Professional Documents
Culture Documents
A crise dos anos 30 deixou ao Estado a responsabilidade de tentar evitar novas crises
econômicas, por meio de uma ação regularizadora. Para cumprir sua nova função, o Estado
ampliou também sua atividade financeira. Criou novos impostos, aumentando sua receita na
mesma proporção em que aumentaram os gastos.
No início da década de 80, com a eclosão da crise da dívida externa, o crédito externo
ao Brasil ficou escasso, fazendo com que o país tivesse mais uma vez que recorrer ao Fundo
Monetário Internacional – FMI, negociando uma ajuda financeira. Naquela época o cenário
fiscal do país apontava para os seguintes problemas:
a) déficit público elevado, porém com uma grande incerteza sobre o valor
exato desse déficit, em decorrência das dificuldades de mensuração;
b) ausência de estatísticas fiscais em consonância com as boas práticas
internacionais;
c) inexistência de mecanismo efetivo de controle do gasto público, que
possibilitasse respostas imediatas às diretrizes da política econômica.
O acordo com o FMI foi implementado a partir de 1983 e desde então houve muitos
avanços. A principal tarefa implementada em conjunto com técnicos do FMI e do governo, no
final de 1982, quando foi negociado o empréstimo, que incluía uma série de compromissos
assumidos pelo país, foi o aparelhamento do Banco Central para registrar as operações de
endividamento do setor público.
Nesse sentido, foi implementado critério de apuração do déficit público, mais
conhecido entre os economistas como Necessidades de Financiamento do Setor Público –
NFSP, sendo introduzidos no país os conceitos de Resultado Primário, Resultado Nominal e
Resultado Operacional, como instrumento para avaliar a sustentabilidade da política fiscal do
país.
Os principais avanços aconteceram a partir da segunda metade da década de 80 com
a necessidade de manter o endividamento público controlado mediante monitoramento do
déficit público, e de um modo geral da política fiscal do governo.
Dentre as principais medidas, no que se refere à eliminação de problemas históricos
que contribuíam para a falta de controle da política fiscal, colaborando para um maior
controle e transparência das contas públicas, destacam-se:
a) criação da Secretaria do Tesouro Nacional, em 1986, com a finalidade de
unificar, gerir e contabilizar os pagamentos e recebimentos do governo
federal;
b) criação da Conta única do Tesouro Nacional, em 1988, extinguindo a conta
movimento mantida no Banco do Brasil;
c) implantação, em 1987, do Sistema Integrado de Administração Financeira
do Governo Federal – SIAFI;
d) eliminação do orçamento monetário, incorporando suas despesas ao
Orçamento Geral da União - OGU;
e) transferências das operações de fomento, até então realizadas pelo Banco
Central, para o OGU;
f) incorporação ao OGU, a partir de 1988, de todas as despesas públicas
federais, inclusive as das autarquias, fundações e fundos;
g) transferência da administração da dívida pública para a Secretaria do
Tesouro Nacional e incorporação ao OGU das despesas com o pagamento de
juros da dívida pública, com submissão ao Congresso Nacional da aprovação
dos limites de endividamento.
Assim, durante a década de 90 as informações relativas às Necessidades de
Financiamento do Setor Público ganham uma ênfase cada vez maior dentro e fora do
governo. A Secretaria do Tesouro Nacional – STN passa a divulgar em conjunto com o Banco
Central as informações detalhadas do endividamento do setor público, informando aos
agentes econômico e à sociedade, por meio de boletins mensais, os principais aspectos
relacionados às contas públicas, como por exemplo, a variação da dívida, o resultado da
previdência social e o resultado do Tesouro Nacional.
De uma forma geral, a teoria das finanças públicas gira em torno da existência das
falhas de mercado que tornam necessária a presença do governo, o estudo das funções do
governo, da teoria da tributação e do gasto público.
As falhas de mercado: são fenômenos que impedem que a economia alcance o ótimo de
Pareto, ou seja, o estágio de welfare economics, ou estado de bem estar social através do
livre mercado, sem interferência do governo. São elas:
existência dos bens públicos: bens que são consumidos por diversas pessoas ao
mesmo tempo (ex. rua). Os bens públicos são de consumo indivisível e não
excludente. Assim, uma pessoa adquirindo um bem público não tira o direito de outra
adquirí-lo também;
Política Econômica
Nas relações comerciais entre dois países devem ser considerados os tipos de
câmbio, as taxas alfandegárias e os problemas da dupla imposição, uma vez que a
mudança em um desses fatores repercutirá sobre a economia nacional.
O Governo intervém de várias formas no mercado. Por intermédio da política fiscal e da
política monetária, por exemplo, é possível controlar preços, salários, inflação, impor choques
na oferta ou restringir a demanda.
Política Regulatória - envolve o uso de medidas legais como decretos, leis, portarias,
etc., expedidos como alternativa para se alocar, distribuir os recursos e estabilizar a
economia. Com o uso das normas, diversas condutas podem ser banidas, como a criação
de monopólios, cartéis, práticas abusivas, poluição, etc.
Função alocativa - Oferecer bens e serviços (públicos puros) que não seriam oferecidos
pelo mercado ou seriam em condições ineficientes (meritórios ou semipúblicos) e. criar
condições para que bens privados sejam oferecidos no mercado (devido ao alto risco,
custo, etc) pelos produtores, por investimentos ou intervenções, corrigir imperfeições no
sistema de mercado (oligopólios, monopólios, etc) e corrigir os efeitos negativos de
externalidades.
Política Fiscal
Política Fiscal é a manipulação dos tributos e dos gastos do governo para regular a
atividade econômica. Ela é usada para neutralizar as tendências à depressão e à inflação.
Política Monetária
Venda de Títulos públicos: quando o Banco Central vende títulos públicos ele
retira moeda da economia, que é trocada pelos títulos. Desta forma há uma
contração dos meios de pagamento e da liquidez da economia.
Compra de títulos públicos: quando o Banco Central compra títulos públicos há uma
expansão dos meios de pagamento, que é a moeda dada em troca dos títulos. Com isso,
ocorre uma redução na taxa de juros e um aumento da liquidez.
Controle na Administração Pública
Parágrafo único: Prestará contas qualquer pessoa física ou entidade pública que
utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiro, bens e valores públicos ou
pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de
natureza pecuniária.”
A Lei 4.320/64, nos artigos 76 a 82, determina que o Poder Executivo exercerá todas as
formas definidas no artigo 75, sem prejuízo das atribuições dos órgãos de controle, e que
essa fiscalização deve ser prévia, concomitante e subseqüente, ressaltando a existência dos
Controles Interno e Externo.
Existem princípios básicos que devem ser seguidos para elaboração e controle dos
Orçamentos Públicos, que estão definidos no caso brasileiro na Constituição, na Lei 4.320/64,
no Plano Plurianual, na Lei de Diretrizes Orçamentárias e na recente Lei de Responsabilidade
Fiscal.
De acordo com a Constituição Federal, o PPA deve conter “as diretrizes, objetivos
e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas
decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada”.
Com base na LDO aprovada a cada ano pelo Poder Legislativo, a Secretaria de
Orçamento Federal, órgão do Poder Executivo, consolida a proposta orçamentária de todos os
órgãos dos Poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário) para o ano seguinte no Projeto de Lei
encaminhado para discussão e votação no Congresso Nacional.
Por outro lado, a necessidade de contenção dos gastos obriga o Poder Executivo
muitas vezes a editar Decretos com limites orçamentários e financeiros para o gasto, abaixo
dos limites autorizados pelo Congresso. São os intitulados Decretos de Contingenciamento,
que limitam as despesas abaixo dos limites aprovados na lei orçamentária.
PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS
• Unidade – Só existe um Orçamento para cada ente federativo (no Brasil, existe um
Orçamento para a União, um para cada Estado e um para cada Município). Cada ente
deve possuir o seu Orçamento, fundamentado em uma política orçamentária e
estruturado uniformemente. Não há múltiplos orçamentos em uma mesma esfera. O
fato do Orçamento Geral da União possuir três peças, como o Orçamento Fiscal, o
Orçamento da Seguridade Social e o Orçamento de Investimento não representa
afronta ao princípio da unidade, pois o Orçamento é único, válido para os três
Poderes. O que há é apenas volumes diferentes segundo áreas de atuação do
Governo.
Tipos de Tributos:
1) Impostos: o artigo 16 do Código Tributário Nacional define imposto como sendo o
"tributo cuja obrigação tem por fato gerador (hipótese de incidência) uma situação inde-
pendente de qualquer atividade estatal". Ou seja, o imposto é um tributo nào vinculado. Ex.
ICMS, IPI, ISS, IRPJ, IRRF, IPTU.
2) Tarifas: é um instrumento utilizado na cobrança do imposto de importação. Esse imposto
de importação ou tarifa visa, em princípio, a dois objetivos: finalidade fiscal, quando sua
estrutura é concebida com o propósito principal de carrear receita para o Tesouro ou para o
Estado; objetivo protecionista, na medida em que os seus direitos ou alíquotas tenham por
fim enfraquecer a capacidade de concorrência-preço do bem importado em benefício de
similar nacional.
3) Taxas: é um tributo vinculado, porque seu fato gerador é sempre uma atuação do
Estado, referida ao obrigado, em geral desempenhada tendo em vista sua pessoa, ou a
possibilidade de uma referência direta à sua pessoa. De acordo com o Código Tributário
Nacional no seu artigo 77, define o fato gerador da taxa o exercício regular do poder de
polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado
ao contribuinte ou posto à sua disposição.
4) Contribuições Fiscais: existe ainda uma classificação dos tributos conforme os ob-
jetivos que visem atingir a sua imposição, divididos em fiscais, extrafiscais e parafiscais. Um
tributo é fiscal quando sua cobrança não visa senão a arrecadação de recursos financeiros
para os cofres públicos e objetivam a sustentação dos encargos que são próprios do Órgão
central da administração. O exemplo mais comum é o caso das Contribuições de Melhoria.
Contribuição de Melhoria é um tributo vinculado cujo aspecto material da hipótese de
incidência consiste numa atuação estatal indiretamente referida ao contribuinte. É hipótese
de incidência desses tributos a valorização imobiliária causada por obra pública. Para se
configurar o fato gerador, é preciso que concretize, de modo efetivo, a valorização do imóvel
decorrente de obra pública.
5) Contribuições Parafiscais: Fábio Fanucchi, em seu livro Curso de Direito Tributário
Brasileiro, explica; "quando a arrecadação tributária se desenvolve em busca de recursos que
irão sustentar encargos que não são próprios da administração central do Estado mas que,
apesar disto, decorram de atividades que ao Governo interessam sejam desenvolvidas, diz-se
que as imposições assim feitas se revestem de feição parafiscal, porque se destinam à
sustentação de encargos paralelos aos da administração pública direta".
Assim, por exemplo, a manutenção da previdência social aos trabalhadores não seja
exatamente uma função própria do Governo, o Estado tem interesse na sua existência devido
ao fator social que representa. Para sustentação ele tal serviço, () governo não irá tirar os
recursos exclusivamente de seus cofres, logo os contribuintes é que têm a obrigação de
sustentação de tal serviço.
Ex. Contribuição para Previdência Social, Programa de Integração Social (PIS), a Contribuição
para o Fundo de Investimento Social (FINSOCIAL) e sua sucessora, Contribuição para o
Financiamento da Seguridade Social (CONFINS).
Existem ainda, Contribuições extrafiscais estas podem ser utilizadas para a tributação
de externaliclades, como ex. a poluição, onde o governo poderia tributar atividades poluentes
para encorajar empresas a poluírem menos. Este imposto sobre a poluição faria com que os
que poluem acabassem pagando pelas conseqüências da atividade.
Tipos de Impostos
Existem duas classificações básicas quanto aos impostos:
1) SOB O PONTO DE VISTA DA CARGA TRIBUTÁRIA COM RELAÇÃO À RENDA:
Impostos regressivos - são aqueles em que o aumento na contribuição é
proporcionalmente menor que o aumento ocorrido na renda. A relação entre carga
tributária e renda decresce com o aumento do nível de renda. Ex. ICMS, IPI.
REGRESSIVO: quem ganha menos paga mais. Quanto maior a renda menos você paga.
Todos os impostos indiretos.
Ex. o preço de mercado de uma televisão = R$ 1.000,00 --- imposto sobre a comercialização
= 10% sobre o preço de venda ou seja, o imposto é R$ 100,00
Indivíduo A recebe R$ 10.000,00, o imposto equivale a 1 % da renda.
Indivíduo B recebe R$ 2.000,00, o imposto equivale a 5% da renda.
O valor é o mesmo mas a percentagem sobre a renda é maior.
Impostos proporcionais ou neutros - são aqueles em que o aumento na
contribuição é proporcionalmente igual ao aumento ocorrido na renda. A relação entre
carga tributária e renda permanece constante com o aumento do nível de renda. Ex.
IRPF com alíquota única.
PROPORCIONAL: onera todas as camadas sociais da mesma maneira. Pagam a mesma
percentagem sobre a renda e não o mesmo valor. Não afeta a distribuição de renda.
Ex. o imposto de aliquota única de 10% ---- T = 10%
A pessoa que recebe R$ 10.000,00 ---. paga R$ 1.000,00
A pessoa que recebe R$ 1.000,00 ---. paga R$ 100,00
Impostos progressivos - são aqueles em que o aumento na contribuição é proporcio-
nalmente maior que o aumento ocorrido na renda. A relação entre carga tributária e
renda cresce com o aumento do nível de renda. Ex. IRPF com alíquotas crescentes.
PROGRESSIVO: mudança de aliquota à medida que a renda cresce, onera mais as ca-
madas mais favorecidas. Quem ganha mais, paga um percentual maior sobre a renda.
Quem recebe até R$ 100,00 fica isento do pagamento do imposto.
Quem recebe de R$ 101,00 a R$ 500,00 paga 10% sobre a renda.
Quem recebe de R$ 501,00 a R$ 1.000,00 paga 20% sobre a renda.
DÉFICIT PÚBLICO Valor que o Governo gasta acima do que arrecada, durante um período
de tempo, considerando-se os valores nominais, ou seja, somando a inflação e a correção
monetária do período. Geralmente a expressão diz respeito ao Governo Federal, mas pode
ser aplicada também a governos estaduais.
Exercícios de Fixação
07 - Cargas fiscais elevadas provocam reações nas pessoas fisica e jurídica. Qual das
alternativas abaixo não corresponde as conseqüências da tributação excessiva.
a)As empresas procuram direcionar seus recursos para áreas menos tributadas.
b) As pessoas físicas, sempre, procuram reduzir o número de horas trabalhadas, prefe-
rindo lazer a trabalho.
c) Tanto empresas como pessoas físicas tentarão evitar o pagamento do tributo excessi-
vo por meios legais (evasão fiscal).
d) Em alguns casos, empresas ou pessoas físicas tentarão evitar o pagamento do tributo
excessivo por meios ilegais (sonegação fiscal).
A explosão da economia informal é decorrente, entre outros fatores, de cargas fiscais
elevadas.
16 - Devem constar do anexo de riscos fiscais a avaliação dos passivos contingentes e outros
eventos que possam vir a afetar as contas públicas, informando-se as providências que serão
adotadas caso ocorram tais fatos.
17 - Aplica-se apenas aos três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) das três esferas
de governo (federal, estadual e distrital, e municipal).
26 - O orçamento deve conter apenas matéria orçamentária e não deverá cuidar de assuntos
estranhos, conforme previsto na Constituição Federal, exceção feita à autorização para a
abertura de créditos suplementares e a contratação de operações de crédito. Tal preceito
caracteriza o princípio da não-afetação.
27 - O projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminhado pelo presidente da
República ao Congresso Nacional até oito meses e meio antes do encerramento do exercício
financeiro e será devolvido para a sanção até o encerramento do primeiro período da sessão
legislativa.
Respostas:
01 – b 02 – c 03 – d 04 – e 05 – d 06 – c 07 – b 08 – C
09 – E 10 – E 11 – C 12 – E 13 – C 14 – C 15 – C 16 – C
17 – E 18 – E 19 – C 20 – E 21 – C 22 – C 23 – C 24 – C
25 – C 26 – E 27 – C 28 – b 29 – a 30 – a 31 - b