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NOTA-TÉCNICA/CSA/RJ/14-2009

EMENTA: Análise da Portaria Conjunta n.º 06 de 22 de Julho


de 2009, que regulamentou a Lei n.º 11.941, de 27 de Maio de
2009.

1. Trata-se de análise da regulamentação da Lei n.º 11.941, de 27


de Maio de 2009, decorrente da conversão da Medida Provisória n.º 446/2008,
que altera a legislação federal em diversos pontos, estabelecendo um novo
regime de parcelamentos, concedendo remissão de dívidas em casos
específicos, dentre outras providências.

I. D OS D ÉBITOS P ASSÍVEIS DE P ARCELAMENTO E DAS


C ARACTERÍSTICAS G ERAIS

2. A Portaria publicada em 22/07/2009 é auto-explicativa, de forma


que esta nota-técnica irá apenas destacar os principais tópicos e características
do diploma. Em primeiro lugar, são passíveis de parcelamento os débitos
administrados pela Procuradoria da Fazenda e Receita Federal de pessoas
físicas ou jurídicas, independentemente de estarem ajuizados, inscritos em
dívida ativa ou em fase executória. Estão aí incluídos, débitos oriundos de
aproveitamento indevido de créditos de IPI, os decorrentes das contribuições
sociais e demais débitos administrados pela PGFN e RFB. Também poderão ser
repactuados os débitos anteriormente parcelados com a instituição do CADIN,
através da Lei 10.522/2002. Importante salientar que não estão inclusos nesse
parcelamento débitos originados do SIMPLES

3. O parcelamento abrange dívidas vencidas até 30/11/2008 e farão


jus às seguintes percentagens de redução:
Paga mento Multa s de Mo ra e Multa s Juro s de En cargo s
Of ício I so lada s Mo ra Lega is

A v ista 100 % 40 % 45 % 100 %

30 Prestações 90 % 35 % 40 % 100 %

60 Prestações 80 % 30 % 35 % 100 %

120 Prestaçõ es 70 % 25 % 30 % 100 %

180 Prestaçõ es 60 % 20 % 25 % 100 %

4. Já na hipótese de débitos que tenha sido parcelados em


programas anteriores (REFIS, PAES, PAEX e dos parcelamentos previstos nas
Leis 8.212/91 e 10.522/2002 1), observar-se-á a seguinte tabela de reduções:

Pa r ce la me n t o Multa s de Mo ra e Multa s Juro s de En cargo s


Of ício I so lada s Mo ra Lega is

R EF IS 40 % 40 % 30 % 100 %

PA ES 70 % 40 % 30 % 100 %

PA EX 80 % 40 % 35 % 100 %

A rt. 38 8.212 /91 100 % 40 % 40 % 100 %

A rt. 10 10.522 /02 100 % 40 % 40 % 100 %

5. Para pagamentos à vista, os débitos parcelados nos programas


acima especificados terão redução de 100% das multas de mora, 45% dos juros
de mora e 100% do encargo legal.

6. A adesão ao novo parcelamento incide na desistência de


qualquer programa anterior, sendo que no caso de cancelamento do novo, não
poderá ser restabelecido o REFIS, PAES ou PAEX.

1
Optando-se pelo reparcelamento de dívidas anteriormente inscritas em tais programas, o novo parcelamento implicará na
desistência definitida do REFIS, PAES, PAEX e demais programas, devendo a parcela corresponder à 85% da média dos
12 meses das últimas parcelas do REFIS, ou da média das parcelas devidas no programa antes da edição da MPV
449/2009, caso o devedor tenha sido excluído antes de completar um ano neste programa. No caso dos demais
parcelamentos, será observada a parcela mínima de 85% do valor da última parcela anterior a 03-12-08.
II. D AS P RESTAÇÕES

7. O valor mínimo das prestações será de R$ 100,00 para pessoas


jurídicas e R$ 50,00 para pessoas físicas. Na hipótese de parcelamento de
aproveitamento indevido de créditos de IPI, o valor da parcela será de R$
2.000,00.

8. Estas prestações estão sujeitas à juros correspondentes à


variação mensal da taxa SELIC a partir do mês subsequente ao da consolidação
dos débitos, até o mês anterior ao pagamento e de 1% para o mês do
pagamento.

9. As prestações poderão ser amortizadas mediante antecipação de


pagamentos, sendo que tal amortização não poderá ser inferior ao valor de doze
prestações.

III. O RIENTAÇÕES PARA R EQUISIÇÃO DO P ARCELAMENTO E SUA


C ONSOLIDAÇÃO

10. Os requerimentos de adesão ao novo parcelamento, tanto no caso


de débitos ainda não parcelados, como na hipótese de reparcelamentos, deverão
ser protocolizados, de acordo com o caso, exclusivamente nos sites acima
informados entre o dia 17/08/2009 até as 20:00 do dia 30/11/2009.

11. O indivíduo que desejar pagar à vista ou parcelar os saldos


remanescentes de programas anteriores, deverá desistir formalmente e
isoladamente de tais programas no site da Procuradoria da Fazenda Nacional 2
ou da Receita Federal 3.

12. O requerimento de adesão implicará confissão irrevogável e


irretratável, tal como é praxe neste tipo de programa.

2
www.pgfn.fazenda.gov.br
3
www.receita.fazenda.gov.br
13. Após o requerimento do parcelamento, o contribuinte terá até o
último dia do mês em que se deu o protocolo para efetuar o pagamento da
primeira prestação, sob pena de ser o pedido indeferido. Salienta-se que os
requerimentos não dependem de qualquer garantia ou arrolamento de bens.

14. Após a formalização do requerimento, será divulgado de forma


eletrônica o prazo para que o sujeito passivo apresente as informações
necessárias à consolidação do parcelamento, sendo fundamental que o mesmo
pague a primeira prestação até o último dia do mês do requerimento e também
prestações em valor não inferior a R$ 50,00 para pessoa física e R$ 100,00
para pessoa jurídica, até o mês imediatamente anterior ao da consolidação.

IV. D EFERIMENTO DO P ARCELAMENTO E DA SUA R ESCISÃO

15. Será deferido o parcelamento na data em que o sujeito passivo


concluir a apresentação das informações de consolidação acima informadas.

16. No caso de débitos com exigibilidade suspensa, seja por via


administrativa ou judicial, o contribuinte deverá desistir expressa e
irrevogavelmente de recursos administrativos ou ações judiciais até 30 dias
após a ciência do deferimento do parcelamento.

17. O regulamento abre a possibilidade da pessoa física, desde que


com a anuência da pessoa jurídica devedora, parcelar em seu próprio nome, ou
pagar á vista com os descontos (independentemente de anuência da pessoa
jurídica), os débitos que seja co-responsável. Nesse caso, na hipótese de
inadimplência do parcelamento pela pessoa física, a pessoa jurídica será
cobrada normalmente.

18. O parcelamento será rescindido no caso de inadimplência de três


prestações, desde que vencidas em prazo superior a trinta dias ou com a falta
de pagamento de uma prestação, estando todas as demais pagas. A prestação
paga com até trinta dias de atraso não configurará inadimplência.
Evidentemente, a rescisão acarreta exigibilidade imediata de todo débito
confessado e ainda não pago.
19. Estamos à disposição para dúvidas adicionais.

Brasília, 29 de Julho de 2009.

Thiago Graça Couto


OAB/RJ nº. 150.279

Kildare Araújo Meira


OAB/DF n.º 15.889

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