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OLIVEIRA
SILVANA A. MARQUES
Belo Horizonte
2008
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INTRODUÇÃO
Inclusão Social
É a garantia, a todos, do acesso contínuo ao espaço comum da vida em sociedade,
sociedade essa que deve estar orientada por relações de acolhimento à diversidade humana, de
aceitação das diferenças individuais, de esforço coletivo na equiparação de oportunidades de
desenvolvimento, com qualidade, em todas as dimensões de vida.
Inclusão Educacional
É a garantia de acesso, a todos os alunos com necessidades educacionais especiais, em
todos os níveis, etapas e modalidades de ensino. A escola se posiciona em relação ao seu
compromisso com uma educação de qualidade para todos seus alunos através de seu projeto
pedagógico de caráter emancipador e global, que prevê conjunto de práticas inclusivas, bem
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como serviços para apoiar, complementar, suplementar ou substituir os serviços comuns para
promover o desenvolvimento das potencialidades de alunos com NEE. A inclusão
educacional é fator determinante para a inclusão social e exercício da cidadania.
Educação inclusiva
A educação inclusiva é anunciada como a forma mais recomendável de atendimento
educacional para os alunos que apresentam deficiência(s), altas habilidades e condutas típicas
de síndromes. É identificada, hoje, como o caminho eficiente para a construção da cidadania e
da participação social em consonância com a perspectiva da educação para todos e com todos.
Declaração de Salamanca
A conferência mundial de Educação Especial ocorrida em 1994, na cidade de
Salamanca, Espanha, foi o marco da educação inclusiva, pois dela emanou um documento
internacional (Declaração de Salamanca) sobre políticas educacionais, em que foram
privilegiadas novas perspectivas na área da educação especial, afirmando o propósito da
educação inclusiva e propagando a inclusão escolar e social como direito inalienável de todas
as pessoas, independentemente de raça, etnia, condições físicas e mentais.
A Declaração de Salamanca é considerada um dos principais documentos mundiais
que visam a inclusão social, ao lado da Convenção de Direitos da Criança (1988) e da
Declaração sobre Educação para Todos de 1990.
As outras crianças podem ser prejudicadas pela presença de alunos com NEE?
Ao contrário. A convivência com a diversidade só pode trazer benefícios tanto para as
crianças ditas "normais" como para aquelas com necessidades especiais. Vivemos em uma
cultura que costuma subestimar a capacidade dos portadores de deficiências porque crescemos
acostumados com a segregação das pessoas que apresentam algum tipo de diferença em
relação às demais, como se sua convivência na comunidade fosse impossível. Só o convívio
com a diversidade pode formar cidadãos tolerantes, solidários e preocupados com o bem-estar
das pessoas. Além disso, há muitos estudos que apontam que os ganhos educacionais das
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crianças com necessidades especiais na escola regular, quando atendidas adequadamente, são
maiores do que os daquelas que freqüentam apenas escolas especiais. Há também um ganho
afetivo muito grande: as amizades, a participação e a aceitação favorecem a auto-estima e o
autoconceito dessas crianças.
CONCLUSÃO
Está aí um pequeno retrato de uma das maiores dificuldades enfrentadas hoje pela
educação, qual seja, a capacitação de recursos humanos, que está intimamente ligada à
vontade política e à consciência da sociedade no sentido de garantir os direitos às pessoas com
necessidades educativas especiais.
Observamos, ainda, atitudes que continuam sendo reflexo de uma história que foi
sempre marcada pela discriminação. No entanto, vive-se atualmente, no campo da educação,
um momento de mudanças estruturais, no qual a preocupação se desloca das deficiências ou
inadaptações do indivíduo para a valorização das potencialidades, oferecendo-lhes meios de
desenvolvê-las ao máximo. E mais, como expressa Sassaki (1997), contemplar a unidade na
diversidade através da metáfora do caleidoscópio é enfatizar a importância das partes para a
riqueza e a beleza do seu todo.
Nunca é demais, contudo, reafirmar as condições em que essa inovação acontece,
marcando, grifando na consciência dos educadores o seu valor, para que nossas escolas
atendam à expectativa de seus alunos, do ensino infantil à universidade.
A escola prepara o futuro e, de certo que, se as crianças aprenderem a valorizar e a
conviver com as diferenças nas salas de aula, serão adultos bem diferentes de nós, que temos
de nos empenhar tanto para entender e viver a experiência da inclusão!
BIBLIOGRAFIA:
Mantoan, Maria Teresa Egler, Inclusão Escolar: o que é? Por quê? Como fazer?, Ed.
Moderna, SP, 2003.
http://www.educacional.com.br/falecom/psicologa_bd.asp?codtexto=124
http://www.educabrasil.com.br/eb/dic/dicionario.asp?id=109
Revista Presença Pedagógica, v.9, n. 49, jan/fev 2003 – Formação de professores para a
educação inclusiva