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Tribunal do Júri
RESUMO
O artigo que se segue tem como objeto de estudo os princípios norteadores da sessão de
julgamento nos Tribunais do Júri após a reforma do Código de Processo Penal (CPP)
demonstram claramente sua relevância para a efetiva aplicação da lei.O Tribunal do Júri com
origem na Magna Carta, da Inglaterra, em 1215, espalhando-se, posteriormente, pela Europa com
a Revolução Francesa, sempre assumiu uma composição popular. Chegou ao Brasil em 1822,
mas destinava-se apenas a julgar os crimes da liberdade de imprensa. Transitou pelas
constituições brasileiras seguintes inserido ora no capítulo do Poder Judiciário, ora nos direitos e
garantias individuais, firmando-se neste último, onde adquiriu status de cláusula pétrea e foi
garantido pelos seguintes princípios: soberania dos veredictos, plenitude de defesa, sigilo das
votações e competência para os crimes dolosos contra a vida. Assim, o júri é, atualmente, uma
garantia formal do devido processo legal aos acusados por crimes dolosos contra a vida. As Leis
11.689/2008 e 11.690/2008 introduziram profundas alterações no procedimento do júri, e para
tanto a reforma se baseou, principalmente na sessão de julgamento, nos seguintes princípios:
garantismo, efetividade, celeridade, da concentração dos atos, democratização da justiça popular,
da razoável duração do processo, da publicidade, da não auto-incriminação, da paridade de
armas, da imediação, da verdade material, da unicidade de julgamentos, entre outros.
1 Introdução
O Tribunal do Júri está previsto no art. 5º, XXXVIII, da Constituição Federal (CF), portanto está
inserido no contexto dos direitos e garantias individuais, regido pelos princípios constitucionais da
plenitude de defesa, sigilo das votações, soberania dos veredictos e competência para os crimes
dolosos contra a vida.
Vale ressaltar que o Tribunal do Júri é um órgão do Poder Judiciário, pois é composto por um juiz
presidente (magistrado togado) e vinte e cinco jurados que serão sorteados dentre os alistados, 7
(sete) dos quais constituirão o Conselho de Sentença em cada sessão de julgamento.
A sessão de julgamento do Tribunal do Júri trata-se de uma segunda fase do procedimento dos
crimes dolosos contra a vida, o qual se inicia após a fase de pronúncia, momento em que o juiz
acredita haver índios suficientes de autoria e materialidade dos fatos imputados ao acusado,
mandando-o à julgamento em plenário.
Esta fase sofreu significativas mudanças com a Lei 11.689/2008, que embasada em diferentes
princípios constitucionais, processais penais, implícitos e expressos, de acordo com as
necessidades da nova realidade social, adotou um sistema mais célere e garantista do processo.
Entre os principais princípios adotados pela nova sistemática estão: garantismo, efetividade,
celeridade, da concentração dos atos, democratização da justiça popular, da razoável duração do
processo, da publicidade, da não auto-incriminação, da paridade de armas, da imediação, da
verdade material, da unicidade de julgamentos, entre outros.
O artigo se inicia abordando aspectos históricos do Tribunal do Júri, descreve a nova sistemática
processual do respectivo tribunal, informa os princípios constitucionais basilares que o orientam, e
por fim, explana os princípios fundantes da reforma do procedimento do Tribunal do Júri
referentes à sessão de julgamento.
O Tribunal do Júri foi criado pela Magna Carta, na Inglaterra, em 1215, embora já tivesse sido
conhecido na Grécia e em Roma tempos antes. Na Palestina, com o Tribunal dos Vinte e Três
nas vilas em que a população fosse superior a 120 famílias. Eram julgados os processos puníveis
com pena de morte e seus membros eram escolhidos entre padres, levitas e principais chefes de
famílias de Israel.
Na Grécia, desde o Séc. IV a.c, com o Tribunal dos Heliastas, era a jurisdição comum, reunindo-
se em praça pública e composto de cidadãos representantes do povo. Em Esparta, os Éforos
(juízes do povo) tinham atribuições semelhantes ás dos Heliastas. Durante a República, em
Roma, o júri atuou, com os juízes em comissão, conhecidos por questiones. Quando se tornaram
definitivos passaram a chamar-se de "questiones perpetuoe", por volta do ano 155 a.c. (Nucci :
2008).
O Tribunal Popular, na Constituição de 1946, voltou a ser previsto no capítulo dos direitos e
garantias individuais. Mantido no mesmo capítulo pela Constituição de 1967, e também pela
Emenda Constitucional de 1969, sendo nesta garantido apenas o julgamento para os crimes
dolosos contra a vida, sem menção à soberania, sigilo das votações ou plenitude de defesa.
Na vigente Constituição de 1988, fez-se a previsão do júri, também nos direitos e garantias
individuais, com expressa menção aos princípios da soberania dos veredictos, sigilo das votações
e plenitude de defesa. Sendo sua competência restrita aos crimes dolosos contra a vida.
Portanto, o júri é uma garantia do devido processo legal, pois dá ao acusado por crime doloso
contra a vida o meio adequado, se for o caso, ter a sua liberdade suprimida. Assim, é uma
garantia formal e não material vislumbrada na Constituição Federal como cláusula pétrea (art. 60,
§4º, IV, CF).
Nenhum ato será adiado, conduzindo-se coercitivamente os ausentes que deveriam comparecer.
O prazo para a conclusão da instrução será de 90 dias. Logo, se não observado, renderá ensejo
a excesso que poderá, conforme o caso, resultar na soltura do acusado preso.
A fundamentação da pronúncia deve ser restrita, assim como previa a sistemática anterior à
reforma, ligada agora ao juízo positivo de materialidade e indícios de autoria; a capitulação
jurídica se refere ao tipo base, qualificadoras e majorantes. Surgindo notícia de co-autoria ou
participação não veiculada na denúncia, originalmente, em vez de aditamento para sua inclusão,
proceder-se-á à separação de processos.
Com a nova previsão legislativa, o acusado solto com paradeiro ignorado será intimado da
decisão de pronúncia por edital.
Pouca ou nenhuma novidade está prevista para a hipótese de impronúncia, que permanece como
antítese da pronúncia. Prevê o texto, expressamente, que surgindo prova nova que a contrarie,
será oferecida nova denúncia, salvo se estiver extinta a punibilidade. A decisão de impronúncia,
assim, equivale, em efeitos práticos, à que determina o arquivamento do inquérito policial.
A absolvição sumária, que subtrai do júri a análise de fato intencional praticado contra a vida, será
admitida em hipóteses evidentes de: a) inexistência do fato; b) não ser o réu autor ou partícipe do
fato; c) o fato não constituir infração penal; d) causa de exclusão do crime ou de isenção de pena,
salvo art. 26, caput, CP, se não for a única tese da defesa.
Se o juiz verificar que o fato não se trata de crime doloso contra a vida, remeterá os autos ao juiz
competente, declinando de sua competência.
Inicia-se a segunda fase (judicium causae), com a supressão do libelo. Segue-se a intimação
para: arrolar testemunhas a serem ouvidas no plenário do júri, requerer diligências e juntar
documentos.
Podem ser jurados cidadãos maiores de 18 anos, devendo ser de 800 a 1.500 nas comarcas de
mais de 1.000.000 de habitantes., 300 a 700 nas de mais de 100.000, e 80 a 400 nas de menor
população, com possível aumento. A lista geral será completada anualmente.
Importante novidade, que visa à evitar a "profissionalização" do jurado: é a exclusão, da lista
geral, do jurado que tiver integrado o Conselho de Sentença nos 12 meses anteriores à
publicação.
Além das antigas hipóteses, como: ordem pública, dúvida sobre a imparcialidade do júri ou para
segurança pessoal do acusado, ocorre o desaforamento do julgamento em caso de excesso de
serviço, se o julgamento não puder ser realizado no prazo de 6 (seis) meses, contado do trânsito
em julgado da pronúncia – salvo o tempo de adiamentos, diligências ou incidentes de interesse
da defesa.
O Juiz presidente reserva datas na mesma reunião periódica para a inclusão de processo que
tiver o julgamento adiado. Haverá o sorteio dos jurados para a reunião pelo próprio Juiz,
precedido de intimação do Ministério Público, Ordem dos Advogados do Brasil e Defensoria
Pública, independentemente do comparecimento efetivo. São sorteados 25 jurados, em vez dos
21 anteriormente previstos. A recusa no alistamento ou o não comparecimento acarretam multa
de 1 a 10 salários mínimos ao jurado. Havendo escusa de consciência, há previsão de serviço
alternativo, proporcional e razoável, como atividades administrativas, assistenciais, filantrópicas
ou mesmo produtivas, no Poder Judiciário, na Defensoria Pública, no Ministério Público ou em
entidade conveniada.
O julgamento não será mais adiado, no caso de ausência se houver intimação válida, salvo
pedido de dispensa de comparecimento subscrito pelo acusado e por seu defensor, adiando-se
para o primeiro dia livre da mesma reunião.
De acordo com o art. 483, do CPP, serão formulados quesitos sobre: a) matéria de fato; e b)
possível absolvição do acusado. Os quesitos serão elaborados com base na pronúncia,
interrogatório e alegações das partes, observando-se a seguinte ordem: a) materialidade do fato;
b) autoria ou participação; c) se o acusado deve ser absolvido; d) se existe causa de diminuição
de pena alegada pela defesa; e) se existe circunstância qualificadora ou causa de aumento de
pena, reconhecidas na pronúncia ou em decisões de admissibilidade posteriores.
A resposta coincidente em número superior a três encerra a votação, sigilo dos veredictos. Assim,
não há revelação de decisão unânime. Negada materialidade ou autoria, absolve-se; afirmadas,
quesita-se, ainda, se "o jurado absolve o acusado(?)". Condenado, prossegue-se na votação.
Em uma primeira análise, impende destacar os princípios em uma visão etimológica definindo-o
como causa primária ou elemento predominante na constituição de um todo orgânico.
Um princípio constitucional é, dessa forma, a base de todo o ordenamento jurídico como um todo,
principalmente, com relação às normas infraconstitucionais. Neste sentido, preleciona Mendes
(2009, p. 57):
A sua gênese e o modo como são positivados nos textos constitucionais evidenciam, por outro
lado, que os princípios jurídicos possuem, igualmente, uma importante dimensão institucional,
como fatores de criação e manutenção de unidade política, à medida que, nos momentos
constituintes, por exemplo, graças à amplitude e à indeterminação do seu significado, eles
viabilizam acordos ou pactos de convivência sem os quais as disputas ideológicas seriam
intermináveis, e os conflitos delas resultantes não permitiriam a promulgação consensual das leis
fundamentais.
No tocante aos princípios embasadores de cada área do Direito, em particular, estão os princípios
processuais penais, que não possuem qualquer dependência com os constitucionais, mas que
são receptores das perspectivas gerais principiológicas constitucionais para plena e efetiva
aplicação. Assim, cumpre inferir que o texto da lei ordinária deve se amoldar ao que consta da
Constituição Federal.
a)Plenitude de defesa
Este princípio está interligado ao princípio do devido processo legal (art. 5º, LIV, CF), garantido
pelo contraditório e ampla defesa.
Entretanto, embora tenham ampla relação, sejam duas garantias fundamentais, previstas no
mesmo art. 5º da CF, possuem destinatários diversos. Enquanto aos acusados em geral garante-
se a defesa ampla, aos réus dos processos em trâmite no Tribunal do Júri, garante-se a defesa
plena.
A ampla defesa expande a possibilidade de defesa, valendo-se dos instrumentos e recursos
previstos em lei evitando-se qualquer forma de cerceamento. A plenitude da defesa sugere-se a
defesa perfeita, dentro, obviamente, das limitações naturais dos seres humanos. Nessa corrente,
expõe Mendes (2009, p. 627): "[...] observa-se que há de ser garantida, tendo em vista o modelo
de julgamento que se realiza perante juízes leigos. É a plenitude de defesa que permitiria a
anulação de julgamento e a realização de outro no caso de defesa insuficiente, falha ou
contraditória".
Aos réus, no Tribunal do Júri, a defesa é potencializada com extraordinária expressão da defesa
técnica e da autodefesa, admitindo-se argumentos extrajurídicos (morais, religiosos, éticos etc),
possibilitando ao juiz presidente a dissolução do Conselho de Sentença diante de Sentença
diante da deficiência técnica do advogado. Desse modo, há desequilíbrio entre as partes,
devendo pender o juiz, nas questões de direito, em favor do defensor, logo, do acusado.
Tal preferência está calcada na Política Criminal, pois no Tribunal Popular, os jurados, cidadãos
leigos que são, em poucas horas de debate, devem decidir a sorte de alguém - condenando ou
absolvendo - lastreados em argumentos expostos pelas partes. E tais defesas precisam ser
absolutamente equilibradas? Por certo que não. Há que se ter postura, até mesmo humanista, de
permitir ao réu uma defesa perfeita. Ademais, o Tribunal do Júri é soberano, suas decisões não
podem ser reformadas, quanto ao mérito, por tribunais togados. Por isso, faz-se imprescindível
que a defesa seja plena.
Previsto na Constituição e também no art. 485, caput, CPP, este princípio garante aos jurados a
liberdade para proferir seu veredicto.
Não há ferimento ao princípio constitucional da publicidade, previsto no art.5º, LX, quanto no art.
93, IX, CF, pois é possível limitar a publicidade de atos processuais quando a defesa da
intimidade ou o interesse social ou público assim exigirem. Assim, corrobora Mendes (2009, p.
627): "[...] embora em aparente contradição como disposto no art. 93, IX, da Constituição, que
preconiza a publicidade dos julgamentos, o sigilo das votações configura garantia para o próprio
jurado".
Impende destacar, ainda, que o julgamento não é secreto, porque é composto pelo representante
do Ministério Público, pelo assistente de acusação, pelo defensor e pelos funcionários do
judiciário, além de ser conduzido pelo juiz de direito.
Assim, a sala especial destina-se a deixar os jurados à vontade para ouvir explicações do juiz, ler
os autos do processo e votar sem qualquer tipo de pressão, pois o interesse público está
inequivocamente resguardado.
Ademais, este princípio foi evidenciado na reforma processual penal pela Lei 11.689/08, ao
consagrar a apuração dos votos por maioria, sem a divulgação do quorum total.
Não é permitida a substituição do mérito do veredicto pelas cortes togadas, assim, se houver erro
judiciário, o caso deverá voltar ao Tribunal Popular para novo julgamento, pois, em hipótese
alguma, pode-se invalidar o veredicto, proferindo outro, quanto ao mérito. Neste sentido é o
entendimento de nossa Corte Suprema, guardiã da Constituição Federal, citado por Mendes em
sua obra (2009, p. 626):
... tem o Supremo Tribunal Federal entendido que não afronta esse princípio a determinação de
realização de novo julgamento pelo Tribunal do Júri, em razão de contrariedade à prova dos
autos, ainda que o anterior tenha resultado na absolvição do réu. Ressalte-se que a decisão do
Tribunal do Júri a proferir uma decisão condenatória, o que seria plenamente compatível com a
idéia de soberania do veredicto. Ademais, nos termos da própria Constituição, enfatiza o Tribunal,
a soberania do veredicto há de se manifestar na forma da lei.
O texto constitucional, no art. 5º, XXXVIII, d, assegura ao tribunal do júri a competência privativa
para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida.
A constituição não limita o âmbito de competência só para os delitos dolosos contra a vida,
deixando à lei ordinária a possibilidade de ampliação, desde que assegurada a competência
mínima fixada pela Carta Magna.
Inclusive, sua instituição como cláusula pétrea tem apenas o objetivo de se manter o Tribunal do
Júri para que não venha a desaparecer do Brasil.
Por influência da Constituição de 1946 foram incluídos os crimes dolosos contra a vida no
contexto constitucional atual, mas a origem histórica deveu-se à vontade dos coronéis do sertão,
que, mandando matar seus oponentes, desejavam o julgamento dos seus mandatários no
Tribunal do povo. Desse modo, como haveria uma extensa pressão pela absolvição, os anseios
políticos da região seriam atendidos.
Considera-se crime doloso contra a vida apenas aqueles previstos no Capítulo I (Dos crimes
contra a vida), do Título I (Dos crimes contra a pessoa), da Parte Especial do Código Penal. Além
deles, aqueles delitos conexos, que por força da atração exercida pelo júri (art. 76,77, e 78, I, do
CPP), devem ser julgados também, pelo Tribunal Popular.
Assim, a competência do Tribunal do Júri é taxativa, já tendo se pronunciado o STF que nem
mesmo o genocídio pode ser submetido a julgamento pelo júri, pois é competência da Justiça
Federal singular. E, ainda, através da Súmula 603, STF: "A competência para o processo e
julgamento de latrocínio é do juiz singular e não do Tribunal do Júri."
Neste contexto, a sessão de julgamento do Tribunal do Júri, disposta a partir do art. 422, do CPP,
vislumbra hoje um procedimento preceituado nas seguintes bases principiológicas:
O Princípio da razoável duração do processo expressa que a ação deve ter uma duração
razoável, de acordo com a complexidade da causa, proporcional à demanda em juízo. É
plenamente previsto no instituto do desaforamento previsto no art. 427 e 428, do CPP. O
desaforamento consiste no ato por meio do qual se dá a alteração da competência territorial para
ao julgamento pelo Tribunal do Júri, submetendo-o a um foro estranho ao do delito, em razão da
ocorrência de um dos fatores previstos em lei. Todavia, tal instituto, aplicado somente em
situações extremas, de acordo com o art. 428, §2º, CPP, tentando resguardar o foro natural,
determina, em vista do direito da parte ser julgada em um prazo razoável, o julgamento imediato
do caso. Assim, se houve pleito de desaforamento por ter transcorrido mais de seis meses da
pronúncia e não houver excesso de serviço, poderá o Tribunal determinar o julgamento imediato
do caso.
O art. 434, CPP, simplificou a chamada dos jurados, dispensando a convocação pessoal que era
onerosa e demorada, devido ao grande número de julgamentos, especialmente nas grandes
cidades, aplicando-se a convocação pelo correio com aviso de recebimento (A.R).
O Princípio da verdade material consiste no postulado do Direito Processual Penal em que este
somente poderá ser aplicado se atingida a verdade material dos fatos imputados ao acusado para
que se alcance a efetiva justiça. O art. 480, §3º, CPP, em que proporciona ampla liberdade ao
jurado para a formação de seu convencimento, com a possibilidade de solicitar ao orador os
autos e instrumentos do crime para que possa superar dúvidas e incertezas em busca de
descoberta da verdade. O art. 475, CPP, em que determina o registro mais dinâmico e eficiente
da prova colhida em audiência, é uma verdadeira expressão da busca da verdade material dos
fatos em discussão. O art. 482, CPP, em que houve uma elementar simplificação na redação do
questionário, possibilitando um maior alcance da verdade e da realização da justiça.
6 Conclusão
A sessão de julgamento do Tribunal do Júri após a reforma do CPP adotou diferentes aspectos
em sua estrutura procedimental, visando sempre uma maior celeridade dos julgamentos,
baseando-se na garantia individual da razoável duração do processo e, principalmente, no
garantismo, que objetiva dar ao acusado amplo direito de defesa, a máxima liberdade e mínima
privação de direitos.
Além dos princípios constitucionais já consagrados, que são: soberania dos veredictos, plenitude
de defesa, sigilo das votações e competência para os crimes dolosos contra a vida, o legislador
ordinário reformador preocupou-se em modular a nova sistemática adotando diferentes preceitos.
No Princípio da razoável duração do processo, este deve ter uma duração razoável, de acordo
com a complexidade da causa, proporcional à demanda em juízo; Princípio da Publicidade visa
dar conhecimento ao público em geral de atos ou procedimentos judiciais; Princípio da não auto-
incriminação expressa o direito do acusado não ser obrigado a produzir prova contra si mesmo,
tendo o direito de permanecer calado sobre fatos que lhe estão sendo imputados; Princípio da
paridade de armas constitui o direito de ambas as partes processuais possuírem os mesmos
meios de alcançar seus respectivos direitos; Princípio da imediação é a possibilidade deferida ao
acusador, e ao defensor de interrogarem o réu e as testemunhas na forma direta, oferecendo
uma maior proximidade comunicante entre o tribunal e os participantes no processo;
O Princípio da verdade material consiste no postulado do Direito Processual Penal em que este
somente poderá ser aplicado se atingida a verdade material dos fatos imputados ao acusado para
que se alcance a efetiva justiça; Princípio da dignidade da pessoa humana postulado
constitucional que consagra o respeito ao homem como sujeito de direito e obrigações carecedor
de proteção do Estado sobre todos os seus preceitos vitais; E, por fim, o Princípio da unicidade
de julgamentos expõe ao máximo a proteção à unidade de julgamentos entre co-autores e
partícipes evitando decisões conflitantes.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal. 15ª ed. São Paulo: Saraiva, 2008.
FERREIRA G., Coelho I., Branco P. Curso de Direito Constitucional. 4ª ed. São Paulo: Saraiva,
2009.
.Manual de Processo Penal e Execução Penal. 5.ed.,atual e ampl. São Paulo: Revista dos
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MENDONÇA, Andrey Borges de. Nova Reforma do Código de Processo Penal: comentado artigo
por artigo, São Paulo: Método, 2008.
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 23ª ed. São Paulo: Atlas, 2008.
NUCCI, Guilherme de Souza. Tribunal do Júri, São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008.
Fonte: Webartigos.com | Textos e artigos gratuitos, conteúdo livre para reprodução. 1
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Nila de Queiroz