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Não é uma contradição para alguém que fez do trabalho da internet uma
profissão defender a idéia de que empresas e profissionais deveriam
oferecer serviços e produtos gratuitos para aumentar os lucros?
CHRIS ANDERSON: O caso de Gilberto Gil mostra que um artista que foi
ministro tem uma compreensão muito aguda das transformações que estão
ocorrendo agora no mercado. E que o governo brasileiro também está
atento, como também revela o programa de medicamentos gratuitos para
portadores de HIV, criado por Fernando Henrique Cardoso e levado
adiante no governo Lula. O Brasil tornou-se um dos maiores mercados
mundiais de mediamentos genericos, o que também revela a força da
economia do gratuito.
CHRIS ANDERSON: Bem, certamente não. Paulo Coelho tem livros que
venderam 100 milhões de exemplares, como “O Alquimista”. Mas o fato de
que ele inventou um site chamado “Pirate Coelho” para piratear seus
próprios livros e permitir o download gratuito de suas histórias
mostra que ele é um autor que soube perceber que a internet não iria
nibir e sim impulsionar a venda de seus livros. Coelho enfrentou a
editora HarperCollins e causou a polemica que levou à explosão do
sucesso editorial de seus livros. Foi uma excelente estratégia de
marketing.
Mas é bom lembrar também que o acesso à internet não é gratuito e que
a economia do gratuito digital se sustenta nas costas do poder
crescente dos provedores. Nos EUA produtores de conteúdo para a TV
viraram provedores de internet, como foi o caso da Warner. No caso
recente do Irã, quando houve censura do acesso ao twitter pela
internet porque o governo exigiu o corte do acesso pelos provedores
isto ficou bem claro… O senhor acredita que os provedores são as novas
corporações a controlar o acesso à informação? A cultura do gratuito
depende do acesso a computadores, o que grande parted a população
mundial ainda não tem…
postado em 3/8/2009
http://oglobo.globo.com/blogs/ny/