Enquanto a área da fotografia científica ganha corpo no Brasil,
principalmente por médicos, dentistas, biólogos e outros especialistas
ligados às ciências, o profissional fotógrafo encontra dificuldades em conquistar esse campo, potencializadas ainda com a massificação da tecnologia digital.
Um exemplo dessa situação vem da Faculdade de Medicina da USP. Faz nove
anos que Carlos Eduardo Lemos é fotógrafo científico, inclusive com registro da função na carteira de trabalho. Até três anos atrás dispunha de estúdio e laboratório nas dependências da faculdade, onde documentava patologias de interesse para médicos e pesquisadores. Também não escapava de reportar cirurgias. Devido ao trabalho intenso, Lemos contava até com assistente. Eram tempos do convencional. “A demanda praticamente zerou e o sistema convencional foi abolido”, comenta ele que se tornou, de fato, editor de imagens e se aperfeiçoou em programas de tratamento de imagens, como Photoshop e CorelDraw. “Hoje faço impressão de pôsteres, teses e outros materiais científicos”, conta ele. As saídas fotográficas são da Printcolor, do Shopping West Plaza.
Um dos requisitos imprescindíveis da fotografia científica é a precisão da imagem,
o registro fiel, a fim de evitar erros de diagnóstico e outras complicações. Aí também está Lemos para orientar médicos e professores de medicina em como operar uma câmera digital para essa finalidade.
“O pessoal mais novo assimila
facilmente, já os mais antigos não têm paciência”, observa o fotógrafo que já ministrou cursos de fotografia científica no Senac-SP. Hoje suas aulas são para turmas fechadas a pedido de instituições, como aconteceu recentemente no Hospital Universitário.