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PROCESSO TC N° 01968/07
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impostos, cumprindo o comando do art. 212 da Constituiçã Federal; \;
13. os gastos com remuneração dos profissionais do magi ér alca valor equivalente a 61,86% ,"
da receita do FUNDEF; rl!/~,
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
17.7.
17.8.
Construção Ltda, importando em R$ 21.614,42; e
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Em virtude das irregularidades anotadas no item "17" e sub-itens, o interessado, regularmente notificado,
apresentou as justificativas e documentos de fls. 1677/3421.
Posteriormente, através do Documento TC n° 21828/08, fls. 342415085, o Causídico solicitou a junção de
vasta documentação.
O Relator, após informação da Auditoria de que a defesa ainda não tinha sido analisada, autorizou a
anexação e análise das novas peças.
A Auditoria, no relatório de análise de defesa às fls. 5124/5135, entendeu elididas as falhas relacionadas
à contabilização equivocada da receita de capital como receita corrente, não empenhamento do INSS patronal e
descaso na conservação da frota municipal. Reduziu os valores da despesa sem licitação de R$ 506.584,97
para R$ 84.491,35, das despesas não comprovadas com combustíveis de R$ 21.884,15 para R$ 8.688,00, das
despesas não comprovadas com INSS de R$ 229.653,83 para R$ 216.114,21 e da apropriação indébita das
consignações previdenciárias de R$ 139.475,32 para R$ 25.139,39. Quanto aos demais itens, manteve o
entendimento inicial, conforme comentários a seguir resumidos:
1. A DESPESA COM PESSOAL DO ENTE ATINGIU MONTANTE EQUIVALENTE A 68,27% DA
RECEITA CORRENTE LíQUIDA, SENDO 65,6% DO PODER EXECUTIVO E A DIFERENÇA, DO
LEGISLATIVO, EM DESACORDO COM OS ARTS. 19 E 20 DA LEI DE RESPONSABILIDADE
FISCAL, SEM A INDICAÇÃO DE MEDIDAS ADOTADAS OU A ADOTAR, EM VIRTUDE DA
ULTRAPASSAGEM DE QUE TRATA O ART. 55 DA MESMA LEI
Defesa - Ao alegar que os cálculos da Receita Corrente Líquida elaborados pela Auditoria (R$
15.580.350,88) não refletem a realidade apresentada nos demonstrativos contábeis, exibiu a
importância de R$ 19.634.927,30 como RCL calculada a partir do doc. 02, inserto às fls. 1698/1713,
evidenciando que a despesa com pessoal (R$ 10.653.246,90) alcançou 54,25% daquele valor.
Acrescentou, ainda, que, deduzindo-se as obrigações previdenciárias patronais, que somaram R$
1.751.855,27, a aplicação é reduzida para 42,49% da RCL.
Auditoria - Com base na documentação apresentada pela defesa, a RCL atingiria R$ 18.030.207,30,
portanto, diferente do valor apontado nos argumentos. Adiantou que os demonstrativos contábeis
apresentam-se eivados de erros, conforme item 4 do relatório inicial (fls. 1654/1655) e que o item ...'
"8.1.1." do mesmo relatório, fl. 1660, exibe consistentemente os itens que compõem a RCL. Por fim,
ressaltou que o Parecer PN TC 12/2007, além de afrontar o disposto no art. 18 da LRF, sua aplicaç~
não retroage a eventos anteriores a sua publicação.
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4. NÃO CONTABILIZAÇÃO
INSS
DA DíVIDA FUNDADA RESULTA
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DO PA~t:l.P.lvIENTO JUNTO AO
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Defesa - Justificou que o INSS não informou a tempo a importância negociada, conforme
mencionado no relatório da Auditoria, item "4.4".
Auditoria - A informação foi solicitada no início de 2007 e a inspeção do Tribunal ocorreu em agosto
de 2008, portanto, houve tempo suficiente para reiteração do pedido.
5. REALIZAÇÃO DE DESPESAS SEM A OBRIGATÓRIA ANTECEDÊNCIA DE LICITAÇÃO,
TOTALlZANDO R$ 84.491,35
Defesa - quanto à limpeza urbana (R$ 39.427,10), alegou que decorreu da TP nO02/2005, cujo
contrato, no valor de R$ 590.957,52, vigorou de 16/03/2006 a 16/03/2007, data em que recebeu
aditivo, com prorrogação de prazo por três meses e acréscimo de R$ 147.739,38 ao valor contratado.
No atinente aos serviços de pavimentação (R$ 23.449,83), alegou que a despesa decorreu do
Convite n° 53/2005, tendo como credor FC Projetos e Construções Ltda, conforme NE 205, fl. 2005, e
não Rosilda do Nascimento Silva, como anotou a Auditoria. No tocante à aquisição de material de
construção (R$ 21.614,42), justificou que a despesa foi licitada através da TP nO04/2004, cujo
contrato vigeu por 180 dias, a partir de 09/07/2004, no valor de R$ 599.142,06, com posterior
aditamento de R$ 46.537,61.
Auditoria - Quanto à limpeza urbana, admitiu os argumentos, porém ressaltou que o valor do
contrato somado ao aditivo atinge R$ 736.696,90, enquanto foi paga a importância de R$ 776.124,00,
sendo R$ 470.796,00 em 2005 e R$ 305.328,00 em 2006, subsistindo R$ 39.427,10 desprovidos de
licitação. No tocante aos serviços de pavimentação, o gestor apresentou apenas cópia da Nota de
Empenho, faltando os demais documentos de despesa. No atinente aos materiais de construção, o
contrato vigorou até 09/01/2005 e o aditamento foi celebrado em 17/08/2005, portanto, por ser
intempestivo, é nulo.
6. DESPESA NÃO COMPROVADA COM COMBUSTíVEIS, TOTALlZANDO R$ 8.688,13
Defesa - Anexou os documentos de fls. 2782/2884.
Auditoria - As Notas de Empenho nO1051 e 1709, nos respectivos valores de R$ 5.223,00 e R$
3.465,13, perfazendo R$ 8.688,13, não estão acompanhadas de recibos, notas fiscais e cópias de /t
cheques. ( i
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classificada em "Vencimentos e Vantagens Fixas" em vez de "Obrigações Patronais", não tendo sidor ...
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considerada inicialmente. Ressaltou que dita despesa não foi devidamente c p~ ada, elevando o~\.
valor da despesa orçamentária não comprovada com obrigaçõ s patron . ae 18.333,97 para R$
50.028,52.
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r.o.at'
O Relator entende que não são suficientes para motivar a emissão de parecer contrário à aprovação das
presentes contas, as falhas relacionadas à (1) falta de previsão na LOA dos créditos o entários para
pagamento do INSS empresa; (2) incorreção dos demonstrativos, em ra ão da falt e onsolidação dos
~:~nços do Fundo Mun~ipal de Saúde; (3) despesa não licitada.no valor e $ 84 1. •
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da despesa orçamentária realizada; (4) licenciamento em atraso de parte da frota municipal; (5) pagamento em
atraso de obrigações previdenciárias, ocasionando juros e multa; e (6) divergência de informações entre as GFIP
e os valores apresentados nas folhas de pagamento.
As demais irregularidades dizem respeito à despesa não comprovada com combustíveis e INSS, excesso
nos gastos com pessoal, apropriação indébita de consignação previdenciária e aplicação de apenas 14,82% da
receita de impostos em ações e serviços públicos de saúde.
Quanto à despesa não comprovada com combustíveis, os documentos insertos aos autos comprovam
devidamente a despesa, conforme apurou o Parquet.
No tocante ao excesso nos gastos com pessoal, a exclusão das obrigações patronais, na forma
disciplinada pelo Parecer Normativo PN TC 12/2007, enquadra a despesa aos limites legais, conforme entendeu
o Parque!.
No atinente à aplicação em saúde, a Auditoria, em manifestação inicial, anotou que o gestor aplicou valor
equivalente a 14,95% da receita proveniente de impostos, sem, no entanto, incluir no rol das irregularidades.
Apesar da omissão, o gestor se manifestou sobre o item, tendo a Auditoria concluído pela aplicação de 14,82%.
O Relator entende que a falha pode ser relevada, em virtude da modicidade da diferença entre o valor aplicado e
o limite mínimo de 15%, conforme também entendeu o Parque!.
No que concerne à apropriação indébita de consignações previdenciárias e à despesa sem comprovação
com INSS, o Relator, em concordância com o Parquet, entende que constituem motivos para emissão de
Parecer contrário à aprovação das contas. .
Quanto à apropriação indébita, a Auditoria anotou, inicialmente, que o SAGRES apresenta como valores /
retidos dos servidores e pagos ao INSS, respectivamente, R$ 541.616,97 e R$ 402.141,65, exibindo a diferença (ri,
de R$ 139.475,32 como indevidamente apropriada pela Prefeitura. Após a análise da defesa, constatou q
foram recolhidos R$ 114.335,93, subsistindo R$ 25.139,39.
No caso específico da despesa com INSS sem comprovação, verifica-se, de fato, registro de pagamento
de natureza orçamentária no SAGRES, elemento econômico "Obrigações Patronais", na importância de R$
471.443,80. As comprovações por documentos dizem respeito à retenção direta na cota-parte do FPM, no valor
R$ 350.499,92, bem assim à parcela da empresa paga através de GPS, na importância de R$ 102.609,91,
perfazendo R$ 453.109,83, conforme levantamento da Auditoria à fi. 1666. Desta forma, permanece sem
comprovação a despesa orçamentária informada como paga no SAGRES, na importância de R$ 18.333,97.
No tocante à parcela extra-orçamentária, verifica-se registro de pagamento no sistema SAGRES de R$
402.141,65, apropriados em "Consignações - INSS". Como comprovação de tal pagamento, foram apresentadas
Guias de Recolhimento Previdenciário - GPS, no valor de R$ 190.821,76, conforme levantamento da Auditoria à
fi. 1666. Em sede de análise da defesa, a Auditoria acatou documentos encartados pelo gestor, solicitados
desde a ocasião da inspeção in loco, na importância de R$ 45.234,17, subsistindo sem comprovação R$
166.085,69.
Diante do exposto, constata-se que não foram devidamente comprovadas despesas com INSS,
registradas no SAGRES como pagas, no total de R$ 184.419,66, sendo R$ 18.333,97 de natureza orçamentária
e R$ 166.085,69, extra-orçamentária.
Assim, acompanhando a manifestação do Parquet, exceto no que se refere ao valor da imputação, o
Relator propõe aos Conselheiros do TCE/PB que: \
a) EMITAM PARECER CONTRÁRIO à aprovação das presentes contas, em razão da falta de \
recolhimento ao INSS de consignações previdenciárias efetuadas em folha de pagamento, no í::-+_
valor de R$ 25.139,39, e da evidente falta de comprovação de despesas com obrigações
previdenciárias devidas ao INSS, contabilizadas como pagas, o valor de R$ .:419,66;
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b) DECLAREMINTEGRALMENTEATENDIDOSos preceitosda i Respon .. ade Fiscal;
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c) IMPUTEM DÉBITO ao Prefeito, Sr. Híldon Régis Navarro Filho, na importância de R$ 184.419,66
(cento e oitenta e quatro mil, quatrocentos e dezenove reais e sessenta e seis centavos), referente às
despesas com INSS sem comprovação, indicadas como pagas no SAGRES;
d) APLIQUEM MULTA ao gestor, na importância de R$ 2.805,10 (dois mil, oitocentos e cinco erais e dez
centavos), em virtude das irregularidades anotadas no presente processo, com fulcro no art. 56,
inciso 11, da Lei Orgânica do TCE/PB;
e) REPRESENTEM junto à Delegacia da Receita Federal do Brasil, acerca da irregularidade
relacionada ao recolhimento previdenciário ao INSS, para as providências a seu cargo; e
D RECOMENDEM ao gestor maior observância dos mandamentos legais norteadores da Administração
Pública, contidos na Constituição Federal e nas Leis nO101/00, 4320/64 e 8666/93, bem como dos
normativos emanados do Conselho Federal de Contabilidade.
o processo foi relatado na sessão plenária de 17 de dezembro de 2008, tendo o patrono do Prefeito, na
fase de sustentação oral, solicitado a anexação de documentos que, segundo ele, comprovariam as despesas
efetuadas com contribuições previdenciárias. Nessa ocasião, o Relator e o Tribunal se manifestaram
contrariamente à recepção das novas peças.
Iniciada a votação, os Conselheiros José Marques Mariz e Antônio Nominando Diniz Filho acompanharam
a proposta de decisão do Relator, sendo que este último acrescentou a necessária verificação, por parte da
Auditoria, da legalidade dos pagamentos efetuados à empresa COPIAL. O Conselheiro Fernando Rodrigues
Catão pediu vista do processo, agendando-o para a sessão extraordinária do dia 18/12/2008.
O processo voltou a ser debatido na sessão plenária de 03 de março de 2009, tendo o Tribunal decidido,
por maioria de votos, pela emissão de parecer contrário à aprovação das contas, conforme proposto pelo
Relator. Acompanharam a proposta o Conselheiro Flávio Sátiro Fernandes e o Auditor Substituto de Conselheiro . /t
Marcos Antônio da Costa. Proferiram voto favorável à aprovação os Conselheiros Fernando Rodrigues Catão e /' Á
Fábio Túlio Filgueiras Nogueira. \
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3. DECISAO DO TRIBUNAL PLENO
Vistos, relatados e discutidos os autos do Processo TC n° 01968/07; e
CONSIDERANDO que a declaração de atendimento integral aos preceitos da LRF, a imputação de
débito, a aplicação de multa e a representação à Secretaria da Receita Federal do Brasil, aprovadas por maioria,
constituem objetos de Acórdão a ser emitido em separado;
CONSIDERANDO que, em seu voto, o Conselheiro Antônio Nominando Diniz Filho, ressaltou a
necessária verificação, por parte da Auditoria, das despesas efetuadas com a empresa COPIAL, durante o
exercício de 2008. Determinação que deve figurar também em Acórdão;
CONSIDERANDO o mais que dos autos consta;
Os MEMBROS do TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA PARAíBA (TCE-PB), por maioria, na sessão
plenária realizada nesta data, decidem:
EMITIR PARECER CONTRÁRIO À APROVAÇÃO DA PRESTAÇÃO DE CONTAS ANUAIS DO
MUNICípIO DE ALAGOA GRANDE, relativa ao exercício de 2006, de responsabilidade do Ex-prefeito Híldon
Régis Navarro Filho, em razão da falta de recolhimento ao INSS de consignações previdenciárias efetuadas em \\
folha de pagamento, no valor de R$ 25.139,39, e da evidente falta de comprovação de despesas com
obrigações previdenciárias devidas ao INSS, contabilizadas como pagas, no valor de R$ 184.419,66, ~,j,\ \ .
recomendando-se maior observância dos mandamentos legais norteadores da Administração Pública, contidos
na Constituição Federal e nas Leis n° 101/00, 4320/64 e 8666/93, bem como dos normativos emanados do
Conselho Federal de Contabilidade.
Publique-se.
Sala das Sessões do TCE-PB - Plenário Ministf1 1 . o. Cfl
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Conselhei{i~~~~J Conselheiro Fábio Túlio Filgueiras Nogueira
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Relator TU
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r--Ana Terêsâ1:Jõl5fegã . <s---
Procuradora Geral do Ministério Público
junto ao TCflPB
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