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CONSIDERAÇÕES SOBRE A CRIAÇÃO

Rayom Ra (arcadeouro.blogspot.com)

Parte I

O que apresentarei a seguir em forma de questionário com


perguntas e respostas, é a primeira parte de um programa já
elaborado em que faço abordagens sobre aspectos da criação.
Claro, evidente, e sem a menor dúvida que o contexto global da
criação não pode ser condensado em linhas e páginas de nenhuma
obra. São unicamente incursões, tentativas de algo materializar,
e pretendo aos poucos ir postando novas parcelas desse trabalho.

1. Que são mundos?


R. Mundos, dimensões ou planos, são campos vibratórios
construídos pelo Logos aonde a Vida vem ancorar-se para realizar
as suas transformações, segundo o Grande Plano da Criação.

2. Quantos e quais são os mundos?


R. São sete os mundos em nosso sistema solar. Na terminologia
esotérica, são os seguintes:
1. Adi - Mundo Divino = Atividade do Logos
2. Anupadaka - Mundo Monádico = Atividade das Mônadas
(Esses dois mundos já se achavam organizados antes de o Logos se
manifestar para a construção do nosso sistema solar. Portanto, o
Logos passou a trabalhar na construção dos cinco mundos abaixo)
3. Atma - Mundo Espiritual = Espíritos
4. Buddhi - Mundo Intuicional = Intuição
5. Manas
a) Superior - Mundo Mental = Mente Abstrata
b) Inferior - Mundo Mental = Mente Concreto
6. Kama - Mundo Astral = Emoções
7. Sthula - Mundo Físico = Etérico e Físico

3. De que é constituído o mundo físico?


R. De matérias sólidas, líquidas e gasosas. Registra-se também
no mundo físico o campo vibratório etérico, composto das
combinações de quatro éteres terrestres, chamados: éter vital,
éter refletor, éter luminoso e éter químico.

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4. Qual a importância do mundo físico?
R. O mundo físico representa o ponto máximo do mergulho ou
alcance da projeção do Logos ao criar o sistema solar. A matéria
física é um resultado do processo de condicionamento da energia
manipulada pelo Logos.

5. Como entender esse pensamento?


R. Os mundos idealizados pelo Deus Incognoscível foram
trabalhados na Mente Arquetípica do Logos não somente para
abrigar a Vida em seu processo evolutivo, mas também para
finalidades ainda não conhecidas pela mente humana na cronologia
cósmica. Mas sabem os esotéricos avançados que novos e
superiores ciclos de desenvolvimento da Vida virão a ser
experimentados e cumpridos, uns após outros, na medida em que o
Logos julgue apropriado fazer germinar outras sementes do Seu
pensamento objetivo. Os mundos de nosso sistema solar, que
juntos abrigam a Vida desde o seu inicial mergulho em busca de
experiências, são referências para diversas situações em todas
as dimensões do grande campo de atividades denominado Círculo-
Não-Se-Passa que o Logos estabeleceu.
Assim, O Grande Plano da Criação que o Logos revela em alguns
aspectos, compreende, em meio a outros propósitos, ampliar a
percepção consciente da Vida para futuras interpolações a níveis
cósmicos noutros mundos superiores. Esta ideação planeja, além
da ampliação perceptiva da consciência, processar a matéria do
sistema solar para que também abranja diversos graus de
consciência e abrigue com crescente conveniência a Vida que nela
evoluiu. Esse trabalho nos diversos aspectos da matéria, é tão
grandioso quanto é conduzir a Vida de um estado de inconsciência
para a super-consciência, pois vem exigir intensos estágios de
sutilização e transmutação da própria matéria, através de
especial dinâmica empregada pelo próprio Logos. É algo
inexplicável ao atual nível mental e espiritual do homem não
suficientemente evoluído. No curso dessas atividades, a matéria
física densa realiza o papel de pólo oposto ou polaridade
negativa, para a qual a força e energia criadoras se lançam até
alcançar um extremo. Nesse extremo, representando o ponto mais
profundo do mergulho da Vida, a força e a energia originais
empregadas pelo Logos terão se distendido ao máximo nos seus
percursos de ida, sendo necessário, a partir daí, a Vida
trabalhar seus próprios recursos para realizar o percurso de
volta, através, inicialmente, da extração e utilização de
elementos e fatores intrínsecos à própria matéria, o que se dará
em muitos bilhões de anos terrestres.
Dessa maneira, é no espaço polidimensional ocupado pelo Logos,
através de seu veículo de manifestação, - o próprio sistema
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solar, - que acontece toda a evolução da Vida e matéria na
Consciência desse Deus Solar.

6. Por que é necessário à Vida atingir o mundo físico denso?


R. A Vida precisa deter muitas experiências para tornar-se rica
e produzir resultados que interessem a Consciência do Logos no
plano evolutivo por Ele elaborado. O Logos imprime sua vontade a
fim de que as experiências duais se processem nos opostos até
determinadas condições e limites, onde a partir daí, e depois de
cumprida esta meta, a Vida novamente incorpore o princípio da
unidade. Do ponto de vista da construção do sistema solar, as
situações não somente indicam um rebatimento perfeito do plano-
matriz original, de onde os mundos posteriormente se revelam
pelas projeções invertidas da matriz, como também demonstram a
existência de um núcleo central de onde tudo parte. Esse
movimento distendido alcança o seu nadir ao limite último do
Círculo-Não-Se-Passa, e ao retornar, trará de volta a matéria
nele contida, para vir novamente transformar-se numa unidade
Espírito-Matéria, onde a sabedoria da criação estará impressa no
Véu da Consciência. Como Espírito e Matéria, quintenssenciados,
são a própria Vida e a Vida necessita sair de seu estado
original, isso também implica migrar e interiorizar-se nos
espaços fenomenais dos mundos edificados pelo Logos, dos quais o
mundo físico é parte.

7. De que maneira a Vida vem auferir da experiência física?


R. A Vida que se projeta no arco involutivo, vem se manifestar
segundo diferentes padrões vibratórios dos átomos constitutivos
dos respectivos mundos que o Logos edificou. Em cada mundo a
Vida precisará adaptar-se aos respectivos padrões vibratórios,
mesmo num estado de inconsciência.
Nesta projeção, e para auferir dos resultados de suas
experiências, serão necessários muitos bilhões de anos
terrestres para que valores acumulados venham enriquecer a Vida.
Tanto quanto os giros vão se sucedendo, a Vida obterá
quantificações que mais tarde, no reino hominal, serão
reconhecidas pela discriminação intelectual. Mas esse
reconhecimento somente se dará quando da incorporação de certas
energias aos átomos constitutivos dos corpos de manifestação do
ego terreno. E como os padrões vibratórios da matéria física
densa são inferiores aos da matéria de outros mundos, ou seja,
mais lentos, isso vem facilitar à Vida mergulhada na matéria
física densa, incorporar experiências necessariamente longas num
quadro temporal que permanecerão indeléveis na memória de seus
átomos físicos.

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8. Como entender melhor esse processo?
R. A Vida que se multiplica em individualidades durante o
processo evolutivo, vem se constituir em egos terrenos. Os egos
terrenos são organizados em veículos de manifestações, cujas
conscientes ações produzem transformações das condições
ambientais da vida planetária. A mônada é o chamado “espírito
puro” que mantém permanente e estreita vigilância ao ego
terreno, através da alma no seu próprio plano. Assim, espírito
(ou mônada), alma (ou ego superior) e ego terreno (ou
personalidade), precisam atuar com objetivo único. O ego
terreno, ao realizar transformações em seu habitat, obtém as
experiências na matéria; a alma as absorve e administra segundo
o carma do ego terreno, e o espírito determina, em última
instância, através da alma, quanto mais precisará o ego terreno
trabalhar e evoluir. O ego terreno é, em ultérrima definição,
uma chispa da alma individualizada que se encontra limitada pela
matéria dos mundos inferiores, de que tratará de conhecer e com
ela consubstanciará seus veículos para tornar-se cada vez mais
consciente destes mundos. Isso ele somente conseguirá pouco a
pouco, através de muitas interpolações na matéria da qual é
externamente constituído, considerando-se que o ego atua sob
diferentes padrões vibratórios dos seus corpos ou veículos de
manifestação. As parcelas do conhecimento gradual obtidas na
matéria dos mundos inferiores estarão armazenadas no corpo
causal, que é o instrumento da alma no plano mental superior de
onde ela intercede nas aquisições das experiências do ego
terreno no mundo físico denso e nos mundos etérico, astral e
mental concreto. Para reconhecimento e orientação, os valores
conceituais definirão na alma o que seja a vida circunscrita aos
mundos ou planos nos quais o ego terreno possui corpos de
manifestação.
A matéria física densa vem se constituir no “outro lado” da
realidade espiritual. Entretanto, a Vida operando nesse estágio
de nossas atividades planetárias, necessitará reconhecer a
matéria densa sob as ações dos aspectos involutivos e evolutivos
das leis da natureza. Assim, a Vida interagindo com as formas
tridimensionais, através dos sentidos do ego encarnado, poderá
inserir-se ao pensamento criador e nele permanecer
conscientemente para, num futuro, quando o Criador assim
determinar, vir trabalhar edificando novos universos onde a
matéria densa esteja presente.
Nesse processo, a Vida mergulhada na matéria, além de interagir
com a matéria sólida, precisará senti-la em todos os seus
aspectos e dela apropriar-se. Para essa finalidade, é necessário
estar revestida de veículos apropriados, sendo os reinos os
responsáveis em proporcionar esses veículos de manifestação
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conforme estamos tratando. Assim, a Vida individualizada virá
estar adequadamente manifestada no mundo da matéria físico-
densa, bem como na matéria dos mundos imediatamente superiores,
através do ego terreno. Mas as ações físicas, para tornarem-se
válidas, precisarão estar relacionadas a processos naturais
incorporados à mente objetiva do ego terreno, que o conduzam a
realizar a dinamização da matéria segundo o pensamento do Logos
no Grande Plano da Criação, a fim de trazer a matéria
transformada de volta a sua origem.
Dessa maneira, a Vida caracterizada em bilhões de egos, ao se
utilizar de veículos para sua manifestação, realizará intenso
trabalho para potencializar a Vontade Dinâmica em si mesma e em
seus próprios veículos. A Vontade Dinâmica é inerentemente
transformadora. Sua ação imanta e atrai energia e força da
matéria física e da matéria dos mundos imediatamente superiores.
A luta entre a energia interior da Vida e a energia nos
interstícios da matéria, virá constituir-se num campo de batalha
onde espírito x matéria litigarão, pois a Vida como consciência
reveladora incorpora a dinâmica transformadora e evolucionária
do espírito, e a Vida como energia consolidante da matéria
incorpora, dentre outros atributos, a aparente inércia. Por
muitos bilhões de anos terrenos a matéria sufocará o espírito,
mas pouco a pouco, conduzido pelas leis da evolução, o espírito
virá libertar-se.

9. Que é o “outro lado” da realidade espiritual?


R. Na verdade, essa referência é meramente coloquial, porquanto
a realidade espiritual é Deus na totalidade espírito-matéria.
Porém, ao tratarmos do Grande Plano da Criação, trazido
objetivamente às miríades de formas e condições fenomenais,
necessariamente subjugadas ao tempo e ao espaço em determinadas
dimensões, não poderíamos nos furtar em separar situações para
melhor entendimento. Mesmo porque seria impossível analisarmos o
Plano do Criador se não partíssemos ora do particular para o
geral, ou vice versa, utilizando-nos de metáforas e analogias.
O Deus Criador, ao processar a Idéia da Criação, o fez segundo
suas próprias necessidades dentro de um plano evolutivo de
inimaginável magnitude cósmica. Entendemos o Criador por
concepções antropomórficas, sem conhecermos, de fato, como e
porque Ele existe, e de que maneira pode desdobrar-se em outros
deuses criadores sem perder aquilo que chamamos de unidade.
Entendemos, não obstante, que o Criador é também um Ser em
evolução que necessita plasmar-se em formas de expressão para a
consecução de um pensamento evolutivo. Do contrário, acharíamos
que se Deus fosse de todas as maneiras o Criador completo em
Quem nada faltasse, e nada mais Ele necessitasse, toda a Criação
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e o dramático desenrolar da Vida em nosso planeta e sistema
solar, seriam meras distrações de um enfadado Todo-Poderoso.
Neste caso, quão cruel seria a existência e o próprio Criador!
Recusamo-nos a aceitar a explicação do Plano Criador nestes
termos.
Ao admitirmos que o Criador seja perfeito, Ele assim será tanto
quanto ainda não o compreendamos em níveis cósmicos finitos. E
quando Ele modifica a condição de Sua Vida para vir habitar
mundos que Ele mesmo criou, estará desdobrando um “outro lado”
que a Vida Imanifesta na sua origem desconhecia completamente.
Como consequência, ao se autolimitar sob calculadas condições,
Ele mesmo deterá experiências daquilo que se utiliza. O “outro
lado” seria a sombra de Sua Inteligência que a Vida conhecerá a
partir de um plano de matéria física densa, adicionada da
matéria dos mundos etérico, astral e mental concreto, também
considerados mundos inferiores.

10. Os mundos se equivalem nas dez cadeias planetárias de nosso


sistema Solar?
R. Os mundos sendo campos vibratórios que se interpenetram
contêm tudo o que veio à existência no sistema solar. As dez
cadeias planetárias possuem globos de diferentes composições de
matéria desses mundos, mas sem dúvida, haverá diferenças nas
suas estruturas atômicas.

Parte II

1. Outros sistemas solares estarão também condicionados à mesma


matéria dos mundos?
R. Cada sistema solar é a encarnação de um Logos. Os mundos vêm
à manifestação objetiva através da Mente e operosidade do Logos,
segundo a Vontade Original do Criador Incognoscível. As matrizes
arquetípicas dos mundos já coexistiam no pensamento do Logos
Incorpóreo, em Seu primeiro aspecto, antes dele vir trabalhar
sobre elas. O Logos Incorpóreo, em seu particular pensamento,
processa um sistema solar não somente a partir das matrizes
preestabelecidas e já configuradas na Ideação, mas também
segundo as mensagens emitidas pelo Criador Etéreo. Essa emanação
emergente idealizada pelo Criador Incognoscível para vir
interagir com o Logos Incorpóreo, impõe qual o tipo de matéria
diferenciada será necessária à gestação do sistema solar, como
também vem plasmar no Logos Incorpóreo a capacidade perceptiva e

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operante da Vontade como elemento essencial à sustentação do
Plano da Criação. Dessa maneira, o sistema solar vem existir na
objetividade, nos seus mínimos detalhes, através da conjugação
da Vontade com outros dois atributos, Sabedoria e Inteligência
Ativa, esses últimos inerentes ao segundo e terceiro aspectos do
Logos na Sua tríplice manifestação.

2. Há então diferenças entre a matéria de um e outro sistema


solar?
R. Sim, embora a matéria primordial seja de única raiz, caso
contrário todos os mundos evoluiriam segundo um só
prolongamento, limitados por exatas réplicas dos atuais ou
desaparecidos sistemas solares. Há bilhões de sistemas solares
por todo o macro universo e não conseguiríamos conceber como,
exatamente, Vida e Matéria neles se desenvolvem. Mas não há
razão para admitirmos que todos tenham idênticos nascimentos,
vida e desaparecimentos, pois todos os Logos encarnam uma
necessidade de um sistema solar.

3. Como entender melhor essas relações?


R. Os sistemas solares vêm à existência segundo as projeções
realizadas pelo pensamento de seus Logos, de acordo com
respectivos Planos de Criação pré-estabelecidos. O nosso sistema
solar já cumpriu pouco mais de um terço da projeção da vida para
ele idealizada, tendo passado por uma encarnação e estando a se
desenvolver na segunda. Muitos trilhões de anos terrestres são
ainda previstos para a decorrência de outra encarnação. Nesse
particular, é fácil entendermos que a qualidade da matéria dos
mundos que fizeram parte da primeira encarnação não pode mais
ser a mesma para a segunda, pois a matéria evoluiu em
consciência. Assim, na atualidade, a matéria deste sistema solar
está mais qualificada do que estava anteriormente, e no futuro,
esta mesma matéria estará ainda mais qualificada.

4. Sob que aspectos a matéria dos mundos difere de um para outro


sistema solar?
R. Sabemos que os sete planos ou mundos de nosso universo, com
seus quarenta e nove subplanos, representam um só dos sete
planos do Universo Cósmico acima do nosso. Em nosso sistema
solar, a matéria dos mundos já foi trabalhada por uma encarnação
inteira do Logos, proporcionando que as consciências nele
manifestadas desenvolvessem o aspecto Inteligência Ativa da
matéria. Naquelas condições, foi realçado o poder da matéria
propriamente dito, através da capacidade das vidas em incorporar
suas energias num processo transformador de conhecimento ativo.

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Daí, produzirem-se consciências com poderes mágicos e
egocêntricos.
Nessa segunda encarnação do sistema solar, a tônica estabelecida
pelo Logos atrai as consciências para evoluírem do conhecimento
da matéria para a sabedoria, através, principalmente, de um
fator de maior magnitude e magnetismo, denominado amor.

5. De que maneira a Inteligência Ativa atuou nas consciências


das vidas do primeiro Sistema Solar?
R. A Inteligência Ativa é a qualidade-atributo do Terceiro
Logos, denominado de a Mente Universal. No espaço-tempo em que
se verificou a construção do sistema solar, como também a
condensação de suas formas e a conformação dos mundos,
descortinaram-se vários aspectos dos poderes criadores que foram
direcionados à matéria, a fim de que ela pudesse produzir
desdobramentos e resultados. Muito embora o Segundo Logos,
conhecido como o Cristo Cósmico, ou aspecto Sabedoria, viesse
também atuar nos mundos criados, - pois era imprescindível que
assim se fizesse, - a tônica de todo o sistema solar ressaltaria
o aspecto atividade da matéria em mundos e reinos.
As vidas em evolução, recentemente mergulhadas na matéria,
teriam que se identificar com a matéria densa e a dos mundos
imediatamente superiores extraindo qualidades para o necessário
conhecimento. Isto somente poderia ser feito com a inclusão das
vidas na própria matéria, o que aconteceu ao serem revestidas de
veículos de manifestação. Todavia, para o processo do
conhecimento vir produzir resultados, algo a mais seria
necessário, além do revestimento veicular de matéria física
densa e de matéria dos mundos imediatamente superiores. O
conhecimento precisaria tender ao autoconhecimento, o que se
daria unicamente pela identificação da consciência do “eu” com a
matéria. Daí, que as leis regentes das transformações da
natureza são as mesma aplicadas à matéria dos veículos que
revestem as vidas, começando um processo cíclico de aquisição do
conhecimento que alcançou maior sustentação com a evolução mais
acentuada dos egos terrenos na vida planetária. No início, o
processo foi gerado inconscientemente, e as vidas começaram a
manipular as estruturas da matéria natural, sem atentar com o
valor da Inteligência Ativa nelas incorporadas. Porém, mais
tarde, através do pensamento conscientemente direcionado, vieram
atrair este conhecimento e estabelecer relações com a matéria de
seus corpos.

6. Como se dá a transferência dos poderes da matéria externa,


para a matéria veicular das vidas?

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R. Tanto as formas “estáticas” da matéria densa dos reinos da
natureza, quanto às dos corpos em movimento das vidas
manifestadas, incluindo-se os corpos sutis e superiores
utilizados pelas personalidades, são nesta fase de evolução do
sistema solar, revestimentos externos. As vidas que se
transformam em egos terrenos, apesar de toda a evolução já
atingida, conseguem tão somente alguma identidade com as forças
da natureza, ao trato de sua matéria. Está longe ainda o dia em
que espírito e matéria nos mundos inferiores serão mutuamente
reconhecidos e manifestados como unidade na consciência do
Logos. Entretanto, naquilo em que as vidas conseguiram apreender
da matéria, obtiveram relativo êxito.
Podemos considerar que a natureza em si é magica e tanto quanto
as consciências consigam manter certos padrões vibratórios
condicionados à tessitura dos egos terrenos, a identidade com o
todo se dará cada vez mais profundamente. Acresce que os
elementos psíquicos agregados ao mental do ego terreno, produzem
hoje desdobramentos que proporcionam ao cérebro físico captar
níveis superiores onde veículos do ego atuam e de onde é
possível incorporar energias com a consciência física desperta.
E como a tônica do primeiro sistema solar fosse da matéria
propriamente, o conhecimento de suas possibilidades trouxe
certos poderes aos egos, fruto da incorporação das energias de
seus elementos naturais especialmente direcionados, - o que não
se deu homogeneamente, - motivando com isso sentimentos de
superioridade, orgulho e o despotismo.

7. Os sentimentos de superioridade, orgulho e o despotismo, não


são também a tônica constante nos egos do planeta Terra, neste
sistema solar?
R. É verdade que estes flagelos ainda impressionam grandemente
ao homem. Estas indignas aquisições parecem inerentes à condição
da vida humana. Isto em grande parte acontece devido ao fato de
milhões de egos no atual ciclo evolutivo do planeta Terra, ser
ainda os mesmos que no primeiro sistema solar haviam incorporado
estas noções separatistas. Outro fator importante contributivo a
estas aquisições dá-se por conta da encarnação de egos jovens,
recentemente egressos do reino animal, e daqueles ainda imaturos
que povoaram o planeta Lua em passada cadeia planetária. Todos
esses egos, atualmente no planeta Terra, tendem, por natureza, a
ressaltar o egocentrismo que, devido a fatores diversos na
intimidade da alma, ou por suas anteriores vidas no reino
animal, não lhes permite ainda a visão de um crescimento
evolutivo integrado e em harmonia.
Por outro lado, apesar de toda essa realidade, a tônica da
qualidade imposta pelo Logos para o segundo sistema solar, de
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amor-sabedoria, choca-se com o egocentrismo conservador e racial
ainda calcado nos egos recalcitrantes, o que vem causar-lhes
além de grandes conflitos íntimos, doenças corrosivas aos seus
órgãos físicos. Mas o processo evolutivo não pode estancar e o
Logos finalmente verá triunfar a qualidade amor-sabedoria que o
sistema solar necessita incorporar nas suas estruturas e
consciência.

8. Como os mundos estão contidos no sistema solar?


R. Os mundos têm existência simultânea no sistema solar,
diferindo quanto à qualidade ou estrutura de sua matéria. A
referência de estarem contidos nos limites do Círculo-Não–Se-
Passa, equivale a uma mensuração geométrica em que os campos
vibratórios de seus respectivos átomos, nas condições naturais
estabelecidas, não devem ultrapassar o que foi estabelecido pela
Mente do Logos. Embora entendamos essa idéia como um círculo ou
circunferência planificada, na realidade esse Círculo-Não-Se-
Passa são várias correntes de energia e força que resultarão
numa forma ovóide esferoidal, dentro da qual o sistema solar
acha-se circunscrito. A concepção de Círculo-Não-Se-Passa, está
adstrita aos cinco mundos construídos pelo Logos, ou seja,
físico, astral, mental, búdico e atmico, por possuírem, cada um,
o limite de circunscrição de acordo com os padrões vibratórios
de seus campos atômicos nas respectivas dimensões.

9. Como o movimento dos átomos condiciona-se ao Círculo-Não-Se-


Passa?
R. A tendência natural dos átomos é agregarem-se em moléculas e
estas em células. Tanto quanto a lei de atração exerça a sua
ação sobre a matéria, essa permanecerá estável e consistente até
que outra força venha modificar esse seu estado. A matéria
física, em comparação com a matéria dos mundos superiores, é
submetida à maior força de atração da gravidade, devido ao seu
peso, volume e densidade em relação aos fatores externos nela
atuantes. Há diferentes graus na matéria, segundo os reinos, e
diversificações dentro de um mesmo reino. Isto vem determinar
uma variedade quase infinita no aspecto externo da matéria, mas
não determina, somente por esse fato, maior ou menor volição aos
átomos no tocante aos seus movimentos rotatórios e ao processo
de coesão. A matéria dos mundos superiores passa por processos
semelhantes quanto ao fator coesão, e da mesma maneira que
ocorre com a matéria física, difere relativamente ao padrão
vibratório atômico e a capacidade volitiva dos átomos. A coesão
e dissociação dos átomos superiores, da matéria acima do mundo
físico, obedecem com maior facilidade à vontade dirigida. Mas em
suas ações naturais na matéria, os átomos mantêm-se agregados e
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submetidos a um círculo magnético central, do qual podem
parcialmente escapar pela maior volição que possuam, porém em
condições especiais. Nesses casos, quando a matéria desloca-se à
maior distância além do círculo central, seus átomos organizados
em massas sofrem um processo crescente de desagregação celular.
Esse fator, vem produzir ‘buracos” ou espaços entre as
moléculas, o que determina a perda da qualidade nas porções
constitutivas das massas. Como consequência, torna-se impossível
à matéria nessas condições, obedecer escalas vibratórias
compatíveis para que ainda avance à maiores distâncias, mantendo
os mesmos padrões associativos.

10. De que maneira os átomos da matéria superior aos do mundo


físico se comportam quando há desagregação da sua massa?
R. A desagregação da massa respeita, nesse fenômeno, à perda de
um percentual de seu poder coesivo. A força de atração do
círculo central de um mundo mantém a matéria agregada ao atuar
sobre o coeficiente molecular da matéria. Atuam, a força de
atração magnética do círculo central e o coeficiente molecular,
como dois pólos opostos que se atraem. Nesse processo, ao mesmo
tempo em que o círculo atrai, vem proporcionar ao coeficiente
maior poder coesivo molecular, em determinas escalas e limites,
devido a uma ação centrípeta semelhante a da Terra em seu
aspecto físico-denso. Mas quando a matéria afasta-se da força
desse círculo central, o coeficiente passa a exercer menor
influência ao seu conteúdo molecular, dando ensejo a que os
átomos agora menos estimulados, venham diminuir o movimento
rotatório, afastando-se uns dos outros, produzindo-se os
“buracos.” Isto enfraquece a capacidade volitiva da matéria como
um todo, e como consequência, ela torna-se menos capacitada a
produzir modificações ambientais, ou a mover-se concentradamente
como nos casos de unidades de consciências. Assim, na medida em
que a matéria mais viaje livremente pelo espaço de seu mundo,
dentro de seu Círculo-Não-Se-Passa, distanciando-se do círculo
central sem estar submetida a fatores compensatórios de outras
leis ou a recursos das ciências, os átomos irão perdendo
gradativamente a força do conjunto.

Parte III

1. Que são éteres terrestres?

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R. Éteres terrestres são variações do éter inferior que permeia
a todo o universo. Estes éteres possuem qualidades inatas e
atuam tanto nas formas dos reinos da natureza quanto nos
chamados seres vivos. Nos estudos esotéricos, são conhecidos
como éter vital, éter refletor, éter luminoso e éter químico.

2. Como os éteres vêm participar da vida no mundo físico?


R. Os éteres são componentes do mundo etérico, participativo em
associado do mundo físico denso, representando um tipo
constitutivo da matriz de sua matéria. O mundo etérico
estabelece uma linha divisória, sutil, entre a matéria física
densa e a do mundo astral. No mundo etérico, registra-se o
pulsar do cosmos através de seu oceano de ondas fluídicas e de
prâna, vindo suas matrizes trabalhar como verdadeiros
condensadores invisíveis a suster a matéria com diversas formas
de energia. Além disto, é possível registrar no éter refletor a
memória dos fatos acontecidos na natureza.

3. De que maneira o mundo etérico pode registrar a memória da


natureza?
R. O éter é considerado a matéria global do universo da qual
provieram todos os mundos. O éter superior é a matéria prima
onde o Logos imprimiu seu pensamento criador e modelou a Idéia
da Criação. O sol, os planetas, as galáxias, uma folha de
amendoeira, um grão de trigo - todos são variações do éter feito
matéria em diferentes graus e qualidades. Apesar das formas dos
mundos e de seus habitantes se mostrarem individualmente
separadas, esta aparência deixa de existir ao verificar-se que o
éter a todos vem unir num imenso e incomensurável oceano
cósmico. Não existe “espaço vazio.” Esta afirmação vem trazer
reflexões sobre a obra do Logos e da existência do éter que a
tudo permeia num pensamento único da criação.
No véu do éter ficam impressos todos os sons e movimentos do
universo, desde o pensamento original do Logos, ao intentar o
Grande Plano da Criação e sua conseqüente realização, às
explosões na gestação de galáxias, de estrelas super novas, do
colossal ruidar de vórtices e tormentas cósmicas, até a
insignificante queda de um cabelo ou a um simples e
impronunciado desejo de uma criança por um brinquedo. Neste
desdobramento universal e cósmico, compreende-se então,
perfeitamente, que não há uma só vida, por menor que seja,
alheia à vontade do Logos.

4. Como atuam cada um dos quatro éteres?


R. As quatro variações do éter terrestre manifestam-se na região
denominada mundo etérico, aonde outros componentes vêm também
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existir. O éter inferior, na sua atuação no planeta Terra,
condensou esta região sutil e volátil, e provocou a exsudação
das quatro variações do éter planetário. A matéria física em
todas as formas existentes quer nos reinos propriamente ditos,
quer nos modelos dos chamados seres vivos, é responsiva à
atuação justaposta do éter inferior e dos éteres terrestres.
Estes éteres vêm encontrar inteligente síntese nos reinos animal
e hominal, principalmente na contextura do ego terreno. O corpo
etérico atua como condensador da energia prânica para o corpo
físico humano, e realiza funções vitais em estreita coordenação
com os quatro éteres terrestres, assim classificados:
Éter Vital – Atua na vitalização dos átomos físicos e produção
do conteúdo sexual que perpetua a espécie.
Éter Luminoso – Adstrito à constituição dos cinco sentidos do
ego terreno, atua de modo objetivo, provocando a reação das
formas externas para a percepção de fatos e acontecimentos do
mundo físico, como nas respostas dos sentidos através das áreas
do cérebro etérico para o cérebro físico.
Éter Químico – É responsável pela assimilação da matéria
nutritiva dos corpos físicos e excreção dos elementos não
alimentares.
Éter Refletor - Componente passivo sobre o qual vêm registrar-se
todas as possibilidades de ação ou movimento do campo de
manifestação das formas de vida. É nele, principalmente, que se
processam os “registros akásicos”, nos quais é possível ler-se a
memória de todos os fatos e acontecimentos do panorama terrestre
e das alterações cósmicas.

5. Existem outros elementos atuantes no mundo etérico?


R. O mundo etérico não somente modela as formas de tudo quanto é
produzido no mundo físico, como as mantém vitalizadas por todo o
período de suas existências. Sendo o mundo etérico produto
planetário do éter inferior, está relacionado a todos os
elementos com que o Logos trabalhou originalmente no éter
superior aos ajustes da consecução do Grande Plano da Criação.
Assim podemos destacar, principalmente, prâna, fohat e
kundalini.

6. Qual a origem do éter superior?


R. Éter superior, denominado mulaprakriti pelo esoterismo
oriental, é a matéria raiz original, pregenética,
indiferenciada, também conhecida genericamente por akaza. Deste
éter que permeia o universo, originaram-se os mundos e todas as
formas existentes em nosso sistema solar.

7. Que é éter inferior?


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R. É o desdobramento do éter superior feito matéria
diferenciada, que após a ação operosa da Mente Universal ou
Logos tornou-se incorporado dos elementos que provocam reações
duais e opostas. O Logos, ao adicionar sua energia e força ao
éter, trabalha os elementos primários inatos do próprio éter,
nele implementando todas as possibilidades do despertar de suas
qualidades. O éter inferior desce alguns níveis da pureza do
éter superior, pelas novas condições adquiridas. À medida que o
éter inferior vem constituir mundos e reinos, vem também
assimilar resultados positivos e negativos. Com isto, o éter
inferior torna-se conteúdo de particularidades que se
identificam com a pluralidade da vida mergulhada na matéria e
vem modificar a sua própria e original contextura. Em outras
palavras: o éter inferior é o éter superior que perdeu a
condição de pureza original como matéria virgem, estando
incorporado da energia e força do Logos.

8. Que é prâna?
R. Prâna é um elemento cósmico dimanado do Logos. Em certas
circunstâncias prâna é confundido com a natureza do éter, porém
não é o éter. Prâna incorpora o magnetismo que interpenetra a
matéria, produzindo condições para que as leis de atração e
coesão exerçam suas influências.
Prâna infiltra-se nas estruturas atômicas, participando dos
espaços intracelulares, vindo produzir a atração das polaridades
positiva e negativa. É um elemento que conduz a energia ígnea
que o Logos manipulou a fim de vitalizar a matéria.

9. Que é fohat?
R. Fohat foi o primeiro princípio do qual o Logos se utilizou
para estabelecer condições apropriadas à matéria pregenética.
Todos os demais princípios que vieram após e adicionaram
particularidades à matéria, derivaram-se de fohat. Fohat é o
fogo elétrico que produziu dois outros fogos que se entranharam
na matéria e que passaram a participar indissociavelmente de sua
natureza. Não há matéria que não conduza a presença ígnea de
fohat. Assim, o fogo (a luz) foi o primeiro elemento a surgir do
caos para vir participar da construção dos mundos. Fohat, na
realidade, não é somente um princípio, como são os sete
princípios cósmicos que o Logos introduziu na matéria do
universo, pois neste caso, fohat seria um oitavo princípio.
Fohat é mais do que isto. É, em síntese, a raiz de todos os
demais princípios emanados do Logos, pois fohat realiza na
matéria cósmica diferenciada a sua verdadeira alma energética,
através do eterno fogo que faz a matéria fusionar.

14
10. Que é kundalini?
R. Kundalini é a energia ígnea que processa a elevação dos
subjacentes poderes residentes na matéria, através da combustão
gradual dos envoltórios que produzem a diferenciação na unidade
espírito-matéria. Kundalini e prâna são elementos cósmicos
participantes da intimidade da matéria. São originários do
Logos, cuja representação física é o sol. O sol libera estes
elementos para vir propiciar possibilidades do despertar das
qualidades na matéria, ao longo do processo de aferição ou de
fusão das energias. Estes elementos, com a presença de fohat,
vieram constituir os meios pelos quais a própria Mente Universal
trabalhou a matéria desde o início da manifestação do Grande
Plano da Criação, e que ao decurso de muitas eras ainda virá
realizar a grande síntese espírito x matéria. Todos os elementos
residentes no íntimo da matéria, bem como ela própria,
precisarão passar pelo processo de transmutação, e em alguns
casos de sublimação, a fim de restituir a matéria à sua original
e volátil condição.

15
Parte IV

1. Quais são os elementos que regulam a vida do sistema solar?


R. São sete os elementos que atuaram na criação do sistema solar
e continuam atuantes em sua vida. De sucessivas ações das leis
cósmicas de energia e força em todas as dimensões da matéria,
decorrem outros princípios ou leis menores que compõem a grande
malha de integração de todas as formas em todos os reinos. São
os seguintes os princípios: prâna (energia), manas (substância
mental), éter (ou akaza, a matéria universal), e os quatro
elementos integrados aos três anteriores: ar, terra, fogo e
água.

2. Que é em realidade o mundo etérico?


R. Mundo etérico é uma região no orbe planetário composta,
principalmente, do éter inferior, de quatro éteres terrestres e
de grande quantidade de prâna, a partir dos quais as formas
físicas terrenas são moldadas. O mundo etérico está relacionado
a fatos e acontecimentos que estabelecem padrões energéticos
físicos com as formas dos reinos e de suas espécies. Devido a
sua posição estratégica, o mundo etérico atua na intermediação
entre o mundo físico denso e os demais mundos.

3. O mundo etérico estabelece limites com o mundo físico denso?


R. Os limites são naturais pela formação da matéria nos dois
mundos. Em eras passadas, a civilização chamada hiperbórea,
desenvolveu protótipos da espécie humana no mundo etérico. Desta
civilização surgiria, posteriormente, a civilização do
continente lemuriano. Embora os lemurianos tenham sido os
primeiros seres humanos a pisar a Terra, havia, ao início de sua
civilização, perfeita integração com o mundo etérico, do qual
operavam os instrutores espirituais.
Com o passar do tempo, contudo, as formas dos seres etéricos
foram se tornando densas e as contrapartes etéricas
desapareceram da visão comum.

4. Como entender melhor este acontecimento?


R. O planeta Terra, bem como os demais planetas de nosso sistema
solar, possui uma esfera em cada mundo, compostas,
respectivamente, de diferente densidade de matéria. Assim, todas
as esferas respectivas a um determinado planeta, formam, no
conjunto, a expressão total daquele planeta. Os planos ou
mundos, a cada encarnação de nossa cadeia planetária, virão
16
restabelecer nos planetas os seus espaços, na oportunidade em
que a Vida se prepara para recomeçar a manifestação e a se
desenvolver em sete giros, de acordo com as etapas do Plano da
Criação cuidado pelo Logos. Neste processo, e antecedentemente
ao momento em que a Vida proveniente de outro orbe alcançaria a
Terra no quarto giro, recomeçou a materialização da esfera
física da Terra.
Dentro do cronograma planetário do quarto giro, - o mais
material de todos, - em que sete raças humanas com sete
respectivas sub-raças deveriam surgir e se desenvolver na Terra,
a Vida veio então alcançar o mundo etérico. Nesta mesma ocasião,
o impulso descendente da força projetada pelo Logos, dirigiu e
condicionou todas as formas para o mundo etérico, e mais tarde
as sedimentou convenientemente com a concomitante participação
da vida pluralizada dos reinos e, principalmente, das duas raças
humanas que ali se manifestariam. A primeira e segunda raças que
habitaram este mundo, ao desenvolverem os seus veículos de
manifestação, auxiliaram a matéria etérica a adquirir melhor
qualidade. Desta maneira, a terceira raça, a lemuriana, viria se
estabelecer como a primeira raça física da Terra, ainda que, no
início, estivesse em contato com as formas e habitantes do mundo
etérico.

5. Existem ainda habitantes no mundo etérico?


R. Sim, de várias categorias. Os seres elementais representam
parte destes habitantes, e possuem corpos constituídos por
matéria dos quatro elementos. Neste particular, há diversas
famílias destes habitantes chamados de espíritos da natureza,
tais como, gnomos da terra, ondinas das águas, salamandras do
fogo e silfos do ar. Existem ainda seres e habitantes deste
mundo, que possuem simultaneamente revestimentos veiculares de
matéria etérica e astral, e que participam tanto da vida de um
como de outro mundo.

6. Qual a importância do mundo etérico?


R. O mundo etérico é essencial para a existência do mundo
físico. Além de atuar como verdadeiro condensador da matéria
física densa é elo com os demais mundos através do éter. Todos
os mundos de nosso sistema solar possuem na sua contextura um
subplano de matéria atômica relativo ao éter cósmico, que detém
os princípios da criação de todos os átomos do universo. Por
outro lado, os elementos químicos conhecidos pela ciência
acadêmica, tomam forma física no mundo etérico, bem como os
novos elementos que surgem para a vida terrena a cada ciclo da
evolução. Todas as transformações processadas no mundo físico
repercutem no mundo etérico e vice-versa, e de tal maneira e
17
intensidade, que se torna difícil identificar de imediato a sua
verdadeira origem.

18
7. A vida no mundo etérico é semelhante a do mundo físico?
R. Não há como estabelecer meios de comparações entre a
qualidade de vida de ambos os mundos, devido às diferenças
fundamentais na contextura de suas matérias, bem como nas leis
que as regulam. A matéria física é basicamente constituída de
sólidos, líquidos e gases, ao passo que a matéria etérica possui
níveis diferentes. A matéria etérica vibra e se organiza em
níveis atômicos, subatômicos, superetéricos e etéricos.
Entretanto, essas composições de matéria etérica interagem com a
matéria física densa e realizam as necessárias mutações que vêm
repercutir nos interstícios da própria matéria densa. Os egos
terrenos e seres vivos de todos os reinos não têm vidas
semelhantes nestes dois mundos, principalmente porque os seus
veículos físicos não possuem volição consciente. A consciência
que os egos e os seres vivos detêm do mundo das formas está
adstrita aos seus organismos cerebrais astrais e mentais.
Contrariamente a este fato, o cérebro físico atua unicamente com
a função de veicular impressões. Assim, quando a contraparte
etérica da manifestação física deixa de existir, o veículo
físico fenece e a consciência passa integralmente para os níveis
de percepções astrais e mentais. Alternativamente, se a
consciência astral, por algum fator acidental, romper com os
segmentos do veículo físico, a matéria física do ego terreno
ainda assim continuará a existir com vida parcial, - a bem
dizer, vegetativamente - sem estímulos ou sentido inteligente.
Desse modo, a independência dos mundos etérico e físico é
somente relativa às suas particulares naturezas e não à
consciência.
Há, entretanto, no mundo etérico, regiões que são ocupadas por
seres de muitos outros planos cósmicos, que por possuírem
conhecimento das leis físicas ali se estabelecem para formar
núcleos de atividade, além de uma hierarquia de vidas chamadas
dévicas que colhem suas experiências no arco involutivo.

8. Em relação ao conteúdo planetário, como atua o mundo etérico?


R. Tanto quanto para um só reino como para a totalidade da vida
planetária, o mundo etérico participa como provedor de matrizes
físicas. As contrapartes etéricas das montanhas do Himalaia, por
exemplo, de uma abelha ou de um grão de areia, são fontes de
energia indissociadas da matéria física concreta. Há,
entretanto, para cada reino ou espécie, uma dimensão física
diferente, ou aura específica, inerente à qualidade
desenvolvida. Nesse particular, o campo vibratório do urânio,
por exemplo, em certas circunstâncias, trará maiores implicações
energéticas para a vida planetária do que o de um bloco de
granito. O fator energia do urânio proporciona uma dimensão
19
maior não somente geométrica da sua aura, mas também de ação e
reação ao mútuo contato com os demais elementos.
Lembramos que o núcleo do urânio ao receber bombardeios de
nêutrons em laboratório sofre fissão, sendo então liberada
radioatividade em maior quantidade, o que pode tornar-se
perigoso ou letal para organismos biológicos. Por outro lado, a
aura energética de um bloco de granito, de todas as maneiras,
não produz efeito danoso algum a nenhum ambiente ou matéria.

9. Como entender melhor estas relações?


R. Os antigos ocultistas já afirmavam que matéria é energia
condensada. Era do conhecimento da sabedoria iniciática que a
matéria física é resultado do impulso criador do Logos ao
projetar sua energia e força para construir os mundos. A energia
do Logos veio materializando mundos desde um plano de existência
próximo ao seu laboratório de atividade. A matéria cósmica
utilizada, conhecida também por akaza ou éter, adquiriu maior
solidez na medida em que o Logos, inversamente, imprimiu menor
padrão vibratório ao movimento dos átomos constitutivos dos
respectivos mundos. Nesta escala “involutiva,” ao se completar o
sétimo e último impulso, o Logos tinha estabelecido as matrizes
etéricas que produziram as formas físicas. Já no sexto impulso,
o Logos criara condições a que todos os átomos físicos e
elementos químicos se materializassem do mundo etérico para o
mundo físico com diferentes qualidades. Como tudo no universo é
energia e força sob diferentes aspectos, as matrizes etéricas
produziram a matéria densa a partir do instante em que a energia
atingia o seu nadir e se concentrava no derradeiro limite
estabelecido pela intenção do Logos. Assim, a aura física de
qualquer tipo de matéria no mundo físico expande uma realidade
energética, que é sua qualidade etérica anteriormente
estabelecida.

10. Se a ciência acadêmica afirma que a Terra surgiu de nebulosa


que resfriou da incandescência, como conciliar esta afirmativa
com as explicações esotéricas?
R. Fohat é o princípio que permeia a toda a matéria universal,
anelando o fogo. Se nada de concreto existia no universo de
nosso sistema solar, os astros não poderiam surgir deste nada
sem uma razão plausível. Em nosso sistema solar os mundos
objetivos começaram suas existências a partir da ação do Logos
na matéria pregenética. O mundo físico denso não é o único mundo
objetivo visível, em razão de possuir concretismo. Todos os
outros mundos criados pelo Logos em dimensões superiores são
também objetivos, embora não percebidos ordinariamente pelo

20
humano. A manifestação do sistema solar em todas as dimensões, é
uma criação objetiva da mente do Deus Etéreo, através do Logos.
Para que o planeta Terra viesse à concreta existência, foi
realmente necessário que o Logos manipulasse tanto com a matéria
pregenética, quanto com fohat e o éter inferior. A matéria
conformadora dos mundos superiores passou por etapa de
superaquecimento a fim de que pudesse ser contida nas suas
matrizes arquetípicas e modelada à vontade pelo pensamento do
Logos. Neste segmento, o éter superior ou akaza que precedeu à
matéria terrena, foi transformado em massa combustora e da mesma
maneira adaptado às matrizes preestabelecidas pelo Logos. Como
este processo foi levado a termo através dos sete sucessivos
impulsos do Logos, demorou um pouco mais para que o mundo físico
denso surgisse no cenário do universo concreto, sendo, pois,
necessário que o sexto impulso tivesse antes estabelecido as
matrizes etéricas e as condições especiais para a matéria física
resfriar.
A massa combustora resulta dos movimentos acelerados dos átomos
originais que o Logos ativa, fazendo com que a energia dimanada
através de grande quantidade deles aqueça um “quantum” da
matéria prima que serve para conformar o universo do sistema
solar, levando-a a inimagináveis graus de calor. Assim, a
presença de fohat estabelece diferentes padrões para construir
cada mundo, e a energia e força adicionais do Logos,
concentradas sob especiais condições, resultam em matéria
incandescente.

11. De que maneira o Logos imprimiu menor padrão vibratório aos


átomos para conformar a matéria física densa se, contrariamente,
utilizou altíssima temperatura para incandescer?
R. Há de se considerar neste processo, duas etapas e dois
tempos. Na primeira etapa, o Logos trabalhou a matéria etérica
com incrível temperatura a fim de produzir a matéria física.
Neste processo, foi necessário um tempo para aumentar o
movimento rotatório dos átomos a uma altíssima velocidade a fim
de criar a combustão de todo o “quantum” de matéria apropriada
para conformar o mundo físico concreto. Na segunda etapa, e
durante outro tempo, houve o resfriamento da massa combustora,
fazendo com que o Logos ajustasse padrões vibratórios para os
átomos etéricos e físicos, de tal forma, que produzissem
diferentes densidades para os diversos reinos. Os padrões
vibratórios ajustados pelo Logos entre akaza e os átomos,
resultaram em matéria densa concreta com diversas
possibilidades, todas, entretanto, diferentes e inferiores aos
padrões estabelecidos para os mundos edificados com matéria mais
sutil.
21
Parte V

1. Que é mundo astral?


R. Mundo astral é definido como sendo o mundo das emoções e
desejos. Existe neste mundo, além da matéria astral, vasta
quantidade de energia-forma criada pela mente humana. O mundo
astral, no atual ciclo de evolução planetária, desempenha papel
de maior polarizador de energia. A quase totalidade dos seres
humanos vibra, preponderantemente, na matéria astral, o que vem
configurar caminhada de maior dificuldade aos verdadeiros
objetivos da evolução, devido a ser o astral o campo propício
para as ilusões.

2. Que é energia-forma astral, criada pela mente humana?


R. Os corpos que constituem e compõem a totalidade da expressão
veicular de um ego terreno, possuem órgãos e cérebros formados
de matéria dos seus respectivos mundos. O cérebro físico não
possui volição de pensamento, exatamente porque não determina
qualquer tipo de consciência ao ego. O cérebro físico, neste
particular, trabalha através dos seus impulsos elétricos, para
anexar as impressões dos acontecimentos terrenos à memória
etérica. O cérebro etérico, por oportuno, realiza o trabalho de
ponte, anexando tanto os registros da vida física para os
cérebros astral e mental, quanto opostamente daqueles para o
cérebro físico.
Por outro lado, a consciência da vida física pelo ego, na
realidade está atrelada aos condicionamentos das mentes astral e
mental em conjunto com as impressões gravadas na memória
etérica. Muitas vezes as impressões dos fatos levados ao cérebro
do corpo mental vão impregnadas de matéria astral, veiculando o
pensamento a um conteúdo emocional. Este conteúdo emocional,
ganha vida particular e coloração própria, na medida em que os
fatos se desdobram na vida do ego, estabelecendo-se para cada
assunto uma determinada gama de vibrações. Quanto maior for a
importância atribuída pelo ego aos acontecimentos do mundo,
maior atenção e interesse se intensificarão para os assuntos
relacionados. Entretanto, a carga emocional conduzida pela mente
astral, irá criar não somente uma identidade pessoal nos
assuntos do ego, mas da mesma maneira, irá calcar-se na matéria
astral conformadora deste mundo. Quando, por exemplo, milhões de
egos estão atraídos pelos mesmos assuntos, virão atrelar à
matéria astral semelhantes vibrações que resultarão em maior
22
poder da energia-forma. Estas particulares criações humanas
produzem no astral a caracterização de um mundo, sobretudo,
ilusório. A energia-forma assim criada artificialmente, não
estará inserida nos verdadeiros padrões vibratórios produzidos
pela materialização astral dos arquétipos construídos pelo Logos
para este mundo.

3. De que maneira as criações pela energia-forma astral,


estabelecem novas relações com egos terrenos?
R. Consoante a máxima “semelhante atrai semelhante,” os egos que
possuem fortes tendências emotivas, paixões destemperadas,
inclinações para a morbidez, atrações conscientes ou
inconscientes para determinados assuntos de tônica emocional,
etc., ficam desde cedo envoltos pela energia-forma astral, tanto
quanto àquilo se prendam. Esta condição geral descortina no
mundo astral enorme leque de opções e ninguém consegue, de uma
forma ou de outra, ficar isento às atrações, mesmo porque todos,
ao renascerem, trarão incorporados ao ego os elementos germinais
identificadores. Mas nem sempre uma energia-forma astral é
criação da mente humana. Há padrões vibratórios estabelecidos
pelo Logos com a finalidade de vir propiciar aos egos terrenos
possibilidades de neles ingressar para obter resultados
qualificados. Não obstante, ainda assim ocorre de o ego terreno
criar também ilusões ou disfarces em torno das atividades
relativas à energia utilizada de um destes padrões vibratórios e
assim desviar sua atenção objetiva para o irreal.

4. Como entender mais claramente este assunto?


R. Os desejos e as emoções são fatores necessários ao despertar
de valores no ser humano, servindo, de todas as maneiras, para
provocar em seu íntimo o interesse pela vida. O corpo astral
faculta ao ego este envolvimento com as formas do mundo, o que
vem acontecendo desde os primórdios das raças. Já na fase da
vida animal, a matéria astral vibrava e se misturava ao
instinto, produzindo nas espécies mais dóceis e facilmente
domesticáveis, germes de simpatia e afeto. Reações opostas e
diversificadas, da mesma forma, já alcançavam os domesticáveis e
também a todo o resto das espécies. O ser humano não teria
atração pelos valores da vida não fosse pela sensação. Esta
maneira de ligar-se aos objetos provoca em maior escala nos
homens pouco evoluídos a incessante, febril e quase instintiva
busca pela posse, além de o necessário estímulo para alcançar
seus objetivos e o gozo pelas conquistas. Por milênios o homem
vem se tornando escravo destas sensações, ao mesmo tempo em que
delineia formas mais definidas ao seu corpo astral.

23
Há um plano elaborado para a humanidade a fim de aprimorar os
sentidos através das sensações, o que se dá à medida que os
valores intelectuais vão se tornando melhor trabalhados e
objetivem proporcionar ao próprio ego condições de vida mais
adequadas. Entretanto, as paixões fortemente arraigadas nos
corpos astrais dos egos, que remontam de longínquos ciclos do
desenvolvimento humano, conduzem a que certos prazeres
ultrapassem os limites do razoável e venham muitas vezes
adquirir características mórbidas e perigosas, ou de loucuras.
Estas fortes e nefastas sensações provocam nas mentes e corpos
astrais dos egos envolvidos profundas marcas, construindo ou
fortalecendo na matéria daquele mundo a temível e artificial
energia-forma negativa. Acresce que tanto a matéria do mundo
mental quanto a do astral, misturam-se em certos subplanos,
produzindo-se nestes instantes pensamentos atrelados as
estimuladoras e atrelantes sensações, das quais, sem um intenso
e perseverante trabalho íntimo torna-se impossível escapar.

5. Como acontece a relação dos sentidos com o intelecto?


R. Cada raça que veio povoar a Terra trabalhou mais intensamente
um sentido do ego humano. Atualmente o homem possui os cinco
sentidos bastante desenvolvidos, coincidentemente com o
aparecimento das cinco raças que povoaram o planeta. Há dois
outros sentidos que o ego terreno ainda desenvolverá
conscientemente, na decorrência do surgimento e evolução das
duas próximas raças, condicionando-se assim sete sentidos ao
ego. Na realidade, as sementes dos sentidos se assentam no corpo
mental do ego, mas numa inversão reflexa são desenvolvidos
adequadamente nos seus veículos inferiores, de baixo para cima,
segundo um ritmo ao panorama evolucionário terreno.
Os sentidos humanos, - físicos propriamente, - estão diretamente
relacionados ao corpo etérico, onde se conjuminam ao corpo
material, produzindo-se, nesta invisível associação, a falsa
idéia de que nascem e atuam neste último corpo. Há, também, nas
relações íntimas dos sentidos físicos com os corpos astral e
mental do ego, diferentes reações nestes corpos quanto às suas
particulares percepções. As percepções dos fatos, acontecimentos
e decorrências ao trato da matéria daqueles dois mundos acima do
físico, são sobremodo mais elásticas em comparação ao mundo
físico, independentemente do nível evolutivo de qualquer ego
terreno, pois são obtidas mais amplamente e com maior
consciência e sutileza, justamente pelo teor mais apurado das
vibrações de cada matéria. Ainda não é chegado o momento em que
a humanidade vibrará conscientemente em todos os seus corpos
numa única vertente. Por ora, alguns conseguem este desiderato,
outros têm somente pálidos momentos de integração. Na maioria
24
dos egos, os corpos astral e mental atuam em seus próprios
mundos sem que a consciência sobre os valores terrenos, saiba o
que lhes acontece naqueles mundos.
Todavia, mesmo nessa inconsciência, o corpo mental continua a
trabalhar com valores quantificados e qualitativos e isto induz
o ego como individualidade, e a sociedade como um todo, a buscar
aparelhar-se cada vez mais e requalificar os seus desejos e
tendências. Estas possibilidades vem anelar-se ao inato desejo
de evoluir através do conhecimento e de usufruir, através deste
mesmo conhecimento, de melhores e mais apurados valores, quer
sejam eles subjetivos e psicológicos, quer materiais. Há
naturalmente nesta soma de ideais, valores díspares, calcados na
má formação moral e humanitária de muitos milhões de pessoas.
Assim, homens excessivamente vaidosos, orgulhosos, egocêntricos,
desvirtuados, maquiavélicos, fanáticos, maníacos, corruptos ou
corruptores, etc., convivem lado a lado com os demais, ou até em
posições de superioridade nas diversas hierarquias da sociedade,
conspurcando, oprimindo e obstando de muitas maneiras o avanço
mental e espiritual de seus semelhantes. Entretanto, bons ou
maus, milhões não deixam de ter acesso às facilidades
proporcionadas pelos avanços das ciências em suas mais diversas
áreas de atividades, bem como à educação escolar e
universitária. Este conjunto de esforços nas várias atividades e
profissões humanas vem propiciar ao intelecto melhor ativação
das diversas correntes de energia dos corpos espirituais do ego
terreno, motivando que as correntes ligadas aos elementos
construtores dos sentidos atuem e repercutam na fisiologia do
ego, levando e trazendo a energia com maior facilidade. Mesmo os
desejos egocêntricos, sofisticados ou caprichosos, produzirão
pela ação mais vitalizada do intelecto, a necessária energia que
virá facultar ao ego maior apuro dos sentidos.

6. Que tipo de moradores habita o mundo astral?


R. Os mais diversos e isto inclui seres verdadeiros e irreais.
Há no mundo astral, e nos demais mundos criados pelo Logos, sete
subplanos. Cada subplano é um mundo aparte. O mundo astral ao
interpenetrar o mundo físico, determina com isso grande atração
às almas encarnadas. Entretanto, o mundo astral possui duas
divisões básicas no que respeita a atração exercida à vida no
plano físico terreno, e que as transformam em astral superior e
astral inferior. O quinto subplano do mundo astral é correlato
ao plano físico terreno propriamente dito, onde residem ou virão
residir as almas pouco evoluídas espiritualmente, após o
desenlace dos corpos físicos. Do quarto subplano para baixo,
encontram-se os moradores ainda de menor evolução, que estão
presos a todos os tipos de paixões. Nos últimos subplanos,
25
encontram-se seres elementais criados principalmente pelo
pensamento desregrado do homem, sendo estes subplanos referidos
na antiga mitologia como o inferno de Hades.
Já na outra ponta, no sexto subplano, acham-se as almas mais
evoluídas e no sétimo estão almas acima da média da humanidade,
existindo dentre estas, guias e protetores, iniciados e
instrutores da sabedoria oculta.

7. Como são, especificamente, estes habitantes do mundo astral e


onde permanecem?
R. No sexto e sétimo subplanos, contados de baixo para cima, os
habitantes do mundo astral possuem os corpos de matéria
luminosa, volátil e facilmente cambiável para outras formas de
igual clareza. Estes subplanos abrigam desde pequenos
grupamentos às numerosas famílias ou grandes etnias. Há
mosteiros em que se encontram monges de religiões esotéricas
onde são realizados rituais, missas, encontros, reuniões, aulas,
cursos, etc. Há hospitais que tratam de doentes recentemente
egressos do mundo físico, clínicas de repouso, escolas, jardins,
hortos, parques, retiros, bibliotecas e toda a sorte de locais
para as diversas necessidades ou lazer de seus habitantes. Nos
hospitais e clínicas, as almas que cumpriram corretamente suas
missões no mundo terreno vêm curar suas doenças. Nos belos e
inspiradores retiros outras almas vêm recuperar as forças,
meditar, ou reciclar seus aprendizados, preparando-se
espiritualmente para o desempenho de novos papéis em próxima
interpolação na vida física planetária. Há aqueles cujas vidas
terrenas decorreram em profissões ou atividades cujos
conhecimentos adquiridos podem ainda servir aos irmãos viventes
em corpos físicos ou no mundo astral. Dentre estes podemos
destacar médicos, pesquisadores, cientistas, sacerdotes
iniciados na medicina milenar ou terapias, e muitos outros.
Nestes subplanos do astral encontram-se também aqueles cujas
vidas foram dedicadas ao estudo e práticas esotéricas, à magia
branca, aos tratamentos em correntes de cura, às terapias
diversas, ao desenvolvimento e trabalho mediúnico, às doutrinas
espiritualistas, bem como às realizações de rituais de alta
magia com resultados favoráveis à vida planetária. Estes e
tantos outros servidores da humanidade em diversas áreas, são
convidados a se submeter ao comando e disciplina de mentores
altamente qualificados, a fim de aperfeiçoar suas práticas e
aplicá-las em prol dos irmãos terrenos. Muitas outras situações
são coordenadas por mentores, e grupamentos são formados para
pôr em prática novas idéias de serviços ao planeta.
Por outro lado, as almas que detém auras obscurecidas por fortes
paixões, apegos, ódio ou sentimentos inferiores e desagregantes,
26
não encontrarão nestes subplanos campo para exercerem estes
desvios. Viverão na maior parte do tempo reclusos em colônias ou
regiões isoladas, a fim de se depurarem destes males e não virem
causar problemas aos semelhantes.
Há, no entanto, os malignos que formaram grupos terroristas,
criminosos, inimigos da sociedade, que não aceitam integrar-se
às disciplinas e terapias corretivas ou recuperadoras, e que
pululam pelos espaços dos diversos subplanos em busca de
inspirar suas tortuosas atividades aos encarnados, ou mesmo de
realizá-las. Os conhecedores de magia negra conseguem migrar
para os outros planos ou para a Terra a fim de continuar a
exercer seu trabalho de oposição à luz.
No inferno de Hades vivem as formas elementais dos mais variados
tipos, criadas da energia gerada pelos seres terrenos que já
partiram. Estas formas ainda guardam alguma consciência de seus
criadores ou dos ambientes em que eles viveram, tendo pertencido
a humanos, subumanos ou animais, precisando permanecer nestes
ambientes até esgotarem-se as energias inferiores de que foram
constituídas, para finalmente desintegrarem-se completamente.

8. De que maneira acontece o descarte da energia das formas


elementais?
R. As formas elementais também denominadas cascões ou eidolon no
esoterismo, ou uma categoria de eguns humanos entre os espíritas
umbandistas, pairam pelo mundo astral inferior após as almas
desencarnadas terem subido de subplano. Existindo esta energia
kâmica em suas formações, esses elementais possuem um arremedo
de vida e consciência, por terem acumulado nos seus átomos
constitutivos alguma memória das vivências de seus antigos
donos. Se nada acontecer de anormal ao curso do tempo astral, as
formas kâmicas virão gradual e lentamente esgotar a energia
acumulada, devido a não mais existir o processador ou mente
astral que continuaria a adicionar a energia inferior. Como
resultado, depois de esgotada a energia, suas organizações
celulares virão desintegrar-se completamente e os átomos
retornarão ao reservatório natural em seu mundo. Entretanto,
durante este tempo de desintegração, que pode ser demasiado
longo, alguns dos seguintes acontecimentos poderão revitalizar
os elementais:
A) A alma que houvera se descartado do cascão, novamente vibrar
em sua direção, descer de subplano e reatar-se às antigas
paixões.
B) Um destes elementais ser capturado por praticantes de magia
negra e servir aos seus malignos propósitos.

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C) O elemental também ser levado à reuniões de mesas espíritas
e, revitalizado com a energia dos médiuns, passando-se pela alma
do falecido.
D) Vir a tornar-se ente obscessor de um participante de mesas
espíritas, vampirizando suas energias.
E) O eidolon ter tamanha sedimentação de energia inferior que
atravesse muitos anos em relativo estado de conservação, vindo
novamente acercar-se da mesma alma que dele houvera se
desprendido, e que esteja noutra encarnação na Terra. Isto
acontece com certa frequência a praticantes de magia negra ou a
pessoas obsedadas pelas paixões. Esta reaproximação causa, a
alguns, estados de loucura.

9. Qual a importância do mundo astral?


R. O mundo astral acusa o nível evolutivo da humanidade segundo
suas inclinações. Não haveria como restituir à Vida, a energia
propulsora do arco evolutivo no atual estágio humano, não fosse
pela ação plasmática do desejo produzido na matéria astral. Não
bastaria somente a intenção de o Logos estar impregnada nos
átomos da matéria, para determinar à alma terrena levantar-se e
galgar os caminhos que conduzem ao superior. É necessário, pois,
outra vida, uma chama interna a acender-se, a fim de avivar os
desejos do corpo astral manifestado. Mesmo nas inúteis
realizações ambiciosas e conquistas vãs, é necessário existir o
desejo, por constituir-se no combustível que o ego terreno
precisa possuir a fim de lançar-se ao mundo das formas. A
matéria astral associa-se ao desejo inconsciente de mover-se e
buscar, quer, por exemplo, nas múltiplas formas dos reinos
planetários, quer na vida primitiva autóctone, ou nas febris
atividades dos homens de negócios.

10. Por que o pensamento superior não é suficiente ao homem para


fazê-lo evoluir sem necessitar do organismo astral?
R. Nesta linha evolutiva da humanidade na qual estamos inseridos
isto não é possível. Os vários corpos que constituem a
fisiologia da alma encontram-se com suas estruturas
profundamente estratificadas. Este mesmo processo adstrito ao
ego está implícito nas formas solidificadas da natureza em seus
diversos reinos. Devido a isto, é necessário à energia do Logos
primeiramente libertar a alma do condicionamento a que está
submetida. Neste segmento, a energia liberada por fohat, prâna e
kundalini irá produzir a desobstrução nos condutos dos corpos
constitutivos da alma, trazendo o ego a realizar seguidas
transmutações e sublimações de seus desejos e paixões. Isto
somente acontece pela conjunta ação dos corpos mental, astral e
etérico-físico, e, principalmente, pela correta postulação dos
28
princípios morais edificantes ao exercício das atividades do
ego.
O pensamento superior é importante, mas somente virá encontrar
perfeito respaldo num corpo astral purificado ou em vias de
purificação. Os antigos ocultistas deixaram para a posteridade
inúmeras alegorias em gravuras ou lendas, segundo as quais o ego
deve sempre ser submetido à custodia de um outro senhor a
disciplinar-lhe os passos. Somente desta maneira, fazendo uso
inteligente das potencialidades astrais, o pensamento superior
pode auxiliar o ego a galgar os degraus da evolução consciente.

Parte VI

1. Que é mundo mental?


R. Mundo mental é o mundo intermediário entre as faixas
superiores e inferiores do universo de nosso sistema solar.
Representa o elo que permite às vidas a ultrapassagem de um
estágio evolutivo para outro. A ativação da energia e força pela
Mente Universal ou Terceiro Logos vem encontrar sua síntese no
mundo mental, de onde atuam os arquétipos formadores dos mundos
inferiores. Tanto a ação do Terceiro Logos, na sua
potencialidade criativa no universo fenomenal, quanto à do
Primeiro Logos, no avivamento e ativação do corpo causal das
vidas em ascendente evolução, são produzidas do mundo mental.

2. Em qual escala, exatamente, encontra-se o mundo mental na


situação do universo?
R. Há uma consideração matemática e outra simbólica quanto à
posição do mental em nosso sistema solar, quando da criação dos
cinco mundos. Se entendermos o mundo etérico aparte do mundo
físico, o mundo mental com suas duas divisões estará então no
quarto nível da escala, contado de baixo para cima. Se, ao
contrário, considerarmos o mundo etérico incluso no mundo
físico, adotando a nomenclatura físico-etérico para externar uma
única expressão, o quarto nível alcançará a divisão superior do
mundo mental, chamada mental abstrato.
Por outro lado, ao fazermos a contagem de cima para baixo a
partir de Atma, o mundo mental concreto estará no quarto nível.
A relação simbólica atribuída ao mundo mental é exatamente a de
ser o intermediário entre o bloco superior e o inferior dos
planos vibratórios, o que também caracteriza uma simbólica
demarcação entre dois estados de consciência com a relação

29
quatro. Conforme sabemos, a cifra quatro representa a
estabilidade material e a personalidade com seus quatro corpos
de matéria dos mundos inferiores.

3. Como entender melhor a conotação intermediária do mundo


mental, relativamente aos planos e respectivas divisões, com a
não inclusão do mundo adi e anupadaka?
R. Os mundos adi e anupadaka, sendo os mais altos na escala dos
mundos, possuem participações de transcendental importância no
universo. No mundo Adi, o Logos estabeleceu o seu laboratório de
atividade ao inicio de tudo, quando entrava objetivamente no
espaço reservado para a construção do sistema solar. Dali, o
Logos começou propriamente a edificar os cinco mundos, através
de seus impulsos construtores, tendo ativado na matéria
pregenética todas as possibilidades de criação.
Desta maneira, ao estabelecer as condições para a edificação e
vivificação do mundo mental, o Logos realizava a idéia da
criação de um mundo onde houvesse a intermediação de dois
estados de consciência. Os três subplanos superiores do mundo
mental formam o mundo mental abstrato; abaixo desta região se
iniciam as trocas energéticas na matéria cósmica, estabelecendo-
se relações duais e opostas.
Portanto, esta dupla situação configura o mental abstrato num
mundo simbolicamente intermediário entre dois grandes universos
no mesmo sistema solar. Sob este critério, na parte inferior, os
mundos mental concreto, astral e etérico-físico, contam,
respectivamente, quinto, sexto e sétimo mundos e formam o
universo fenomenal.

4. Os arquétipos que se organizam do pensamento do Logos também


detém relações duais?
R. O mundo mental abstrato, sendo a região intermediária entre o
universo superior e o inferior, vem realizar, principalmente
através do pensamento do Logos, a síntese das polaridades
opostas. Abaixo do mental abstrato, o pensamento ideal do Logos
vem desdobra-se para atuar em situações ambíguas no universo
fenomenal. Tempos depois, quando vidas estarão de retorno a este
mundo portando em suas consciências o pensamento da criação
fundamentado na ideação do Logos, a dualidade é somente evocada
abstratamente, mas demonstrando um pensamento completo, como
numa balança perfeitamente ajustada.
Os arquétipos que compuseram as condições de materializar nos
mundos inferiores a Idéia Central do Logos para a criação,
estabeleceram condições diversas fragmentadas em pensamentos-
formas para a necessária atividade pluralizada dos reinos e
vidas. Os arquétipos são modeladores tanto das idéias maiores,
30
que mais se aproximam em sínteses do “pensamento-unidade” no
Plano da Criação, como das idéias menores, que realizam
modificações cíclicas de pequenas amplitudes nos mundos
inferiores constituídos de forças duais e opostas. Nas suas
origens, estes arquétipos trazem as sementes das relações duais
ao desenvolvimento dos pensamentos-formas, que necessitarão ser
convenientemente trabalhados pela mente humana, para redundar em
realizações materiais propriamente ditas.

5. Como entender melhor estas relações?


R. O universo fenomenal criado pelo Logos é de forças
antagônicas que se mantém em equilíbrio, justamente por serem
opostas. Nesta idéia, os valores são relativos e determinam
situações que se amparam em sustentações intra-dependentes, nas
quais nada funciona sem que um elemento venha complementar a
outro. Isto é uma lei natural sob o imperativo das causas que
provocam a tríplice relação: nascimento-vida-e-morte. Nisto se
inclui a ação que produz o movimento. A ação origina-se na
mente, quer de uma nova causa gerada por um efeito anterior,
quer de um efeito em si mesmo. O movimento segue à ação tal como
a energia segue o pensamento.
Os arquétipos construtores da natureza proporcionam os
necessários elementos para que haja ação, movimento, reação,
causa e efeito e outros agentes nessa grande rede incidente de
energias e forças cósmicas nos processos e princípios
evolucionários. Há nestas relações energias positivas e
negativas, sem o que não se revelaria a necessária dualidade nas
formas da matéria. Mas nada atinge objetivos sem a presença de
um móvel propulsor. Este móvel propulsor em âmbitos absolutos é
inegavelmente o Logos que estabelece os parâmetros de ação,
movimento e alcance das mutações naturais dos reinos. E cria o
cérebro animal e o humano como fragmentos de Si mesmo. Então o
pensamento do homem se pluraliza nos padrões e tônicas dos
valores relativos, mas ainda cego quanto à luz divina original.
Com isso, novas mutações acontecem na natureza e valores serão
subvertidos. Assim, por má condução dos valores naturais, mais
do que nunca causa e efeito estarão ativos num plano de
infinitas variações.
Isto traz o ego humano a procurar saídas pela reflexão.
Entretanto, os arquétipos do pensamento divino esposado pelo
Logos, apesar de tudo, permanecem fluindo pelo éter, a exemplo
de um oceano vivo. Basta ao homem aprender a sintonizar-se com
este oceano de idéias para orientar a diversidade do pensamento
terreno em direção a um “pensamento-unidade.” E quando mentes
captam um novo tipo de energia presente num dos arquétipos
criado pelo Logos, anunciando outra ordem de idéias temporais, e
31
por conseqüência de pensamento renovador, novos valores virão
então se afirmar na contemporaneidade.
Ao início deste processo, já mentes superiores desdobram-se para
poder sustentar a energia do novíssimo pensamento, até que o
humano a incorpore em definitivo. Estas mentes superiores nada
têm a ver com o pensamento humano em seu próprio mundo, mas
implantam sementes na mente do homem a partir da fluência dos
arquétipos que estejam vibrando para a Terra. A partir daí, o
próprio homem, com seu destino cármico, passará a ser o
instrumento da materialização daquela energia.

6. De que maneira estas sementes do pensamento geradas da


energia dos arquétipos vêm influenciar a mente terrena?
R. O homem é por definição o transformador da natureza. Isto
porque adquire valores que o impulsionam a agir sempre. Antes do
surgimento do homem no cenário terreno no Grande Plano da
Criação de que estamos tratando, o mundo estava construído de
uma forma em que as mudanças somente ocorriam por ação de
fenômenos naturais. Os reinos mineral, vegetal e animal sempre
conviveram sob padrões de trocas sem que o meio ambiente fosse
significativamente afetado. Assim, os arquétipos que oferecem
condições para as transformações ambientais praticamente
repousavam, fluindo unicamente pelo éter por ser parte
embrionária da vida dinâmica que periodicamente vem estabelecer
ações objetivas.
Com o advento dos egos terrenos à vida planetária, esta situação
começou a se modificar lentamente, e quando o homem passou a
gerenciar o próprio pensamento as transformações ambientais se
produziram mais profundamente. O pensamento magnífico do Logos
repercute por todos os segmentos da vida, através dos reinos e
pela atmosfera, sendo assim o agente executor de Sua própria
Ideação. Mas quando chega o instante em que pequenos e grandes
ciclos de progresso precisam ter início no planeta, o homem é
instado a participar ativamente. Desta maneira, a energia do
Logos que fundamenta os mundos circundantes do sistema solar,
impulsiona os arquétipos do mundo mental a agir na psique e
mente humana.
Este processo provoca que os estímulos desçam pelos arquétipos e
inundem a natureza. Os mestres do mundo e trabalhadores ocultos
iniciam então a tarefa de veicular esta energia à mente humana
para que seja materializada. Daí decorre um esforço conjunto
dirigido especificamente para inserção e sustentação de novas
idéias em permanente corrente, através de pensamentos-formas, a
fim de que sejam captadas pela mente humana e trazidas ao
cérebro.

32
Por outro lado, os egos de nosso tempo, das mais variadas
maneiras, através do pensamento sensível ou científico, virão
reforçar, respectivamente, a essência dos pensamentos-formas que
o Logos deseja materializar na Terra. Como resultado, em
diferentes núcleos, nas diversas nações e raças, idéias
renovadoras e robustecidas por conotações progressistas,
começarão a ser trabalhadas no cérebro do homem, até tornarem-se
definitivamente patrimônio da humanidade.

7. Como entender, neste caso, o que seja a idéia materializada?


R. Evidentemente os ideais justificados pelo pensamento do Logos
para o mundo terreno, acabam não tendo total sucesso nas suas
imediatas materializações, pelo fato da tergiversação de certos
princípios que deveriam ser observados pelo humano. Por mundo
terreno entendemos os mundos físico-etérico, astral e mental,
por estarem implícitos na vida humana do planeta Terra, em
expressões diversas da matéria universal, e sob a regência de
leis que regulam os fenômenos. O ego terreno detém
simultaneamente corpos de matéria destes três mundos, estando
assim as vibrações destes mundos interligadas com o ego. Mas na
prática ocorrem diferenças e divergências quanto à interpretação
do pensamento progressista. Isto acontece pela ação dos
elementos positivo e negativo entranhados nos valores
trabalhados pela mente intelectual e corpo astral, que induzem o
ego humano a tomadas de posições muitas vezes errôneas,
conduzindo realizações ao fracasso temporário.
A Idéia dimanada do Logos precisa ser decodificada pela mente
intelectual do homem, mesmo que a intuição, antes de tudo,
estabeleça sua presença inclusiva. Não sendo assim, torna-se
muito difícil para o homem atual entender conscientemente o novo
pensamento, ainda que sob imperiosas circunstâncias as pressões
dos fluxos internos dos arquétipos consigam levá-lo parcialmente
às realizações práticas.

8. O mal contribui para que certas idéias fluidas dos arquétipos


não alcancem os perfeitos objetivos?
R. Sem dúvida. A Ideação projetada pelo pensamento do Logos na
fluência dos arquétipos, não discrimina raças ou nações. A
complexidade encontrada na civilização humana, pela organização
das sociedades, impede a clareza das realizações inspiradas pelo
Logos. Conquanto as leis naturais de sobrevivência por si mesmas
tornem difíceis ou precárias as condições de vida para milhões,
outros não têm tanto a lamentar. Estas discrepâncias e tantas
outras decorrências, principalmente das diferenças sociais, são
o legado perverso da civilização que o homem produziu.

33
A cada grande ciclo do desenvolvimento das sociedades humanas,
as novas idéias trazidas pela energia dos arquétipos do
pensamento do Deus do sistema solar, vêm encontrar resistência
nos homens poderosos. Estas posições estratificadas devem e
precisam ser combatidas e demolidas, a fim de que condições
sociais mais justas aconteçam de acordo com o carma evolutivo
projetado para a humanidade. Nestes momentos cíclicos, o
inevitável choque entre blocos reacionários e renovadores abala
estruturas governamentais, cujos sistemas estabelecidos com leis
obsoletas e injustas privilegiam poucos em detrimento da grande
maioria, vindo trazer dissenções entre células sociais e
familiares. Isto é próprio quando se instala um processo de
renovação, e muitos conflitos virão gerar, além de discussões,
revoltas, greves, revoluções ou guerras.
Nestes acontecimentos, o mal estará sempre entranhado, buscando
dominar as mentes mais arrebatadas pelo pensamento separatista e
discriminador, confundindo-as ou tratando de estimular-lhes cada
vez mais o estreitamento da visão otimista do futuro. Nos
envolvidos, e através das ações psicológicas dos perversos,
subreptícios argumentos são implantados no subconsciente,
estribados no orgulho pessoal, racial ou de posições sociais
adquiridas, além de fazê-los sentir sensações de perdas de
posses, honras e privilégios.
Fortalecem-se assim no psiquismo envenenado, os confrontos
milenares entre o bem e o mal, em clima de vida e morte,
redundando em perdas para ambos os lados. Como consequência, os
objetivos trazidos ao humano através do processo divino de tudo
prover para o bem de todos, não alcançam nesse clima os
resultados que deveriam alcançar em tempo razoável. Em muitas
ocasiões, por absoluta estultícia humana, o mal atrasa o
processo de renovação e avanço mental e social do mundo, por
décadas ou séculos, produzindo, ademais, cruéis resultados
separatistas.

9. Que é mundo mental concreto?


R. Mundo mental concreto, também chamado do pensamento concreto,
é a divisão inferior do mundo mental. A matéria deste mundo
vibra nos quatro subplanos inferiores, estabelecendo relações
duais ao pensamento humano, estando, por conseguinte, no
universo de causas e efeitos. A partir deste mundo, os
arquétipos idealizados pelo Logos vêm encontrar sustentação no
intelecto, produzindo formas-pensamento que o homem utiliza para
as realizações de sua vida.

10. Como as correntes do pensamento se estabelecem do mundo


mental concreto para a mente humana?
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R. O mundo mental concreto é uma região plena de possibilidades
arquetípicas prontas para trabalhar o desenvolvimento mental da
humanidade. Quando ciclos evolutivos no planeta estão prestes a
se iniciar, novos arquétipos do pensamento são postos em
atividade, vindo respaldar-se no esforço conjunto e continuado
dos muitos trabalhadores nos diversos planos de existência.
Desta maneira, acontecem novos influxos de energia no mundo
mental, notadamente na região do pensamento concreto, redundando
em diversificadas colorações de qualidade na matéria. Isto é
realizado através de muitos anos terrenos, na medida em que as
idéias vão sendo mais bem trabalhadas pelo pensamento
intelectual dos egos humanos.

11. De que maneira a relação arquetípica x pensamento humano


pode trazer melhor qualidade ao mundo mental concreto?
R. Os ciclos evolutivos do pensamento intelectual do homem se
iniciam justamente com idéias mais dinâmicas sobre a vida, que
são exercitadas primeiramente pelos pensadores e filósofos que
marcham na vanguarda das raças. Estas idéias, calcadas
normalmente num silogismo inteligentemente concatenado, vêm
proporcionar combustível intelectual às mentes que estão ao
nível inferior dos destacados pensadores. Neste segmento, as
idéias são exercitadas por décadas ou séculos, suficientemente
discutidas, colocadas em prática, e, sempre que possível, melhor
desenvolvidas pelas numerosas variações conceituais trazidas do
cogitar. As oposições aos ideais formulados pelos pensadores
são, em algumas ocasiões, necessárias resistências. Devido a
isto, surgem ajustes ou desdobramentos antes não conjeturados,
para o acolhimento de diferentes mentes segundo idiossincrasias,
inclinações psicológicas e reais necessidades. Antes de tudo, é
imperativo que os pontos convergentes sejam logo postos em
prática, para que se produzam resultados substanciais nas
sociedades.
Os esforços dos melhores pensadores sempre se estribam na
tentativa de buscar soluções que visem proporcionar melhores
condições de vida material para todos, e, tanto quanto possível,
equilíbrio social. As conceituações gnósticas buscam normalmente
envolver os argumentos, na intenção de subordinar os valores da
vida a uma autoridade superior, que, acima de todas as
conjeturas do intelecto, é absolutamente presente em tudo e em
todos. Mas isto nem sempre é atingido, aceito ou entendido pelos
homens ávidos de prazeres e de conquistas materiais. Ademais,
há, evidentemente, obras produzidas por pensadores ou filósofos
materialistas, inspirados em antigos pensadores que se opunham à
existência de um Deus ingerente aos problemas humanos. Mas estes
autores contemporâneos representam blocos opositores, não
35
interessados em discutir seriamente Deus e Suas relações
gnósticas, mas, sim, o homem como o senhor absoluto de seu
destino através de sua própria ciência.
Entretanto, as discussões produzem no pensamento concreto
correntes de energia que, pouco a pouco, estabelecem condições
superiores na contextura da matéria mental. Como consequência, a
coloração da matéria mental passa a transmutar qualidades
especialmente desenvolvidas pelas idéias trabalhadas no cérebro
humano, e que vêm trazer crescente dinamismo ao mundo
intelectual. Neste processo, tanto o intelecto é exercitado pelo
humano, alcançando resultados que conduzem ao âmago da idéia do
arquétipo, como também o próprio arquétipo. Esta intensa e mutua
relação, modela no pensamento-forma trazido do arquétipo, o
momento mental e psicológico de grande parte dos egos terrenos.
Produz-se, então, neste sinergismo, a exata identidade da
essência contida no arquétipo, com a sua expressão material
repercutida na substância subconsciente da psique humana.

12. Como entender melhor a identidade de um arquétipo com a


personalidade humana?
R. O arquétipo vem especialmente trabalhar a energia do
pensamento terreno, quando é chegado o momento de novos
conceitos entrarem para a história da humanidade. A integração,
arquétipo/pensamento-forma/mente terrena, é realizada através da
ação inclusiva do arquétipo, que naquela vibração cíclica
procura modelar o pensamento à própria necessidade humana. Há na
Inteligência do Logos a permanente Idéia Diretora de execução do
Grande Plano da Criação. O Logos necessita fazer evoluir todo o
seu corpo de manifestação, chamado sistema solar, através das
inúmeras e quase infinitas variações e trocas energéticas. Estes
câmbios vêm produzir de volta na Sua consciência as experiências
transmutativas que ele busca. Nosso sistema solar é um de um
conjunto de sete, que mantém intrarrelações e intradependências
com todo o conjunto.
As situações vividas pela humanidade estão inseridas nas
relações de energia e força que o Logos estabeleceu na sua
origem, ao idealizar o Grande Plano da Criação. A humanidade
representa no planeta Terra uma parte do cérebro e coração do
Logos. Este simbolismo é integralmente expresso pela totalidade
das vidas de todo o sistema solar. Assim sendo, há de existir
sempre ciclos que estimulem a progressão da mente humana a fim
de que o Logos também experimente situações de avanços no
cenário cósmico.
As novas idéias surgem de cima para baixo, do mundo mental para
a Terra, e suscitam no pensamento considerações mais dinâmicas.
A alma humana particulariza em Anima Mundi, cabendo ao Logos
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ajustar os momentos cíclicos progressistas com a capacidade do
ego terreno em aceitá-los e absorvê-los no devido tempo. Este
trabalho, no entanto, é persuasivo, pois a índole humana é de
realizar pelo momento e em seguida esquecer.
Devido a isto, os arquétipos do pensamento do Logos realizam uma
ação plasmática no ego humano, estabelecendo a energia do novo
pensamento e tratando de, aos poucos, adaptá-la à capacidade do
cérebro físico em absorvê-la. Em seguida, recebem em seu âmago
as reações da alma, promovidas de sua índole terrena, procurando
entendê-las perfeitamente. Há, por assim dizer, neste processo,
um sinergismo simbiótico, dando por resultado um pensamento-
forma principal, volátil e dinâmico, - como é a vontade
qualificada pelo Logos, - ao mesmo tempo modelado aos valores
psicológicos, étnicos e culturais da personalidade humana. Este
planejamento, formulado para a mente terrena em todo o planeta,
adiciona possibilidades de projeções que compreendem, em âmbito
geral, previsões de avanços, estagnações e retrocessos.

Parte VII

1. Existem habitantes no mundo mental?


R. Sim, todos os mundos do nosso sistema solar são habitados. A
energia Vida ao entrar na esfera chamada planeta Terra,
estabelece ancoradouros nos planos que o circundam. As vidas que
migraram do orbe anterior, ao impulso descendente do arco
involutivo, buscam na Terra novo estágio, de acordo com seus
níveis mentais. Há em torno da Terra um círculo-não-se-passa, em
réplica ao círculo maior, estabelecido pelo Logos ao criar o
sistema solar. Uma vez mergulhada no círculo-não-se-passa do
orbe terreno, a quase totalidade do “quantum” de Vida destacado
pelo Logos para evoluir em nossa cadeia, terá todos os
necessários recursos para adquirir novas experiências. Esse
especial enfoque na Terra, produzido pela cuidadosa concentração
e atenção do Logos, segue ao cumprimento das diretrizes
evolutivas por ele mesmo impostas, no curso do Grande Plano da
Criação. Assim, os diversos planos que envolvem a Terra terão
sido devidamente organizados para receberem reais e proveitosas
condições de abrigar as vidas que por milênios aqui
permanecerão. Nisso inclui-se o mundo mental com suas duas
principais divisões.

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2. A Vida cessa de existir nos planetas pelos quais a Onda de
Vida atuou e depois partiu?
R. Cada planeta que recebeu a Onda de Vida do Criador deterá
núcleos de menor expressão após a Onda de Vida ter partido. Essa
situação permite que os moldes dos reinos que foram construídos
a fim de abrigar as miríades de formas de vida, não se dissolvam
completamente. Com isso, os moldes poderão ser reutilizados
quando um novo giro da Onda de Vida venha novamente alcançar
aqueles planetas. Essa manobra proporciona considerável economia
de tempo e esforços para a consecução de outras etapas do plano
evolutivo em nossa cadeia.

3. De que maneira esse fato acontece?


R. Cada um dos sete planetas de nossa cadeia entra num processo
de vibrante enfoque todas as vezes que a Onda de Vida neles vem
ancorar-se. A partir desse instante, todos os reinos passam a
ter ativa participação na vida planetária, e o próprio planeta
sai de sua condição não manifestada para a manifestada. Esse
fenômeno acontece porque a Vida marcha em bloco. Os planetas que
vão ficando para trás, e que não possuem orbes físicos densos,
entrarão num estado de repouso chamado pralaya individual, após
a passagem da Onda de Vida. Entretanto, os moldes básicos dos
reinos, bem como algumas vidas estagiárias, podem neles
permanecer por mais tempo auxiliando-se mutuamente e buscando
manter os reinos em boas condições. Esse trabalho apresenta
algumas variantes de acordo com a necessidade das vidas ali
estagiárias com a qualidade do trabalho local desenvolvido pelos
mestres construtores, e segundo as condições do próprio planeta.
Já os planetas que possuem corpos físicos densos, permanecerão
objetivamente com certos núcleos em atividade por mais tempo, ou
seja, até que a Vida ancorada num ou noutro planeta, também
físicos, parta definitivamente para os mundos superiores tendo
ali se esgotado o sétimo e último giro da Vida. Após isso ter
acontecido os referidos planetas terão as suas expressões
físicas desintegradas.

4. Como são os habitantes do mundo mental?


R. O mundo mental concreto abriga vidas adiantadas ou atrasadas
em relação aos seus grupamentos nos giros já acontecidos da Onda
de Vida, que permanecem em espera para de novo se manifestar, e
que ainda assim lá trabalham. Nesse panorama, há também a
inserção daquelas vidas do atual giro que, se adiantando em
relação às demais, alcançaram níveis mentais superiores. Mas
estando ainda encarnadas, somente irão de maneira total e
integral para aqueles níveis superiores após perderem seus
corpos físicos. Há mestres da sabedoria em diversos graus que
38
nos quatro subplanos do mundo mental concreto realizam
atividades voltadas ao desenvolvimento e evolução dos reinos
planetários.
Já nos subplanos do mundo mental abstrato, residem vidas cujas
mentes começam a se desligar do carma humano e planetário. Essas
vidas alcançaram certo grau de maestria e algumas fazem parte da
Grande Fraternidade Branca, ocupando cargos menores. Os destinos
das vidas na Terra, em termos objetivos, estão ligados a essas
grandes vidas que tomam decisões importantes. Esse fato acontece
por tratar-se de um mundo intermediário entre dois grandes
universos, e onde é possível ter um discernimento mental mais
abrangente.

5. Que outros importantes acontecimentos têm lugar no mundo


mental abstrato?
R. O mundo mental abstrato é determinante para a entrada das
vidas nos mundos superiores. Mas isso somente pode acontecer
quando muitas experiências venham acumular-se na bagagem do ego.
No mundo mental abstrato reside o corpo causal do ego, que
estabelece a soma e o valor das suas aquisições na caminhada
evolutiva. A alma, verdadeiramente, reside no mundo mental
abstrato e está em direta e permanente relação com o corpo
causal. Os mundos superiores apoiam-se no mundo mental abstrato
para constituir o grande triângulo cósmico: atma-buddhi-manas.
Aqui a Vida reveste-se de outra expressão ao estabelecer
simultânea relação com os mundos mais acima, sob a fusão de três
grandes princípios: mente, razão e vontade. A alma é o ponto
focal permanente para os objetivos do ego terreno, porém a
partir de um determinado momento do ciclo evolutivo, a alma vem
polarizar toda a sua sabedoria e poderes no ego terreno
absorvendo-o. A alma, em última análise, é o ego superior e se
identifica com todas as demais almas no seu próprio mundo.

6. Como as vidas no mundo mental abstrato, participam dos mundos


da razão e vontade?
R. Os três mundos, atmico, búdico e manas(abstrato), ao cederem
um átomo respectivo a cada vida, dão formação ao que o
esoterismo teórico denomina de tríade superior. Em oposição a
essa formação constitui-se a tríade inferior, com átomos dos
mundos manas(concreto), kama(astral) e sthula(físico-etérico).
Uma vida em evolução precisará galgar todos esses mundos, passo
a passo, ganhando experiências que são galvanizadas por essas
tríades. A vida que alcança a plenitude da alma, estando
polarizada no mundo mental abstrato, estabelece imediato contato
com as correntes do pensamento intuicional e da vontade
espiritual, através da intrarrelação desses átomos. Nos mundos
39
do universo inferior a ascensão gradual de uma vida requer
grandes sacrifícios e inestimável dispêndio de energia e força.
Devido à densidade da matéria dos mundos inferiores, dos quais o
ego terreno detém corpos, a expansão da consciência fica
limitada a um momento em cada encarnação, e a um espaço definido
de sua manifestação. A alma, entretanto, a partir de certo
estágio da evolução, ao tomar definitivamente as rédeas da vida,
virá determinar os objetivos mais imediatos daquela vida.
Existirá, por assim dizer, uma ação tutelar permanente da alma
em relação à vida, apesar de todos os erros ainda cometidos pelo
ego terreno.
Nos mundos superiores a situação é diferente e a vida não está
mais subjugada a um carma dual e aprisionante, do qual
necessitará escapar pelo uso da razão e conhecimento, como
acontece com o ego terreno. O carma da vida já identificada com
sua alma traz uma conotação inteiramente evolutiva, liberta de
erros que geram resgates terrenos. A vida, nesse estágio, se
posicionará num dos sete caminhos que necessitará trilhar, ainda
que não esteja perfeitamente consciente da escolha. A escolha
definitiva do caminho somente se dará mais adiante, após a vida
ter adquirido outros valores. Entretanto, por natural
inclinação, a vida realizará desde logo tarefas dentro de um
plano de trabalho que as satisfaça, e isso implica atuar dentro
de padrões superiores, em relação direta com a tríade atma-
buddhi-manas.

7. Que é mundo búdico?


R. É o mundo em que os atributos distinguem a razão pura. A
energia que emana desse mundo flui mais livremente para o mundo
astral, que é seu ponto referencial na integração dos universos.
Entretanto, a energia adstrita aos mundos mental abstrato e
concreto pode ser modelada pela energia búdica, nas formulações
do pensamento.

8. Por que o mundo astral é o ponto referencial do mundo búdico


na integração dos universos?
R. Essa relação pode ser explicada pelo admitido fluxo das
pontas do triângulo superior, formado de atma-buddhi-
manas(abstrato). O desenho cósmico desse triângulo superior
requer uma contraparte, que é o triângulo inferior, constituído
de manas(concreto)-kama-sthula. Essa oposição sugere a harmonia
pela união dos contrários. Não é sem razão que a estrela de seis
pontas resulta do entrelace de dois triângulos. A posição de um
dos triângulos sugere que o vértice voltado para baixo esteja a
indicar a descida da energia, ao passo que o outro, com o
vértice voltado para cima, a ascensão. Evidentemente esses
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triângulos configuram um pensamento esotérico dirigido e
planificado. A relação verdadeira de equilíbrio entre os mundos
não acontece nesse tipo de alinhamento, pois os mundos se
sustentam, num contexto geral, segundo a natureza diferenciada
da matéria e, todos, interligam-se num eixo imaginário.
O mundo astral possui o pensamento-forma arquetípico construído
pelo Logos, com a característica de estimular sucessivas
impressões para se plasmarem em desejos. Os desejos despertam
emoções, e essas repercutem de volta na tessitura da matéria do
corpo astral, misturando-se aos desejos. Isso resulta em
fortalecimento e maior substância ao pensamento-forma pessoal na
aura mental-astral de um ego terreno. Os desejos e as emoções,
se deixados livres, produzirão sempre novas formas astrais. A
energia búdica, por outro lado, ao ingressar nas camadas da
matéria astral, virá imprimir outro ritmo às combinações daquela
matéria. Essa situação remete a um terceiro fator, que é um
direcionamento da consciência para a razão lógica e sensata.
Diria que o desejo queima, mas a razão cura.

9. Como entender melhor a relação de um mundo não fenomenal com


outro circunscrito à lei de causa e efeito?
R. As energias dos dois universos, simbolizados pelos
triângulos, interagem ao curso da consecução do plano evolutivo
elaborado pelo Deus de nosso sistema solar. Isso vem provocar um
resultado que é calculado pela ação de um universo sobre o
outro. Esse fator, realmente determina uma relação de causa e
efeito, o que vem influir não somente nas vidas submersas no
universo inferior, como em todo o sistema solar. O efeito gerado
do pensamento do Logos, a partir do universo superior, não
retroage à causa da maneira como acontece nos mundos do universo
inferior. Isso porque as vidas que se embaraçam nos fatores
relativos de causa e efeito, já estão incursas no processo
evolutivo do universo fenomenal como seres pensantes, sob um
arbítrio também relativo. A concepção de causa e efeito entre
esses dois universos vem revelar-se, em última instância, pelo
acontecimento final de um universo que absorve o outro, o que
traz de volta, num processo cíclico, o “quantum” de energia que
particularmente foi empregado pelo Logos na construção dos
mundos inferiores. Quando ambos os universos estiverem novamente
amalgamados em forma e conteúdo, como planejado na mente do
Logos, então um grande ciclo ou manvantara se terá completado.

10. Por que razão o Logos necessitou operar com dois universos?
R. Em verdade não há propriamente dois universos distintos,
formados por diferentes concepções pelo Deus Criador. Há, sim,
situações diversificadas que foram criadas no sistema solar para
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poderem comportar, desenvolver e ampliar estados de consciência.
A consciência do Logos independe das situações por Ele mesmo
criadas nas diversas dimensões do universo, porque, em última
análise, Sua consciência é o próprio sistema solar com todas as
suas implicações. A consciência da Vida manipulada pelo Logos,
estando impregnada do Seu Espírito, é que virá passar pelo
processo evolutivo. A crescente consciência da Vida, subjugada e
circunscrita à do Logos, propicia ao mesmo Logos, pelos
incessantes câmbios energéticos, não modificar Sua consciência,
porém “sentir” os avanços da Vida. Os termos evoluir, avançar ou
progredir, pela limitação de nosso vocabulário, não atendem ao
real significado das situações superiores. A “evolução” do
Logos, num contexto de um corpo cósmico constituído por sete
sistemas solares, acontece em direta relação com a Vida imanente
por Ele conduzida. Quando a consciência do Logos estiver
perfeitamente aportada à Vida imanente, na qualidade e proporção
que Ele projetou para esse manvantara, então esse plano
evolutivo estará vencido e completado. Mas até que isso
aconteça, os “avanços” do Logos prosseguirão por períodos e
ciclos desenvolvidos durante as três encarnações do sistema
solar.

11. Que outros importantes fatos ocorrem neste particular?


R. Na consecução da Idéia do Logos, há que existir para a Vida
condições que se encaminhem da relatividade existente nos
mundos, onde os fatores se comportam em dualidades, até aquelas
de mundos onde existam situações mais completas e unificadas.
Essas condições vêm requerer eventuais separações nos níveis de
consciência das vidas, ao curso de suas evoluções nos reinos e
espécies. Mediante esses necessários recursos, a Vida, na sua
totalidade, pode auferir com maior segurança e eficiência dos
resultados das ações quantificadas. Os dois universos são
somente aparentes, mas em assim existindo, propiciam às vidas
campos apropriados para o processo evolutivo.
Quanto ao fato de um universo absorver ao outro, é uma
decorrência seqüencial no planejamento do Logos que acontece em
todos os mundos, ao cabo de determinados períodos de suas
existências. O mundo físico denso, por exemplo, um dia virá a
ser absorvido pelo mundo etérico; esse último, pelo mundo
astral, e o astral, por seu turno, pelo mundo mental. O
resultado desse processo produzirá então que a matéria se
dissolva em formas de energia para ser reabsorvida pelo universo
superior. Esse acontecimento cíclico é um processo invertido,
pois ao início de tudo foram necessários bilhões de anos
terrenos a fim de que os impulsos do Logos concretizassem cada

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mundo. Nessa etapa de final de um manvantara, acontecerá, pois,
o sentido inverso à materialização, embora com maior velocidade.

Parte VIII

1. Que é mundo atmico?


R. É o mundo que o Logos plasmou segundo o atributo divino da
vontade. A intradependência de ambos os universos, vem
estabelecer uma relação direta do mundo atmico com as formas
densas, condicionando-as, não obstante, à qualidade da inércia.

2. Por que o mundo denso precisa estar condicionado à qualidade


da inércia?
R. As três principais qualidades que o Logos despertou na
matéria pregenética a fim de poder propagá-la e construir o
universo seguem padrões inteligentes. Segundo postulados
esotéricos, o mundo fenomenal no seu todo é o princípio negativo
oposto ao princípio positivo representado pelo universo
superior. Poderíamos denominar esta oposição como o equilíbrio
dinâmico do sistema solar na sua macro vida.
Sendo a totalidade do universo fenomenal um bloco opositor ao
universo não fenomenal, e vice-versa, a situação permanece
definida na sua generalidade. Entretanto, os desdobramentos nas
atividades dos reinos clamam por duais condições a fim de que
haja sempre a garantia de perene propagação das vidas, dentro
dos princípios de causa e efeito. Esses minuciosos fatores que
produzem o movimento proporcionam, conseqüentemente, as
experiências e os avanços. Neste quadro, os elementos positivo e
negativo precisam necessariamente estar presentes, em interações
de relatividades apesar do universo fenomenal ser pólo negativo
na sua totalidade. Esse fato, pelo aparente paradoxo, suscita
reflexões quanto ao relativismo de todas as coisas e à
necessidade de se conduzir a concepção da Vida para patamares
maiores, onde se ampliem as noções de imanência e
transcendência.
Sendo atma a vontade do Supremo Logos e sendo esse atributo
inerente à Vida em todo o sistema solar, ao existir a inversão
ou o rebatimento de um primeiro universo desdobrando outro, a
vontade, neste último, também estará presente. Pelas leis da
criação, a energia e a força empregadas pelo Logos para a
construção do sistema solar, chegam a um ponto final na sua

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expansão quando a energia se condensa ao máximo e produz a
matéria física.
As três qualidades de movimento, ritmo e inércia, despertas pelo
Logos, virão estimular a matéria intrapenetrante e envolvente
aos mundos inferiores, a criar características diversas nas
muitas faixas vibratórias dos reinos da natureza. Mas devido ao
fato de o mundo físico denso ser o depositário da maior solidez
da matéria, este propósito vem oferecer às vidas aqui
mergulhadas condições de lentas e graduais experiências, de
acordo com o ritmo também lento da percepção consciente das
imaturas vidas. Portanto, não existe inércia absoluta nas formas
densas do mundo físico, pelo fato das três principais qualidades
da matéria estar presentes nos interstícios de suas estruturas
atômicas e moleculares.

3. Como entender melhor a relação vontade x inércia?


R. A vontade de atma é o atributo que no ego terreno aciona a
consciência “Eu Sou” a fim de realizar-se no “Eu Sou Um com
Deus.” Entretanto, a vontade na sua essência emana poderes
cósmicos que reúnem e distribuem energia e, principalmente,
força, de um universo a outro bem como de um para outro sistema
solar. O Logos Criador provoca a propagação desse essencial
atributo a fim de que os universos sejam investidos de uma alma
dinâmica, necessariamente de caráter evolutivo. Se esse fator
progressista e unificador existe na alma universal, existirá
também em todas as formas e elementos da matéria conformadora
dos mundos aonde a ação da alma universal se fizer sentir.
O universo fenomenal, constituído dos mundos mental concreto,
astral e físico é um universo de aparência: é Maia ou ilusão.
Nesta concepção, o Logos estabeleceu um tempo para que
acontecesse a manifestação desse universo fenomenal, segundo uma
cronologia cósmica. A vontade, portanto, é móvel propulsor na
mente do Logos, sendo necessário que a vida pluralizada no
universo fenomenal a incorpore e a realize em todos os estágios
do plano evolutivo.
Nos registros mundiais condicionados ao tempo, compreendido os
parâmetros do tempo unicamente pelos movimentos de rotação e
transladação do planeta Terra, a matéria densa parece estar
caracteristicamente estática. A astronomia acusa o permanente
mecanicismo dos corpos celestes e a física postula as condições
que fazem com que os corpos saiam da inércia e produzam
movimento. Tudo, entretanto, subordinado ao relativismo de ação
e reação.
A vontade está presente na mente humana, o que vem provocar a
ânsia de possuir. Mas o enigma da vida está ainda longe de ser
desvelado pela mente humana, mesmo porque as condições
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ambientais do planeta se modificam a um ritmo cíclico próprio e
peculiar segundo as variáveis condições cósmicas. As ciências
acadêmicas já descobriram grandes segredos da natureza ocultos
na composição do átomo, e extraem energia da matéria ou
experimentam condicionar matéria da energia. Estas descobertas e
experimentos vêm demonstrar que a inércia é somente um fator
necessariamente atuante na matéria densa. A vontade, portanto,
excede e ultrapassa a inércia, todavia a qualidade da inércia
permanece sob as leis de conservação da matéria.

4. Que é mundo anupadaka?


R. É o mundo chamado monádico, ou residencial das mônadas. Deste
mundo as mônadas atuam criando condições especiais a fim de que
as vidas estejam estruturalmente organizadas para realizar as
viagens de ida e volta, através dos mundos criados pelo Logos.

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5. Que são mônadas?
R. Mônadas são essencialmente conhecidas como “espíritos puros”.
As mônadas se manifestam basicamente sob sete diferentes
condições que determinam suas tendências no campo do
conhecimento chamado sistema solar. Cada mônada vem à existência
pelo Primeiro Logos e permanece no mundo anupadaka sem dali
submergir nos demais mundos. Uma mônada é portadora das mesmas
condições com que foi criada, permanecendo assim por todo o
decurso de seu processo evolutivo. Portanto, as sete condições
básicas são sete grupamentos que reúnem, cada um, grande número
de mônadas, e cada grupamento tem características diferentes dos
seis outros.

6. O que acontece com as mônadas no mundo anupadaka?


R. O mundo anupadaka propicia às mônadas trabalhar próximo ao
Laboratório do Logos, que é o mundo adi. As mônadas e o Logos
são portadores da Idéia da Criação, porque surgem do Princípio
Único ou Causa Primeira. As mônadas são também conhecidas como
unidades de consciência e participam ativamente na consecução de
um manvantara. Uma mônada que cumpriu sua participação em todos
os mundos colhendo as experiências que o sistema solar pode
oferecer, estará, em tese, realizada nesta grande etapa.
Partirá, em seguida, para novas experiências noutros universos.
A atividade desenvolvida por uma mônada no Grande Plano da
Criação como de nosso sistema solar, compreende, em tempo
terreno, alguns trilhões de anos. Para a mônada, todavia, a
percepção consciente deste tempo é bem menor. Os mundos do
universo não fenomenal transcendem ao tempo ajustado por dias e
noites, sendo computados por ciclos cósmicos. Neste processo,
acha-se incurso o mundo anupadaka.

7. Como entender melhor este pensamento?


R. O tempo, ao final de tudo para a mente humana, é uma
abstração. A mente humana, voltada para as experiências na
matéria densa, não consegue aquilatar a verdadeira origem do
tempo. É necessário, para noções superficiais não somente do
tempo, mas também de espaço, energia, matéria, força, etc., que
se estabeleçam parâmetros relativos aos efeitos produzidos na
matéria, a fim de que se obtenha algum entendimento. Esses
parâmetros calcam-se, principalmente, na experiência pela
observação. Para o entendimento das idéias mais avançadas,
criam-se símbolos.
Os símbolos evoluem e se transformam em fórmulas numéricas,
algébricas, equações e etc., tornando cada vez mais complexas as
manobras do intelecto. Tratados acadêmicos de física, química,
matemática, astronomia e de ciências mais modernas, tentam
46
explicar os fenômenos acontecidos no mundo. O homem evoluiu
bastante sob o aspecto do conhecimento da matéria e de suas leis
de conservação e transformação. Entretanto, quanto mais avança
nos experimentos da matéria, mais se interioriza numa outra
realidade invisível, - somente sentida, - que é a energia
universal. Essa possibilidade de energia é a manifestação mais
palpável de uma realidade não alcançada ainda pela mente
concreta do homem, acostumada a tratar a matéria como algo
sólido, estável, relativamente dominada pela lei da inércia e
explorada em seus diversos ângulos pelos métodos científicos.
Mas enquanto a mente concreta do homem simboliza o tempo,
procurando estabelecer relações de efemérides, esta contagem,
verdadeiramente, escapa ao humano. Em anupadaka, como em atma ou
buddhi, o tempo é universalmente compreendido por ciclos
cósmicos, sob os quais efemérides infinitamente mais amplas se
iniciam e se completam. Naquelas dimensões, não existe passado
nem futuro, mas o momento linear em perfeita integração de
espaço e movimento.

8. As efemérides dos ciclos cósmicos coadunam-se com a


formulação simbólica de tempo e espaço na Terra?
R. As noções de tempo e espaço, calcadas no cérebro humano,
evidentemente tornam impossível ao homem terreno absorver o
mecanismo das efemérides cósmicas acontecidas no universo
superior. Os mundos do universo fenomenal e, principalmente, da
matéria densa, ao absorverem os influxos dos arquétipos
cósmicos, reagirão lentamente. Não existe propriamente inércia,
mas sim a qualidade da inércia atuando sobre a matéria. Assim, o
mundo físico material e os mundos imediatamente superiores que
conformam o universo fenomenal, sustentam na outra ponta o
equilíbrio das mutações cósmicas nos seus ciclos evolutivos.
Entretanto, o fator tempo computado nas esferas do universo
superior, em termos gerais existirá no mesmo coeficiente de
velocidade com que convive o universo inferior, notadamente o
mundo físico. As transformações produzidas na matéria
sutilíssima daqueles mundos superiores é que repercutem na
matéria do universo fenomenal em proporções diversas de
mutabilidade. Isto significa que a aparente lentidão das
transformações da matéria densa estão calculadas sob interações
de muitos fatores co-existentes para, num ritmo próprio,
absorver a velocidade do tempo acontecida num universo
sobreposto.

9. Como entender melhor estes acontecimentos paralelos e ao


mesmo tempo integrados?

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R. O universo é todo integrado e qualquer alteração de ordem
cósmica ocorrida no relativismo do tempo terreno ou fora dele,
produzirá um resultado por menor e insignificante que venha
parecer. A Inteligência do Logos é incondicionada e absoluta em
todo o sistema solar por ser Ele o próprio Espírito do universo.
Assim, Ele está dentro e fora, imanente e transcendente,
onipresente e onisciente. Para criar situações diversificadas
que atendam as necessidades da Vida em seu processo evolutivo, o
Logos edificou o universo fora do tempo real onde nas esferas
superiores as sementes dos arquétipos cósmicos são trabalhadas
para conduzirem as idéias que ciclicamente virão edificar novas
situações no sistema solar.
Mas no seu magnífico pensamento o Logos também criou mundos para
condicionar vidas aos fatores relativos de tempo e espaço. As
vidas mergulhadas nesses mundos não estão ainda preparadas para
entender o mecanismo que regula o cosmos fora destes parâmetros
convencionais. Todavia, este detalhe temporário não implica em
que se possa acreditar que essas vidas se mantenham totalmente
aparte da roda que gira movimentando os universos.
É bastante e necessário que se entenda que as dimensões ou
mundos que produzem o condicionado tempo também vivem
simultaneamente no incondicionado tempo. Entretanto, devido
especificamente aos princípios cósmicos modificadores do
universo inferior num quadro geral de causas e efeitos, há o
enlace dos ciclos aprisionadores de nascimento, vida e morte em
que esta natureza encontra-se subjugada, aonde as vidas precisam
cumpri-los. Estas experiências são parte do processo evolutivo
que a Vida na sua totalidade necessita auferir, e delas
libertar-se para avançar no carma do sistema solar.

10. Que é mundo adi?


R. É a dimensão onde o Logos atuou e ainda atua para a
consecução do Grande Plano da Criação.

11. Sendo o Logos criador do Sistema Solar, porque deve atuar do


mundo adi já anteriormente criado?
R. Naturalmente que o Logos está presente em cada partícula de
matéria quer nos sóis físico, mental ou espiritual, quer em
todas as formas de qualquer dimensão. Ele é a imanência que
impulsiona a Vida sob todos os aspectos da evolução. O Logos,
naturalmente, é a entidade possuidora de um centro de energia e
força de onde tudo emana. Sua fantástica aura se ajusta ao
tempo, espaço, matéria, alma, espírito e a todas as coisas já
criadas ou que ainda virão à existência, detendo universal
domínio sobre todos os elementos.

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Ao denominarmos este Poder Criador de Espírito Universal,
Invisível Presença, Imanência, Transcendência, Pai, Deus, Moto
Perpétuo, Moto Contínuo, etc., pouco estaremos traduzindo de Sua
real Vida. Mas sabemos que os produtos de Sua Inteligência
plasmática, envolvente, ou onisciente que seja, terão tido um
princípio e terão um fim, mesmo que entendamos paradoxalmente
esse fim como o infinito dentro do finito.
Sabemos também que o universo de nosso sistema solar se originou
de uma Ideação concretizada. Assim, para realizar objetivamente
o universo solar e o Plano da Criação, o Logos precisou apoiar-
se nalgum ponto e este ponto foi o mundo adi, onde estabeleceu
sua indescritível base e dali continua atuando.

12. Se o mundo adi foi criado anteriormente ao Logos, não teria


sido este o primeiro ato da criação?
R. Ao acionarmos o intelecto para tentarmos entender os
princípios que originaram o sistema solar e a decorrência de
suas etapas, esbarraremos, sempre, em limitações. A única
maneira de realmente entendermos um acontecimento de magnitude
cósmica, em pequena proporção, é pela inclusão de nosso espírito
num plano de observação. Como, entretanto, a mente humana não
possui suficiente elasticidade para envolver os acontecimentos
cósmicos em todas as dimensões, na sua total contextura, ela
somente obterá lampejos do que foi apreendido pelo espírito num
determinado reflexo do instante. Esta é a base inicial em que se
apóiam grandes vidências e profecias.
Ao entendermos que adi foi o primeiro ato da criação, não
estaremos considerando a totalidade do pensamento do Logos. O
primeiro ato da criação foi a Ideação que o Deus Incognoscível
exalou para o Logos. Do invisível, o Logos vislumbrou o círculo
de sua manifestação e numa só concepção traçou linhas de futuros
acontecimentos que seriam as materializações dos mundos.
A matéria de adi é particularmente semelhante a do mundo
interior de onde surgiu o Logos, embora essa matéria naquela
situação reunisse certas condições inacessíveis ao pensamento, e
após sua manifestação objetiva, já sob as injunções de fatores
co-existentes com o espaço-tempo, reunisse outras condições
indispensáveis ao que se requeria. Antes mesmo de atuar na
matéria pregenética, o Logos já fez adi de sua plataforma. Mas
como o projeto da Grande Manifestação ou manvantara dos indus,
estivesse pronto em seu pensamento, seu primeiro ato de
concretização foi realmente introduzir fohat na matéria
pregenética, a fim de conceber o fogo criador (ou luz) que
acrescentaria qualidade à matéria conformadora dos mundos.

13. Quais as características principais de adi?


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R. Pouco poderíamos comentar objetivamente de adi pelo fato de
ser para nós o desconhecido mundo onde o Deus do sistema solar
trabalha. As palavras jamais são fiéis para ilustrar ou definir
fragmentos de situações superiores a que venhamos captar.
Grandes Seres, tendo já concluído seu tempo de evolução nos
mundos do sistema solar, ao alcançarem adi vêm assumir outra
identidade por possuir entendimento amplo e mais completo do
espírito planetário e do esquema de que nosso sistema solar é
parte.
Em adi, outros luminosos seres também trabalham sob a orientação
do Senhor do Mundo. O que poderíamos, entretanto, afirmar é que
a matéria de adi é pura energia na mais alta concepção e,
através de adi, o pensamento integrado de outros sistemas
solares vem penetrar o nosso sistema solar.

14. Como é esse pensamento integrado?


R. O pensamento do Logos tem outra concepção, sendo
essencialmente Inteligência. A transmissão dessa Inteligência é
conduzida pela qualidade da energia que vem integrada ao éter e
nele permanece até encontrar ancoradouro num outro sistema
solar. Cada Logos é portador de uma particular característica
que necessita adicionar ao outro, e que de outros necessita
também receber. Mas estas formulações são somente possíveis
quando os sistemas solares da mesma forma atinjam certas gamas
de luz e força, que adicionadas à energia do pensamento
integrado, produzam suficientes qualidades para permitir
atrações e respostas.
O nosso sistema solar necessita ainda desenvolver essa soma de
atributos em proporções cada vez maiores, para poder integrar-se
em níveis superiores aos outros sistemas solares de seu esquema.
Esse trabalho é gradual e paulatino, compreendendo, ao final de
muitos ciclos, resultados parciais de cada planeta e de sua
própria cadeia. O pensamento integrado ao alcançar nosso sistema
solar através do mundo adi, é trabalhado e diversificado para
mundos e planetas. Após ser adicionado de qualidades específicas
de suas cadeias planetárias, e tendo armazenado suficiente soma
de luz e força, o pensamento integrado poderá ser reenviado para
os outros seis sistemas solares.
Desse modo, observamos que tanto o universo inferior quanto o
superior existem por motivos que vão muito além das concepções
humanas limitadas à criação de nosso sistema solar. E tudo o que
se diz e se propala da matéria e suas organizações são
conhecimentos que necessitam avançar para uma idéia de
integração cósmica em apropriações paulatinas de um para outro
sistema solar. Depois, certamente, essa expansão objetivará
outras metas, outros conjuntos de sistemas solares dentro e fora
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de nossa galáxia, e assim sucessivamente com todo o universo
material e não material.

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