2 g/l, a uma tem- peratura de 20-50°C, em ambos os casos). © método do controlo da degradaciio mais rigoroso, consiste em determinar 0 rau de polimerizacio no inicio € no fim do branqueio e depois caleular factores de degradacio (como por exemplo o factor de Bisenhut) Acontece que quanto maior for o grau de branco, maior é a degeadacio pelo que ha necessidade de encontrar um compromisso entre degeadacio e brancura. Em conclusio, os parimetros de brangueio com hipoclorite sio: Quantidade de Na ClO: es:a quantidade deve ser adaptada & qualidade do anigo a branqaear € 20 proceso willizado (normalmente 1 g/Ide loro activo nos proces- sos descontinuos € 3-5 gl de eloro active nos processos continuos). -pH: deve oscilar entre os 9 ¢ 08 10.5 (Solusio tamponada de preferéncia) Temperatura: a degradacio da celulose a quente é mais elevada, mas o brangueio € mais ripido. A partir de 35°C, o grau de polimerizacio da celulose diminui noravel- mente. © hipoclorito de sédio no tem efeito branqueador sobre as fibras de poliester € ataca as fibras de poliamida e acrilicas. 3.64 -Brangusio com clotito de sésio dlorito de sédio (Na C102) é utilizado comercialmente desde 1939 como agente 6 Manval de Estria Test branqueador das fibras celulésieas, euja caracteristica principal é quase nao atacar a celulose a um pH acido (32 5) No entanto, se 0 meio for demasiado Acido (pH menor do que 3), a degradacao pode torar-se importante. © dortito de sédio é, porém, considerado um branqueador universal para as. fibras attificiais € sintéticas, pois € © produto que conduz a melhores. resultados (0 Dranqucio € efectuado a pH aproximadamente 4, uma temperatura de 80-90°C, durante 1 a 2 horas) Durante 0 processo de branqucio, libesta-se C02, gis txico muito corrosive, caja formagao é a causa dos maiores ptoblemas no uso do elorite de sédio como agente branqueados. Alis, tem também o inconveniente de se decompor com violéncia quando aquecido a 210°C, podendo mesmo inflamar-se eas0 Se misture com certas substincias orginicas, extvao e enxofie. O clorito de siio & vendido sob 2 forma solida, cristalizado ou anidro. O primeico E higeocépico, enquanto que o anidro € estivel. Nos processos por esgotamento usam-se quantidades entre 1 e 3 g/l, uma tempe- ratura de 90°C ¢ durante cerea de 2 horas. Nos processos por impregnacio a con- ccentracio varia entre 10 € 30 g/l 3.6.5 ~Brangucio dptico © branqueio éptico € uma técnica aditiva em que pela presenca de substincias fluv- rescentes se consegue dat a0 tecido um aspecto mais branco, Os brangucadores épticos so substincias que podem ser consideradas como corantes que, ent lugar de absorver radiagées visiveis, absorvem radia es na zona do ultravioleta (comprimentos de onda inferiores a 400 am) ¢ emitem radiagdes na zona do visivel. Quando presentes nas fibras, vio como que camuflar 0 tom amarehdo, conduzindo uma aparéncia mais beanca por aditividade de reflectincias. ‘A.sua grande utilzagio na indkistra txtil tem vindo a crescer, uma vez que o olho do 70 Tratamento Pro consumidor foi de tal forma educado que é hoje praticamente obrigatéria a inclusio de branqueadores épticos em tecidos brancos ou papel branco. Os proprios deter- gentes domésticos contém na sua grande maioria branqueadores ptieos. Deve refetir-se que para compensar o citado tom amarelado hi também a possib lidade de adicionar um cotante aproprindo que neutralize ese tom, sendo apropriados arn ste efeito os corantes azul ¢ violeta. A reflexo da luz no total é,no entanto, um pouco mais reduzida, Para um beanco mais elevado, devs ¢ trabalhat com um branqueio de combinagio, como por exemplo clorito-perdxido, hipoclori-perdxido ox peroxide branqueio de redugic. (Os factores decisivos para 2 escolha de um branqueador opticu sie: rendimento ¢ afinidade (as marcas com elevada a idade sfo essenclalmente van- tajosas na aplicagio em descontinuo, principalmente nos processos por esgotamento); - maximo de brancura e conalidade de beanco (2zulado ox avermelhado}; « estabilidade nos banhos de branqueio ¢ sobre a fibra; - solidez: + prego. De referir que no acabamento com resinas, ha ainda que ter em conta os seguintes factores para 0 resultado do branco: = tipo de resina; + catalizador; - pls + temperatura/tempo; - branco de fundo, Os branqueadores pticos sio muito sensiveis a certos tipos de degradagio que conduzem a um amarclecimento de eetto modo tipico {amarelo candrio). Ha, no centanto, dois tipos de amarelecimento que nos htimos anos tém dado orjgem a um grande niimero de reclamagées: amarelecimento devido 4 embalagem; amatelecimento devido aos gases dos tubos de escape. Manual de Estampaia Text Os produtos de amarelecimento foram identificados como sendo uma quinona, produto de oxidacio ¢ dimetizacio do BHT. Esta reaccio pode ser iniciada na presenga de numerosos oxidantes, por exemplo pelo oxigénio, pelos perdxidos ou por compostos nitrosos, Ft pois necessitio ter em atencio tudo o que possua na sua constituicio BHT (por ex: dleos de bobinagem ou nos referidos sacos de embalagem de politileno). Hi ainda outras fontes de amacelecimento durante a armazenagem: foro € termodegeadacio de branqueador dpticos sadacio do mater: fo da cor dos amaciadores; + forod rextil, = alterag - _produtos de decomposigdo de borrachas naturais que eventualmente os artigos téxteis tenham incorpoiado; ~ bactérias ¢ fungos. 3.7 Mercerizagio Existem dois processos industriis que consistem em rrarar 0 algodio com solugies concentradas de hidroxido de sédic: + Mercerizanda: se 0 tratamento com a solucio concentrada de hideoxido de sédio & efectuado sobre tensi0; ~ Caustfiagéo: se 0 tratamento com a solugio concentrada de hidrOxido de sédio é efectuado sem tensiio. A celulose softe um inchamento sobre accio das salugdes concentradas de hidroxido de sédio. Esse inchamento aumenta com a concenttagio em Na OH, atingindo um, rmiximo quando a concentracio & de 180 g/I, decrescendo em seguida, No entanto, © efeito de mercetizagio atinge um méximo a uma concentragio de 300 g/l, prova- velmente devido 4 transformacio da estrutura existalina da celulose, ‘Os parimettos fundamentais da mercerizacio sio os seguintes ~ cancentragio da soda eéustiea; = temperatura; ~ duragio do traamento; 2 al Tratamento Prévio ~ tensio da mercadoria, Bstes parimetros ido influenciar 0 brilho, as propriedades tinturiais, a estabilidade dimensional e a resisténcia mecéni 3.7.1 Bailho © tratamento com a solucao concentrada de hidrdxido de sédio tem como efeito tomar a seegio transversal das fibras mais redonda Para que 0 brilho aumente significativamente, é fundamental efectuar a gasagem, antes da metcetizagio, para nfo haver fibras soltas, © aumento do brilho € maximo para uma concentragio de 300 g/l. Porém esta concenteacio tem tendéncia a baixar devido @ formacio de alcali-celulose © a carbonatagio da soda ci NaOH + CO2____y Na HCO3 © controlo da concentracio é vulgarmente efectuado com um densimetro (300 g/ 1 € aproximadamente 30° Be"), pois quanto maior € a concentragio maior € a densidade, Porém, este processo nao é totalmente cortecto, pois a carbonatagio da solugio conduz a uma diminui¢io da concentragio do hidsxido de sédio, sem diminuir a densidade da solugio. Sera, entio, mais correcto efectuar a medida da concentracio por titulacio. No que diz respeito & temperatura , o poder inchante das solugdes de Na OH & tanto maior quanto menor for a temperatura. Como a reacgio é exotéemica, & em principio efectuado um artefecimento da solugio, de forma a manter a temperatura a cerca de 15°C. No encanto, hoje em dia, a maioria dos construrores de miquinas de mercerizar defendem a metcerizacio sem arrefecimento. Eim relagio & duragio do tratamento, sio necessérios cerca de 60" para um tecido desencolado e fervido. E conveniente adicionar um agente molhante para faciltar a penetsacio da solugio nas fibras. Quando se trata de um tecido end, tal produro & mesmo indispensivel Manval de Estampana Tes O brritho aumentari tanto mais quanto maior for a tensio exercida, No entanto uma tensio muito forte pode degradé-lo mecanicamente, E fundamental que a tensio exercida seja tal que impeca 0 encolhimento do artigo. 3.7.2. Propricdades tinturiais © tratamento alcalino do algodio conduz a uma maior acessibilidade da celulose «em relagao as moléculas do corante (ou do produto de acabamento). Vejamos quais, 08 valores aconselhaveis dos diferentes parimetros: Concentragao da soda ciustica: 0 valor éptimo situa-se nos 300 g/l, mas a 170 / 1 20° Be’) ja se observa uma melhoria significativa das propriedades tintusias. ~ Tensio: a acessibilidade seré tanto maior quanto maior for o encolhimento do tecido. i pois conveniente efectuar uma caustificagio se se pretender melhorar unicamente as propriedades tinturiais do tecido. Refira-se que por propriedades tinturiais se entende nao s6 a capacidade e velocidade de absorcio do corante, mas também o rendimento coloristico. ~ Duragio + 30" ~ Encolhimento : maximo Uma secagem posterior 4 caustificacio ou mercerizagao conduz a uma diminuigio da acessibilidade, sobretudo se a secagem é muito forte. Se for possivel,é preferivel no efectuat nenhuma secagem ¢ tingir directamente, Nota: Numa fibra de algodio existem regides de diferentes graus de otdem e de- sordem molecular, Dentro das regides cristalinas € acima de um nivel de ordem, dependente das condigdes experimentais € dos reagentes usados, a difusto dos corantes € dos produtos auniliaes, niio seri possivel. A penetragio das moléculas, esti, completamente restringida as regidies onde haja, ou um baiso grau de ordem, ou sejam regides amorfas A mercerizagio tem igualmente uma grande importncia sobre os resultados obtidos xno acabamento por teticulacio. ‘iat Preto 3.7.3 Propriedades mecinicas ¢ estabilidade dimensional A mereerizasio conduz 2 uma melhoria da resisténcia dinamométrica que pode atingir 50%, Este fendmeno & devido 20 aumento da orientaciv. das cadeias macromoleculates ¢ ¢ facilitado pela tensio exeecida sobre as fibras. A teasio aio deve, no entanto, ser demasiada para ni a das fibres, provocar degradagio mec Com a mercerizagio consegue-se também aumentar & estabilidade dimensional dos artigos, 0 que no caso das malhas é de importincia fundamental Verifica-se que a8 condigdes que conduzem a um bom aumento do brilho (300 g/l de Na OH + molhante+ temperatura prosima dos 15°C + dimensoes constantes ou ligeiro alongamento}, condzem igualmente a una melhoria apreciivel da resisténcta mecinica ¢ da estabilidade dimensional dos tecidos. [As condigdes de lavagem apis o tratamento alealino so muito importantes para as propricdades das fibras. Assim, a tensio exercida sobre as fibras deve ser snantida constante até que a concentragio de Na OH desea abaixo de 60 g/l, pois caso conttitio, as fibras voltam a encolher. E conveniente efectuar a primeira lavagem a alta temperatura (90-95°C) para que a liminagio de Na OH sobre as fibras seja mais eficaz. As lavagens seguintes podem ser efectuadas numa méquina de lavar ao largo, pois © attigo ja nio encolhe mais, Nao € possivel eliminar por lavagem os tltimos vestigios de soda ciustica sobre as fibras, devide 4 afinidade desta para com a celulose. Nos casos em que a presenca de soda sobre os artigos € manifestamente nefasta, é necessitio efectuar uma neutralizacio por acidificacio: passagem num banho de iicido acético diluido, seguido de uma lavagem final 3.7.4- Processos industtiais Pode efectuar-se a mercerizacio seja operand sobre 0 artigo molhado, sejasobre 0 artigo seco. Manual de Esamparia Tat No caso de s¢ ttabalhar sobre molhado, & conveniente que o artigo seja bem espre- mido, de forma a dilvir 0 menos possivel 0 banho de mercerizacio. Se se trabalhar sobre 0 tecido seco , este inconveniente € eliminado mas toma-se necessirio uma operacio complementar de secagem, Se se trabalhar sobre 0 tecido cru (antes da desencolagem € fervura), evita-se a diluigao do banho de mercerizagio. sem necessidade de secagem. Para além disso, nao € necessirio efeetuar uma neutralizacio toral se se proceder imediatamente a seguir & fervura, Este procedimento tem no entanto o inconveniente de conduzir a lima contaminagio importante do banho € necessitar duma quantidade maior de mothante, Porte, igualmente, efectuar-se a mercerizagio sobre artigos jé tingidos. Neste caso, ptocura-se obter um maior brilho ¢ estabilidade dimensional, despreza-se, porém a vantagem do melhor rendimento coloristico, A clevada concentragio de hidréxido de sédio e a presenea de mothantes no banho de mercerizagio provoca problemas de poluigio ¢ dificuldade da recuperagio das solugdes. Pasa remediae estes inconvenientes, tim sido introduzidas ulimamente vieias inovagées: - Mereerizagio a quente : A penetrag20 & melhor e a presenga de mothante & menos importante Mercetizacio sobre vazio parcial : Melhora jgualmente a penetracio © o molhante io é necessitio, - Tratamento com amoniaco liquid : Embora os efeitos sobre 0 algodao seiam ‘menos pronunciados, este processo tem vantagens quanto 4 uniformidade, velocidade de penetracio, facil climinagio do NH3 (por evaporacio) ¢ a possibilidade de rece peracio deste © que implica nio haver problemas de poluigio, acto de celuloses de soda céustica, sobretudo a concentracdes da ordem dos 100 g/l, dissolvem significativamente as fibras de celulose regenerada, pelo que € normal- % ‘Tratumento Pesto mente “interdiro” mercerizar estas fibras. Consegue-se, no entanto, aumentar significativamente 0 rendimento coloristico se se efectuar uma caustficacio com uma solugio de cerca de 60 g/l de Na OH. Este tatamento é sobrerado aconselhivel nos artigos paca estampar, pois obtém se 10: nalidades muito mais vivas 3.7.6- Mercerizacio de misturas Quanto as misturas de celuioses regeneradas com algodio é possivel efectuar a mercerizagav convencional, desde que se proceda a uma primeita lavager com gua abundante « 95°C, de forma a passar rapidainente c a quente pelo valor crtico dos 108 g/t. E |-no exttanto, sempre uma certa degradagio destas fibras (sobretudo as de viscose as mods, jf que as polindsicas resister eelativamente melhor), pelo que este tratamento no deve ser efectuado em tecidos que contenbam mais que 50% de fibras de celulose regenerada. A tensio exercids € muito importante, pois actua como elemento protector destas fibras. 3. 8 Termofixagio A Termofixagio € um tatamento especifico das fibras sintétieas ¢ tem por fim conferir-lhe estabilidade dimensional Quando se fabrica uma fibra sintética, efecrua 1: extrusio, por exemplo de uma massa em fusio, através de um orifi jo. Os filamentos sio na estiragem sujeitos 2 uma forte tensio, que os alonga v4 fas centenas por cento com o fim de osientar as macromoléculas. Formam-se e io entre essas mactomolécalas. ligagdes de hidrog Ora, como a estiragem € efectuada sobre 0 conjunto solidificado, as ligagdes de hidropénio vio inttoduzir tensbes internas nas fibras. Quando os artigos téxteis (por exemplo, fio) so aquecidos, as moléculas tronam-se mais méveis, devido as vibragdes, e « partir de uma determinada temperatura, vio- se desfazer algumas ligacdes, relaxando as tenses internas, provocando um encolhi- 7 Manval de Kssrnparia Txt mento. Portanto, a termofixacio consiste em: ~ Aquecer o artigo téxtl a uma temperatura elevada e de preferéacta sem teas; ~ Artefecer sem tensio. © aquecimento ¢ cfectuado por convestio numa rimola de termofixasio, que n0 caso do poliester seri a uma temperatura da ordem dos 200°C, dutsate 1 minuto ¢ sob tense mninitna (como se disse anteriormente, cle preferéncia, sent tensic). Caidados a ter 9 pponto de fasio das fibras, = fandamental controlar rigorosamence a temperatura, pois aproximamo-aos do A temperatura de termofixagio pode ser calculada pela fSrmalas ‘TETF = T-R/K em que: "TETF - Temperatura efectiva de cormotisagio: R_- Encolhimento iereversivel, medido a temperatura T (superior ’ TETE) K__- Coeficiente de encolhimento (%/"C) Ex: Poliamida 6 0,067 Poliamida 6.6 - 0,085 Poliester = O12 De qualquer forma, a temperamara de termofixacio deve ser escolhida entre a tem- peratura de transicZo vitrea e a temperatura de fusio. Fim certos casos pode efectuar-se a “hidsofixacio”, fixacio em atmosfera de vapor. Neste caso ¢ possivel redu ‘ temperatura, pois o vapor favorece a mobilidade das moléculas if) A velocidade de tingimento ¢ afectada pela temperatura de termofixacio. Uma diferenca de temperatura de 2°C pode provocar diferencas de 5% de tonali- dade, que € um valor detectivel pelo olho humano. ii) Nos pontos em que o tecido entra em contacto com as pingas, pode haver um sobreaquecimemto. 8 ‘Tratamento Prato iv) Diferengas de tensio, podem igualmente provocar diferengas de afinidade coloristicas De notar, que no caso das mathas hé conveniéneia em aplicar uma pequena tensio, | 4° Capitulo O CAD/CAM na Estampari Manual de sampara Tet 4, O CAD/CAM NA ESTAMPARIA 4.1 Introdugio A indkistria téxel vive fundamentalmente da inovacio quer 1a criatividade, quer na produtividade. Daf que o aparecimento de programas informsticos de apoio a0 design téxtil e suas interfaces com as maquinas produtivas tenha surgido logo nos nos 70. Apés as dificuldades iniciais « sua utiizacio explodia em alguns anos quer em virtude do desenvolvimento de técnicas neste campo (sofisticago da microinformitica, baixa de prego da meméria, desenvolvimento das impressotas a cores), quer nas necessidades resultantes da evolugio do mercado téxtl (flexibilidade, encurtamento das séries, necessidade de comunicagio expedita com © mercado). As principais utilidades dos sistemas CAD / CAM a indisttia text em geral sio: - Realizagio ripida dos processos técnicos; ~ Realizagio de “hard copies” a cores que permitam uma anilise propria das pro- postas de padronagem; ~ Interfaces industriais de ligagio as maquinas de produeios - Por inexéncia, a baixa de custos de produga. A Estamparia é 0 campo menos recente, mas ainda em estado experimental, do CAD / CAM téxtil, Isto sem esquecer que 08 sistemas CAD jé se utilizam em grande escala ha uma década. [As fases deste trabalho sio ainda muito baseadas nas operagies normais de estam- parla Dada a meméria necesséria para processar a alta resolugio destes desenhos, tem havido limitagdes que levam a trabalhar a partir de discos duros, 0 que torna 0 trabalho lento ‘A baixa de custo da memoria e a possibilidade de trabalhar com grandes memérias RAM, veio dar um novo impulso ao software para este fim, OCAD/CAM aa Esturpania 42 Sistemas CAD ‘Tal como ja se fe7 referéncia anteriormente (ponto 2.2.2.1) a moda impoe i industria téxell uaa resposta ined as novas rendéncias. Porque os processos tridicionais industria europeia pode responder & coneorréncia dos paises em vias de desenvolvimento com base na sua mio de obra barata, incrementando a qualidade, os novos designs e a resposta rapide. O desenvolvimento dos sistemas CAD cai nesta estratégia nfo s6 porque permite a automatizagio ¢ a inovacio, libertando 0 designer de acgées repetitivas © consequentemente dedicar.se durante mais tempo 4 parce eriativa, mas também de vido A sua versatlidade, adaptagao a pequenas produgées ¢ redugdes do tempo de entrega e ainda a possibilidade de produgio de um grande nimero de amosteas, Tendo sempre em atengio que os sistemas CAD aio substituem o desenhador, apresentam-se resumidamente algumas das vantagens dos sistemas CAD de ‘estamparia ~ Reducio do trabalho do desenhador; - Redugio do tempo nccessitio para adaptar e controlar os desenhos; = Redugio dos eustos; « Petfeigdo dos desenhos; - Ficilavaliagio das alvernativas devido & possibilidade de visualizar no ecra simulagoes realistas dos tecidos; - Criagio de bibliotecas de padrdes, permitindo cépias € repetigdes rapicias € consequentemente encustar or prazos de entrega ¢ reduzir 0 custo das amosteas; - Facilitar a comunicagio com os clientes Yio esquecendo também alguns inconvenientes destes sistemas: = Atrasos causados por falhas de equipamento; - Tempos de espera ca dos pela realizagio de outras tarefas pelo computador; - Alto custo do equipamento; - Alto custo da formagio do pessoal; 8 Manual de Estampars Tet - Fadiga ocular, - Problemas relacionados com a calibragio da cor nos diferentes suportes grificas 4.2.1 Introdugio do Desenho no Sistema ‘A introdugio do desenho no sistema pode ser feita por: 3} Cri do desenbo no priprie sistema Pode ser feita através de ferramentas do sistema, do rato on da caneta digital (lepen- dendo das preferéncias do desenhador) i) Intraday de wom desonbo com a scanner Este é 0 meio mais comum de introduzir um desenho no sistema CAD A zona que vai ser digitalizada tem que ser definida assim como a sua resoluglo (limitada pela resolugio do scanner), ‘A imagem digitalizada via scanner (DVS) pode ser gravada em arquivo, iil) Tntraducao de um desenbo atranes de fotografia digital Este processo rem vindo a desenvolver-se em paralelo com a evolucio da fotogra- fia digital iv) Introducio do desenbos eriados noutro sofware E possivel introduzir desenhos criados noutro software, se estes desenhos tiverem tum formato de fichcito compativel Note-se que, devido a limitagdes econémicas e técnicas, o desenho pode possuir um maximo de 28 cores, seleccionadas de 16.8 milhdes. Lendo um desenho com um rndimero maior de cores, todas elas siio mostradas no monitor, mas © computador activa apenas 28 cores por defeita, ‘Trabalhando com um médulo de meios-tons, © mimero de cores pode aumentar para 128 tonalidades, wt CADCAM na Esamparta 422 Adapracio de um Desenho a um Padrio de Estamparia 4.2.2.1 - Redugio de cores Do que se disse, resulta a grande importincia desta operagio, Uma imagem DVS, fou que possa ser tratada como tal, poderd ser visualizada com 256 cores ou mais, dependendo da pa grifica do computador. Aqui o desenhador tem que decidir quantas cores ficam no desenho final. Um dese- nho DVS, mesmo com poucas cores, nunca fica isento de pontos parasitas O que & que isto significa? Que devido & composigio da tinta, & qualidade do desenho, & reflexio da luz no relevo do papel, cores a cheio passam a ter pixels de tonalidades € as wezes de cores diferentes. Todos estes pontos parasitas devem ser removidos Durante a reducio de cores de um desenino, tém que ser definidas as prineipais cores «qué ficam no desenho. Apés esta definicio o computador atribui uma cor a todas as tonalidades da mesma cor. Isto significa que se temos por exemplo, um desenho com trés tonalidades de azul, duas tonalidades de vermelho e uma tonalidade de verde, ¢ se quisermos um desenho final com apenas trés cores, € preciso definir uma tonalidade de azul, uma de vermetho © uma de verde, para ficarem no padsio. Os dois azuis nio definidos ¢ 0 vermetho aio detinido so substituidos pelos respectivos azul ¢ vermelho definidos, durante a redugao de cor. Devido a atribuicio automética das diferentes tonalidades as respectivas cores, os diferentes pixels coloridos nio sio sempre attibuidos i cor correspondente, Por cexemplo, olhando para um vermelho untforme, podem ser detectados pontos verdes, porque alguns dos pontos de diferentes tonalidades, devido & estrutura do papel, ficam mais perto do verde definido do que do vermelho, € portanto sio atrbuidos a-essa car, daf cesultando um desenho deformado. 85 Mana! de Estampaia Test 4.22.2 - Limpeza e ajustamento do “rapport” Apés a redugio de cores 0 desenho é arquivado, Segue-se a adapracio do desenho 0s parimetros técnicos de estampara © desenho ctiado tem ainda bastame “sujidade” devido & DVS. porque muitos cesses pontos tém cores diferentes da superficie onde estio situados e iio sko elimni- nados durante a redugio de cores. Os sistemas CAD, em geral, possuem ferramentas de limpeza automatica para eliminar esses pontos, Estas ferramentas exigem a defi- nigio das cores a serem limpas, assim como o mmimnero de pixels a serem eliminados, ‘numa zona ou linha (méximo de 49 pixels). A cada grupo de pixels da cor definida que aparece com um nimero menor oi igual do que © nlimero de pixels definido, € aribuida @ cor que envolve © grupo de pixels em maior percentagem. Em seguida far-se-a repetigio do desenbo ¢ a adaptacio do tamanho do rapport ao diimetro do cilindso, caso se pretend utilizar @ técnica de estamparia rotativa. [As ferrameatas a serem usadas para este fim dependem do tipo de desenho: cada desenho € tratado da mancira diferente Para mada 0 timanho de um desenho sio oferecidas diferentes opgSes: - redugio ow amplacio percentual de todo o desenho, com possibilidade de alterar ‘0s parimetros x e y separacamente; - inser¢40 ou corte de bandas horizontais ou verticais (definindo largura ou compri- mento) em desenhos que precisam de ser repetidos, ~ adaptagio automitica do tamanho do padrio aos parimetros téenicas de produgio (amdanga de escala) Actualmente, 0s sistemas trabalham normalmente com dois monitores, de modo a permitic a visualizagio de varias repetigGes num dos monitores € um pormenor do rapport no outro ( neste que © tratamento do desenho é cfectuato, (0 CADMCAW a Estaparia Jig 41 - sista CAD com doss motitores (Info Design) No casa de se trabathar com grandes “rapports” ou altas resolugdes ¢ importante haver a possibilidade de trabalhar o desenho virtualmente, ie. quando houver acges no monitor de execugio haveri jguais alteragdes em wwdo 0 desenho que no esté a ser visualizado. De outro modo a mesma acgio teria de ser repetida virias vezes. A criacio de mascaras (calque) permite a protecgio de cores ou de vonas a definir, de modo a ser totalmente impossivel alterar as cores ou zonas protegidas, quando esta fungio esta activada. i iste uma grande variedade de funcSes (vulgarmente acessiveis por icones) de criagio: ~ figuras geomeétrcas (ctculos, linhas, eipses, figuras regulares e ieregulares) - preenchimento das figuras (ota, parcial, localizad, auséncia) - definigio de escovas (no 36 para apagar, como para preencher zonas)s ~ excotha de letras; = modificagio de formatos; = sp = rotagdes, simetrias, translagdes, ampliages ¢ reduces; - eépias, [A separagio de cada cor pode ser visualizada activando 0 respectivo icone ¢ esco- fa Manual de Fstmpara Text Ihendo 4 cor. Bsta separagio pode ser gravada num arquivo com 0 formato de ficheiro adequado, ficheiro este que pode ser imediatamente enviado para a plotter para se fazer 0 filme, ou entéo para a gravadora laser. 4.2.3 - Coulotacio Depois da adaptagio do “ rapport” do desenho, podem ser testados diferentes possibilidades de coloragio, ou seja criando variantes da cor do padrio original, havendo frequentemente a possibilidade de visualizar simultancamente no monitor virias dessas variantes As cores podem ser alteradas de diferentes formas: - Pela introducio de cédigos de cores ia combinagio cédigo-cor & obtida numa “palette” de cores especifieas para cada impressora); - Pela mudanga dos parimetros RGB (Red, Green, Blue, } ¢ HIS (Hue, Intensity, Saturation}; - Usando “palettes” personalizadas; - Usando um especfotometro de reflexio. Pode-se entio trocar essas cores, adicioni-las, criar um “degradé” entre duas delas ou ainda obter uma diferente intensidade deste degeadé”, 4.2.4 - Meios Tons Devido 4 limitagio das cores de um padria, tornou-se necessitio desenvolver téc: nicas que permitam aumentar as tonalidades estampiveis. A técnica dos meios tons, rio é uma nova tecnologia mas a sua aplicagio em sistemas CAD pode ser conside- sada como tal. A técnica dos meins tons consiste na criagio de tonalidades de uma s6 cor, usando uma s6 pasta ¢ um sé cilindra As tonalidades séo ebridas pela aplicagio de tramas de diferente orientacio ¢ diimetros a uma dada separacio ‘le cores. Estas tramas provocam a modificagio de abertura do cilindso, esultando datas referdas diferentes ss 0 CADICAM na Estampari tonalidades da mesma cor, estampadas ao mesmo tempo com a mesma cot de pasta €.0 mesmo cilindr A reducio de cores € diferente da usada normalmente, quer no processo de escolha das cores a focar no desenho, quer nas possibilidades de retoques do “rapport” Numa primeira fase € necessitio defini a cor de fundo, Para cada uma das outras cores, escothe-se a tonalidade clara, o nimero de tonalidade dessa cor € a tonalidade mais escura, seguidamente sto escolhidas as cores que definimos como sendo so. brepostas € as cores a cheio do desenha, © ntimero total de cores a serem reduzidas nesta primeira fase € de seguida introduzido, apds © que se define no menu de coloragio 0 fimero exacto das tonalidades de uma determinada cor. A graduacio de cada cor principal é definida de acordo com as tonalidades mais claras ¢ mais escuras ¢ pode scr utilizado usando a fungio “degrade”, Esta fase destina-se pois a mascarar, ou seja a proteger, as zonas que definimos como sendo componentes de uma dada cor. Ao conjunto das tonalidades diferentes uma cor de um desenho de meios tons, costuma denominar-se por “lavis" dessa Scguidamente apagam-se as restan cores € procede-se a uma reducio definitive, do desenho de acordo com 0 “degradé” obtide na coloragi A tedugio de cores segue-se a aplicagio da trama escolhida. Criado o “lavis” para cada cor do padsio pode «4 entio definir a forma, o tamanho, a inclinagio € a densidad da trama a ser aplicada a cada “Iavis", Todas estas informagdes podem ser imediatament das para a gravadora laser ou 4 plotter para imprimir os filmes{4.1],[4.2] 4.3, Exemplo de ferramentas de eriagio exteriores aos sistemas CAD de Estamparia entre as muitas ferramentas exteriores a estes sistemas escolhemos como exemplo a possibilidade de aplicagao de geradores de imagens fractais. A classificagio de imagens fractais por t6picos, tais como plantas, nimais, emagdes, » Manual de Esamparia TEx senrimentos, folelore, eemas regionais,... em vez de o fazer de uma maneira cientifi- a, tem vindo a resultar em ondas de moda inspirada na geomettia fractal Refira-se potém, que a geometria fractal é apenas uma fonte de inspiracio na criacio de padrdes tanto mais que o fractal perde as suas caracteristicas no sentido cientifico quando é adaptado 208 parimetros de estampatia 423.1 - Geometria Fractal Hi uma grande variedade de estruturas que possum uma regularidade geométrica de base comhecida como “invariincia de eseala” ov “auto-s pelhanga”, Examinan- do esses abjectos, a que chamamos fractais, em diferentes escalas encontramos repe- tidamente 0 mesmo elemento fundamental. O padrio repetitive define a dimensio fractal Os fractais sio porém mais do que uma curiasidade matematica, pois além de ofe- recerem um método extremamente compacto de desericio de objects ou conjunto de objectos, permitem promover @ unidade da ciéncia e da arte: oferecem uma linguagem matemética para os cientistas e podem ao mesmo tempo ser usados como uma fonte virtualmente ilimicada de beleza para o artista De facto, quem ja teve oportunidade de folhear um livro de divulgagao da geometria fractal nio tera ficado indiferente & beleza e fascinio das suas estrucuras as quais, na sua complexidade infinita, permitem visualizar nuvens, Hlorestas, galixias, folhas, pe- tugs flores, montarihas, torrentes de Agua, tapetes,tiolos, dragGes e muitas coisas mais (4.3),44)45)- E notivel ainda o facto de a estrutura dos fractais como abjectos matematicos ser to detalhado que nio interessa se 08 estamos a ver proximos ou afastados, da mesma mancira que aio interessa a sua ampliagio. ‘A goometsia fractal como aproximagio A realidade ¢ como uma combinacio de pensamentos tecnolégicos e de consideragdes estéticas poderi ter variadas aplicagdes ‘na indiistria téxtil, em particulat nas industrias de estamparia e tecelagem (jaquard) (0 CADICAM ma Estaparia Porém, essa aplicagio s6 poderi ser sealizada com apoio de tecnologia de ponta usando as mais avangadas tecnologias do desenho assistido por computador. A geragio de fractais pode ser feta utlizando programas adequados. No entanto, saber como um fractal é feito poderi aumentar a apreciagio da sua beleza fisica ¢ pode ajudar a compreender os problemas que ocorrem na sua wansposicio e apli- cagio em sistemas CAD/CAM. Na tabela 44 sio aptesentadas formulas de algu- mas categorias de fractais, das quais se dio algumas indicagdes adicionais. Tove Feaciar | ExewPio Foams wos coumam | 2.) are | gaieemum renner ane scape pa ue = Se Ecpeneaunt const tap toa picmy | subi nee Ey = Z,-F Cae eaten re Chins esis fear dideaenney rays eracas: ene Yabela 4.1 Algumas formals frataie aplcsves a programas CAD 43.2 - Desenvolvimentos priticos 43.2.1 - Adaptagio dos fractzis aos parimetros da estamparia 1) Reduri «intradago de imagens no sistema. A redugio de cores (normalmente a valores inferiores a 16) depend da forma om Manual de Extampara Text como a imagem € introduzida no sistema Quando as imagens dos fractals s20 introduzidos no sistema CAD e convertidos num ficheiro SCAN. SCA elas podem ser tratadas como se trarassem de imagens DVS. O desenhador tem a liberdade de escother qusis ¢ quantas cores pretende que fiquem no desenho. Quando as imagens sio introduzidas por transformacio de ficheitos, os progeamas de conversio permirem uma redugic de cores para 8, 16 ou 256 cores. Nos dois primeitos casos de desenho pode imediatamente ser adaptado aos pariimetros de cestampatia. No caso de ter 256 cores o siseema CAD activa somente as 28 primeiras A remogio das nto activadas pode ser feita ctiando uma mascara das cores activadas € procedendo a uma limpeza virtual do desenho, substituindo 2 cor nao activada pela cor pré definida, O desenho resultante mostra em grande niimero de zonas Depois desta primeira redugio de cores pode haver eventuais posteriores redugdes independentemente do modo como o desenho é introduzido: Por sobreposisio - Um decerminado conjunto de cores ¢ substicuido pela tonalida- de resultante da sua misturas Por substituigio - Algumas cores podem ser substituidas por outmas ja existentes no desenho de modo a melhorar 0 aspecto visual do mesmo ou por taziies econdémi- Por climinacio - A cot eliminada é substituida pela cor previamente definids, li) Blominagao de detalbes naa estampeves ‘A caracteristica auto-semelhanga dos fractais causa o aparecimento no padrio de dtalhes infimos representadlos por apenas alguns pixels que tém de ser eliminados (porque so muito pequenos para serem estampados), sem que isso, no entanto, represente a perda do aspecto estético do fractal Esta climinacio de detalhes pode ser feita com uma limpeza automitica utiizando uma ferramenta que substitui todas 0s pontos definidos pela cor maioritariamente presente a sua volta, Esta limpeza pode ser feta entre I e 49 pixels presentes em linha 2 (0 CADCAM na Bsumparia sil) Adaptagao do rapport sta é outra acglo que depende em geande parte do tipo de desenho, Primeiramente deve definir-se o tipo de repeticio: ~ O salto do rapport e o seu sentido (horizontal vertical = © ramanho do rapport De seguida, é necessirio tornar-se 0 padiio repetivel, Par o fazer a solugio mais fil € por vezes a tiniea & a duplicagio do fractal por simetria vertical ou hofizontal Podem usar-se, no entanto, outros métodos: copiar partes do desenho, desenhar novos elementos que criem continuidade entre as partes, cortando o padsio em dois, ete iv) Mudana de escola ¢ coloagio tamanho do padsio pode ter de ser adaptado, nomeadamente no caso do quadro rotative ‘A nmudanga de eseala pode ser feita automaticamente, com a opgio da redugio nas direcgdes dos cixos dos xx e yy set igual ou nia, Para cada padeio adaptado, podem ser criadas diferentes variantes de cores. Segue se finalmence a separagio de cores e a geavagio dos filmes. 43.2.2 - Resultados Nas fig4.2a € 4.2b apresentam-se 2 tipos de fractais obtidos com 0 gerador de fractais Freeware FRACTINY criado por “The Waite Group’s|4.6] % Manual de Fstamparia Te Fig 421 Proctal Whorls modiead, Fig, 42b- Feactl Sirpinsky Gasket 4.4 Sistema CAM Um exemplo de sisternas CAM aplicadas 4 Estamparia sio as miquinas de estampat por jacto de tinta a que ja se fez refertncia, Se as associarmos a um sistema CAD € o» O CADMEAM a Esampara 4 fotografia digital temos a solugio para uma Resposta Ripida is necessidades do Mercado. Mas existem outros sistemas CAM dentro do processo de estamparia. 4.4.1 Grovacio a Rais Laser A maior inovagio na area do CAM para a indiisteia téxtil, deu-se na estamparia com ento do sistema de gravagio a raios laser de quadros rotativos, A gravagio a laser & uma técnica limpa e seca, que no impde exigencias especiais na seccio onde esti instalada. A laca & queimada (destruida) por meio de raios laser. As particulas de laca queimada sto recothidas por aspiracio ¢ filtradas, evitando os efeitos negativos no meio ambiente. A gravadora a laser calcula a sua propria precisio adaprando exzetamente 0 “rapport” sobre a circunferéncia do cilindro (aré os desenhos tipicemente “rouleau” - ex. dese- rnhos de risess do gravados sem unio visivel} e nio far uso de peliculas que perdem a sua estabilidade dimensional: a exactidio do laser mantém-se por muitos Para empresas de razodvel dimensio a gravagio com laser € mais econémica que o processo convencional. Este facto deve-se velocidade, 208 novos materiais dos filmes, execugio compacta do sistema e fnalmente porque a operacio precisa de menos mao-de-obra, assim como um grau mais baixo de qualificagio dessa mio- de-obra, ‘A maior vantagem da gravadora a laser em comparagio com a gravacio convencional sem diivida, o ganho de tempo. Depois da gravagla, somente hi que encaixar os anilhos de extrema. Além do mais, pode gravar 0s elindros com os anithos ja postos, ficando 0s clindros imediatamente prontos para estampar. Nao é necessiria a ope- ragio de revelar ¢ a polimerizacio, que & uma operacio que requer bastante tempo, pode ser programada de uma forma muito mais favoravel Os desenhos novos sio pois preparadlos muito mas rapidamente. As repetigdes de cilindtos procedem-se em tempos mais curtos do que 0 necessatio para trocar as cores de um desenho na maquina de estampar. Manual de Estamparta Text © mercado de gravagio de quadros rotativas por esta via tem sido dominado pela empresa inglesa ZDECO SCREENS ¢ pela empresa holandesa STORK SCREENS (LE - 3000) Fig Sistema completo CAB/CAM - STORK / STK 5000 A grivadora a laser ILE. - 3000 constitui © coragio de um sistema digital completo, para as fases prévias da estamparia, © sistema STORK / STK-3000 possul uma configur: SDS - 3000), um modular que inclui também um seanner 2 con sistema CAD (Image - 3000) ¢ dois plotters de pelicula (FP-3001 ¢ FP 300 Fig 44 Laser de alta velcidade (STORK? Esta tecnologia de gravagko de quadros rotativos utliza laser de alta velocidade (até 1000 rpm) que permite gravar com rapidez superficies de cons cheios, meios tons e %6 (0 CADVCAM na Stampa detathes finos, Refira-se que a evolugio destes sist tem sido continua, quer do ponto de vista informatica, quer do ponto de vista mecinica Por exemplo, do STK. LE/2000 para 0 LE/3000 foram introduzidas melhorias meci icas permitindo gravar sem Aifieuldade, com ou sem solo tensor, com os anilhos terminais coludos como foi referide snteriormente, Esti também preparado part execular automaticamente lum certo aiimeto de operagdes, descle o momento em que 0 quadro é colocado na miguina, Poclemos pois resumir as vantagens deste sistema: ~ Bnorme poupanga de tempo, restitance da redugio do tempo téenico da ope ragio entre o desenvolvimento do desenho € a apresentagio do quadeo jé pronto para estampar. = Ni sio accessitios les (mis au net) para se desenhar a gravura, © que signi fica que 0 processo de montagem do filme pata a gravurn do tolo & também climinada FE um sistema nfo poluente determinada dime tanto mais que a zona de gravagio pode ter menos de me- tade do tamanho da instalagio tradicional, que necessitav de salas as eseusas, processamento de filmes ¢ seu equipamtento,... Refira-se porém o elevado custo dos investimentos na sala de gravura a laser 44.2 ~ Robstica A exolugio mais recente do CAM é 4 robétiea. Difere da miguina CN (eontrolo rumérica) porque agora o movimento € a primeira tarcfa, Manipulidores automa ticos sio usados para executar uma variedade de funcdes de eratamento de materinis Os maaipuladores dos robots sio bracos ¢ mios, Eles segururia, operario, montario e manuseario com grande estabilidade e confianca e também siv capazes de executar ” Manual de Estar Tet tarefas consideradas muita difceis, perigosas € mondtonas pata trabalhadores hu manos ¢/ou em meios que so intolersveis aos seres humanos. Podem teabalhar: = Com mesais 2 temperaturas extremamente altas (ex. soldagem de matesiais): ~ im salas cheias de gases t6xicos (ex.: pintura com spray): Em trabsthos que exigem grande forca muscular; - Com partes delicadas (ex.: ajustando sistemas electrénicos) Os robots tém feito estas tarefas insuperavelmente, efectuando-as com grande esta bilidade, confianga e (eventualmente) economia. Portanto, © papel do trabalhador pouco especializado seri provavelmente diminuido © mais recente pedidlo da industria € orpanizar codos os passos da produgio em torno da automagio computorizada. Isso esta a acontecer em alguns paises, tal como © Japiio, onde certas indhistrias sio controladas por pessoal no escritdrio de enge: nharia € projecto ¢ que tém a habilidade tanto de eriar quanto a de produzir. A robética forece o porencial para a “facilidade industrial totalmente automatizada’” 442.1 - Cozinhas de es Toralmente Automatizadas © exemplo mais caracteristico de aplicagio de robstica 4 estamparia é 0 da automatizacio completa das cozinhas de cores. [As quantidades exactas de corantes ¢ produtos quimicos que se vao aplicar na prepa- ragio de banhos de tinturaria ¢ tratamento prévio, conforme as receitas estabelecidas, bem como as pastas de estamparia apropriadas (utilizando os diversos componen- tes) sip operagées prévias fundamentais no trabalho uatlizado nos processos de aca bamento himido, [Até agora, todas estas operagors se ealizavam de forma manual, quer isto dizer, que © corante em p6 ou 0 liquido cram pesados em seguida dissolvides ou diluidos conforme o caso e depois misturados num recipiente de preparagio com os produ tos quimicos ¢ auxiliares necessivios Desde @ algum tempo porém que 20s processos destinados a fabricagio de pastas de estampatia sio utilizados varios graus de automatizagao e diversos tipos de pastas. 98 CADICAM ea Estamparia Esa forma de proceder, que foi introduzida na {TMA 1987, tem vindo a ser me- Ihorada sucessivamente. A maior exactidio destes processos permitem dosear di rectamente 05 corantes liquidos concentrados sem ter que recorser aos banhos diluidos. Por conseguinte, as instalagées modernas doscadotas sio mais compactas € a sua estrutura modular permite serem instaladas pelo sistema de unidades normalizadas, © aperfeigoamento foi sobretudo notivel no sector de “software” ¢ comando. A ligagio estabelecida entre 0 comando da cozinha de cores, a formulagio das receitas através da colorimetria € a determinagio do consumo durante o processo de estam> asia permite determinar previamente a quantidade de pasta de estampar necessicia «deste modo evitar, em parte, o problema de pastas residuais -Alguns fabricantes criaram programas especiais que controlam eventuais residuos de pastas e determinam de forma continua a possibilidade de voltar a reciclar as pastas a ser utilizadas posteriormente Daqui resulta grande interesse econsmico e também ecokigica A prepuracio auromética das pastas deverd basear se no conceito de automatizacio cumprir as seguintes exigéncias: ~ Pesagem de corantes Dissolugdo Doscamento dos produtos qumicos ¢ auxiliares necessirios ¢ distribuigao do ba- stho obtido, nas méquinas correspondentes, Algumas empresas realizaram grande parte desta tarefa ainda que a complexidade do processo exija is vezes, solugSes muito dispendiosas, Por este motivo 0 observador tem a impressio de estar perante uma inscalagio de produgio de alta tecnologia Manu de Esenparia Tet Legenda: 100 1 - Unidade de preparacio de espessantes 2 Unidade de doseamento volumético 3 - Injectomar Junior 4 Bomba de transporte de espessante com filtros 5 ~ Reservatirios de espessante 6 - Discribuidores manuais de doseamento 7 ~ Medidor de fundo elecst6nico 8 - Unidade de miseusa automitica 9 - Unidade de bombagem de espessante e de filtragio 10 - Distribuidor super-compact 11 - Transportador 12 - Dispositivo 13 ~ Dispositivo de mistura automatica 14 - Sistema automitico de manipulagio de amostras 15 - Sala de conzrolo logistic Em jeito de sintese podemos considerar que os motivos para automatizar a cozinha de cores tém em vista: ~ Obtengio de estampados reprodutiveis, doseando as pastas de modo a manter constante a mesma concentragiio de corantes e produtos quimicos, assim como a mesma reologia ¢ viscosidade, independentemente do momento em que se efectua o doseament ~ Redugio dos despendicios de corantes ¢ produtos auniliares, trabalhando com corantes mae, reduzindo o mimero de pesagens © preparando as quantidades necessiria. - Redugio de custos, por redugio da necessidade de mio-de-obra - Redugio dos tempos mortos das maquinas, por eliminagao dos tempos de espera de eventuais pedidos complementares,alteragies de viscosidade,.. - Determinagio dos factores correlativos entre sistemas de estamparia diversa, facilitando a adaptagio das receitas entre a mesa de amosteas ¢ as miquinas de estampar da produgio ou mesmo entre estas = Facilidade em valorar e inventariar os produtos existentes na cozinha de cores. A imporeincia das instalacdes doseadoras tende a aumentar no futuro Por um lado devido as exigincias de Higiee Labora! « Stguranca no Trabalbo que exigem processos {que evitem 0 contacto directo entre 0 trabalhador ¢ 0s ptodutos quimicos e por outro lado evitar possiveis erros de pesagens durante © doseamento manual Naruralmente que isto contribuird para aumentat a rppradufbilidads e reduzir os erros na produgio wi 5° Capitulo Obtengao de Efeitos Especiais na Estampari Marval de Fstamparia Tet 5, OBTENCAO DE EFEITOS ESPECIAIS NA ESTAMPARIA, 5.1. Conceito Dizia um dos grandes renovadores do crescimento econ6mice, mais propriamente Paul Romes, que “ © posicionamento competitive nao se ganha por fazer melhor € 8 mais baixo preca, mas por substituit © que outros fizem; ganha-se através da inovagio”, Outra mancira de dizer isto: “* no basta ser eficiente - & preciso inovar”, Disto se conclui facilmente da necessidade de novas secnologias, novos produtos, novos saberes para acelerar o erescimento cconémico € car rique2a. A Industria ‘Text, nfo fugindo a regra, antes pelo contritio, devido & volubilidade ‘da moda, tem cada vez mais neeessidade de eriar empresas ditas “inteligentes”, even- tualmente de pequena ou média dimensio, que tanto podem afirmar-se através do aproveitamento oportuno de tecnologias de vanguarda, como da recuperagio de priticas wadicionais, procurando explorar aquilo que ainda esta por fazer ¢ evitar a imitagio daquilo que esti a ser feito, E neste contexto que o design aparece como factor decisivo da estratégia empresa. ral. Qualquer que scja 0 cenério onde ocorte a intervencio do design, 0 valor actescen tado € a aceitagio do mercado permanecem como referencias inevitiveis na apreci acio do éxito (ou do insacesso) dos produtos, A orientagao para o mercado ¢ pois a chave do sucesso ¢ a arma certa para bater @ concorréncia, pelo que @ indistria téxtil tem absoluta necessidade de investir na ino- vagio, no design, ao marketing, na qualidade e na resposta ripida, Nao se deve esquecer, codavin, que a grande maioria dos consumidores des paises industrializados continua a comprar cotn precaagio pelo que o valor inteinseco dos produtos conti- rnua a ser um factor muito importante. Neste contexto encontramos os chamados efeitos especiais, acabamentos caracteri- zados por serem capazes de promoverem elevados valores acrescentados, mas de tama maneira geral com um tempo de vida curto ou mesmo muito curto, quigé 104 ‘obtengo de Betas Especiis na Esampasia efémmera Sendo a eriatividade ¢ 2 adaptabilidade caracteristicas inerentes aos efeitos especiais compreende se a impossibilidade da sua chssificagio. Por isso, vejamos, apenas, alguns destes efeitos: 5.1.1 Aplicagio de sensores fisico-quimicos: 5 pigmentos eromotrépicos (PCT) sio um exemplo caracterisice destes sensores, “Tratase de pigmentos que mudam de cor em fungio da temperatura © que além do seu efeito visual podem servie de elemento de seguranea para alertar 0 utlzador das radlagdes a que Se encontea exposto Este é um assunto a que voltaremos mais adiante Refirase que © mercado tem apresentado de uma maneira continusda microcdpsulas com praduwos sensiveis a outros parimetros Fisieo-qaimicos, nomeadamente pH, humidade ou diferentes tipos de radiagées. © uso de pigmentos termocrémicos, fotorrépier s, ou de microcipsulas libertadoras de perfumes tornou-se ja uma pritica reladvamente generalizada 5.1.2 Aplicagio de produros quimicos: Com as alteragdes da moda surgem com frequéncia novos efeitos normalmente aplicados por meios de técnicas de estamparia, mas por vezes também obtidos na sineaenria Ete tridimensionas Sao obtidas com pastas especiais prontas, que crim espuma por acgio do calor durante a secagem e a fixagio, Segundo a concentragio das particulas da pasta de estampar, esta expande-se 4. 8 vezes relativamente 20 volume inicial. A expansio € um processo meramente fisico, isto é, no so gerados produtos quimicos que eventualmente possam afectar os utentes dos artigos com estas estamparias em relevo, 105 ‘Manal de Estamparia Tél Conforme as propriedades da pelicula do ligante usado, 0 toque dos estampados varia de duro a mecio, com um toque tipo borracha. Em principio todos os tipos de fibras ¢ materiais podem ser estampados com pastas de releva. Estampados coloridos de relevo podem obter-se simplesmente pela adigio de pigmentos comuns & pasta pronta. As pastas de relevo sio geralmente aplicadas em tikimo lugar, indepenclentemente do tipo de méspuina usada, Eto encades,frirados,gordarasas, ransbicides, emerads, ee Rites efeitos conseguem-se estampando resinas sintéticas apropriadas. Podem tam- bém ser conseguidos se se provocat um encathimento em certas dreas (por exemplo, com hidroxido de s6dio) de moxlo a contrastar com as areas niio encothidas. - Estampados policromados com peliculas brilhantes € metilicas (dourados, prate- ados ¢ bronzeados): O objectivo ¢ conseguir efeitos brilhantes com um toque tio macio quanto possivel € boas propriedades de lavagem ¢ limpeza a seco, Particulas metilicas finas tém boas propricdades de estampagem, tém bom toque, mas dio pouco britha As particulas grandes tém como € evidente propriedades contririas, além de causarem problemas de entupimento dos quadros (© ligante e a pasta de estampar devem ser transparentes, depois de secos, de modo 4 off modificar o brilho das peliculas metilicas. Actualmente as brilhantinas ou pigmentos de glitter, formadas por particulas de poliester extremamente finas e coloridas em todas as tonalidades vulyares, tém vindo a ser amplamente utilizadas devido a0 efeito policeomatico resultante da posigio do observador e da particula do glitter ligada ao substracto, Eeites nacarads: Dio um brilho suave ¢ profundo, como um brilho de pérolas, que, tal como as Angulo de visio Normalmente sio formados por mica finamente laminada revestida com didxido builhantinas, muda conforme 0 de titinio. Bites om branco nar suas moltiplas varedade: branens opacos, stor mate, contrasts fina, et 106 ‘tsengio de Hetos Epecias na stamperia © dlassico pigmento branco € 0 didxido de titinio, o qual tem um tamanbo de paeticula muito pequeno © uma estrutura esférica. Tem porém o inconvenience de necessitar de grandes quantidades para cobrir Fandos escuros Neste casa, para se conseyuir um branco excelente, usi-se cobrir a superficie com silicatos de estrutura lamelar a que se sobrepie 0 didxido de ttinio e pigmentos violetas ou/e branqueador éptico. + Efeos om mate eloido ou om cares brilbantes sobre fandos eure: Os requisitos mais importantes exigidos As pastas colotidas sio alta opacidade, junta- mente com a auséncia de inflaéneia na tonalidade. [As pastas braneas comuns, 4 base de diéxido de titinio, cém uma opacidade satisfatéria, mas alteram a tonalidade da cor. Hi pois necessirio reduzir ao pigmento branco e aumentar a parte do pigmento lamelar, ~ fits com reserva de cardagio: [As fibras sio aglomeradas de acordo com um desenho por meio de solugbes, 0 que torna possivel uma reserva contra cardasio mecinica durante o processo de trata- mento. (© processo mais interessante, uma ver que nfo altera 0 toque, consiste em estampar tuma reserva aos efeitos superficiais, que pode ser removida do material durante uma lavagem normal apés aplicagio da cardacio, [As técnicas de cortosio, reserva ¢ sobretudo a técnica dvr, antetiormente descritas no ponto 2.2.3 poderio ser aqui igualmente incluidas. © mesmo se poderia dizer dos efeitos meios tons referidos em 4.2.4, 5.1.3 Aplicagio de efeitos por calandragem: Embora a calandragem seja uma técnica simples, quase apenas uma “passagem a ferro” a sua utilizagao permite variados efeitos: - Bfeito Schreiner-Acabamento que produz um brilho suave, coque macio e tecidos ‘mais compactos; ~ Bifeito “Moiré”. Caracterizado pelo seu brilho deticado € um efeito dptico causadlo wr Manual de Esareparia Tex pelas reflexdes da luz. A reflextio especifica da luz resulta da interferéncia entre os raios de Iuz reflectidos de um grupo de linhas paralelas; ~ Superficies gravadas em relevo, com caricter permanente, através da aplicagao de resinas, ~ Superficies lustrosas € “ciré” obtidas com calandas de fries, com 0 auxiio, ou no, de ceras, amidos € gomas S14 Ouras aplicasdes: Evidentemente que num ema como este, em que, como se disse, a criatividade € a adaptabilidade a uma determinada situxgio slo os principais factores de sucesso, poder-se-io produzir muitos outros efeitos, por exemplo er manhadosque cielicamente sapareeem nas empresas de ultimacio para se reproduzitem (quase apetece dizer que tem vez de efeitos especiais, se trata de deritos especiais). Auilizagio de mituras demas bribanter endo briantes,proporcionando efeiros bicolores € uma téenica também muito usada ‘Também a aplieagio de holeramar sobre téxteis permite obter efeitos de luzes, que ainda nao estio completamente aproveitados Convém aio esquecet que 0s eftitos pretendidas se podem obter com tecnologias convencionas uilizadas novtros sectorcs, Por excmplo, uma isola utilizada na pin- tora de automoveis ou os aerdgrafos utlizadas ons artes grificas, podem see 6ptimos insteumentos para obter efeitos de pulverizagio, no reprodutivel, sobre certos arti gos téxteis 5.2, Potencialidades graficas dos pigmentos cromotrépicos (ou termoctémicosy: um exemplo do uso de sensores no vestuario[5.1] Devido a necessidade da indtisuia textil de criar produtos novos, no & de admirar 0 seu crescente interesse nos chamados efeitos especiais. Os pigmentos eromotropicos (Pigmentos que madam de cor em fangio da temperatura) inserem-se perfeitamente os, (ObtencGo Ge tos Espeias a Esta nesta estrarégia da indistia tui, assim como noutas areas da engenhara, pois as suas potendialidades graficas sio extraordinariamente variadas, desde por excmplo a engenharia mecinica (determinar a temperatura das diversas pecas em movimento no interior de um motor, até & medicina (deteccio de caneros). Este tipo de sensores seri certamente o futuro do vestuitio téxtil, nfo sendo futurologia prever que dentro de alguns anos o vestuétio ten que se adaptar 0s parimetros internos ¢ externos do ‘nosso corpo, autorregulando-se em fungio desses mesmos parimetros (humidade, intensidade da luz}... 5.2.1 —Cristais Liquidos. Sua chssificaciio. A manifestagio por parte dos cristais, de anisotropia relativamente a certas propre: dadles fisicas, aliada 4 ideia de descontinuidade da materia, levou os ctistalogeafos a auribuir aos cristais uma estrurura regullar, Na verdade, se num cristal, 20 longo de uma dada direcgio, uma propriedade manifesta sempre mesmo valor, é porque as particulas macerizis Gtomos, ides poliatmicos ou moléeulas) se distribuem de maneira constante 20 longo dessa diretsia Mas, se noutra direc¢io do mesmo cristal aquela propricdade assume um valor diverso do anteriormente verificado, € porque a distincia constante entre as particulas nessa segunda direccio é diferente da que caractetiza a primeira, Deste modo, chega-se a conclusio de que as particu clementares definem uma disteibuicio regular e de quc uma estrurura cristalina pode set descrita pela repetigio periddiea de étomos ou agrupamentos de stomos, Diz-se, por essa razdo, que a matéria cristalina apresenta uma homogencidade periddica, quanto a distribuigio das suas particulas elementares Ji nos gases ¢ liquidos (incluindo videos, plésticos, ete.) os valores de qualquer propriedade sio independentes da direc¢io considerada, isto é, verifica-se uma isotropia relatvamente a todas as propriedades fisicas Hi, portanta, de infesir que as particulas elementares se distribuem desordenadamente ou, por outras palaveas, estatisticamente. Efectivamente, uma distribuigao perfeitamente estatistica das 1 Manual de Esamparia Text moléculas s6 ocorrem nos gases. Nos liquidos, nota-se j& uma organizacio das moléculas, mas de extensio muito limitada (apenas alguns diimetros moleculares) pelo que, plobalmente, se pode dizer que as moléculas se distribuem estatisticamente. Substincias deste tipo dizem-se amorfas e so estruturalmente carncterizadas por uma homogeneidade estatstica (5 liquidos ideais sio amorfos, no manifestanda, como se disse, anisotropia telati- vamente a qualquer propriedade fisica, Hé, no entanto, liquidos que, pela sua organizacio molecular, manifestam anisoreapia relativamente a certas propriedades fisicas, nomeadamente Spticas. Tals liquidos designam-se por cristais liquids ow fases mesomorfas. Os termos “cristais liguidos” ¢ “estados mesomorfos” (ou “mesofases”) sio, aqui tidos como singnimos, de acordo com o uso corrente. Ass sio liguidos, na medida cm que, geralmente, fluem sio incapazes de suportar tensies de corte. (Os cristas liquidos, euja descoberta ¢ atribuida a F. Reinitzer, podem ser preparados por aguecimento de certos compostos omginicos (cristais liquidos termotropicos) ou por mistura de componentes orginicos (cristais liquidos lioteépicos), ocorrem ‘quer em compostos inorginicos quer orpinicos, mas é em processos bioldgicos que 6 seu papel parece ser muito importante, jf que correspondem a combinagdes de componentes ¢ no transformacées poliférmicas. A probabilidade de obtengio de tum “cristal liquid” depend da forma e da “rigide2” da molécula constituinte, As moléculas dos crstas liquidos sfo alongadas ¢ relativamente rigidas ao longo do seu alongamenta, contendo com frequéncia segmentos achatados, como pot excmplo, anéis de benzena Nestas substincias, as moléculas, em resultado de interacgdes geralmente do tipo dipolo-dipola, tendem a organizar-se paralelamente entre si Os cesta liquidos comprcendem dois tipos estruturais: ristais nematicos e cristais liguidos esméticos. Numa mesofase nematica confinada num recipiente, as moléculas orientam-se es- pontaneamente segundo © set alongamento, Estes cristas iquidos so muito sensiveis a campos eléetricos ¢ magnéticos, pelo que i} ‘Obie de Beis Especiis na Esamparia sao largamente utilizados para mostradores de rel6gios electrdnicos © outros instrumentos digitais Eles tornaram possivel a fabricagio, por exemplo, de calcula- doras portiteis Uma estrutura nematica modificada earacteriza 0s chamados cristais liquidos colestéricos. Nestas substincias, ao paraletismo das moléculas de um dado estrato, sobrepde-se uum desvio continuo daquela orientagio, de estrato para estrato, resultando um edifi io molecular helicoidal Em contraste com as mesofases nemiéticas, as mesofases colestéricas apresentam-se, 4 temperatura ambiente, com a consisigncia de vida. As propriedades mais notaveis dos cristais Hiquidos colestéricos sao a sua iridescéncia, acentuada variagio de cor com a temperatura e marcada actividade Optica. Fles slo largamente utilizados na anilise de fluxos de calor e de distribuigio de « peratura, para efeitos de verificagio e controlo, por exemplo em componentes electrd jcos ou até no organismo hums, pata a deteecio de cumores - Esta técnica é utilizada na detecgio de tumores da ‘mama, pois a temperatura dla pele é mais clevada nas proximidades de um rumor. A técnica permite detectar difererigas de temperatura de 0.1°C e é muito mais barata que 0 emprego de raios infravermelhos. A avaliagio das temperaturas faz-se directamente, ou mediante fotografias a cores, por comparagio com cartaz. As zonas mais frias dio ao cristal liquido uma cor vermelha ou laranja, ¢ as mais quentes uma cor aztl ox violeta. Si também utilizados como elementos decorativos. Os eristais liquidos esméticos, onde as moléculas se distribuem segundo esteatos, si0 os de simetria mais elevada, Eles constituem um edificio estratficado, no qual é dificil conseguir qualquer deslo- camento que 30 seja paralelamente aos estratos (manifestagio, portanto, de uma propriedade direccional descontinua, numa direccio de plano). velocidade da luz é minima na direccio perpendicular aos estratos, assemelhanda-se 0 seu comporti- ‘mento 6ptico ao de um cristal uniaxial, Estes cristais liquidos sto geralmente bastante a Manual de Esarparia Tél Legenda: Represesuagio syseaitcs dos difeeentes tipos esturarse da matésa. 2. Sobstincit amorin (i). Cra Hquido neritca (fig2) Cristal liga colesiéca (3). Cal uido emi (Bip). Crist 045) Destas estruturas, aquela que mais interessa sob 0 ponto de vista téxtil ¢ a do tipo nemitico gue é caracterizada pelo faeto das moléculas no formarem vertaceieas camadas estratficadas paralelas wmas 4s outras (estrurura esmética), mas apenas possuirem ume orientagio paralela estatstica, Este patalelismo da orientacio das moléculas explica 0 dicroismo, isto ¢, diferentes absorvincias da luz polarizada nessa direccity ¢ na sua perpendicufar Na composigio dos pigmentos cromots6picos entram 3 componentes cujas fan Bes sio: i) Composto orginico coloride dador de electrdes, que di origem 4 cor do pig- mento fi temperatura ambiente. m Oven de Hletos Ospcis na Esamparia ii) Tends usados como receptores de eleerries iil) Acidos gordos causadores da alteragio da cor com a temperitara Microcaosula Microcapsula “ a @ -Coranie Corante = Fen! Fenol & - hcide Gordo, Acido Gordo, Sole Liquiso Fig 52 -Teansormacia da esteurar dos pigments cromuarpicus Fmbora ainda nio seja clara a explicagio para que esta composicio seja idmite-se que a causa de mucanga de cor sein consequéncia de um equibio térmico do movimento dos electrdes e que a cor reflectida pelo CL(Cristal 1 iquido) seja resultame do arranjo das moéeulas - fig 5.2 Qualquer interferéncia com esta estrutura modificara ¢ eventualmente desteuira sensibilidade coloristica. Por isso & de evitar tudo o que xe misture fisicamente ou reaja quimicamente com os CL: A espessura da parede das microcipsulas (1 micron) é suficiente para conter 0 Cle protegé-lo de compostos de clevado peso molecule. Concuda, os solventes orgini- cos podem tomar esta parede permeivel © permitir a sua mistura com CL Fazendo um diagrama de diferenga de cor em fungio da temperatura obter-se-a uma curva do género da fig ira 5.3, que mostra que o processo de descoloragio mio coincide exactamente com a retoma da cor original (fenémeno da histerese) 45 Manual de Estnpara Tet una ce Getrag una se Seviacao enpcoi Fig S3- Curyas de clog /deseclonngio dos pigment eromonnicos 5.2.2 - Aspectas peiticos 5.2.2.1 - Variedades existentes no mercado As duas variedades existentes no mercado distinguem-se fundamentalmente pelo facto de uma delas Jewie a0 desaparecimento da cor original do pigmento passando sem cor ou cor com que previamente st tenba tingid o substracto -leucopigmento (patente Matsui[5.2), enquanto que a outra permite 3 mudanga da cor base ( preto ) 20 longo das cores do espectro, desde 0 vermelho ao azul € acabando no violeta, 4 medida que a temperatura aumenta (patente BDH -Merck|5.3}, (54), [1 ). Relativamente aos pigmentos ctomarrépicos propriamente ditos fmiceocipsulas num Danko aquoso envolvente de resins) comegou por haver formulagdes padsio para temperaranas de comeco do efeito a S°C, 10°C, 15°C, 20°C, 25°C, IPC ¢ 35°C ‘com utm intervalo de variagao de aproximadamente 5C para a observa¢io de toda 2 gama de efeitos coloristicos. Fste intervalo pode porém ser diminuido até 1°C. Actualmente estas remperaturas de comego de efeito ji ultrapassam os 70°C, Aresina permite uma solider i lavagem suficiente e protege 0 pigmento cromoteopica contra a hue ultravioleta, sendo essencial o seu uso no caso do text vir a ser exposto 4 luz solae. HA porém, que cet cuidado com 0 facto da resina poder contaminar 0 14 CObeno de Hilts Especias na Estamparia cristal liquido existente nas microcpsulas, passando através da parede destas. Aliés, hha que ter 0 mesmo cuidado em relacio 20 uso de anti-espamas, agentes molhantes € espessantes que normalmente sio adicionados 20 meio envolvente. A parede das cipsulas ¢ formada por gelatina reticulada insohivel em gua. Na patente japonesa_poder-se-4 ver que o receptor de electrdes é 0 triazole 1, 2, 3 (com um stomo de hidrogénio ligado a0 tomo de azcto quer na posigio 1, quer na posigio 2), assim como as diferentes composigdes dos dcidas gordos geradores de alteragio de cor com a temperatura, A empresa proprieriria da patente comercializa PCT nas cores: vermelho, escatlae, azul, laranja, preto e verde, todas elas a virarem para a auséacia de cor, com o aumento da temperatura. Evidentemente que se podem obrer outras tonalidades pela combinagio destas cores padrio, obsendo-se efeitos ainda mais interessantes se antes da aplicagao dos PCT se fizer um tingimento numa cor base qualquer. Desse modo, © bindmio de transformagie da cor com a temperatura nio § ré coloragio descoloragio mas sim coloragio cor do pigmento) coloragio (cor da base) Recentemente comegaram a ser comercializados PCT com uma concentragio apro- ximadamente tripla daquela que tem sido usada até agora sistema Licritherm (BDH-MERCK) consiste na aplicasio sobre uma base preta de um PTC € de uma resina os quais sio “amarrados” & contextura téxtil por um ligante. A base preta tem por objectivo permitic uma superficie lisa que intensifica as cores do pigmento termosensfvel {absorve todas as cores nio refleetidas pela cemada de PCT), climinar a absorgio destes pelo cecido (evitando-se 0 desperdicio de pigmento de elevado prego) c aumentar a resistencia 4 lavage. Alem da base preta, poder s Jo utilizar bases de outras cores, abtendo-se ainda efeitos muito bons com bases muito escuras, em especiais azuis marinhos Este tipo de cristais liquidos cromotrépicos ¢ um material nitbido € olcoso que, quando em perfeitas condigdes, reage as mudangas de temperatura, mudando de cor. Sio compostos de misturas de eristas li idos colestéricos que reflectem selec tivamente luz branca incidente, mostrando cores iridescentes brilhantes. A maioria das misturas fancionam mudando desde o incolor ao vermelho, a baixas Manual de Esepaia Text remperaturas, passando pelas cores vi iveis do espectro até azul / violeta e, final- ‘mente novamente 20 incolor. Para melhorar a visualizagio do efeito de cores, os materiais deve ser vistos em fundo preto, 5.22.2 - Modos de aplicagio em Estamparia 5.2.2.2.1 - Estamparia convencional Podem utilizar-se quadeos manuais ou autométicos com régua de dureza média. MESH: Base: Mesh 77 a 100 de acordo com a absorgio do substracto Pigmento: Mesh 50 2 600 Resina: Mesh 100.2 110 No caso de ser necessitio 0 sistema pode ser dilufdo com agua destilada, mas em caso algum se devem adicionar solventes. A humidade na zona de estampagem deverd ser 70-75%. Uma humidade menor implicari entupimentos no quadro ¢ consequentemente haveri necessidade de pulverizagiies frequentes com Agua. [A secagem de cada uma das camadas devera ser feta por jacto de ar, a temperaturas de cerca de 90°C. Apds a secagem da sltima camada todo o sistema deverd ser sujeito a um processo de maturagio durante 5 minutos a 120°C para que sc inicie a reticulagio do ligante “Temperaturas mais clevadas poderio afectar 0 efeito termoctomitico enquanto que se foram mais baixas provocario uma diminui¢io da resisténcia & lavagem, Recita base Ligante 920 - 470 pcr 50-500 Agente fixante 30-30 Pigmento convencional x 1000 = 1000 © uso de grande quantidade de ligante é consequéncia de clevada concentragio de pigmento a ser usada, 16 bingo de Bets Bypediais na Esarparin 5.2.2.2.2 - Aplicacio por Transfer Desde Novembro de 1992 o sistema Licritherm tem disponivel uma nova vatieda: de de produtos vermocromiticos os quais sio estampados sobre papel libertador de silicone, consideravelmente mis facil de executar do que a estampatia directa, Posteriormente faz-se a fosio deste material através de uma prensa adequada, As vantagens deste novo processo sio + reprodugio perfeita sidade de PCT - possibilidade de transferéncia simultinea da base preta Aconselha-se 0 uso simultineo de dois PCT diferentes: um deles comega a mudar de cor aos 27°C € © outro a 35°C. Isto permitiri a mudanga de cor quando 6 estampado esti em contacto com partes especifieas do corpo ¢ também quando for aquecido cemperaturas superiores, por exemplo quando exposto ao sol. Refira-se as bons resultados em diferentes tipos de substeactos, tendo porém, como é evidente, que ter cuidado que o material téxtil suporte a temperatura de fas §.22.2.3 - Aplicagio por Spray Os pigmentos cromotrépicos por serem muito caros, no s6 devido ao prege/Kg. mas também as quantidades usadas - 35 a 40 g/m? em est deverio ser npatia usados em motivos o mais pequeno possiveis de modo a permiirem pequenas imagens contrastantes com as reas que as rodeiam. © process de impregnagio por spray poder tornar atraente a utilizagio deste feito especial em quantidades industriais (© spray poderi ser uma pistola para tintas que ser ligada a uma botija de ar de alta pressio. 5.22.24 - Subpsteatos Os substratos téxteis mais adequados aos PCT para cstampagem directa sio os tecidos mais apertados. Os téxteis elisticos tal como uma T - Shirt, nio sao apropri ados para estamparia directa, wr Manual de Estanpaia Tet intervale de ; i laeeoaaine Aatcagbes posses stato Apleesbes de congelamenia do cama Indleaores de congelonen “iaa0 Bancos de sangue Frigoiees Rétls de gaes de vane ov carla ote Anmazeragen de comida Pubiciade (or exempl:chavenas de bebidas fas) Publeidade (port de e348) max Decora cobra de paetes) Texmbmato ages as enpetatras) Jabra ctchis Termograta meie 25845 estudio esos Detertves de reiacdo Testesndo destutios indeadores Ge caer sean fogbes domésbins pegs ce pandas apap ‘rd ioe Publeiade(hdvena de ch) wato Pon de vaporeagao’ndadoes de feura “Tah 51 Algumasapiagdes dos esta igus senses 4 remperaaS 8) 8. 6° Capitulo Andlise de Defeitos de Estamparia Manual de Bsamparia Textil 6, ANALISE DE DEFEITOS DE ESTAMPARIA 6.1, Introdusio Desde que se comecaram # conhecer os eustos da no obengio do “correcto logo 8 primeira”, o interesse dos industriais de Acabamentos Téxteis ¢ em particular dos de Bstamparia pelo conceito de “Total Quality Management (TQM)”: * 2e10 deteivos; * zero avarias; * zero papéis; * e10 stocks; tem vindo a erescer de uma mancira significativa. Nio podera, alii, ser de outsa forma, pois esses custos sao deveras importantes e neles pode vir a estar a nio sobrevivncia das empresas Erear pade ser praptio do hhomem, mas nio das empresas A coneretizagin dos cro defeitos, longe de constituir uma miragem, deve ser um bjcetivo a atingir anto mais que em estamparia, 20 contririo da tinturada, normal mente nfo hé recuperagbes possiveis, A existéncia de maus habitos, a auséncia de rigor, as deticiéncias de formacio, sto -muitas vezes 08 tinicos responsivels pela produgao com defeitos. A identticagio desses defeitos © x anilise das suas causas, devidamente acompanha- dos por processos de formacio ¢ informagi, so cancerteza um dos mcios que possuimos para rapidamente atingirmas 0 nosso objective ‘Sem pretender ser exaustivo podemos considerar os seguintes defeitos(6.1} 6.2. Apresentagio de defeitos 6.2.1 - Desaverto dos quadtos © desacerto dos quadros, poder ser causado apenas por um simples descuide, mas 0 Anise de Defetos de Etruria poderi igualmente ter a sua origem na falta de estabilidade do artigo a escampat apresentando-se em arco ou inclinado devido a uina ind ou inexistente ran to ou presenga de costaras) IE caracteristico da estamparia com corantes de cubs, pois apés a estampagem 9 corante fica quase invisivel, dificultando o seu acerto. E igualmente vulgar na estamparia de malha, sobretudo quando se trata de desenhos com 100% de cobertura Pig 6.1. Mialhe que apresenta descent ao centro dt flor Fig Guta Bstampuda que devia apcesentar 100% de evbertirs a Manual de Estampura Text 62.2 - Quadro furado Este defeito origina como € evidente 0 aparecimento de pasta em zonas onde nio devia aparecer. E pois conveniente um control apestado na inspecedo dos quadros, planos ou rotativos, antes da sua colocagio na maquina de estampar. 6.23 - Quantidade excessiva de pasta na “paragem’” 6231 - Bortdes O excesso de pasta pode provocar borrics resultantes da contaminagio da parte inferior do quacro pela passage do pano de carga para acerto dos rapports. Quando da passagem da tela nova por baixo do quadra, ela sujar-se-i e aparecetio os referidos borrdes Exte defeito no caso de grandes metragens poder ser um mal menor quando com- parado com a motosidade da retrada dos quadeos para Ivar. 6.2.32 - Mareacio do rapport No easo de se estampar a trama, se houver excesso de pasta na garagem do quado, a dupla passagem do mecanismo de transferéncia (quando se referir apenas vareta, racla ow régua, deveri peneralizar-se a todos os mecanismos de trzasferéncia) nessa zona provoca uma maior transferéneia de pasta num percurso de 10 a 15 cm, origi nando harras @ trama com maior intensidade e periédicas (no caso da estamparia por corrosio © efeito traduz-se numa maior nitider ¢ brilho). 6.24 - Deposigio insuficiente de corante A deposigio insuficiente de corante, em certos locais, poderd tetas seguintes caus me anilise de Defotos de Estumpara - Abertura incompleta do quadro, o que implica nfo haver transporve da pasta para © tecido; = A régua nio suficientemente agucada (ou com perfil errado), ou mal colocada, forma uma pelicula de corante que nio passa para o tecido; Quando ocorrem furos nos quadros recorre-se, frequentemente, & colocacio de adesivos para os rapar. Com a colocacio deste adesivo, cria-se uma diferenca de ‘espessura € por isso as zonas priximas do adesivo terdio menos pasta: - No caso de haver ragas, sejam proprias, ou devidas a0 tecido estar mal colado a ‘mesa de estampar, aparecerio zonas onde a pasta nfo chegaris Fig6.2- Risco pruacade por uma raga no tecklo - Pressio excessiva do dispositive de wansferéncia, A nio deposigio de corante poderi ser mesmo total devido a0 bloqueio dos quadros por aglomerados (grumos) ou partes da pasta nao solubilizados. E.também frequente ‘na estampagem de bronzes metilicos e glitter, quando as particulas mecilicas sio grandes A nio adigio de ura, ou de outros produtos auxiliares higeoscopicos, poder fazer ‘com que a secagem do ligante seja prematura ¢ como tal ser outra causa do bloqueio dos quadros, ‘Também se poder obter 0 mesmo defeito devido 4 presenca de borboro ou de fios soltos, os quais a0 destacarem-se do tecidlo deixam zonas brancas, Um eficiente Bs Manual de Estmpara Tet ‘Tratamento Prévio ¢ sobrerudo uma boa gasagem poderio evitar este problema. ‘A presenca de matérias estranhas sobre 0 quadro pode provocar alguns defeitos Sipicos: - Um grfo de areia poderi causar defeitos em locais diferentes conforme 0 arrastamento do geio peta raclas = Restos de cotio agatrados 4 racla poderio provercar riscos ondulantes (tipo bigode) 6.2.5 - Estampagem confasa (scm contomos definidos) Devido a restos de detergentes ou molhantes, espessante € viscosidade improprios, rmimero excessive de passagens da régua, perfil errada das répuas, vaporizacio mal controlada, lavagem insuficiente do estampado ou ordem ertada das cores. 6.2.6-Dente de serra Na estamparia 20 quadro rotativo, o ajuste nfo correcto da régua contra © rolo, podeci provocar a vibragio da régua e o aparccimento de um defeito horizontal em forma de dente de serra 6.2.7 Coreosio incompleta ‘Tal poder acontecer por insuficiéncia de agente redutor ou por insuficiente pressio do dispositive de transferéncia (por exemplo da vare'a). Nestes casos 0 corante que iri ser toido, sé-lo-a de ema maneira incompleta e a cor iio seri ro nitida. No caso de artigos leves verificar-se-i do lado do. avess que a cortosio foi de facto incompleta Como serd facilmente compreendido, para solucionar este problema ter-se-a que aumentar a quantidade de agente redutor na pasta ou, se for esse caso, aumentar a pressio do dispositive de transferéncia. ws anise de Deltos de Esamparia ig 6.3 - Diferenes imteasidades de cossonao 6.2.8 ~ Cherado © chorado & causado pela migencio do agente redutor. Se o fundo tiver sido tingido com ums mistara de corantes com diferentes graus de corrosio essa migracio pode produzit uma auréols com diferentes tonalidades, Isto, ali pode ser utiizado para obter certos efeitos (estilo manchado) com o consequente valor aerescentado, mas de dificil reprodugio 629 » Alsstrudo, F-um defeito que results do “espalhar” da pasta com corante para as vona que nto estio estampadas com consequente manchamento do fundo nas fases de vaporiza- cio € lavagem. A “orla” caracteristica deste defeito resulta de uma fixagio incompiera seado por isso corrigida pela dupla passagem ov aumento clo tempo de permanéncia no vaporizador (reduzindo a velocidade dentro deste). Entre as eausas possiveis para este defeit, sio de salientar as seguintes: ~ Demasiada hidrofitidade; - Desencolagem mai efectuada e consequente ma penettagao € alastrarento dla pasta; - Pressio exagerada por parte do dispositive de transferéneia da pasta (provoca uma penctragio excessiva do corante no tecido); ~ Fluider exagerada da pasta Manual de Etamparia Tex 6.2.10 - Replicas Consis puma imagem tipo espelho resultante da transferéncia de pasta ainda nao fixada para o furdo, Poderi ocovrer sempre que houver sobreposigdes ou entolamentos, antes da fixagio, E frequente na estamparia por corrosie, desde a deposigio do tecido A saida da tmansarda até 30 vaporizador, podendo a lavage provocar um aumento de inten sidade do éefeito. Dentre as possiveis solugSes para minimizar poderemos destacar: - Procurar que 0 tecido saia suficientemente seco da mansarda (ter cuidado com a velocidade de secagem); = Conttolo da pressio de enrolamento, Se possivel, depositar os tecidos em listo € ‘na menor quantidade possivel; - No caso da estamparia por corrosio aplicar um oxidante fraco pata evitar a reacgio prematura do redutor: ~ Usilizar maquinas de lavar ao largo, procurando evitar as hidrocentrifagadoras. Fig 6 Replica vermethads ao cent, ne fare a 6.2.11 - Cor “pingada” Manchas com a forma de pingos provocados por excesso de humidade existente 1no vaporizador e consequente condensagio quando entea em contacto com os ferros desta miguina 126 anslise do Defeios de Estampia Para evirar este problema ter-se~i, cvidentemente, que controlar a Fig65 - Extampade com pingado processos de estamparia por corrosio ou em que se usem cc 6.2.12 ~ Cor diterenre da_protendida As causas so muito semelhantes as do tingimentol?.1} ~ Reccitas no coreectameare ensaiadas (miquinas de laboratdrio difcrentes das usa das na producto, precisio das pesagens inferiores da producto, uso de produros auxiliares diferentes, substracto onde foi realizado o ensaio diferente da produgio, ereos fortuitos laboratotiais,..js Uso de cores de fundo semelhantes, mas nio iguais, © que seri grave sobrerado na estampatia por cortosio, pois existem corantes contratipos que possuem grandes diferencas de corrosibilidade; Condligdes de Invagem diferentes, Nas estamparias coloridas sobre fundos escuros, aparecem frequentemente problemas de opacidade e dificuldade de obtengao de tons brithantes e intensos mesmo com grandes quantidades de corantes. & aconselh vel, neste 0, procurar reduzir a utilizagio de pigmentos brancos com alro conteiido de didxido de titinio ¢ substitai-o, pelo menos em parte, por pigmentos lamelares. Manual de Estampuria Tec No caso de se pretender utn fundo branco, é necessirio uma mein branqueacio adequada durante 0 Tratamento Prévio, de modo a retirar os eventuais corantes naturais existentes nas fibras, que irfam mascarar 0 branco pretendido: - Falta de rendimento devido a restos de produtos de encolagem, espessante nio aproptiada, fixagio incompleta ou demora entre a secagem ¢ a fixagio, 62.13 - Bronzcamenso Depois de se estampar com corantes cuba deveri secar-se ¢ vaporizar-se © mais rapidamente possivel em vaporizadores isentos de ar e de vapores Acidos, de modo a evitar a oxidacio incontrolada do corante. 62.14 - Falta de uniformidade da cor A falta de uniformidade da cor resulta frequentemente de um mau ‘Tratamento Prévio do artigo a estampar. A diferente hidrofilidade & a causa do dégradé c efeito “ourelas-centro-ourelas” infelizmente io comum nos produtos de Estamparia De notar que uma hidrofilidade exagerada pode causar alastramento incontrolado das pastas de estampar antes da secagem e consequente falta de nite dos dese~ hos. Este efeito pode também ser causado por uma fluidez exagerada da pasta {A falta de uniformidade da cor pode também ser eausada pela pressio ae uniforme exercida pelo sistema de transferéncia (da racla, ou da vareta)e pela uilizagie de fios com grande ieregularidade de torgio ¢ do titulo, 6.2.15 ~ Amarelecimento do branco dptico Este problema ja fot referido, Deve, no encanto, notar-se que devido 20 uso de ligantes e de agentes de fixagio (eesinas de melamina formaldetdo de alto peso molecular) as elevadas temperaturas de termofixacio, o grau de branco poder ser bastante modificado. ns Andlse de Defeins de FSemnpara 6.2.16 - Ealta de solide ‘Além de uma lavagem nijo eficiente a falta de solidez pode ser resultado, no caso de se utilizarem pigmentos, da incorrecn termofixagiio do ligane (insuficiente duragio ‘ou temperatura no adequada). No caso dos corantes que necessitam de vaporizacio, 2 insuficiéneia dos parimetros anteriormente referidos ou da quantidade de humidade no vaporizador, tern igual- mente como consequéncia a falta de solide No caso de uso de certos corantes (por exemplo: eorantes ditectos) podem utilizar se agentes de fixacio para melhorar a solidez, 62.17 - Toque demasiado duro Como os pigmentos sao insokiveis, nfo tém afinidade para a fibra pelo que necessi tam de ser fixados 20 material textil por ligantes, os quais Ihe dio um toque Frequen- temente dura O uso de ligantes com baixo ponto de vitrficagio (alguns acrilatos), poder reduzir o problema De notar que, contrariamente aos usados nos acabamentos, os amaciadores usados p6s aplicacio da pasta pigmentar plastficam o filme do ligante. Isso no s6 modi- fica © toque como também reduz a solider do estampado, 62.18 - Envicaamento Ver desacerto dos quadros. 62.19 ~ Estampados quebrados ‘Tal acontoce quando as pastas pigmentares (sobretudo lacas) niio sio suficientemen- te elisticas ¢ plastificam. Seo substracto for malha, a elasticidade desta no sentido m9 Manual de Eucparia Text transversal, provocard estumpados quebrados, Tal poderi igualmente aconcecer de vido ao uso de certos amaciadores (os melhores para este efeito serio os baseados em leo de silicone). Fig66 - Motives brancos com qucbras provneadas pa elasicidade da mea ) ~ Sangramento © sangramento das pastas poder surgir quando se pretende estampar misturas de fibras com caracter hidrofilico com fibras com caricter hideofdbicu, como por exemplo polic /algodio, d filbras para com a pasta de estampar (aquoss). ‘Ocorre sempre que 0 artigo estampado scea por um periodo bastante longo, pelo {que estes problemas poderdo ser evita Jos se intervalo de tempo entre a estampati €-a secagem for muico curt, Poder também ser evitado pela adigao de pequenas, quantidades de emulsionantes apropriados. 6.2.21 - Diferentes encol os ¢ perda de resistencia Esto normalmente celacionados com 0 deficiente Traumento Prévio do artigo a stampa. De notar que estes defeitos nacla tém a ver com os diferentes encolbimentos resul- 130 Asie de Defetos de Estamparla cante da aplicagao por estamparia de soda ciustica concentrada para se conseguir efeitos crepe 6.2.22 - Invegularidades na cardacio e laminagem Aparecem com alguma frequéncia como resultado da dif wente colagem das argolas da malha felps americana, quer devido ao facto de nas zonas aio estampadas as argolas se apresentarem mais levantadlas, quer devido ao uso de pastas com diferente viscosidade. 6.2.23 -_Defeitos do process de pulverizacio Nos iltimos anos tem vindo a implementar-se o uso de técnicas em que nio hi contacto (por exemplo: ink-jet ¢ pulverizagio) entre o mecanismo de impressio € o substracto, devido a sua resposta nipida, auséncia de gastos com os quadros ¢ altera a do padtiio e da cor muito v Na figura apresenta-se um esquema de alguns padres defeitmosos da névoa de pulver Ba ww 0 ° oe “*- I ° A B ‘exeesivamente bana; D- Prosso egeessvamente als BI Manual de Estampara Tet 6.3 Precaugées de caticter geral Para evitar alguns dos problemas aateriormente zeferidos & obrigatério tomar as seguintes precaugdes: 6.3.1 - Quidados a ter na preparagio de pastas de estampar Filear os espessantes, ou pelo menos deixi-los em repouso durante algum tem- po, para que as impurezas se depositems = Utilivar agua sem impurezas e muito menos arein; = Taxlos os produtos insoliveis, como por exemplo os pigmentos, devem estar finamente divides para no entupirem os quadeos; - Todos os produtos soliveis devem estar completamente dissolvidos e sem im- purezas antes de se adicionarem a pasta de estampar. Quando se tem de adicionar uma pequena quantidade de cor a uma grande quantidade de outta, deve-se fazct uma diluigo prévia da primeira com parte da segunda, antes de se adicionar & pastas ~ Todos os wensitios usados na cozinha de cores devem estar sempre cuidados2~ mente limpos 6.32» Cuidados yuadros ~ A tela deve estar uniformemente aplieada aos eaislhos, 0 gue sobretudo nos quadros grandes nem sempre aconcece. As consequéncias vio desde uma deposigio rio uniforme da pasta aré aos rasgos dos quadros devido a fragilidades pontuais destes; ~ Deve haver uma escolha adequada do mesh (funcio da viscosidade da pasta a aplicar, do tipo de tecido € da sua hidrofilidade, da definigio do desenho,.) e do perfil da wea (de que depende a resisténcta do quadro); rr Anise de feos de Estamparia Reforgo dos quadros com a aplicagio de um vernizs Escotba correcta do tipo de quadro iplano ou rotativo) em fungio das ligagies do desenho; Extremo cuidado com 6 manuseamento dos quadros, rs 7° Capitulo Colorimetria Manual de Estenparia Tet 7. COLORIMETRIA 74 O Que & a Cor? Como se ve? E possivel encontrar muitas definigdes de cor correspondendo ao perfil de quem as da, Se for um poeta, um fisico, um bidlogo, um oftalmologista cada um deles entende «cor numa perspectiva diferente. Dado que a visio eromisica engloba trés aspectos distintos, 0 fisico, 0 sensorial ¢ © psicolégico pode definir-se cor como 6 efeito que uma certa espécie de luz tem no colho humano e no cérebro. A “Illuminating Engineering Society” define cor como cenetgia radiante visualmente avaliada, No cntanto, as questécs envolvidas na compreensio da cor e na sua visualizagio aie téin uma resposta ficil, dado que os fendmenos nio se encontram completamente esclarecidos. © processo comeca quando a luz & absorvida por eélulas sensiveis da retina do olbo © que resulta na interpretagio dos sinais conduzidos pelos nervos até a0 cortex visual do cérebrn. A cor nio & uma propriedade intrinsezs de um objecto a sua percepcio envolve trés importantes factores: a fonte de luz, © objecto que ela lumina € sistema oltia/cérebro apto a perceber a cor, Quando se trata de materiais estampaclos ou tingidos a luz incidente ¢ modificada pelo objecto ¢ pelo corante num processo ue engloha a absorefo selectiva de Inz ‘com comprimentos de onda da zona visivel. O objecto seguidamente reflecte ou transmine luz que nio foi absorvida, a qual entra no alho ¢ estimula a sensagao do ‘que chamamos cor, Para descrever numericamente uma cor é necessétio descrever numericamente cada um dos trés Factores envolvidos: O objectivo fundamental da Colorimetria é a descrigio de cores recorendo a me. digdes fisicas de tal modo que duas cores com a mesma especificagiy numérica, em condigdes determinadas, sio sempre percebidlas como iguais nessas condigdes. Qual: quer diferenca na descricao numérica de duas cores no exaccamente iguais pode correlacionar-se com a diferenga que € percebida pelo observador. Desta forma é 136 Colores possivel comunicar ripida e objectivamente informagdes sobre uma cor, especificar iferengas de cor aceitiveis ¢ resolver desacosdos entre obscrvadores, Felizmente a evolugio dos conhecimentos técnicos e cientificns sobre cor ¢ computacio permitiu cnormes avangos na medigio objectiva da cor 7.2 Fontes de Luz e Tluminantes © olho humano é sensivel a ondas electromagnéticas entre 400 ¢ 700 nm, variando ‘no entanto estes limites com a idade do observador, a intensidade da hse, ete, Podem ser determinados testando a absor;io pelo meio dptico do olho de radiagdes entre 380-400 nm e avaliando a perda de sensibilidade dos receptores da retina a volta de 700 nm. As cores espectrais Si: normalmente consideradas como sete tonalidades distintas: vermetho, laranja, amarelo, verde, azul, violeta ¢ indigo, no estando perfeitamente delimitadas pelo que se indicam valotes aproximaclos para os comprimentos de onda gue lhes correspondem, Sensagdo de cor ——coniprimente de onda (am) Violeta 380-425 azsl 125490 Verde 490375 ‘Anaelo 575.585 Laranja 585-645 Vermelho 645-760 Hf ‘Tabet 7.1- Valores apresimadds de cormprimentos de ond de cotes no especto vise A radiagio que se situa imediatamente abaiso da zona do visivel (100-400 nm) € chamada ultravioleta ¢ & considerada muito importante cm Coloximetsia, na medida ‘em que com substincias capazes de absorver nesta zona, di-se uma posterior refle- xo como luz visivel na zona do azul, aumentando assim o brilho do mated A radiagio infravermelha situa-se acima dos 700 am e possui um clevado potencial caiosifico. BT Manual de Fsampara Testi As fontes de luz visivel incluem varios tipos: ~ de espectto descontinuo, como por exemplo uma kimpada de meretirio de baixa pressio. + de especito continuo de emissio, por exemplo uma limpada de incandeseéncia de eangseénio, ~ de emissio continua € descontinua, como no caso dos tubos fluorescentes ~ hue natural Em Colorimettia ¢ indispensivel usar luzes para iluminar os objectos, jd que de outra forma as cores nfo sio perceptiveis. Desde 0 comeco do século varias organizagies tém trabalhado pata definir e propor a adopeio de fontes de luz padrio capazes de responder as necessidades da industria, A luz do dia é extremamente variivel com a latitude, hota do dia € condigées atmos- féricas, pelo que se tem vindo a tentar a imiracto da luz natural média através do uso de fontes de luz artificial Uma fonte de tux pode ser perfeitamente deserita attavés da sua distribuigio de poténcia espectral, ou seja a poténeia emitida em fungio do comprimento de onda. Em Colorimetria usam-se normalmente valores de poténcia relativos, m0 fa se at compen ge ae am) Fig 7.1 Distribuigio da poséacia expecta relaciba para 0s umiaantes A, De F A CIE (Commission Internationale d'Flairage) faz uma distingio clara entre fonte de luz e iluminante. 138 Coloietia © teemo fonte significa uma emissio fisica de luz, por exemplo uma limpada ou 0 sol. Por outro lado, um iuminante esti relacionado com uma dada distribuicio espectral, no necessariamente corporizada numa fonte, De facto, a adopgio de fontes esta dependente de constantes aperfeigoamentos para conseguir a representacio ppritica de iluminantes, os quais por sua vez. pretendem imitar certas condigses de iuminacio. Eo caso da distribuigio espectral da luz média do dia, rica em radiagbes UV determinantes quando se usam corantes fluorescentes ¢ brangucadores épticos (Os ituminantes padrio adoptados pela CIE em Colorimettia sio os iluminantes A, GD e F, pata os quais se enconteam definidas as Fangoes E(2) para uma dada temperatura-cor (figura 7.1). Na série DD representa “daylight” e 0 mimero em indice as centenas da tempera- ‘ura-cor, O mais importante luminance desta série € D _, 0 qual consti wma boa simulagio da Inz do dia natural, dado que tal como ela, se compae por todos os comprimentos de onda na regito do visivel em proporgées mio muito distintas, A obtencio da fonte padrio ainda nto foi conseguida, mas o arco de xénon com filtro UV € uma boa aproximagio, 7.3 Reflexdo e Transmisso de Luz pelo Objecto -Objectos opacos [Em matesais opacos lu. incidente ¢ reflecrida e/ou absorvida, mas nunca transmi- tida, A absorgao ocorre quando © objecto é colorido, sendo nla para abjectos brancos € maxima para objectos de cor pret Consegue-se ver objectos por captagio da luz por cles reflectida, a qual entta nos olhos do. observador. Hi duas formas principais de reflexio: a difusa ¢ a especular, A reflexio difusa corre quando a luz incide numa superficie rugosa ¢ sai reflectida com vatiados Jingulos de reflexdo quer da superficie, quer do interior do material. Esta dltima luz € colorida, pois sofie absorcio ¢ encontra-se dessaturada, pois mistura-se com a luz 9 Manual de Fstumpara Tet branes reflectida difusameate & superficie (figuns 7.2) Fig?2. Reflesio de hae num supetice rugosa A reflexio especular da iz branca acorte em superficies com brill, O felxe de luz bbranca incide na superficie e corea de 4% é reflectida com um ingulo igual ao éngulo de incidéncia sem softer qualquer eransformagia (Os materiais opacos coloridos absorvem fur selectivamente, pelo que a quantidade «qualidade da luz veflectida pode ser analisada pelas curvas representando a reflectines, ‘ou scja a pescentagem de luv incidente que & reflectida em fungio do comprimento de onda (figara 7.3). © comprimento de maxima reflectincla corresponde 20 comprimento de onda ominance, por exemple 400-450 om para amarelos, 830-580 nm para vermelhos € 600-660 am para azuis veelte ede wo 10 } {\ } Nn a s me 7 Spmieceocnge) Saat c TCs de inc pg 140 ‘celorimetna Quanto mais baixa for a reflectincia, mais alta é a intensidade da cor (claro/escuro). Uma curva de reflectincia mais larga corresponds a uma cor menos pura, dado que 1 selectividede da absorsio da uz diminui, Uma superficie branca reflecte praticamente toda a lu? a todos os eamprimentos de onda, enquanto que a cor prota absorve quase toda a luz. A cor cinzenta reflecte de uma forma uniforme em codo © espectro ¢ situa-se entre as curvas do branco ¢ preta [As superficies azuis reflectem mais luz na extremidade violeta do espectro ¢ absor- vein nas regides amarel ¢ vermelha, o que est4 em conformidade com o compor- tamento dos corantes presents nos materais ‘A aleura do pico para o azal puro dum substracto réxal &raramente supetior a 40%, cnquanto que a rflexZo dum verde pure é no mximo 50%. O amarelo é a cor mais brilhante de todas as cores € reflecte verde, smarelo, larania e vermelho, Pérpuras e violetas absorvem verde ¢ reflectem violeta, azul ¢ vermelho, sendo estas as mais excuras das cores puras, A curva de reflectincia de uma superficie nfo muda, mesmo se a composigio da luz incidente mudar. A superficie aparceesd mais amarela sea fonte de lu forde rungsténio (mais rica em amarcto ¢ vermelho), em ver de usat luz do dia, pois a quantidade total de luz amarela © vermelha reflectida é maior, mas a proporcie de luz incidente ‘pe € reflectida mantény-se invasiivel. ‘A curva de reflectiincia de uma superficie actua como uma marca da cor, pratica- mente um bilhete de identidate. Se duas curvas se sobrepuserem as cones serio sempre iguais, quaisquer que sejam as condigSes de visualizagio. 7.4 A Resposta de Cor do Observador J4 foi visto que a pervepsio de cor depende de trés factores, a luz, 0 objecto ¢ 0 observadlor, 0s quis sio no seu conjunto muito importantes para rnedir ou deserever “aL Manual de estampara Tet ‘© oho contem dois grupos de receptores de Inz, os cones © os bastdes , assim ‘cassificados pelas suas formas caracteristicas, Esto localizados na retina, na silkima ‘eamada de células nervosas mais afastada da cérnea, Os cones concentram-se na regio central da retina, a fovea € funcionam quando o nivel de iluminagao € alto (Gistio foropica). ‘Os trés tipos de cones distinguem-se pelo comprimente de onda de méxiena absor- Gio de luz nas regides vermelha, verde ¢ azul (Bgura 7.4). Os bastdes no sZo sensiveis & cor, funcionam em condi¢des de fraca iluminacio (visio escotépica) e encontram-se na regio mais afastada do eixo central © sin toe A cre ye Fig74- Especto de absorcio dos receproses na retina humana [A densidade dos trés tipos de cones ra retina € 40 para vermelho, 20 para verde € | paca azul ‘A absorgio da luz de um dado comprimento de onda varia com 0 tipo de cone € também com 2 sua distibuigzo na retina, a qual & mais baixa para os comprimentos de onda mais baixos. A cficicia luminosa relativa da visio fotopica V(R) desereve a luminosidade de luzes de diferentes cores com a mesma potéacia, sendo dada por uma curva em forma de sino com um maximo situado a $55 nm relativo 4 cor verde. Isto significa que as we Colorimettia luzes vermelia e azul devem ter uma maior potéacia para serem vistas com a mesma luminosidade da luz verde Se 0 valor da eficicia luminosa da visio fonspica for multiplicada pela poréncia da fonte de uz 2 cada comprimento de onda cbtém-se a luminincia da fonte de luz que traduz a luminosidade duma cor tal como ela é percebida pelo observador. ‘A tcoria de visio cromatica de Thomas Young teve confirmagio experimental atr ‘és da medigio da efciéncia especifica de cada cone, mas mesmo assim novas des- cobertas acerca da retina e fisiologia da visio trouxeram alguns pontos para os defensores da teoria conhecida como das cores opostas, defendida por Hering Através desta teoria pretendeu-se dar explicaeio a certos aspectos no explicados pela teosistsieromatica, como por exemplo o resultado da combinagio azul e ver melha ser a cor azul avermellada esperada, enquanto que a mistura de luz vermetha ¢ verde da uma cor amarela e nao verde avermelhada, que nio existe, Uma cor ‘vermelha pode tender para azul ou amarelo, mas nunca para verde, Por outro lado, ‘o azul pode tender para vermelho ou verde, mas munca para amarelo, Estes factos indiciam que a percepgio de cor depende das respostas vermelho/verde ¢ azul/ amarelo bem como da sua luminosidade (claro /escuro). Os observadores sio capazes de imitar as cores das luscs espectras, variando os comprimentos de onda entre 400 ¢ 700 nm, por mistura aditiva de quantidades apropriadas de luzes primirias vermelha, azul ¢ verde, em eondigSes eonttoladas. Este tipo de imitagio de cores é feita por aditividade, no qual a luz entra directamen- te no olho do observador sem modificagio por sbsorcio, o que nio acontece na mistura subtractiva de corantes ¢ pigmentos, onde a cor advém da absorcio selectiva de certos comprimentos de luz e reflexio dos restantes Na mistura adiiva as proporcées apropriadas de vermelho, azul ¢ verde produzem Juz branca, enquanto que na mistura subtractiva 2 cor resultante € 0 pret. Aditivamente luz vermelha ¢ luz verde dio luz amarela, verde ¢ azul dio cian, azul ¢ vermelho dio magenta, por exemplo, Considerando que hi interferéncia do substeato subrraindo radiagSes, corantes amarelo com magenta dio um tinto vermelho, pois © amarelo corresponde a subtracgio do azul ¢ magenta a subtraccio do verde, Ms Manual de Essmpara Teal sestando das ts primarias o vermelho. Os valores dos estimulos espectrais para obter uma determinada cor podem ser obtidos com um colorimetto visual, usando-se luzes monotromiticas como primérias {rermelho - 700 nm, verde - 546.1 nm e azul - 435.8 nim). As quantidades de cada ‘uma sio chamadas tristimulus de cor. Para a reprodugio das cores espectrais, com as trés primatias eseolhidas, s6 se pode Fazer uma imitagio de uma dada luz colorida se a for primeiramente dessaturada, iluminando © seu campo com ums pequena quantidade de uma das luzes primarins © posteriormente imitando a cor resultante com as outras duas priméias. Isto é consequéncia da elevada pureza das luzes espectrais ser tae ion iw ty oo saat sa cane oa ca conve oat 9 Ha ome ss caves Dares a m7 sea cai ry 0 sama to aur = sane im oa 0 cist ort aire os com ene scone ms cate aise ia dae oan cai = caine vata sci 7 a a son v0 oa cans ve cm con 72 ro sa ‘Tobela 7.2- Valores tistimalus para um observador com visio normal 2, Para imhar uma luz espectral a 500 nm vird enti 7a)+C(a)=Bla)+ #4) donde c(a)=—F(2)+B(a)s #2) No entanto, isto verifica-se para todas as cores, pelo que a expecificagio dama cor sequer 18s valores tristimulus, 4 Colorimetie A partir dos valores tristimulus podem caleular-se as eaordenadas de eromaticidade sg bt Pb Fore Num triingulo em. que os vértices sejam as teés primérias, haver uma zona fora dele corresponcendo @ cores espectrais, por causa dos valores negativos que ocorrem, 7.5 Descrigio e Medigi0 de Cor ‘enens Bere ok uns Para eada tonalidade faz-se a separagao do mais escuro ao mais chro, com referencia 4 escala de luminosidade ji estabelecida, Hin cada grupo de tonalidade aparecem, cores distintas pela sua proximidade ou afastamento & cor pura, FE necessiio ensio introdurir ama ourra qualidade, A saturagio (chroma), que € medida pdb distincia centre a cot pura ¢ 0 correspondente cinzento, Vervaie Fig. As és dirpanstes da cor ws Manual de Estampara Ts 7.5.1 Sistema CIE Como foi referido & necessicio usar valores negatives para o tristimulus vermelho, 1a faisa de comprimento de onda dz zona azul-verde, o que foi considerado uma ificuldade na obsengio de resultados colosimétsicus ripidos. Por esta razio a CIF. decidiu em 1931 iotroduzit novas fungdes tristimulus transfor: mando 0s valore der, ge bem F, € baseados em cores primarias virtuais X (vermelho), ¥ (vorde} € Z (wzul). “Tingulo XYZ Festas fungdes representa as quantidades relativas das primarias X,Y ¢ % ae- cessivias para a teproducio de cores de luzes espectra’s monocrométicas por um observador médio com visio sormal Para caleular os valores tristimulus da cor de um objecto é necessitio medir a sua reflectineia R(Q) na regiio visivel do espectro, dado que a percepcio de uma cor envolve 0 proprio objecto, aluz com a qual éiluminado ¢ o ebservador, CARO) — y= KT AWRARG) — = KL ewe EO) Para calenlar os valores tristimulus de um iluminante, 0 vélor da fungao reflectincia & R(2)= 1.00 para todos os comprimentos de onda 46 Coloeimeria sistema CIE foi concebido para verificar a identidade de duas cores, quando iluminadas e percebidas em condigdes padri, Pode dizer-se que das cores sto vistas como iguais se os seus valores tristimulus forem iguais, Embora este siste- ma ndo exista para definir uma cor, pois X, Ye Z no sio reais, € possivel ter suma ideia aproximada da cor em questio. Por exemplo um vermelho tem um X maior que Y ou Z ¢ cores escuras tém valores tristimules mais baixos que cores claras, para as quais a luminosidade Y € particularmente elevada, Realga-se que as pequenas diferencas de cor nao podem ser avaliadas pelas diferencas nos valores tristimulus. 7.5.2-Metamerismo de iluminante Quando dois objectos coloridos tém curvas de reflectincia espectral diferentes, embora nio muito afastadas € cruzando-se pelo menos trés veres, podem apre~ sentar cores iguais sob determinadas condigdes de iluminaga0/observagao € cores diferentes quando se mudam estas condigdes [As imiragSes condicionais feitas com corantes diferentes no padrdo € na amos- tra levam muitas vezes a situagdes de metamerismo, bastante inconvenientes nas decisécs de accitagio/rejeigio de uma cor produzida, Se dois objectos so observados com uma determinada luz podem produrir a mesma sensagio de cor se, embora com curvas R() diferentes, apés combina- cio com a curva SPD da luz o resultado for uma identidade dos valores tristimulus para as duas amostras: X= Mudando EQ), as combinagdes com R(2) podem dar osigem a valores tristimulus nio idénticos e assim a uma nao conformidade visual das cores, Manual de Estnpara Tet ‘A dinica forma de evitar o metamerismo de iluminante é ter as duas amostras tingidas com os mesmos corantes € consequentemente com curvas R(R) iguais. 7.5.3-Diageama, de cromaticidade CIE, A partir dos valores stistimulas X, Y € Z podem calcular-se as coordenadas de cromaticidade: EHX y Zz OX FY4Z xHYaZ “OX F¥HZ © urifico y em fungio de x € © diagrama de cromaticidade CIF, onde uma cor representada no pode ser correlacionada com a avaliagio visual. © valor Y relaciona-se directamente com a luminosidade, mas x8 coordenadas nfo se identificam com tonalidade e saturacio. Neste diayrama as coordenadas tricromiticas das cores puras do espectro visivel cfinem uma curva em forma de ferradura desigoada por “spectrum locus” Fig. 8. Diagrams de eromatcidade CIE XYZ, A linha que une as extremidades da curva cortesponde as coordenadas de ‘cromaticidace das cores purpura no espectrais obtidas por mistura de luz vermetha 700 nm com violeta de 400 nm, No interior de diagrama representam-se as cores 8 olorimetsia possiveis em mistures de luzes, encontrando-se no centzo a fonte de igual energia comtespondente ao branco neutro (x = 0.33 ¢ y = 0.33). 7.6 Espago de Cor CIE XYZ A definigio de cores através de eoordenadas permite localizé-las nim espago com uma estrurura determinada, segundo modelos que tentam que as diferencas perecbi- das sejam iguais as distincias caleuladas nesse espago, No entanto,o sistema CLE XYZ de 1931 nio conseguiu correspondéncia em termos de avaliagio visual da cor, tendo a no conformidade sido avaliada entre outros por MacAdam que determinow neste espago elipses de percepribilidade de tamanhos varidveis, segundo a cor & a sua posicio, A no uniformidade do espago de cor XYZ é evideste quando se ealeula a distincia centre dois ponios neste espago, € se compare valores para vitios pares de cores para os quais a diferenga & percebida de igual forma AE*(KYZ)=AX? AV? AZ? Na zona dos verdes, por exemplo, duas cores algo diferentes dio uma grande dife- renga em AE(XYZ), enquanto que na zona dos azuis a mesma diferenca percebida sraduz-se em pequenas diferencas de AE. [Na pritics significa que 2 cada cor deve corresponder uma tolerincia, quando caleu- Jada peta distincia entre os pontos de coordenadas X,Y eZ, 0 que se revels dema- siado inconveniente para um sistema objectivo de colosimetria. 7.7 Espagos de Cores Bascados em Pares de Cores Opostas Baseados nas teori das cores opostas estes sistemas desenvolveram-se assumindo cos trés pares : verde —vermelho, azul- amarclo ¢ branco- preto (ou luminosidade} L- luminosidade, variando entre 100 para um branco perfeito ¢ 0 para pretos a mede o caricter vermelho-verde da cor, com valores positivos para vermelhos 19 Manual de Esamparia Tet negativos para verdes; b+ mede © caticter amarclo-azul da cor, com valores positivos para amarelo ¢ negativos para azuis, Em 1976 foi aprovado o espago CIELtatb* bascado em transformacées eabicas rio lineares de X, Y ¢ Z sugeridas por MacAdam em 1973. Considerando as coordenadas do iluminante padrio X,, Y, eZ, as coordenadas eat ede cio we -n16(¥) 7 oly] emf” Este espago & muito mais uniforme que o sistema X,Y,Z, permitinds uma maior #1] yommse conconincia emir as diferengas numérieas de coordenads ¢ a avaliacao visual des- sas diferencas. Os pontos no espaco CIELAB podem ser referenciados por coordenadas polares TA, CF eh sendo L* definida como anteriormente, C# a saturacio dada por C#=(ar Hb)!” © medida como distincia radial a pani do eixo Le h, 0 angulo de tonslidade definido como: jy=arcng{ 2} Esta coordenada vatia de 0” para ver- melho a 360° (vermelho), sendo 90° corréspondente a amarele, 180° a verde ¢ 270° neu A definigio. duma cor através das eoordenadas Lt, C* e h & mais conforme a uma apreciagio de cor por um observador. PADRE % BhosTRA Fig )- Coordenadas eilngscas L*C* eh do ssterna CIELCh Colorimetia 7.8 Diferengas de Cor De facto, dado 0 problems ja debatido da nao uniformidade dos espagos de cor, tum nmero attibuido a uma diferenca de cor nio significa que ele se mantenha para toda a gama de cores. Além deste importante problema, outro existe relacionsdo ‘com a proliferacio de formulas de diferenca de cor, o que conduz a nio concordiincia de resultados estando mesmo demonstrada a impossibilidade de utilizagio de factores de conversiin As medicaes colorimétricas sio répidas © completas, mas necessitam empre do complemento visual que sera a chave da accitagio ou rejei¢ia. 7.8.1-Equasio CIELAB para difercncas decor No sistema CIELAB a diferenca total de cor DE, entre a amostra ¢ o padtio, integra a diferenca das trés coordenadas utlizadas: Coordenadas rectangulares: ALY - diferenca de luminosidade: Se ALSO a amostea esti mais escura que 0 padrao Se A170 a amostra eset mais clara que o padHio Ast - diferenca cromitica vermelho/ verde: Se Av? 0 a amostra esti’ mais vermelha Se A€ 0 a amostra esté mais verde Abt - diferenga cromitica amarelo/azul Se APG a amostea esti mais amarela Se ALSO a amostra esta mais azul Para a diferenca de cor vir ant = far «Qarh sary Atendendo a delinicio de diferenga de cromaticidade: ac = Vea"? (are? 151 Manual de Esunpuria Te Fanti AB = ery acy Coordenadas ciindricn: Al. = diferenga de luminosidade AC ~ dierenga de saturgio Se AC30 a amostra esta mais sarurada que o padeio Se ACH 4 amostea esti menos saturada que 0 prdrio Ah? = diforenga de comalidade (em gravs) AH = dliferenga de tonalidade (em comprimente) Dado que a diferenga de tonalilade depende dit saeuragio C para uma diferenca no Al’, entéo DET tem que ser calealado indirectamente an =\[acP (an) +tacy. 7.8.2-Accitabitidede ¢ Pesceptbilidade [As diferencas de cor totais AF podem nio ser esclarecedoras em relagio @ natureza dessa diferenca, De facto se a diferenga tiver origem numa diferenga de luminosidade saturagio seri menos perceptivel que uma diferenca causada pela tonalidade A accitabilidade de uma cor por parte de um observador que deve tomar uma decisio comparando uma amostea ¢ um padrio esta ligada ao facto de néo see necessirio que essas cores sejam completainente iguais para se consideratem aceitiveis, dentro duma tolerincia preestabelecida, -\ perceptibilidade mede a extensio da diferenca percebida entre duas cores sendo Gbvio que a tolesincia para 4 aceitabilidade & mais larga que a da perceptiblidade. A relacio accitabilidade /pereepuibilidade varia conforme a cor em questio. Coloeimena 7.8.3:Bécmulas do “Colour Matching Commitsce”” (CMQ {A fim de ir a0 encontro das necessidades industiiais no que respeita a um controle de qualidade rigoroso que seja parametrizado com exigéncias de conformidade preestabelecidas, fizeram-se muitos estudos de avaliagio da accitabilidade que per- mitem ajustar as formulas de diferenga de cor a sensibilidade do olho humana, (Os trabalhos de MaeAdam cavolvendo o estado de incerteza inerente a uma imita- Gio de uma cor levaram 4 defini¢io de superficies eipticas no diagrama x,y, as quais correspondem a vonas onde os observadores poderiatn pereeber a cor da mesma forma. No espaco CTELab, para cores com o mesma 1, © com valores de ae b correspondentes a cores igualmente perceptiveis em relagio a um padeio, obeém-se clipsdides com 0 exo maior aa direccio da saturagio € © menor na direega0 da tonalidade, mostrando que o otho é realmente mais sensivel a variagoes deste parimetro. “Tendo em vista uma maior versatilidade e a possibilidade de alterar os pesos relativos dos parimetros luminosidade, saturagio ¢ tonalidade; a formula JPC 79 foi adaptada pelo CMC, com a designagiio CMC (ic), onde Le é 1:1 para estudos de perceptibilidade e 21 para estudos de accitabilidade, como & usual 90s problemas de aceitacio/rejeigao (pass/fail) de uma cor: ae f(E) "ee ‘Qualquer cor que se situe dentro da elipséide scr julgada accitivel por mais de 50% aos cts As eqs da emul CC mano ln sic cote Asin mena com = ee 11 €148,§ mena om ene O25 ena ce com Nene ca Sigs mies a avermelhados 5°), verdes-amarelados (145°), verdes- azulados (190%) ¢ vermelhos- 158 Manual de Esampaia Tet azulaclos (345°), Os semi-cixos sio maiores nas direcgies de laminosidade e sarura fo do que na direceio da tonalidade, para a qual aumentam quanto maior for C LL, dependendo da propria conalidade: 5, = 004097551" para: L4316 *1+0.00001765* 7d para, 1*<16 je = 0.088 0.01310" sefr)v1— sf] c Ci +1900 1 = 0,305 [f04cos(h-+35)] para: he 164" @ 3345" Ou, T=0,56[0.2cos(h+-168)] pars: h> 164" ¢ he345° Para AE(CMC) = 1.00 representam-se todos os pontos na superficie tridimensional da clipsdide. Um valor menor que 1 indica que a amostea se aceita em eomparagio com o padrio, (© facto de se gerarem elipsoides em vex de esferas mostea que o espago CHELab, fem que se trabalha nio € uniforme, mas no entanto, a grande virwde da equacio CMC € que introduz correccdes que permitem aproximar as avaliagdes visuais as diferengas caleuladas, 7.8.4-Fommula de aceitabilidade CIE 94 kim 1994, a CIE, usando o espago CIEI.AR recomendow uma nova formula para a Colormetea avalae diferengas de cor aa indstra, a qual especifica os soguintes factores de pow deragio S,, 8, €S,, a aplicar is difecencas de luminosidade, saturagio ¢ tonalidade: S, 1 Se 1 0045 Sy 1 0,00015C ‘Ske introduaidos factores correctores K,, K,. ¢ K,, dependentes das condi¢des de absorgio das cores, obtendo-se a seguinte equagio: 7 7 (AL ace)? (aus) = + + oa 9([5) “GS “ES Para as condigies de referéncia, os factores de correcgao siv unitarios, mas a indis- tria téxtl utiliza valores de K, = 2, K,, = Ky, = 1, devendo referenciarse a equagio de diferenca de cor, como CIE 94 (21:1) e a dlferenga de cor como AB*,, Q:1:1). Bim relagio 20 modelo da cquacio CMC, a formula CIE 94 representa uma dimi- naigio da complexidade matemética bem como especifica as condigtes de observacio da cor. Seré necessitio eseudar ainda se a conformiidade é mais elevada, sabendo-se desde jé que as tolerincias aplieadas na equasio CMC, tém que ser redeterminadas para a equacio CIE. 94 7.8.52'Shade sorting” (classificagio por Jotes) = Sisterna 555, As coordenadas +, C*, H* so representadas em cixos perpendiculares 20 longo dos quais 0 espago & dividido em blocos paralelepipédicos No centro de cada um localiza-se uma cor ¢ & sua volta situam-se todos aquclas que se possam aceitar ‘mediante tolerancias estabelecidas para L, C, ¢ H. ‘O bloco central tem no seu centro a cor do padi €as dimensies 1,C,€ H slo 5,5, Manual de Estrpara Tet ane Fig 10 Surema de cassificagia por les 985 ne espago CIILCh. [As dimensdes destes blocos nas trés direcgdes equivalem ao dobro das respectivas colerineias para cada parimetra |A designagio adoprada para cada bloco depende do miimero de inerementos de tolerintia em relagio a0 bloco central 555. No cixo I. os blocos medem-se de 155, 255, ... 985 com 555 no centre. No eixo Ca numeracdo € fea de 515 a 595, enquanto que para H_os blocos se referenciam entre $59 ¢ 551. Por excmplo uma amostsa 618 significa que tem uma lumiinosidade mais forte ‘mais clara) uma a tés vezes a tolerincia relativa a este parimetra, tem menos satura- io 7 a9 vezes a tolerincia € tem tonalidade que excede a do padrio em 5 a 7 vezes a tolerincia admitida Num bloco eabico as cores nos vértices estio 73 % mais afastadas do centro que aguelas que se situam no meio das faces, diferenca ainda maior se os blocos forem paralelepipédicos, Este facto leva » que estas cores mais afastadas possam realmente estar situadas nos bloco contiguos, o que leva a construir mais lotes que 08 necessérion Se as tolerincias sio diferentes para cada parimetto os blocos passam a paralclepipédicos, aceitan- do-se que uma relagio valida entre eles seja 4(L):2(C):1(H), por exemplo Al. = 08, 156 Colorimetna AC = 0.4 © AH = 0.2. As tolesincias variario conforme o nivel de exigéncia dos clestes, 08 tipos de substratos e particularmente se se tratam de cores eseuras ou claras cxigindo estas dltimas tolerincias mais apertadas, Sistema CCC (Clemson Color Clustering) Este sistema baseia-se na construglo de “clusters” com coordenadas de cor mais proximas possivel, mediante uma diferenea de cor especificada Desta forma os grupos sin produzidos sem referéncia a uma cor padrio e pondo 4 tirando amostras o centro do grupo ict mudando, Em relacio ao método de blocos 555 ou modificada, seri possivel minimizar 0 rndimero de grupos e assegurar que dentro de cada um todas as amostras sio aceitiveis catre si, assegurando uma distribuigio mais uniferme: 7.9 Avaliagdo Instrumental da Cor 7.9.1 Bspectroforsmento de reflexio Os espectroforémetros de reflexio analisam para cada comprimento de onda, a cenerpia reflectida por uma amostra opace. ‘A partie da distribuigio espectral energética de varios iluminantes, das curvas de sensibilidade tricromatica dos observadores padrio ¢ da curva de reflectincia da amostea sio calculados os valores tristimulus X,Y € Z para qualquer iluminante/ observador. Com 0 espectroforometto € possi 1 fazer 0 controlo de qualidade, imitagio de cores € determinacio de metamerismo, o que tornou este equipamento praticamente indispensével em tinrurarias,estamparias, fébricas de tintas, psticos, indistsaalimentar, A energia reflectida pela amostra é medida depois do instramento see ealibrado ‘cam placas do branco de referéncia que difundem 100 % da luz ineidente, calculando- 57 Manual de Estamparia TE se assim 4 reflectincia da amostra em relagio ao reflector perfeito Os espectrofotsmetsos de reflexio poderio diferenciar-se em varios aspectos, tais fonte de luz ¢ tipo de iluminacio sistema de detecgio de luz = geometria de iluminagio/observagio ~ sistemas de dispersfo de luz = intervalos de leitura (comprimentos de onda) ~ gama de comprimentos de onda. ‘A fonte de luz usada pode ser de emissio continua ou por “flashes”. No primeiro caso é normalmente de halogéneo- tungsténio e no segundo caso de xénon. A tim- pada deve ter boa estabilidade ¢ emitir encrgia suficiente a cada comprimento de onda, Dado que 4 tefleetincia é a raaio da luz reflectida pela amostta e pelo branco pxlrio a curva de distribuigio espectral da fonte de luz nio interfere neste parimetro a nio ser qpe & amostra seja fluorescente ou brilhante, pois a componente especular ‘gual & energia incidente) dessatura a luz reflectida, © tipo de iluminagao pode » policromitico com visionamento monocromitico & vice-versa, mas s¢ a duminagio é monocromitica com visionamento policromitica indo podem avaliarse superficies fluorescentes, © detector é um mbo foromultiplicador que mede a energia reflectida para cada comprimento de onda seleccionado pelo mecanismo de dlispersio da luz, por exem- plo uma rede de diftagio Em alguns aparelhos dispde-se de 16 diodos em série que medem ao mesmo tempo a energia reflectida a 16 comprimentos de onda (intervalos de 20 nm), evitando assim que 0s componentes épticos se movam para fazer a seleegio do comprimento de onda, As geometrias do expectrofordmetro poderio ser distintas sendo as mais comuns 45/0 © d/0-8. No primeiro caso a iluminagio é feita au Angulo de 45° com a amostra c a deteegio de Inz reflectida faz-se em Angulo recto. No segundo caso, iluminacio é difusa, isto é em todas as direcgies, usando uma esfera integradora 18 Colorist revestida de branco no seu interior, enquanto que a deteccio se fitz quase perpendi- cularmente amostea, | — Se (eee "vemos non oO | [eomaneo}>—efecnes] So etutee ig7-L1~ Esqucma dam espectrfea6mett de rfleia Detector Estora Integradora AD Detector ()) > o ; 9) estora Integradora Ditusaio o-t04pitusa ig7.12- Geomenias de iuminagie/obscrvagio. Na geometria de 0-8°/d, a luz captada a um fngulo de cerca de 8" da perpendicular € proveniente da retlexio especular, isto é, aquela que sai com um éngulo de reflextio igual a0 Angulo de incidéncia. Em téxteis calandrados ¢ de fibras sintéticas, 0 bxilho esta presente o que significa haver reflexio especular, A verdacicita cor da superficie fica assim dessaturada. A possibilidade de incluir ou excluir a reflesio especular & dada, sendo que com materiais téxteis se inclui a especular, ja que como o téxtil é normalmente no uniforme, a especular se espalha em virias dircegoes 159 Manual de Esampara Tel 7.9.2-Apsesenracio das amostras (Os materiais éxteis apresentam, ainda que em grau variével, fata de uniformidade superficial, quer scja devida & textura, & cor ou a Factores como suijdade e humidade Ff por isso da maior importancia que se faga uma correcta amostragem, quando se pretende medir a cor, tomando virios provetes da mesma partda, Outro facto importante a ter em conta é a opacidade do material, pelo que se devem favet medigdes com erescente miimero de camadas até se obterem valores constantes de reflectancia, Kim alguns casos opta-se por comparar as refleetincias de materiais muito leves ¢ transparentes sobre um cartio preto ou de cor parecida com a amostra. E necessirio tomar precauig3o com as marcas digitais, com as rugas, com as sujidades, Quase todos os materiais téxteis tém texturas superficiais que influenciam a reflexio difusa da luz incidente c portanto 4 sua aparéncia muda quando vistos de angulos diferentes, Estes efeitos direccionais devem ser avaliados fazendo medig6es para diferentes orientagdes da amostra ¢ calculando a média dos espectros obtidos ‘Os materiais devem ser analisacos sempre pelo mesmo lado, drcito ou avesso, € se tiverem pélo, este deve ser escovado sempre na mesma direcgin, Com ramas ¢ fos, ‘© problema ¢ extremamente pertinente, pois 0 grau de compactagi afecta os resul- tados. Os fios devem ser entolados em volta dum cartio cam teasio uniforme, enquanto que a rama deve ser penteada € compactada ou entio comprimida atris dum video. Neste caso devem usar-se factores de correcgia, As condigies ambientais no laboratério ou armazém afectam as medigées colorimétricas das amostras, pelo que se deve fazer um acondicionamento durante 24 horas a humidade ¢ temperanuras constantes. Caso aiio scia possivel, & preciso avaliar a Forma como estes factores condicionam as medidas O especteofordmetro deve ser mantido em bons condigdes com manutencio regula € calibeagio obrigatéria, 169 Colorimetri 79.3cEspecsoscopia de refistincia Quando a luz interage com um meio opaco e acontece absorgio ¢ reflexio difusio aplicase a lei de Kubetka-Munk simplificada: Gerh 2R alm ‘Onde: - K = coeficiente de absorcio da meio ~ $= coeficiente de difusio do meio - R= reflectincia {numa escala de 0 — 1) ‘Os valores das constantes para cad corinte dependem do camprimento de onda Para um s6 corante © comprimento de onda de maxima absotglo, fazem-se deter mminagées de K/S em fungio da concentracio € 0 declive da recta dia constant Caso haja mais que um corante € necessixio saber os comprimentos de onda de ‘maxima absoreio para cada um deles © detesminar as constantes respectivas. ig713- K/S vs. concentragio do conan 11 Manual de Esaxnparia Tex 7.9.4. Imitagio de tristimulus © objectivo duma imitagio de tistimalus é produzir uma cor cujos tristimulus sejam jigs aos do padria, para um dado iluminante e observados. Fate tipo de imitagio € sempre metamériea pelo que é condicional e valida pata uma determinada fonte de iluminacio e observador, pois as enrvas de reflectincia nfo sero normalmente iguais, O método iterativo usado esti exempliicado no seguinte diagrama da Fig 7.14, Alguns problemas advém do facto do valor de K/S da amostra tingida nao ser uma combinagio linear dos valores de K/S individuais, nomeadamente quando 0s corantes interagem. A proporcionalidade de K/S © concentragio de corante depende do esgotamento do corante, Dado que o esgotamento do corante na fibra diminai com o aumento da concentragio de corante no banho, entio o grifico K/S em fangio da concentracio de ccorante na fibra nfo sera uma recta, mas haveré uma diminuicio gradual do declive, Ha programas que entram em linha de conta com esta variagio © conseguem gerar concentragées em fungio dos declives A qualidade da imiagio duma cor depende em grande extensio do tipo de informagio fomecida a0 instrumento sobre cada corante usado para esse fim, Para construit uma base de dados do tipo K/S versus concentragio 0 corante ¢ aplicado a.um determinado substracto a varias concentragées, sendo determinante que o processo de aplicacio no laborat6rio estefzinfluenciado por um mimero mfnimo de fontes de erro identificaves ¢ controléveis garantindo uma boa reproductibilidude dos tingimentos proceso € 0 substracto adoptados na construgio da base de dados tém que ser 0 ‘mais representativos possivel da realidade de trabalho na empresa. A maior parte dos corantes que sio directamente absorvidos pelas fibras, possbilitam uma boa previsio de reccita, enquanto que os corantes que dependem de reacgdes quimicas, como os de cuba ¢ 0s reaetivos, dio mais problemas de imitagi Com programas de computagio adequados podem fizerse ripidos célculos usando ‘exquagies simultineas para trinta € dois comprimentos de onda ¢ para relagies no, lineares de K/S, fungio da concentragio inicial de corante no banho, 18 Colorimetia Reflectincia ov X, Y,Z da amosira a imitar Caracteristicas do iluminante e observador. Cocficientes de ebsorcio para os coraates. Reflectincia do substrata | Receita iniel, Ce Ce Oe ’ Avaliagio Besa ) Comersto de refkcdacia nos valotes XY 21 ’ Caleulo de: ¥ Se Nio AX, AY ¢ AZA.O1 — + [se imprimir receita Fig.7.14- Método iterative para imitagso de tristimulus 163 Manual de Estamparia Text As receitas incluem trés ou mais corantes e para diminuir o tempo de resposta pode desde logo fazer-se uma selecgio prévia, Escothendo m corantes como possiveis, as combinagdes serio: ee 3n=3y Dadas as limitagdes dos métodos deseritos, espera-se que 0 sxcesso de uma imitagio certa & primeira ver esteja dentro do intervalo 30-80 %, o que obriga a verificagies no laboratério ¢ a uma grande inseguranga no resultado final (Os métodos de calculo de receituario podem falhar ¢ dar solugdes bastante afastadas da realidade peto que. hoje em dia se usam métodos de cileulo mais complexos como por exemplo o SMART MATCH, capazes de encontrar receitas certas & primeira em 90 -100% dos casos. ‘Com uma anilise sistemitica das diferengas entre as receitas finais da producio ¢ as receitas caleulidas inicialmente, € possivel quantificar as influéncias negativas, O algoritmo de correesio aplicado elimina os erros causados pela no conformidade 4 teoria, antes do primero tingimenta, E necessério entio introduzir os dados colorimetsicas das amostras do laboratério ¢ da produgio, associados as corres pondentes receitas, construindo uma base de dados bem estruturads, com uma quaniidade apreciével de casos priticos 8° Capitulo Dados Estatisticos e Econémicos Manual de Esaropaia Tex 8, DADOS ESTATISTICOS E ECONOMICOS 8.1 Globalizagiio dos Mercados Qual a influéncia da globalizagio dos metcados na indiistria téxtil? Independente- mente de se produzirem téxteis em todo o mundo, a sua fabricagio cem vindo a deslocar se rapidamente nos tikimos anos Depois de um certo deslocamento do Norte para © Sul seguiu-se um deslocamento para Este (Hong Kong, Taiwan, Tailindia, Corcia do Sul e ultimamente China). No entanto, parece que este deslocamento, que foi ducante algum tempo massivo, estabilizou, No que respeita a0 consumo, esse deslocamento foi bastante menor. Os grandes consumidores continuam 4 ser os Estados Unidos, a Europa c 0 Japao. Porém, devido ao forte aumento do produto social bruto dos novos centros de proxdusio, também nestes paises tem havido o aparecimento de mercados de alta qualidade ¢ de curtas metragens, Por todas estas razdes, cada vez se fala da globalizacio dos mercados, As exigéncias de qualidade impostss na produgio sio cada vez mais semelhantes em todo o mundo 1 que retia aos paises onde a mio de obta € muito barata_o seu poder competitiva, 1uma vez que essa mo de obra é simmultaneamente pouco qualificada Isto explica que a indistta téxtl dos paises mais desenvolvidos continue a resist, tanto mais que o factor moda € a consequente necessidade de Resposta Rapida cencontrou nas novas tecnologias © meio de evitar a disseminagio demasiado ripida da globalizagio da produgio 8.2 Produgdo mundial de estampados Durante 0 periodo compreendido entre 1968 € 1986, a axa de creseimenty média situow-se & volta dos 2,9% com uma producto estacionsria ou em tecuo durante 6 anos (de 1978 - 1984), 165 Daas Fxaisticos e Econénicos A partir desta data produgio mundial aumentou constantemente até atingie um miximo em 1991, No periodo de 1992 a 1994 houve diminuigio, havendo grandes disparidades geogrificas: diminuiu na Europa (Ocidental ¢ de Heste) © em Africa € aumentou nas outras reyges Em 1994 a produgio mundial de estampados rondava os 20 milhdes de metros lincares, a que correspondem 28.5 milhies de m2. Nesta altura as projecgdes para os anos de 1995-97, era um aumento de cerca de 3% ao ano, © que cortesponde aproximadamente ao crescimento da populagio mundial A analise da fig, 8.1 mostra a que ponto a Europa no € uma grande produrora (em volume) de estampados (cerca de 20% da producio mundial), sendo na Asia onde se concentra essa produgi, A India (3.5 milhdes de metros) produz s6 por si quase tanto como 0 conjunto da Europa Ocidental (24 milhdes de metros) € da Europa de Leste (1.5 milhdes de metros) Entre 0s paises producores de estampados mais importantes so de rcalgar ainda as produces da China (1,8 mithies de metros), do Paquistio (980 mithaes de mettos), da Indonésia (800 milhGies de mottos), da Telia (600 milhies de metros) ¢ do Japio (G00 milhdes de meteos) Produgdo Mundial de Estampados 12% extremo Oriente |MProximo Oriente 8% |Brixmo On DB Atica mis P47 america Lating América do Nore D9% Europa de Leste 3% Europa Ocidental mex - Fig8.1-Producio Mundin! de Bstampados (199481) Manval de Esanpaia Tet 8.3 Evolugio das téenicas de estamparia ‘Técnicas de Estampar 1978 1982 1986 1990 1992 1994 Ano Fig82-Esvolucto das wenicas de estampar [82] [83] [84] [3.5] Por anilise da fig8.2 vemos que a estamparia com, quadros rotativos ultzapassou as principalmente em detsimento da estamparia a0 rolo, Esta que era dominante i 20 anos marginaliza-se cada ver mais ¢ 0 Sinal mais marcante deste dle material deste po ji na ITMA 87 [8.7 As dltimas estatisticas disponiveis (1994) revelam que dos 28500 km? de tecidos ‘estampados por anno. mundo 85% 0 sio por impressio com quadros rotativos ‘outeas técnik facto foi a avsen ¢ planos, Por sua vez a estamparia com quadros rotativos ultrapassava 60% em volume da produgio mundial e era cerca de 80 % do total da produgio da Europa Ocidental. Devido a tendéncia para a diminuieao do tamanho das encomendas os ‘quactos planos tém vindo ulkimamente a recuperar terreno (sobretudo na Europa). A estamparia a0 rola, que como se referiu tem vindo a descer continuamente, repre- senra nesta altura menos de 10% do total da produgio, enquanto que o transfer estabilizou nos 4%, 8.4 Nuimero de cores por desenho Com base nos estudos da Stork, constata-se que & nivel mundial a média de numero de cores era ligeiramente regressivo entre 1980 ¢ 1986 (entre 3% e 10%) salvo para 168 Dados Fast ¢ Beaneriens a estamparia em mesa que progredit: 10%. (© niimetor médio de cores pos desesho varia segundo as téenicas de estamparia utiizadas, Os iiltimos dados referentes 2 1992 ¢ 1994 referem que o niimero de cores médias por desenho aumentou na estamparia rotativa, passando de 6.2 em 1992 para 6.6 em 1994 (6.9 na Europa Ocidental 2 7.9 na América do Norte) 8.5 Metragem colocada em miguina por desenho Como do conhecimento geral a metragem média tem vindo a diminuir constante- mente ao longo dos iihimos anos, seam quais forem as técnicas de estampara: TécnicaiAno 1989 1992 1994 Quadro rotative 4520 4460 3520 Quadro plano 2920 2030 1680 Rolo 6200 5410 4800 ‘Tak6.l - Metragem méba por desenho}8.2} De notar que na Europa Ocidental a metragem média em quadzo plano & apenas de 700 m. Isto implica 2 necessidade de uma grande Mlexibilidade quer da mio de obra quer das méquinas 8.6 Reparti¢ao por tipos de suportes SupartesiAne| 1980) 1886 98 Twa-Tama 0% a9% 90% Maha 1% o% o% Outros - a 1% ‘Tab82- Repurdcio por tpos de supurtesB 2U84) E na América do Norte que se estampa mais malha (cerca de 15%), seguindo-se a 169 Manual de Estanpart Tet Futopa Ocidental com quase 10% ea América Latina com 9Y%. Nas restantes regides © total de malhas estampadas € inferior a 4%, 87 Repartigao por tipos de fibras © algodio estampado sozinho ou em mistura com o poliester & largamente domi ame. A esampagem de poliester desenvolveu-se principalmente ao Extremo Orient, Os valores da poliamida aio contém os valores correspondentes a estamparin de reves- timento do chio, Em 1994, 0 algodio represemtava 48% da producio, seguido pelas mistaras algodio- policster (19%), viscose (15%) e poliester (13%). Na Europa Ocideatal o algodio ¢ 4 viscose representavam respectivamente 40) ¢ 22% da producio. ‘Técnicas de Estampar 70 60 40 10 1978 1982 1986 1990 1992 1994 Ano Fig Repartigio da produgio de etampados por tipos de Hbrasf8.2) [3I84]8.5) 8.8 Classes de corantes utilizados em estamparia Duas grandes classes de corantes dominam em estamparia: ~ 08 pigmentos tém 46% em 1983, 52% em 1986, 50% em 1993 © 46% em 1994; = os corantes.reactivos 20% em 1983, 26% em 1986 © 27% em 1994 0 Dados Essense Feonénieos Quanto aos restates corantes - 08 nafidis que foram autrora bastante importantes na estamparia, deivaram de 0 ses,e pode se mesmo interrogars¢ eles subsistirio nos prosimos anos como eorantes téxteis, devide 4 toxicidade de certas moléculas; ~ 1 ligeira progressio dos corantes de cuba deve-se sobretudo ao interesse pela ‘estamparia por corrosio. Também temos que considerar que para certos artigos, como tecidos de mobilitio, as exigéncias de solidez 4 luz forcam os estampadores ‘a orienrarem-se nesta classe de corantes. Porém, em 1994, a sua utilizagio estava estabilizada nos 7% (13% na América do Norte ¢ 23% na Europa Ocidental); = 4 percentagem dos corantes dispersos tem vindo a crescer, sendo em 1994 de 15% 18.2}: ~ 08 corantes dcidos ¢ metaliferos seguiram, excepto a estamparia de tapetes, a evo- lugao deccescente da poliamida; ~ 08 corantes eatisnicos, sto fortemente utilizados no tingimento, mas pouco na estamparia, Muitas das vezes a fibsa acrilica,utilizada sozinha ou em mistura com 0 algodio, ¢ estampada com pigmentos Produgio Mundial de Estampados cry | 2ecromo ovens ne, ronnie mia 47% leapntiea Latina 'mAmerica do Nort D9 [Europa de Leste G35. |MEuropa Ociderial Fgh Chases de eoeates ued rm extampara [87] 8.9- Outras estatisticas Na Europa Ocidental a estamparia a feiio representa 46% da producio e a percen- tagem de segunda escolha e rejeitados & em media de 3.3%[8.2). Bibliografia Manwal de EStanparia Tea 9. BIBLIOGRAFIA 2.-Mde Aragjo. 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