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TRATADO DA ARGUMENTAGAO A Nova Ret6rica Chaim Perelman Lucie Olbrechts-Tyteca Martins Fontes i 93 ny art ‘as as a enn mt rsh Indice Preficiod edigdo brasileira, por Fabio Uboa Coe... XL Preficto, por che! Meyer xix Inroducao, 1 PRIMEIRA PARTE (0S AMBITOS DA ARGUMENTACAO $1. Demonseagio e argumentacio 6 § 2.0 comtto dos espintos r § 3. Ocrador seu andor 2 § 1, O audtero come consucio do orador 2 § 3. Adaptagio do oridor so audtoro, %6 § 6: Pemmalire convencer » § 7 O audieno universal 3B 58.8 argumentacto perante um Gnico ouvinte x» £9. deliberagio consiga mesmo, is 510, Os efeitos da argumentagao 30 $11.0 genera epic, 53 $12 Bducagao e propaganda a 515, Argomentacho € wolenci. 6 $14, Argumentago e envolvimento 6 SEGUNDA PARTE (© PONTO DE PARTIDA DA ARGUMENTACAO, CAPITULO 1-0 acondo, 7% 5.15. As premissas da argumentagio 75 a) Os tipos de objeto de acordo, B Lt 516.0. fone sn veralcn 3 : eo ees 7 AS TECNICAS ARGUMENTATIVAS Ts Ocvaies & $15. Vie sain ots Sonos © § 4. Gencndades a 2. ks hears 7 oie z CAPITULO 1 ~ Os argumentos quaseigicos 219 522 Cogan ta ini ° $45. Caracersicas da agumeragto quasi... 219 $25 tinue da cua ri $46 Contadicoe incompacbidade mt £2. Gates ores ie $45 Poceintmes que pemtem evar ia cou $25 Uninet wedi dos lgancs copie ico nade a esin mince 108 48, Feeteas que ss aps cs on Co b) Ox acon rips de ca arguments. 112 pats o compas Bs 2 Oem rips de ens amentegit. 112 $49.0 ndiclo seu pup! na rgentaio. B {iacelnicaia tecna aeons i 5.50 tlemtidace «dno a argumereagan. os x s ; 551. Antec, anaine «tc as $38 ASiwomentaco ad hominem e 4 peugio de $51 Arla, 28 peicipo. 1s segra de justicn _ $55 Agumeron de wipro = strat leotitatatt cadet ttt datattah $50 Atumoros de canna B A ecotha don dan ¢ sun epics $55. Acoso da pare no ooo te $56.4 dvi do wa cm wus pane 2 § 2. Aselegio dos dos ea presen a $5: Osarmumenis de compara. a {30.8 necprcacio do sadoe Bs 156 Xanmmenagio pelo weniso a {31.4 insapretaio do dnc eum prclemas 10 $55 Patna » $32 Acwals do qunifiages. 3 $35 Sob o so dat nog. CAPITCLO 1 On agents sadn neta db £3. Actrumento esneureipenis das egies 130 wa » 3. Uses gumenstvos © pasidade ds mos 138 2 Ree ee $560, Generaldades a» CaPiTU10 mt ~Apresemtago dos dio forma do 4) arligaie de sucess » can i $61.0 vinclo caval e' agnentagio >» “Matéria © forma do discurso 161 ‘$62. 0 argumento pragmatico. a Means te aecctasdeidan te 5165.0 mca cata como rigio dew fo coon Problema cies de presen oa Su conse de he cm ni ‘As modalKades na Sxpreso do pons os 174 $64. 0s tse ot mes Forma do discuno e comnttio com sutra. 185, $65.0 argumento do desperdicio Fags decors mnt ess $0 argumeno da disio As Figura da escolha, ct presengae da comuniuo. 194 567. A superacio O esto das elementos de aumentacio e Sk b) As ligages de coenistinca apreseniagao, 203 568, A pessoa © seus tos eeetegse s 4 5 5 : : : ‘ 69. Inersgao ene 0 10 € 8 peso. 70, O argument de ator TI. As téenas de rupture de elrcamento opens ‘Ninteracio ato-pesson 72.0 discuiso como ato do orador 73.0 grupo e seus memos. 74, Out igagoes de coexisénca, 6 ato ea séncia 75. Aligacio simbolica 76. 0 argumento de hicrarquia dupla aplicado Sef sacoes de sucesso e de coexistencin 77. Argumentos concermentes as dierengas de grad ‘ede ondem CAPITULO I~ As igagdes que fundamentam a esi tur do re 1) 0 fiundamento poo caso particular: ‘Ranumentaczo pelo exemple A llusacio 0. O modelo eo antimedcla BIO Ser perfeto coma model 1 0 raciocinio poranalogia 82.0 que € analogs 3. Religoes ene on termos de ua analog a. Elewos da analogs 5. Como se ulna 4 analog 18.0 estituto da ano FA metifora. IBS AS expressocs com sentido metafovico ow met foras adomecilas CAPITULO IV ~ 4 dissociago das nogdes, 88, Ruptura de ligagao e dssociagao. 50.0 pur “aparénet-realidade 51. Os pares flosficos« sua jsticagao, 52.0 papel dos pres filosicos esas transforms 93. A expresso das dssociagoes 94 Emunciados que incentvam a dissociado, 95. As delinigoes dissocadorss 96. A retonca como expedcnte 337 a 383 301 306 a a7 an ws ed wor a3 a9 43 Bs a an 138 ar 53 459 467 a7 a a7 495, 502 504 su CAPITULO ¥ ~ A interagio dos argumentos $97. Amesagao © forga dos arguments § 98. apreclagio da fogga dos argumentos, fator de ngumeataqao § 99, Ainteracio por convergénca § 00. A amplitude da argumemagio. § 101. Os perigos da amplitude $102: Os pallativos para om peng da ample 103. Ordem e persuasio $104, Ordem do dicurso © condicionament do a $105. Caden e metodo Conctusao Nota. lista as dba cts. Prefacio a edigao brasileira Fabio Ulloa Coelho £ instigante como algumas ideas, embora importantes ‘quando irrompem ne ilosfia, acsham por esmaccer © che fam até a0 completo desaparecimento, para, apis secu, Fessurivem vigorasis ¢ renovidas, em contexto isco Substuncialmente diverso. Esse €, eat outtos, 0 caso da ogi anstowlica de dialesica cujas exatas implicagoes foram pouco a poueo ignoradis 20 longo da tjetona da flesofit oeidental. De fato, embora tena, no pensimento de Astle, una importineta quanto os silogssmes al. ‘icos,esst nogio mao mereceu, € m0 tem mesecco, igual atencio dos Mosofos. Os doss modos basioos de raciocnae propostos pelo grande pensidor da Antiguidide ~ isto € ‘por demonsiragio anaiica ou por argumentagto dates zo forum deseavolides, explorados ou sequee considers dos, aa mesa medida, valendo a pena telletin sobre as raases de tl desequiiorio, ‘No quinto capitulo do. Onanor, reuniramse os esc tos de Arsoteles dedicados a uma especiica forma de raciocinio, que pane de premissas mesamente provivels. Capitulo denominou-se Tipices,e, logo ni introdusio, & ‘estabelecido um paralclo entre oslogiamo analtico eo di letico. O primevo se taduz numa demonstagio fundida ‘em propenivoes evidentes, que condue © pensament a ‘conclusto verdad, sobre cujo estuclo se alex to 4 Toca formal: out se expressa através de un argument sobse enunciads provives, dos quais se povleriam exit Conclusdes apenss verossimiis,representando uma forma divena de raciocinas, Evidentes, puss Arist6teles, sto as proposiies que por s mesmas garantem propria ceneza, 46 paso que provivels do as que enunciam epindes ace tas por todos, pela maiora ou pelos sibios ~ em especial tenure cates mos, pelos “mais novels ¢ hustes” Nao se ‘ota, no pensimento anstoteico, qualquer sugestao de hie "arg entre exsas dss mais de racioinio eas no se fexclueat mutuamente, nao se sobrepoem, ao subsite ‘que se perdcu, na evolusio do pensamento filasi- ‘co, peas mses do crstanismo ¢ do raconalsm, fo! exit ‘mente 2 equiparacio, na importinci, dos raiocnios anal ico e dialetico. Isto 6, felegada 20 plano dos sofismas, ‘entificads 3s técnicas de persuasio sem compromisso ‘ico, sos discursos vazios de oradores hbeis em conven ‘er auditrios, quaiquer que fossem as teses, a dialetica no alcangou o ertatto de seredade © consisténcia conce ‘ido 3 sua ima, 2-analiica. A losofia, com efeto, deu rele ‘Wincia aos métodos Jo conhecimento, 0 quanto possvel rigoroso, da verdade, coisa que, decididamente, a Uiktica tines fo 'A propria expressio dialitice nem sequer conservou sew sentido original. Em Hegel, ao seculo XIX, 0 tenmo se refere as conidigiesinerentes 40 movimento de neRico fnerna em que se manifesta 0 Espinto.J4 nos quadantes dds inversio marist, report se aos mosimeatos da talds fe hisioea, externa 20 pensamento humano. De qualquer modo, perda a noqio anstoxclica, aprovesa-se a expressio para cots diferentes esse contexte, imposivel no se lembrar de Fou- aul © da genealogia dow saberes! 0 conhecimento acerea fos procestos menais, que foram mais tarde denominados persiasio ou convencimento ~ mascdos com os sos, 4 partir das necesdades praticas de discussio ¢ delibera30 politica no seo da oxganizagao democraica rega -,a des peito do refinamento anstotlio, passa a ser considerado ‘Gm saber menor e € desprezado pela tadicao filosotica. Inicialmente, 0 desprezo vem com 9 crstanisma, que m0 poder, em suas formulagdes inca, conviver com a ela te moltiplicidade de premissas,iqualmente aprovertavers ‘como ponto de pata para a argumentacio, Com eeito, se 4 verdade fundamental do conbecimento. humano aos & fevelada por Deus, nao hi como anu gl impontincla 4 om radociio fundado em merss opinives de homens (que, por mais sabios, notvels etlustes que seam, esto Contaminados pelo pecado orginal, Posteriormente 0 des prezo pelo “saber persuade convences” parte do raciona Tismo, para 0 qual a forma soficente de conhecimento & 2 cGentiea,capaz de explicar tudo e todos sequrdo padkbes de raconalidade. As opinibes ou bem so tese, a rela rem prov racional pelo métode cientico, ot sconces descents (por perniciosos ov, a0 menos, intel). ‘Ao ser tomado por mera teemen a servigo de imereses mesquinhos ~ 95 quais, por no conseguizem se aime por Sa psp “verdade’, se veer na contingeneis de Langa rio de qualscuer meios para obler @adesi0 dos intedoc tores ~"0 eaciocinto dialéico, tal como Tormulado por Astteles, € vitma de uma grande injustia. Ele. rgoress ‘mente falando, nao se reduz'a expedientes etoicos gui. dos exclustvamente pelo objetivo de viteria nos embates politicos ou forenses.acusigio que costuma pes conta os Sofisas.O racioino dialéieo, nos Taptcos, ¢ dstingido com dareza do chamado silogsmo erisico, alicerado em Dremisses apenas aparontemente provivess, Quer dizer, 40 omar como objeto de sta preocupacao floséfiea © estado tla maneina espectica de racocinar por argumentos, Ars teles nto pretendeu que qualquer eneadeamento entre pro= Posigtes, que desrespetasse 0s postulados da demonstra ‘lo analiiea, pudeste, o-somente pela fora retorica Je {quem 0 sustentava, alcangar 0 estatuto de argumentacao clsletica. Em outos ermos, a preocupacao do pensariento Flosofico no sentido de nao legiimar todas © quaisquer manifesacoes do intlecto hirano ~ mas apenas as res- tans de determinado método, que possblit o controle de ‘2 pertinéaca ~tambem estava, de algum modo, presente raeflexao arstotdica Asin 96 6 possivel entender 4 ic xv Tearape Da ancomenracion raxquizagio do raciocinio por demonstragio snalitea © 0 Udescarte do riciocinio diaeticn no contexto das necessidi- dds historias e na coerénclaimerma das grands expresses Flosieas que se seguirim a0 periodo cisico Vite e trés scculos se passim enquanto a Filosofia. resi, do lego arsine, apenas o modo anal de Froocinar, Ninguém manifest preocupacio em resgaat a fia de diléica como um saber necessiio, tio, pert nente, sujeto a regras propria, ponanto, controlive. Somente a paris de 1987, na Belgie, Chaim’ Perelman i alterar este quadro, dando inicio, jontamente com sua co horadora ince OlbrechtsTyteca, 2 pesquisas que resulta ‘lo, em 1958, na publicacio do Tratado da argusmentagdo, © ioneirismo de Perelman, ma reabltagio ca tetera, € lundnimemente reconhiceldo, Antes dele, a nogto anstotl a, € a8 extraordiniias possibilidades que propicia, no ‘despertaram o intresse de sucesivasgerigbes de hlsofos. E cero, também, por outto lado, que 6 pensador belga nao se limitou a wanspor acricamente 0 concen de dice dda Antigudade aos nossos ds. Pelo coniio, suas rete des sobre o discurso angumentativa € a inelugao dow Conceltos de audit6rio interno e universal ampliram, de ‘ned significative, 0 conhecimento acerca deste proceso de comunicagio, 10 ponto de parla de Perelman & 0 modo pelo qual se entender, 4 partir da couieagio napolednica princpal= mente, 0 faciocino jusiico, isto & 0 felacionado com a aplicagao do direto. Considerou-se, com efeito, durante mito tempo, que este raciocinio sera uma operaga0 ded tia a part das noemas postivas, que, em furgio do princt. pio da legalidade, devertam serir de premiseas nocesirlas Tal modo de entender 0 processo, no eniano, deveria ser ipaz de explicar como se opera interferncia dos uizos {de valor do aplicador da norma. Assim, a menos que se postulasse a desqualificagao da questio como objeto da ‘nei jure, tl como tentado por Kelsen, a teort do fieao ao 2 podera negligenciar. Em oulios termes, era recess defini se os julgamentos expressim apenas 36 presicio A poIcio messes xv femogoes, nteresses impulos do julgador, inserindo-se © proceso de splicacao do direto no campo do iracional, ca ‘Se exisira uma logica dos julgamentos de valor. Em sua obra Da ustica, de 1945, Perelman inclinou se pela primeira slug. Nela, procurou explorare fundamen {ar una nogao de justica formal, de snepiragao assumida- mente postvista, segundo a qual o justo se traduz em ci pensar tatamento igual a suagdes que se revelam, noe Sencial, semelhantes. Este conceto de jstiga somente se pode operar a partir de um plgamento de valor acerca dos tragos 2 tomat or televantes, na aproximacio ou no fasts mento entre qualquer nova stuacao e a que serve de prece ‘dente, Os ulgamentos de valor, entctant, apresentam se Inteiamente abies, msuseetives de tratamento rcional, ros escrito da fase snicial do pensamento perelmanano, i ‘as obras da mature a tesposta& questo ea intereré ‘dos valores muda significatvamente, Perelman pereebe {que considerar iracional a aplicacao do direito impor enunciae a qualquer flosofia pritica © abandonar aeiscpi- fa da conduta humana a0 sabor de emocoese interesses, ‘quer dizer, coisa 4 volénein, Insist com sain ‘gio da iracionalidade da apliagio do dieeto, Perelman lege como projeto tesco 4 pesquisa de uma “logien des iuletmentos de valor Dai nasteri a nota rtinica 'A preocupacio bisica de Perelman, de entender os means pelos quais os valores se introgizem no processo de subsungao de fatos a normas geras, ¢ ipa de sua pera Gio. Ea mesma preocupacio, por exemplo, de Recaseas Siches, formolador di gica'do razodvel, ou mesmo de Miguel Reale, em sua tevria tidimensional do diet, Mas fs caminhos explorados pelo pensador bela apresentam a paiculandade de se enrzarem num pensamento Hosa Se primeira ordem, 0 arsiotclico, © de deshravarem nows rumos. Alem do mais, resgate da nogao de raciocinio di letico, embora mwxivado por quesioesoriginaamente ju ica stua a contribu de Perelman entre as mais signif fats, da segunda metade do séeulo XX. pans propia Filosofia, A mona retina enseja possiviliades inéaitas para teoria do conecimento jurico, uma vez que estabelece & Tigncio ent 1 aplicacio de normas ¢ 0 acacia dale. fem su formolagio arstolica, Ors, @ pressuposto de ta Tame © « negagao da exinéneia de iterpreagbes jrkicas etdadeics™ As preminsas da argmeniaga0 nao S20 ev! dntes mas esutam de um acordo entre quem argument & Seu auditorio: slo as opine de que flava ANCES. O Siber fundado em tais premissas pode ser verosimily ow Indo, mas nunes seri verdadeio ov flso. Em outros termos, fio se ocupa 0 conhecinento juridico de qual seria 3 deci lo jdcial ow administathva veedadevamente derivada de tama orm ger, com exclusio de todis as outas, a als ‘nente devas, ocuparse, 0 sim, dos mes de sustentar ‘eterminada decisao como sendo mais just, equitauva, fazoivel, oportuna ou conforme 0 dieito do. que OUtras tantas deisbesigualmente cabives 'h contibuigio de Perelman para a iosoia do direto & fundamental, enguinto uma das peincipass propulsoras da hiptura ancienticia em curso’ De fato, nese final de Cetulo a teoria do confwcimento jariico. passa por uma ruptura de suma importncia, capa de rediecionar (ta Inente sua trajetOria, Trata'se on reflexao inspiada. pelo fsgotamenta do modelo cientificsta do conheciment0 do Sircto, presente au tata até agora desenhada pela teo- ta juridica. Apos Kelsen, que, 20 expiorar os limites da ‘Gencia do dieto, acibou por exaunt as possbilidades de ‘desenvolvimento do proxto, dedica-se hole wma parte dos jusflwofos 4 examina natureza do saber concentra na Interpreagio das normas, Poe-se em queso exatamente fsatuta centfica desse saber. Em Tero Sampaio Ferraz Jr por exemplo, como o problems que se propoe 2 dog ‘ea fordica nio @ 0 da Verdade ou da falsidade de seus Cnunciados as as pottas de decides possvels, ela se tmanilesta como pensamento fecnogico e no ietico. O fstudioso do diets conhecera, a Fgor, 2 adequatiliade de meios (isto €, as mutas interprtagoes possivels de uma hori furidica) para @ alance de fins dados extersamente pnavici aeons eases xvi 44 seu saber (2 adminitragto de confltos sociais, a manu tengo dt onganizagio econdmica, pole, social ade fquabiidade esc que nao se revela por demonsiagi0 Io ‘ondedtiva mas por argumentacao eerie Das novus e mas perspectives abertas pela ruptura amicientifista no seio du flosofla urkica, destacam-se ‘daas por sua importine. Primeira, a perda do carter nor mative da teora do conhecimentojuridco: segunda, a inte [Basi ene 4 proiogio doutnnéro-academica eo cotdia- fo profesional do drt, De fato, 08 jusilosofos tem despendido esforcos ¢ tempo, em abundant literatura, na diseussio sabe a8 tligoes para a constugio da ciéacia do direto. As obras de Kelen © AIf Rows, assim como as dos principats jursas mar kas, de muitos logleos do dreto € dos adeptos da anise ‘Sconsmiea, ém em comm taco de dager regeas nor Teadoras do métod clentfica que cad «ial elege come 0 forreto. Apontam, em suma, cauelas © procedimentos que Severtam ser adotados pelos estudiosos do detto pura se sssequratem da certeza e da veracidade do conheeimento ‘que produrem. Desse modo, 2 flesofiajriica tem seve «do principalmente no seculo XX, uma indisfargvel nature hnarmativa © abandon do projeto clenifiista invene 0 Seto da reflexdo jushilosdfica, que passa a descrever 0 proceso de prxdugio do conhecimento do direio, nao mais Postulando a adoro de determinado metodo como pressie Posto de qualiiagio desse conhecimesto Por outa lado, a0 reconecer © estaturo tecnagico {do conheciments juridco, a Hlosfia do direito rene o que fo separido pela epistemologia noeativa, to & 0 the Tho cotidlano dos profssonais Cadvoxado, fz, promotor de justiga ete) e 2 produgao doutrain. Se se a6, por ‘exemplo, ateora de Kelsen, € necessino dstingui a red {Go de una peticdo Inia, da elaboragio de uma monogr- Fi sobre toma jriico, negandorse pereryptoramente pt mira a natureza cientifea, que poder tera olima no ite ford teoriakelsensna. O que se deve fazer na academia ~ 2 cca do deta ~ nao influ no ee se fa for dela ~

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